ds dia20 04 2016

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Pub. SUL FUNDADOR E DIRECTOR: MANUEL MADEIRA PIÇARRA DIRECTORES ADJUNTOS: MARIA DA CONCEIÇÃO PIÇARRA e MANUEL J. PIÇARRA diário do PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS PREÇO AVULSO: 0,75 € (75 CÊNTIMOS ) Rossio - Évora PERIODICIDADE DIÁRIA QUARTA-FEIRA, 20 DE ABRIL DE 2016 ANO: 47.º NÚMERO: 12.756 Pub. “Alentejo Central” .... PÁG. 8 Tradição .... PÁG. 2 Romaria Moita-Viana do Alentejo começa hoje .... PÁG. 7 Pe. Morais Salesianos de Évora homenageiam Há 40 anos que faleceu e há 55 que foi para Lisboa, mas os seus antigos alunos não o esquecem. “Como é que ainda está na memória de tantos o nosso querido Padre Morais?”, questionava José Manuel Noites durante a cerimónia de homenagem aos Salesianos invocando um dos pioneiros da Escola dos Padres, onde esteve 32 anos (entre 1928 e 1960). Já antes tinha sido descerrada uma placa em memória de Pedro Vicente da Silva Morais – o seu nome completo - com a qual os antigos alunos quiseram expressar o seu reconhecimento a todos os educadores. .... PÁG. 5 Património “Região tem sido discriminada negativamente quanto a apoios para requalificação” Alentejo De acordo com a diretora regional de Cultura do Alentejo, o estado de degradação do património é altamente preocupante, sobretudo quando representamos um terço do país e possuímos mais de 700 edifícios e monumentos com vários tipos de classificação. Ana Paula Amendoeira reivindica mais verbas para a Cultura. Presidente da República de visita ao Alentejo a partir de amanhã RTA / MetAlentejo .... ÚLTIMA PÁG. A adolescência e a relação com as dependências em “Saúde Mental sem Tabus” A Romaria a Cavalo é já uma iniciativa de referência no calendário anual de eventos equestres, único onde o profano e o religioso caminham lado a lado numa manifestação única de fé, alegria e convívio ao longo de 4 dias e cerca de 150 kms pelo Montado alentejano e da estremadura, desde a Moita até Viana do Alentejo.

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Edição Diário do SUL - dia 20Abril2016

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Page 1: Ds dia20 04 2016

Pub.

SULFUNDADOR E DIRECTOR: MANUEL MADEIRA PIÇARRA DIRECTORES ADJUNTOS: MARIA DA CONCEIÇÃO PIÇARRA e MANUEL J. PIÇARRA

diário doPUBLICAÇÕES

PERIÓDICAS

PREÇO AVULSO: 0,75 € (75 CÊNTIMOS )

Rossio - Évora

PERIODICIDADE DIÁRIAQUARTA-FEIRA, 20 DE ABRIL DE 2016

ANO: 47.ºNÚMERO: 12.756

Pub.“Alentejo Central”

.... PÁG. 8

Tradição

.... PÁG. 2

RomariaMoita-Vianado Alentejocomeça hoje

.... PÁG. 7

Pe. MoraisSalesianos de Évorahomenageiam

Há 40 anos que faleceu e há 55 que foi para Lisboa, mas os seus antigos alunos não o esquecem. “Como é que ainda está na memória de tantos o nosso querido Padre Morais?”, questionava José Manuel Noites durante a cerimónia de homenagem aos Salesianos invocando um dos pioneiros da Escola dos Padres, onde esteve 32 anos (entre 1928 e 1960). Já antes tinha sido descerrada uma placa em memória de Pedro Vicente da Silva Morais – o seu nome completo - com a qual os antigos alunos quiseram expressar o seu reconhecimento a todos os educadores.

.... PÁG. 5

Património

“Região tem sidodiscriminadanegativamentequanto a apoiospara requalificação”

Alentejo

De acordo com a diretora regional de Cultura do Alentejo, o estado de degradação do património é altamente preocupante, sobretudo quando representamos um terço do país e possuímos mais de 700 edifícios e monumentos com vários tipos de classificação. Ana Paula Amendoeira reivindica mais verbas para a Cultura.

Presidenteda Repúblicade visitaao Alentejoa partirde amanhã

RTA / MetAlentejo

.... ÚLTIMA PÁG.

A adolescênciae a relaçãocom as dependências em“Saúde Mentalsem Tabus”

A Romaria a Cavalo é já uma iniciativa de referência no calendário anual de eventos equestres, único onde o profano e o religioso caminham lado a lado numa manifestação única de fé, alegria e convívio ao longo de 4 dias e cerca de 150 kms pelo Montado alentejano e da estremadura, desde a Moita até Viana do Alentejo.

Page 2: Ds dia20 04 2016

2 Tema de AberturaQUARTA-FEIRA , 20 DE ABRIL DE 2016 diário do SUL

A

DIRECTORMADEIRA PIÇARRA

NOTA DO DIANOTA DO DIA

diár

io d

o SU

L DIRECTOR E FUNDADOR: MANUEL MADEIRA PIÇARRA

PROPRIEDADE: PIÇARRA - DISTRIBUIÇÃO DE JORNAIS, LDA.

DIRECTORES ADJUNTOS:MARIA DA CONCEIÇÃO PIÇARRA; MANUEL J. PIÇARRA

EDITORES EXECUTIVOS:PAULO JORGE M. PIÇARRA (Cart. Prof. N.º 5214)JOSÉ MIGUEL S. M. PIÇARRA (Cart. Prof. N.º 5216)e-mail: [email protected]

FOTOGRAFIA - DIÁRIO DO SUL

COORDENADORES PUBLICITÁRIOS:ANTÓNIO OLIVEIRA / CARLOS EVARISTO DINIZe-mail: [email protected]

CONTACTOS (geral): Tels: 266 730 410 * 266 741 341 • Fax: 266 730 411

ASSINATURAS:ÉVORA: Trav.ª de St.º André, 6-8 — Apart.: 2037 — 7001-951 ÉVORA CodexTels. 266 730 410 • 266 741 341 • 266 744 444 e-mail: [email protected]

REDACÇÃO: Roberto Dores (Cart. Prof. N.º 2863); Maria Antónia Zacarias (Cart. Prof. N.º 4844); Bruno Calado Silva(Cart. Prof. N.º 4479); Marina Pardal (Cart. Prof. N.º 9157) e-mail: [email protected]

COLABORADORES:A. Mira Ferreira; Dr. Carlos Zorrinho; António Gomes Almeida; Dr. Carlos Almeida; Dr. Luís Galhardas; Mário Simões; João Aranha; J. Correia; A. Moreira; M. O. Diniz Sampaio; Alexandre Oliveira; Dr. Bravo Nico; Dr.ª Lurdes Pratas Nico; Pe. Rui Rosas da Silva; Dr.ª Maria Reina Martin; Marcelino Bravo; Arq.º Fernando Pinto; Major Velez Correia; António Ramiro Pedrosa Vieira; Prof. Costa Coelho; Jorge Barata Santos; Dr.ª Paula Nobre de Deus; J. Ventura Trindade; José Eduardo Carreiro; Dr. Henrique Lopes; Dr. Luís Assis; Orlando Fernandes; Pe. Madureira da Silva; José Palma Rita; Diamantino Dias; Carlos Cupeto.

ESTATUTO EDITORIAL:ver em www.diariodosul.com.pt

Impressão Rotativa: Grafi alentejo - ÉVORATIRAGEM: 4.500/EdiçãoN.º Registo: 100262 NIPC: 506 754 413 • ISSN: 1647-6816

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Piçarra - Distribuição de Jornais, Lda.

CAPITAL SOCIALManuel José Madeira ..................... 8,12%Manuel José S.M. Piçarra ............ 22,97%Paulo Jorge S. M. Piçarra ............ 22,97%Maria da Conceição Piçarra ......... 22,97%José Miguel S.M. Piçarra.............. 22,97%

DISTRIBUIÇÃODISTRIBUIÇÃO

(porta a porta)(porta a porta)

Agora também na TV

Canal 502 e escolha Rádios Nacionais

Ao que nós chegámos!Dua alunas numa Escola do Norte bateram e

insultaram uma professora em plena sala, arranca-ram-lhe cabelos e deixaram-na no chão entre gritos e ameaças.

É difícil perceber como duas jovens de 15 anos fi zeram tamanha afronta à professora.

Só que casos semelhantes têm ocorrido nos últi-mos anos sem que haja uma responsabilização dos familiares a quem cabe dar educação cívica aos jovens que estão sob a sua tutela.

Por outro lado há sanções que podem ser aplica-das na área de apoios o que às vezes é efi caz porque mexe no dinheiro dos subsídios o faz doer.

Se aos 15 anos ninguém trava estas faltas de res-

peito então mais tarde ninguém lhes terá mão. O professor é a fi gura a quem se deve todo o respeito. Nos anos escolares eles são o complemento das famílias e por isso devem ser olhados com carinho e admiração.

Mesmo que aconteça um professor não ter os valores exigidos na sua profi ssão há meios de recurso para que o aluno seja protegido.

Estas atitudes de desrespeito e violência urgem ser ponderadas pelo Governo e acima de tudo pelos familiares dos jovens.

A Escola é o futuro de quem lá passa e sem ela o jovem não será feliz na vida profi ssional.

(...)A Escola

é o futuro de quem lá passa

e sem ela o jovem não

será feliz na vida

profi ssional(...)

Romaria a Cavalo é já uma iniciativa de referência no calendário anual

de eventos equestres, único onde o profano e o religioso caminham lado a lado numa manifestação única de fé, alegria e convívio ao longo de 4 dias e cerca de 150 kms pelo Montado alentejano e da estremadura, desde a Moita até Viana do Alentejo.

Este ano a romaria terá lugar de 20 a 23 de Abril. Sai da Moi-ta hoje, dia 20 às 9h30, passa pelos concelhos de Palmela, Alcácer do Sal, Vendas Novas, Montemor-o-Novo, Évora e entrará no Concelho de Viana do Alentejo, no dia 22 de abril, por volta das 17h00, na vila de Alcáçovas, última pernoita do percurso, antes do ponto alto da romaria, a chegada a Viana do Alentejo no dia seguinte, pelas 17h00.

A junta de Freguesia de Al-cáçovas prepara, para a noite de 22 de abril, um programa de animação com os Grupos de Sevilhanas de Viana do Alentejo e Alcáçovas, o Grupo

Romaria a Cavalo — Moita / Viana do Alentejo

Coral “Tertúlia dos Amigos do Cante”, o Grupo Aire Flamen-go e por fi m um baile com o Abel Fava. Na manhã seguinte partem para a etapa fi nal que liga Alcáçovas a Viana do Alen-tejo com paragem para almoço

em S. Brás do Regedouro, não sem antes terem um pequeno-almoço cortesia da Junta de Freguesia de Alcáçovas.

A entrada em Viana do Alentejo, no dia 23, sábado, às 17h00, de mais de 1000 cavalos

e 500 romeiros, muitos deles-trajados com o tradicional Traje à Antiga Portuguesa, onde vá-rias Irmandades de todo o País se juntam, é um espetáculo de rara beleza, ainda mais quando este ano, pela primeira vez, a fechar a chegada da romaria, teremos um grupo de cabres-tos do Grupo de Amigos de S. Cristóvão.

A Vila veste-se de cor e ani-mação e é um orgulho poder

receber nesta terra as muitas centenas de pessoas que aqui se deslocam. Este ano a ma-drinha da Romaria a Cavalo é a belíssima atriz SilviaRizzo, que estará também em Viana do Alentejo para receber e aplau-dir a chegada dos romeiros.

O Município de Viana do Alentejo preparou um vasto programa de animação para os dias 23 e 24 de Abril, que vai desde o Cante Alentejano, mú-

sica popular, Sevilhanas, Bailes e Dj´s. Sendo o ponto alto, o espetáculo de sábado à noite, com Nininho Vaz Maia.

Consideramos ter no pró-ximo fi m-de-semana todos os motivos para que se desloque ao Concelho de Viana do Alen-tejo, nós esperamos por si!

Fica o convite para visitar o concelho de Viana do Alentejo durante o próximo fi m-de-se-mana.

SilviaRizzo

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3OpiniãoQUARTA-FEIRA , 20 DE ABRIL DE 2016diário do SUL

Pub.

Comecei por decidir não es-crever durante toda a campanha eleitoral das presidenciais. Findo esse tempo, pus-me a pensar se se justificaria continuar a escre-ver no Diário do Sul, dado que, tendo deixado Évora, dela e do Sul só tenho agora informação indirecta e escassa. Decidi então colocar a questão e aconselhar-me com o meu amigo Manuel Piçarra, o verdadeiro responsável pela minha entrada nestas lides, já lá vão mais de 15 anos! Sugeri escrever mais um texto, encer-rando assim a minha participa-ção neste farol informativo que é o Diário do Sul e, quando eu es-perava que ele me desse razão e a aceitasse, eis que me responde que não via razão nenhuma para que eu deixasse de aqui publicar o que vou escrevendo. A hesita-ção durou pouco: o “bichinho da

SEM TEMPO

Ao correr da pena (623)

Fernando [email protected]

escrita” parece que existe mesmo e, pelos vistos, já me atingiu! E aqui estou eu, com gosto, a retomar os meus escritos! Já não serão contudo crónicas, escritos que dependem do cronos, da narração do tempo. Como, na prática, pouca coisa muda, achei que podia deixar cair só as “Cró-nicas” do nome e ficar só com o “Ao correr da pena”, de alguma forma identificando e assumindo tudo o que até hoje aqui escrevi, e mantendo a numeração. Para já, ficam assim crismadas! De-pois, logo se vê! E vamos a isto!

Pois nessa minha crónica de encerramento, afinal tornada neste escrito “ao correr da pena”, pensava eu dizer que dos muitos privilégios que vivi na Cidade de Évora, o ter tido um filho foi seguramente o mais importante. Profissionalmente e enquanto responsável pelo imenso patri-mónio cultural que me esteve confiado (toda a Região Sul), tentei sempre dar o meu melhor. Aí, tive o inestimável concurso do saber de todos os elementos da Direcção Regional dos Edifícios e Monumentos do Sul de que fui responsável ao longo de mais de 12 anos, incorporando com orgulho o saber e o prestígio que já vinha do Arq. Ruy Ângelo do Couto. Tenho também orgulho na minha participação, por mais

de 20 anos, na Comissão Munici-pal de Arte e Arqueologia da Câ-mara Municipal de Évora, onde tive o privilégio de conhecer e privar com alguns dos melhores eborenses de todos os tempos. Permitam-me que homenageie todo esse escol da cidade nas pessoas do Mestre Túlio Espan-ca e do Monsenhor Luís Filipe Mendeiros. Tive o privilégio de ser, durante alguns anos, o decano dessa reconhecidíssima comissão, de que fui dispensado através de uma simples, curta e formalíssima carta, apenas rubri-cada por quem de direito. Doeu? Sim, doeu (Quem não se sen-te…)! Contudo, a consciência de sempre ter dado o meu melhor (mesmo que não o tenha conse-guido) fez dessa pontual agrura uma água rapidamente passada. Como homem e como cidadão, cresci muito e estabeleci indes-trutíveis relações de amizade. É um privilégio e um orgulho ainda hoje ser aceite como alentejano, eu, nascido na nortenha Aveiro e criado em Lisboa! Mas é assim que também me sinto! A todos os meus amigos (e eles sabem quem são…) um tão profundo quanto comovido abraço. Não lhes agra-deço porque a amizade não se agradece! Existe, é biunívoca, e ponto final! Eles e também estas magníficas ruas e pedras cente-nar ou mesmo milenarmente es-culpidas e puídas pelos homens, são hoje a principal razão de eu demandar a cidade. De cada vez que cá aporto, sinto subir desde o chão, sinto dimanar das pare-

des, uma força profunda, uma magnanimidade, um poder, que nem a UNESCO conseguiu tra-duzir quando a classificou como Património da Humanidade. Essa força telúrica que existe aquém e além de qualquer classificação, tem vindo a esculpir a cidade com a ajuda dos homens, nunca lhes permitindo até hoje desman-dos dignos de nota. De cada vez que piso o Alentejo sinto-me vol-tar a casa, ao meu canto, ao meu cante, a esse cante que, mais uma vez, a UNESCO reconheceu mas que é e sempre foi muito maior que qualquer classificação. Esse nosso Cante de fim-de-tarde mer-gulha as suas raízes no engenho, no labor e no lazer, numa palavra na arte de homens e mulheres que são, eles próprios, o Alente-jo. Este Alentejo que, tal como o seu cante, é feito de planícies de mil tons pontilhadas de delicadas flores silvestres que moldam cada colina, é feito de corais de mil vozes, pontilhados por solos que moldam cada moda, cada nota. É esse fascinante ambiente mul-ticor que esculpe e modela esta paisagem única. É esse o Alentejo que conheço, o Alentejo de que gosto, o Alentejo para cuja exis-tência no tempo me orgulho de ter, embora muito modestamen-te, contribuído. O longo passado do Alentejo é o melhor garante do seu futuro. Resta criar-lhe um presente! Como, aliás, a todo o país. É por esse Alentejo, é por este país que me continuarei sempre a bater, onde quer que esteja, como quer que seja!

A FACE OCULTA

Bravo [email protected]

112 HOSPITAIS...… os 18 mil milhões de

euros que Portugal colocou nos bancos em dificuldades davam para construir 112

hospitais novos para Évora …

Primeiro foi o BPN. Depois o BPP, o BES e o BANIF. Agora, não se entendem no BPI e pare-ce que a CGD necessita de mui-to dinheiro e a União Europeia não autoriza o estado português a capitalizar o seu banco públi-co. No futuro imediato, sabe-se lá que outros problemas ocorre-rão, nestes ou noutros bancos, pois a procissão ainda irá no adro da igreja. Em todos os casos, o Orçamento do Estado tem desembolsado milhares de milhões de euros para «assegu-rar a estabilidade do sistema financeiro».

Entre 2008 e 2014, contas por alto, feitas por alguém que não é especialista e recorrendo apenas à informação disponível na comunicação social, os con-tribuintes portugueses já pa-garam cerca de 18 mil milhões de euros para salvar bancos que estavam à beira do colapso. Entretanto, desde 2014, já re-bentaram o BES/NOVO BANCO

e o BANIF, sendo que ainda não há a certeza de quanto custarão estes dois casos.

Para se ter uma ideia do que estamos a falar, os 18 mil milhões de euros que Portugal colocou nos bancos em dificul-dades davam para construir 112 hospitais novos em Évora (se as-sumirmos 160 milhões de euros como sendo o custo estimado do novo Hospital Central de Évora) ou para distribuir 1800 euros por cada português (se assumirmos que somos cerca de 10 milhões de pessoas). É muitíssimo dinheiro…

Perante esta realidade, facil-mente constataremos que Portu-gal tem vindo a gastar uma parte significativa do seu dinheiro com o sistema financeiro. Pagamos os empréstimos, os juros dos empréstimos e ainda salvamos os bancos que, em grande parte, nos cobram os empréstimos e respetivos juros…

Assim, sobra pouco para investir nos portugueses, no-meadamente em coesão social, educação e saúde…

Page 4: Ds dia20 04 2016

diário do SUL4 OpiniãoQUARTA-FEIRA , 20 DE ABRIL DE 2016

CENTRO CLÍNICODE ÉVORA, LDA

R. Stª. Catarina - Edifício Santa Catarina - Escritório n.º 67000-516 ÉVORA - Telef.: 266 749 840 - Fax.: 266 749 849

Dr.ª Deonilde Cabral- Clínica GeralDr. Francisco Martins- UrologistaDr.ª Clara Rosa- PsiquiatraDr.ª Margarida Crujo- PedopsiquiatraDr. Aires Ramos- Medicina Interna

Dr. António Daskalos - PsiquiatraProf. Dr.ª Sofia Tavares - Psicóloga ClínicaDr.ª Teresa Oliveira e Castro- PediatraDr. Pedro Santos - NutricionistaDr.ª Marisa Carriço - Terapêuta da Fala

Pub.

Muito recentemente deu entra-da na Assembleia da República um projecto de resolução para mudar o nome do Cartão do Cidadão para Cartão de Cidadania. Sim, é verda-de! Não é nenhuma brincadeira! O sexo da abelhinha é uma coisa im-portante e que preocupam alguns deputados e algumas deputadas.

O projecto de diploma defende que a actual designação do “cartão de cidadão” “ não respeita a identi-dade de género de mais de metade da população portuguesa”.

No projecto de resolução, que já foi entregue na Assembleia da República, os deputados do BE defendem que a “designação não deve ficar restrita à formulação masculina, que não é neutra, e deve, pelo contrário, beneficiar de uma formulação que responda também ao seu papel de identifi-cação afectiva e simbólica, no mais profundo respeito pela igualdade de direitos entre homens e mu-

O SEXO DA ABELHINHANotaSoltas

n Carlos d’Almeida

lheres”.Na vida – como em tudo, aliás

– há coisas boas e coisas más. Tal como as pessoas, aliás. Há muitas filhas das mães e coisas que não se podem dizer no masculino. Outras há que não têm masculino, dizem-se feministas. Há também as abelhinhas e as profissionais do sexo, as ” fufas”, as “madames” e a amora (que é o feminino de amor). E, como é óbvio, temos também, claro está, os idiotas e as idiotas.

Desculpem-me, mas eu não sei dizer isto de outra maneira. Há coi-sas que não se podem descrever no masculino, tais como: as cantigas de escárnio e de maldizer!

A propósito desta peculiar refe-rencia do masculino e do femini-no, não posso deixar de citar aqui um artigo do Jornal “Expresso” (da semana passada) que – com a devida vénia – aqui se transcreve: «Miguel Esteves Cardoso escreveu há pouco num artigo que dizer – como se diz agora – “portugue-sas e portugueses” não é, apenas um erro e um pleonasmo: é uma estupidez, uma piroseira e uma redundância que fede a um ma-chismo ignorante e desconfortavel-mente satisfeitinho. Somos todos portugueses e basta!»

Pessoalmente, não poderia es-tar mais de acordo. Na gramática portuguesa há substantivos unifor-mes, que não têm género; usando-

se, por isso, indistintamente para ambos os sexos.

Como é sabido, na língua Portu-guesa o “género” é uma categoria morfo-sintáctica que possui dois valores: “masculino” e “feminino”. Quando associado a um nome animado, o masculino refere geralmente um entidade do sexo masculino e o feminino refere uma entidade do sexo feminino.

Desta generalização ficam, no entanto, excluídos, os – também chamados – nomes “sobreco-muns”, os quais dispõem de um único valos de “género” qualquer que seja o sexo da entidade que referem [por ex. cônjuge, testemu-nha, corvo, águia].

Todavia, existem, ainda, outros nomes classificados de “comuns de dois”, cuja fórmula morfológica é ambígua quanto ao género, poden-do, contudo, essa ambiguidade ser resolvida pelo contexto sintáctico. [por ex. (um) jornalista, (uma) jornalista)].

Por fim, resta-nos dizer que, os valores do “género” associado aos nomes inanimados não têm um conteúdo referencial definido. [por ex. mapa, planta. Copo, taça, pêro, pêra, etc.].

Ora, com tanto problema no país por resolver, alguns deputa-dos, para disfarçarem, porventura, as suas próprias contradições, não se coíbem de assobiar para o lado, bem sabendo, no entanto, que a “abelhinha” não tem sexo!

O presente texto foi elaborado segundo as regras do anterior acordo ortográfico.

A OPERAÇÃO À HÉRNIAA OPERAÇÃO À HÉRNIAA OPERAÇÃO À HÉRNIANEM SEMPRE É NECESSÁRIANEM SEMPRE É NECESSÁRIA

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Confie no nosso trabalho (sistema Francês), competência profissional e assistência técnica regular

sem custos.Faça a sua vida normal com segurança e conforto.

Observação por Técnicos Especializados em:Reguengos de Monsaraz, Farm. Paulitos, dia 22 de Abril de manhã

Estremoz, Farmácia Costa, no dia 22 de Abril de tardeÉvora, Farmácia Motta, dia 27 de Abril de manhã

INSTITUTO HERNY BRUN PORTUGALTrav. Madressilva, 10-A - 1300-382 Lisboa - telefone 21 3630247

n Diamantino DiasOs problemas do país são na

verdade muito preocupantes, as consequências recaem em cima dos trabalhadores, dos refor-mados e do povo. Não apenas fruto das políticas seguidas nos últimos quatro anos pelo PSD/CDS-PP, mas também pelos sucessivos governos e, sobretu-do, pelas imposições da União Europeia, as quais se chocam com os interesses nacionais e com a soberania do País. Foi para encontrar soluções que revertes-sem políticas desastrosas para os trabalhadores e para o povo que foi assumida uma posição conjunta entre o PCP e o PS, para encontrar uma solução de compromisso para viabilizar o governo do Partido Socialista. Seria suposto que nesse esforço todos estariam empenhados, em pensar no País, nos trabalhado-res e no povo para resolver os problemas, mas os sinais são francamente preocupantes. Pela parte do Partido Socialista, no distrito os sinais revelam que a sua prioridade de momento são as eleições autárquicas de 2017, relegando para não sei quando,

posições sobre o enorme atraso na aprovação dos projectos para investimento público do Alentejo 2020. É que já lá vão dois anos e parece não haver nenhuma von-tade política para a sua execução, nem de alterações à exacerbada centralização dos mesmos, a diminuição do desemprego e a criação de emprego com direitos, a situação dos serviços desconcentrados do Estado que estão paralisados e alguns a fazerem boicote às orientações do governo, a reposição das Fre-guesias com o PS a abster-se nas tomadas de posição, a definição do calendário para o inicio das obras do novo Hospital Publico Central em Évora. É nestes e muito outros problemas que nos devemos concentrar no imediato e sobre isso os sinais são frágeis, as populações e os trabalhadores exigem mais acção e intervenção por parte do governo e de todos quantos intervém nas diversas estruturas tanto locais como em termos nacionais. O Bloco de Esquerda, a sua preocupação é alterar o nome do Cartão do Ci-dadão e outros nomes que sejam transversais ao género incluindo o seu próprio nome, tudo isto porque de facto “Simplesmente” navegam na espuma dos proble-mas desde que os outros façam o trabalho de fundo e quando não é isso gastam o seu tempo em ata-ques ao PCP construídos na base de inverdades e na amnésia da sua própria incoerência politica

tanto no País, como no Parla-mento Europeu “Simplesmente” esqueceram o voto sobre a Líbia, ou mesmo em outros assuntos internacionais como o voto da Moção sobre os ataques ao Par-tido Comunista da Ucrânia ou à ilegalização do Partido Comu-nista da Hungria. Não queremos nem estamos em condições de manter o nível da discussão por questões que em nada dignificam a vida política, o tempo neste novo quadro político é para agir, lutando para servir os trabalha-dores, o povo e o País, honrando os compromissos assumidos e, sempre e sempre, a estimular a sua participação na vida colectiva e na luta que em todos os tempos e em todas as circunstâncias mos-trou ser o factor determinante e decisivo de transformação social e política. Se há lição histórica apreendida pelo povo alente-jano e pelos trabalhadores, foi que nunca os nossos direitos, as conquistas obtidas, nos foram dados, foram conquistados pela luta e pela unidade deste povo, foi ontem é hoje e será assim no futuro. Porque Abril está aí e as comemorações do 42.º aniversá-rio dessa imemoriável data já tive-ram início, saibamos então todos dar o nosso contributo, agarrar nos ideais de Abril e assegurar a todos os que confiam no novo tempo que é possível minorar o sofrimento do povo, sim porque com Abril faremos de Maio a Fes-ta e a luta dos trabalhadores.

ASSIM “SIMPLESMENTE” NÃO!

Page 5: Ds dia20 04 2016

5RegionalQUARTA-FEIRA , 20 DE ABRIL DE 2016diário do SUL

Pub.

Até 24 de Abril acontecem mais de 30 mini-concertos surpresa em 25 espaços do centro histórico e da periferia de Évora, com a partici-pação de 16 grupos e mais de 160 cantores e músicos do concelho.

Estes espetáculos - com a duração máxima de 10 minutos - têm como curiosidade o facto de não serem anunciados e terem lugar em espaços onde normalmente não há música ao vivo, tais como locais de trabalho e lugares de passagem ou partida e chegada.

O miniconcerto que deu início ao evento decorreu na tarde do passado (dia 18), nos Paços do Concelho, com prolongamento para a Rua João de Deus. As honras de abertura couberam ao Grupo de Cantares do Centro de Convívio da Câmara de Évora.

Surpresas à parte estão agendadas duas atu-ações conjuntas com todos os grupos partici-pantes: No dia 23 Abril, às 11h, frente à Biblio-teca Pública de Évora/Templo Romano e, de 24 para de 25 Abril, à meia-noite, na Praça do Giraldo.

A iniciativa é da Câmara Municipal de Évora, da União de Freguesias do Centro Histórico, da União de Freguesias de Malagueira e Horta das Figueiras, da União de Freguesias da Sr.ª da

Saúde e Bacelo, e pretende celebrar mais um aniversário da revolução de Abril.

Os grupos participantes na iniciativa são os seguintes: Grupo de Cantares do Centro de Convívio da CME, Grupo Coral ARPIFHF, Grupo de Cantares SRDE, Grupo de Cantares AHRIE, Grupo Coral e Instrumental Vozes de Canaviais, Grupo da Associação de Reformados e Idosos do Bacelo, Cantadeiras ARPIFSS, Grupo Vozes do Alentejo, Corué – Coro da Universidade de Évora, Grupo Cantares de Évora, Vozes do Ima-ginário e Gigabombos, Cantadeiras de S. Miguel e Cantadores “Os Marchantes”, Estrelas da ARIFM, Grupo Coral da ARPIE, Tuna Sénior de Évora e Grupo Pastores do Alentejo.

As Vozes de Abril contam com um vasto leque de apoios, nomeadamente: Escola Básica S. Mamede, Escola Básica Horta das Figueiras, Escola Secundária André de Gouveia, Tuna Aca-démica do Liceu de Évora, Escola Secundária Gabriel Pereira, IEFP- Centro de Formação, Universidade Sénior de Évora, Hospital do Espí-rito Santo, Hospital do Patrocínio, Rodoviária do Alentejo, Art Café e Cendrev.

Durante os próximos dias mantenha-se atento porque, a qualquer momento, pode ser surpreen-dido com um miniconcerto perto de si!

Até 24 Abril em Évora:

VOZES DE ABRIL | Miniconcertos Perto de Si

n Maria Antónia Zacarias

P

Alentejo tem mais de 700 monumentos e sítios classificados

“Região tem sido discriminada negativamente quanto aos apoios para a requalificação do património”

ensar sobre os monumentos e sítios leva, a maioria das vezes, a questionarmo-nos a quem pertencem no sentido de apurarmos responsabilidades pelo facto

de grande parte estarem degradados ou votados ao abandono. Anteontem, assinalou-se o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, tendo 152 concelhos de norte a sul do país aberto os seus patrimónios e convidado as populações a participar, até hoje, em mais de 750 atividades, na maioria gratuitas. De acordo com a diretora regional de Cultura do Alentejo, o estado de degradação do património é altamente preocupante, sobretudo quando representamos um terço do país e possuímos mais de 700 edifícios e monumentos com vários tipos de classificação. Ana Paula Amendoeira reivindica mais verbas para a Cultura, salientando, contudo, o papel e o contributo que as autarquias têm tido, substituindo-se muitas vezes ao Estado, para a preservação destas representações da nossa identidade.

Através do património de uma nação é possível ficar a conhecer-se a história do seu povo. Nesse sentido, o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios foi criado há 14 anos num esforço de preservação da cultura e da história patrimonial.

Ana Paula Amendoeira considerou que o Alentejo tem situações muito difíceis e complicadas para resolver e que “não há meios para recuperar e preservar todos os monumentos que precisam ser requalificados”. A seu ver, só um trabalho articulado permitirá que tal seja

conseguido. E prosseguiu: “Há que sublinhar que sem a colaboração com as várias instituições, desde as misericórdias, juntas de freguesia, associações, tudo fica mais difícil. Apesar dos fortes constrangimentos, temos uma boa relação com os nossos parceiros”.

Sem esta rede, a mesma responsável, apontou que “a degradação do património seria muito maior, resultante de uma multiplicidade de fatores, entre os quais as diferentes tutelas que têm gerido o património, a falta de afetação dos monumentos a serviços concretos, bem como a escassa almofada de fundos do Estado”.

A diretora regional defendeu, assim, que é preciso trabalhar de uma forma muito estreita com as autarquias que “estão a desempenhar um papel muito importante, colmatando as lacunas do Estado, e aplicando fundos municipais”.

Em seu entender, há patrimónios que se deparam com situações muito graves, nomeadamente os exemplos das muralhas de Alcácer do Sal e as de Mértola. “Há muito trabalho feito, mas não chega”, frisou.

Ana Paula Amendoeira alertou que “o Alentejo, que é um terço de Portugal, tem mais de 700 edifícios e monumentos com vários tipos de classificação. Temos um valor patrimonial muito grande! Mas este património tem que ser preservado”. Voltou a chamar a atenção para o facto de a região alentejana ter vindo a ser discriminada negativamente pelo Estado. “As dotações são muito inferiores à de outras regiões, sobretudo porque temos bens de Património Mundial. O Orçamento de Estado para a cultura é historicamente inferior, sobretudo para o Alentejo, sendo difícil avançar com investimentos na área do

património, mesmo quando temos o apoio de fundos comunitários, porque há sempre uma dotação regional e nacional que é preciso ter para iniciar o projeto”, advertiu.

Hipódromodas ruínasde Miróbriga associao desportoà cultura

Sob organização da Direção-Geral do Património Cultural, resultante da extinção do Instituto de Gestão do Património Arquitetónico e Arqueológico (IGESPAR) e a fusão com o Instituto dos Museus, o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios decorreu, na segunda-feira, este ano, sob o mote “Desporto, um Património Comum”, destacando-se a importância social das

associações, clubes, museus e autarquias na formação identitária das comunidades e ainda nas diferentes expressões arquitetónicas que abrigam os espaços urbanos de cada município.

Deste modo, a diretora regional da Cultura do Alentejo sublinhou que o ponto alto das comemorações foi em Santiago do Cacém, mais precisamente em Miróbriga, que é uma antiga cidade romana situada perto da vila e freguesia de Santiago do Cacém, no município de mesmo nome. “A arqueologia revelou que a cidade ocupou o local de um antigo povoado da Idade do Ferro que existia desde o século IX a.C. e que nela existia um hipódromo, o único completamente conhecido em Portugal”, sustentou, acrescentando que esta escolha teve como fundamento a alusão aos Jogos Olímpicos que vão decorrer no Brasil este ano, mais precisamente no Rio de Janeiro.

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Portalegre

diário do SUL6 RegionalQUARTA-FEIRA , 20 DE ABRIL DE 2016

A Fundação Berardo vai ins-talar um Museu do Azulejo num palácio setecentista, na cidade de Estremoz, no Alentejo, reve-lou o presidente do município, Luís Mourinha.

Segundo o autarca, a Direção Regional de Cultura do Alentejo já deu parecer favorável ao rela-tório prévio, apresentado pela Fundação Berardo, para a insta-lação do museu, que vai incluir várias coleções particulares do empresário e colecionador de arte Joe Berardo, proprietário do imóvel.

O museu vai ser instalado no Palácio Tocha, um imóvel classificado como monumento de interesse público e situado

junto ao jardim municipal, cuja recuperação vai ser efetuada pela Fundação Berardo, indicou o presidente da Câmara de Estre-moz, no distrito de Évora.

O Palácio dos Henriques, vul-garmente conhecido em Estre-moz por Palácio Tocha, é um imponente imóvel setecentista, situado no Largo D. José I.

No interior do edifício des-tacam-se as salas e corredores cobertos por painéis de azulejos setecentistas.

No edifício funcionou um hotel no século XX.

Fundação Berardo vai instalar Museu do Azulejo

No seu livro Episódios da minha leucemia “Quero viver”, Joaquim Rosado sublinha (e citamos de cor): tenho sido contínuo consumidor de derivados de sangue, e não falo de meia-dúzia de transfusões. E nem sempre é fácil os hospitais satisfazerem, em tempo útil, as necessidades dos utentes. No seu dia-a-dia a Associação de Dadores Benévolos de Sangue de Portalegre – ADBSP – tem-se esforçado para que não falte, a quem dela necessite, uma gota de componente sanguíneo!

Recentemente estivemos nos Bombeiros de Sousel. Nesta colheita compareceram 25 pessoas, sete das quais mulheres. O almoço convívio foi servido nas Escolinhas, com o apoio da Câmara Municipal de

Dia Internacionaldos Monumentos e Sítios

Poeta e Escritor José Régio evocado

O Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, 18 de Abril , foi assinalado na Casa-Museu José Régio com a apresentação do livro “José Régio correspondência com seu irmão Antonino”. O livro foi apresentado por Maria José Madeira D’Ascensão e contou com intervenções de Filipe Delfim Santos (org.) e Manuela Pereira (sobrinha de José Régio e Antonino). Nesta correspondência inesperada entre José Régio e o seu irmão Antonino, há temas familiares, literários, políticos, existenciais e até psicanalíticos, revelando a atenção devotada pelo mais desconhecido dos cinco irmãos Reis Pereira à vida literária do seu famoso irmão.

Manuel dos Santos o homem e o toureiroApós ter sido publicada em Novembro

do ano passado, a biografia do toureiro Manuel dos Santos (1925 - 1973), da autoria do seu filho, Manuel Jorge Díez dos Santos intitulada “Manuel dos Santos - O Homem e o Toureiro”, suscitou imediatamente rasgos elogios, sobretudo no meio tauromáquico nacional, onde o matador de touros deixou marcas profundas que muitos ainda hoje, recordam e que referenciam como exemplo inspirador da força do querer e da vontade. A obra, das Edições Castelão, foi apresentada, em Monforte, durante uma sessão pública promovida pela editora, o

autor, a Confederação das Tertúlias de Vila Franca de Xira e a Associação Promotora do Museu do Neo-Realismo, em parceria com a Câmara Municipal.

Monforte

Associação de Dadores de Sangue não falta Sousel

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Estremoz

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7RegionalQUARTA-FEIRA , 20 DE ABRIL DE 2016diário do SUL

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n Roberto Dores

Fotos Exclusivas

H

Placa descerrada no pátio

Antigos alunos regressaram ao colégiopara homenagear o Padre Morais

á 40 anos que faleceu e há 55 que foi para

Lisboa, mas os seus antigos alunos não o esquecem. “Como é que ainda está na memória de tantos o nosso querido Padre Morais?”, questionava José Manuel Noites durante a cerimónia de homenagem aos Salesianos invocando um dos pioneiros da Escola dos Padres, onde esteve 32

anos (entre 1928 e 1960). Já antes tinha sido descerrada uma placa em memória de Pedro Vicente da Silva Morais – o seu nome completo - com a qual os antigos alunos quiseram expressar o seu reconhecimento a todos os educadores.

Foi uma manhã de domingo repleta de emoções e nostalgia, onde dezenas de antigos alunos marcaram presença na Missa que teve lugar na Igreja Maria

Auxiliadora, deslocando-se depois até ao pátio do colégio, ali ao lado, onde seria descerrada a placa. O presidente da Assembleia Geral do Centro de Antigos Alunos, José Manuel Noites, admitiu que a homenagem “já tardava”, considerando que o padre Morais “é uma verdadeira referência desta presença dos Salesianos em Évora de que foi pioneiro”, recordando parte da sua obra.

“De tudo fez durante os 32 anos em que cá esteve. Os que o conheceram aqui em Évora, e para tal têm que ter mais de 60 anos, recordam-no com um carinho de filho pelo pai, que os acompanhou na sua infância e parte da sua juventude”, descreveu o orador, pedindo a todos que consigo erguem-se a voz para se fazerem ouvir bem alto: “Eu sou do tempo do Senhor Padre Morais”, relembraram orgulhosamente em

uníssono os antigos alunos, tendo José Manuel Noites deixado ainda uma palavra para a comunidade atual, bem como para o diretor, o padre José Jorge.

Justificou que “são os recetores deste preito de gratidão do que hoje aqui se realizou e vai realizar. Mas estes sentimentos da nossa gratidão pela educação recebida também são extensivos a toda a província e a toda a Congregação Salesiana”.

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diário do SUL8 RegionalQUARTA-FEIRA , 20 DE ABRIL DE 2016

No âmbito da «Visita ao Alentejo Central», o Senhor Presidente da República,

Professor Marcelo Rebelo de Sousa, visitará a Universidade de Évora, no dia 22 de Abril de 2016, a partir das 11h.

Nesta visita à academia eborense, o Presidente da República assistirá a uma atividade de educação popular que decorrerá na sala José do Egipto (sala 124)

PRESIDENTE DA REPÚBLICA ASSISTE A ATIVIDADE DE EDUCAÇÃO POPULARDA UNIVERSIDADE POPULAR TÚLIO ESPANCA/UNIVERSIDADE DE ÉVORA

do Colégio do Espírito Santo e que é promovida pela Universidade Popular Túlio Espanca/Universidade de Évora.

A atividade em causa é uma «janela curricular de educação popular» e consistirá na realização de uma sessão de preparação de uma Visita de Estudo a Badajoz e à Universidade da Extremadura, em que estão envolvidos estudantes

e professores do Curso de Licenciatura em Ciências da Educação, no âmbito da unidade curricular de Educação de Adultos.

Os estudantes diretamente envolvidos na execução deste projeto são duas alunas ERASMUS da Universidade da Extremadura que, no presente semestre, frequentam a Universidade de Évora. Os destinatários da atividade de educação popular são os

estudantes ( jovens e adultos) dos polos de Alandroal, Canaviais, Portel e Viana do Alentejo da Universidade Popular Túlio Espanca e da Escola Comunitária de São Miguel de Machede.

De acordo com o Diretor da Universidade Popular Túlio Espanca, Professor Bravo Nico, a presença do Senhor Presidente da República nesta atividade é um honra para a instituição e uma oportunidade de conhecer um dos projeto inovador no ensino superior português que – através da participação de investigadores, professores, funcionários e estudantes

da Universidade de Évora e de uma rede de cooperação regional, envolvendo autarquias e instituições da sociedade civil – promove atividades de educação popular abertas à participação de pessoas de todas as idades e, dessa forma, concretiza a missão da Universidade de Évora, nomeadamente através da socialização e disseminação do conhecimento.

A «janela Curricular» que vai contar com a presença do Presidente da República inscreve-se no projeto «Janelas Curriculares de Educação Popular no Ensino Universitário», que é

promovido pela Universidade Popular Túlio Espanca/Universidade de Évora, apoiado e financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian (no âmbito do Programa Gulbenkian Qualificação das Novas Gerações/Projetos de Desenvolvimento do Ensino Superior) e que conta com os seguintes parceiros: SUÃO-Associação de Desenvolvimento C o m u n i t á r i o / E s c o l a Comunitária de São Miguel de Machede, jornal Diário do SUL, Delta Cafés, Câmaras Municipais de Alandroal, Portel e Viana do Alentejo, Junta de Freguesia e Casa do Povo de Canaviais.

Page 9: Ds dia20 04 2016

9PublicidadeQUARTA-FEIRA , 20 DE ABRIL DE 2016diário do SUL

[email protected]

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diário do SUL10 SociedadeQUARTA-FEIRA , 20 DE ABRIL DE 2016

NECROLOGIAHENRIQUE FELICIANO PELICIO MACHADO

( Ti Machadinho )É com pesar que comunicamos o falecimento do Sr. Henrique

Feliciano Pelicio Machado ( Ti Machadinho ), de 83 anos, viúvo de Mariana Machado, pai de João Paulo, Alexandra Cristina e Susana Isabel, natural de Arraiolos e residente no Lar N. Srª Conceição - Arraiolos.

O seu corpo esteve em câmara ardente na Capela N. Srª dos Remé-dios, onde dia 19.04.2016 pelas 17:30H foi celebrada a encomendação, seguindo o seu funeral para o Cemitério de Arraiolos.

Tratou do funeral a Agencia Funerária DiasLojas em Évora e Arraiolos

Diário do Sul apresenta a todos os familiares as suas mais sentidas condolências.

Num local priveligiado na cidade de Évora, com quartos duplos e individuais, com wc privativo, am-

plas salas, espaços circundantes ajardinados, máxima higiene e ambiente familiar. Visite-nos, estamos na

Aceita IdososResidência para Seniores Vista Alegre

Av. Dr. Francisco Sá Carneiro, 385 7000 - 757 ÉvoraTm: 929 372 974

Alvará N.º 2|2014

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“Senhor sede misericordioso com a nossa dor, como o vosso Pai” e com quem tem o nosso João no coração.

Meu fi lho, guarda-nos um cantinho, junto a ti e à nossa Janinha.Um dia nos reuniremos para encontrarmos a felicidade em Deus.

Os pais

N: 29|11|1980 F: 20|04|2001

JOÃO MANUEL CAEIRO MARQUES

15.º Aniversário

Esposa, filho, nora e netas, na impossibilidade de o fazerem pessoalmente como seria seu desejo, vêm por este meio participar a todas as pessoas das suas relações e amizade que será celebrada Missa pelo eterno descanso do seu ente querido, dia 21 de Abril, pelas 18h30m, na Igreja dos Álamos, agradecendo desde já a quem Missa pelo eterno descanso do seu ente querido, dia 21 de Abril, pelas 18h30m, na Igreja dos Álamos, agradecendo desde já a quem Missa pelo eterno descanso do seu ente querido, dia 21 de Abril,

se dignar assistir a tão piedoso ato.

AVENTINO JOSÉNEIXA INGLÊSMissa de 30.º Dia

A Feira do Livro está de regresso! O maior evento de promoção de leitura do concelho de Sousel, estende-se até dia 25 Abril, no espaço da Biblioteca e Auditório Municipal. O programa inclui atividades de animação de leitura, encontro com escritores, teatro e concertos, para além de encontrar à sua disposição inúmeros livros associados a diversas temáticas. Visite-nos!

FEIRA DO LIVRO EM SOUSELPub. Pub.

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11RegionalQUARTA-FEIRA , 20 DE ABRIL DE 2016diário do SUL

Festival Terras sem Sombra une música, património e biodiversidade

06:32 Repórter África

07:00 Zig Zag

11:05 O Meu Avô Republicano

12:05 Natureza e Vida Selvagem

12:30 Liberdade 21

13:25 Ciclismo: La Flèche Wallone

16:00 A Fé Dos Homens

16:30 Zig Zag

20:38 Rapazes Do Nada

21:00 Jornal 2

21:45 Página 2

22:00 Uma Aldeia Francesa

22:50 Almoço De 15 De Agosto

00:20 Cinemax Curtas

01:20 Sociedade Civil

02:20 Euronews

06:00 Edição Da Manhã

08:45 A Vida Nas Cartas: O

Dilema

10:00 Queridas Manhãs

13:00 Primeiro Jornal

14:30 Dancin’ Days

15:45 Grande Tarde

19:00 I Love Paraisópolis

20:00 Jornal Da Noite

21:30 Coração D’Ouro

22:30 Poderosas

23:30 A Regra Do Jogo

00:30 C.S.I.

01:30 Investigação Criminal

02:30 Podia Acabar O Mundo

03:15 Televendas

06:30 Bom Dia Portugal10:00 A Praça13:00 Jornal da Tarde14:15 Bem-vindos a Beirais15:00 Agora Nós18:00 Portugal em Direto19:00 O Preço Certo20:00 Telejornal21:00 Amadeo de Souza Cardoso: O Último Segredo Da Arte Moderna22:00 Aqui Tão Longe22:45 Versailles23:45 5 Para a Meia-Noite01:00 Surf Report01:15 Forever02:00 Ciclismo: La Flèche Wallone02:30 Grande Entrevista03:30 Os Nossos Dias04:15 Televendas05:00 Palavra aos Diretores05:30 Hora dos Portugueses (Diário)05:45 Online 306:00 Manchetes 3

diário do sulTVPROGRAMAÇÃO TELEVISÃO

RTP 1 RTP 2 SIC TVI

DISTRITO DE ÉVORAALANDROAL – AlandroalenseARRAIOLOS – VieiraBORBA – CentralESTREMOZ – Carapeta IrmãoÉVORA - PaçosMONTEMOR-O-NOVO – FreitasMORA – Falcão, CentralMOURÃO – CentralPORTEL – Misericórdia REDONDO – Casa do PovoREGUENGOS MONSARAZ – MartinsVENDAS NOVAS – RibeiroVIANA DO ALENTEJO – VianaVILA VIÇOSA – Monte

DISTRITO DE BEJAALJUSTREL – DiasALMODÔVAR – AureaALVITO – Nobre SobrinhoBARRANCOS – BarranquenseBEJA – SilveiraCASTRO VERDE – AlentejanaCUBA – MisericórdiaFERREIRA DO ALENTEJO – Fialho MOURA – Ferreira da CostaSERPA – Central VIDIGUEIRA – Costa

DISTRITO DE PORTALEGREALTER DO CHÃO – Alter; PortugalARRONCHES – Esperança; BatistaAVIS – Nova de Aviz

CAMPO MAIOR – CentralCASTELO DE VIDE – FreixedasCRATO – Misericórdia; MatosELVAS – LuxFRONTEIRA – Costa Coelho GAVIÃO – Pimentel MONFORTE – JardimNISA – Seabra PONTE DE SÔR – Cruz Bucho PORTALEGRE – ElvasSOUSEL – Mendes Dordio; Andrade

LITORAL ALENTEJANOALCÁCER DO SAL – MisericórdiaGRÂNDOLA – Moderna; Silva ÂngeloSANTIAGO DO CACÉM – BarradasSINES – Central

Farmácia de Serviço Tempo

ÉvoraAguac. Máx.: 18º C Min.: 8º C

Quarta-feira, 20

BejaAguac. Máx.: 19º C Min.: 9º C

PortalegreAguac. Máx.: 15º C Min.: 9º C

Évora - PSP- 266760450- GNR - 266748400- Protecção Civil- 266777150- Bombeiros Voluntários- 266702122- Hospital Espírito Santo - 266740100- Taxis- 266735735- Estação Caminhos Ferro - 707210220- SEF- 266 788 190 / 808 202 653- Universidade de Évora- 266740 800- Acção Social U.E.- 266 745 610- Piscinas Municipais- 266 777 186

Elvas- Bombeiros Voluntários- 268636320- PSP - 268639470- GNR - 268637730- Hospital Santa Luzia - 268 637600- Centro Saúde - 268622719- EDP - LTE - 800505505- Serviço de Águas - 268622267- Câmara Municipal Elvas - 268639740- Táxis - 268622287- Estação Caminhos Ferro - 707210220- Rodoviária do Alentejo - 268622875- Tribunal Judicial Elvas - 268639156

Telefones de Urgência- Repartição Finanças - 268622527

Beja- PSP - 284313150- GNR - 284311670- Protecção Civil - 284313050- Bombeiros Voluntátios - 284311660- Hospital de Beja- 284310200; 284310215 (horário nocturno)- Câmara Municipal - 284311800- Serv. Protecção Civil - 284311814- Posto de Turismo - 284311913- EMAS - 284313450 / 284313455- EDP - 284005000 / 800506506- Táxis de Beja - 284 322 474- Gare Rodoviária - 284313620- Caminhos de Ferro CP - 707210220

Portalegre- PSP- 245300620- GNR -245330888- Protecção Civil- 245201203- Bombeiros Voluntários - 245300120

Novos Fundosde Investimento Mobiliário

do Crédito AgrícolaA Crédito Agrícola Gest,

sociedade gestora de activos do Grupo Crédito Agrícola (GCA), disponibiliza, a partir de hoje, dois novos fundos de investimento: CA Dedicado Acumulação e CA Dedicado Valorização.

Tratam-se de dois Fundos de Investimento Mobiliário Aberto Flexíveis destinados a clientes particulares, primordialmente do segmento afluente denominado CA Dedicado, que revelem propensão para o risco.

Contemplando uma gestão flexível, assente numa visão global do mercado e sujeitos a um rigoroso controlo de risco, ambos os Fundos centram o seu investimento em obrigações, acções, instrumentos do mercado

monetário, certificados, ETFs e outros Fundos de Investimento, dispersos por diversas regiões, países e emitentes, constituindo desta forma um veículo privilegiado de diversificação do património dos Clientes do GCA.

Recomendados para investimentos superiores a um ano e com montantes mínimos

de subscrição de 25 mil euros, o CA Dedicado Acumulação e o CA Dedicado Valorização não tem comissões de resgate ou subscrição.

A subscrição do CA Dedicado Acumulação e do CA Dedicado Valorização pode ser feita diretamente nas Agências do Crédito Agrícola de todo o país ou em www.creditoagricola.pt.

06:30 Diário Da Manhã

10:10 Você Na TV!

13:00 Jornal Da Uma

14:45 Mundo Meu

16:00 A Tarde É Sua

19:00 The Money Drop

20:00 Jornal Das 8

21:40 A Única Mulher

22:57 Santa Bárbara

00:00 Love On Top: Extra

01:00 Grimm

02:00 O Escritório

03:00 Queridas Feras

05:00 TV Shop

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Prémio para Comenda GrandeReserva Tinto2012

O Festival Terras sem Sombra (FTSS) visitou pela primeira vez Ferreira do Alentejo, em parceria com o Município e a Paróquia desta vila,a 16 e 17 de Abril, obtendo um retumbante êxito. A igreja matriz de N.ªSr.ª da Assunção, um belo monumento do Barroco alente-jano, teve “casa cheia”. Apesar de a paróquia haver multiplicado os assentos, ainda ficaram de pé muitos espectadores, tal a ânsia de escutar o maestro Jean-Christophe Frisch, um “Indiana Jones” da mú-sica clássica, a dirigir o ensemble Le BaroqueNomade. Tudo isto fezdo concerto do serão de sábado um momento histórico.

Sediado em Paris, mas com pre-sença regular nos principais palcos do mundo, Le BaroqueNomade trouxe ao Alentejo um repertório alusivo à música brasileira, religiosa e profana, dos tempos do Reino Unido e do Império – ou seja, dos finais do séc. XVIII aos meados do séc. XIX. Encantou e surpreendeu, quer pelo colorido da interpreta-

O Barroco do Brasil triunfa em Ferreira do Alentejo pela mão de Jean-Christophe Frisch

ção, quer pelo virtuosismo dos so-listas, mostrando que, sob a égide do Barroco, não existiam fronteiras entre as sonoridades religiosas e profanas.

Um frémito de espiritualidade, eivado de profunda alegria, per-correu a assistência, em que se destacava um grupo significativo de espanhóis, vindo de Sevilha e outras cidades. Havia também portugueses das mais diversas partes, mas a população de Fer-reira fez questão de comparecer e aplaudiu, com rara intensidade, a excelente prestação de músicos, cuja performance faz sonhar com outras geografias e outras épocas, sem deixar de possuir, no entanto, qualquer coisa de familiar.

Não veio do Brasil o gérmen do fado? Não há nas modinhas do Rio de Janeiro e outras longínquas paragens qualquer coisa de similar com as modas do cante alentejano? Como sugere o título da 12.ª edição do Festival – “Torna-Viagem” –,mui-tos alentejanos que fizeram carreira

no Brasil regressariam à metrópole, trazendo consigo ritmos e sabores, já tocados pela influência dos tró-picos. É esta a experiência que o FTSS propôs como fio condutor em 2016, tendo sempre como pano de fundo a descoberta dos valores lo-cais, da paisagem aos monumentos e aos produtos de excelência.

Entre as personalidades que fi-zeram questão de marcar presença, cabe destacar o Prof. Mário Ruivo, o “pai” da oceanografia contemporâ-nea portuguesa, natural de Campo Maior, que preside ao Conselho Nacional do Ambiente e do Desen-volvimento Sustentável.

A manhã de domingo, 17, foi consagrada por músicos, especta-dores e comunidade local, numa colaboração com o Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade, a uma iniciativa em pleno campo, sob o mote Hospeda-ria de Peregrinos: A Barragem de Odivelas, Ilha de Biodiversidade no Oceano Olivícola.

Observou-se aí a existênciade uma extensa colónia de garças, com mais de 20 ninhos confirmados. Fo-ram também vistos muitos mergu-lhões-de-crista, patos e corvos mari-nhos, e dedicou-se especial atenção a orquídeas de grande raridade. José António Falcão, director-geral do FTSS, solicitou à Câmara de Fer-reira a classificação municipal de uma zona envolvente da barragem com um estatuto de conservação da biodiversidade. Algo que já é habi-

tual noutras regiões do país, mas nunca foi praticado no Alentejo.

Traduziu-se assim, no terreno, uma preocupação patente na Encí-clica LaudatoSí, do Papa Francisco:

“As estradas, os novos cultivos, as reservas, as barragens e outras construções vão tomando posse dos habitats e, por vezes, fragmen-tam-nos de tal maneira que as po-

pulações de animais já não podem migrar nem mover-se livremente, pelo que algumas espécies correm o risco de extinção”.

Ana Santos

Page 12: Ds dia20 04 2016

Programa da RTA, em parceria com a MetAlentejo

n Marina Pardal

ANO: 47.º NÚMERO: 12.756 PVP: 0,75€ QUARTA-FEIRA, 20 DE ABRIL DE 2016 diariodosul.com.ptdiariodosul.com.pt

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“Saúde mental e adolescência” foi o mote para o 15.º programa “Saúde Mental sem Tabus”, emitido pela Rádio Telefonia do Alentejo, em parceria com a MetAlentejo associa-ção para o bem estar psicossocial da comunidade.

Esta temática foi debatida com a psiquiatra Teresa Reis, presidente da MetAlentejo; o psicólogoDuarte Coxo, do Centro de Respostas Inte-gradas (CRI) de Évora; e a médica Joana Fernandes, interna de Medi-cina Geral e Familiar.

Nesta edição foram abordadas questões como a importância de medidas de prevenção e promoção da saúde mental na fase da adoles-cência, bem como as dependências e a adolescência, focando aspetos como o álcool, o tabaco ou as subs-tâncias ilícitas.

A consulta “AdolesSendo”, coor-denada por Duarte Coxo e realizada no IPDJ em Évora, foi outro dos destaques do programa.

Para início de conversa, Teresa Reis salientou que “o tema da saúde mental na adolescência é importante para a MetAlentejo, não só porque é na adolescência que aparecem muitas das doenças mentais graves, mas também porque uma adoles-cência com uma boa saúde mental pode fazer com que haja uma esta-bilidade ao longo da vida”.

A adolescência e a relação com as dependências em “Saúde Mental sem Tabus”

Nesta relação da adolescência com as substâncias, Duarte Coxo começou por focar que “as subs-tâncias estão enraizadas na nossa civilização há milhares de anos”, lembrando que “uma droga não é mais do que qualquer substância que altere o normal funcionamento do sistema nervoso central”.

A esse respeito, o psicólogo disse que “há as substâncias ilícitas, mas também as lícitas, como o álcool e o tabaco”.

Acrescentou ainda que “o Alen-tejo é a zona do país onde os adoles-centes começam a consumir álcool,

tabaco e canábismais cedo”.Consciente da impossibilidade

de acabar com esta questão das substâncias, Duarte Coxo frisou que “onde nós podemos fazer a dife-rença é mais na relação que as pes-soas têm com as substâncias”, sendo nesse sentido que se tem orientado o trabalho do CRI de Évora, situado no Bairro das Corunheiras.

De acordo com o mesmo especialista, “não há assim tanta diferença naquilo que poderá ser a dependência de uma raspadinha e naquilo que poderá ser uma depen-dência de cocaína”.

A relação com assubstâncias

Daí que advogue que “deixámos de estar tão preocupados com a substância em si, passámos a estar mais preocupados com a pessoa, com a relação que ela estabelece com a substância e com os seus comportamentos”, assegurando que “nos mais novos essa preocupação é ainda maior”.

Outro aspeto destacado por Duarte Coxo foram as quatro fases que existem no consumo das subs-tâncias. “Primeiro há a fase experi-mental, segue-se a recreativa (só em dias de festa, por exemplo), depois há os consumos regulares (pelo menos uma vez por semana) e por fi m a dependência diagnosticada (a pessoa já põe no centro do seu mundo a relação que tem com essa substância)”, explicou. No entanto, sublinhou que “é possível entrar na primeira fase, por exemplo, e não passar para as seguintes”.

Os diferentes efeitos das substân-cias (depressivos, estimulantes e alu-cinogénios) também foram realçados no programa.

Duarte Coxo exemplifi cou que há “um mito associado à canábis, pois a maior parte dos adolescentes não sabe que o princípio ativo da canábis, o THC, é uma substância alucinogénia”.

Por outro lado, frisou que “a nico-

tina é uma substância estimulante, ao contrário daquilo que se pensa, e a sensação de acalmar acontece quando já se é dependente e se sente a falta de um cigarro”.

Na sua perspetiva, “é importante que os pais e os professores conhe-çam esta realidade das drogas e das dependências, pois quanto mais conhecermos as coisas, menos elas nos assustam”.

Nesse âmbito, a psiquiatra Teresa Reis salientou “a importância de per-ceber todo o ambiente que envolve o jovem, pois ele está integrado numa família, na escola, na comunidade”.

Mencionou ainda que “o papel dos psicólogos nas escolas é essen-cial para abordar estas questões”, apontando ainda que “a prevenção do consumo de substâncias através da intervenção de outros jovens, aos quais se dá formação específi ca, tem vindo a mostrar resultados bastante positivos”.

Por sua vez, a média interna Joana Fernandes focou o papel dos cuida-dos de saúde primários nesta fase. “Na consulta com os adolescentes há sempre uma abordagem sobre esta parte das dependências, amizades e escola”, referiu.

Precisou ainda que, “normalmente os jovens, vão acompanhados pelos pais a essas consultas e nem sempre pedem para os pais saírem, mas nota-se que há pouco à vontade para fala-rem com os médicos de família”.

Consulta “AdoslesSendo” no IPDJ

Durante o programa foi desta-cada a consulta “AdolesSendo”, uma consulta para adolescentesde pre-venção indicada nas dependências.

Segundo Duarte Coxo, “esta é uma consulta descentralizada que o CRI de Évora realiza no IPDJ (Rua da República), às quartas-feiras, das 9 às 18 horas, tendo como público-alvo os jovens dos 12 aos 18 anos”.

Esclareceu ainda que “esta consulta não é para adolescentes que estão dependentes, mas sim para aqueles que estão numa fase anterior”, explicitando que “não são ainda diagnosticados com a tal dependência, mas já existe algum comportamento do risco”.

O psicólogo adiantou que “no CRI de Évora também desenvolve-mos trabalho ao nível da prevenção e da formação, nomeadamente para pais, policias ou professores”.

Garantiu ainda que “o CRI é cada vez menos um espaço só para toxicodependentes, mais sim um espaço onde as pessoas podem ir quando querem ter informações, prevenir ou tratar algo nesta área das dependências”.

Mais informações sobre a consulta de adolescentes no CRI de Évora e no IPDJ ou através do telefone 266 737 300 e do [email protected].

A médica Joana Fernandes, interna de MGF; a psiquiatra Teresa Reis, presidente da MetAlentejo; e o psicólogo Duarte Coxo, do CRI de Évora.