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Abril 2009

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Rodando por aí

Colhedoras semimontadas

Irrigação localizada

Perdas na colheita

Ficha Técnica - Kuhn

Test Drive - Farmall

Sistemas estabilizadores de barra

Ficha Técnica - John Deere

Adequação de máquinas

Operadores de colhedoras de cana

Coluna Estatística Máquinas

Coluna jurídica

Índice Nossa Capa

Charles Echer

Destaques

Test Drive Farmall 95Acompanhe o desempenho do mais novo integranteda família Case IH no Brasil, o Farmall 95, cabinado,indicado para pequenas e médias propriedades

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Por falta de espaço, não publicamos as referências bibliográficas citadaspelos autores dos artigos que integram esta edição. Os interessados

podem solicitá-las à redação pelo e-mail:[email protected]

Os artigos em Cultivar não representam nenhum consenso. Não esperamos quetodos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitosirão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foramselecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemosfazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões,para que o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidosnos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a opor-tunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.

NOSSOS TELEFONESNOSSOS TELEFONESNOSSOS TELEFONESNOSSOS TELEFONESNOSSOS TELEFONES: (53): (53): (53): (53): (53)

• GERAL• GERAL• GERAL• GERAL• GERAL3028.20003028.20003028.20003028.20003028.2000• ASSINA• ASSINA• ASSINA• ASSINA• ASSINATURASTURASTURASTURASTURAS3028.20703028.20703028.20703028.20703028.2070

• Editor• Editor• Editor• Editor• EditorGilvan QuevedGilvan QuevedGilvan QuevedGilvan QuevedGilvan Quevedooooo

• Redação• Redação• Redação• Redação• RedaçãoCharles EchCharles EchCharles EchCharles EchCharles Echererererer

• Revisão• Revisão• Revisão• Revisão• RevisãoAlinAlinAlinAlinAline Pe Pe Pe Pe Partzsch dartzsch dartzsch dartzsch dartzsch de Alme Alme Alme Alme Almeieieieieidddddaaaaa

• Design Gráfico e Diagramação• Design Gráfico e Diagramação• Design Gráfico e Diagramação• Design Gráfico e Diagramação• Design Gráfico e DiagramaçãoCristiCristiCristiCristiCristiananananano Ceio Ceio Ceio Ceio Ceiaaaaa

• Comercial• Comercial• Comercial• Comercial• ComercialPPPPPedededededrrrrro Batistino Batistino Batistino Batistino BatistinSedSedSedSedSedeli Feijóeli Feijóeli Feijóeli Feijóeli Feijó

• Circulação• Circulação• Circulação• Circulação• CirculaçãoSimSimSimSimSimononononone Lopese Lopese Lopese Lopese Lopes

• Assinaturas• Assinaturas• Assinaturas• Assinaturas• AssinaturasÂnÂnÂnÂnÂngggggela Oliveirela Oliveirela Oliveirela Oliveirela Oliveira Gonçalvesa Gonçalvesa Gonçalvesa Gonçalvesa Gonçalves

Grupo Cultivar de Publicações Ltda.www.revistacultivar.com.br

Cultivar MáquinasEdição Nº 84

Ano IX - Abril 09ISSN - 1676-0158

DireçãoDireçãoDireçãoDireçãoDireçãoNNNNNewton Pewton Pewton Pewton Pewton Peteretereteretereter

SchSchSchSchSchubert K. Pubert K. Pubert K. Pubert K. Pubert K. Peteretereteretereter

SecretáriaSecretáriaSecretáriaSecretáriaSecretáriaRosimRosimRosimRosimRosimeri Lisboa Alveseri Lisboa Alveseri Lisboa Alveseri Lisboa Alveseri Lisboa Alves

[email protected]

Assinatura anual (11 edições*): Assinatura anual (11 edições*): Assinatura anual (11 edições*): Assinatura anual (11 edições*): Assinatura anual (11 edições*): R$ 129,90(*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)(*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)(*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)(*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)(*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)

Números atrasados: R$ 15,00Assinatura Internacional:

US$ 130,00EUROS 110,00

Ficha TécnicaTrator John Deere 5603 eSemeadora Kuhn SDM Select

PulverizadoresEvolução dos sistemasestabilizadores das barrasde pulverização

Matéria de capa

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16 e 28

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• RED• RED• RED• RED• REDAÇÃOAÇÃOAÇÃOAÇÃOAÇÃO3028.20603028.20603028.20603028.20603028.2060• MARKETING• MARKETING• MARKETING• MARKETING• MARKETING3028.20653028.20653028.20653028.20653028.2065

• Expedição• Expedição• Expedição• Expedição• ExpediçãoDiDiDiDiDianferson Alvesanferson Alvesanferson Alvesanferson Alvesanferson AlvesEdson KrEdson KrEdson KrEdson KrEdson Krauseauseauseauseause

• Impressão:• Impressão:• Impressão:• Impressão:• Impressão:KKKKKunununununddddde Ine Ine Ine Ine Indústridústridústridústridústrias Gráfias Gráfias Gráfias Gráfias Gráficas Ltdcas Ltdcas Ltdcas Ltdcas Ltda.a.a.a.a.

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04 • Abril 09

Carlito Eckert

EscavadeiraEscavadeiraEscavadeiraEscavadeiraEscavadeiraA BMC Brasil Máquinas de Construção apresen-tou em março, duante a Feicana/FeiBio 2009, emAraçatuba, São Paulo, produtos voltados para alavoura da cana, como o trator de esteiras Bulldo-zer SD16, da Shantui, as pás carregadeiras HL740-7 e HL 757-7, da Hyundai, e a vedete daempresa na feira, a escavadeira R210LC-7, tam-bém da Hyundai. Com motor de 150HP, a má-quina é equipada com sistema para reforço de po-tência auxiliar, que aci-onado aumenta em até10% sua força de esca-vação. Uma válvula deregeneração do fluxodo braço permite mo-vimento de recolhi-mento mais suave, demodo que não haja for-mação de cavitação.

Grupo GetaGrupo GetaGrupo GetaGrupo GetaGrupo GetaO engenheiro agrônomo Eugênio Passos Schro-der foi o moderador do painel sobre tecnologiade aplicação aérea de fungicidas em arroz, soja,milho e trigo, promovido durante a Expodireto2009 pelo Grupo de Estudos em Tecnologia deAeroaplicação (Geta), formado por empresas eprofissionais ligados aosetor aeroagrícola. Oevento contou comapoio da Clínica Fitos-sanitária da Universi-dade de Santa Maria,Universidade de PassoFundo, Sindicato Na-cional das Empresas deAviação Agrícola e como patrocínio da Schro-der Consultoria.

AgrojetAgrojetAgrojetAgrojetAgrojetA Agrojet demonstrou na Expodireto 2009 oSkipper (GPS navegador). O equipamento pro-porciona aplicação com taxas variáveis, corteautomático das seções de barra e/ou válvula ge-ral, registro dos dados de trabalho em memóriainterna (com possibilidade de transferência parapendrive) entre outras funções.

Novos rumosNovos rumosNovos rumosNovos rumosNovos rumosMiguel Tale é o novogerente de Vendas parao Brasil e América Lati-na das empresas Comet(que industrializa bom-bas agrícolas e industri-ais) e GEO line (especi-alizada na produção depeças e componentespara pulverização).

StaraStaraStaraStaraStaraA Stara anunciou na Expodireto a construção deuma fábrica de fundição de aço no município deCarazinho (RS). O projeto tem inicialmente o obje-tivo de atender às necessidades do grupo e, posteri-ormente, abastecer outras empresas. Gilson Tren-nepohl falou da aquisição da SPW, empresa respon-sável pelo projeto inicial do autopropelido Gladia-dor, lançamento da Stara na feira. Durante o eventoforam comercializadas 15 unidades.

SemeatoSemeatoSemeatoSemeatoSemeatoEduardo Copetti, da Se-meato, visitou o estan-de da Cultivar na Expo-direto 2009 e mostrou-se entusiasmado com oresultado da feira. Noevento a empresa apre-sentou novidades, comoo trator Powersix 280 ea colheitadeira MultiCrop 4100.

BremenBremenBremenBremenBremenNicolau Spohr, da Bre-men, importadora deequipamentos para lu-brificação, participou daExpodireto. Entre asmetas da empresa para2010 está a de tornar-selíder brasileira no mer-cado de equipamentospara lubrificação.

AltekAltekAltekAltekAltekA Altek, empresa especializada em pulverização,representada no Brasil por Marco Luis Oppelt,expôs seus produtos durante a Expodireto, comdestaques para o Ultra 821 monitor de pulveriza-ção e Ultra 2500C controlador de vazão.

Magno JetMagno JetMagno JetMagno JetMagno JetA equipe da Magno Jet apresentou sua tecnolo-gia em bicos para pulverização. Eduardo Gonza-ga lembra que a empresa prima por manter sem-pre alto padrão de qualidade em seus produtos.

FFFFFockinkockinkockinkockinkockinkRagde Venquiarutti Pazassumiu o cargo de geren-te de Marketing do Gru-po Fockink. Entre os vá-rios segmentos de atua-ção da empresa está o desistemas de irrigação e ar-mazenagem de grãos,destaque na Expodireto.

Eugênio Schroder

Entrega recordeEntrega recordeEntrega recordeEntrega recordeEntrega recordeA Massey Ferguson entregou 79 tratores atravésdo Programa Mais Alimentos no final de março,na concessionária Itaimbé, em Santa Maria (RS).75 destas unidades eram do modelo MF 275/4, otrator mais vendido da história da mecanizaçãobrasileira, desde que foi lançado em 1975, repre-sentando 40,7% das vendas no segmento de 75cvnos últimos 15 anos. Evandro José Bortoluzzi, de24 anos, é um dos clientes e comemorou a aquisi-ção do primeiro trator novo de sua família, que morano município de Faxinal do Soturno (RS).

UniplasticUniplasticUniplasticUniplasticUniplasticO engenheiro Ale-xandre Felizari, daIndústria de PeçasPlásticas Uniplast,empresa especializa-da em moldes de in-jeção de plásticos,corte e dobra de cha-pas, soprados e inje-tados, participou daExpodireto 2009.

VVVVVence Tence Tence Tence Tence TudoudoudoudoudoCharles Rui Teixeira é onovo gerente de Marketingda Vence Tudo, empresaque produz plantadeiras esemeadeiras hidráulicas ede arrasto, plataforma paracolheita de milho, entreoutros produtos. Na Expo-direto o destaque ficou porconta do Tankão 6900,lançamento na feira.

Nicolau Spohr

Eduardo Copetti

Miguel Tale

Charles Rui Teixeira

Marco Luis Oppelt (esq.)

Evandro Bortoluzzi

Ragde Paz

Alexandre Felizari

Gilson Trennepohl (centro)

Eduardo Gonzaga (centro)

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perdas

06 • Abril 09

Omilho é uma das culturas mais im-portantes do mundo, com produ-ção projetada para a safra 2008/

2009 de 786 milhões de toneladas (USDA,2009) e o Brasil é o terceiro produtor mundialcom produção estimada em 49,5 milhões detoneladas, depois de EUA e China. A produti-vidade da cultura está condicionada a diversosfatores e mesmo com os tratos culturais sendorealizados de acordo, pode sofrer redução sig-nificativa se a colheita e transporte forem malconduzidos.

A colheita do milho pode ser realizada deforma manual, semi-mecanizada ou mecani-zada. A colheita mecanizada ocorre geralmen-te em médias e grandes propriedades, predo-minantemente com colhedoras automotrizes.As colhedoras semi-montadas são opções inte-ressantes para uma faixa de pequenas e médiaspropriedades, pois existem possibilidades deescolha com relação ao número de fileiras decolheita, permitindo a adaptação às mais varia-das situações. A colheita semi-mecanizada secaracteriza pela inserção de máquinas em algu-ma das etapas e nesse caso a etapa mais comu-mente mecanizada no Brasil é a trilha, quandoa retirada das espigas dos pés é feita manual-mente. Já a colheita totalmente manual é pou-co representativa.

Um dos desafios contínuos na colheita

mecanizada são as perdas quantitativas e qua-litativas. Os pontos de perdas mais expressivossão a plataforma despigadora e os sistemas in-ternos da colhedora, especialmente o sistemade separação (saca-palhas nas colhedoras maiscomuns – de fluxo radial). Essas perdas são al-tamente influenciadas pela taxa de alimenta-ção da máquina e pelas condições da lavourano momento da colheita. As perdas qualitati-vas são representadas pelas impurezas nos grãoscolhidos e danos mecânicos aos grãos, impor-tantes quando se trata da colheita de sementes.

A umidade dos grãos fora das condiçõesideais de colheita, as regulagens incorretas e avelocidade inadequada de deslocamento da

colhedora são responsáveis por elevados índi-ces de perdas de grãos. A minimização de per-das na colheita para um patamar aceitável podeser obtida por meio da eficiente regulagem dasmáquinas, do treinamento adequado dos ope-radores, da adequada manutenção das colhe-doras, da escolha da correta velocidade de tra-balho e da operação da colheita no momentoadequado.

As colhedoras semi-montadas de milho sãoconhecidas desde muito tempo e já não sãoutilizadas em países mais desenvolvidos e emgrandes propriedades. No entanto, em sistemasde produção em menor escala, como em pro-priedades pequenas e médias em várias regiões

Figura 1 – Vista lateral do reservatório de palha da colhedora C2 com detalhes do direcionador de fluxo e das ampliações para a colhedora C1 e C2

Pequenas,mas eficientesPequenas,mas eficientes

Fotos Unesp

Ensaio com colhedoras semimontadas, indicadas para pequenas e médiaslavouras de milho, mostra que esses equipamentos apresentam baixos níveis deperdas e boa resposta mesmo em velocidades de colheita mais elevadas

Ensaio com colhedoras semimontadas, indicadas para pequenas e médiaslavouras de milho, mostra que esses equipamentos apresentam baixos níveis deperdas e boa resposta mesmo em velocidades de colheita mais elevadas

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“““““A produtividade da cultura está condicionada a diversos fatores e mesmo com os tratos culturais sendoA produtividade da cultura está condicionada a diversos fatores e mesmo com os tratos culturais sendoA produtividade da cultura está condicionada a diversos fatores e mesmo com os tratos culturais sendoA produtividade da cultura está condicionada a diversos fatores e mesmo com os tratos culturais sendoA produtividade da cultura está condicionada a diversos fatores e mesmo com os tratos culturais sendorealizados de acordo, pode sofrer redução significativa se a colheita e transporte forem mal conduzidos”realizados de acordo, pode sofrer redução significativa se a colheita e transporte forem mal conduzidos”realizados de acordo, pode sofrer redução significativa se a colheita e transporte forem mal conduzidos”realizados de acordo, pode sofrer redução significativa se a colheita e transporte forem mal conduzidos”realizados de acordo, pode sofrer redução significativa se a colheita e transporte forem mal conduzidos”

Abril 09 • 07

do país e em condições semelhantes pela Amé-rica Latina e outras regiões do mundo, essasmáquinas ainda têm vida longa.

No nosso meio sempre estiveram associa-das a elevadas perdas, embora sejam escassosos estudos e avaliações criteriosas nesse senti-do. Em se tratando de testes e avaliação de de-sempenho de colhedoras, existem procedimen-tos bem estabelecidos para colhedoras autopro-pelidas. A capacidade de processamentos des-sas máquinas é vinculada a um limite de per-das, normalmente pré-estabelecido. As perdassão crescentes com o aumento da taxa de ali-mentação. Com adaptações pode-se utilizar esseconceito também na caracterização de colhe-doras semi-montadas. Foi assim que se desen-volveu um trabalho nesse sentido envolvendocolhedoras semi-montadas de milho, de uma eduas fileiras, para avaliar o desempenho quan-to aos aspectos de perdas quantitativas e quali-tativas.

Por não existirem normas específicas paratestes de colhedora semi-montada, foi adotadacomo referência a norma NBR 9740 (ABNT,1987), adaptando-a às condições das colhedo-ras ensaiadas. Foram utilizadas duas colhedo-ras Jumil semi-montadas, com sistema de flu-xo axial, posicionadas lateralmente em relaçãoao trator, para uma fileira de plantas (modeloJM – 350) – C1 - e para duas fileiras de plantas(modelo JM – 380) – C2. O trabalho foi recen-temente publicado (LIMA, C.M.; MOLIN, J.P.;ARAÚJO, J.C. e DEL PINO, M.A.I.T. Desem-penho de colhedoras semimontadas para a co-lheita direta de milho. Eng. Agríc., Jaboticabal,v.28, n.4, p.720-729, out./dez. 2008) e é parteda dissertação do primeiro autor.

O transporte e acionamento da colhedoraC1 foi realizado por um trator Massey Fergus-son, modelo MF 275 com Tração DianteiraAuxiliar (TDA), equipado com motor diesel de56,0 kW de potência. Para a colhedora C2 uti-

lizou-se de um trator Massey Fergusson, MF283 TDA, com 63,3 kW de potência. Os expe-rimentos foram realizados na Fazenda Experi-mental do Instituto Federal de Educação, Ci-ência e Tecnologia do Sul de Minas, CampusInconfidentes(MG).

Foi utilizado um milho híbrido triplo deciclo superprecoce (DEKALB 455). A semea-dura foi realizada em novembro de 2005, nosistema convencional, em uma área de aproxi-madamente 3 ha, com população final espera-da de 55.000 plantas ha, com espaçamentoentre fileiras de 0,8 m, com produtividade mé-dia de 8.000 kg/ha. Inicialmente as colhedorasforam reguladas por engenheiros da fábrica,designados para acompanhar os testes. As co-lheitas foram realizadas nos dias 19 e 24 de abrilde 2006, a partir do monitoramento do graude umidade dos grãos na lavoura, respectiva-mente de 22 e 16%. Foram coletados a palha eos grãos de milho processados pelas colhedo-

Figura 2 – Perdas de grãos como função da velocidade de deslocamento e do grau de umidade dos grãos, na plataforma (a), separação e limpeza (b) e trilha (c)

Colhedora de uma fileira (C 1) Colhedora de duas fileiras (C 2)

Plataforma (a)

Separação e limpeza (b)

Trilha (c)

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ras, além da coleta manual das espigas que nãoentraram na máquina.

Para facilitar o recolhimento do material foidesenvolvido um sistema que permitiu coletartoda a palha proveniente da saída da colhedo-ra, que consistiu em um reservatório que foiinstalado na sua lateral, com dimensões quecomportaram e armazenaram um volume depalha correspondente à parcela. Também foidesenvolvido um direcionador de fluxo, fazen-do a conexão entre a saída de palha da colhedo-ra e o reservatório, com dimensões que não cau-savam o estrangulamento do mesmo e não in-terferiram no processamento (Figura 1). Estemecanismo facilitou a operação de coleta nasparcelas e o descarte nas bordaduras. O reser-vatório foi revestido com chapa metálica lisacom os cantos arredondados na sua parte infe-

rior e telado na parte superior para permitir asaída do ar. O reservatório de palhas para a co-lhedora C2 foi ampliado em função da quanti-dade de massa ser o dobro daquela produzidapela colhedora C1. A ampliação consistiu emum alongamento do reservatório utilizando umsaco telado colocado no final do sistema.

Antes de iniciar a colheita, uma equipe per-correu as parcelas para coletar as espigas caídase de plantas tombadas, atribuindo esta a per-das de pré-colheita. Após a passagem da colhe-dora, as parcelas foram novamente percorridaspara coletar as espigas caídas no chão. Já grãoscaídos foram mensurados por amostragem como auxilio de uma armação retangular na largu-ra das plataformas.

Dos grãos colhidos foram avaliadas as im-purezas, grau de umidade, danos mecânicos e

falhas na germinação. A palha proveniente dacolheita de cada parcela foi pesada e abanadamanualmente utilizando peneiras. Os grãospresos aos sabugos também foram debulhadosmanualmente, determinando assim as perdasde trilha, separação e limpeza. Os danos aosgrãos foram avaliados a partir de amostras emlaboratório. Seguiu-se então o teste de germi-nação e de impurezas.

O experimento foi realizado com três velo-cidades de deslocamento com as marchas pri-meira reduzida, segunda reduzida e terceirareduzida, resultando nas velocidades de 0,53m/s, 0,77 m/s e 1,42 m/s no trator modelo MF275 e 0,59 m/s, 0,85m/s e 1,52 m/s no tratormodelo MF 283, mantendo-se a rotação daTDP em 540 rpm.

RESULTADOSAs perdas de plataforma foram mínimas

(Figura 2). Observou-se que a colhedora C1não apresentou esse tipo de perdas, enquanto acolhedora C2 demonstrou maiores perdasquando a colheita foi realizada com maior umi-dade dos grãos (22 %) na maior velocidade (1,52m/s). Na colheita realizada com grãos menosúmidos (16%) houve o inverso em relação àvelocidade de deslocamento.

Colhedora com um direcionador de fluxo, adaptadoentre a saída de palha da colhedora e o reservatório,a fim de evitar estrangulamento e danos

Figura 3 – Perdas como função da velocidade de deslocamento e do grau de umidade dos grãos, na separação e limpeza mais trilha (a) e perdas totais (b)

Colhedora de uma fileira (C 1) Colhedora de duas fileiras (C 2)

Separação e limpeza mais trilha (a)

Perdas totais (b)

Unesp

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“““““Estas colhedoras apresentam como pontos positivos o baixo custo de aquisição e de manutençãoEstas colhedoras apresentam como pontos positivos o baixo custo de aquisição e de manutençãoEstas colhedoras apresentam como pontos positivos o baixo custo de aquisição e de manutençãoEstas colhedoras apresentam como pontos positivos o baixo custo de aquisição e de manutençãoEstas colhedoras apresentam como pontos positivos o baixo custo de aquisição e de manutençãose comparado com as automotrizes, são adequada para pequenas e médias propriedadesse comparado com as automotrizes, são adequada para pequenas e médias propriedadesse comparado com as automotrizes, são adequada para pequenas e médias propriedadesse comparado com as automotrizes, são adequada para pequenas e médias propriedadesse comparado com as automotrizes, são adequada para pequenas e médias propriedades”””””

Figura 4 – Indicadores de qualidade como função da velocidade de deslocamento e do grau de umidade dos grãos: impureza nos grãos (a); danos mecânicos (b) e falhas na germinação (c)

Colhedora de uma fileira (C 1) Colhedora de duas fileiras (C 2)

Impureza nos grãos (a)

Danos mecânicos nos grãos (b)

Falhas na germinação (c)

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10 • Abril 09

Com relação às perdas nos sistemas de se-paração e limpeza, os diferentes graus de umi-dade dos grãos e as velocidades de deslocamen-to ensaiadas não apresentaram diferenças ex-pressivas para a colhedora C1. Contudo, para acolhedora C2 foi observado que o aumento davelocidade de deslocamento promoveu redu-ção dessas perdas.

A colhedora C1, com grãos menos úmidos(16%) não apresentou perdas expressivas natrilha. Contudo, com o milho mais úmido(22%) e na maior velocidade de deslocamento(1,42 m/s) foram observadas as maiores per-das. A colhedora C2 apresentou tendências se-melhantes, porém com valores maiores.

Quanto ao total de perdas, na colhedoraC1 os valores observados foram pouco acima 2% nas velocidades baixa e alta e um tanto me-nores na velocidade intermediária, para grãosmais úmidos, enquanto que para grãos menosúmidos as perdas totais mantiveram-se prati-camente constantes, em torno de 1% (Figura3). Com a colhedora C2 foram verificadas di-ferenças expressivas nas perdas totais de grãosquando comparadas as condições de trabalho,porém os valores foram bastante elevados secomparados a aqueles da colhedora C1. As per-das caíram sensivelmente com os aumentos navelocidade de trabalho nas duas condições deumidade de grãos e o melhor desempenho foiobtido com a maior velocidade de deslocamen-to e com os grãos menos úmidos. Com os grãosmais úmidos (22%), as perdas foram maioresdo que 2 % em todas as velocidades de desloca-mento.

A colhedora C1 apresentou uma maiorporcentagem de impurezas com grãos maisúmidos na medida em que a velocidade de tra-balho foi aumentada; o mesmo não ocorreu comos grãos menos úmidos (Figura 4). A colhedo-ra C2 não apresentou diferenças expressivas nascondições de trabalho, porém apresentou me-lhor desempenho do que a colhedora C1. Quan-

to aos danos mecânicos, ambas as colhedorasnão apresentaram diferenças expressivas entreas condições de trabalho. Para a colhedora C1,as falhas na germinação dos grãos de milhoocorreram de forma crescente com as velocida-des de trabalho para grãos menos úmidos e deforma decrescente para grãos mais úmidos. Nacolhedora C2 não se observam tendências.

Os testes realizados comprovado o fato deque o aumento da velocidade de colheita, noslimites testados, é benéfico em relação à dimi-nuição de perdas, diferentemente do que eraesperado, com base no comportamento comumentre as colhedoras autopropelidas. Em con-trapartida, com o aumento da velocidade decolheita, cresceram as porcentagens de impu-rezas nos grãos, para ambos os graus de umida-de dos grãos, confirmando o efeito de ausênciade um sistema integral de limpeza nas máqui-nas testadas. Os graus de umidade, tambémproporcionaram níveis diferentes de perdas;com 16 %, obtiveram-se resultados mais satis-fatórios do que com 22 %. Ambas as colhedo-ras não apresentaram perdas na plataforma,relacionando este fato às boas condições da la-voura, como a ausência de acamamento deplantas e baixa declividade do terreno. O baixoíndice de perdas na trilha obtido no teste com-

prova a eficiência na debulha das colhedoras,ambas com trilha de fluxo axial.

A colhedora de uma fileira apresentou mai-or eficiência no quesito perdas totais. Já nosindicadores de qualidade, impureza nos grãos,danos mecânicos e falhas na germinação, a co-lhedora de duas fileiras foi a mais eficiente. Odesempenho das colhedoras foi satisfatório nasvelocidades de deslocamento e graus de umi-dades testadas. Observa-se, com base nos re-sultados apresentados, que no grau de umida-de de 16 % é possível executar a colheita comvelocidades de deslocamento superiores às tes-tadas, ampliando a capacidade operacional dasmesmas, tendo como principal fator limitantea ocorrência de embuchamentos. Além disso,outros desafios são esperados como a trafegabi-lidade relacionada com a declividade da área eos elevados intervalos na escala de velocidadede deslocamento dos tratores.

Os resultados obtidos foram com regula-gens especificas para as condições do teste, exe-cutadas pelo fabricante. Para outras condiçõesde declividade, umidade dos grãos, variedades,produtividade, sugere-se regulagens específicas,sempre buscando a maior eficiência e produti-vidade da colhedora.

Estas colhedoras apresentam comopontos positivos o baixo custo de aquisi-ção e de manutenção se comparado comas automotrizes, são adequada para peque-nas e médias propriedades, apresentampouca complexidade e poucas regulagens,a fonte de potência (o trator) pode execu-tar outras tarefas na propriedade e opera-ram em declividades maiores que as auto-motrizes e com níveis aceitáveis de perdas.Como pontos negativos destacam-se a suabaixa capacidade operacional e as limita-ções de percurso por estarem sempre domesmo lado do trator.

Funcionários da empresa fizeram todas asregulagens necessárias para calibrar a colhedora

da melhor maneira possível

Equipe de campo fazendocoleta da palha para verificaras perdas no sistema de trilha

José Paulo Molin,USP/EsalqCarlos Magno de LimaJoão Célio de AraújoMiguel Angel Isaac T. del Pino,Ifect Sul de Minas

. M

Fotos Unesp

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Abril 09 • 11

gotejamento

Airrigação vem ganhando cada vezmais espaço no cenário agrícola brasileiro e mundial. De forma unâni-

me, tem-se dado preferência ao sistema de irri-gação localizada, entre outros motivos, pela eco-nomia de água, mas também pela facilidade deaplicação de nutrientes via sistema de irriga-ção, ou seja, fertirrigação. O conhecimento dodesempenho do sistema de irrigação localizadaé de fundamental importância, principalmen-

te na utilização da técnica de fertirrigação.A uniformidade de emissão de água pelo

sistema de irrigação é uma informação impor-tante, tanto na fase de projeto, como no acom-panhamento do desempenho após a implanta-ção. Em geral, os produtores não dispõem detempo e informações necessárias para avaliaros equipamentos de irrigação, que são utiliza-dos durante anos sem que haja revisão ou re-posição das peças danificadas. Este comporta-

mento é, sem dúvida, uma das principais cau-sas dos problemas relacionados à má distribui-ção de nutrientes e de água pelo sistema.

Este presente trabalho foi realizado com afinalidade de somar conhecimentos ao grandi-oso e valioso tema (manejo de fertirrigação),fornecendo informações, que foram moldadasda forma mais simples possível, para um me-lhor entendimento do presente tema, revelan-do os principais parâmetros que devem ser con-siderados na uniformidade de aplicação de águae nutrientes pelo sistema de irrigação.

INTERFERÊNCIA NA UNIFORMIDADE DEAPLICAÇÃO DE ÁGUA E NUTRIENTESAlguns fatores podem interferir na unifor-

midade da aplicação de água ou nutrientes nairrigação localizada.

Entupimento dos emissoresSegundo Resende (1999), na irrigação por

gotejamento, o problema mais comumenteencontrado em campo é o entupimento parcialou completo dos emissores, apresentando o in-conveniente adicional de não ser perceptívelvisualmente, dificultando a resolução do pro-blema. Este aspecto ressalta a grande impor-tância de avaliações periódicas no sistema, prin-cipalmente se a água de irrigação for de baixaqualidade ou o fertilizante utilizado apresentarimpurezas. Em se tratando de impurezas, o fer-tilizante empregado na fertirrigação deverá ser

Água uniforme

Conhecer o desempenho do sistema de irrigaçãolocalizada é fundamental, principalmente na

utilização da técnica de fertirrigação

Estabelecer uma determinada vazão de água econseguir mantê-la constante é um fator importantena irrigação localizada. Mas, para isso, é necessáriotomar cuidados básicos e fazer alguns cálculos

Estabelecer uma determinada vazão de água econseguir mantê-la constante é um fator importantena irrigação localizada. Mas, para isso, é necessáriotomar cuidados básicos e fazer alguns cálculos

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12 • Abril 09

Equação 2 - Determinação da vazão

Em que:Q: Vazão em L.h-1;V: Volume coletado em ml;T: Tempo de coleta em min.

Equação 3 - Determinação da vazão deágua aplicada

Em que:UE: Uniformidade de emissão, em per-

centagem;q 25%: Média de 25% dos menores va-

lores de vazão observados, em L.h-1;q: Média de todos os valores de vazão

observados, em L.h-1.

Equação 1 - Determinação do tempode fertirrigação

Em que:Tf: Tempo de fertirrigação;H: Tempo para estabilização do sis-

tema;Ti: Tempo de operação do injetor de

fertilizante;C: Tempo para a concentração alcan-

çar o extremo do sistema;TL: Tempo necessário para a lavagem

do sistema.

o mais concentrado possível, ou seja, a diluiçãono tanque de misturas deve ser bem precisa demodo a não haver elevada quantidade de resí-duos no tanque de mistura, evitando, assim, oentupimento dos emissores pela entrada des-tes resíduos no sistema de irrigação.

Reguladores de pressão com defeitoMuitas vezes os produtores não dão aten-

ção especial aos reguladores de pressão, vistoque estes podem apresentar vida útil reduzida.Estes aparelhos permitem a aferição da pressãono sistema e devem ser instalados nos pontosonde o controle de pressão é fundamental, ouseja, saídas de bombas, cabeçais de controle,início de linhas alimentadoras do sistema. Por-tanto, se os reguladores apresentam defeito enão são substituídos, os emissores podem estartrabalhando fora da faixa ideal de pressão for-necida pelo fabricante, reduzindo drasticamentesua uniformidade (Salomão, 2008).

Mesmo com o avanço da tecnologia emequipamentos de irrigação, como no desenvol-vimento de emissores autocompensantes, a afe-rição de pressão ao longo da linha lateral conti-nua sendo de grande importância, visto quemesmo os emissores autocompensados que tra-balham em uma ampla faixa de pressão e man-

têm a vazão praticamente constate necessitamde avaliação e que pressões abaixo ou acima darecomendada pelo fabricante podem resultarem grandes problemas na distribuição de águae nutrientes pelo sistema de irrigação.

Sistemas de filtragem mal dimensionadosÉ importante que os sistemas de filtragem

da água de irrigação estejam bem dimensiona-dos, normalmente o seu dimensionamento éem função da qualidade da água de irrigação evazão utilizada no sistema de irrigação.

Segundo Keller & Bliesner (1990), no di-mensionamento do sistema de filtragem, umdos parâmetros levados em consideração é nãopermitir a passagem de partículas com diâme-tros maiores que 1/10 e 1/15 ao do orifício doemissor, para gotejadores e microaspersores,respectivamente.

Tempo de fertirrigação x uniformidadede distribuição dos nutrientesPara o êxito na aplicação de nutrientes via

água de irrigação e necessário que o tempo defertirrigação seja determinado e respeitado, ga-rantindo, assim, a distribuição uniforme dasolução nutritiva para as plantas.

O tempo para estabilização do sistema é otempo necessário que a água gasta para percor-rer todo o setor de irrigação até o ponto maisdistante, ou seja, começa no acionamento dosistema de bombeamento e termina quando aágua chegar ao extremo do sistema, ocorrendoassim a estabilização da carga hidráulica. O se-gundo tempo é o de operação do injetor de fer-

tilizante, sendo o tempo gasto para que todaconcentração seja injetada no sistema de irri-gação. De fundamental importância, vem otempo de lavagem do sistema de irrigação apósa injeção de fertilizantes, para garantir a uni-formidade de aplicação dos nutrientes via águade irrigação, o tempo de lavagem, deverá ser odobro do tempo de operação do injetor de fer-tilizante. Com o auxílio de um condutivímetroportátil de fácil acessibilidade, devido ser uminstrumento simples e barato, o tempo de fer-tirrigação poderá ser determinado com preci-são satisfatória pela seguinte equação 1.

Sampaio et al, (1997), constataram que noinício da fertirrigação as concentrações de fer-tilizantes foram maiores nos primeiros emisso-res, o que se atribui ao tempo que a soluçãonutritiva gasta para chegar aos emissores finaise estabilizar a concentração. Assim, na fertirri-gação, a uniformidade de distribuição do nu-triente é diretamente proporcional ao tempode injeção e lavagem do sistema após a fertirri-gação.

A importância do tempo de fertirrigação emrelação à uniformidade de distribuição de ferti-lizantes pode ser observada na Tabela 1, nesta,a uniformidade foi determinada em uma linhalateral de 150m, com emissores instalados aintervalos de 1,5m, sendo que o tempo neces-sário para a água ou solução percorrer toda atubulação foi de 25 minutos.

DETERMINAÇÃO DA UNIFORMIDADEPara determinar a uniformidade de aplica-

ção de água é necessário medir a vazão dos go-tejadores ao longo das linhas laterais com oauxílio de uma proveta graduada e um cronô-metro. É de fundamental importância que osgotejadores estejam trabalhando dentro da fai-xa de pressão determinada pelo fabricante, paraisto, medidores de pressão devem ser instala-dos para conferência de pressão. A vazão podeser determinada pela equação 2.

Fatores com entupimento dos emissores, reguladores depressão com defeito e sistemas de filtragem mal dimen-sionados, pode interferir na uniformidade da aplicação

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“““““A procura por um sistema estabilizador bem dimensionado eA procura por um sistema estabilizador bem dimensionado eA procura por um sistema estabilizador bem dimensionado eA procura por um sistema estabilizador bem dimensionado eA procura por um sistema estabilizador bem dimensionado eum bom sistema de desarme de barra se torna indispensável”um bom sistema de desarme de barra se torna indispensável”um bom sistema de desarme de barra se torna indispensável”um bom sistema de desarme de barra se torna indispensável”um bom sistema de desarme de barra se torna indispensável”

Tempo de injeção(min)

505025251313

Tempo de lavagem(min)

500250250

Uniformidade,%

100259511817

TABELA 1 - Tempo de injeção e lavagemFigura 1 - Esquema da metodologia de determinação da uniformidade em gotejamento (adaptado de Silva et al, 2005)

Várias metodologias podem ser emprega-das na determinação da uniformidade, por con-veniência será ilustrada a metodologia de De-nículi et al, (1980). Os autores sugeriram a co-leta de vazão em oito gotejadores ao longo dalinha lateral, ou seja, do primeiro gotejador, dosgotejadores situados a 1/7, 2/7, 3/7, 4/7, 5/7, 6/7 e do último gotejador. Em uma linha lateralde 50m, as coletas seriam feitas no primeirogotejador, nos gotejadores situados a 7m, 14m,21m, 28m, 35m, 42m e último gotejador. Aslinhas laterais selecionadas, ao longo da linhade derivação, devem ser a primeira, as situadasa 1/3, 2/3 e a última linha lateral (Figura 1).

A uniformidade de aplicação de água é dadapela divisão entre a média de 25% das menoresvazões pela média de todas as vazões observa-das, e pode ser determinada pela equação 3.

Na Tabela 2 é possível observar os critériospara classificação dos valores de UE.

CONSIDERAÇÕES FINAISNão se deve irrigar pelo simples prazer de

dizer que está praticando agricultura irrigada,mas sim com o objetivo de aumentar o lucro,obter maior produtividade e qualidade, por issoa uniformidade de distribuição da água de ir-rigação é fator de fundamental importância e

não deve ser negligenciada, sendo que um sis-tema de irrigação desuniforme na aplicaçãode água nunca será uniforme na aplicação defertilizantes e, portanto, os danos podem serainda mais drásticos em relação ao uso da téc-nica de fertirrigação.

UE90% ou maior

80% a 90%70% a 80%

Menor que 70%

ClassificaçãoExcelente

BomRegular

Ruim

TABELA 2 - Critérios para classificação de UE

(adaptado de Bralts 1986).

Leandro Caixeta Salomão,Thais Regina de Sousa eRoberto Lyra Villas Bôas,FCA/Unesp

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perdas

Colhedora

M1M2M3

Sistemade trilha

AxialAxialAxial

Ano

200019982003

(kw)188209209

(cv)240284284

Largura daplataforma (m)

6,06,07,6

Capacidadegraneleiro (l)

6.3007.4007.400

Potência

Tabela 1 - Colhedoras utilizadas

Aprodução de soja no Brasil temaumentado acentuadamente nosúltimos anos, tanto pelo cresci-

mento do consumo na alimentação humanaquanto animal, em todo o mundo. No en-tanto, apesar das tecnologias modernas uti-lizadas durante as etapas de produção, a co-lheita ainda apresenta índices de perdas pra-ticamente inalteráveis. Durante o processode colheita, é normal que ocorram algumasperdas, porém é necessário que estas sejamsempre reduzidas a níveis aceitáveis para queo lucro do produtor seja maior.

A operação de colheita realizada de for-ma inadequada é uma das responsáveis pe-los danos causados às sementes e o conheci-mento do tipo de perdas e de onde elas ocor-rem é indispensável para que se possa adotarregulagens menos prejudiciais às sementes.

Além das perdas quantitativas, existemas qualitativas, que correspondem aos danosmecânicos, compreendendo alta taxa de se-mentes quebradas, trincadas e/ou rachadas,além da redução na germinação e vigor dassementes.

O presente trabalho foi desenvolvido como objetivo de quantificar e qualificar as per-das na colheita mecanizada da soja, compa-rando os sistemas de trilha axial e tangenci-al, em função de três velocidades de desloca-mento e duas rotações de trabalho do cilin-dro de trilha. As avaliações foram realizadasem propriedades produtoras de sementes de

soja, variedade M-Soy 8001, no municípiode Uberlândia (MG), sendo utilizados trêsmodelos de colhedoras axiais (Tabela 1).

AVALIAÇÕES REALIZADASDurante a colheita foram mantidas cons-

tantes: a rotação do molinete em 28rpm, aposição dos dedos do molinete (90° a 95°), aaltura do caracol ao fundo da barra (0,01m),a abertura de saída entre o côncavo e o cilin-dro 1,5 x 10-2m, a abertura da peneira supe-rior 1,5 x 10-2m e da inferior 1 x 10-2m e arotação do ventilador 1.115rpm.

A avaliação das perdas de grãos foi reali-zada por meio de determinações no campo,utilizando-se uma armação retangular comárea de 2,0m2, colocada transversalmente àsfileiras de semeadura. Após a coleta, os grãosforam separados e pesados, obtendo-se amassa dos grãos perdidos em kg/ha. As per-das foram determinadas antes do início dacolheita (perdas naturais), colocando-se a ar-mação em áreas não colhidas e após a passa-gem da colhedora (perdas totais). As perdasde cada máquina foram obtidas por meio dadiferença entre as perdas totais e natu-rais. Para a obtenção dos valores da rota-ção e velocidade de deslocamento, acom-panhou-se o operador num percursoequivalente ao comprimento do talhãodurante a colheita, anotando-se na pla-nilha as leituras realizadas no painel dasmáquinas.

As perdas qualitativas foram determina-das apenas para a análise, por se tratar daárea de colheita de sementes. Durante a co-lheita, pequenas amostras (2,0kg) de semen-tes foram coletadas na saída do elevador dedescarga dentro do tanque graneleiro. Apósa coleta foram realizados testes para a deter-minação de sementes quebradas, germina-ção, velocidade de germinação, emergência ede tretazólio, visando diagnosticar o vigor, aviabilidade e os danos causados pelo meca-nismo de trilha da colhedora.

RESULTADOSNuma das análises foram comparadas as

perdas utilizando-se a mesma máquina (M1),com velocidades e rotações diferentes. As per-das de sementes soltas e totais foram ligeira-mente superiores às maiores velocidades e ro-tações de trabalho do cilindro de trilha. Asanálises estatísticas para os testes de vigor,impurezas, bandinha, emergência em areia eíndice de velocidade de germinação, não apre-sentaram diferenças estatísticas para os fato-res velocidade e rotação, bem como para a

Grão a grãoGrão a grãoAvaliação conduzida comcolhedoras axiais em MinasGerais mostra fatores quecontribuem para aumento ediminuição das perdas nacolheita de soja

Avaliação conduzida comcolhedoras axiais em MinasGerais mostra fatores quecontribuem para aumento ediminuição das perdas nacolheita de soja

Fotos Unesp

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Abril 09 • 15

“““““O presente trabalho foi desenvolvido com o objetivo de quantificar e qualificar as perdasO presente trabalho foi desenvolvido com o objetivo de quantificar e qualificar as perdasO presente trabalho foi desenvolvido com o objetivo de quantificar e qualificar as perdasO presente trabalho foi desenvolvido com o objetivo de quantificar e qualificar as perdasO presente trabalho foi desenvolvido com o objetivo de quantificar e qualificar as perdasna colheita mecanizada da soja, comparando os sistemas de trilha axial e tangencialna colheita mecanizada da soja, comparando os sistemas de trilha axial e tangencialna colheita mecanizada da soja, comparando os sistemas de trilha axial e tangencialna colheita mecanizada da soja, comparando os sistemas de trilha axial e tangencialna colheita mecanizada da soja, comparando os sistemas de trilha axial e tangencial”””””

Tabela 2 - Porcentagem de sementes quebradas, tetrazólio (TZ 1-3), impurezas, bandinha, emergência (E) emareia e análise do índice de velocidade de germinação (IVG) de semente de soja colhida sob sistema de trilha axial

%Velocidade (V)

Rotação (R)

Bandinha

10,5 a11,8 a11,1 a

10,2 a12,2 a

Semente quebradas

6,8 a8,5 a7,9 a

6,8 b8,7 a

Tratamento

V1V2V3

R1R2

E

47,0 a73,9 a75,0 a

67,3 a64,1 a

IVG

11,6 a10,9 a11,1 a

11,3 a11,1 a

Impureza

6,0 a7,1 a6,0 a

7,3 a5,5 a

Vigor[Tz (1-3)]

92,3 a82,3 a92,6 a

87,7 a91,1 a

Máquinas

M2 (Axial - 1998)M3 (Axial - 2003)

V1 (3,5km h-1)1,9 A a1,1 A b

V2 (4,5km h-1)1,5 B a1,3 A a

Velocidade

Tabela 3 - Desdobramento da interação M x V para asperdas totais

Médias seguidas de mesma letra maiúscula na linha e minúscula na colu-na não diferem entre si pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade.

interação entre eles (Tabela 2).Como a variação de velocidades de 3,5 a

5,5km/h e rotações de trabalho do cilindrotrilhador de 400rpm a 500rpm encontravam-se em faixa adequada para a trilha de soja,não causaram danos significativos. De acor-do com a bibliografia, rotações do cilindrode trilha superior a 500rpm tornam-se pre-judiciais à qualidade das sementes, e veloci-dades de operação na faixa de 4,0 a 5,0km/hresultam em menores índices de perdas nacolheita e consequentemente, em menoresdanos mecânicos.

O aumento da rotação de 400rpm para500rpm proporcionou maior porcentagem desementes quebradas. Segundo argumentos deCosta et al, (2002), a colheita realizada commaiores rotações do cilindro de trilha resultaem níveis mais acentuados de danos mecâ-nicos, sementes quebradas e ruptura de te-gumento, principalmente quando associadoa maiores índices de deterioração por umi-dade, lesões por percevejos e teor de água dassementes/grãos no momento da colheita.

As porcentagens de sementes quebradasforam baixas para todos os fatores estuda-dos. Tal fato deve-se ao maior período de tem-po que o material permanece na seção de tri-lha, bem como devido a esta não ser tão agres-siva quanto a do sistema tangencial. Portan-to, máquinas dotadas com este tipo de me-canismo são indicadas para a colheita de se-mentes ou grãos mais sensíveis a danifica-ções mecânicas.

MÁQUINAS E VELOCIDADES DIFERENTESNa análise seguinte, utilizando a mesma

rotação, mas com velocidade e máquinas di-ferentes, verificou-se que, para a colhedoraM2 (Axial – 1998) foram encontradas maio-res perdas totais (Tabela 3), o que pode ser

Figura 1 - Perdas de sementes soltas, sementes na vagem e totais, em função: a) da velocidade de deslocamento; b) da rotação do cilindro de trilha

atribuído ao maior tempo de uso da colhe-dora em velocidade menor ou até mesmo peladiferença de idade de utilização, pois, segun-do Silva et al, (2004) as máquinas mais no-vas (com idade até cinco anos) tendem a apre-sentar menores valores de perdas quandocomparadas com colhedoras com mais de seisanos de idade.

Diante da avaliação realizada constatou-se que a velocidade de deslocamento e a ro-tação do cilindro não influenciaram as per-das de sementes.

As combinações de velocidade de opera-ção e rotações do cilindro de trilha não afeta-ram as variáveis vigor, impurezas, bandinha,emergência em areia e índice de velocidade degerminação. O aumento da rotação do siste-ma de trilha axial de 400rpm para 500rpmocasionou o aumento de sementes quebradas.

Não ocorreu diferença significativa en-tre as máquinas axiais nas diferentes veloci-

Equipe da Unesp Jaboticabal, querealizou o ensaio de perdas na colheita

no município de Uberlândia (MG)

Edvaldo Pereira dos santos,Rouverson Pereira da Silva eRafael Henrique de F. Noronha,Unesp/Jaboticabal

dades para as perdas de grãos soltos e grãosna vagem. A colhedora axial apresentou me-nores perdas de grãos soltos e maiores per-das de grãos na vagem. As colhedoras maisnovas apresentaram menores perdas que asmais antigas. . M

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semeadora SDM Select

16 • Abril 09

Os condutores de semente e adubo foram construídospara evitar o conhecido repique dentro do condutor

Anova semeadora múltipla da Kuhndo Brasil, SDM Select, foi lançadarecentemente com o objetivo de

atender tratores de baixa e média potência (en-tre 65cv e 110cv). Sua funcionalidade é desta-cada pela versatilidade e facilidade de manu-seio, possuindo um conjunto de soluções in-corporadas, encontradas atualmente somenteem semeadoras de maior porte.

A SDM Select sai configurada de fábricacom cabeçalho móvel, que facilita a troca deespaçamentos entrelinhas, e recâmbio de en-grenagens nas transmissões de adubo e semen-te, que permite uma troca rápida nas dosagenssem a necessidade de utilização de ferramen-tas. Suas linhas de plantio, com grande poderde corte e cobertura do sulco, acompanham comprecisão o terreno e contribuem para uma ger-minação homogênea.

Para o melhor aproveitamento de tempo eárea, possui dois suportes de semeadura, umdianteiro e um traseiro, sendo o traseiro mó-vel, possibilitando a montagem de diferentesconfigurações de linha. Além disso, o sistemaapresenta a possibilidade de intercalar as linhas,permitindo o trabalho com o dobro de espaça-mentos disponíveis. A semeadora ainda agre-ga boa relação peso x capacidade de carga, ge-

rando uma maior autonomia e aproveitamen-to das janelas de plantio, cada vez mais curtas.

A versatilidade da SDM Select pode seravaliada através da mudança de configuraçãoda versão grãos finos (culturas de inverno) paragrãos grossos (culturas de verão). A facilidadeda troca permite a modificação da configura-ção de maneira simples, onde se necessita so-mente da colocação das linhas de adubo e dokit transmissão grãos grossos, não necessitan-do a troca de linhas de semente, fato ocorridohoje com as semeadoras normais.

A máquina possui dois modelos básicos:2211/13 (configurada com 11 ou 13 linhas) e2215/17 (configurada com 15 ou 17 linhas).Os modelos permitem diferentes tipos de espa-çamento, que variam de 12,5 a 90 centímetros,englobando os diferentes tipos de plantio, tan-to para culturas de inverno como de verão.

LINHAS DE PLANTIOA semeadora SDM Select traz, em sua con-

cepção do conjunto chassi/linhas de plantio, apossibilidade dedefasagem das li-nhas, facilitandoo fluxo de palhadurante o plantio.

Além disso, apresenta grande capacidade decorte devido à construção dos elementos de se-meadura, bem como discos e condutores deadubo e semente. Apresenta uma boa flutua-ção de linha, pois apresenta um conjunto desistema pantográfico e mola acompanhandotodas as imperfeições do solo com a mesma forçade corte.

Os condutores de semente e adubo foramconstruídos sob a forma que une velocidade deplantio com flutuação de linha de maneira quevenha a evitar o conhecido “repique da semen-te dentro do condutor”, fazendo com que a dis-tância entre as plantas seja uniforme.

As articulações dos pantógrafos possuemum sistema de engraxamento permanente, evi-tando o atrito das articulações, prolongando a

vida útil deste sistema. Asgarras da linha possuemuma construção que eleva

os suportes de semeadura, fa-cilitando a passagem de palha,terra e obstáculos embaixo da

SDM SelectCom leveza e grande autonomia, a nova semeadora da

Kuhn agrega versatilidade e alto desempenho emdiferentes tipos de solos e culturas

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“Suas linhas de plantio, com grande poder de corte e cobertura do sulco“Suas linhas de plantio, com grande poder de corte e cobertura do sulco“Suas linhas de plantio, com grande poder de corte e cobertura do sulco“Suas linhas de plantio, com grande poder de corte e cobertura do sulco“Suas linhas de plantio, com grande poder de corte e cobertura do sulco,,,,, acompanham acompanham acompanham acompanham acompanhamcom precisão o terreno e contribuem para uma germinação homogênea”com precisão o terreno e contribuem para uma germinação homogênea”com precisão o terreno e contribuem para uma germinação homogênea”com precisão o terreno e contribuem para uma germinação homogênea”com precisão o terreno e contribuem para uma germinação homogênea”

Abril 09 • 17

Fotos Kuhn

máquina.O poder de corte da máquina aumenta sen-

sivelmente devido ao ângulo de ataque, ou seja,como a disposição dos discos de corte chega aosolo, onde com uma baixa carga de mola se con-segue um bom poder de corte.

A linha possui um conjunto de limpadoresinternos, permitindo o plantio sem problemasem diferentes níveis de umidade e textura dosolo, contribuindo para a limpeza permanentedos discos. Possui também uma predisposiçãopara montagens de diferentes tipos de conjun-tos de limitadores de profundidade e compac-tadores de solo.

RESERVATÓRIOPara aproveitar o tempo de plantio, a má-

quina necessita ter uma grande capacidade deadubo e fertilizante. A SDM Select atende aesta característica através de reservatórios emfibra de vidro, que evita problemas de corrosão,contribuindo para uma maior durabilidade.

Pelo fato do reservatório ser em fibra de vi-dro, este pode ser recuperado em caso de avari-

as ou desgastes. Também apresenta boa resis-tência ao impacto. A construção do reservató-rio é composta de diversos ângulos de queda deadubo e semente, permitindo que se apresentecompletamente vazia ao término de produtodentro da mesma, evitando com que permane-ça restos de adubo e semente, evitando tam-bém que fique uma pessoa sobre a máquinaobservando se está caindo semente ou não.

O reservatório possui também uma defa-sagem entre os distribuidores de adubo e se-mente, fazendo com que a manutenção de umdistribuidor seja feita de maneira rápida e efici-ente, visto que há um bom espaço para o traba-lho com os mesmos. A disposição dos distri-buidores de semente e adubo permite um ali-

nhamento com os elementos de corte,fazendo com que em diferentes ondu-lações e posições de linha a distribuição

seja feita de maneira uniforme e sem falhas.Possui também tampas com sistema pan-

tográfico de abertura, onde através de um pe-queno movimento obtém-se uma maior aber-tura da tampa, facilitando o abastecimento deadubo e semente, tanto com sacos de 60kg comocom bags. O reservatório é subdividido por umadivisória em fibra que permite uma adequaçãodos diferentes volumes de adubo e sementesolicitados no campo em conformidade com asdiferentes dosagens utilizadas.

RODADOSA SDM Select apresenta um conjunto de

rodados com uma excelente flutuação, fazen-do com que em posição de transporte, a má-quina consiga vencer obstáculos na estrada e,na lavoura, em posição de plantio, consiga pre-

A disposição dos discos e o ângulo de ataque daslinhas de plantio aumentam o poder de corte

Os reservatórios de sementes e adubo são construídos em fibra de vidro e possuem tampascom sistema pantográfico, que possibilitam a sua abertura com pequeno movimento

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18 • Abril 09

parar as linhas de plantio para o trabalho.Os conjuntos rodados possuem um con-

junto de mola e articulador, fazendo com queno momento do plantio em desníveis o conta-to do pneu com o solo não seja prejudicado.Possuem pneus 700x16, dez lonas bem próxi-mas ao chassi da máquina e consequentemen-te da primeira linha de plantio, fazendo comque em pequenas áreas haja total aproveitamen-to da mesma. Isso evita que as linhas de plantiosejam ocupadas pelo espaço do pneu.

Cada conjunto rodado é responsável peloengrenamento e giro dos distribuidores de me-tade da máquina, ou seja, há a possibilidade dese desligar a metade dos conjuntos dosadoresatravés de um sistema mecânico instalado pró-ximo ao rodado, facilitando os “arremates” emáreas menores.

CABEÇALHOA semeadora possui um sistema de cabeça-

lho móvel, permitindo que o tubo onde o mes-mo vai preso esteja sempre com espaço dispo-nível para serem colocadas linhas de plantio,fazendo com que diferentes espaçamentos pos-sam ser configurados. Também possui um ni-velador da máquina que, uma vez acoplada notrator, esta pode ser aproximada ou afastada do

solo através de um fuso regulador.

PLATAFORMAAlém de ser resistente e possuir um bom

espaço para trânsito, possui um sistema bascu-lante permitindo a livre passagem do operadorda máquina por entre as linhas, facilitando otrabalho e a manutenção das mesmas.

TRANSMISSÃOA transmissão é dotada de um sistema de

catracas, fazendo com que em posição de trans-porte toda a transmissão seja desligada, inclu-indo os conjuntos dosadores, para que se eviteparadas desnecessárias para desligamento dosmesmos.

Possuindo este sistema de catracas, o plan-tio com metade dos distribuidores é facilitado,visto que este sistema trabalha simultaneamentea um conjunto mecânico junto aos rodados,onde o agricultor escolhe qual dos lados damáquina deseja desligar, evitando manobrasdesnecessárias na área de plantio, proporcionan-do melhor germinação.

Este sistema também possui uma caixa decâmbio de engrenagens, onde através de umesticador, se possa estabelecer uma maior oumenor rotação no eixo de adubo e no eixo desementes de grãos grossos, fazendo com quediferentes dosagens possam se adequadar àmáquina.

As engrenagens possuem em sua constru-ção uma distância entre seus dentes, para queo engrenamento entre os dentes e a correnteocorra de maneira suave e constante, evitandodesperdícios ou falhas na distribuição.

O sistema de transmissão é protegido porabrigos, tampas e carenagens, para que não ocor-ra o contato do operador com correntes e en-grenagens quando a máquina estiver em movi-mento.

A transmissão possui esticadores ao longode todo o sistema, com o objetivo de manter ascorrentes sempre tensionadas e esticadas, im-pedindo possíveis quedas de corrente, bem comfalhas na distribuição.

DISTRIBUIÇÃOA máquina possui dois sistemas de distri-

buição: um para distribuição de semente e ou-tro para adubo. A distribuição de sementes fi-nas (para plantio de inverno) é realizada atra-vés de um rotor acanalado helicoidal. O distri-buidor encontra-se predisposto a trabalhar comsementes de diferentes tamanhos, pois o mes-mo possui uma regulagem onde a passagem dasemente seja maior ou menor.

A variação de fluxo, ou seja, a saída de se-mente pode ser realizada através de um regula-dor volumétrico, que apresenta diferentes po-sições de acordo com a necessidade de semea-dura recomendada.

A distribuição de sementes grossas (paraplantio de verão) é realizada através de ummecanismo denominado distribuição horizon-tal, onde possam ser adaptados discos com fu-rações que variam de acordo com o tamanhoda semente e quantidade de grãos por metrorecomendada para o plantio.

A distribuição de adubo é realizada atravésde dosadores conhecidos como rosca sem-fim,ou seja, uma mola que através do seu giro rea-liza a dosagem do adubo. Os passos são de ¾”,1” e 2”. O distribuidor de adubo possui seuexterior em polímero e a rosca possui seu mate-rial em aço inoxidável para evitar a corrosão.

Existe a possibilidade da chamada super-dosagem, onde através da troca de engrenagensobtém-se o dobro de quantidade de fertilizantedespejado no solo.

SULCADORESOs sulcadores, ou elementos rompedores

do solo, estão disponíveis sob duas formas. Nosmodelos predispostos para grãos finos existe osistema de discos duplos defasados entre si, istoé, um disco maior que o outro. Neste caso 13½” e 14”, com um ângulo mínimo entre osmesmos com o objetivo de aumentar o poderde corte.

Os rodados com pneus 700x16 ficam próximos aochassi e são responsáveis pelos giros dos distribuidores

A SDM Select possui sistema de cabeçalho móvel enivelador para a aproximação ou afastamento do solo

O sistema de plataforma basculante permite a livrepassagem do operador da máquina por entre as linhas

Vista lateral da SDM Select, semeadorabastante compacta e ágil

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“““““A SDM SELECT possui dois modelos que servem para as culturasA SDM SELECT possui dois modelos que servem para as culturasA SDM SELECT possui dois modelos que servem para as culturasA SDM SELECT possui dois modelos que servem para as culturasA SDM SELECT possui dois modelos que servem para as culturasde inverno e verão. O modelo 2211/13 e o modelo 2215/17”de inverno e verão. O modelo 2211/13 e o modelo 2215/17”de inverno e verão. O modelo 2211/13 e o modelo 2215/17”de inverno e verão. O modelo 2211/13 e o modelo 2215/17”de inverno e verão. O modelo 2211/13 e o modelo 2215/17”

Fotos Kuhn

Nos modelos predispostos para grãos gros-sos, esta configuração também se encontra dis-ponível, porém, mais um sistema é acrescenta-do para o corte do solo e deposição do adubo: osistema de flutuação limitada. Dotado de umdisco reto de 17” e um facão, este sistema, atra-vés do trabalho de molas, permite que o facãopossa, além de romper o solo, vencer obstácu-los e pedras existentes na lavoura, prevenindoparadas desnecessárias durante o plantio.

SISTEMA HIDRÁULICOO sistema hidráulico é composto de dois

cilindros de tamanho idêntico e também deuma válvula divisora de fluxo, que tem o obje-tivo de manter o sincronismo entre os rodadosdurante a transição das posições de plantio etransporte. Também, através deste sistema, exi-ge-se uma menor vazão da bomba do trator,

tendo movimentos rápidos e precisos.

LIMITADORES DE PROFUNDIDADEOs limitadores de profundidade traba-

lham sob a forma de pantógrafo e balancim,tendo como finalidade absorver as imperfei-ções do terreno existentes entre as linhas.Possui duas bandas de rodagem de borracha,posicionadas uma em cada lado dos discos.Também possui uma regulagem de profun-didade e uma regulagem angular, evitandoacúmulo de terra e palha e o consequentetravamento do conjunto.

COMPACTADORESNecessário para a versão de grãos grossos, o

conjunto de compactadores é composto de duasrodas estreitas de borracha. Também possuiuma regulagem angular e uma regulagem de

Alavanca posicionada próxima aos rodados possibilitaescolher qual dos lados da máquina deseja desligar

pressão de compactação, adaptando-se a dife-rentes tipos de solo.

O conjunto compactador possui um mo-vimento independente ao da linha, fazendocom que este permaneça sempre em conta-to com o solo, impedindo que fiquem se-mentes descobertas, bem como bolsões dear ao redor da semente, facilitando sua ger-minação.

MODELOSA SDM Select possui dois modelos que ser-

vem para as culturas de inverno e verão. Omodelo 2211/13 e o modelo 2215/17. A versão2211/13 poderá ser configurada com 13 linhascom espaçamento de 17cm entrelinhas. Tam-bém podem ser montadas seis linhas de grãosgrossos com espaçamento de 40cm entre asmesmas. A versão 2215/17 poderá ser configu-rada com 17 linhas com espaçamento de 17cmentrelinhas. Também podem ser montadas oitolinhas de grãos grossos com espaçamento de40cm entre as mesmas.

Como opcionais, estão disponíveis a cai-xa de pastagem, que é montada junto ao re-servatório de adubo, o contador de hectaresmecânico ou eletrônico e os marcadores delinha acionados hidraulicamente.

Sistema de engrenagens para definição deespaçamentos e dosagens de sementes

. M

A máquina possui dois sistemas de distribuição: umpara distribuição de semente e outro para adubo

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20 • Abril 09

Test Drive - Farmall 95

Como de costume, a revista Cul-tivar Máquinas realizou umtest drive de mais uma novida-

de no setor de máquinas agrícolas. Esti-vemos na cidade de Passo Fundo, para aótima oportunidade de testar e levar in-formações aos leitores sobre o trator CaseIH modelo Farmall 95, que pretende aque-cer ainda mais a disputa pelo mercado na-cional de tratores de médio porte, na ca-tegoria de quatro cilindros turbo e aspira-dos. O Farmall 95 é um dos modelos dalinha Farmall que integram a oferta denovidades da empresa Case IH para o anode 2009 no Brasil. Os tratores desta linhaforam apresentados no hall de lançamen-tos da Case IH durante o Show Rural Co-opavel e, posteriormente, na Expodireto,reforçando a tendência de aumento dasvendas, em âmbito nacional, de tratoresdestinados a pequenas propriedades ru-rais, contando com dois modelos: o Far-mall 80, com motor aspirado de 80cv, e oFarmall 95, com motor também de qua-tro cilindros turboalimentado de 95cv.

Nossa equipe foi recebida por represen-tantes-técnicos da Meta, revenda exclu-siva dos tratores Case IH para o estadodo Rio Grande do Sul, e teve a oportuni-dade de contar com o apoio institucional,por meio de representantes do departa-mento de Marketing da fábrica. A CaseIH foi comprada pelo Grupo Fiat, em1999, e pela qualidade dos seus produtos,permaneceu viva como uma marca den-tro do conglomerado de empresas forma-do pela CNH.

Atualmente fabricados em Ankara, naTurquia, os tratores da linha Farmall regis-tram um significativo histórico de comerci-alização em diversas partes do mundo. Omercado sul-americano é dividido em trêsregiões, Brasil (desde 2009), Argentina (des-de 2008) e a divisão restante da América,que desde 2002 é mercado para estes trato-res. No entanto, há mais de dez anos estalinha é utilizada por produtores de paíseseuropeus.

É importante salientar que o trator che-ga ao país pronto para uso, desembarcando

no Porto de Santos (SP) e seguindo direta-mente para a fábrica da Case IH. Aos inte-ressados em adquirir algum trator desta li-nha, cabe ressaltar alguns esclarecimentosinerentes a formas de aquisição e suportetécnico.

A Case IH possui atualmente 46 pon-tos de venda no país, dispondo de um es-truturado plano de expansão de vendas.Tomando como exemplo, o Rio Grande doSul deve receber mais duas filiais previstaspara 2009, além da Meta, Passo Fundo, queestá em pleno funcionamento. Tal plano deexpansão ancora-se na atual conjuntura domercado interno de tratores classificadoscomo de pequeno e médio porte, que seencontra bastante aquecido e já respondepor mais de 50% do volume de máquinascomercializadas no país. A empresa possuiuma Central de Distribuição de Peças emItu (SP), sendo que a cidade de Sorocaba,também opera como aporte comercial, comprevisão de aumento das atividades nos anosseguintes. Os tratores da linha Farmall nãopodem fazer parte dos programas Mais Ali-

Farmall 95Testamos o trator Farmall 95, o mais novo integrante

da Case IH no Brasil, configurado para atuar empequenas e médias propriedades, mas com a mesma

tecnologia utilizada pelos gigantes da família

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“““““O motor utilizado atende os requisitos de TO motor utilizado atende os requisitos de TO motor utilizado atende os requisitos de TO motor utilizado atende os requisitos de TO motor utilizado atende os requisitos de Tier II para emissão de poluentes, o que minimiza a poluição e diminuiier II para emissão de poluentes, o que minimiza a poluição e diminuiier II para emissão de poluentes, o que minimiza a poluição e diminuiier II para emissão de poluentes, o que minimiza a poluição e diminuiier II para emissão de poluentes, o que minimiza a poluição e diminuios riscos inerentes ao trabalho e à saúde do operador e também colabora para redução dos impactos ambientaisos riscos inerentes ao trabalho e à saúde do operador e também colabora para redução dos impactos ambientaisos riscos inerentes ao trabalho e à saúde do operador e também colabora para redução dos impactos ambientaisos riscos inerentes ao trabalho e à saúde do operador e também colabora para redução dos impactos ambientaisos riscos inerentes ao trabalho e à saúde do operador e também colabora para redução dos impactos ambientais”””””

Abril 09 • 21

mentos e Finame, devido ao fato de seremimportados, porém, a empresa disponibili-za uma linha de crédito com condições quese equivalem ao Finame, facilitando assima aquisição destas máquinas, com financia-mento direto do fabricante e do qual o com-prador pode receber informação, diretamen-te nos revendedores autorizados. Há um

plano da empresa de crescimento e expan-são de atendimento para o mercado abaixode 130cv até o ano 2012.

TESTEO Farmall 95 que testamos é dotado de

um motor Case IH diesel, de quatro cilin-dros, com 3,9 litros de volume, turbocom-pressor Garrett, bomba injetora rotativaBosch, resultando em 95cv de potência, comuma reserva de torque de 33%. O outromodelo desta faixa de potência é o Farmall80, que apresenta um motor com potênciade 80cv, em regime de aspiração natural,com reserva de torque em 30%. Na Europa,além dos modelos que começam a ser ven-didos aqui, também são fabricados os mo-delos Farmall 60 e 70, com motor de trêscilindros, e o modelo Farmall 90, com mo-tor quatro cilindros, também turbocompri-

mido.O motor utilizado atende aos requisitos

de Tier II para emissão de poluentes, o queminimiza a poluição e diminui os riscos ine-rentes ao trabalho e à saúde do operador,colaborando também para redução dos im-pactos ambientais. Ainda mencionando ascaracterísticas do motor, merece destaque oprojeto do cabeçote do cilindro no sistemacross flow visando uma redução no consu-mo de combustível. Neste sistema a entra-da do fluxo de ar para o cilindro situa-se nolado oposto à saída dos gases de escape, oque melhora a eficiência da queima.

O Farmall 95 pesa aproximadamente4.550kg (com cabina) e 3.770kg (sem cabi-

Vistas frontal, lateral e traseira doFarmall 95, que apresenta design

semelhante ao dos tratores maiores

Fotos Charles Echer

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22 • Abril 09

A caixa de fusíveis automotivos estáposicionada dentro da cabine do trator,ao lado do assento, bastante acessível

na) com distribuição de lastragem metálicatraseira de 300kg (três pesos de 50kg cadapor roda traseira) e lastragem dianteira pe-sando 458kg, formada por uma estruturafixa pesando 88kg e que serve de suportepara seis pesos de 45kg cada, e mais umaestrutura de 100kg que serve como supor-te, para que se possa tracionar o trator poroutra máquina, em situações adversas.

Os modelos da família Farmall que che-gam ao Brasil estão dotados de pneus dia-gonais, nas medidas: traseiros são 18.4 - 30e os dianteiros 13.6 – 24, sendo que a CaseIH progressivamente apresentará os mode-los Farmall com mais configurações depneus. Estes tratores possuem eixo diantei-ro marca CNH classe II, com transmissãocentral. Já o eixo traseiro apresenta um sis-tema inovador de regulagem da altura do

vão livre, pormeio do movimento de ajuste da carca-

ça do semieixo das rodas traseiras à estru-tura central da transmissão. A distânciaentre eixos é de 2.400 milímetros e no eixodianteiro nota-se uma angulação de até 50graus das rodas dianteiras, durante as ma-nobras, o que provoca a diminuição do raiode giro para um mínimo de 4,1 metros.Operar este trator aparentou ser, para nós,uma tarefa agradável e segura, proporcio-nando uma economia de tempo e uma me-nor utilização de espaço, fatores essenciaispara um aumento da capacidade operacio-nal da máquina em condições de trabalho acampo.

Os tratores da linha Farmall possuemtransmissão sincronizada Syncromesh, do-tada de quatro marchas e três grupos, pro-porcionando uma relação 12x12, uma vezque o sistema inversor Shuttle Commandpossibilita que as mesmas configurações demarcha possam ser utilizadas tanto à frentecomo à ré. No caso de haver necessidade deatender tarefas de velocidades excessivamen-te reduzidas, estes tratores podem vir dota-dos de creeper opcional, que possibilita umasuper-redução da velocidade de trabalho, al-cançando-se velocidades ao redor de 300metros por hora, com uma relação de mar-chas 20x12. Assim, o Farmall 95 torna-sebastante versátil na realização de suas tare-fas diárias, uma vez que assume funções quevão desde o transporte de variados tipos dereboques, seja em pequenas, médias ou gran-des propriedades rurais, até funções de ara-ção, gradagem, semeadura e pulverização,mais voltadas para pequenas e médias pro-priedades. Cabe ressaltar a facilidade noacionamento do sistema de tração integra-do desta máquina. Referindo-se ao sistema

de tomada de potência (TDP), este é de duasvelocidades (540 e 540E) com acionamen-to mecânico. Tal sistema permite que se optede forma adequada por qual dos dois regi-mes o operador utilizará, alterando-se deforma fácil em relação à rotação de traba-lho, acarretando uma menor rotação do mo-tor, com consequente redução no consumode combustível em tarefas de menor esfor-ço. Outro fator que pôde ser avaliado du-rante o test drive foi a boa capacidade defrenagem do Farmall 95, que se dá por um

O eixo traseiro tem um sistema inovador de regulagemde altura do vão livre, com ajuste na carcaça do

semieixo, já o eixo dianteiro é classe II

Fotos Charles Echer

Page 23: Maquinas 84

“P“P“P“P“Para a realização de atividades de verificação diária, como o nível de óleoara a realização de atividades de verificação diária, como o nível de óleoara a realização de atividades de verificação diária, como o nível de óleoara a realização de atividades de verificação diária, como o nível de óleoara a realização de atividades de verificação diária, como o nível de óleodo motordo motordo motordo motordo motor, por exemplo, não é sequer necessário realizar a abertura do capô”, por exemplo, não é sequer necessário realizar a abertura do capô”, por exemplo, não é sequer necessário realizar a abertura do capô”, por exemplo, não é sequer necessário realizar a abertura do capô”, por exemplo, não é sequer necessário realizar a abertura do capô”

Abril 09 • 23

conjunto de freios a disco banhados a óleo eacionados mecanicamente.

Quanto ao sistema hidráulico, estes mo-delos são alimentados por uma bomba in-dependente com vazão de 52 litros por mi-nuto, e uma bomba de óleo exclusiva para osistema de direção com capacidade de 26,5litros por minuto, assim, o Farmall 95 apre-senta uma grande capacidade de levante nosistema de engate de três pontos, ao redorde 2.700kg. Todos os tratores da linha Far-mall vendidos no Brasil vêm com uma con-figuração completa, apresentando duas vál-vulas de controle remoto. Também é dota-do de uma tomada elétrica de sete pinos,para uso em reboques.

Outros fatores inerentes ao serviço e àmanutenção compõem outra característica

O filtro de ar possui sistema de aberturafacilitado, dispensando o uso de

ferramentas

positiva na linha Farmall. Para a realizaçãode atividades de verificação diária, como onível de óleo do motor, por exemplo, não ésequer necessário realizar a abertura docapô. Para atividades de manutenção maiscomplexas este capô apresenta grande faci-lidade de manuseio e abertura, expondo to-dos os componentes do motor. A manuten-ção do filtro de ar externo pode ser realiza-

da de forma simples e sem a necessidade douso de ferramentas, assim como na parteelétrica, o projeto posiciona uma caixa defusíveis automotivos facilmente identificá-veis e acessíveis que se situam dentro dacabina do trator, ao lado do assento. O tan-que de abastecimento de combustível tam-bém é de fácil acesso e tem capacidade deaté 92 litros.

A cabine e o posto de operação situam-se mo os principais destaques dos tratoresFarmall. Ampla e com fácil acesso pelos doislados, a cabine proporciona uma ótima visi-bilidade ao operador, e a primeira impres-são que se tem ao sentar-se no posto de ope-ração desta máquina é que os instrumentose comandos são de fácil acesso e visualiza-ção. A cabine encontra-se apoiada em qua-tro coxins que proporcionam um maioramortecimento das vibrações, e os ruídos,que efetivamente chegam ao ouvido do ope-rador são reduzidos, atestando-se esta ca-

O tanque de abastecimento decombustível é de fácil acesso e tem

capacidade de até 92 litros

O capô dianteiro bascula completamente,facilitando a manutenção no motor e

seus componentes

A cabine possui acesso pelos dois lados,um diferencial em relação aos modelos

concorrentes da mesma categoria

Page 24: Maquinas 84

24 • Abril 09

racterística de forma simples: abrindo e fe-chando a janela traseira depois de selecio-nada e estabilizada a rotação de trabalho. Éopcional o sistema de filtragem com carvãoativado, indicado para as atividades de pul-verização.

Quando o assunto é segurança, estetrator dispõe de uma cabine com arco deproteção certificado, e o acesso a ela tam-bém é mais simples e seguro devido ao fatode os degraus serem de material antider-rapante e estarem adequadamente distan-ciados entre eles e da superfície do solo.No caso da opção sem cabine, esta linhada Case IH também conta com um siste-ma de proteção contra o capotamento,fabricado em aço de alta resistência e aoqual se soma a uma capota rígida, posici-onada sobre a referida estrutura.

DESEMPENHODepois de conhecer todas as caracterís-

ticas do modelo que nos ofereceram para oteste, fomos diretamente ao campo paraconhecê-lo na prática. O procedimento queutilizamos foi bastante fácil de ser aplicadopela grande quantidade de equipamentosque nos ofereceram. Primeiramente, utili-zamos uma grade niveladora de 36 discos,posicionada em seu máximo ângulo de aber-tura, e posteriormente um escarificador desete hastes com função de semeadura dire-ta integrada. Durante o test drive do Far-mall 95, utilizando estes dois implementos,

ficou nítida a vocação desta máquina para arealização de múltiplas tarefas. Primeira-mente selecionamos uma marcha e um gru-po que nos possibilitasse uma velocidadeaproximada de seis quilômetros por hora auma rotação entre 2.000rpm e 2.100rpm,com o escarificador de sete hastes, subme-tendo por várias vezes o trator a condiçõesque exigissem uma alta carga na barra detração. E foi alta, pois pela lógica, neste tipode solo, o número de hastes não deveriapassar de cinco, para esta potência de mo-tor. Mas o Farmall 95 não se deu por venci-do e fez o trabalho de forma eficiente, mes-mo a uma menor profundidade. Em umsegundo momento, utilizando a grade dearrasto, foi possível verificar novamenteoutro ponto positivo, já citado em um pri-meiro contato com Farmall 95, a facilidadena realização de manobras.

Enfim, como conclusão, foi notável aperspectiva inicial confirmada da reduzidaemissão de ruídos, o que havíamos inicial-mente constatado e depois confirmamos nostestes a campo, atestando a excelente quali-dade da cabine e sua vedação.

Também, de uma maneira geral, nosimpressionou a qualidade geral da cabine edos acessos aos comandos. Cabe ressaltar

que há entrada pelos dois lados, por meiode portas amplas.

A vazão de 52 litros por minuto do sis-tema hidráulico e a bomba exclusiva para osistema de direção colocam este trator emuma situação de muita competitividade nes-ta faixa de potência.

Finalmente um dos pontos fortes queconfirmamos diz respeito a dirigibilidade,pois foi notável que o Farmall 95 apresentaum excelente comportamento nas mano-bras, tornando-as mais simples e eficientes.

Para os interessados em passar pelamesma oportunidade que tivemos, detestar este modelo, a concessionáriaMeta, de Passo Fundo, coloca à disposi-ção quatro tratores para demonstração.Basta entrar em contato para agendar apossibilidade de conhecer a campo estanovidade. Nas outras regiões do Brasil,a Case IH, através de seu programa CaseIH Advanced Show, irá demonstrar estee outros modelos continuamente duran-te todo o ano.

Detalhe da placa deidentificação na parte

traseira do trator

Os tratores Farmall vendidos no Brasil vêm com umaconfiguração completa, apresentando duas válvulas decontrole remoto e uma tomada elétrica de sete pinos

O modelo testado estava compneus traseiros 18.4 - 30 e

dianteiros 13.6 - 24

José Fernando Schlosser, com a equipe doNema e integrantes da Case IH, durante a

realização do teste em Passo Fundo (RS)

José Fernando Schlosser,Gustavo Heller Nietiedt eAndré Luis Casali,Nema CCR - UFSM

. M

Fotos Charles Echer

Page 25: Maquinas 84

Abril 09 • 25

barras

Nas diferentes culturas onde sãoutilizados pulverizadores debarras horizontais, a pulveriza-

ção representa uma parcela significativa den-tro dos custos de produção, onde, na apli-cação dos produtos fitossanitários, a buscapela otimização da operação vem sendo anoa ano cada vez mais procurada.

Nos pulverizadores de barra, os compo-nentes mais importantes do circuito hidrá-ulico são as pontas de pulverização. Estassão as responsáveis pela distribuição finalda calda até o alvo predefinido. As pontasencontram-se anexas aos bicos de pulveri-zação e estes são fixados na barra de pulve-rização. A partir disto a barra de pulveriza-ção se torna um aliado e componente im-portante do pulverizador. Na maioria dasaplicações as pontas empregadas com mai-or frequência são as pontas de jato plano ou

leque, que quando dispostas nas barras ho-rizontais precisam que ocorra sobreposiçãode cerca de um terço do jato para permitiruma boa uniformidade de distribuição dacalda que será função do correto ângulo, es-paçamento entre bicos e altura da barra emrelação ao alvo.

No decorrer da aplicação devido às con-dições do terreno e ao próprio deslocamen-to do pulverizador, ocorrem oscilações tan-to horizontais como verticais na barra depulverização. As oscilações horizontais, quesão para frente e para trás, são conhecidascomo movimentos “Yaw”. Estas oscilações,quando ocorrem, fazem com que a barra sedesloque em sentido do avanço do trator eno sentido contrário, resultando em faixasintercaladas de sobre e subdosagens, poden-do refletir em falhas de controle (Figura 1).

Os movimentos verticais são para cima

e para baixo (Figura 2), são denominadosde movimento “Roll”. Quando ocorrem cau-sam desuniformidade de distribuição, quan-do a barra se encontra mais próxima do solo,além do risco de ter impacto com possíveisquebras da estrutura e entupimento de pon-tas. Quando o movimento é para cima ocor-

Figura 1 - Falhas de concentração nas faixas pulverizadas propor-cionadas pela oscilação da barra “Yaw”

Estabilidadeem evolução

Os sistemas estabilizadores debarras atualmente são

bastante eficientes ecomplexos. Graças aos

avanços tecnológicos, aestabilidade das barras é cada

vez maior, aumentandotambém a eficiência das

operações de pulverização

Char

les

Eche

r

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26 • Abril 09

re excesso de sobreposição e aumento dosriscos de deriva e de contaminação tanto doaplicador como do meio ambiente.

Na atualidade, esta oscilação de alturade barra tem sido entendida como a princi-pal responsável pela deriva na aplicação deprodutos em pulverizadores terrestres. Istodevido à maior exposição do jato de caldaem distâncias maiores em relação ao alvo, oque significa expor gotas de menor tama-nho e velocidade, consequentemente maissujeitas ao arrasto pelo ar circundante.

Entre as classes de deslocamento dospulverizadores de barra, podem ser citadosos montados, os de arrasto e os autoprope-lidos. Os pulverizadores montados são maispropensos aos efeitos da oscilação na barra,

pois vão anexados aostrês pontos do hidrá-ulico do trator. Comisto, os impactos querecebe são maiores,devido ao trator nãocontar com sistemasde amortecimentoprovenientes do cami-nhamento sobre o

solo. Além disto, a tecnologia em sistemasestabilizadores de barra é menor quandocomparada às outras duas classes de deslo-camento de pulverizadores, diante disso, otamanho da barra não consegue ultrapas-sar os 18m com velocidades inferiores a8km/ha. Já em pulverizadores de arrasto, oequipamento se encontra num chassi sepa-rado ao trator. Isto permite que o volumedo tanque seja maior, a velocidade de deslo-camento possa ser incrementada, ao mes-mo tempo em que os sistemas estabilizado-res são dimensionados de acordo às exigên-cias. Em pulverizadores autopropelidos,onde velocidades médias de deslocamentoalcançam de 15 a 20km/h e as barras che-gam a atingir 36m, a procura por um siste-

Figura 2 - Pulverizador com efeitos negativos causados pelos movimentos “Roll”; Fonte: Hicks (2005) Figura 3 - Sistema de estabilização pendular simples; Fonte: Kenncomfg (2008)

Figura 4 - Sistema estabilizador “Formação em A” ma estabilizador bem dimensionado e umbom sistema de desarme de barra se tornaindispensável.

Os sistemas estabilizadores partem doprincípio da isolação da estrutura da barrade pulverização do chassi do pulverizador,fazendo com que os impactos sejam absor-vidos por amortecedores e molas, estes po-sicionados em lugares estratégicos e com di-ferentes configurações para melhor aprovei-tamento do sistema. Estes sistemas estão di-vididos em dois grupos: os passivos e os ati-vos. Entre os passivos pode-se citar o siste-ma de estabilização pendular simples (Fi-gura 3).

Este sistema de estabilização foi o pio-neiro no que diz respeito a sistemas estabi-lizadores. O conceito deste sistema está ba-seado na estrutura da barra de pulverizaçãoanexada à estrutura fixada no chassi do pul-verizador em forma de “A”, que faz com queas imperfeições do terreno sejam corrigidasdevido à independência da barra em rela-ção ao chassi. Este sistema apresenta comoprincipais desvantagens a dependência doslados da barra, especialmente nos movimen-tos conhecidos como “Roll”, assim como o

Figura 5 - Sistemas de estabilização de barras adotados por diferentes fabricantes

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“““““A procura por um sistema estabilizador bem dimensionado eA procura por um sistema estabilizador bem dimensionado eA procura por um sistema estabilizador bem dimensionado eA procura por um sistema estabilizador bem dimensionado eA procura por um sistema estabilizador bem dimensionado eum bom sistema de desarme de barra se torna indispensável”um bom sistema de desarme de barra se torna indispensável”um bom sistema de desarme de barra se torna indispensável”um bom sistema de desarme de barra se torna indispensável”um bom sistema de desarme de barra se torna indispensável”

Abril 09 • 27

Marcelo Ferreira e Rodrigo Román mostrama evolução dos sistemas estabilizadores de

barras nos pulverizadores brasileiros

desnível que apresenta a barra quando setrabalha em terrenos declivosos, ocorrendogrande risco de golpes na ponta da barra,que trava o sistema, fazendo com que o efei-to de estabilização seja anulado. Trabalhosrealizados em 1978 já indicavam as restri-ções e a baixa eficiência deste sistema. Comisso, foi desenvolvido o projeto em arranjotrapezoidal chamado de “Formação em A”(Figura 4). As ligações são dispostas sime-tricamente para ambos os lados do centroda barra. Este sistema conseguiu diminuiralgumas da falhas do sistema pendular sim-ples, mas ainda continuava com desvanta-gens, devido à sua precariedade.

A partir de 1982, com esforço da pes-quisa, o sistema estabilizador deixava de serapenas um pêndulo ou duas ligações simé-tricas, onde a estabilidade era dada apenaspela força da gravidade. Porém, apenas osmovimentos de “Roll” eram absorvidos, dei-xando ainda de lado os movimentos de“Yaw”. Naquela época, centros de pesquisaingleses trabalharam em sistemas de suspen-são que teria a tarefa de isolar completamen-te os impactos, já com utilização de molas eamortecedores localizados em posições quepermitiam controlar os efeitos negativos dos

movimentos “Roll” e “Yaw”. Com este sis-tema de estabilização, as oscilações verticaisforam diminuídas em 48% na velocidade de9km/h e 72% com 16km/ha. Os movimen-tos horizontais foram diminuídos em 62%e 72% respectivamente. Diante disto, asempresas fabricantes de pulverizadores portodo o mundo desde aquela época já incor-poraram na sua linha de fabricação siste-mas deste tipo, onde ano a ano, com ajudada engenharia, tais sistemas vêm sendo apri-morados, procurando cada vez mais dimi-nuir os efeitos causados pela oscilação debarra (Figura 5)

Na Figura 6, pode ser observado o posi-cionamento dos sistemas de amortecimen-to num sistema estabilizador de barras tra-pezoidal para absorção de impactos verti-cais e horizontais. É importante ressaltar aimportância de pressão dos amortecedoresna diminuição do impacto.

A maioria dos pulverizadores trabalhacom barras posicionadas na parte posterior,com exceção de alguns fabricantes que uti-lizam a barra na parte anterior. Em ambosos casos o princípio do sistema estabiliza-dor é o mesmo.

No mercado, atualmente, existem pul-

Figura 7 - Barra na posição central do trator. Destaque no botijão de hidrogênio utilizado como amortecedor

verizadores montados tratorizados que uti-lizam as barras na parte central do trator,posicionando um tanque na parte posteriore outro na parte anterior da máquina (Fi-gura 7a). O fato da barra se encontrar nocentro da gravidade do trator faz com queos impactos transmitidos por ele sejam re-duzidos, além disto, cada barra é indepen-dente uma da outra, apresentando em cadaum dos lados um amortecedor de impactos,o que faz com que o desempenho do siste-ma seja melhorado.

No que diz respeito a sistemas estabili-zadores ativos pode-se citar o uso de senso-res, estes podem ser de ultrassom ou de mo-vimento, onde, por meio de cilindros hidrá-ulicos, mantém a barra em posição paralelaao solo, o que permite a utilização de barrascada vez com dimensões maiores ,chegan-do aos 36m (Figura 8).

Entre as diversas configurações de bar-ras, passivas ou ativas, a busca pelo seu apri-moramento se torna o foco principal, fazen-do com que dessa forma as aplicações de pro-dutos fitossanitários sejam cada vez maisefetivas com menores riscos de contamina-ção ao ambiente e preservando sempre a se-gurança do aplicador.

Figura 6 - Sistema estabilizador utilizado por fabricantes na atualidade Figura 8 - Função dos sensores de autonivelamento de barras

Rodrigo Alberto Alandia Román eMarcelo da Costa Ferreira,Unesp/Jaboticabal

. M

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trator 5603

28 • Abril 09

JD 5603Trator 5603 John Deere cadastrado no programa Mais

Alimentos tem configuração especial para garantirmaior produtividade e conforto

Otrator 5603 da John Deere, ins-crito no programa Mais Ali-mentos do Governo Federal,

tem uma configuração especial que oferecemais benefícios ao agricultor familiar, comomaior segurança e conforto no trabalho,além de mais produtividade e economia.

A transmissão parcialmente sincroniza-da, a tomada de potência econômica, duasválvulas de controle remoto, acionamentohidráulico dos freios, direção hidrostática eum novo banco, mais confortável, são exem-plos desses componentes.

MOTORO trator 5603 é equipado com motor

agrícola John Deere de quatro cilindros, com75cv de potência, aspirado e com 4.500 ci-

lindradas. Os motores John Deere são pro-jetados especialmente para trabalhos agrí-colas, o que garante as vantagens da robus-tez, da maior reserva de torque e da econo-mia de combustível. Desta maneira, o mo-tor John Deere apresenta um excelente ren-dimento operacional, com respostas rápidasa sobrecargas durante o trabalho e alta du-rabilidade. O tanque de combustível temcapacidade de 69 litros.

TRANSMISSÃOA transmissão desse trator conta com

nove marchas à frente e três à ré, sendo sin-cronizada à alavanca das velocidades. Aembreagem é acionada mecanicamente porpedal. O disco da embreagem é feito dematerial cerametálico, o qual apresenta umadurabilidade maior do que outros tipos de

discos, como o orgânico, por exemplo.As alavancas estão posicionadas nas la-

terais do trator, o que proporciona maiorconforto ao operador. A alavanca posicio-nada à esquerda do operador seleciona osgrupos e a localizada à direita permite sele-cionar as três marchas à frente e à ré.

As segundas marchas à frente e à ré en-contram-se na mesma linha, facilitando atroca de sentido. Isso permite alcançar mai-or eficiência operacional durante a jornada

Page 29: Maquinas 84

“O trator 5603 da John Deere, inscrito no programa Mais Alimento“O trator 5603 da John Deere, inscrito no programa Mais Alimento“O trator 5603 da John Deere, inscrito no programa Mais Alimento“O trator 5603 da John Deere, inscrito no programa Mais Alimento“O trator 5603 da John Deere, inscrito no programa Mais Alimentosssss do Governo F do Governo F do Governo F do Governo F do Governo Federal,ederal,ederal,ederal,ederal,tem uma configuração especial que oferece mais benefícios ao agricultor familiartem uma configuração especial que oferece mais benefícios ao agricultor familiartem uma configuração especial que oferece mais benefícios ao agricultor familiartem uma configuração especial que oferece mais benefícios ao agricultor familiartem uma configuração especial que oferece mais benefícios ao agricultor familiar”””””

Abril 09 • 29

Fotos John Deere

de trabalho, principalmente quando a ope-ração requer troca de sentido com frequên-cia.

TOMADA DE POTÊNCIAA TDP trabalha à rotação de 540rpm,

com a opção de duas velocidades no motordo trator: a 2.400rpm e a 1.700rpm. Estaúltima é chamada de TDP Econômica, poisem trabalhos com implementos que nãonecessitam da potência total do motor, é

possível usar a TDP a 1.700rpm, comgrande economia de combus-

tível.Seu aci-

onamentoi n d e p e n -dente é rea-lizado por

uma alavanca sema necessidade de pa-

rar o trator ou mes-mo pisar na embrea-

gem da transmissão.Plataforma do operador é simples, ampla, proporcionando boa

visibilidade, além de ter alavancas com acesso facilitado

Page 30: Maquinas 84

30 • Abril 09

de centro aberto de alta vazão. Este sistemapermite operar diferentes tipos de imple-mentos com grande eficiência. Ele é com-posto por duas bombas que operam em for-mato “tandem”. Enquanto uma envia va-zão hidráulica exclusivamente para o siste-ma de direção, a outra envia vazão para olevante hidráulico e para a válvula de con-trole remoto. A vazão máxima do sistemahidráulico é de 27 litros/minuto para a di-reção e 42 litros/minuto para o sistema delevante hidráulico e controle remoto.

O sistema de levante hidráulico perten-ce à categoria II, com uma excelente capa-cidade de levante de 1.800kgf a 610mm do

A TDP trabalha à rotação de 540rpm com a opção de duasvelocidades no motor do trator: a 2.400rpm e a econômica, a 1.700rpm

O trator 5603 vem equipado com duasválvulas de controle remoto

Isso representa melhor controle e maior pre-cisão das operações, resultando em maiorrendimento na realização dos tratos cultu-rais. Além disso, a alavanca de acionamen-to da TDP fica localizada ao lado esquerdodo operador, com fácil acesso. O acionamen-to suave da mesma permite o aumento pro-gressivo da velocidade, trazendo maior con-forto ao operador. Isto também evita sobre-carga sobre o implemento. Uma luz no pai-nel de controle indica ao operador quandoa TDP está acionada.

SISTEMA HIDRÁULICOO sistema hidráulico do trator 5603 é

Fotos John Deere

Page 31: Maquinas 84

“““““Outra vantagem do modelo é o capô basculante, que permite fácil acesso aosOutra vantagem do modelo é o capô basculante, que permite fácil acesso aosOutra vantagem do modelo é o capô basculante, que permite fácil acesso aosOutra vantagem do modelo é o capô basculante, que permite fácil acesso aosOutra vantagem do modelo é o capô basculante, que permite fácil acesso aosprincipais componentes do tratorprincipais componentes do tratorprincipais componentes do tratorprincipais componentes do tratorprincipais componentes do trator, facilitando a manutenção da máquina, facilitando a manutenção da máquina, facilitando a manutenção da máquina, facilitando a manutenção da máquina, facilitando a manutenção da máquina”””””

Gator XUV 850D chega como opção de transportede material dentro das propriedades

engate, estando apto a operar com diversostipos de implementos. O sistema de levantehidráulico permite uma regulagem precisade profundidade do implemento e da sensi-bilidade, possibilitando que o implementocopie as variações do solo. O sistema de aco-plamento rápido permite que as manguei-ras sejam acopladas e desacopladas dos im-plementos sem necessidade de desligar otrator.

O trator 5603 vem equipado com duasválvulas de controle remoto.

PLATAFORMA E ERGONOMIAA plataforma de operação do trator 5603

oferece conforto e ampla visibilidade, quetambém é facilitada pelo design do trator.

As alavancas das marchas e todos os co-mandos estão posicionados nas laterais, pro-porcionando facilidade e conforto na ope-ração do equipamento, resultando em umaprodutividade maior ao longo da jornada detrabalho. Outra vantagem do modelo é ocapô basculante, que permite fácil acesso aos

principais componentes do trator, facilitan-do a manutenção da máquina.

SEGURANÇAEste modelo vem equipado com luz e

alarme sonoro de ré, buzina e espelho re-trovisor. O cinto de segurança é integradoao assento e o sistema de partida é acionadosomente com a alavanca de marcha e com aTDP desengatadas.

Discos em banho de óleo e acionamen-to hidráulico são características do siste-ma de freios que proporciona segurança ecapacidade de frenagem, além de longavida útil, mesmo sob uso intensivo. Osfreios são autoajustáveis e autoequalizá-veis, dispensando a necessidade de ajus-tes periódicos. O freio de estacionamentoestá incorporado à transmissão e é acio-nado através da mesma alavanca de sele-ção de marchas. Todos esses itens contri-buem para maior conforto e segurançapara o operador.

Este modelo vem equipado com luz e alarme sonoro de ré,buzina, espelho retrovisor e cinto de segurança integrado ao assento

. M

Page 32: Maquinas 84

32 • Abril 09

adequação

Aadequação e as melhorias no postode trabalho do operador têm sidouma das preocupações da ergono-

mia, com vistas à preservação da integridadefísica, mental e social do ser humano.

A antropometria é definida como o estudodas medidas das características e dimensões docorpo humano e abrange, principalmente, oestudo das dimensões lineares, diâmetros, pe-sos, centros de gravidade do corpo humano esuas partes. No Brasil são poucos os estudosantropométricos desenvolvidos, sendo algunsrealizados por instituições de pesquisas.

Existem várias normas, principalmente in-ternacionais, que tratam de dimensões, tantodo posto do condutor do trator como da inte-ração da máquina com o seu operador. Os pa-drões definidos por estas normas estão de acor-do com as medidas antropométricas dos ope-radores europeus e norte-americanos que, aprincípio, podem diferir das medidas dos ope-radores brasileiros. Assim, um trator agrícola,cujo posto de trabalho esteja dimensionadoconforme os padrões das normas internacio-nais podem proporcionar um ambiente de tra-balho inadequado ao operador brasileiro.

Diante da importância de se verificar a ade-quação das máquinas aos operadores e tendo

em vista a carência de informações antropo-métricas dos operadores brasileiros, realizou-sena Universidade Federal de Viçosa um traba-lho de pesquisa que teve por objetivo efetuaruma análise antropométrica de uma amostrade 21 trabalhadores brasileiros que operam trêsmodelos de tratores floretais, “Feller-Buncher”.

Os dados foram coletados em uma empre-sa florestal e para a análise antropométrica dosoperadores foram determinadas 33 medidascorporais dos trabalhadores em pé e sentados,sendo essas medidas comparadas aos dados

antropométricos dos operadores norte-ameri-canos (EUA), local de fabricação das máquinasem estudo.

As variáveis do levantamento antropomé-trico foram utilizadas para verificar se as di-mensões do acesso, assento, posto de trabalhoe alcance dos controles das máquinas operadaspelas mãos e pés eram adequados aos operado-res que trabalham atualmente na empresa.

Os padrões antropométricos americanos,descritos por Thomas et al., 2001, foram ado-tados como referência para a comparação comas médias da população dos operadores brasi-leiros. Os resultados demonstraram que há di-ferenças entre o biótipo geral dos operadoresdos países mais desenvolvidos e o dos operado-res da região abrangida por este estudo.

Nos operadores analisados foram significa-tivamente menores as medidas da massa, esta-tura, braço + antebraço + mão, chão-náde-gas, largura poplítea, altura sentado, altura atéombros sentado, largura dos ombros, compri-mento do cotovelo aos dedos e comprimentodo pé descalço.

As maiores diferenças ocorreram para amassa (A) (-15,4%), largura poplítea (R) (-13,6%), altura até o ombro sentado (U) (-11,8%), largura dos ombros (A1) (-10,4%) com-

Os três tratores Feller-Buncher importados foram ana-lisados, levando em conta as medidas corporais dosbrasileiros, comparando com os padrões americanos

Fora da medidaFora da medidaDiferenças entre o biótipo geral dos operadores de países mais desenvolvidose o dos operadores brasileiros fazem com que a ergonomia das máquinasimportadas não seja ideal quando utilizadas no Brasil

Diferenças entre o biótipo geral dos operadores de países mais desenvolvidose o dos operadores brasileiros fazem com que a ergonomia das máquinasimportadas não seja ideal quando utilizadas no Brasil

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“““““Existem várias normas, principalmente internacionais, que tratam de dimensões, tantoExistem várias normas, principalmente internacionais, que tratam de dimensões, tantoExistem várias normas, principalmente internacionais, que tratam de dimensões, tantoExistem várias normas, principalmente internacionais, que tratam de dimensões, tantoExistem várias normas, principalmente internacionais, que tratam de dimensões, tantodo posto do condutor do trator como da interação da máquina com o seu operadordo posto do condutor do trator como da interação da máquina com o seu operadordo posto do condutor do trator como da interação da máquina com o seu operadordo posto do condutor do trator como da interação da máquina com o seu operadordo posto do condutor do trator como da interação da máquina com o seu operador”””””

Abril 09 • 33

Padrões antropométricos dos trabalhadoresamericanos são bem diferentes dos padrões

dos trabalhadores brasileiros

. M

Próximo

42,098,068,032,0

21,0d

Extremo

39,0112,073,036,0

21,0e

Timberjack 608LMedidas em cmPosicionamento assento

A – Altura livreB – Painel traseiro à altura da cabeça

C – Espaço para as pernas (e pés)D – Espaço para os joelhos

E – Painel frontal à altura do descanso dos braçosLargura cabine

Comprimento cabineDist. pedais até carcaçaDist.banco até a carcaça

162,0

86,0120,020,0

Próximo

46,0104,086,0

102,0

15,0d

Extremo

40,0109,098,0108,0

25,0e

170,0

97,0162,026,0

Próximo

55,0100,070,087,0

26,0d

Extremo

50,0110,075,089,0

23,0e

177,0

100,0145,022,0

Valmet 425EXL John Deere 759C

d= direita; e= esquerda

Em pé

Sentado

Posição

Massa corpórea*Estatura

Altura TotalAltura dos olhosAltura do ouvido

Altura ombroAltura cotoveloAltura joelho

Braço + antebraço + mãoTamanho do braçoTam. do antebraçoTamanho da mão

Largura mãoLargura cabeça

Largura tórax, entre axilasLargura quadrilChão nádegas

Largura poplíteaAltura sentado

Altura assento - olhosAlt.até os ombros sentadoAltura do cotovelo sentado

Altura da coxaComp.do antebraço

Coluna – joelhoLargura dos ombros

Larg. total costas + braçosAltura de pegada sentadoComp. cotovelo ao dedoComp. pegada - costasComp. do pé descalço

Largura do pé descalçoAltura popliteal

Altura dos joelhos

A.B.C.D.E.F.G.H.I.J.K.L.M.N.O.P.Q.R.S.T.U.V.W.X.Y.A1B1C1D1E1F1G1H1I1

Média(cm)89,8179,3------------------------------82,0-----------------------------------46,849,989,375,761,622,3---------------47,7----------50,1-----30,410,9----------

60,3169,8------------------------------75,0-----------------------------------43,244,878,864,656,215,8---------------40,3----------46,5-----28,49,8----------

119,3188,8------------------------------87,0-----------------------------------50,555,0199,786,967,018,9---------------

55,01----------53,7-----32,4

12,01----------

Média(cm)75,9

175,0217,8166,3163,3148,2113,950,676,557,827,520,011,919,836,035,943,543,184,073,554,320,915,828,958,242,751,4

117,447,868,627,311,146,656,9

54,0167,1202,8158,4155,7139,1100,246,669,952,924,717,810,418,030,931,135,739,378,765,147,912,313,026,453,138,545,3

107,444,760,825,710,043,552,6

97,7182,9232,8174,3170,9157,3127,554,583,162,730,422,313,421,641,140,751,347,089,281,860,829,518,631,463,347,057,6

127,550,976,428,912,049,861,2

? %

-15,4-2,3-------------------------6,7-----------------------------7,0

-13,6-5,9-2,9

-11,8-6,2---------------

-10,4-----------4,6-----

-10,11,8----------

EstudoIntervalo90%Intervalo90%

EUA**

* Massa Corpórea em Kg; ** Thomas et al. (2001); ? %: diferença percentual em relação aos dados antropométricos dos EUA

primento do pé descalço (F1) (-10,1) e paraaltura sentado (Q) (-7,0%). A única medidapara a qual os operadores brasileiros obtiveramvalor maior foi para a largura do pé (G1), comvariação de 1,8%.

A avaliação ergonômica das cabines dos tra-tores florestais foi realizada no assento em duasposições distintas classificadas como limites:assento próximo e assento extremo, adotando-se como referência o painel das máquinas emestudo, conforme a norma sueca, Skogforsk(1999).

Para que a altura livre da cabine seja consi-derada adequada, a norma sugere um espaçode 180 cm, as medidas de todas as máquinasforam inferiores a recomendada.

O espaço para as pernas e pés deve ser de115 cm. As medidas de todas as máquinasmensuradas foram inferiores a este valor.

Para o espaço dos joelhos a norma sugere autilização de 70 cm, das máquinas analisadassomente uma medida se encontra dentro dorecomendado.

A largura da cabine é determinada pelo es-paço necessário para acomodar o assento jun-tamente com o descanso de braço e os contro-les. Uma cabine muito larga reduz a visibilida-de nos dois lados.

De um modo geral, os operadores brasilei-ros mensurados no estudo apresentaram me-didas menores que os operadores norte-ameri-

canos. Com isso, os autores concluíram que hánecessidade de se promover um ajustamentodas condições do posto de trabalho dos trêsmodelos de “Feller-Buncher” analisados ao gru-po de operadores brasileiros em questão, sendonecessária principalmente a adequação das di-mensões do assento com relação à possibilida-de de regulagens e ajustes.

Diante dos resultados encontrados nestetrabalho de pesquisa e devido à falta de infor-mações das medidas antropométricas dos ope-radores brasileiros e das cabines das máquinas,

tanto florestais quanto agrícolas, evidenciam-se a importância da realização das medidas an-tropométricas dos operadores brasileiros e doseu posto de operação, a fim de adequar asmáquinas em operação no Brasil, visando oconforto e a segurança dos trabalhadores brasi-leiros.

Haroldo Carlos Fernandes,Paula Cristina Natalino Rinaldi eAndréia Bordini de Brito,UFV

Page 34: Maquinas 84

34 • Abril 09

treinamento

Cursos de operação e manutenção decolhedoras são essenciais para melhor

desempenho e maior vida útil das máquinas

Atualmente está se falado muito a res-peito de colheita mecanizada dacana-de-açúcar. A mudança do sis-

tema convencional, que utiliza a queimada daslavouras, para o sistema mecanizado de colhei-ta ocorreu devido à assinatura do ProtocoloAgroambiental, entre a Única, os fornecedoresde cana e o governo do estado de São Paulo, em2007, prevendo a antecipação do fim das quei-madas e a introdução da colheita mecanizadapara 2014.

Por causa das poucas estatísticas relaciona-das especificamente aos operadores das colhe-doras de cana-de-açúcar, o Departamento deEngenharia Rural, da Esapp, realizou uma pes-quisa para avaliar o perfil dos operadores destasmáquinas no oeste do estado de São Paulo, ondefoi aplicado um questionário com 14 pergun-tas, como: grau de escolaridade, curso de ope-rador, realiza cursos frequentemente, curso demanutenção, cuidados com a máquina, aciden-

te de trabalho na operação da colhedora, comoaprendeu operar, onde fica o manual do opera-dor, qual a frequência de utilização etc. Foramentrevistados 173 operadores em 11 cidades(usinas), que já utilizam o sistema mecanizadopara colheita, sendo as cidades: Adamantina,Barrinha, Colina, Ibirarema, Lucélia, MonteAprazível, Novo Horizonte, Pitangueiras,

Quanta, São Manuel e Viradouro.Esta entrevista demonstrou que existem

alguns fatores como excesso de confiança, im-prudência e treinamento informal dos opera-dores, presentes na maior parte das proprieda-des pesquisadas, que contribuem para insuces-so da atividade agrícola. A seguir será possívelter uma ideia mais clara dos resultados obtidos

Abaixo do padrãoAbaixo do padrãoPesquisa realizada no estado de São Paulo faz umaradiografia dos operadores de colhedoras de cana-de-açúcare mostra que a maior parte deles aprendeu a operar amáquina apenas observando colegas de trabalho eraramente consulta o manual do operador

Pesquisa realizada no estado de São Paulo faz umaradiografia dos operadores de colhedoras de cana-de-açúcare mostra que a maior parte deles aprendeu a operar amáquina apenas observando colegas de trabalho eraramente consulta o manual do operador

Gilvan Quevedo

Edso

n M

assa

o Ta

naka

Page 35: Maquinas 84

“Esta entrevista demonstrou que existe alguns fatores como excesso de confiança, imprudência e“Esta entrevista demonstrou que existe alguns fatores como excesso de confiança, imprudência e“Esta entrevista demonstrou que existe alguns fatores como excesso de confiança, imprudência e“Esta entrevista demonstrou que existe alguns fatores como excesso de confiança, imprudência e“Esta entrevista demonstrou que existe alguns fatores como excesso de confiança, imprudência etreinamento informal dos operadores, presentes na maior parte das propriedades pesquisadas”treinamento informal dos operadores, presentes na maior parte das propriedades pesquisadas”treinamento informal dos operadores, presentes na maior parte das propriedades pesquisadas”treinamento informal dos operadores, presentes na maior parte das propriedades pesquisadas”treinamento informal dos operadores, presentes na maior parte das propriedades pesquisadas”

através desta pesquisa.O primeiro item a ser analisado foi o grau

de escolaridade, onde foi possível observar (Fi-gura 1) que os maiores valores de escolaridadesão Ensino Fundamental incompleto e EnsinoMédio completo, totalizando 117 respostas, oque corresponde a 67% dos entrevistados e ape-nas 6% deles têm ensino técnico completo, pre-

dominantemente Técnico Agrícola. Apenas 2%dos entrevistados estão cursando Ensino Su-perior, ainda incompleto, como busca de cres-cimento profissional. Na Figura 2, que mostradistribuição percentual de operadores que fize-ram curso de operador de colhedora, é possívelobservar que 39% dos entrevistados fizeramcurso específico para operar a máquina e que

61% nunca fizeram curso de operador. Pereirae Torrezan (2006), garantem que, dentre osfatores que podem influenciar nas perdas nacolheita mecanizada, está a habilidade do ope-rador. Dos 173 entrevistados, apenas 63 pesso-as, o que corresponde a 36%, realizam cursosregularmente e 110 pessoas, ou 64%, não reali-zam. Com isso, é possível observar na Figura 3

Figura 1 - Grau de escolaridade Figura 2 - Curso operador

Figura 3 - Realizam cursos frequentemente Figura 4 - Operador cuida da máquina

Page 36: Maquinas 84

36 • Abril 09

a falta de interesse dos operadores de colhedo-ras de cana-de-açúcar em realizar cursos regu-lares. Nesta figura está destacada a porcenta-gem de operadores que realizaram curso de ma-nutenção, onde 53% dos entrevistados fizeramcurso de manutenção de trator e 47% não rea-lizaram o curso. Estes treinamentos são reali-zados para qualificar os operadores repassandonoções de manutenção, regulagem e operaçãodas máquinas, a fim de aumentar a chance desucesso da mecanização nas lavouras de cana.

No quesito limpeza de equipamentos, épossível observar, na Figura 4, que apenas 49%dos entrevistados dão manutenção, lavam oulimpam diariamente a colhedora, e que os 51%restantes cuidam quando sobra tempo, even-tualmente ou, em alguns casos, em nenhumaocasião. Com esses dados é possível afirmar queeste índice de 49% dos operadores está abaixodo esperado, pois a manutenção das máquinasdeveria ser diária. Reis e Lopes (2005), afirmamque a manutenção das máquinas agrícolas podeser considerada um conjunto de procedimen-tos que visa a manter o equipamento nas me-lhores condições de funcionamento, propician-do aumento da vida útil, evitando danos pre-maturos e auxiliando na segurança do traba-lhador. Esta conduta, apesar de simples, exigeatenção e cuidado semelhantes ou até maiorquando comparado a outro veículo automotor.A Figura 5 mostra o índice de acidente dos ope-radores, sendo que 66% dos entrevistados afir-mam nunca terem sofrido acidentes, enquan-to 34% já se envolveram em algum. Acidentes,em atividades de revisão (troca de facas, correi-as) e preparo de colhedoras, são bastante co-muns, mas nem sempre são relatados.

A questão sobre a forma como operadoraprendeu trabalhar com a colhedora de cana-

de-açúcar (Figura 6), que avalia seu método deaprendizado e não as suas habilidades operaci-onais, traz dados bastante curiosos. É possívelobservar que 47% dos entrevistados aprende-ram a operar a máquina com pessoas mais ex-perientes e colegas de trabalho, 33% dizem teraprendido na prática ou operando eventual-mente e apenas 20% dos entrevistados apren-deram com profissionais específicos. Esta ques-tão mostra claramente a falta de interesse dasusinas ou de profissionais qualificados para re-alizarem cursos de treinamento aos operadoresde colhedoras.

O Manual do Operador é um item de gran-de importância, pois nele se encontram as re-comendações de como trabalhar adequadamen-te, com orientações e dicas de segurança. A Fi-gura 7 mostra que apenas 29% dos entrevista-dos carregam e utilizam o manual, contra 71%que não utilizam esta ferramenta imprescindí-vel. Quando os operadores foram questiona-dos sobre o motivo de o manual não estar ali namáquina, todos são unânimes em dizer que elajá vem sem o manual, ou seja, provavelmente omanual seja retirado da máquina quando estachega à unidade, não havendo interesse dosresponsáveis em incentivar a utilização desteinstrumento de informações.

A Figura 8 analisa a frequência com queos entrevistados consultam o manual do ope-rador, sendo possível observar que 36% delesnunca consultam o manual, 17% consultamde vez em quando, e apenas 10% dos opera-dores consultam o manual diariamente ousempre que têm dúvidas, o que é um percen-tual relativamente baixo devido à importân-cia do manual. Podemos observar ainda que14% dos entrevistados utilizam quando dátempo, outros 14% consultam uma vez por

semana, e apenas 9% utilizam o manual noinício ou final da safra. Soriano (2008), dizque no Brasil a maioria dos manuais de ope-rações peca no que se refere à transmissão efi-caz de informações ao operador. O consumi-dor brasileiro valoriza pouco o manual emgeral, provavelmente devido a fatores socio-culturais. O operador e o proprietário (com-prador da máquina agrícola) não são a mes-ma pessoa e isto pode provocar ruídos de co-municação interferentes no fluxo da mensa-gem manual-usuário. O Manual do Opera-dor deveria ser considerado requisito de pro-jeto pelo fabricante, como acessório básico dotrator agrícola, bem como ser balizado pornormalização regulamentadora oficializada efiscalizada por competências federais.

CONCLUSÃOCom o desenvolvimento deste trabalho, foi

possível concluir que os operadores da colhe-dora automotriz possuem baixo nível de esco-laridade, sendo o Ensino Fundamental incom-pleto o que obtém um maior índice, atingindo35%. Observamos também a falta de interessedas usinas e dos operadores em realizar cursostécnicos, que são de extrema importância paraa capacitação dos operadores. A sugestão quefica é a criação por parte de usinas e empresasagrícolas de cursos de manutenção, operaçãoda máquina e segurança do trabalho, com as-sistência de profissionais qualificados para trei-nar os operadores e capacitá-los, o que garanti-rá maior retorno e menores perdas e danos nacolheita.

Figura 5 - Acidente com colhedora de cana Figura 6 - Como o operador aprendeu trabalhar colhedora

Figura 7 - Manual fica na colhedora Figura 8 - Frequência de utilização do manual do operador

Patrick Sant´Ana eEdson Massao Tanaka,Esapp

. M

Page 37: Maquinas 84

Unidades

TotalNacionaisImportadasTratores de rodasNacionaisImportadosTratores de esteirasNacionaisImportadosCultivadores motorizadosNacionaisImportadosColheitadeirasNacionaisImportadasRetroescavadeirasNacionaisImportadas

MARA

4.1514.042109

3.4083.325

8351438

1541540

288270182502500

FEVB

3.6403.472168

2.8852.795

90341915

131131

032330914

26721849

JAN-MARC

10.87010.464

4068.6918.4712201158134406406

092688739732619113

MARD

4.3314.259

723.3893.328

6142420

146146

0398387113563560

JAN-MARE

11.17010.913

2578.4068.217189114114

0420420

01.3381.270

68892892

0

A/B14,016,4-35,118,119,0-7,850,0

126,3-46,717,617,6

--10,8-12,628,6-6,414,70,0

A/D-4,2-5,151,40,6-0,136,121,42,4-

5,55,5-

-27,6-30,263,6-29,8-29,8

-

C/E-2,7-4,158,03,43,1

16,40,9

-28,9-

-3,3-3,3

--30,8-30,2-42,6-17,9-30,6

-

2009 2008 Variaçõespercentuais

VENDAS INTERNAS DE MÁQUINAS AGRÍCOLASAUTOMOTRIZES NACIONAIS E IMPORTADAS - ATACADO

Unidades

TotalTratores de rodasAgraleCase CNHJohn DeereMassey Ferguson (AGCO)New Holland CNHValtraOutras EmpresasColheitadeirasCase CNHJohn DeereMassey Ferguson (AGCO)New Holland CNHValtraCultivadores motorizados (1)Tratores de esteiras (2)Retroescavadeiras (3)

MARA

4.1513.408

9431

4491.09576180617228837

13462505

15451

250

FEVB

3.6402.885

7954

40492767261613332340

11362

1008

13134

267

JAN-MARC

10.8708.691293143

1.0672.7012.0941.96542892612437316424322406115732

MARD

4.3313.38913737

40296184187613539834

12164

1736

14642356

JAN-MARE

11.1708.40636098

9172.7021.8092.175345

1.33815146223246429

420114892

A/B14,018,119,0-42,611,118,113,230,829,3-10,8-7,518,60,0

-50,0-37,517,650,0-6,4

A/D-4,20,6

-31,4-16,211,713,9-9,5-8,027,4-27,68,8

10,7-3,1-71,1-16,75,5

21,4-29,8

C/E-2,73,4

-18,645,916,40,015,8-9,724,1-30,8-17,9-19,3-29,3-47,6-24,1-3,30,9

-17,9

2009 2008 Variaçõespercentuais

MÁQUINAS AGRÍCOLAS AUTOMOTRIZES POR EMPRESA

(1) Empresas não associadas à Anfavea.(2) Caterpillar, New Holland CNH (sucede Fiatallis CNH a partir de 1º/02/05), Komatsu.(3) AGCO, Case CNH, Caterpillar, New Holland CNH (sucede Fiatallis CNH a partir de 1º/02/05).

Unidades

TotalTratores de rodasTratores de esteirasCultivadores motorizadosColheitadeirasRetroescavadeiras

MARA

5.6364.654

69168471274

FEVB

4.4073.612

79145432139

JAN-MARC

14.69512.090

246445

1.453461

MARD

6.6345.028250125822409

JAN-MARE

19.05014.265

865380

2.3761.164

A/B27,928,8-12,715,99,0

97,1

A/D-15,0-7,4

-72,434,4-42,7-33,0

C/E-22,9-15,2-71,617,1-38,8-60,4

2009 2008 Variaçõespercentuais

PRODUÇÃO DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS AUTOMOTRIZES

Mil unidades200720082009

JAN1,82,93,1

FEV2,44,03,6

MAR3,04,34,2

ABR2,94,5

MAI3,24,7

JUN3,45,1

JUL3,55,1

AGO3,95,1

SET3,65,5

OUT4,25,5

NOV3,74,3

DEZ2,83,7

ANO38,354,510,9

Mil unidades200720082009

JAN3,25,94,7

FEV4,16,64,4

MAR5,06,65,6

ABR5,27,0

MAI5,66,5

JUN5,77,3

JUL6,57,6

AGO6,88,0

SET5,88,0

OUT6,88,8

NOV6,37,4

DEZ4,15,4

ANO65,085,014,7

Fonte: ANFAVEA - Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores

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38 • Abril 09

Dano emergente e lucros cessantes são institutos dis-tintos, embora similares filosoficamente e albergados sob o mesmo título no Código Civil: perdas e

danos. São consequências possíveis do inadimplemento de obri-gação. Em ambos, sustenta a doutrina, há o objetivo de indeni-zar, de tornar a situação indene.

O uso corriqueiro das expressões, todavia, induz a entendi-mento equivocado. Exemplo disso ocorreu com pessoa indevi-damente inscrita em cadastro de restrição ao crédito. Decidiucomprar imóvel e carro. Provou que as compras não foram rea-lizadas por problemas creditícios. E acionou a instituição res-ponsável pela restrição. Pediu indenização por “perdas e da-nos” (na verdade, o substantivo correto seria dano emergente) elucros cessantes. Não obteve sucesso.

Para entender os significados desses institutos, deve-se tercomo premissa a ocorrência de um prejuízo mensurável e pas-sível de prova. Diferem, portanto, do conhecidíssimo danomoral, onde a mácula e sua extensão muitas vezes decorrem depresunções.

Acrescente-se a irrelevância da intenção do agente. Dolo,culpa ou a ofensividade do ato não interessam à solução dacontrovérsia. As questões apreciadas são meramente pecuniá-rias. Decorre daí também a necessidade da existência e da com-provação do prejuízo material. Sem o dano patrimonial com-provado, não há que se cogitar dano emergente.

Além dessas características comuns, cada um dos institu-tos alberga particularidades.

No dano emergente busca-se a reparação por uma diminui-ção efetiva no patrimônio. Exemplo: os estragos resultantes decolisão entre automóveis reduzem o valor do bem.

Lucros cessantes, por sua vez, consistem naquilo que o pre-judicado razoavelmente deixou de ganhar em virtude do dano.Exemplo: taxista impedido de trabalhar pelo período necessá-rio ao conserto do seu carro (no caso de colisão). O valor deseu crédito será uma média da féria, deduzidos os custos daatividade (gasolina, desgaste do veículo etc.).

ustiça em debateSchubert K. Peter - [email protected]

Quando ocorrem perdas e danos?

Alei diz claramente que controvérsias relativasa contratos de representação comercial devem

ser dirimidas no foro do domicílio do representante. OSuperior Tribunal de Justiça, todavia, tende a decidirpela relatividade dessa competência, que pode ser al-terada pela vontade das partes (no contrato). A orien-tação persiste mesmo no caso de contrato de adesão,desde que não haja hipossuficiência da parte prejudi-cada.

Importante perceber que a hipossuficiência não se de-fine somente pela comparação econômica entre empresas.A empresa de menor porte no litígio pode ou não ser hi-possuficiente. Essa conclusão não decorre simplesmentede faturamento inferior.

Disputa com representante Retenção e aluguel

OCódigo Civil prevê a possibilidade de o pos-suidor de boa-fé exercer o direito de retenção

pelas benfeitorias necessárias e úteis que realizar noimóvel. Em outras palavras, pode não devolver o imó-vel ao proprietário enquanto não receber indenizaçãopor determinadas obras realizadas.

Casos onde o proprietário não conta com meiospara arcar com a indenização motivam discussões acer-ca do tempo da retenção. O Superior Tribunal de Justi-ça, ao decidir caso semelhante, determinou que o pos-suidor de boa-fé deve indenizar o proprietário pelo tem-po que usar o imóvel (como se aluguel fosse). Aplicouao caso os princípios da vedação ao enriquecimentosem causa e da boa-fé objetiva.

Voltando ao exemplo da inscrição no cadastro de restriçãoao crédito, inexistiu prova dos prejuízos alegados. Obviamen-te, a perda da chance de compra não equivale a diminuiçãopatrimonial. A pessoa nada deixou de ganhar, porquanto seuobjetivo era comprar bens pelo preço de mercado, não por pre-ço de ocasião. . M

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