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Maio 2007

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Page 1: Maquinas 63
Page 2: Maquinas 63
Page 3: Maquinas 63

Rodando por aí

Passo a passo: Calibragem de plataformas

Perdas em colheita de amendoim

Restos que viram energia

Eficiência na aplicação de defensivos

Escolha correta de máquinas e implementos

Empresas - John Deere

Ergonomia em tratores

Conforto em cabines de caminhões

Destaques em Ribeirão Preto

Construção de barragens

Técnica 4x4 - Cuidados ao rebocar

Planejamento na irrigação

Índice Nossa Capa

Claas

Destaques

Conforto testadoEnsaios ergonômicos em tratores e caminhõesidentificam fatores que causam maior desgastefísico nos operadores e motoristas

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Por falta de espaço, não publicamos as referências bibliográficas citadaspelos autores dos artigos que integram esta edição. Os interessadospodem solicitá-las à redação pelo e-mail: [email protected]

Os artigos em Cultivar não representam nenhum consenso. Não esperamos quetodos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitosirão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foramselecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemosfazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões,para que o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidosnos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a opor-tunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.

NOSSOS TELEFONES: (53)

• GERAL3028.2000• ASSINATURAS3028.2070

• RedaçãoGilvan QuevedoCharles Echer

• RevisãoAline Partzsch de Almeida

• Design Gráfico e DiagramaçãoCristiano Ceia

• ComercialPedro Batistin

Sedeli Feijó• Gerente de Circulação

Cibele Costa• Assinaturas

Simone Lopes• Gerente de Assinaturas Externa

Raquel Marcos• Expedição

Dianferson Alves

Grupo Cultivar de Publicações Ltda.

www.cultivar.inf.brwww.grupocultivar.com

Cultivar MáquinasEdição Nº 63

Ano VI - Maio 2007ISSN - 1676-0158

[email protected]

Assinatura anual (11 edições*): R$ 119,00(*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)

Números atrasados: R$ 15,00

Assinatura Internacional:US$ 80,00• 70,00

Eficiência na aplicaçãoComo escolher a tecnologia corretadiante da diversidade de fatores queafetam a pulverização de defensivos

Melhor escolhaO que levar em consideração na horade optar por trator, implemento ecolhedora para sua propriedade

Matéria de capa

22 e 26

14

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• Impressão:Kunde Indústrias Gráficas Ltda.

• REDAÇÃO3028.2060• MARKETING3028.2065

Page 4: Maquinas 63

04 • Maio 07

Boa aceitaçãoGustavo Streiff, diretorcomercial da Santiago &Cintra, comentou oaumento na busca porequipamentos deprecisão. “O produtorcada vez mais investeem tecnologia parabaixar custos”, lembrou.

Adaptadores e conexõesA equipe da Gates levou para RibeirãoPreto a linha de adaptadores e conexõeshidráulicas. Sérgio Jorge dos Santos,supervisor de aplicações de produto emarketing destacou a durabilidade doscomponentes.

ChevroletPaulo Cézar de Souza,gerente de negócios ede vendas da GMChevrolet e MarcosRoberto Teixeira,representante devendas do Banco GMAC, levaram paraRibeirão Preto toda alinha de picapes,caminhonetes eutilitários esportivos damarca como Montana,S-10, Blaser e Tracker.

ColheitadeirasRoberto Ruppenthal Neto,gerente de marketing doproduto, destacou a linhade colheitadeiras MasseyFerguson, em especial aMF 32, lançada emRibeirão Preto, com 24meses de garantia.

Plantadora de canaTomás e Marina White,

dois novos integrantes daequipe ServSpray, deram

destaque especial àTropicana, plantadora

automotriz de canapicada, lançada em

parceria com a Sermag.

Recomeçar“O setor vive um

momento de recomeçar.”Assim Eliseu Schaedler,

diretor presidente da Sfil,classificou o atual

panorama do agronegóciobrasileiro. Em Ribeirão

Preto a empresa destacoua linha de plantio e

plataforma de milho, bemcomo a Patrolinha 3650.

Em busca da liderançaA GSI – Agromarau esteve presente em Ribeirão Preto com força total, disposta a captaras excelentes oportunidades da retoma-da do agronegócio brasileiro. Lídermundial em equipamentos para seca-gem, armazenagem e movimentação degrãos, a empresa, com sede nos Esta-dos Unidos e operações em todos oscontinentes, investe fortemente na suaunidade brasileira para atingir a lide-rança de mercado na América do Sul.

Presença forteCom os lançamentos da

linha TT, a New Hollandcomplementou sua linha

de produtos para todos ossegmentos do agronegó-

cio. Marcos Arbex,gerente de marketing da

empresa, destacou emRibeirão Preto o sloganusado pela companhia:

“Onde há agricultura, háNew Holland”.

CrescimentoCarlito Eckert, diretor comercial e Fábio Piltcher, di-retor de marketing da Massey Ferguson, apresenta-ram o balanço de vendas do primeiro trimestre de2007, comparado com o mesmo período de 2006.Segundo os dois executivos, enquanto a comerciali-zação da indústria cresceu 31% em tratores e 58% emcolheitadeiras, a montadora alcançou percentuais de36% e 82%, respectivamente, nos dois segmentos.

Produção intensaPaulo Hermann, diretor de marketing da John Deere, falousobre a expansão da companhia, com a abertura da nova fá-brica em Montenegro, no Rio Grande do Sul. A unidade pro-duzirá até 12 mil tratores por ano, o que representa pratica-mente o dobro da capacidade atual. Resultado de um investi-mento de U$$ 250 milhões, a filial gaúcha começa a produzirem escala piloto em julho e a fabricar a partir do próximo anotodos os modelos de tratores da marca.

RobustezA robustez dos tratores Valtra foi demonstrada em Ribeirão Pretoatravés da estrutura de um trator de 125 cavalos mostrada noestande da empresa. Arci Mendes, gerente de marketing de pro-duto, destacou o tanque inteligente, que faz parte do chassi. Emchapa de aço, absorve a torção e evita vazamentos. O sistema In-tercooler, que permite economia de combustível e maior potênciacom apenas quatro cilindros, foi outro destaque.

Agricultura familiarJim Martinez, presidente da John Deere, falou daaposta da companhia na agricultura familiar. EmRibeirão Preto foram apresentados os modelos 5303com 57 cv e o 5403 com 65 cv, voltados para pe-quenos produtores e emprego em atividades comohorticultura e fruticultura. “Nosso compromissocom o Brasil vai de trator pequeno a grande”, sali-entou.

VisitaA Trelleborg contou em Ribeirão Preto coma presença do diretor mundial de estratégiade negócios, Stefano Bettinelli, sediado nacidade de Cinisello Balsamo, Itália. Sua pre-sença teve por objetivo conhecer mais o po-tencial agrícola do Brasil e dar novo impul-so aos pneus agrícolas da marca.

Gustavo Streiff

Roberto Ruppenthal Neto

Carlito Eckert e Fábio Piltcher

Paulo Hermann

Paulo Cézar e Marcos Roberto

Eliseu Schaedler

Arci Mendes

Marcos Arbex

Tomás e Marina White

Jim Martinez

Stefano Bettinelli

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Hamilton Ramos

Maio 07 • 05

AGRA equipe da AGR este-ve presente em RibeirãoPreto com a linha com-pleta de equipamentospara a agricultura deprecisão.

PrêmioO Grupo Gerdaulançou a 25ª edição doPrêmio GerdauMelhores da Terra,voltado para o setor demáquinas e equipa-mentos agrícolas. Oconcurso deste anoabrange três categorias:destaque, novidade epesquisa e desenvolvi-mento.

Aplique bemO Instituto Agronômico de Campinas (IAC) expôs em Ribeirão Preto o progra-

ma Aplique Bem, voltado para o treinamento de apli-cadores e análise de pulverizadores, através de umlaboratório móvel. Garantir o controle fitossanitárioseguro, reduzir os prejuízos com desperdício e nãoprejudicar o ambiente estão entre os objetivos. “Tra-ta-se de um projeto pioneiro, totalmente subsidiado,sem nenhum custo para o produtor”, informou o co-ordenador do projeto, Hamilton Ramos. Foram in-vestidos aproximadamente 110 mil dólares no pro-grama. A parte técnica, treinamentos e organizaçãodos dados são de responsabilidade do IAC. Já o in-vestimento financeiro coube à Arysta, parceira do tra-balho.

BardahlA Bardahl destacou em

Ribeirão Preto a linhaatóxica de lubrificantes

de grau alimentício, paraemprego em indústrias

como frigoríficos,produtoras de biscoitos e

refrigerantes. GeraldoOdair Tibério, supervisor

de novos negócios,lembrou a demanda da

linha Kelube junto aosetor sucroalcooleiro,

para o processamento deaçúcar.

ApostaGislene Pessin, superviso-ra de marketing da JohnDeere, lembrou os últimoslançamentos e a novafábrica de tratores dacompanhia, em Montene-gro, no Rio Grande doSul. “Mesmo com toda acrise vivida pelo agronegó-cio, nunca deixamos deinvestir”, frisou.

ÁguaBernhard Kiep, vice-presidente da Valmont Irrigation In-ternacional, sediado em Omaha, estado de Nebraska, EUA,destacou em Ribeirão Preto a importância do uso racionalda água. “O Brasil, pelo fato de ter esse recurso em abun-dância, tem que explorar e pesquisar mais este assunto”,lembrou. Como exemplo de economia citou o arroz irriga-do sob pivô, onde o consumo de água é 50% menor emrelação ao sistema de inundação.

ColetivaOrlando Capelossa, diretor de vendas e pós-vendas, e Leandro Marsili, diretor de marke-ting da Valtra, falaram sobre os lançamentosda empresa, com destaque para os tratoresGeração II e os projetos na área de biodiesel.No primeiro trimestre, máquinas para a cul-tura da cana-de-açúcar representaram 51%do faturamento da montadora.

Tecnologia útilPedro Soares, Silvio Rigoni e Flávio Crosa, da Agrale, falaram em Ribeirão Preto sobre olançamento do trator BX 6180, quechega para preencher uma lacuna daempresa em relação aos modelos demédio porte. Os executivos destacaramo que classificam de tecnologia útil,para atender às necessidades do pro-dutor brasileiro, com facilidade de ma-nutenção e economia de combustível.

Venda do MF 8480Newton Alves de Oliveira, 28 anos, aproveitou apresença em Ribeirão Preto para adquirir o MF8480, da Massey Ferguson. “Escolhi o modelo porcausa da tecnologia avançada. É interessante le-var um trator desses para a nossa região”, justifi-cou Oliveira, que é proprietário de outros doistratores da marca e trabalha como prestador deserviços para produtores de batata e tomate, emuma área de 2,5 mil hectares, na região de Cha-pada Diamantina, em Cascavel (BA).

Cautela“Otimismo dentro darealidade.” Essa é a posturarecomendada pelo novodiretor geral da Lindsay noBrasil, Julimar Souza, dianteda sinalização de retomadado agronegócio após a gravecrise que se abateu sobre osetor. Apesar de reconhecerque o panorama atual é maisfavorável que o vivido noano passado, o executivolembrou que falta evoluir asolução de problemas comodívidas acumuladas pelosprodutores e carência deinfra-estrutura.

MotoresO principal destaque daCumminis, em Ribeirão

Preto, foi a apresentação domortor B 3.3, disponível

com potências de até 110cavalos, com cárter

estrutural. Isso significa quenão necessita de chassi, poisjá sai da linha de montagemcom um sistema de fixação

que se adapta a todo tipo deequipamento ou máquina.

Hamilton Ramos

Gislene Pessin

Orlando Capelossa e Leandro Marsili

Julimar Souza

Bernhard Kiep

Pedro Soares, Flávio Crosa e Silvio Rigoni

Geraldo Odair Tibério

Estrutura mantidaLuiz Antonio Vizeu,

supervisor de marketing deproduto da Miac,

informou que o objetivodas Indústrias ReunidasColombo é diversificar a

linha de produtos daempresa, com máquinas

que não exijam mudançasna estrutura da fábrica.

Em Ribeirão Preto odestaque ficou por conta

da linha de beneficiamentode grãos e café.

Luiz Antonio Vizeu

Newton Alves de Oliveira

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06 • Maio 07

passo a passo

Osistema de corte automático dascolheitadeiras para colheita degrãos pode ser considerado como

a principal evolução destas máquinas nos últi-mos anos. Com a altura de corte e a inclinaçãoda plataforma se ajustando automaticamente,o operador pôde aumentar a velocidade de co-lheita fazendo com que a produção diária au-mentasse consideravelmente. Além disso, de-vido ao corte mais rente ao solo, as perdas deplataforma caíram bastante, diminuindo o des-perdício. Porém, para desfrutar destes benefí-

cios, o sistema tem que ser calibrado correta-mente.

Na seção passo a passo desta edição mos-traremos como se calibra o módulo Ativa, queequipa os modelos Massey Ferguson 5650 Ad-vanced, nas versões para colheita de grãos.

PREPARAÇÃOAntes de iniciar o procedimento de calibra-

ção devem ser tomadas as seguintes ações:

• Engate a plataforma na máquina e travea mesma junto ao canal embocador;

• Conecte o terminal elétrico da platafor-ma no da máquina;

• Certifique-se que não existam obstácu-los próximos ou sob a plataforma;

• Posicione a máquina em local plano;• Erga a plataforma e certifique-se que os

braços do sistema flexível estejam trabalhandolivremente;

Para calibração não é necessário conectaras mangueiras hidráulicas nem o eixo cardã.

Antes de iniciar qualquer ajuste na plataforma,engate a trava de segurança no cilindro de levante

Essa trava garantirá a sua segurança duranteos procedimentos de ajuste sob a plataforma

Ao iniciar a calibragem, desligue a embreagemeletromagnética da plataforma de corte

Plataformacalibrada

Plataformacalibrada

O sistema automático de corte, nas colhedoras mais modernas, é um aliado quepermite cortar rente ao solo, reduzir perdas e aumentar a velocidade de

deslocamento da máquina. Mas, para aproveitar ao máximo esse benefício, énecessário seguir todos os passos de regulagem antes de começar a colheita

O sistema automático de corte, nas colhedoras mais modernas, é um aliado quepermite cortar rente ao solo, reduzir perdas e aumentar a velocidade de

deslocamento da máquina. Mas, para aproveitar ao máximo esse benefício, énecessário seguir todos os passos de regulagem antes de começar a colheita

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“Antes de realizar qualquer tipo de trabalho embaixo da plataforma certifique-se que atrava de segurança, localizada na haste do cilindro de levante, esteja engatada”

Maio 07 • 07

Faça estas conexões antes de iniciar a operação.Mas preste atenção. Antes de realizar qual-

quer tipo de trabalho embaixo da plataformacertifique-se que a trava de segurança, localiza-da na haste do cilindro de levante, esteja enga-tada.

ACESSO AO MENUO módulo Ativa possui a função menu, na

qual o operador poderá calibrar a plataforma,fazer diagnósticos, checar o tipo de plataformae escolher o idioma a ser utilizado.

Para entrar no menu siga com atenção osseguintes passos: certifique-se que a igniçãoesteja ligada. Certifique-se, também, que a em-breagem eletromagnética da plataforma de corteesteja desligada. Quando o visor apresentar amensagem “AGCO do Brasil”, pressione simul-taneamente as teclas de aumento e diminuiçãodo corte por quatro segundos. Ao aparecer afunção menu, solte as teclas. Para navegar nomenu basta pressionar as teclas de aumentar ediminuir a altura de corte e para confirmar pres-sione a tecla de altura automática.

CALIBRAÇÃO DOS POTENCIÔMETROSO sistema de controle automático de corte

da MF5650 Advanced possui quatro potenci-ômetros, sendo dois localizados nas laterais daplataforma, que indicam a posição da platafor-ma em relação ao solo, um sob a cabina queindica a altura da plataforma em relação à má-quina e um na lateral do canal embocador que

indica a inclinação da plataforma.Para verificar as tensões destes potenciôme-

tros acesse a função menu e encontre, atravésdas teclas de navegação, o menu “diagnóstico”e confirme.

A tela de leitura de tensão dos potenciôme-tros será mostrada, apresentando valores de VD,VA, VE e VI. Com esta tela no módulo, coman-de a descida da plataforma até que as sapatasdo sistema flexível estejam totalmente compri-midas. Nesta condição, as indicações VD (vol-tagem direita) e VE (voltagem esquerda) de-vem ficar em 1,5V (+0,1V). Caso o valor estejadiferente, o comprimento da haste que acionao potenciômetro deve ser alterado até que estevalor seja alcançado. Para isto, solte a borboletae gire o esticador, conforme mostrado na foto.

Após a regulagem dos potenciômetros dosdois lados, suba a plataforma até que as sapatasdo flexível estejam totalmente no ar e verifiquea tensão dos potenciômetros VD e VE. O valordeve estar em 3V (+0,1V). Se a voltagem esti-ver fora deste valor, altere o comprimento dahaste como indicado na foto acima.

Para calibrar o potenciômetro de inclina-ção, incline a plataforma totalmente para es-querda e verifique se o valor da tensão VI estáem 1,5V (+0,1V). Se necessário faça o ajustealterando o comprimento da haste soltando asporcas indicadas na foto. Em seguida, incline aplataforma totalmente para direita e verifiquese a tensão está em 3V (±0,1V). Ajuste se ne-cessário.

Para ajustar o potenciômetro de altura, abai-xe a plataforma de maneira que ela apenas to-que o solo, nesta posição a tensão VA deve serde 1,5V (±0,1V). Se necessário ajuste alteran-do o comprimento da haste. Depois, suba a pla-

Se as indicações dos potenciômetros estiverem fora do valor indicado,faça o ajuste soltando a borboleta e girando o esticador

Ao calibrar o potenciômetro de inclinação, senecessário, ajuste o comprimento da haste

Na calibração automática, pode-se escolherentre a rígida ou flexível

Para ajustar o potenciômetro de altura, tambémpode ser necessário alterar o comprimento da haste

Fotos Gilvan Quevedo

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08 • Maio 07

taforma até o fim de curso e verifique se a ten-são está em 3V (±0,1V), ajustando se necessá-rio.

Se, após calibrar o valor de 1,5V em algumdos potenciômetros, não for possível atingir os3V sem alterar o primeiro, é possível mexer noângulo do potenciômetro soltando seus para-fusos de fixação e girando o mesmo nos furosoblongos.

MENU CALIBRAÇÃOAtravés deste menu poderá ser feita a cali-

bração automática, a qual dispensa o procedi-mento manual para calibrar todos os sensoresda plataforma.

Neste item pode-se escolher o tipo de cali-bração como rígido ou flexível através das te-clas de navegação.

Para realizar a calibração siga com atençãoos seguintes passos: confirme no menu o itemcalibração através da tecla . Selecione o tipode calibração conforme o tipo de colheita. Pla-taforma Rígida para situações em que a plata-forma vai colher sem contato com o solo e Pla-

taforma Flexível para situações em que a plata-forma vai colher rente ao solo. Confirme pres-sionando a tecla de altura automática. Nestemomento o sistema aguardará que a platafor-ma de corte esteja nivelada. Ajuste a nivelaçãoda plataforma de corte através das telas de in-clinação manual. Depois confirme pressionan-do a tecla de altura automática. Aguarde en-quanto o sistema calibra a plataforma automa-ticamente.

Neste momento, se realizada a calibraçãopara Plataforma Rígida, o módulo Ativa vaiidentificar os pontos inferior e superior coman-dando a descida total da plataforma até o con-tato com o solo e a elevação até o final de cursodos cilindros de levante. Se a calibração for parao modo Flexível, além dos pontos inferior esuperior, o módulo Ativa vai identificar os pon-tos de inclinação máxima para esquerda e paradireita, comandando a inclinação até o fim decurso para os dois lados.

MENSAGENS NA CALIBRAÇÃOQuando apresentar a frase “calibração con-

cluída”, o sistema indica que a calibragem foi

Se, no final, aparecer a mensagem “calibraçãoincompleta”, verifique novamente os itens

Após a calibração, acione a embreagemeletromagnética da plataforma

concluída com sucesso. Se apresentar frase “ca-libração incompleta”, o sistema considera a ca-libração como incompleta e também indica qualo sensor que deve ser checado. Para sair da in-dicação, pressione a tecla durante cinco segun-dos. Quando o problema for solucionado, repi-ta novamente os passos da calibração.

POSSÍVEIS ERROS NA CALIBRAÇÃOSe ocorrer algum erro durante a calibração,

o módulo Ativa indica qual potenciômetro deveser verificado. As principais causas de erro nacalibração são:

• Potenciômetros fora da faixa de ajuste detensão. Para checar os valores de ajuste siga ospassos do item 3 – Calibração dos Potenciôme-tros;

• Conectores do circuito elétrico (platafor-ma, comando hidráulico, módulo) mal conser-vados ou mal conectados. Verifique os conec-tores de todos os sensores e limpe-os se neces-sário.

ENTRADA EM OPERAÇÃOApós a calibração, o sistema de corte

automático estará pronto para entrar emoperação. Antes de ligar as funções auto-máticas acione a embreagem eletromagné-tica da plataforma, depois, acione a teclade inclinação automática para ligar estafunção e, por último, ajuste a altura decorte através das teclas de navegação. Fei-to isto, com apenas um toque na tecla dedescida da plataforma, o sistema Ativa vaicomandar a descida desta até a altura decorte programada.

Feito todo o procedimento, basta acionar com umtoque a tecla de descida da plataforma

Colaboração Lohar SistemasEletrônicos e Massey Ferguson

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Maio 07 • 09

perdas

Acultura do amendoim apresentagrande importância econômica esocial no mundo. No Brasil, após

enfrentar vários períodos de crise, o setor tec-nificou seu processo produtivo, alcançandoalto padrão de qualidade. Este padrão que ten-de a melhorar ainda mais, reconquistando omercado consumidor que tem se alargado se-qüencialmente devido à melhor articulação,tanto dos produtores quanto de suas coopera-tivas e associações. Devido à pouca expressivi-dade que a cultura exerceu durante todo o seuperíodo de crise, poucos estudos têm sido rea-lizados sobre o amendoim, de modo que asreferências bibliográficas encontradas sobre omesmo são escassas, não sendo encontradosmuitos trabalhos sobre a ocorrência de perdasna colheita. Desta forma, não se encontramdisponíveis informações sobre os limites tole-ráveis para as perdas na colheita e tampoucosobre o que realmente se perde durante as

Amendoim semperdas

operações de arranquio e recolhimento doamendoim.

Este panorama não é diferente no estadode São Paulo, tradicional produtor de amen-doim, que tem sua produção concentrada prin-cipalmente na região da Alta Mogiana (Ribei-rão Preto e Jaboticabal), onde o cultivo doamendoim ocorre no período de renovação dacultura da cana-de-açúcar. Além disso, a cha-mada safra “das águas”, com semeadura emsetembro-outubro, assegura cerca de 80% daprodução comercial em volume.

MOMENTO DE COLHEITAOs diferentes critérios para determinação

do momento de colheita de amendoim, emgeral, baseiam-se na aparência da planta, va-gens ou sementes e, raramente, estão apoia-dos em resultados de pesquisa. A colheita nomomento inadequado pode proporcionargrande número de sementes imaturas e, quan-

do realizada prematura ou tardiamente, podeacarretar perda de vagens, bem como o iníciode deterioração dos grãos. Enquanto a sementefica no campo, aguardando a maturação mor-fológica, cujo grau de umidade permitirá acolheita, tem-se um período de armazenamen-to a campo. Neste período a ocorrência decondições climáticas adversas pode dar inícioao processo de deterioração da semente, comalterações físicas, fisiológicas e sanitárias.

A colheita, quando realizada em épocasinadequadas pode levar a consideráveis per-das em quantidade e qualidade de sementes.Colheitas precoces resultam em grande nú-mero de sementes imaturas e mal formadas,enquanto que colheitas tardias implicam emaumento das perdas devido à baixa umidade,sendo este fator responsável pela maior facili-dade de perda de vagens no momento do ar-ranquio e recolhimento, bem como pela mai-or quebra de vagens, induzindo ao beneficia-

A colheita do amendoim é uma operação que exige a observação de alguns fatoresprimordiais como umidade do grão e do solo, manuseio no arranquio e regulagem domaquinário. O sucesso na redução de perdas está ligado à observação desses detalhes

Rouverson da Silva

Page 10: Maquinas 63

10 • Maio 07

Para um bom desempenho da reco-lhedora, visando sempre a máxi-

ma eficiência e o mínimo de perdas, é ne-cessário tomar alguns cuidados, taiscomo:

• Manter uma boa uniformidade dasuperfície do solo;

• Realizar a colheita com umidade doamendoim entre 18 e 24%;

• Procurar trabalhar em terrenos comdeclividade de até 10%;

• Verificar o correto posicionamentoe uniformidade dos dedos recolhedores;

• Trabalhar com a recolhedora em ve-locidades que variem de 6 a 8 km/h, po-dendo essa velocidade ser variável e/ouajustável;

• Em leiras volumosas diminuir a ve-locidade de deslocamento e em leiras pou-co volumosas aumentar a velocidade dedeslocamento;

• Ajustar os pinos do cilindro bate-dor de acordo com o material a ser traba-lhado (mais ou menos produtivo em rela-ção à quantidade de massa seca);

• Verificar o tensionamento das cor-reias e caso estejam desgastadas efetuara troca;

• Inspecionar diariamente o interiorda máquina removendo eventuais acúmu-los de resíduos ou ramas na tela, peneira

DICAS PARA MINIMIZAR AS PERDASvibratória, peneira traseira e tela de reten-ção do elevador;

• Manter limpo o ventilador, pois alimpeza do material está diretamente li-gada ao seu bom funcionamento;

• Verificar a calibragem dos pneus:Rodas traseirasTipo de pneu 14.9 - 28 R13Pressão recomendada: (2 bar) 30 li-

bras/pol ²Rodas DianteirasTipo de pneu 145/13Pressão recomendada(2 bar) 30 libras/pol²• Verificar a altura do cilindro reco-

lhedor em relação à superfície do solo;• Não permitir dedos recolhedores ras-

pando o solo, pois aumentará a quanti-dade de terra jogada para dentro da reco-lhedora diminuindo a qualidade do mate-rial levado para a indústria;

• Adequar a posição da chapa regula-dora de ar para as condições adequadascom a quantidade e qualidade do materi-al a ser recolhido;

• Não exceder o tempo necessário detrilha, podendo causar perdas ou danosmecânicos ao material recolhido;

• Manter os pinos batedores na posi-ção e distância adequada com o materialtrabalhado.

mento do amendoim sem casca. O amendo-im beneficiado sem casca é destinado somen-te para a produção de óleo, fator este que im-plica em uma perda de renda do produtor ematé 40% do valor pago pelo amendoim em cas-ca. O atraso na colheita pode, ainda, conduzirà maior intensidade de deterioração das se-mentes, além de elevar o tempo de exposiçãoda mesma aos possíveis ataques de microor-ganismos, os quais depreciarão seus valoresqualitativo e comercial, podendo incorrer emaumento de prejuízos financeiros ao produ-tor. O elevado grau de umidade do solo, emvirtude da ocorrência de possíveis chuvas, podedanificar severamente as sementes, produzin-do danos e reduzindo a qualidade, ocorrendoaté mesmo sua germinação nas vagens, com aconseqüente deterioração das sementes duran-te o armazenamento.

QUANTIFICAÇÃO DAS PERDAS NA COLHEITAVisando quantificar as perdas na colheita

mecanizada do amendoim, o Lamma (La-boratório de Máquinas e Mecanização Agrí-cola) da Unesp/Jaboticabal (SP) realizou re-centemente, um levantamento em quatropropriedades na região da Alta Mogiana(SP). Estas propriedades contavam com re-colhedoras-trilhadoras de amendoim comidade entre um e três anos. A umidade doamendoim foi obtida por meio de aparelhodigital portátil, no momento da colheita, si-tuando-se na faixa de 16 a 18%.

As perdas foram mensuradas realizan-do-se a coleta de todos os grãos e vagenscaídos no solo, dentro de uma armação demadeira e fios de nylon de 2m2, colocada nosentido transversal ao deslocamento da re-colhedora, após as operações mecanizadasde arranquio e recolhimento. Em cada pro-priedade avaliada foram coletadas dez amos-tras, distanciadas de 25 metros entre si, queforam acondicionadas em sacos de papel elevadas ao laboratório para pesagem.

RESULTADOSA média de perdas totais (arranquio e

recolhimento) nas propriedades avaliadas foide 188 kg/ha, corrrespondendo a 2,6% doamendoim colhido (Tabela 1). Consideran-do-se como tolerável o limite de 2% de per-das, adotado para outras culturas, observa-se, na região da Alta Mogiana (SP), a ocor-rência de perdas significativas, mesmo comcondições de relevo e sanidade favoráveis aoprocesso de arranquio e recolhimento. Acausa deste nível de perdas pode ser relaci-onada com o fator relevo, pois as proprieda-

A velocidade de deslocamento deve serrespeitada, para evitar quebras

demasiadas nas sementes

Page 11: Maquinas 63

“O elevado grau de umidade do solo, em virtude da ocorrência depossíveis chuvas, pode danificar severamente as sementes”

Maio 07 • 11

Perdas noArranquio60 kg/ha

0,8%

Grãos soltos13 kg/ha

0,2 %

Vagens114 kg/ha

1,6 %

PerdasTotais

188 kg/ha2,6 %

Perdas no Recolhimento

Tabela 1 - Perdas de amendoim em grãos no arranquio,no recolhimento e totais

Figura 1 - Perdas no arranquio e recolhimento de amendoim

des avaliadas apresentavam, de modo geral,relevo irregular e declivoso. Observa-se tam-bém que, além do alto valor de perdas devagens durante o recolhimento, as proprie-dades avaliadas apresentaram alto índice deperdas durante o arranquio, o que pode sercreditado à umidade do solo, que leva a con-dições adversas àquelas necessárias tantopara o processo de arranquio quanto para orecolhimento.

Analisando-se a Figura 1 constata-seque as menores perdas totais e no recolhi-mento foram verificadas quando da utili-zação de máquinas mais novas, que possu-em melhor tecnologia. Nas propriedadesanalisadas esta condição foi observada napropriedade 4 (P4), que apresentou meno-res perdas no recolhimento e totais. Poroutro lado, na propriedade 1 (P1), quepossuía maquinário mais antigo, foramencontradas as maiores perdas no recolhi-mento e perdas totais.

CUIDADOS NA COLHEITA MECANIZADAA colheita mecanizada tem experimen-

Determinação das perdas ocorridasdurante o período do arranquio,antes da utilização das máquinas

No final, após a passagem da máquina, érealizada novamente catação para

determinação das perdas totais

tado grande evolução tecnológica, sempreem busca da minimização das perdas. Ape-sar da existência de trabalhos a respeito decolheita, a mensuração de perdas na co-lheita da cultura do amendoim não temsido objeto de preocupação por parte dospesquisadores brasileiros, tornando-se im-prescindível a realização destas, a fim dese obter resultados que possibilitem me-lhorias nas formas de manejo e tecnológi-cas proporcionando um produto final demelhor qualidade para o consumidor etambém que possa resultar num incremen-to de receita aos produtores, os quais de-vem sempre atentar-se para a crescente

concorrência de mercado onde a tecnifica-ção e a incrementação na produtividadefazem-se imprescindíveis.

Cássius Sant’Ana,Rouverson Pereira da Silva eCarlos Eduardo Angeli Furlani,Unesp/Jaboticabal

M

Fotos Rouverson da Silva

Page 12: Maquinas 63

madeira

Abusca por fontes renováveis deenergia tem motivado sobrema-neira a utilização de culturas agrí-

colas e florestais como opção sustentável emsubstituição aos combustíveis fósseis. Os Esta-dos Unidos, sendo um dos maiores mercadosde consumo de energia do planeta, elaboraramum documento intitulado “Biomassa como es-toque de matéria-prima para a indústria de bi-oenergia e bioprodutos: a disponibilidade téc-nica de um suprimento anual de um bilhão detoneladas”, como orientação para os futurosinvestimentos federais em pesquisa e desenvol-vimento (P&D), tendo em vista o objetivo desubstituir em 30% o consumo atual de petró-leo dos EUA por biocombustíveis em 2030.

Considerando somente as terras agrícolase florestais, as duas maiores fontes potenciaisde biomassa, o estudo encontrou um potencialsuperior a 1,3 bilhão de t secas por ano — sufi-ciente para produzir biocombustíveis para aten-der mais do que um terço da demanda atual decombustíveis para transporte. Isso representamais do que sete vezes da quantidade de bio-massa atualmente consumida para bioenergiae produtos de base biológica. Cerca de 998 mi-lhões de t secas poderiam ser extraídos de áreasagrícolas e 368 milhões de t secas de biomassapoderiam ser produzidos, de maneira susten-tável, das terras florestais disponíveis (269 mi-

lhões de hectares). Esta projeção de 368 mi-lhões de t secas de biomassa florestal inclui 52milhões de t secas de lenha colhida nas flores-tas, 145 milhões de t secas de resíduos de in-dústrias de processamento de madeira e celu-lose e papel, 47 milhões de t secas de resíduosurbanos de madeira, incluindo construção ci-vil e restos de demolição, 64 milhões de t secasde resíduos de exploração florestal e operaçõesde limpeza de povoamentos, e 60 milhões de tsecas de biomassa resultante de operações demanejo para redução do risco de incêndio emflorestas.

Atualmente, as atividades tradicionais deexploração e demais operações de intervençãonas florestas de produção de madeira geram

cerca de 67 milhões de t secas de resíduos. Apro-ximadamente, 41 milhões de t secas dessa bio-massa são potencialmente disponíveis para bi-oenergia e produtos de base biológica, mas ain-da existem algumas considerações sobre limi-tações técnicas dos equipamentos utilizados narecuperação daqueles resíduos.

Uma opção técnica com boas perspectivasfoi desenvolvida na Escandinávia, com base nossistemas de colheita de toras curtas, onde umaenfardadora de biomassa florestal coleta, com-prime e amarra resíduos florestais em fardoscilíndricos com aproximadamente 60cm de di-âmetro e três metros de comprimento. O ma-nuseio dessa biomassa torna-se bastante sim-plificado ao compactar e agregar resíduos emforma semelhante a toretes.

Com uso já intenso na Escandinávia, essetipo de equipamento vem sendo introduzidode maneira experimental nos Estados Unidos.Um dos estudos foi desenvolvido por Bob Rum-mer, Dan Lenand e Obie O’Brien em oito dife-rentes regiões florestais na região oeste daquelepaís, mas somente em seis áreas houve a coletade fardos (Quadro 1). Em alguns locais os resí-duos estavam muito espalhados e não compen-savam a coleta, em outros havia a exigência,por parte do proprietário da área, da perma-nência de uma certa quantidade de resíduos.

Em aplicações na Europa, o comprimento

O recolhimento e o reboque das toras curtas sãofeitos com reboques normais, já que os fardos se

assemelham à espessura das toras

Restos que viramenergia

Restos que viramenergia

Na onda dosbiocombustíveis,

pesquisas mostram queresíduos de extração

florestal podem gerarenergia para atendermais de um terço da

demanda atual decombustível para

transporte

Na onda dosbiocombustíveis,

pesquisas mostram queresíduos de extração

florestal podem gerarenergia para atendermais de um terço da

demanda atual decombustível para

transporte

12 • Maio 07

Page 13: Maquinas 63

Local

Bonner’s Ferry, IDIdaho City, ID

Stevensville, MTMedford, ORBend, OR (1)Bend, OR (2)

Tipo defloresta

ConíferasPinus ponderosaPinus ponderosa

ConíferasP. lodgepoleP. lodgepole

Tipo deresíduo

Resíduo quatro anosÁrvores inteiras

Resíduos de toras-curtasGalhos grossos, topos

Pequenas árvores inteirasPequenas árvores inteiras

Pré54,297,027,064,890,560,0

Em fardos8,8

51,01,5

21,218,237,0

Quantidade combustível (t secas/ha)

Quadro 1 - Características dos locais do estudo

padrão dos fardos é de três metros. Nesse estu-do, os comprimentos variaram entre 2,4 e 4,8m,procurando adaptar os fardos aos trailers tradi-cionais de transporte de madeira. Os fardosmenores eram transportados de maneira trans-versal ao eixo da carreta, enquanto que se espe-rava que os maiores se adaptassem em rebo-ques padrões com fueiros duplos. Os fardoscom material verde tinham uma densidade queera similar à densidade seca das toras (ao redorde 360kg m-3), enquanto que os fardos forma-dos por material seco apresentavam uma den-sidade menor (265kg m-3 em média), evidenci-ando o problema de se conseguir atingir a ca-pacidade legal de carga dos reboques convenci-onais, principalmente no caso de se trabalharcom resíduos secos.

Outro problema referiu-se à solidez dos far-dos, que eram mantidos rígidos quando pro-duzidos de resíduos com algumas peças comtrês a seis metros de comprimento e, ao menos,8cm de diâmetro. Sem esse material mais lon-go no feixe, alguns fardos tornavam-se flexíveisou mesmo quebravam-se. Materiais mais cur-tos e mais largos, como pedaços de tocos, tam-bém não enfardavam de maneira adequada.Peças com diâmetros maiores introduzem umacerta descontinuidade nos fardos, que podemproduzir pontos mais fracos. A máquina podese ajustar a materiais mais difíceis aumentan-do o número de amarras e reduzindo o espaçoentre elas, mas isto afetaria a produtividade e ocusto da operação.

As especificações técnicas para o 1490Dindicam uma produtividade entre dez e 30 far-dos por hora. Nesse estudo foram registradasprodutividades entre cinco e 24 fardos por hora,com a menor produção causada pelo arranjomais disperso do resíduo, o que aumentou otempo de alinhamento, coleta e alimentação domaterial. O arranjo do resíduo era crítico nomanuseio de árvores inteiras, com o operador

tendo que alinhar as peças de maior compri-mento, atividade que poderia ser facilitada sefeita na operação anterior de colheita de ma-deira.

Assumindo um rendimento operacional de20 fardos por hora/máquina (oito toneladassecas), o custo de coleta de biomassa e forma-ção dos fardos seria de US$ 16 por t seca. Ocusto da extração com forwarder foi estimadoem US$ 5 por t seca, baseado em quatro cargaspor hora produtiva. Com um custo de trans-porte entre US$ 0.06 a US$ 0.12/t-km, umaviagem de 80km iria acrescentar mais US$ 5 aUS$ 10 por t seca. A produção de cavacos nafábrica estaria por volta de US$ 3 por t seca, oque resulta-ria no custofinal entreUS$ 29 eUS$ 34 port seca, comaproximada-mente meta-de do custototal corres-pondendo à

Fernando Seixas eRobert Rummer,Esalq

Quebra excessiva pode serprejudicial para a operação

de recolhimento e enfardamento

operação de enfardamento. Esse valor não écompetitivo atualmente quando comparadocom outros preços de combustíveis, como car-vão, ao redor de US$ 24.74 por t entregue nafábrica. Contudo, poderá se tornar, caso a ope-ração de enfardamento elimine ou reduza ocusto de outras operações, como empilhamen-to e queima, trituração do material para facili-tar o preparo do solo etc.

Enfim, trata-se de um sistema de coleta deresíduos que apresenta potencial para o seudesenvolvimento e futura adequação a algumassituações de mercado ávido por fornecimentode energia, ou mesmo a substituição de outrasoperações de manejo florestal.

“A busca por fontes renováveis de energia tem motivado sobremaneira a utilização de culturasagrícolas e florestais como opção sustentável em substituição aos combustíveis fósseis”

Fotos Fernando Seixas

M

Page 14: Maquinas 63

símbolostecnologia de aplicação

14 • Maio 07

Tecnologia de aplicação de pro-dutos fitossanitários é um dosmais multidisciplinares cam-

pos dentro da agricultura, uma vez quese reporta ao controle de insetos e áca-ros, de plantas daninhas e de agentes pa-

togênicos, considerando aspectos da bi-ologia, da química, da engenharia, daecologia, da sociologia e da economia. Porisso há uma ampla diversidade de fato-res que interferem na aplicação destesprodutos.

Pressupõe-se que um bom conheci-mento desses fatores seja fundamentalpara a escolha da correta tecnologia a serempregada. Porém, muito do conheci-mento adquirido nesta área ainda não épraticado no setor produtivo, requeren-do maior divulgação dos fundamentosnecessários para que a aplicação seja re-alizada de forma otimizada.

Para a correta colocação do produtofitossanitário no alvo é necessário consi-derarem-se alguns fatores primordiais,como:

1) Qual é a fase de desenvolvimentoda cultura a ser tratada?

É importante saber em que situaçãoa cultura se encontra, uma vez que emcada fase de desenvolvimento esta apre-sentará uma quantidade de área a ser

Durante as 24 horas do dia, existem diversasvariações climáticas. Alguns momentos são maisadequados para aplicação do que outros

Aplicação eficienteExistem tecnologias de pulverização adequadas para controlar cada tipo de alvo.

Difícil é escolher a opção correta e observar cada um dos diversos detalhes quecompõem uma aplicação específica. De um dia para o outro, as regulagens podem

mudar completamente, afetadas por fatores como as oscilações climáticas

Page 15: Maquinas 63

“Se as condições forem adversas, gotas médias oumenores estarão sujeitas à deriva e à evaporação”

coberta. Desta forma, se a cultura encon-tra-se em estágio de pré-semeadura ouaté logo após a semeadura no campo, aárea a ser coberta deverá ser bastante re-duzida em relação à área de uma culturaque se encontra em sua maturidade fisi-ológica, ou plena de estruturas vegetati-vas e reprodutivas. A presença destas es-truturas e o seu estágio de desenvolvi-mento, além de requerer considerações arespeito da forma de aplicação, tambémirão requerer critério quanto à seleção doproduto a ser utilizado, para que sejamevitados problemas de intoxicação à cul-tura.

2) Qual é o problema fitossanitário?Pragas, doenças ou plantas daninhas

têm particularidades a considerar. Aspec-tos relacionados à fase de desenvolvimen-to em que se encontram ou são conside-radas pragas, à posição em que ocorremna cultura (solo, parte aérea – base, meioou topo das plantas), ao nível de infesta-ção tolerada (nível de dano econômico,nível de ação), aos efeitos do desenvolvi-mento da cultura e da presença de ini-migos naturais, aos efeitos do tratamen-to fitossanitário sobre a praga e sobre acultura.

3) Quais as condições meteorológicasno momento da aplicação?

No caso de aplicações via pulveriza-ção, em condições favoráveis de umida-de (com influência significativa na du-ração das gotas), de temperatura e deventos, pode-se lançar mão de gotas me-nores, que proporcionarão, via de regra,

maior cobertura do alvo. Entretanto, seas condições forem adversas, gotas mé-dias ou menores estarão sujeitas à derivae à evaporação, culminando em perdasda calda aplicada e reduzindo a eficiên-cia do tratamento fitossanitário. Alémdisso, podem expor os operadores à cal-da e aos riscos de intoxicação e agravar oproblema da poluição ambiental.

De maneira geral, são preconizadasalgumas condições extremas para tempe-ratura (máxima de 30ºC), umidade rela-tiva do ar (mínima de 55%) e ventos (má-ximo de 10km/h). Entretanto, tais limi-tes muitas vezes ocorrem durante o anotodo em determinadas regiões, inviabili-zando o tratamento fitossanitário via pul-

verização. Com o objetivo de superar es-tes limites sem se submeter a maioresperdas, a tecnologia de aplicação atua nodesenvolvimento de processos, equipa-mentos, acessórios e formulações capa-zes de oferecer um certo grau de resis-tência às intempéries ambientais. Comoexemplo, cita-se a produção de gotasgrossas por alguns modelos de pontas depulverização disponíveis e os adjuvantes,com finalidades diversas, desde a prote-ção química das moléculas até a ação an-tievaporação.

É importante salientar que duranteas 24 horas de um dia há momentos comas condições ambientais mais favoráveis,como no final da madrugada, quando a

As condições meteorológicas influenciamna escolha dos bicos, podendo ser a

causa de deriva de produtos

Fotos Cultivar

Page 16: Maquinas 63

16 • Maio 07

temperatura é amena, a umidade é ele-vada e os ventos podem ser apenas bri-sas leves. Porém, deve-se considerar ocomportamento do organismo que se pre-tende controlar, pois este pode simples-mente não estar exposto no momento daaplicação. Também é necessário se con-siderar as interações físicas e bioquími-cas entre o alvo e o produto que está sen-do aplicado, uma vez que este pode tersua ação comprometida se esta não fordesencadeada logo após a aplicação ehouver algum tipo de degradação en-quanto a ação desejada não passa a ocor-rer.

4) Qual o produto mais adequadopara a situação de aplicação?

O registro de produtos fitossanitári-os é uma exigência legal. No Brasil háuma gama de produtos registrados comindicações para as principais pragas, do-enças e plantas daninhas.

Determinadas situações exigem estra-tégias e considerações diferentes para aescolha do produto que pode ter açãotópica ou residual, sistêmica ou de con-tato, cabendo ao técnico selecionar aque-le que mais se ajusta ao momento da apli-cação.

Nas interações bioquímicas entre oproduto e as pragas, podem surgir par-ticularidades que suplantam as caracte-rísticas físicas. Nestes casos, nem sem-pre é possível utilizar as melhores horasdo dia ou da noite para a aplicação dosprodutos sob pena de não se alcançar aeficácia desejada no controle. Nestas con-dições novamente crescem as necessida-des de conhecimento da melhor tecno-logia de aplicação para proporcionar amelhor deposição e cobertura do alvopela calda aplicada.

5) Qual é o equipamento disponívelpara a aplicação?

Uma aplicação de produtos fitossani-

tários pode ser realizada de diversas for-mas e com diversos tipos de equipamen-tos, desde os mais simples dispositivosmanuais até sofisticados veículos auto-propelidos de grande porte, apinhados deequipamentos eletrônicos. Em qualquerdeles, no entanto, o mesmo objetivo éperseguido: a correta colocação do pro-duto no alvo. Sendo assim, esta é umaetapa crucial, uma vez que de nada vale-rá ter compreendido os fatores anterio-res (cultura, praga, clima e produto) senão se fizer a escolha adequada da tec-

nologia e do equipamento de aplicação.No caso da aplicação via líquida em

que a distribuição do ingrediente ativose dá através da fragmentação da caldaem gotas (processo denominado de pul-verização), o circuito hidráulico do pul-verizador deverá estar em plenas condi-ções de funcionamento e manutenção, eintegrado com a finalidade para qual estásendo destinado. Desta forma, o tama-nho do reservatório deverá ser adequadoà área a ser tratada para evitar excessivasparadas; o sistema de filtragem deverá seradequado à vazão do sistema e, sobretu-do, à prevenção de entupimentos dos bi-cos; a bomba deverá proporcionar a va-zão e a pressão adequadas à pulverizaçãoe ao retorno ao tanque, comandado peloregulador ou válvula de pressão; o ma-nômetro deverá estar disponível, em boascondições de manutenção e calibradopara informar ao técnico se o sistema hi-dráulico está operando na faixa de pres-são indicada pelo fabricante; a barra de-verá estar alinhada e manter-se estáveldurante o caminhamento para proporci-onar uniformidade na distribuição doproduto na área; e finalmente, os bicos,a parte mais importante do pulverizador,por serem responsáveis pela produção edistribuição das gotas na área a ser tra-tada, deverão produzir e distribuir asgotas de forma adequada ao tratamento

Marcelo explica quais são os principaisfatores que devem ser observados na hora de

aplicar produtos fitossanitários

A equipe de trabalho deve ser capacitada. Muitosequipamentos, para serem precisos, exigem

conhecimento específico

Divulgação

Page 17: Maquinas 63

“De nada adiantará cada elemento do pulverizador estar rigorosamenteescolhido se não for dada atenção especial às pontas de pulverização”

Acapacitação não só dos ope-radores, mas de toda a equi-

pe técnica é fundamental para o bomandamento do trabalho. Membros daequipe que não estiverem suficiente-mente habilitados poderão sentir-seinseguros e cometer falhas de natu-rezas diversas que poderão compro-meter seriamente o resultado do tra-tamento realizado.

É imprescindível que o operadoresteja consciente de suas atribuiçõese possibilidades. Isto, além de tor-ná-lo seguro e motivado ao trabalho,também deverá diminuir as possibi-lidades de falhas técnicas. Assim,como em outras situações, o recur-so humano poderá fazer toda a dife-rença.

A EQUIPE ESTÁ CAPACI-TADA AO TRABALHO?

ao qual se destinam.Por sua vez, também de nada adian-

tará cada elemento do pulverizador es-tar rigorosamente escolhido e averigua-do se não for dada atenção especial àspontas de pulverização. Cada combina-ção de cultura, praga, clima e produto,demandará por gotas com característicasde tamanho, uniformidade e velocidadediferentes, e cada ponta poderá oferecera característica necessária.

Para isto, o técnico deverá estar aptoa interpretar as condições do momento,como o estágio de desenvolvimento dacultura e da planta daninha, situação dapraga, condições meteorológicas, produ-tos disponíveis, para realizar a indicaçãodo equipamento da maneira mais acer-tada.

Uma análise crítica da conjuntura nomomento da aplicação poderá concluir aindicação a contento. A expectativa deuma chuva, liberação de inimigos natu-rais na vizinhança, queda ou aumento dataxa de juros ou do câmbio, e a mudançanos rumos da exportação, poderão alte-rar toda a conformação e a decisão de umtratamento fitossanitário. Por isso, é re-comendado manter-se atento.

Marcelo da Costa Ferreira,Unesp

Fotos Cultivar

M

Page 18: Maquinas 63

18 • Maio 07

rerrefino de óleo

As freqüentes oscilações da agricul-tura, com quebra na produção,preços baixos pagos aos produto-

res tornam o setor instável. Apenas os agri-cultores que fazem um planejamento deta-lhado da sua atividade conseguem obter lu-cro, e com isso pode-se concluir que o pla-nejamento da atividade agrícola é funda-mental para um bom andamento da empre-sa rural.

O planejamento não é somente o con-trole dos custos durante a atividade. Elecompreende a observação do mercado paraidentificar as melhores oportunidades, aescolha da cultivar a ser plantada, as técni-cas de manejo a serem adotadas e a seleçãodo maquinário para a realização do traba-lho. Esse artigo trata de uma forma de sele-ção de implementos, de tratores e de colhe-doras, com o intuito de ajudar os agriculto-res no planejamento da atividade agrícola.

Iniciaremos pela seleção dos implemen-tos agrícolas e das colhedoras, sendo que elesutilizam praticamente a mesma metodolo-gia de cálculo, apenas com pequenas dife-renças. Quando iniciamos o processo de se-leção das máquinas agrícolas, uma das pri-meiras informações que devemos obter é a

quantidade de dias úteis para trabalhar, ouseja, os dias que podem ser utilizados pararealizar as tarefas. Em geral, podemos saberquantos dias úteis estudando os mapas me-teorológicos que são levantados pelas esta-ções meteorológicas locais, que são dadosreferentes, na maioria dos casos, aos 30 anosanteriores. Caso não haja esta estação me-teorológica no local, deve-se consultar a maispróxima.

De posse do número de dias úteis parao trabalho e tendo definidas a área a sercultivada e a jornada de trabalho (númerode horas trabalhadas por dia), podemos de-terminar o Ritmo Operacional (RO), quenada mais é do que a quantidade de hecta-res que é preciso realizar em determinadotempo para completar uma operação.

O próximo passo é determinar a larguraútil do implemento ou da colhedora. Paraisso, devemos saber a velocidade de deslo-camento médio de trabalho e a EficiênciaOperacional (EO) do conjunto mecaniza-do. Estas variáveis dependem da operaçãoque se está realizando, do operador, do rele-vo, das condições climáticas etc. A Tabela 1

possui alguns valores médios de velocidadee eficiência operacional que podem ser uti-lizados no cálculo.

Então, a determinação da largura:

Largura = RO (ha/h) x 10 = (m) Velocidade (km/h) x EO (%)

O valor de largura útil que foi obtida seráutilizado para saber qual será o tamanho daplataforma da colhedora. Para colhedoras,estes passos são suficientes para o dimensi-onamento correto da demanda na proprie-dade. Todavia, para implementos ou seme-adoras, a largura útil é apenas o primeiropasso a ser dado.

No caso de semeadoras ou grades parasaber sua largura, basta medir no próprioimplemento. Porém, no caso de distribui-dores centrífugos é necessário realizar umensaio a campo para sua determinação.

Os dados dessa tabela são com valoresmédios americanos, e para o Brasil estes ain-da não estão adaptados. Portanto, a melhorforma de saber estes valores precisos é de-

Melhor escolhaNa hora de escolher implemento, trator ou colhedora, é necessário saber qual é a real

necessidade de cada propriedade. Tanto o sub quanto o superdimensionamento dapotência requerida, podem acarretar em aumento de custos da produção

como escolher

Page 19: Maquinas 63

“Com os implementos selecionados precisamos agorasaber a força de tração necessária para puxá-los”

Com os dados da largura do implementoem mãos é possível definir a capacidade

operacional do conjunto

Fotos Gismael Perin

terminando na própria propriedade ou emáreas semelhantes.

Com a determinação da largura útil efe-tiva, só falta saber a quantidade de órgãosativos que o implemento vai precisar. Paraisso é necessário saber qual o espaçamentoentre os órgãos ativos dos implementos. Porexemplo, uma semeadora de arroz, pode terespaçamento de 12,5cm, 15cm ou 17cm.Sabendo esse valor basta dividir a larguraútil do implemento por ele e multiplicar porcem.

Como último passo, chegamos na horade determinar a quantidade de implemen-tos necessários para a propriedade. Vamosraciocinar novamente em uma semeadora.Existem no mercado semeadoras que têmdesde uma linha até mais de 20 linhas, apre-sentando uma grande diversidade de tama-nhos e estilos. O número de implementosnecessários é dado pela divisão dos órgãosativos pelas características dos implemen-tos encontrados no mercado.

Com os implementos selecionados pre-cisamos agora saber a força de tração neces-sária para puxá-los. Neste método são utili-zados quatro passos para se chegar à potên-

cia bruta do motor, fator que é utilizado paraseleção.

1º passo: determinação da força reque-rida pelo implemento

Força de tração requerida é a força totalnecessária para tracionar o implemento. Osrequerimentos típicos de força de traçãopodem ser calculados da seguinte maneira:

D = Fi [A+B+C (S)2] W x T onde:

D é a força de tração requerida pelo im-plemento, Newton;

Fi é um parâmetro adimensional relaci-onado à textura do solo (Tabela 2), i = 1para solo arenoso, 2 para solo médio e 3 parasolos argilosos;

A, B e C são parâmetros específicos paracada tipo de máquina (Tabela 2);

S é a velocidade operacional, km/h;W é a largura da máquina, m, ou o nú-

mero de linhas ou ferramentas (Tabela 2);T é a profundidade de trabalho, cm, para

máquinas e implementos grandes, ou iguala 1 para máquinas de semeadura ou imple-mentos superficiais.

2º passo: determinação da potência re-querida pelo implemento

A potência requerida pelo implementoé a potência útil necessária na barra de tra-ção do trator para implementos traciona-dos, ou a potência de propulsão para imple-mentos autopropelidos, e é calculada da se-guinte maneira:

Prb = (D * S) 3,6 onde:

Prb é a potência requerida pelo imple-mento, kw;

D é a força de tração requerida pelo im-plemento, kN;

S é a velocidade de operação, km/h;

3º passo: determinação da potência lí-quida do motor:

Equipamentos menores e mais antigos não sãosinais de falta de eficiência. A demanda de cada

propriedade é que define isso

Page 20: Maquinas 63

20 • Maio 07

OperaçãoAração

SubsolagemGradagem pesada

Gradagem leveRolagem

Semeadura diretaSemeadura

ColheitaDistr. centrífugo (lanço)Pulverizador de barra

Eficiência de campo (%)70 – 9075 – 9070 – 9070 – 9070 – 9050 – 7565 – 8565 – 8560 – 7050 – 80

Velocidade (km/h)5,0 – 10,06,0 – 09,05,5 – 10,05,0 – 10,07,0 – 12,03,0 – 06,54,0 – 10,03,0 – 06,55,0 – 08,05,0 – 11,5

Tabela 1 - Valores típicos de eficiência e velocidadeoperacional para algumas operações agrícolas

Fonte: Adaptado de Asae data: Asae D230-4, 1984.

Implemento

Arado de AivecasEscarificador

Grade pesada em “V”Grade niveladora em “V”Semeadora - adubadora

Fluxo ContínuoSemeadora - adubadoraPrecisão, plantio direto

Larguraunidade

mhastes

mm

linhas

linhas

A6521073642541550

1820

B0,05,3

18,813,20,0

0,0

C5,10,00,00,00,0

0,0

F11,01,01,01,01,0

1,0

F20,7

0,850,880,881,0

0,96

F30,450,650,780,781,0

0,92

Variação%4050503025

25

Parâmetros de máquina Parâmetros de solo

Tabela 2 – Parâmetros de força de tração para máquinas e implementos (Extraído e adaptado da Asae D497)

Num trator ideal a potência disponívelna barra de tração seria igual à potência lí-quida do motor, porém, existem perdas du-rante a transmissão dessa potência, que se-gundo estudos realizados, podem chegar a35% de perda. Então para sabermos a po-tência líquida necessária no motor bastadividirmos a potência disponível na barrade tração por 0,65.

4º passo: determinação da potência bru-ta do motor:

A potência líquida é a que será necessá-ria para tracionar o implemento e movimen-tar o trator, porém os manuais das máqui-nas informam apenas a potência bruta domotor ou potência na rotação nominal.Então, temos que encontrar esse valor, paraisso basta dividir por 0,85 porque normal-mente a potência liquida é 85% da potênciabruta.

Para obter o valor da potência bruta emcavalos vapor (cv) basta multiplicar o valorobtido em kw por 1,36. É este valor que éutilizado na maioria dos manuais dos tra-

Gismael e Leonardo mostram quais os passosnecessários para obter o máximo rendimento sem

superdimensionar o maquinário

tores agrícolas brasileiros.Para concluir, vamos dar algumas dicas

de como manter ou melhorar o desempe-nho do conjunto implemento e trator.

A eficiência operacional, por não gerarcusto adicional para o proprietário, deve serconstantemente aumentada. Os principaisfatores que influenciam são: formato, tama-nho e disposição da área, necessidade deabastecimento, número e velocidade demanobras, paradas para “desembuchar” oulimpeza de discos dos implementos e para-das para descanso do operador.

Entretanto, caso o executor do cálculode dimensionamento do maquinário supe-restimou a eficiência operacional, poderá oserviço a campo não ser realizado no tempoprevisto. Um artifício então é o aumento doritmo operacional, mas isso irá aumentar ocusto operacional para o produtor. Uma for-ma de aumentar o ritmo operacional é au-mentar a jornada de trabalho. Esse aumen-to do ritmo operacional pode ser utilizadotambém quando algum imprevisto ocorrer,como por exemplo, a diminuição dos diastrabalháveis em função de uma chuva.

O dimensionamento do maquinário éapenas uma ferramenta do planejamento da

produção agrícola e não pode ser realizadoisoladamente. Entretanto, é um passo fun-damental para que este planejamento sejacorreto. Caso, na propriedade esteja sobran-do potência ou implementos, que é o maiscomum em nossas fazendas, com certeza ocusto de produção será maior, dificultandoa continuidade do agricultor na cadeia pro-dutiva.

Para implementos como distribuidores a lanço, énecessário fazer alguns ensaios para descobrir a

largura efetiva de trabalho

Gismael Francisco Perin eLeonardo Basso Brondani,UFSM

Fotos Gismael PerinCase IH

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Page 21: Maquinas 63

John Deere

Para comemorar o décimo aniversário do Consórcio Nacional JohnDeere, a empresa lança novos gru-

pos com mais vantagens e anuncia a ampliaçãodo programa para a Argentina. Desde a sua for-mação no Brasil, em 1997, já foram contem-pladas mais de 2,7 mil cotas e comercializadasoutras 11,6 mil, totalizando mais de 1,3 bilhõesde reais. A resposta para o sucesso do programapode ser resumida em apenas duas palavras“confiança e credibilidade”, garante diretor demarketing da John Deere, Paulo Hermann.“Para implementar um consórcio, é necessárioque o produtor confie plenamente no grupoorganizador. Não basta facilitar a compra, énecessário ser transparente e cumprir com asresponsabilidades”, destaca.

O reconhecimento pelo agricultor das van-tagens do consórcio se refletiu em crescimentode vendas no ano passado de 18% em relação a2005. O aumento se deu também na partici-pação relativa do Consórcio John Deere nomercado de consórcios de equipamentos agrí-colas, que passou de 15% para 17%. A expecta-tiva é de que a comercialização de tratores, plan-tadeiras ou colheitadeiras através do consórciorepresente aproximadamente 10% do total dasvendas de equipamentos da John Deere. A Ran-don, administradora do consórcio, ocupa o se-gundo lugar no ranking nacional do setor e estáentre as maiores do mercado no segmento depesados.

TRATOR A DEZ REAIS POR DIAPara marcar a comemoração dos dez anos

de consórcio a John Deere programou a aber-tura de um novo grupo que oferece uma sériede vantagens a seus participantes. O grupo 882

tem prazos e condições especiais para os 300integrantes, com opção de pagamento de meiaparcela até a complementação ou até a 50ª as-sembléia do grupo (o que ocorrer primeiro) semcobrança de taxa de inscrição. As vantagens dogrupo se aplicam de forma especial aos novosmodelos de tratores com motores de três cilin-dros, que acabam de ser lançados pela JohnDeere. Com as regras do novo grupo e o paga-mento de meia parcela, o produtor poderá terum desembolso mensal de apenas 290 reais nacompra do modelo 5403 4x2, com motor de65 cv. Esse valor representa um investimentoque corresponde a menos de 10 reais por diapara ter acesso a um equipamento de alta tec-nologia, capaz de aumentar significativamenteo rendimento da propriedade. O modelo 5303,com motor de 57 cv, em versão 4 x 4, outrolançamento da John Deere para a mecanizaçãodas pequenas propriedades e da produção defrutas e hortaliças, também está incluído comoopção deste grupo especial.

PRIMEIROS MODELOS DA NOVA FÁBRICAAs vantagens do consórcio não se restrin-

gem apenas a modelos de menor porte e customais baixo. Todos os tipos de equipamentosJohn Deere, como colheitadeiras de grãos, co-lhedoras de cana e plantadeiras, têm sua aqui-sição facilitada pelo Consórcio Nacional. Umaopção vantajosa também para a compra dosmodelos de tratores lançados há poucos diasem Ribeirão Preto pela John Deere, na faixa demotores de potência mais alta, como os mode-los 7715 e 7815, com motores de 182 cv e 202cv respectivamente, os primeiros produzidosna nova fábrica da John Deere em Montenegro(RS). O início da produção, em escala piloto,

Maio 07 • 23

Dez anos emuitas cotas

está previsto para o mês de julho.

NOVA FÁBRICAAproximadamente 350 funcionários já tra-

balham na nova unidade. A capacidade de pro-dução será de até 20 mil tratores ano, mas noprimeiro período o ritmo será ao redor de 7 milunidades. A fábrica será uma das mais moder-nas existentes no mundo e destaca-se pela fle-xibilidade da linha de produção, com capacida-de de ajuste tanto para aumentar a produção,como para produzir novos modelos. O númerode empregados deverá chegar a 550 e serão cri-adas outras 1,5 mil vagas indiretas. O investi-mento na construção da fábrica foi de 80 mi-lhões de dólares e o montante aplicado pela JohnDeere chega a 250 milhões de dólares, incluí-dos os gastos na elevação de capital de giro e naalteração do layout da fábrica de Horizontinapara aumentar a capacidade de produção decolheitadeiras e plantadeiras.

A John Deere comemorauma década do seu

consórcio nacional. Foramquase 12 mil cotas

comercializadas, que jácorrespondem a 5% do

total de vendas da empresa

Paulo Hermann, diretor de marketing da JonhDeere, destacou a credibilidade do progama

M

Page 22: Maquinas 63

22 • Maio 07

ergonomia

Conforto testadoEnsaio ergonômico com postos de comando dos tratores identifica os fatores que

proporcionam maior desgaste físico no operador

Para melhoria na produtividade dooperador de máquinas agrícolas,as condições de trabalho são pri-

mordiais, pois durante as operações agríco-las o mesmo está sujeito à ação do calor,poeira e chuva, além dos ruídos, vibração egases liberados pela máquina.

As máquinas agrícolas que anteriormen-te possuíam projetos voltados para reduçãode custos, não visando conforto e proteçãodo operador, atualmente com o avanço datecnologia e da legislação trabalhista, tor-naram-se mais adequadas para minimizaro desgaste físico e psíquico do operador.Desta forma, os projetos de máquinas agrí-colas devem contemplar dispositivos e equi-pamentos que diminuam ou excluam os ris-cos de fadiga e acidentes.

Para que possamos executar determina-da operação é necessário que parte do cor-po esteja firme para dar sustentação. Assimposturas incorretas levaram em maiores es-forços e desconforto no posto do operador.

Dentre os principais fatores que podemlevar ao desconforto do operador destacam-se o campo visual que está relacionado àpostura corporal, e o calor excessivo, queinfluencia a percepção e o raciocínio. A pos-tura do operador relacionada às exigênciasvisuais pode levar o mesmo a posições incô-modas para melhorar sua visibilidade. Ou-tro fator relacionado ao conforto do opera-dor é a temperatura a que o mesmo estásubmetido. Diversos pesquisadores citamque a temperatura deve estar entre 19 e 24ºCcom umidade relativa do ar entre 40 e 70%.

SEGURANÇANo Brasil, a definição de acidente do tra-

balho existe desde 1919 como conceito jurí-dico, mas poucas são as informações sobreos acidentes na agricultura, sendo disponi-bilizado por algumas secretarias estaduais,como a do estado de São Paulo, que duranteo período de 1975/1976 informa a ocorrên-cia de 110.700 acidentes, sendo 28.300 naspropriedades agrícolas, com 13.700 ocorren-do pelo uso de máquinas agrícolas com pelomenos duas mil mortes. Dados de 2000 in-dicam 6.321 acidentes de trabalho na agri-cultura e silvicultura, porém os pequenosacidentes não são registrados.

Existe no Brasil a lei nº 8.213, que con-sidera como acidente do trabalho todo aque-le que ocorre pelo exercício do ofício a ser-

Claa

s

Page 23: Maquinas 63

“Os acidentes com trabalhadores, causados por ferramentas de trabalho,representam 49,9%, entre elas pode-se citar o facão e o podão”

Maio 07 • 23

viço da empresa, provocando lesão corporalou perturbação funcional que cause a mor-te ou a redução, permanente ou temporá-ria, da capacidade para o trabalho.

Pesquisa realizada por Teixeira e Freitas(2003) nas instituições do INSS levantaram58.204 acidentes do trabalho, ocorridos emárea rural, no período entre 1997 e 1999.De todos os acidentes registrados, 929 eramde trajeto, 5.354 doenças do trabalho e51.644 pela atividade desenvolvida. Apenas277 acidentes não puderam ser classifica-dos. O que correspondeu à média de 53,2acidentes por dia envolvendo os trabalha-dores. Os acidentes com trabalhadores, cau-sados por ferramentas de trabalho, repre-sentam 49,9%, entre elas pode-se citar ofacão e o podão.

Os acidentes em função da atividadedesenvolvida pelo trabalhador representam,70,5% dos acidentes e estão associados àagricultura, pecuária, silvicultura e explo-ração florestal, e deste grande grupo, as ati-vidades do cultivo de cana-de-açúcar repre-sentam 40,3% e a produção mista, ou seja,lavoura e pecuária apresenta 39,2%.

Schlosser et al (2002), em entrevista comoperadores na região do Rio Grande do Sul,

indicaram que 39% dos operadores de má-quinas agrícolas já haviam sofrido algumtipo de acidente. Nesta pesquisa informamque 51,71% dos acidentes graves são porcapotamento do trator e os mais leves, 40%,por escorregões. Esses acidentes são causa-dos em 78,78% dos casos por atos insegu-ros, falta de atenção, cansaço e pressa. Detodos os operadores entrevistados 60,74%não fizeram nenhum curso de operação detratores agrícolas, que pode estar relaciona-do aos índices de acidentes.

Nos países como os Estados Unidos eEspanha, existem estudos mais detalhadossobre acidentes no meio rural. Nos EstadosUnidos a agricultura é a terceira atividadecom maior índice de fatalidades (1,54: paracada grupo de 10 mil trabalhadores). Field(2000) cita que nos Estados Unidos, den-tre as 500 e 600 pessoas que morrem a cadaano em função de acidentes com tratoresagrícolas e que a cada pessoa morta, outras40, no mínimo, são feridas.

Na Espanha ocorrem mais de 50 milacidentes de trabalho nas atividades agríco-las, o que representa mais de 10% dos aci-dentes, sendo que aproximadamente 40%do total de acidentes ocorridos no setor agrá-rio envolvem máquinas agrícolas e, destes,

Figura 1 - Principais posições do trator ao SIP nas posições de ótimo e máximo acesso

Isolamento do operador garante maior conforto ediminui riscos de problemas com audição econtaminação por gases tóxicos ou defensivos

New

Hol

land

Page 24: Maquinas 63

24 • Maio 07

Os principais riscos de aciden-tes no trabalho podem ser carac-

terizados em físicos, mecânicos, biológicose ergonômicos (considerados como as con-dições de adequação dos instrumentos detrabalho ao homem).

A palavra ergonomia vem do grego er-gon (= trabalho) e nomos (= lei), e poreste motivo é também denominada de “ci-ência do trabalho”. A ergonomia trata dosconhecimentos científicos relativos ao ho-mem e necessários para a concepção de fer-ramentas, máquinas e dispositivos que pos-sam ser utilizados com o máximo de con-forto, segurança e eficácia. Tem por priori-dade adequar a máquina ao homem da me-lhor forma possível.

ERGONOMIA

Ângulo50º

170º300ºTotal

55,2 kW1,6081,1210,9673,722

77,3 kW2,7831,4241,3925,814

110 kW3,5691,7552,1167,679

55,2 kW14,758,305

10,93734,106

77,3 kW20,5318,604

14,85244,247

110 kW21,9338,49214,75245,381

Área de projeção (m) Visibilidade nula (sombra – m)

RegiãoPés

PeitoCabeça

55,2 kW31,832,027,8

77,3 kW26,726,426,3

110 kW26,927,026,6

Temperatura (Co) nas regiões dos pés, peito e cabeça utilizada uma lâmpada de 250 watts colocadana cabine do trator na altura dos olhos do ope-rador. Assim, com o acendimento da lâmpadaocorreu projeção das sombras no chão (quadri-culado de 1 x 1m), que foram demarcadas edesenhadas em escala adequada.

A avaliação da temperatura na cabine dooperador foi executada após o trator trabalharno campo e atingir temperatura de 80ºC. Uti-lizou-se um termômetro com sensor de hastelonga com escala de temperatura 0-100ºC, sen-do coletadas aos pés, peito e cabeça do opera-dor.

Os tratores avaliados no ensaio foram: de55,2 kW que corresponde a 75 cv de potênciano motor dotado de assento montado direta-mente sobre o diferencial do trator deixandoexposto também a caixa de marchas; 77,3 kWque corresponde a 105 cv de potência no mo-tor e outro de 110 kW correspondendo a 150cv de potência no motor. Ambos dotados deplataforma que impede o contato direto dooperador com o diferencial e caixa de marchas,sendo a mesma dotada de borracha no piso paraevitar quedas e minimizar o calor.

RESULTADOSOs órgãos de comando como volante e ala-

vancas devem permitir o controle e manuseiofácil e seguro por um trabalhador em sua posi-ção normal de serviço. De acordo com as nor-mas e resoluções, os órgãos de comando devempermitir o estabelecimento das posições relati-

vas ao assento do trator, os pedais e o volantedo veículo, sendo importante deixar espaço paratroca de posturas durante o trabalho do opera-dor.

Foi observado para o trator de 55,2 kW quea localização dos órgãos de comando não foiadequada, não sendo este trator aprovado pe-los operadores com relação ao acesso às partesinstrumentais da máquina.

Para o trator de 77,3 kW apresentaram-sefora de acesso os comandos: volante, chave, ala-

Figura 2 - Campos visuais do operador: A – campovisual estacionário, B – campo visual dos olhos e C– campo visual com o movimento da cabeça

metade são devido ao uso do trator.Na Argentina, dos acidentes com trator,

50% são fatais, destacando-se os principais aci-dentes por tombamento (58%), queda do tra-tor (13%) e atropelamento (8%), dentre outrosde menores efeitos.

AVALIAÇÕESVisando avaliar a ergonomia de tratores

agrícolas com potência de 55,2; 77,3 e 110 kWno motor, desenvolveu-se trabalho no Labora-tório de Máquinas e Mecanização Agrícola(Lamma) do departamento de EngenhariaRural da Unesp de Jaboticabal (SP), utilizan-do-se para as avaliações ergonométricas as nor-mas ISO 3462 e ABNT NBR 9405, tomandocomo base o ponto de referência do assento (SIP– Seat Inder Point), que é o ponto situado noplano médio longitudinal central do assento.Foram medidas as distâncias dos principais co-mandos dos tratores ao SIP verificando se osmesmos encontravam-se nas posições de óti-mo ou máximo acesso (Figura 1).

A visibilidade foi tomada com divisão detrês partes do campo visual (Figura 2), sendo:“A”, coberto efetivamente pela visão periférica;“B”, aquele que são necessários movimentos dosolhos e “C”, aquele que são requeridos movi-mentos da cabeça.

Para determinação do campo visual real foi

Visibilidade e segurança sãoitens importantes em qualquer máquina,

independente do seu tamanho

Os postos de comando podem ter característicaspróprias, mas devem respeitar as exigências de

normas específicas que as regulamentam

Page 25: Maquinas 63

“O produtor deve lembrar que o operador com melhores condições de trabalho apresentarámenor fadiga, e possivelmente ocorrerá menor número de acidentes por esse motivo”

Fotos Charles Echer

vanca de bloqueio do diferencial e interruptordo sistema de iluminação. Na avaliação poroperadores, mesmo o volante estando fora dasnormas ISO 4253, foi considerado como deposição confortável de trabalho.

O trator de 110 kW apresentou os seguin-tes comandos dentro dos padrões: alavanca deacionamento da tração dianteira auxiliar, pedalde embreagem, acelerador manual, alavanca deacionamento da TDP e do SHTP.

De modo geral o trator de 77,3 kW apre-sentou as melhores posições dos órgãos de aci-onamento, seguidas pelo trator de 110 kW epor último o de 55,2 kW. Acrescentando que oúltimo não apresenta cinto de segurança e des-canso para os braços, sendo este reprovado na

Acesso ao posto de trabalho deve serfacilitado. Em alguns casos, a altura doprimeiro degrau exige bastante esforço

análise.O campo visual do operador (A - ângulos

de 50º) deve ser o mais livre possível de obstá-culos que possam interferir prejudicialmentena sua visão. Os demais ângulos B (170º) e C(300º), necessitam de movimentação dos olhose da cabeça, respectivamente.

Pelo observado na tabela para o campo vi-sual, observa-se que o trator de 110 kW apre-sentou as melhores condições de visibilidade,ao contrário do trator de 55,2 kW que apresen-tou as piores condições. O primeiro apresentao posto do operador mais elevado em relaçãoao capô, fazendo com que tenha a maior áreade visibilidade.

Na análise de temperatura no posto do

Jorge Wilson Cortez,Carlos Eduardo Angeli Furlani,Rouverson Pereira da Silva,Marcelo Pereira Ribeiro eAparecido Alves de Oliveira,Lamma - Unesp

operador observa-se que todos os tratores apre-sentaram valores acima do recomendado pelasnormas.

O modelo com 55,2 kW apresenta maioresvalores de temperatura na região dos pés e dopeito, por não apresentar a plataforma, presen-te nos outros dois modelos. O calor na regiãoda cabeça foi igual em todos os modelos devidoà presença da tubulação do escapamento loca-lizada nas proximidades dessa região.

Com relação à temperatura, o uso de trato-res com cabinas climatizadas permitiriam ame-nizar esse problema. O produtor deve lembrarque o operador com melhores condições de tra-balho apresentará menor fadiga, e possivelmen-te ocorrerá menor número de acidentes por essemotivo. M

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26 • Maio 07

ergonomia

Variáveis analisadasIluminação interna idealPainel de fácil entendimentoIluminação das lâmpadas de advertência do painel idealIluminação dos faróis idealIluminação influenciando negativamente no rendimento das atividades

Valores em %95,8

100,0100,088,965,1

Quadro 1 - Variáveis analisadas da iluminação no ambiente de trabalho

No Brasil, o transporte internode produtos agrícolas, indus-trializados, matéria-prima,

entre outros, é realizado quase que intei-ramente por transportes rodoviários, re-sultando em uma grande quantidade decaminhões. Ele é também um dos veícu-los mais utilizados no meio agrícola, des-tacando-se no transporte de máquinas,animais, madeira e produtos agrícolas deum modo geral.

As exigências do trabalho fazem comque o motorista permaneça muito temposentado e isolado. A manutenção da pos-tura sentada pode faltar com as condiçõesergonômicas necessárias, e fatores comoo estresse causado em trânsitos congesti-onados e a poluição, favorecem a caracte-rização de ser uma profissão fatigante. Omotorista está exposto a ruídos, tempera-turas elevadas, vibrações, posto de traba-lho inadequado às suas condições físicas,suprindo-o do conforto e bem-estar ne-cessários durante a jornada de trabalho.

As condições dos postos de trabalhotêm grande efeito sobre o rendimento daatividade do motorista de caminhão, o quereforça a necessidade dos estudos ergonô-micos, possibilitando que os mesmos exer-çam suas atividades com menor risco deacidentes, maior conforto, bem-estar e,conseqüentemente, maior eficiência.

A avaliação das condições nesses pos-tos de trabalho é necessária para a identi-ficação do seu perfil antropométrico, dascondições e cargas de trabalho. Os fatoresfísicos e ambientais da cabine, como aces-so, assento, projeto e compatibilidade decontroles e instrumentos são essenciaispara o conforto e a saúde do motorista.Esforços musculares para o acionamentodos comandos, ruído, calor, iluminação,vibração no interior das cabines contri-buem para o aumento do desgaste físico.

Observando uma população compos-ta de 63 motoristas de caminhões, coleta-ram-se dados por meio de entrevista in-dividual, em que foram avaliados as con-dições de trabalho, saúde, treinamento, hi-giene e segurança no trabalho.

O nível de ruído equivalente, ou seja,a dose média de ruído recebida pelo mo-torista durante a jornada de trabalho, foiavaliada por intermédio de um dosímetroinstalado no microfone à altura do ouvi-do do motorista.

O conforto térmico, oclima da cabine, níveis deiluminação dos instru-mentos e dos faróis foramavaliados qualitativamen-te por meio de check–listpreviamente elaborados epor meio de questionários

aplicados aos motoristas.Os dados antropométricos foram obti-

dos por intermédio das medidas diretas docorpo do motorista na posição em pé. Asmedidas foram tomadas utilizando-se umatrena graduada, com precisão de 1mm, for-mulários para anotação das medidas e umesquadro para direcionar e facilitar a leiturana trena. Com a trena fixada na parede e omotorista junto dela, foram feitas as leitu-ras com a ajuda do esquadro.

As dimensões das cabines, variáveis deacesso e o alcance aos comandos, alavan-ca e pedais foram avaliados quantitativa-mente, por meio de medidas diretas paraa verificação da adequação das mesmas àscaracterísticas antropométricas da popu-lação de motoristas amostrada.

Foram avaliadas de forma qualitativapor meio de check-list, a visibilidade dopainel, a parte frontal do veículo, a lumi-nosidade dos faróis, a fim de verificar apresença de componentes internos e ex-

Esforço na boléiaEsforço na boléiaVeículo essencial paradeslocamento de produtosagrícolas dentro ou forada fazenda, o caminhãofaz parte do dia a dia demuitas propriedadesrurais. Estudo mostraquais são as requisitosnecessários numa cabinepara diminuir a fadiga dosmotoristas

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ania

Veículo essencial paradeslocamento de produtosagrícolas dentro ou forada fazenda, o caminhãofaz parte do dia a dia demuitas propriedadesrurais. Estudo mostraquais são as requisitosnecessários numa cabinepara diminuir a fadiga dosmotoristas

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Maio 07 • 27

Modelo

Mercedes 912Mercedes 1418Mercedes 1622Mercedes 1630Mercedes 1634Mercedes 1721Scania PH 93 A

Mínimo77,069,271,866,473,368,673,8

Máximo89,683,789,493,889,988,792,2

LEQ79,875,376,675,376,375,479,1

Níveis de ruído dB (A)

Quadro 2 - Níveis de ruído, mínimo, máximo e LEQ, nointerior das cabines dos caminhões dos modelos avaliados

Mercedes912

641232235112

CAMINHÕESMODELOSCOMANDOSAceleradorEmbreagemFreioDireçãoCâmbio

DUPUIS(1959)ISO 3748(1978)

VALOR DE REFERENCIA133347133177132

Mercedes1418

52184113825

Mercedes1622

181272617415

Mercedes1630

481072238413

Mercedes1634

521182359317

Mercedes1721

492281376723

ScaniaPH93A

251632707128

Quadro 3 - Intensidade das forças nos pedais, alavanca e direção

ternos que pudessem limitar a visibilida-de dos motoristas.

Para a medição das forças exercidas noacionamento da alavanca de câmbio, giro dovolante, compressão dos pedais do acelera-dor, freio e embreagem, foram feitas avalia-ções quantitativas utilizando uma célula decarga da marca Kratos, modelo IDDK comcapacidade para até 2.500 N, acoplada en-tre as mãos/pés do motorista, e os coman-dos, por meio de pegas apropriadas e encai-xes, desenvolvidos para tal finalidade.

Na análise dos exames audiométricosencontrou-se 19% dos motoristas comperda auditiva não ocupacional e nenhumcaso de perda auditiva ocupacional.

Os problemas relacionados à dor nosúltimos 12 meses foram relatados, apre-sentando os seguintes percentuais, 7,9%no pescoço, 8% nos ombros, 1,6% nos co-tovelos, 1,6% na parte superior das cos-tas, 4,8% na parte inferior das costas,34,9% na coluna, 1,6% nos quadril/coxase 4,8% nos joelhos. Outros chegaram aimpedir a realização normal do trabalhonos últimos 12 meses, sendo 1,6% no pes-coço, 9,5% na coluna e os que chegaram aapresentar dor ao final da jornada de tra-balho foram 60% no pescoço, 60% nosombros, 100% nas costas, 72,7% coluna e66,7% nos joelhos.

A iluminação adequada nos ambien-tes de trabalho é essencial, refletindoefeitos positivos no rendimento do tra-balho, na segurança e na saúde do traba-lhador.

Os efeitos de uma da boa iluminaçãodos locais de trabalho podem ser observa-dos no aumento da produção, melhor aca-bamento do trabalho, diminuição dos des-perdícios de materiais, redução do núme-ro de acidentes do trabalho, maior orde-nação e limpeza, melhor aproveitamentodo espaço e diminuição da fadiga.

O Quadro 1 refere-se às respostas apre-sentadas pelos motoristas com relação àluminosidade no ambiente de trabalho.

O ruído, presente em qualquer ambi-ente, quando em níveis elevados, podecausar desconforto, irritabilidade e, em al-guns casos, sério danos ao aparelho audi-tivo, podendo ocasionar uma perda da au-dição.

Os níveis de ruído mínimo, máximo eequivalente registrados nas cabines dos ca-minhões estão apresentados no Quadro 2.

A exposição a níveis de ruído superioresa 85 dB (A), de acordo com o item 1 doanexo 1 da NR-15, não é permitida sem oadequado uso de protetor auricular. O có-digo nacional de trânsito já não permite ouso desta proteção neste caso, logo, o moto-rista exposto a este nível de ruído duranteoito horas, teria que ter a exposição a níveisabaixo de 85 dB (A).

A intensidade de força para o aciona-mento dos comandos do acelerador, em-breagem, freio, direção e câmbio, pode serverificada no Quadro 3.

Nos termos apresentados, pode-seconcluir que o tempo de profissão é rela-

Itens como luminosidade, alcance aoscomandos, alavancas, pedais e acesso ao

posto de comando foram avaliados

O caminhão é um veículo bastante utilizadopara o transporte de colheitas tanto

dentro como fora da fazenda

tivamente longo, a faixa etária dos moto-ristas é muito variável, a profissão demotorista é cansativa, o esforço físico noacionamento dos freios exige força acimado que determinam as normas e que estaatividade causa cansaço, dores no pesco-ço, coluna, ombros, costas e joelhos, porser realizado na posição sentado durantea jornada de trabalho. M

Haroldo C. Fernandes,Paula Cristina N. Rinaldi eRenan Kilesse,UFV

“Os fatores físicos e ambientais da cabine, como acesso, assento, projeto e compatibilidadede controles e instrumentos são essenciais para o conforto e a saúde do motorista”

Mer

cede

s

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28 • Maio 07

feiras agrícolas

Aforça e a inovação tecnológica ex-posta pelas montadoras, os produ-tos destinados à agricultura de pre-

cisão e fornecedores de pneus, roubaram a cenaem Ribeirão Preto. Empresas, como a MasseyFerguson, apresentaram um estande repleto denovidades. O principal lançamento da marcafoi a colhedora MF 32 Advanced, equipada cominstrumentos de precisão, motor de 200 cv ecom capacidade para trabalhar com platafor-ma de 20 pés, o que permite alcançar até 15% amais de rendimento. Outro destaque foi a novasérie MF200 Advanced, que incorporou maisquatro modelos: MF 255, MF 291, MF 298 eMF 292, Carregador de Cana.

JOHN DEEREA John Deere apresentou os modelos 7715

e 7815, os primeiros produzidos pela nova fá-brica da empresa em Montenegro, no Rio Gran-

de do Sul. O modelo 7815, com motor de 202cv, já era vendido no Brasil através de importa-ção. Para a produção nacional, recebeu modifi-cações como troca do eixo dianteiro para seadequar à severidade das condições brasilei-ras. O trator 7715, com 182 cv, atende às ne-cessidades das lavouras de grãos e de cana. Ain-da na linha de tratores, foram apresentados o5303, com 57 cv, na versão 4x4 e o modelo 5403,com 65 cv, nas versões 4x2 e 4x4, ambos volta-dos para pequenos agricultores e emprego nahorticultura e fruticultura. O 5603 também foidestaque. Na faixa de potência mais alta foi lan-çado o John Deere 8430, com 310 cv. Estive-ram em foco, ainda, a colheitadeira 9750 STC,a colhedora de cana 3510, a série 1100 de plan-tadeiras e o pulverizador autopropelido 4720.

LANÇAMENTO PARA A CANAA KO mostrou o Herbicana 1.400 litros,

que nasceu da necessidade de apresentar umequipamento com custo menor e que agreguealgumas características idênticas às de um au-topropelido. Uma das vantagens do sistema é aliberdade e flexibilidade para operar com velo-cidades variáveis sem alterar a qualidade daaplicação. A barra de aplicação também é total-mente redimensionada para atender às exigên-cias dos terrenos em que é cultivada a cana.

PULVERIZAÇÃO EM DESTAQUEEntre os destaques da Incomagri esteve a

linha de pulverizadores. O Champion, comcapacidade para dois mil litros, conta com op-ções de barras de 12, 14 e 21 metros. Possuibomba com membrana, sistema de abasteci-mento com anti-retorno (trava) e tanque depolietileno virgem, que não desbota, nem res-seca. Já o Attack 800 tem como principais dife-renciais a bomba com membrana, vantagemde não oscilar a pressão, trabalha com óleo eaceita a aplicação de produtos como uréia, sal ecal. Destaca-se, ainda, a durabilidade maior coma bomba de baixa pressão (se fechar uma barranão sobrecarrega a outra). A empresa deu ênfa-se também à semeadeira/adubadeira Sembra3,5 mil litros, equipada com sistema de agita-dor horizontal, que não trabalha na rotação doprato e por isso não danifica a semente.

Desfile de máquinas

Antes do retorno ao trabalho, lastre adequadamente os pneus dianteiros e traseiros, calibre-os com apressão indicada no manual de operação e realize o teste de patinagem

Novo modelo de pulverizador da KO, com 1,4mil litros e reforço para trabalhar em cana

A Incomagri destacou pulverizadores e asemeadeira/adubadeira Sembra

Diretor da Herbicat, Luis César Pio, explica ofuncionamento dos equipamentos de precisão

Novos modelos da John Deere já produzidospela nova fábrica gaúcha

Page 29: Maquinas 63

“A lavagem limpa todas as superfícies, o que evita a penetração de impurezasno interior dos compartimentos mecânicos e facilita o serviço”

Maio 07 • 29

PRECISÃOA Herbicat, distribuidora dos produtos Te-

eJet, expôs o controlador de vazão TeeJet 854,que permite trabalhar com o trator em veloci-dades variáveis, sem oscilações na aplicação. Jáo controlador automático de seções de barraSwath Manager 5 aproveita o sinal da barra deluz para definir os locais onde o defensivo já foiaplicado, o que evita sobreposição. O computa-dor de mão Smartpad II continua aproveitan-do a tecnologia do GPS, cria trator virtual,mapeia a área aplicada e consegue identificarfalhas na aplicação. Registra todo o trabalhorealizado e indica, por exemplo, porque umaaplicação não foi eficiente. O cartão de memó-ria pode ser retirado e os dados transportadospara um computador convencional. Além deoferecer a linha completa de equipamentos deprecisão, a Herbicat presta serviços de consul-toria, com profissionais experientes comanda-dos pelo diretor Luis César Pio.

AGRA AGR apresentou o sistema de piloto au-

tomático Quicktrax, que se adapta a todos ostipos de direção e permite o uso em qualquertrator. Para a linha de cana a empresa trouxe oscontroladores de vazão, para adubo sólido e lí-quido (com baixa e alta vazão). Em pulveriza-dores, mostrou a linha completa Accuboom,que faz o mapeamento e gera relatórios de ati-vidade além de controle de abertura e fecha-mento de barras. Com o sistema de injeção di-reta permite injetar o produto concentrado di-retamente na barra de pulverização. GPS, mo-nitores de plantio, controlador de adubo e se-

mente para plantadeiras, monitores climáticose o conjunto para taxa variável (Viper) tam-bém estiveram entre os destaques da empresa.

PARA OS CAFEICULTORESA Yanmar trouxe a linha de tratores su-

perestreitos e implementos como roçadeirase trituradores, voltados para o pequeno pro-dutor, principalmente para emprego em café.“Trabalhamos com tecnologia própria, quevisa a harmonia entre implemento e trator,nossas máquinas apresentam economia de até60% de combustível, temos rede de assistên-cia técnica forte para o trabalho pós-venda,máquinas leves que diminuem a compacta-ção do solo, baixo custo de manutenção e li-nha de financiamento próprio”, destacouPedro Cazado Filho, gerente de Pós Vendas eMarketing da Yanmar.

PULVERIZADORA Montana lançou outra novidade da li-

nha Parruda. Trata-se do pulverizador autopro-pelido MA 2627-M, com capacidade de 2,6 millitros e barras auto-estáveis de 25 e 27 metros.

MAGGIONO principal lançamento da Maggion ficou

por conta do pneu de alta flutuação Super MHF,ideal para o transbordo de cana. Renato Ale-gre, analista de marketing, destacou o ingressorecente da empresa, que detém 33% do forne-cimento para implementos agrícolas, no mer-cado de pneus para tratores.

PIRELLIA Pirelli mostrou três novos modelos de

pneus. Fernando Mier, gerente de marketinge Vendas, destacou a linha de alta flutuaçãopara implementos agrícolas, que chega com doisdesenhos, RA 28 e HF 75, ambos na medida400/60-15,5”. Para empilhadeiras e veículos in-dustriais foi apresentado o CI84, nos tamanhos600-9,7.00-12.650-10,7.50-15 e 8.25-15.

TRELLEBORGA Trelleborg trouxe novas medidas de

pneus radiais: o tamanho 710/75R32TM2000,para tratores e colhedoras e os modelos 500/60R22.5 155 D Twin Radial, 600/55R26.5 165D Twin Radial, 650/65R30.5 176D Twin Ra-dial, 750/60R30.5 181 D Twin Radial e o 850/50R30.5 182 D Twin Radial, para implemen-tos agrícolas. Rafaela Cristina de Sene, da áreade Marketing da Trelleborg, destacou o cresci-mento da empresa no setor agrícola.

NEW HOLLANDA New Holland lançou a linha de tratores

A AGR trouxe soluções em equipamentos deprecisão

A Montana mostrou o novo integrante dalinha Parruda, com o MA-2627-M

Renato Alegre frisou o ingresso da Maggionno mercado de pneus para tratores

Fernando Mier, gerente de Marketing eVendas da Pirelli Pneus

A Yanmar trouxe a sua linha de tratores eimplementos para o pequeno produtor

Rafaela de Sene destacou crescimento daTrelleborg no segmento agrícola

A New Holland mostrou a linha de tratores TT,indicada para pomares e cafezais

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30 • Maio 07

TT, formada por três modelos, de 55 e 75 cv,dois deles próprios para trabalho em espaça-mento reduzido, como pomares e cafezais. Nototal a marca apresentou 14 máquinas, trato-res com potências entre 55 e 177 cv e as colhei-tadeiras das linhas TC e CS.

AGRALEA Agrale acaba de lançar o trator BX6180

destinado para médias e grandes propriedades,com foco nos mercados de cana-de-açúcar, grãose algodão. Com motor de 168 cv de potênciamáxima e torque de 559 Nm a 1.500 rpm pos-sui câmbio com 12 marchas à frente e quatro àré, direção hidrostática e tanque de combustí-vel com capacidade para 270 litros. A comerci-alização começa no segundo semestre de 2007.

VALTRAA Valtra trouxe a linha de tratores para as

categorias média e pesada, com visual novo queprivilegia aspectos como visibilidade e segurançado operador. Outra novidade é o sistema inter-cooler, que proporciona aumento de eficiên-cia e potência e reduz em até 5% o consumode combustível. No pacote de novidades Gera-ção II, apresentado pela Valtra, estão os trato-res BM 125i, BH185i, BH 145 e o BH 165. Amontadora anunciou ainda a liberação de bio-diesel B-20 para suas máquinas.

SANTIAGO & CINTRAA Santiago&Cintra destacou o EZ-Boom

2010, sistema de controle automático de pul-verização, que controla até dez secções, possi-bilita maior qualidade na aplicação sem falhas

e sobreposição nas bordaduras e arremates.Foram mostrados também o sistema de guiapor barras de luzes, AgGPS 500, o sistema depiloto automático para retas e curvas, utilizadoem plantio, AutoPilot RTK, o piloto automáti-co elétrico Ag150 Drive e o Insight, usado nomonitoramento da colheita, desligamento au-tomático da secção de pulverização, taxa variá-vel e AutoPilot.

SERVSPRAYA Servspray, em parceria com a Sermag lan-

çou a Tropicana, plantadora automotriz de canapicada. Com motor de seis cilindros, turbo 180cv e tanque de combustível de 210 litros, pos-sui funções de plantio integradas ao conjuntoautomotriz, chassi único e controle efetivo deprodutos através de equipamentos de precisão.

BRANCO MOTORESA Branco Motores mostrou sua linha mo-

vida a biogás, com motores para bombas deágua, bomba de chorume (fertilizante orgâni-co) e gerador de luz. Além da economia, o com-bustível oferece vantagens também do pontode vista ambiental.

MIACA Miac destacou a linha de beneficiamen-

to de grãos e café, com equipamentos de pré-limpeza, lavadores, classificadores (por tama-nho e densidade) e secadores depósitos.

SEMEATOA Semeato lançou o CS3, cultivador para

cana crua e queimada, que permite múltiplastarefas em uma mesma operação, como adu-

A Agrale trouxe novidades para a linha de médioporte com o trator BX 6180

Tratores da Valtra foramapresentados com novo visual

A vedete da ServSpray em Ribeirão foi aplantadora automotriz Tropicana

A Branco expôs sua linha de motoresmovidos a biogás

Equipamentos para beneficiar grãos e caféforam o foco da Miac em Ribeirão

Cultivador para cana crua e queimada foilançado pela Semeato

A Planer 710 canavieira recebeu destaque noestande da GTS

bação da soqueira, aplicação de defensivos naforma líquida ou sólida e também de produtosmicrogranulados. Possui três linhas duplas, comespaçamentos reguláveis, deviador de palha emforma de esqui e capacidade do reservatório defertilizantes de aproximadamente 900 quilos.

GTSA GTS deu destaque à Planner 710, cana-

vieira, ideal para atividades como a construçãode canais de vinhaça e manutenção de estra-das. Variadas posições de trabalho, operaçõesindependentes e agilidade estão entre as carac-terísticas do equipamento.

CASEA Case IH lançou a colheitadeira da linha

Axial-Flow 8010, fabricada nos Estados Uni-dos, equipada com motor de 405 cv de potên-cia nominal e potência máxima de 455 cv comPower Boost e tanque graneleiro com capaci-dade de 12,3 mil litros. A nova máquina possuio mesmo conceito de trilha das Axial-Flow 2388e 2399, mas seu rotor se diferencia pelo aciona-mento hidromecânico, eliminando correias esimplificando a manutenção. M

Page 31: Maquinas 63

símbolosconstrução sólida

Maio 07 • 31

Barragens de terra de pequenoporte são rotineiramente cons-truídas em diversas regiões do

Brasil, pois, além do represamento deágua, esta estrutura possui ainda diver-sas finalidades como: formação de lagopara recreação e pesca esportiva, conten-ção de rejeitos, geração de energia etc.

Porém, apesar da importância destasconstruções, muitas vezes seu projeto eexecução são realizados de maneira pou-co cuidadosa e sem a presença de um pro-fissional capacitado. Ocorrendo assim aconstrução de barramentos superdimen-cionados de baixa segurança e vida útil,podendo resultar em casos de rupturadestas estruturas e de perdas em termoseconômicos e ambientais.

PLANEJAMENTONo início da etapa de planejamento,

já devem estar definidos o tipo de barra-

gem e o local para sua construção. Dessamaneira, deverão ser analisadas alterna-tivas de posição do eixo do aterro, bemcomo do arranjo das estruturas hidráu-licas e esquemas de desvio do rio.

A escolha do tipo de seção transver-sal de uma barragem de terra ou enroca-mento depende de fatores hidrológicos,topográficos e geológicos do local ondese pretende construir a obra. Geralmen-te o fator determinante para a escolha dotipo de barragem é o custo de sua cons-trução.

Um fator determinante na escolha domelhor tipo de barragem a ser utilizada,é a disponibilidade de materiais de cons-trução nas proximidades do seu local deimplantação. Deve-se dar atenção espe-cial àqueles materiais provenientes de es-cavações obrigatórias necessárias à cons-trução das obras de desvio, canais de adu-ção, vertedouro etc. A jazida de emprés-

timo de material competente para a cons-trução do aterro não deve estar situada auma distância superior a 2 km do localdo canteiro de obras. Além da distância,deve ser considerado o volume da jazidade material competente, pois o volumede escavação deverá ser o dobro do volu-me de compactação devido ao fenômenodo “empolamento”.

A topografia do local também deve serlevada em conta na escolha do melhortipo de barragem a ser executada. Umterreno mais plano ou um vale mais aber-to certamente sugerirão a construção deuma barragem de terra, em contraparti-da a uma região de vales mais apertadose encostas rochosas poderão indicar o usode uma barragem de concreto. O impor-tante é buscar sempre a correta harmo-nia entre a barragem escolhida e as con-dições de relevo do local.

Firme e forteA construção de barragens em propriedades rurais requer atenção

com a escolha do local e planejamento, até mesmo com o estado dasmáquinas utilizadas. Se cada detalhe não for cuidadosamente

observado, os riscos de ruptura podem ser constantes

Dirceu Gassen

Page 32: Maquinas 63

32 • Maio 07

A irrigação é utilizada para auxiliar noprocesso de compactação, antes dapassagem das máquinas pesadas

DIMENSIONAMENTOAlgumas recomendações que devem

ser verificadas durante o dimensiona-mento de alguns elementos constituin-tes de uma barragem de terra:

a) Borda livre: o transbordamento éo principal fator de ruptura das barra-gens de terra, sendo esse fator responsá-vel por 40% dos acidentes. Assim, deve-se atentar para o dimensionamento doselementos evacuadores de cheias. A al-tura da borda livre deve ser suficientepara que não haja o galgamento das on-das formadas sobre a crista. Porém, naausência de dados mais específicos pode-se recorrer à adoção da borda livre, des-de que o valor adotado esteja situadoentre 0,60m e 3m.

b) Crista: a largura da crista deve serdefinida de acordo com a necessidade detráfego sobre a barragem. Não se devemdimensionar cristas menores que 3m,mesmo que sejam em pequenas barra-gens, devido a problemas de trafegabili-dade e de estabilidade do aterro. Na mai-oria das barragens a largura da crista devevariar entre seis a 12m. A superfície des-ta deverá ter inclinação para montante,a fim de drenar as águas pluviais. Quan-do são previstos recalques diferenciais noaterro, é aconselhável executar a cristacom uma sobrelevação para que a borda

livre seja mantida em seus valores de pro-jeto. Dependendo do tipo de solo, essesrecalques poderão ser na ordem de 0,2 a0,4% da altura da barragem.

c) Taludes: os taludes de uma barragemde terra correspondem às regiões de maio-res solicitações ao cisalhamento. Dessa for-ma, em sua execução deve-se dar priorida-de a materiais com maior resistência. Nodimensionamento dos taludes de montan-te e jusante há necessidade de serem reali-zadas análises de estabilidade, com o in-tuito de verificar se a inclinação do taludeescolhida é a mais segura para o solo emquestão. Taludes de jusante com espalda-res de barragens de terra de altura superi-or a 10m devem vir intercalados por ber-mas, com o intuito de reduzir a velocidadede escoamento das águas pluviais. Estasbermas devem ser espaçadas a cada 10m epossuírem largura de três a 4m. Para bar-ragens de terra a serem compactadas comsolo argiloso, recomenda-se a adoção de in-

clinação de taludes de montante e jusanteiguais a 3(h):1(v) e 2,5(h):1(v) respectiva-mente. Para solos siltosos compactados, re-comendam-se inclinações dos taludes demontante e jusante iguais a 3,5(h): 1(v) e3(h):1(v) respectivamente. Porém estas in-clinações devem ser levadas em considera-ção somente como referenciais de partida,pois devem ser realizadas análises de esta-bilidade dos taludes de montante e jusan-te levando em consideração a interaçãoaterro-fundação.

d) Fundações: quando um tipo qual-quer de barragem é executado, impõe car-gas ao solo que, como elemento de fun-dação, será um dos responsáveis pela suaestabilidade. A escolha do barramentoadequado deve estar em sintonia com ascondições do solo local. Em outras pala-vras, uma barragem de enrocamento comtaludes íngremes exige uma fundaçãomais resistente que uma barragem de ter-ra, da mesma forma que uma barragemde concreto requer uma fundação maisresistente que uma barragem de enroca-mento.

OPERAÇÃO DE COMPACTAÇÃOExistem diversos processos e equipa-

mentos para executar uma compactaçãode campo, que variam desde simples so-quetes manuais até mesmo grandes equi-pamentos como rolos compactadores deelevado peso, entre outros.

Aplicação de manta de geossintético notalude de jusante. Cada tipo de solo

requer uma aplicação específica

Page 33: Maquinas 63

“Muitas obras acabam tornando-se mais onerosas e menos segurassimplesmente pela falta de um acompanhamento técnico mais efetivo”

O tipo de equipamento a ser utiliza-do e o número de passadas necessáriasdependem do tipo de material e da es-pessura da camada de solo solto a sercompactada. Os materiais finos, como ossolos argilosos, são usualmente compac-tados por rolos pé de carneiro, enquantoque os materiais permeáveis mais gros-seiros, como as areias e os enrocamen-tos, podem ser compactados por tratoresde esteiras, rolos vibratórios ou por jatosde água.

Para a execução de um bom aterro, énecessário a correta verificação dos equi-pamentos a serem utilizados na compac-tação. Como exemplo: um rolo compac-

tador de patas gastas ou fora das especi-ficações, resultará sempre em um aterroheterogêneo.

Um controle de compactação rigoro-so deve ser executado durante a fase deconstrução de um aterro de barragem,pois diversas características geotécnicasdo solo como permeabilidade, compres-sibilidade e resistência ao cisalhamentopodem variar com a umidade e o grau decompactação do maciço.

CONCLUSÕESDessa maneira, sempre ao se preten-

der construir uma obra do porte de res-ponsabilidade de uma barragem, querseja o fim para que esta se destine, deve-se sempre consultar um engenheiro es-pecializado e experiente. Pois grande par-te dos problemas originados durante avida útil destas obras ocorre em funçãode deficiências grosseiras, tanto de pro-jeto, quanto do processo executivo. Mui-tas obras acabam tornando-se mais one-rosas e menos seguras simplesmente pela

falta de um acompanhamento técnicomais efetivo. Como todo investimento,uma barragem de terra deverá proporci-onar ao seu proprietário os benefícioseconômicos por este esperado.

Máquina utilizadapara regularização da

camada de solo lançado

Motorscrape realizandooperação de deposição do

aterro na barragem

Para fins de engenharia, os equi-pamentos de compactação mais

utilizados são os seguintes:• Rolos pé de carneiro: são utiliza-

dos na compactação de solos argilososem camadas variando de 0,20 a 0,3cmde espessura e número de passadas en-tre oito e dez a uma velocidade abaixode 4km/h

• Rolos pneumáticos: são utilizadospara siltes arenosos, argilas arenosas eareias com cascalho; a espessura da ca-mada varia entre 0,30 e 0,40m, númerode passadas entre quatro e seis e veloci-dade de avanço do rolo equivalente a5km/h.

• Rolos vibratórios: podem possuirtambor liso ou tipo “tamping”; a espes-sura das camadas varia entre 0,60 a 1m,número de passadas entre dois e quatroe velocidade de avanço 8km/h.

Compactadores manuais: são usadospara a compactação de solo em locaisadjacentes à fundação em rocha ou àsestruturas de concerto, onde geralmen-te é difícil o acesso aos equipamentospesados; a espessura das camadas é emtorno de 10cm

MÁQUINAS UTILIZADASPARA COMPACTAR

Maio 07 • 33

João Alexandre Paschoalin Filho,Uninove

Dirceu Gassen

Fotos João Alexandre Filho M

Page 34: Maquinas 63

trilhas em florestas

34 • Maio 07

Se o seu 4x4 pifar durante umaviagem ou no meio de uma tri-lha, saiba que não dá para sim-

plesmente puxá-lo com outro carro até aoficina mais próxima. É fundamental co-nhecer um pouco da mecânica de seu veí-culo para fazer a coisa certa. Veja a seguiras opções de reboque e as consideraçõespara cada tipo:

1) Tow-Bar: consiste de um triângulo,ou “A”, de tubos de aço, com presilhas parafixar no pára-choque do veículo danifica-do. As dicas são:

• O Tow-Bar deve ficar paralelo ao

chão, ou seja, não pode ficar para cima oupara baixo quando for encaixado ao carroreboque. Isto pode desencaixar o engate dabola;

• Use uma corrente de segurança. Eladeverá estar fixada no carro reboque e de-pois passada pelo triângulo do Tow-Bar,sendo fixada novamente no carro reboque.Isto para evitar que o veículo rebocado es-cape da traseira do carro rebocador caso oengate escape da bola;

• No veículo danificado, gire a chavede partida para a primeira posição e man-tenha assim para liberar o conjunto da di-

reção que vai esterçar junto com o veículoprincipal. Não destravar a direção, certa-mente vai causar um acidente, já que emuma curva o veículo danificado vai seguirem linha reta;

• Se houver algum risco do motor fun-cionar com a chave na primeira posição,desconecte os cabos da bateria;

• O veículo danificado deve sinalizarcom suas luzes de freio e setas todas as ma-nobras do rebocador. Use uma régua demetal ou madeira, com as luzes correspon-dentes, e conecte ao rebocador através deuma tomada para reboque.

Rebocar comsegurançaRebocar comsegurançaTransportar seu 4X4 estragado até a oficina exige observar uma série de medidaspara garantir a segurança e evitar que o veículo resulte ainda mais danificadoTransportar seu 4X4 estragado até a oficina exige observar uma série de medidaspara garantir a segurança e evitar que o veículo resulte ainda mais danificado

Fotos Técnica 4x4

Page 35: Maquinas 63

“Sua carteira de habilitação deve autorizar o reboque do conjunto todo, ou seja, o peso do rebocador mais opeso do veículo danificado. Senão poderá ter problemas com o policiamento rodoviário e de trânsito”

Maio 07 • 35

2) Cambão: montado com uma barrade aço com gancho ou anel nas pontas, parafixação nos dois veículos. As dicas são:

• Você deverá ficar no veículo danifica-do para auxiliar no controle da direção efreio. Se mais pessoas precisarem ir junto,todos devem estar com cintos de seguran-ça;

• Gire a chave de partida para a pri-meira posição e mantenha assim para vocêpoder esterçar junto com o veículo reboca-dor;

• Como o motor está desligado, os sis-temas de servo-freio e direção hidráulica,se houver, estarão inoperantes, você preci-sará pisar com mais força no pedal de freiopara ajudar o rebocador em frenagens, alémde ter que fazer mais força ao girar o vo-lante. Se for possível manter o motor fun-cionando, o veículo danificado poderá au-xiliar com maior eficiência em frenagens edireção, se for hidráulica.

• Em descidas íngremes, ajude o rebo-cador acionando o freio;

• Não use cintas ou cabos de aço. Nãosão seguros na medida que não podemmanter uma distância fixa entre os veícu-los.

VEÍCULOS 4X4 PART TIME• Reboque com as quatro rodas no chão

– deixe rodas livres desligadas e a caixa demarchas e transferência em neutro (N);

• Reboque com as duas rodas diantei-ras elevadas – deixe rodas livres desligadase a caixa de marchas e transferência emneutro (N);

• Reboque com as duas rodas traseiraselevadas - deixe rodas livres desligadas e acaixa de marchas e transferência em neu-tro (N). Trave a direção em linha reta, paraisso coloque a chave de partida na primei-

ra posição para destravar a direção. Agorafixe a direção em linha reta usando algumartifício para isso, mas não use em hipóte-se alguma a trava de direção.

VEÍCULOS 4X4 FULL TIME• Reboque com as quatro rodas no chão

– coloque a caixa de marchas e a caixa detransferência em neutro (N), e deixe o blo-

cante de diferencial central desligado. Issoé permitido apenas para pequenas distân-cias;

• Reboque com as duas rodas diantei-ras elevadas – retire o cardã traseiro.

• Reboque com as duas rodas traseiraselevadas – retire o cardã dianteiro. Coloquea chave de partida na primeira posição paradestravar a direção e fixe-a em linha reta.

VEÍCULOS COM CAIXA AUTOMÁTICAOs carros automáticos não podem ser

rebocados sem que antes sejam retiradosos cardãs. Se por qualquer motivo não forpossível desconectá-los, a única alternati-va é imobilizando-o completamente fazen-do o transporte para a manutenção comum guincho plataforma.

Finalmente veja também se o veículorebocador terá condições de rebocar o veí-culo danificado e parar o conjunto quan-do precisar frear.

Sua carteira de habilitação deve autori-zar o reboque do conjunto todo, ou seja, opeso do rebocador mais o peso do veículodanificado. Senão poderá ter problemas como policiamento rodoviário e de trânsito.

Jipe pronto para ser rebocado com segurança, após terem sidotomadas todas as medidas necessárias para realizar a operação

Para fixar o veículo estragado é preciso alinhar perfeitamentea bola de engate com o Tow-Bar

João Roberto de Camargo Gaiottowww.tecnica4x4.com.br

M

Page 36: Maquinas 63

36 • Maio 07

planejamento

Planejar um sistema de irrigação re-quer, além da habilidade de di-mensionar hidraulicamente um

sistema, o uso de experiência e de uma me-todologia multidisciplinar que auxilie a re-conhecer as diferentes adaptações de cadasistema de irrigação, e oriente a utilizaçãoracional dos recursos econômicos, sociais enaturais de cada propriedade.

A contratação de engenheiros capacita-dos e responsáveis permite retirar de bonsequipamentos o máximo de rendimento tec-nológico para o produtor. O valor do inves-timento em bons equipamentos pode se tor-nar prejuízo se o projeto do sistema nãoatender às demandas das culturas irrigadase não respeitar as limitações impostas ao seuuso dentro da propriedade.

Um projeto dessa dimensão deve passarpelas mãos de profissionais capacitados, que

aprenderam a utilizar parâmetros requeri-dos ao bom planejamento do projeto de ir-rigação, tais como: cultura, solo, clima, to-pografia, máquinas agrícolas, hidráulica,hidrologia, entre outros. O projeto ideal ouadequado é aquele que seleciona tecnica-mente componentes e acessórios compatí-veis entre si e, que montados e operandoconjuntamente permitirão a aplicação deágua sobre a cultura de forma otimizada eapropriada para um determinado local. Des-ta forma a confecção do projeto mais ade-quado está condicionada à experiência doprojetista, ou seja, este profissional deve atu-alizar-se constantemente obtendo conheci-mentos no campo, na indústria e na escola.

Gramolelli Junior et al. (2004) realiza-ram um diagnóstico do uso da água em cul-turas irrigadas na Bacia do Rio Jundiaí-Mi-rim (SP), com a aplicação de um questio-

nário a cem agricultores irrigantes. Quan-do questionados sobre a existência de pro-jeto para o sistema em funcionamento napropriedade, 71% responderam que nãopossuíam projetos. Além dessa situação,85% afirmaram que haviam dimensionadoo sistema de bombeamento, enquanto 11%não tinham dimensionado e 4% desconhe-ciam o assunto. Os autores concluíram que,apesar da maioria dos sistemas não teremprojetos e a grande parte das bombas teremsido dimensionadas, verificou-se que pelotipo de cultura e, sobretudo pelo tamanhode área a ser irrigada, os conjuntos moto-bomba eram superdimensionados.

Os produtores agrícolas devem se cons-cientizar que todo sistema de irrigação cor-retamente planejado leva ao dimensiona-mento adequado, ao funcionamento perfeitodos equipamentos e ao potencial para pro-

Apesar de ser uma atividade que exige bastante técnica, muitos projetos de irrigaçãosão mal planejados e mal gerenciados, o que gera desperdício de água, desgastes naterra e subaproveitamento dos equipamentos. Como conseqüência maior, o objetivofinal de incrementar a produção, poderá se tornar uma fonte de prejuízos

Apesar de ser uma atividade que exige bastante técnica, muitos projetos de irrigaçãosão mal planejados e mal gerenciados, o que gera desperdício de água, desgastes naterra e subaproveitamento dos equipamentos. Como conseqüência maior, o objetivofinal de incrementar a produção poderá se tornar fonte de prejuízos

Irrigação planIrrigação plan

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“A contratação de engenheiros capacitados e responsáveis permite retirar debons equipamentos o máximo de rendimento tecnológico para o produtor”

Maio 07 • 37

duzir pelo menor custo e atingir a maiorlucratividade.

MANEJO RACIONAL DA IRRIGAÇÃOO produtor irrigante deve manejar a

aplicação da água de forma correta, aten-dendo às necessidades da cultura e às limi-tações do solo da propriedade e viabilizan-do o seu uso racional. As culturas irrigadasexigem conhecimentos específicos sobrequestões sanitárias associadas à veiculaçãohídrica e também sobre demandas diferen-ciadas de água e de fertilizantes ao longo doseu ciclo. A aplicação da água no momentocerto e no volume exato significa garantiade maior produtividade, aumento da efici-ência e redução dos custos de operação dosistema. Adicionalmente, a lei que obriga opagamento pelo uso da água exigirá do pro-dutor um conhecimento ainda mais apro-

fundado das técnicas de manejo de irriga-ção.

A inadequação na distribuição da águapode determinar baixos valores de eficiên-cia de irrigação e levar a efeitos desfavorá-veis como:

• Baixa produtividade por unidade deárea;

• Baixa produtividade por unidade deágua aplicada;

• Diminuição da área total irrigada;• Efeitos prejudiciais ao meio ambien-

te, e• Lucratividade menor com a agricul-

tura irrigada.O manejo incorreto da irrigação pode

levar a aplicações excessivas de água, queacarretarão desperdícios dos recursos hídri-cos da propriedade e da energia utilizada nobombeamento. Segundo dados fornecidospor Lima et al. (2000), a Companhia Ener-gética de Minas Gerais estimou que a ado-ção de manejos racionais de irrigação deter-minaria uma economia de 30% da energiaconsumida em projetos de irrigação. Destetotal, 20% corresponderia a economia devi-do à aplicação desnecessária de água, e 10%devido ao redimensionamento e otimizaçãodos equipamentos utilizados.

Exemplos das conseqüências do mane-jo de água incorreto podem ser encontra-dos também na cultura do tomate de mesaque é irrigado por sulcos na maioria das pro-priedades produtoras no estado de São Pau-lo, onde a falta de controle no manejo deirrigação caracteriza a condição de uso ex-cessivo de água. A eficiência média de apli-cação de água encontrada por Campos eTestezlaf (2003), em uma propriedade pro-dutora de tomate de mesa, foi igual a 32%,demonstrando que a falta de controle ade-quado da irrigação vem causando impactosambientais sérios, podendo inviabilizar oêxito da produção.

Portanto, uma ação sistemática é neces-sária junto ao agricultor para a redução doconsumo de água, principalmente, conside-rando-se que a legislação de cobrança pelouso de água já está em vigor em alguns esta-

dos brasileiros. Algumas empresas e univer-sidades já apresentam programas computa-cionais de auxílio ao manejo da irrigação quedevem permitir um acompanhamento dasvariações climáticas e edafológicas impor-tantes de forma a poder quantificar a ne-cessidade real de água para as culturas. Con-tribuindo para a realização de manejos deirrigação, já existem em implantação redesmeteorológicas em alguns estados e muni-cípios, devendo se propagar rapidamente portodo o país.

A OPERAÇÃO DOS EQUIPAMENTOSEm concordância com o manejo de irri-

gação, a operação dos equipamentos deveatender às especificações de projeto e serapropriada às técnicas de cultivo irrigado.O uso de pessoal treinado para a operaçãodos equipamentos de irrigação pode ser umfator crítico para o sucesso da irrigação epara a redução dos custos de manutençãodos sistemas. Quanto mais sofisticado e tec-nológico for um sistema, maior deve ser ocuidado e as preocupações com as questõesde operação e de segurança pessoal.

Neste sentido é importante destacar quea operação dos sistemas está intimamenteligada ao manejo racional de irrigação, sen-do, portanto, a qualidade da mão-de-obrautilizada na propriedade fator essencial naoperação apropriada do equipamento de ir-rigação. Entende-se como operação do equi-pamento ou sistema de irrigação, o conjun-to de serviços e ações requeridas para a apli-cação de água à cultura, destacando-se asseguintes operações:

1) Funcionamento e manutenção do sis-tema moto-bomba;

2) Armazenamento, manuseio e manu-tenção de tubulações utilizadas em linhasadutoras e recalques e também em conexõese acessórios;

3) Operação de sistemas de tratamentoda água de irrigação, como filtros, para ga-rantir a qualidade de água aplicada pelo sis-tema;

4) Avaliação do funcionamento de emis-sores, aspersores e reguladores de pressão;

Outro exemplo de manejoincorreto, na irrigação por sulcos

na cultura do tomate de mesa

Excesso de água aplicada com pivôcentral na cultura do cafeeiro. Falta

de nivelamento adequado

Cultivar

Roberto Testezlaf

ejadaejada

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38 • Maio 07

O armazenamento de tubos de PVC deverespeitar a altura máxima permitida,evitando a deformação dos mesmos

Devido aos inúmeros benefícios queapresenta, a irrigação é uma técnica

que deve participar intensamente do proces-so de produção agrícola. Para o produtor, osucesso da produção irrigada está diretamenterelacionado ao retorno financeiro obtido quecompense o investimento realizado, e ele nãotem dúvida que esse resultado depende prin-cipalmente da rentabilidade da produção, queestá altamente subordinada à produtividadealcançada e às regras do mercado (lei da ofer-ta e da procura). Entretanto, além da ques-tão econômica, existem condições técnicasbásicas no planejamento e na implantaçãodo sistema de irrigação em uma propriedadeagrícola que precisam ser atendidas para ga-rantir o sucesso do retorno socioeconômicoe ambiental. São elas:

• Os equipamentos de irrigação de-vem ser projetados e fabricados atenden-do normas de qualidade e adaptados àscondições brasileiras;

• O dimensionamento do sistema deirrigação deve estar adequado às necessi-

SUCESSO DE UMA BOA IRRIGAÇÃOdades da cultura e às condições físicas ede infra-estrutura da propriedade;

• O manejo de água da irrigação deveser realizado racionalmente, atendendo àsnecessidades da cultura e às limitações dosolo da propriedade;

• A operação dos equipamentos deveatender às especificações de projeto e astécnicas de cultivo devem ser apropriadasà lavoura irrigada.

O atendimento dessas condições exi-girá uma forte formação técnica de todosos profissionais envolvidos no processode implantação da irrigação, pois é neces-sário que os conceitos de sustentabilida-de sejam respeitados na atividade de pro-dução irrigada.

Garantindo-se a aquisição de equipa-mentos de qualidade, o agricultor deve sepreocupar com o planejamento e projetodos sistemas de irrigação, que devem es-tar perfeitamente adequados às necessi-dades da cultura a ser explorada e às con-dições da sua propriedade.

5) Programação de controladores de ir-rigação e calibração de válvulas e acessóri-os;

6) Manutenção de sistemas elétricos dealta e baixa tensão;

7) Operação do sistema atendendo con-dições climáticas favoráveis à irrigação.

Em uma pesquisa denominada Carac-terização de tecnologias de produção agrí-cola em propriedades rurais na área de con-cessão da CPFL / Piratininga” (Rossi et al.2003) foi verificado durante as visitas às pro-priedades que faziam uso da irrigação a con-dição precária das instalações elétricas e afalta de mínima manutenção, não sendoraros os casos de motores com partes inter-nas e externas totalmente sujas e chaves semdispositivos de proteção.

No estudo realizado por Gramolelli Jú-nior et al. (2004), detectou-se que 50% dosagricultores disseram que não existe assis-tência técnica na área de irrigação, 32% fa-zem manutenção preventiva e 18% eventu-almente.

Além dos aspectos citados anteriormen-te, a manutenção de valores aceitáveis deeficiência de aplicação de água em sistemasde irrigação é função, não só do conheci-mento das características hidráulicas dossistemas, como vazão e pressão de projeto,ao longo da vida útil dos equipamentos,como também da experiência do técnico em

operar sistemas e utilizar técnicas corretasde cultivo, voltadas para os princípios daagricultura irrigada.

CONSIDERAÇÕES FINAISO conjunto dos fatores apresentados

determina em última instância a qualidadeda irrigação e, conseqüentemente, o uso ra-cional de água para produção sustentável dealimentos. É importante salientar que osfatores estão interligados de forma que seapenas um deles for mal conduzido podecomprometer toda a sustentabilidade doprocesso de produção.

Desta forma, os esforços dados pela ini-ciativa privada (empresas e fabricantes deequipamentos), pelos órgãos públicos (uni-versidades, escolas técnicas, centros de pes-quisas, prefeituras etc) e, sobretudo, a par-ticipação efetiva do agricultor irrigante, tor-narão a agricultura irrigada uma atividadesustentável, contribuindo efetivamente peloaumento da produção e garantindo a ma-nutenção do homem no campo.

Roberto Testezlaf,Edson Eiji Matsura,Unicamp

O manejo de água deve ser realizadoracionalmente, atendendo as necessidades da

cultura e as limitações da fazenda

Fotos Cultivar

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