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Julho 2009

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Rodando por aí

GPS simplificado

Pulverização aérea em café

Ficha Técnica - MF 7100

Empresas - Massey Ferguson

Empresas - John Deere

Test Drive - Valtra A750

Bahia Farm Show

Semeadoras com taxa variável

Ficha Técnica - Baldan SPA Mega Flex

Semeadoras e suas modificações

Coluna Estatística Máquinas

Coluna jurídica

Test Drive Valtra A750 18Antes mesmo de chegar às concessionárias já testamoso trator de 75cv da nova Série A Valtra

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Por falta de espaço, não publicamos as referências bibliográficas citadas pelos autores dos artigos que integram esta edição. Os interessados po-dem solicitá-las à redação pelo e-mail: [email protected]

Os artigos em Cultivar não representam nenhum consenso. Não esperamos que todos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitos irão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foram selecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemos fazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões, para que o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidos nos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a oportunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.

NOSSOS TELEFONES: (53)

• GERAL3028.2000• ASSINATURAS3028.2070

• EditorGilvan Quevedo

• RedaçãoCharles Echer

• RevisãoAline Partzsch de Almeida

• Design Gráfico e DiagramaçãoCristiano Ceia

• ComercialPedro BatistinSedeli Feijó

• CirculaçãoSimone Lopes

Grupo Cultivar de Publicações Ltda.www.revistacultivar.com.br

DireçãoNewton Peter

Schubert K. Peter

SecretáriaRosimeri Lisboa Alves

[email protected]

Ficha TécnicaTrator MF 7100 da Massey Ferguson e Semeadora SPA

Mega Flex da Baldan

SemeadorasO aperfeiçoamento das máquinas desde a explosão do plantio mecanizado, que começou na década de 1960 no Brasil

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• REDAÇÃO3028.2060• MARKETING3028.2065

Assinatura anual (11 edições*): R$ 129,90(*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)

Números atrasados: R$ 15,00Assinatura Internacional:

US$ 130,00EUROS 110,00

Cultivar Máquinas • Edição Nº 87 • Ano IX - Julho 09 • ISSN - 1676-0158

• AssinaturasÂngela Oliveira Gonçalves

• ExpediçãoDianferson AlvesEdson Krause

• Impressão: Kunde Indústrias Gráficas Ltda.

Destaques

Nossa capa

Índice

12 e 30

Matéria de capa

Cha

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rodANdo por AÍ

Farm ShowWalter Horita, presidente da Aiba e do Bahia Farm Show, foi o anfitrião da feira. O evento reuniu di-versas autoridades como o governador da Bahia Jaques Wagner, os secretários do Meio Ambiente, Juliano Matos, e da Agricultura, Roberto Muniz, e o prefeito de Luís Eduardo Maga-lhães, Humberto Santa Cruz.

BaldanLuciano Gandini Pereira comandou a equipe da Baldan no Bahia Farm Show 2009. A empresa destacou no evento semeadoras e grades aradoras.

ReinkeA equipe da empresa gaúcha Reinke apresentou no Bahia Farm Show as máquinas de pré-limpeza e limpeza de grãos PLS 70/ LS 50 e PLS 40/ LS 30. Artur Schierenbeck, gerente comercial, e Leandro Luiz Kich, vendedor-técnico, participaram do evento.

New HollandCláudio Calaça Júnior, supervisor regional de Vendas da New Holland, esteve à frente da equipe da revenda da empresa em Luís Eduardo Magalhães, no Bahia Farm Show. O destaque ficou por conta da linha de tratores T7000, da colheitadeira CR9060 e da forrageira autopropelida FR9000.

John DeereCarlos Bólico, coordenador regional de Vendas para o Norte do Brasil, Rodrigo Bonatto, gerente regional de Vendas, e Santiago Larroux, gerente de Marketing Tático para a América do Sul, apresentaram a linha de produtos John Deere no Bahia Farm Show. O destaque especial ficou por conta da linha Mais Alimentos, com os tratores 5303 de 57cv, 5403 de 65cv e 5603 de 75cv, além do lançamento da plantadeira série 2100.

ValtraDouglas Vincensi, coordenador de Marketing do Produto da Valtra esteve no Bahia Farm Show dando suporte à equipe da Lavrobrás, revenda da empresa na região de Luís Eduardo Magalhães. As colhe-doras da marca estiveram entre os destaques na feira.

AGCOJorge Graziani, coordenador de Venda de Tratores, Joaquim Ferrini, coordenador comercial de Colheitadeiras, Fernando Bertoncello, ge-rente de Vendas de Tratores e Colheitadeiras da Massey Ferguson, e Fábio Martins, da concessionária Jaraguá, de Luís Eduardo Magalhães, apresentaram no Bahia Farm Show a linha de tratores 7100, além das colheitadeiras da marca.

Cláudio Calaça Júnior

Artur Schierenbeck e Leandro Luiz Kich

Walter Horita

SemeatoA Semeato, fabricante de máquinas agrícolas de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, está entre as 500 maiores empresas do país. Além da 294º posição no ranking geral, ainda aparece como a 15ª em crescimento e expansão de vendas e como a 10ª do setor agrícola, segundo levantamento realizado pela Revista Exame.

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Vence TudoA equipe da Vence Tudo, liderada pelo gerente comercial Ildemar Budke, apresentou a linha de produtos da empresa com destaque para a plataforma Bocuda.

John DeerePaulo Hermann, presidente da John Deere para a América do Sul, participou da implantação do Centro de Tecnologia para treinamento de operadores e mecânicos de máquinas agrí-colas, no município de Luís Eduardo Magalhães, durante o Farm Show 2009. Hermann fez questão de apresentar toda a equipe de gerentes da empresa, destacando a importância que a região tem para a John Deere.

AgrivendasA Agrivendas, de Luís Eduardo Magalhães, na Bahia, passa a re-vender, além dos tratores Green Horse, a linha de pulverizadores ServSpray.

JanA equipe da Jan, liderada pelo gerente comercial Claudiomiro dos San-tos, apresentou aos visitantes do Bahia Farm Show as linhas Lancer, Tritto, Jumbo, Tanker e o autopropelido Power Jet.

AgraleAlencar Almeida Filho, diretor co-merc ia l da Mis-sioneira, revenda da Agrale em Luís E d u a r d o M a g a -lhães, comemorou os resultados em vendas durante o Bahia Farm Show.

TreinamentoA John Deere, a revenda Agrosul e a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) firmaram acordo para implantação do Centro de Tecnologia para treinamento de operadores e mecânicos de máquinas agrícolas no município de Luís Eduardo Magalhães. Eugênio Fronza, gerente de Treinamento da John Deere para a América do Sul, parti-cipou da cerimônia de assinatura.

Centro de pesquisaDurante a segunda edição do Bahia Farm Show foi inaugurado o Centro de Pesquisa e Tecnologia Agrícola do Oeste da Bahia (CPTO). Quatro laboratórios, cinco pivôs de irrigação e um campo experimen-tal compõem a parte principal do complexo, que conta ainda com auditório, armazéns e galpões. Projetos de pesquisa em algodão, soja, milho, café, cana-de-açúcar, girassol, mamona e outros produtos serão implantados a partir da iniciativa.

ArmazenagemO grupo Kepler Weber, em parceria com a Casa Rural Centro do Agronegócio, fez o lançamento oficial da nova linha de equipamentos para armazenagem de grãos KW Fazenda. O objetivo é facilitar o acesso a instalações de armazenagem de baixo custo, projetadas para a média e pequena propriedade. O convê-nio prevê financiamento para a aquisição da linha por meio de contrato assinado entre a Casa Rural, BRDE, Caixa/RS e Banco do Brasil.

Alencar Almeida Filho

Eugênio Fronza (centro)

Paulo Hermann

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Aagricultura de precisão é um modelo de gerenciamento agrícola, que se baseia no co-

nhecimento e na consideração da varia-bilidade espacial e temporal dos fatores de produção e da própria produtividade, podendo hoje ser usada em todos os aspec-tos no ciclo de produção de uma cultura, desde as operações de preparo do solo até a colheita. A tecnologia já está disponível para melhorar a amostragem do solo, o preparo do solo, o plantio, a aplicação de

fertilizantes, corretivos e pesticidas, a aná-lise da lavoura e a colheita, no sentido de aumentar a produtividade, com redução de custos e proteção dos recursos naturais.

De todas as possibilidades de apli-cação da agricultura de precisão, o monitoramento da lavoura no campo é o ponto de partida mais racional para despertar o interesse do fazendeiro em adotar a tecnologia. Se os rendimentos dentro de um campo não variam muito e se o nível de rendimento está satisfató-

rio, então há provavelmente um pequeno incentivo para se investir. Mas, a grande variação dos rendimentos indica que as práticas atuais de cultivo podem não estar fornecendo as melhores condições de crescimento em todo o campo. Neste caso, a adoção da agricultura de precisão para outras operações pode ser benéfica. Porém, podem ser necessários vários anos de informações de campo para se tomar uma boa decisão.

Normalmente, cada etapa é inserida

MApEAMENto

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Dosadores e helicoides avaliados. Os dois da esquerda são por gravidade e os da direita por transbordo

Bancada de testes (à esquerda), vista frontal; (à direita) inclinação longitudinal simulada

John Deere

Foto

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Dia

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Figura 1 - Tela do programa GPS TrackMaker – escolha de interface Figura 2 - Tela do programa GPS TrackMaker – identificação do aparelho

Com um GPS, após alguns downloads e passos relativamente simples, é possível criar um mapa de produtividade simples e barato

Mapa simplesMapa simplesCom um GPS, após alguns downloads e passos relativamente simples, é possível criar um mapa de produtividade simples e barato

Page 7: Maquinas 87

no sistema produtivo de acordo com a condição econômica do produtor, sendo o mapeamento da produtividade um dos mais importantes para mostrar ao pro-dutor que existe variação em sua área e que procedimentos podem ser adotados a fim de aumentar e homogeneizar a produção da área cultivada, aumentando sua receita.

Máquinas colhedoras, acopladas com sensores, sistema de aquisição de dados e antena de GPS podem gerar mapas de produtividade da área cultiva-da e fornecer dados em tempo real, mas dificilmente um agricultor de médio e baixo porte poderá adquiri-la devido ao seu elevado custo de aquisição e manutenção.

Uma saída para confeccionar um mapa de produtividade é utilizar um aparelho de GPS de baixo custo de aquisição para adquirir pontos na área

de produção, delimitando áreas ou par-celas após uma prévia divisão da área total. Pode-se plotar a área de colheita sobre uma imagem de satélite, forne-cendo ainda uma tela de fundo, locali-zando e ilustrando melhor o trabalho. No mercado, existe uma infinidade de aparelhos de GPS, diferenciando entre eles o nível de tecnologia empregado, que está relacionado com a precisão e o preço de cada um. A partir de R$ 400,00, pode-se adquirir um aparelho capaz de fazer a aquisição dos dados, cálculo de área, navegação, entre ou-tros, porém, com precisão em torno de 15m, como o Garmin Etrex. Com um pouco mais de recurso, em torno de R$ 1.500,00, pode-se adquirir um Magelan 60 CSx. Para precisão centimétrica, é necessário o uso de aparelhos geo-désicos com correção pós-processado ou em tempo real, como o Magellan

ProMark3 RTK.

MAPAS E GOOGLE EARTHPara mapeamentos mais simplifi-

cados, é possível gerar mapas e plotar sobre as imagens do Google Earth. Para isso, com o aparelho em mãos, faça a coleta dos dados, seguindo as instruções de seu aparelho. Com os dados adquiridos, pode-se utilizar o programa computacional Trackmaker e o Google Earth para gravar e plotar os dados com imagem de fundo do satélite. Os dois programas possuem versão gratuita de utilização em seus respectivos sites. Veja como baixá-los no box deste artigo.

Com os dois programas instalados, importe os dados de seu GPS. Inicie o programa GPS TrackMaker. Conecte o seu aparelho GPS ao computador e deixe-o ligado – alguns modelos utili-

Figura 3 - Tela da área marcada Figura 4 - Imagem da área de trabalho sobreposta à imagem de satélite

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zam a porta serial de nove pinos, mas muitos aparelhos mais novos utilizam a porta USB.

Cl ique em “GPS”, na barra de ferramentas, localizada acima, e esco-lha a interface, de acordo com o seu aparelho, como exemplo, “Interface Magelan...” (Figura 1).

O programa GPS TrackMaker vai localizar a porta do computador que está disponível e surgirá nova tela, então, cli-que em “Identificar” (Figura 2).

O programa TrackMaker vai identificar seu aparelho de GPS e então clique em “Tudo” para importar todos os dados que você adquiriu na trilha. Surgirá na tela os

pontos que foram coletados na área. Esta imagem abaixo é de uma área experimen-tal de cultivo de feijão, com a marcação das parcelas.

Em seguida, marque todos os pontos arrastando o mouse sobre o mapa – clique no canto esquerdo superior e, sem soltar o mouse, arraste até o canto direito inferior, marcando toda a área. Para transferir seus dados para a imagem de satélite, clique no botãozinho superior, onde aparece um globo – seta vermelha indicando (Figura 3).

O programa Google Earth vai abrir automaticamente, sobrepondo os seus dados diretamente numa imagem de satélite, que você pode girar, aproximar, salvar etc. (Figura 4). Para visualizar em tela cheia, aperte “F11”.

Com a produção de cada parcela, obti-da através de uma metodologia específica, pode-se vincular sua produtividade com a imagem adquirida, resultando em um mapa de produtividade por parcela de seu cultivo de forma simplificada utilizando programas de fácil uso e aquisição. Desta forma, é possível manter registrada a variação de produtividade por parcela de produção, buscando, em seguida, identi-ficar as causas das variações para otimizar a produção da área.

Ricardo Ferreira Garcia,José Francisco Sá V. Junior,Uenf

A possibilidade de mapear a produtividade da lavoura no campo éum dos grandes avanços permitidos pela Agricultura de Precisão

. M

Charles Echer

CoMo bAIXAr E INStAlAr oS progrAMAS

Oprograma GPS Trackmaker pode ser gravado do site www.

gpstm.com.br, na opção Download GTM Grátis (Figura 5). Clique em “Download GTM Grátis” e siga as instruções para a

instalação.É necessário também instalar o pro-

grama Google Earth, que está disponível no site www.earth.google.com (Figura 6). Clique em “Fazer o download do Google

Earth 5.0”. Desmarque a opção “Include Google Chrome, a new web browser for Windows” e clique em seguida a opção “Agree and Download”.

Figura 5 - Tela do site GPS TrackMaker Figura 6 - Tela do site Google Earth

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pUlVErIZAÇÃo

Voo no cafezalSucesso da aviação agrícola em milho, no sul de Minas, leva produtores de café a migrarem a técnica para os cafezais da região como alternativa aos pulverizadores terrestres, que em

determinadas épocas do ano encontram dificuldades para entrar nas lavouras

As áreas de produção agrícola, des- tinadas à cultura do café princi- palmente em Minas Gerais, vêm

recebendo um crescimento significativo nos últimos anos, entretanto, os custos de pro-dução têm apresentado uma ligeira alta neste mesmo período, o que tem ocasionado aos produtores grande preocupação, reduzindo sua rentabilidade e, em muitos casos, gerando inadimplências no setor.

A primeira estimativa de produção total de café (arábica e conilon) para a safra 2009, apresentada pela Conab (Avaliação da Safra Agrícola Cafeeira 2009 – 1ª Estimativa – Janeiro/2009) indica que o país deverá colher entre 36,9 e 38,8 milhões de sacas de 60 quilos de café beneficiado. O resultado dessa primeira pesquisa representa uma redução entre 19,8% e 15,6%, quando comparada com a produção de 46,0 milhões de sacas ob-tidas na temporada anterior. A maior redução se dará na produção de café arábica, com queda entre 24,3% e 20,4%, (redução entre 8,62 e 7,23 milhões de sacas).

Em tempos de crise, onde os preços obtidos no mercado interno e externo estão em baixa, caberá aos técnicos e produtores avaliarem seus custos de produção, verificando a existência de ferramentas que permitam otimizar lucros e minimizar perdas.

As aplicações de defensivos agrícolas, rea-lizadas com o uso de equipamentos terrestres, muitas vezes têm seu rendimento operacional afetado por fatores que contribuem para o

aumento dos custos operacionais, entre eles destacam-se: alterações e declividade acentuada em grandes áreas de plantio, arquitetura e estágio de crescimento da lavoura, espaçamento e ali-nhamento das plantas (alteração no desempenho da máquina), tipo de máquina, tradição no uso de altos volumes de pulverização, treinamento e habilidade dos operadores, formato das áreas; métodos de trabalhos; tempos perdidos durante a aplicação (manobra, descanso do operador, reabastecimentos demorados, condições de tra-fegabilidade da máquina [tipo de solo, vegetação, umidade]) etc.

É característica das lavouras de café a presen-ça de alta densidade foliar, pequeno espaçamento entre os pés, pequena largura entre as fileiras, “saia baixa” e uma arquitetura “trapezoidal”, fatores estes que dificultam uma boa cobertura e uniformidade de distribuição. Para que se consiga superar estes obstáculos é importante que o produtor ajuste seu equipamento para cada situação operacional.

Na década de 50, principalmente para o controle da broca do café, as lavouras recebiam doses maciças de produtos em formulação pó, técnica denominada de polvilhamento, naquela época o emprego de várias máquinas, entre elas o avião, se destacava.

Com a queda do uso dos produtos em for-ma de pó, apesar de proporcionarem cobertura satisfatória, havia o sério inconveniente causado pelo uso de partículas extremamente pequenas e leves, que se perdiam para o ambiente provo-cando sérias contaminações.

Com a evolução de novas formulações, produtos mais específicos e menos agressivos, com alta performance de ação, foram sendo de-senvolvidos. Aproveitando-se destas condições, tem surgido um grande interesse por parte dos produtores em adotar tecnologias que permitam apresentar qualidade de controle e ao mesmo tempo reduzir custos.

Nos últimos dois anos na região Sul de Minas Gerais houve uma expansão significativa da cultura de milho e diversos produtores expe-rimentaram utilizar em suas áreas o avião em aplicações de inseticidas e fungicidas comuns em outras regiões do país. Tal o sucesso que tem sido obtido nestas áreas com o uso da aplicação aérea, que aeronaves começam a fazer parte da paisagem até então pouco explorada. Em razão disso, muitos destes produtores começaram principalmente pelo incremento de produção obtida, buscar informações sobre que resultados teriam com o emprego do avião também na cul-tura do café, que apresenta uma particularidade especial, alta densidade foliar e exigência de um bom controle fitossanitário.

Avaliando as dificuldades existentes pelo deslocamento das máquinas em condições de solo com alta umidade e em muitos casos até encharcado comum nesta época do ano, a necessidade de manter a sanidade das plantas, alguns produtores têm procurado empresas de aviação agrícola para “experimentar” esta técnica em suas lavouras.

Aur

élio

Fel

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Com o objetivo de demonstrar aos produto-res de que é possível realizar uma boa cobertura, mantendo a qualidade desejada e que também deve ser buscada nas aplicações terrestres, di-versos eventos como Dias de Campo, palestras, têm sido realizados nas regiões produtoras, procurando mostrar eficiência da qualidade de cobertura com o uso de aeronaves, com volumes bem inferiores aos tradicionais empregados nas aplicações terrestres.

Para comprovar a eficiência de deposição das aeronaves nestas condições, é adicionado às caldas de pulverização um pigmento atóxico (Levanox), que permite que produtores e técnicos possam visualizar no perfil da planta os índices de deposição obtidos, além dos papéis hidrossensíveis.

Os testes “São Tomé” (ver para crer) visando comprovações das deposições ocorridas durante as pulverizações aéreas, têm surpreendido favo-ravelmente aqueles que têm acompanhado estas

demonstrações. Verifica-se que nas áreas onde produtores

já em escala comercial executam o monitora-mento das plantas antes e após as aplicações dos produtos, as respostas de controle têm sido consideradas satisfatórias, sinal que o sistema tem proporcionado os efeitos desejados.

Analisando-se um volume de calda de 400l/ha, empregado em aplicações com o uso de turbopulverizadores tradicionais nas lavouras de café, na região sul de Minas, estão sendo con-sumidos em média 35 minutos a cada carga de pulverização e gastos 20 minutos para a execu-ção de serviços de reabastecimento e manobras. Os custos de aplicação encontrados, conside-rando depreciação + manutenção + operação + administração, têm permanecido em média de R$ 41,07/ha (custo produtivo) e R$ 8,00/

ha - custo parado - (improdutivo). Devido à ocorrência de chuvas entre os meses de novembro e janeiro deste ano, somente 50% do tempo tem sido disponível para a execução dos serviços em aplicações terrestres, isto faz com que estes custos tenham um acréscimo em razão de horas ociosas, fazendo com que os custos atinjam R$ 44,95/ha, empregando-se tratores de até 70cv. Utilizando tratores de maior potência (trator de 78cv), tracionando um equipamento com capacidade de 2.000 litros, os valores obtidos para composição do custo por hectare sobem para R$ 44,44/ha (janeiro/2009) - (obs: nestes custos não está computada a manutenção das bombas), o que torna a aplicação aérea bastante vantajosa em razão dos valores cobrados pelas empresas prestadoras de serviço aéreo. Em razão destes

Para comprovar a eficiência da deposição das aeronaves, foi adicionado à calda pigmento

Depois de aprovado na cultura do milho, o uso de aeronaves em cafezais passa a ser testado por produtores de Minas Gerais

Além de não enfrentarem dificuldades para entrar nas lavouras,aeronaves mostram-se atrativas em relação aos custos

Os ensaios para comprovar a eficiência da pulverização aéreaem café foram realizados com volume de calda de 40l/ha

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Aurélio Felizali,Gilberto T. M. Angelo eWellington P. Alencar de Carvalho,Ufla

Fotos Aurélio Felizali

custos, produtores têm apostado no uso das aeronaves que, se comprovadamente realiza-rem com eficiência os serviços contratados, deverá mudar a realidade das aplicações nestas regiões.

É importante que os produtores se façam valer da estrutura de apoio das empresas, que pela legislação federal deverá possuir um técnico

executor em aviação agrícola acompanhando os trabalhos de campo.

A comunicação entre as equipes de terra e o piloto bem como a emissão dos mapas de voo devem ser práticas adotadas na busca da quali-dade e prestação de serviço executada. Durante as aplicações, as faixas de deposição efetiva ope-racional devem permitir uma boa sobreposição

Resultados dos testes “São Tomé” (ver para crer) têm surpreendidopositivamente quanto à eficiência da deposição

Monitoramento das plantas pós-aplicação tem mostrado respostas de controle satisfatórias

e ser criteriosamente estudadas pelos técnicos da empresa, a fim de que resulte no melhor grau de cobertura da lavoura. . M

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FICHA tÉCNICA

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ASérie MF 7100 da Massey Fergu- son apresenta uma linha de tratores de fabricação e desenvolvimento

nacional composta por quatro modelos: MF 7140, de 140cv, MF 7150, de 150cv, MF 7170, de 170cv, e MF 7180, de 180cv. Os quatro modelos estão disponibilizados nas versões cabi-nadas e plataformadas. Esses tratores utilizam a tecnologia certa para trabalhar de forma precisa

e eficiente nos diferentes tipos de lavouras, mantendo o baixo custo operacional e a fácil manutenção.

DESIGNOs tratores da Série 7100 seguem

o design moderno e arrojado do atual padrão internacional da Massey Fer-

MF 7100Lançada no Brasil em 2009, a Série MF 7100, com

potência de 140cv a 180cv, conjuga lucratividade com alto rendimento e baixo custo, agradando produtores

de todas as regiões brasileiras

Lançada no Brasil em 2009, a Série MF 7100, com potência de 140cv a 180cv, conjuga lucratividade com alto rendimento e baixo custo, agradando produtores

de todas as regiões brasileiras

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Massey Ferguson

guson. O desenho da grade frontal e do capô confere aos tratores dessa série um visual di-ferenciado e arrojado, com linhas marcantes e imponentes. Além do visual mais moderno, o posto do operador proporciona excelente visi-bilidade e a ergonomia dos comandos resulta num maior conforto operacional. A estrutura dos modelos cabinados é com Rops, trazendo, além da ergonomia, mais segurança e dura-bilidade. O capô basculante facilita o acesso para a manutenção, reduzindo o tempo gasto nas inspeções diárias, estimulando o operador a manter o trator na sua melhor condição de trabalho. O vermelho ganhou uma tonalidade nova e o preto foi substituído pelo cinza. Eles fazem parte do padrão mundial criado pelo AGCO em homenagem aos 50 anos da marca Massey Ferguson no mundo. As novas tintas proporcionam alta resistência às intempéries

e à corrosão, garantindo proteção aos tratores por mais tempo.

AMBIENTE DO OPERADORO ambiente do operador oferece diversas

facilidades e conforto, inclusive na versão plataformada. Em um espaço amplo e com comandos ergonomicamente posicionados, o operador realiza com menor esforço suas ta-refas de maneira simples e eficiente. Um local de trabalho agradável aumenta a disposição e o bem-estar, mesmo durante jornadas mais longas. O conforto também ajuda a evitar erros no campo. O design e o ajuste da posição do volante possibilitam respostas mais rápidas e maior comodidade na operação. As alavancas de câmbio, que proporcionam mudanças de marcha suaves, e acionamento eletro-hidráulico da tração são algumas das características que garantem o

conforto operacional dos tratores dessa série. Outro destaque é o painel interativo, indicando onde está ocorrendo a falha com aviso visual e sonoro ao operador.

MOTORA Série 7100 é equipada com os motores

620DS da AGCO Sisu Power, desenvolvidos exclusivamente para aplicações agrícolas e que se distinguem por seu excelente desempenho, alta durabilidade e baixo custo operacional. O bloco em ferro fundido desses motores possui nervuras internas e maior espessura de parede que dão maior rigidez e resistência estrutural, reduzindo vibração e ruído. As camisas do motor possuem acabamento interno em “Plateau Honing” com características de baixo desgaste e baixo consumo de óleo. As curvas de potência e torque expres-sam grande desempenho na faixa de rotação de

Novo escalonamento de marchas

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A direção hidráulica e a simplicidade operacional são pontos fortes do modelo

trabalho com baixo consumo de combustível e maior vida útil. Uma forte característica desses motores é a potência constante entre 1800 e 2200 rpm. Isto significa que o trator mantém a capacidade de trabalho estável mesmo com a variação de carga. Os tratores dessa série utilizam uma estrutura monobloco compacta em ferro fundido formada pela união dos eixos, motor e transmissão. Essa estrutura robusta confere uma elevada resistência ao conjunto, podendo supor-tar os mais rigorosos esforços, alem de facilitar os serviços de manutenção. Especial atenção foi dada para garantir agilidade nas manobras e rodar suave mesmo com altas cargas.

TRANSMISSÃOAs alavancas de câmbio são ergonômicas

e proporcionam mudanças de marcha suaves e precisas. O câmbio sincronizado com 12 velocidades à frente e cinco a ré oferece um es-calonamento de marchas adequado, que garante a força e a velocidade ideal para cada tipo de operação: são sete velocidades entre 4 e 12km/h. Os steps entre uma marcha e outra são reduzidos na faixa de trabalho, o que permite optar pelo

melhor rendimento com mais economia de combustível. A transmissão 12x5 sincronizada mecânica é robusta, apresentando baixo custo de manutenção.

EIXO DIANTEIROOs tratores da série 7100 possuem eixo

dianteiro ZF, projetado para resistir às mais severas condições de trabalho, resultando em confiabilidade e longa vida útil. Todos os modelos são tracionados e preparados para uma alta capacidade de trabalho. O sistema autoblocante do diferencial e a excelente distri-buição de peso garantem uma tração uniforme das rodas, mesmo quando uma delas perde a aderência. E com isso proporciona ao trator uma transmissão plena da potência. Possuem um ângulo de esterçamento de 55°, com uma excelente capacidade para realizar manobras com um raio de giro que produz uma maior eficiência operacional.

EIXO TRASEIRONos tratores agrícolas, o eixo traseiro é uma

das partes da estrutura que suporta diversos es-

forços e torções. Os tratores da série 7100 foram projetados com um eixo que atende às diversas aplicações agrícolas, inclusive as mais severas. Entre as novidades destacamos o reforço dado aos parafusos de rodas e a redução final retificada, proporcionando uma força incomum à série 7100, além de servir como proteção adicional à transmis-são. Os tratores dessa série utilizam o Powertrain ZF, que tem uma estrutura monobloco compacta em ferro fundido formada pela união dos eixos, motor e transmissão. Essa estrutura robusta confere uma elevada resistência ao conjunto, po-dendo suportar os mais rigorosos esforços, além de facilitar os serviços de manutenção.

LEVANTE HIDRÁULICOO sistema de levante hidráulico de três

pontos possui braços reforçados, agilidade de acionamento e capacidade de 5.500kgf, atenden-do às diversas necessidades no campo. O sistema eletrônico é simples e possui o mesmo princípio de funcionamento do sistema Ferguson mecâni-co, porém, trabalha com mais rapidez e precisão nas respostas e atuação dos três pontos devido a sua composição eletro-hidráulica, resultando em um trabalho de alta qualidade. Todos os comandos estão localizados no painel lateral do trator, permitindo um ajuste fácil e preciso. Os componentes são todos adaptados ao uso agrí-cola, vedados e resistentes à umidade, ao calor e a vibrações. Botões externos no para-lamas do trator simplificam o acoplamento de implemen-tos aos três pontos do hidráulico. Assim, apenas uma pessoa pode realizar o acoplamento de forma rápida e segura.

CONTROLE REMOTOOs tratores Massey Ferguson da série 7100

são equipados com controle remoto centro Motores 620DS da AGCO Sisu

Power equipam a sérieEstrutura monobloco compacta em ferro fundido

formada pela união dos eixos, motor e transmissão

Em um espaço amplo e com comandos ergonomicamente posicionados, o operador realiza com menor esforço suas tarefas de maneira simples e eficiente

As quatro válvulas do controle remoto permitem o acionamento simultâneo de mais de um comando

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Fotos Massey Ferguson

Atualizações tecnológicas mantêm o MF 275 no mercado brasileiro desde 1975

fechado de alta vazão, podendo responder com folga a todas as exigências seja nas lavouras de cana-de-açúcar ou nas lavouras de grãos. A vazão de 138l/min dos modelos é a maior da categoria. As quatro válvulas do controle remoto permitem o acionamento simultâneo de mais de um comando, sem interferência entre eles, permitindo uma vazão constante e regulável, oferecendo flexibilidade para diferentes aplica-ções como acionamento de pistões, bomba e a opção de flutuação. Em duas das válvulas pode-se fazer a opção de acionar um motor hidráulico ou um cilindro de dupla ação com desarme automático, oferecendo mais alternativas de uso para diferentes implementos. Além disso, o controle remoto centro fechado da série 7100 possibilita menor esforço de acionamento com maior precisão e reduzido consumo de potência com menor aquecimento do óleo hidráulico. Isso possibilita uma redução de consumo de combustível na maioria das aplicações, como,

O capô basculante facilita o acesso para a manutenção, reduzindo o tempo gasto nas inspeções diárias

por exemplo, no esvaziamento das caçambas no transbordo de cana.

OPCIONAISOs modelos cabinados da Série 7100 podem

ser configurados com o sistema de direcionamen-to automático Auto-Guide. Com ele, a máquina é guiada de forma automática por uma trajetória

exata, mantendo a distância entre uma passada e outra constante, trazendo para o produtor um aumento de rendimento (ha/dia) e de qualida-de de trabalho. Além do Auto-Guide, a série 7100 possibilita configurações de rodados de alta flutuação e arrozeiros duplos, diminuindo a compactação e aumentando a produção do trator e da lavoura.

As alavancas de câmbio são ergonômicas e proporcionam mudanças de marcha mais suaves e precisas

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A estrutura dos modelos cabinados é com Rops

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EMprESAS

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prodUÇÃo dA AgrICUltUrA FAMIlIAr AUMENtA

O Mais Alimentos, com 11 mil tra- tores vendidos nos primeiros dez

meses, foi prorrogado por mais um ano. O anúncio foi feito pelo ministro do De-senvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, durante visita à fábrica da Massey Ferguson em Canoas (RS) no dia 17 de julho. Ele também informou em primeira mão que o MDA estuda a possibilidade de incluir o financiamento de colheitadeiras de pequeno porte no Programa.

Após entregar a chave de 35 tratores, a maioria deles modelo MF 275, a pequenos agricultores gaúchos, Guilherme Cassel destacou que a indústria é uma importante parceira do MDA na realização do Programa

Mais Alimentos, criado para acelerar a mo-dernização das propriedades rurais familia-res. “Só quem tem um trator sabe o quanto essa ferramenta é importante e como faz a diferença”, ressaltou o ministro.

No primeiro semestre, 43,6% dos tratores vendidos no Brasil foram através do Mais Alimentos. O MDA já constatou incremento de 7,8 milhões de toneladas na produção familiar de leite (+18,25%), feijão (+ 8,9%), mandioca (+13,4), café (+7,6%), trigo (+5,4%), milho (+9,3%) e arroz (+6,3%). “Aumentamos a produ-tividade, geramos empregos e combatemos a inflação”, comemorou o ministro Gui-lherme Cassel.

Potência (cv)...............................................75 Tração...................................................... 4x4Caixa de câmbio...................................... 12x4Tomada de potência .......................540 a 1900Capacidade de levante 3P (kgf)................2.500 Estabilizadores 3P ............................Telescópico Braços do levante ........................................HDControle remoto (l/min)................................42Pneus – (principais opções) (Diant./Tras.): 8.30-24R1 / 14.9-28R1 12.4-24R1 / 13.6-38R1 12.4-24R1 / 18.4-30R1 12.4-24R1 / 18.4-30R2 14.9-24R1 / 23.1-26R2

Principais especificações do MF 275

Otrator mais vendido do Programa Mais Alimentos é o MF 275, com 2.701 unidades do modelo de

75cv comercializadas, no primeiro semestre de 2009, o que representa uma participação de 32,8%. Entre janeiro e junho, a linha de crédito criada pelo Ministério do Desenvol-vimento Agrário viabilizou a compra de oito mil máquinas em todo o Brasil, 36,3% delas da marca Massey Ferguson.

Robustez e versatilidade são os principais atributos que destacam o MF 275 no mer-cado brasileiro. Braços de levante hidráulico reforçados - com estabilizadores telescópicos - proporcionam uma capacidade de 2.500 quilos. Este modelo da Massey Ferguson, líder histórico de vendas no Brasil, oferece a maior relação peso-potência da categoria, atendendo todas as operações com desem-penho superior.

Retificando informação publicada na edi-ção passada da Cultivar Máquinas, no mês de junho de 2009, o MF 275 vem equipado com uma transmissão do tipo engrenamento constante (constant mesh). Sua configuração permite 12 velocidades à frente e quatro à ré (12x4). Para cada operação há uma marcha com a velocidade ideal, proporcionando alto rendimento e economia de combustível.

“Nesses quase 50 anos de atuação no Bra-sil, a Massey Ferguson sempre foi muito pró-xima e dedicada à agricultura familiar, o que explica o nosso sucesso no Mais Alimentos. A liderança neste programa é a confirmação da

dedicação e do compromisso da marca com este segmento ao longo dos anos”, avalia o diretor de Marketing da Massey Ferguson, Fábio Piltcher.

As versões incluídas no Mais Alimentos disponibilizam aos agricultores familiares to-das as inovações e atualizações desenvolvidas pela Massey Ferguson para o MF 275, produ-zido em conformidade com todas as normas de segurança. Um exemplo é o novo para-lamas envolvente para evitar contratempos durante o trabalho no campo, assim como as dimen-sões do toldo que protege mais o operador das intempéries.

Muito Mais Alimen-Ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, anuncia prorrogação do

Mais Alimentos durante visita à fábrica da Massey Ferguson onde é produzido o MF 275, modelo que lidera as vendas do Programa Mais Alimentos

Ministro Guilherme Cassel garantiu a continuidade do projeto por mais um ano

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EMprESAS

AJohn Deere anunciou em julho a nacionalização de dois tratores da marca com o objetivo de

ampliar a participação da empresa no Programa Mais Alimentos, do Ministério de Desenosvolvimento Agrário (MDA) e conseqüentemente conquistar uma fatia maior do mercado com motorização abaixo de 75cv. A cerimônia de lançamento ocorreu na fábrica da companhia, no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul e con-tou com a presença do ministro Guilherme Cassel, do MDA.

De olho no nicho de mercado repre-sentado pela agricultura familiar, que im-pulsionado por programas governamentais tem se tornado um dos mais disputados e promissores nos últimos tempos no Brasil, a empresa passa a fabricar no País os tratores 5303, de 57cv e 5403, de 65cv. Com esses dois modelos, chegam a três o número de tratores da marca (que já contava com o 5603 de 75cv) financiáveis pelo Mais Alimentos.

O programa do MDA é uma linha es-pecial de crédito a longo prazo, destinado a investimento em infraestrutura na proprie-dade rural. O limite de crédito é de R$ 100 mil, que podem ser pagos em até 10 anos, com três de carência e taxa de juros de 2%.

“O programa tem foco na agricultura de pequena produção, portanto, com grande impacto socioeconômico. Ao ampliar a oferta de equipamentos aos produtores deste segmento, também ampliamos a possibili-dade de acesso à mecanização e tecnologias ao pequeno agricultor, contribuindo para o aumento da produtividade das lavouras e

produção de alimentos no Brasil”, defende Paulo Hermann, diretor Comercial da John Deere para a América Latina.

A agricultura familiar é responsável por aproximadamente 70% da produção de alimentos no Brasil e atinge 9% de participação no Produto Interno Bruto (PIB) nacional.

Na ocasião, ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, entregou a chave de tratores a diversos produtores

Produção nacionaliza-Produção nacionaliza-

John Deere passa a fabricar no Brasil mais dois modelos de tratores, de 57cv e 65cv, e amplia oferta de produtos da marca financiáveis pelo Programa Mais AlimentosJohn Deere passa a fabricar no Brasil mais dois modelos de tratores, de 57cv e 65cv, e amplia oferta de produtos da marca financiáveis pelo Programa Mais Alimentos

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John Deere

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CApA

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Neste mês, a Valtra lança uma nova linha de tratores agríco- las, a Série A, com três modelos,

o A750 de 78 cv, o A850 de 85cv e o A950 de 95cv. Esta nova linha de produtos é resultado de um trabalho conjunto de profissionais e técnicos de diversas áreas da Valtra, de fornecedores e da rede de concessionários. Esta faixa é atualmente a mais interessante no mercado brasileiro, em função da dispo-nibilidade de financiamento proporcionada pelo Programa Mais Alimentos e pela linha de financiamento do governo paulista deno-minada Pró-trator. Visualmente há novidades e serão comuns em toda a série. A cor padrão é a amarela, com monobloco cinza, que subs-titui o tradicional preto. Esta série, de certa maneira homenageia os 50 anos da presença da Valtra no Brasil. A letra A indica uma tendência à padronização dos modelos com

a linha finlandesa, que também tem esta série e utiliza uma transmissão similar.

Nossa equipe testou o modelo A750 na Estação Experimental de Citricultura, na cidade de Bebedouro, no interior paulista. A região é produtora, principalmente, de cana-de-açúcar e citrus. O suporte logístico para o nosso teste foi dado pela Pós-venda do fabricante e da concessionária Valtra em Bebedouro, uma revenda que, na verdade, é uma cooperativa de produtores. Apesar da crise nos setores de cana-de-açúcar, muito forte na região, a rede Valtra está apostando muito nesta série. Estima-se que nesta região, as vendas possam ser apenas de 70% do nível médio de comercialização.

O pessoal da Valtra já estava trabalhando no teste deste protótipo há algumas semanas e há mais de um mês a equipe técnica do setor de

pós-venda da empresa estava em Bebedouro, realizando todo tipo de testes, principalmente de resistência e verificação de funcionamento. O trator que testamos é o menor desta série, que tem mais dois irmãos maiores e é um protótipo. Porém, a linha de produção já começou a criar este modelo em série, a partir do início do mês de julho. Ele é mais um modelo da Linha Leve, junto com os modelos 785 e o BL77, que estabelecem competição entre si, pelo mercado nesta faixa de potência. O objetivo da empresa ao estabelecer este lançamento foi melhorar o conforto, aumentar a facilidade de manutenção, incrementando a servicibilida-de, e mantendo o bom conceito que a marca tem em confiabilidade mecânica.

A confiança que notamos no pessoal é porque estes modelos têm o “trem de força” já utilizado pela linha BL e pela linha 100, com bons resultados e em um estágio de desenvolvimento que não antevê problemas mecânicos. Para eles, começar com um con-junto mecânico consagrado pelos clientes dá segurança de que os negócios serão bons e os problemas de assistência minorados.

Modelo aposta na “servicibilidade” para facilitara manutenção e a adaptação ao trabalho

Valtra A750Com motorização de 78cv, 4x4, o A750 vem para

entrar na briga no Programa Mais Alimentos e estará disponível para os produtores ainda no mês de julho

O volante é projetado de modo que se possa ver por meio dele os instrumentos do painel

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Mas só a questão de confiabilidade mecâ-nica não é o principal ponto ressaltado pela equipe, que está testando este modelo. Parece ser que o entusiasmo provém dos resultados na evolução ergonômica demonstrada pela presença da plataforma e o reposicionamento

dos comandos e do posto do condutor.O motor deste modelo é da marca AGCO

Sisu Power, de três cilindros e 3.300cm3 de volume, com um turbocompressor Schwitzer, dotado de uma bomba injetora Delphi tipo DPA, rotativa e com injeção direta. Ressalta-se na lateral esquerda do motor um enorme filtro de óleo lubrificante. Este motor tem fluxo cruzado da linha de combustível e gases de descarga, ficando cada um de um lado do motor, o que sugere uma melhor eficiência na entrada do ar filtrado e dos gases queimados. Este motor está validado pelo fabricante para todos os óleos combustíveis disponíveis no Brasil, inclusive o Biodiesel puro (B100).

Uma questão a ressaltar é que este trator utiliza a mesma transmissão que os outros dois modelos da série, portanto dimensionada pelo maior modelo. A caixa de velocidades é do tipo sincronizada, com engrenagens de dentes helicoidais e quatro opções para a escolha. A transmissão standard é de oito velocidades à frente e quatro à ré, a primeira opção é de 16 marchas à frente e oito à ré, com multiplicador;

uma segunda opção de 12 marchas à frente e oito à ré, com super-redutor, que possibilita baixíssimas velocidades, para operações especiais, e uma terceira opção de 12 marchas à frente e 12 à ré, com um reversor. O eixo dianteiro da marca ZF é com acionamento central e juntamente com pedais e braços hidráulicos, está coberto por lubrificação a graxa, em torno de 18 pontos de engraxamento.

Para confessar, embora já tivesse visto, não havia tido oportunidade de testar a embreagem de TDP manual, posicionada no lado esquerdo do painel, acionado pela mão esquerda do operador. É um dispositivo mais prático que cômodo. É necessário puxar e bloquear para acioná-la e fazer um pequeno movimento para

O A750 vem equipado com motor AGCO Sisu, de 78cv, dotado de bomba injetora Delphi tipo DPA. O capô pode ser basculado, o que facilita o acesso durante operações de manutenção

ModeloMarca

Número de cilindrosPotência (cv)

Torque máximo (Nm)

A 750

378296

A 850

385

316

A 950

495

337

AGCO SISU POWER (Turbo)

Fotos Charles Echer

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desencaixá-la. Nada que um operador experiente e com prática nesta operação não possa fazer com normalidade. A tomada de potência deste trator é do tipo independente, ou seja, há uma embreagem para o movimento do trator e outra para a TDP. As opções de velocidade são:

540rpm normal540rpm normal mais 540rpm econômica540rpm normal mais 1.000rpm.

O leitor vai entender a nossa proposital confusão entre peso e massa e suas unidades, pelo fato de que estes conceitos são, na prática, equivalentes. Aproveitamos as excelentes instala-ções do Centro de Treinamento da Coopercitrus e, utilizando quatro “balanças” de plataforma, pesamos o trator, que estava com os pesos de rodas traseiras e com quatro pesos dianteiros, mais ¾ de água nos pneus dianteiros e trasei-ros. O peso total foi de 4.066kg, com 2.590kg (64%) no eixo traseiro e 1.476kg (36%) sobre o eixo dianteiro. Poderia ainda ser incrementado em mais seis pesos no suporte dianteiro, o que somaria mais 225kg. O peso com esta lastragem, sem a água nos pneus, como saíram de fábrica, foi de 3.190kg. Disto se deduz que o peso máximo deste trator é de 4.291kg, o que daria uma relação peso/potência de 55kg/cv e que a água nos pneus acresceu em 876kg. O número máximo é de dez pesos que podem ser presos no suporte dianteiro. Em cada uma das rodas traseiras é possível adicionar um disco de 40kg pelo lado interno de cada roda e mais um disco externo de 65kg.

Os pneus que equipavam este modelo testado eram 12.4-24 na dianteira e 18.4-30 na traseira, porém, há outros “casais” indicados, dependendo da necessidade agrícola. Para su-portar todas as opções de pneus recomendados, o fabricante aplicou uma solução interessante, que é a possibilidade de duas regulagens de altura dos para-lamas.

A chamada “servicibilidade”, que é a capa-cidade em facilitar os serviços de manutenção e

adaptação ao trabalho, é bem presente, pois há vários dispositivos, como a abertura da porção dianteira do capô, que pode ser basculado, para facilitar o acesso ao filtro de ar e ao radiador. Esta também pode ser retirada com facilidade. Na parte traseira, os serviços de manutenção são facilitados, pela colocação externa da bomba do sistema hidráulico, o que permite manuten-ção, sem necessidade de retirar-se o banco do operador.

É interessante que este trator possui um semichassi na lateral do motor, ligando o suporte dianteiro ao início da transmissão.

No lado esquerdo do motor estão as duas bombas hidráulicas da direção e do sistema hidráulico. Na parte inferior deste conjunto está o filtro da primeira bomba. Em toda a Linha A, como é de costume na Valtra, o óleo do sistema hidráulico é diferente do óleo de transmissão. Esta característica evita a mistura de óleos, quan-do se utilizam implementos com diferentes trato-res. Na parte traseira, o sistema hidráulico de três pontos tem como padrão um pistão auxiliar de levantamento e uma tomada de óleo, a segunda e

a terceira são opcionais. Achamos muito criativa a solução encontrada para a verificação de nível dos 28 litros de óleo do hidráulico, por meio de uma pequena janela na parte inferior do suporte do banco do operador. Também é interessante solução, posicionar o depósito do óleo em nível superior à bomba o que aumenta a eficiência do sistema. Não conhecíamos ainda a novidade encontrada para o bloqueio da sensibilidade do sistema hidráulico de três pontos, muito útil para determinados implementos. Basta girar uma alavanca e o sistema sensível fica neutra-lizado. O desempenho do sistema hidráulico é representado por uma pressão de 18MPa, com vazão máxima de 25,3l/min, na versão standard e 37l/min com uma bomba de maior desempenho, como opcional. A capacidade máxima de levante do sistema hidráulico de três pontos é de 2.340kg no olhal extremo, mas com a bomba opcional pode chegar a 3.794kg.

O tanque de combustível é metálico, posi-

Para testar o trator foi utilizada uma grade média de16 discos, escolhida por ser aplicada à barra de tração

O A750 tem boa manobrabilidade, o que facilita a entrada e saídanas linhas dos pomares, mesmo com pouco espaço entre as fileiras

O A750 conta com escada antiderrapante, com dois degraus, boa largura e distância adequada do chão

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cionado centralizado sob a plataforma e pés do operador. Tem 79 litros de capacidade, mais a possibilidade da adição de dois tanques adicionais laterais, presos ao primeiro tanque, incremen-tando em 27 litros o volume de combustível disponível para a autonomia, que sempre foi

privilegiada nos modelos Valtra.O pessoal da empresa está bastante con-

fiante nas melhorias no projeto, que buscaram atender necessidades de avanços ergonômicos. Inicialmente nos recebe uma boa escada de acesso, formada por dois degraus, antiderra-pantes, com boa largura e adequada distância do chão. Mas a grande novidade é o fato deste modelo ter a plataforma com tapete de borracha antiderrapante. Os pedais de freio e embreagem

são posicionados nesta plataforma, juntamente com o pedal do acelerador auxiliar. O volante é de diâmetro reduzido, mas bem projetado, de forma que se consiga ver, por meio dele, os instrumentos de painel. Pela conformação, para a mão esquerda estão o comando da embreagem manual, o freio de mão e o acionamento da tração dianteira auxiliar. Para a mão direita, a chave de ignição (lateral), as alavancas de marcha e regime, o controle hidráulico dos três

Reposicionamento de comandos e outras alterações no posto do operador são apostas no quesito ergonomia

Fotos Charles Echer

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Fotos Charles Echer

Cha

rles

Ech

er

pontos (alavanca única), a do acionamento da Tomada de potência, do bloqueio do diferencial, a super-reduzida, presente neste modelo testado, os comandos do sistema de controle remoto e, à frente e em posição superior, o acelerador de mão. O posto do condutor está protegido por um Arco de Proteção (EPCC) de dois pontos, autocertificado pela fábrica, no qual se ancoram uma capota de proteção de sol e chuva que pode suportar um espelho no lado direito e ainda dois faroletes, como item opcional. Também no quesito ergonomia, o projeto deste trator previu a colocação lateral do cano de descarga, com o silencioso incorporado dentro do capô, para aumentar a visibilidade do operador.

O painel é composto de um tratômetro, com horímetro e tacômetro, dois indicadores de tem-peratura e volume de combustível do tanque, os botões de luzes, intermitente, pisca alerta, buzina e diversos leds de alerta de funções.

Estávamos ansiosos para o nosso teste e mais animados ficamos quando vimos a abundância de equipamentos que havia na Estação. Escolhemos dois equipamentos bem dimensionados para o trator, que foram um Pulverizador Turbo Arbus 200 da marca Jacto e uma grade média Tatu-Marchesan, modelo GAM de 16 discos. O pulverizador foi escolhido para que pudéssemos testar a TDP normal e econômica e porque este equipamento consome potência em forma de rotação. A grade foi escolhida por ser aplicada à barra de tração.

O pulverizador foi testado a 1.900rpm

O painel conta com tratômetro, horímetro e tacômetro

O peso total encontrado no trator testado foi de 4066kg, com 64% no eixo traseiro e 36% no dianteiro

Participaram do teste Paulo Sérgio Calor, João Dimas Campos Moreira, José Fernando Schlosser e Bruno Alves

Modelo conta com bloqueio da sensibilidadedo sistema hidráulico de três pontos

José Fernando Schlosser,UFSM

Trator foi avaliado em Estação Experimental onde são cultivados citros e cana-de-açúcar,em São Paulo. O modelo tem design novo, já com a cara dos modelos da geração II

na segunda marcha do grupo H (Alta). Esta rotação é que permite a utilização na TDP em regime normal, ideal para este tipo de exigência. Aplicamos água sobre um pomar de árvores de citrus adulto. Queríamos ver a manifestação de potência com este pul-verizador turbo e acabamos vendo outra característica favorável, que é a boa mano-brabilidade, facilitando a entrada nas linhas, mesmo com pouco espaço e também ficamos interessados no uso da embreagem manual, com a qual nunca havíamos trabalhado e que não apresentou maiores dificuldades. Temíamos a queda de rotação com a conexão ao turbo, pois afinal se tratava de um motor de apenas três cilindros, mas a qualidade do motor, sua configuração e o turbocompressor

deram conta do recado. Para equipamentos leves, há a opção da TDP econômica, que trabalha com apenas 1.594rpm, o que pro-move economia de combustível, bem abaixo das 1.890rpm do regime normal.

Enfim, ficamos muito bem impressiona-dos com esta nova opção de trator no merca-do brasileiro e de uma marca da qual ainda não havíamos feito nenhum teste para esta revista. Foi muito agradável compartilhar este trabalho com o pessoal da fábrica e da conces-sionária, que se mostrou bastante motivado e forneceu as informações que solicitamos. A todos agradecemos pela oportunidade. . M

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EVENtoS

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Cada vez melhorBahia Farm Show supera edição do ano passado com faturamento de R$ 214

milhões e público de 32 mil visitantes

Asegunda edição do Bahia Farm Show, em junho, no município de Luís Eduardo Magalhães, na

Bahia, superou os resultados do ano pas-sado. É o que apontam os dados divulgados pela organização do evento. A feira teve crescimento de 30% em relação a 2008, com faturamento de 214 milhões de reais, 32 mil visitantes, 117 expositores, mais de 200 marcas representadas, 40,2 mil m² de área de exposição ocupada e 9,6 mil m² de área de plots experimentais.

O Complexo Bahia Farm Show conta com 200 hectares de área total. No ato de abertura o governador da Bahia, Jaques Wagner, inaugurou o Centro de Pesquisa e Tecnologia do Oeste da Bahia (CPTO), o maior e mais moderno no gênero do Norte/Nordeste. Também foi anunciado o início das obras da implantação da Ferrovia Oeste-Leste da Bahia, que ligará Luís Eduardo Magalhães ao porto de Aratu. A obra está estimada em R$ 2,5 bilhões. A próxima edi-ção do Bahia Farm Show está marcada para o período de 1º a 5 de junho de 2010.

Demonstrações de máquinas, imple-mentos, insumos, palestras e resultados de pesquisas agrícolas foram pontos altos do evento.

JOHN DEEREA John Deere destacou os tratores da

marca financiáveis através do Programa Mais Alimentos, do Ministério do Desen-volvimento Agrário (MDA), com os modelos 5303, de 57cv, 5403, de 65cv e 5603, de 75cv, todos na configuração 4x4. O pulve-rizador autopropelido 4730, a colheitadeira 9570 STS, a enfardadora cilíndrica 568, a barra de luz GreeStar e os veículos utilitários Gator TH 6x4 Diesel e Gator XUV 850D completaram a lista de produtos mostrados pela montadora na feira.

MASSEy FERGUSONOs tratores da série MF 7100 foram o

destaque no estande da Massey Ferguson, com quatro modelos: MF 7140, de 140cv, MF 7150, de 150cv, MF7170, de 170cv e MF7180, de 180cv. Equipados com con-trole remoto de alta vazão, com comando de quatro válvulas de centro fechado, permitem o uso simultâneo de motores e cilindros hidráulicos. Os modelos da série estão configurados para trabalhar com im-plementos pesados, como ocorre no plantio de cana-de-açúcar e nas lavouras de grãos com plantadeiras que fazem distribuição de sementes a vácuo. Nas versões cabinadas é possível a configuração com sistema de direcionamento automático Auto-Guide. As colheitadeiras da marca também estiveram em evidência na feira, como o modelo axial MF 9790 ATR, de 355cv, com plataforma

de corte de 9,10m e tanque graneleiro com capacidade para 10.570 litros.

VALTRAA Valtra mostrou desde tratores,

como os modelos 785, BH 205i, BH185i e BM120, até a colheitadeira BC7500 axial, voltada para grandes áreas, e a linha de implementos do grupo AGCO com a marca Sfil. O Auto-Guide, sistema de direcionamento automático via GPS, foi outro destaque da empresa durante o Bahia Farm Show.

NEW HOLLANDA forrageira autopropelida FR9000 foi

o principal produto da marca New Holland exposto na feira. Lançamento no Brasil, a linha recebeu vários prêmios na Europa. A montadora levou ao evento, também, a colheitadeira CR9060, com dois rotores, destinada a produtores de grandes áreas. O modelo vem equipado com motor de 354cv, 10.600 litros de capacidade de carga e plataforma de 35 pés. A empresa mostrou ainda os tratores T7000, com os modelos T7040, de 200cv, e T7060, de 223cv.

CASE IHA Case IH apresentou os novos trato-

res Farmall 80, de 80cv, Maxxum 125, de 125cv, e Magnum 305, com 305 cavalos.

A John Deere expôs diversos equipamentos, entre eles a enfardadora cilíndrica 568 (direita)

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A marca mostrou também a nova colheita-deira de grãos Axial-Flow 8120, equipada com motor de 425cv e tanque de carga com capacidade para 12.330 litros.

VENCE TUDOA Vence Tudo deu ênfase à plataforma

para colheita de milho Bocuda, troféu prata

do Prêmio Gerdau Melhores da Terra 2000. O equipamento possui engate universal e diversos espaçamentos entrelinhas. Vem com chassi universal em aço estrutural, com maior concentração de peso no emborca-dor, acoplável a todas as marcas e modelos de colheitadeiras nacionais e importadas. Conta com caixa de transmissão em ferro

fundido nodular (ou opcional em alumínio), com sistema de fixação do tipo “algema” e limitador de torque no caracol (cuja rotação varia de 270rpm a 300rpm).

JUMILA Jumil mostrou suas plantadoras

adubadoras pantográficas, com destaque

MF 7180, da linha 7100 da Massey Ferguson, foi um dos destaques da marca na feira

A Valtra expôs a colheitadeira BC 7500 em seu estande

New Holland mostrou forrageira autopropelidaFR 9000, premiada na Europa

Plataforma de colheita de milho Bocuda foi o destaque da Vence Tudo

Lançamentos de colheitadeira e tratores movimentaram o espaço da Case IH no evento

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para a Magnum Exacta Air. Como opcio-nais a máquina pode vir equipada com kit terceira caixa braquiaria, sistema com distribuidores de sementes com rotores canelados helicoidais, recomendado para renovação de pastagens ou áreas infectadas com mofo branco. Outro opcional mostrado na feira é o kit depósito de sementes único, que proporciona autonomia operacional, facilidade no abastecimento, peso uniforme

e constante nas unidades de sementes e melhor flutuação das unidades de sementes na palhada.

GTSA GTS do Brasil apresentou a plata-

forma Flexer, lançada em parceria com a MacDon, destinada à colheita de grãos e se-mentes. A promessa do fabricante é de 40% de aumento de produtividade e de ganhos

de 14,3% em pés em relação aos modelos convencionais. O projeto é composto em se-ções, similar à utilização de três plataformas menores juntas, todas com 4,6m ou menos. Esta ação flexível permite manter a relação próxima entre as facas e o molinete, mesmo na máxima flexibilidade. Com o sistema de asas, ocorre ganho extra de dez polegadas que excedem a faixa de flutuação sobre o chassi em relação à barra de corte.

A plantadora adubadora Magnum ExactaAir foi mostrada pela Jumil

A GTS do Brasil lançou a plataformaFlexer, em parceria com a MacDon

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Fotos Cultivar

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Nos últimos anos, por culpa da conjuntura político-econô mica mundial, os produtores

passaram a adotar uma nova postura em-presarial para administrar o seu negócio: a produção de grãos dentro da sua pro-priedade. A adoção desta postura tem por objetivo produzir grãos com a expectativa de otimizar o uso de recursos, reduzir cus-tos, identificar estratégias para aumentar a eficiência, maximizar a rentabilidade das colheitas e garantir produtos com alta qualidade.

Atingir estas expectativas é uma ques-tão de sobrevivência no mercado. Dentro deste contexto, a utilização da Agricultura de Precisão (AP) é uma ferramenta que pode auxiliar os produtores a tornar o seu negócio mais competitivo.

Embora não seja um conceito novo, a AP vem tomando espaço nos países de-senvolvidos, entre eles o Brasil, como uma alternativa de otimização da produção agrícola, porém, a sua implementação e aplicação em escala comercial têm gerado muitas expectativas e questionamentos. É inegável o fato de que a AP está se solidifi-

cando como uma tecnologia de ponta para a otimização da produção agrícola, tomada de decisões e administração da produção.

A desuniformidade espacial dos solos agrícolas sugere o tratamento localizado para a racionalização do uso de insumos,

SEMEAdorAS

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Plantio preciso

Sensores de sementes colocados na linha possibilitam a aplicação em taxa variável, além do fertilizante, também para deposição de sementes

Plantio precisoA adoção da taxa variável no processo de plantio aumenta a precisão das operações agrícolas, possibilitando ao produtor corrigir as deficiências nutricionais em diferentes talhões ainda no momento da semeadura

A adoção da taxa variável no processo de plantio aumenta a precisão das operações agrícolas, possibilitando ao produtor corrigir as deficiências nutricionais em diferentes talhões ainda no momento da semeadura

Fotos Semeato

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objetivando a manutenção e/ou o aumento dos níveis de produtividade.

Atualmente, com as informações de pesquisas disponíveis e com os conhe-cimentos práticos obtidos em nível de campo, pode-se afirmar que a AP tem por objetivos maximizar os lucros e a qualidade, além de minimizar o impacto ambiental para produzir grãos e os riscos de produção.

Existem duas alternativas estratégicas para obtenção de maiores índices de pro-dutividade: a primeira é aquela em que se utiliza a mesma quantidade de insumos em aplicações uniformes. A outra, é aquela em que se obtém a mesma produtividade da anterior, porém, com menos insumos.

Em geral, uma área, um talhão ou uma gleba, indiferente do seu tamanho, é tratada como sendo uma área totalmente homogênea. Desta forma, a quantidade de insumos aplicada é determinada através de uma média, o que faz com que uma mesma quantidade de fertilizantes, por exemplo, seja aplicada em toda a área, atendendo, desta forma, apenas as necessidades mé-dias da área e não as necessidades especí-ficas de cada parte da lavoura.

Independentemente da origem, por processos naturais de clima e solo ou por diferenças em manejos de culturas, a variabilidade de campo deve ser admi-nistrada apropriadamente. A AP sugere a aplicação de insumos no local correto, no momento adequado, em quantidades necessárias à máxima produção agrícola,

para áreas cada vez menores e mais ho-mogêneas, tanto quanto a tecnologia e os custos envolvidos permitam.

Pode-se descrever, resumidamente, as etapas básicas da AP como: coleta de da-dos; planejamento e tomada de decisões, e aplicação localizada de insumos.

No Brasil, a AP está amplamente difundida no que se refere a monitores de rendimento de colheita e Aplicações em Taxas Variáveis (ATV) de calcário e fertilizantes, utilizando-se máquinas que realizam a aplicação a lanço.

Mais recentemente, a indústria de máquinas agrícolas começou a disponi-bilizar a possibilidade de realizar ATV utilizando-se semeadoras. A utilização de semeadoras possibilita a realização de ATV de fertilizantes e também de sementes.

Esta possibilidade vem solucionar um dos grandes problemas da ATV de fertilizantes, que é a aplicação de fósforo (P) a lanço. Este sistema ainda é muito

discutido dentro do meio agronômico, devido à imobilidade deste elemento no solo. Com esta nova possibilidade de utilização das semeadoras, a aplicação de P será realizada de maneira incorporada ao solo, na linha de semeadura, suprindo, desta forma, a necessidade de incorporar o elemento.

SEMEADORASA realização de ATV em semeado-

ras não gera maiores dificuldades. A instalação dos equipamentos depende de cada modelo de máquina, porém, pode-se dizer que é possível instalar em qualquer tipo, modelo ou tamanho de semeadoras.

A transmissão dos distribuidores de fertilizantes e sementes é realizada através de motores hidráulicos contro-lados por válvulas reguladoras de fluxo, que por sua vez são controladas por um controlador eletrônico instalado no trator.

Os motores hidráulicos são instala-dos de tal forma a transmitir o movi-mento para os eixos dos distribuidores de fertilizantes e/ou de sementes. Desta forma, não se utilizarão as rodas das máquinas para originar o movimento de transmissão aos distribuidores. O filtro de óleo e as válvulas controladoras de fluxo eletrônicas também fazem parte do “kit”. A instalação destes compo-nentes também está na dependência do modelo da máquina.

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Detalhe dos sensores de fertilizantes instalados na linha, que controlam a taxa de deposição

Controlador com mapa de aplicação, praticidade para o operador e precisão na deposição dos produtos

O filtro de óleo e as válvulas controladoras de fluxo eletrônicas também fazem parte do “kit” para aplicação de sementes e fertilizantes em taxa variável

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Mesmo console e tela para ATV e tela para monitoramento de semente e adubo

Como na semeadora há a possibili-dade de realizar ATV para fertilizantes e sementes simultaneamente, deverá ser gerado um mapa de prescrição para fertilizantes e um mapa de prescrição para a semente.

A questão da ATV de sementes ainda é muito discutida, talvez por não existir um parâmetro “concreto” e “palpável” para determinar a utilização de diferentes doses de sementes den-tro da mesma área. Alguns produtores estão trabalhando com esta nova pos-sibilidade e estão determinando doses diferentes em função da fertilidade do solo combinado com a disponibilidade de água, profundidade do solo e da va-riedade ou híbrido que será utilizado, ou seja, deve-se considerar os diferentes ambientes e os genótipos dentro de um mesmo sistema. A análise agronômica de todos estes fatores gera a quantidade de sementes que será utilizada em cada diferente ponto da lavoura.

Na cultura do milho, por exemplo, a produtividade de grãos aumenta li-

nearmente com a população de plantas até um máximo denominado “ponto crítico”, acima do qual a produção por planta decresce. Alguns pesquisadores observaram que a produtividade res-pondeu previsivelmente com a variação da população de plantas de milho, sendo as populações determinadas com base nas produtividades anteriores. Como resultado prático de ATV no plantio de milho, pode-se citar um caso onde se aplicou uma dose variável de 40.000 a 70.000 sementes por hectare em uma área de 71,0 hectares. Este plantio gerou uma economia de 18% na quantidade de sementes e ganhos de até US$ 44,00/hectare como resultado

final, quando comparado ao plantio com dose fixa de sementes.

A utilização das semeadoras para a realização de ATV permite, ainda, agregar sensores nas linhas de semente e adubo para monitorar a distribuição destes insumos, tornando a operação de semeadura ainda mais precisa e com alta qualidade. Sabe-se que falhas na distribuição de sementes podem gerar perdas irreversíveis na produtividade final de uma lavoura, principalmente em se tratando de plantio de milho, onde a falta de uma semente apenas, em um metro, pode gerar uma popu-lação de plantas 20% inferior ao ideal resultando em perdas de produtividade de até 30%.

CONTROLADORESUma série de opções de controla-

dores eletrônicos está disponível no mercado brasileiro. Muitos deles foram desenvolvidos para trabalhar em má-quinas distribuidoras de fertilizantes e calcário a lanço que podem não se adaptar à utilização em semeadoras, ao contrário de outros que foram desen-volvidos especificamente para trabalhar com aplicações em taxa variável de adu-bo e/ou semente em semeadoras.

Uma exigência dos controladores para t raba lhar em semeadoras na realização de ATV de fertilizantes e sementes, é que o mesmo tenha con-dições de controlar a distribuição dos dois insumos, ou seja, dois canais: um canal para fertilizante e outro canal para sementes. Alguns controladores não oferecem esta opção.

Mapa de prescrição com, respectivamente, nove e oito doses diferentes de fertilizantes, e mapa do trabalho realizado que permite a análise dos dados

Detalhe do sensor de sementes que faz parte do kit de aplicação em taxa variável

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Outro fator muito importante re-lacionado aos controladores é no que se refere à linguagem e a unidades de medida. Como a grande maioria dos controladores disponíveis no Brasil é importada, podem se apresentar na linguagem de origem (inglês, espanhol etc) o que dificulta o trabalho, princi-palmente do operador.

Também as unidades de medida podem ser apresentadas diferentemente daquelas que estamos acostumados, por exemplo: medidas de área em acres, distância em milhas, velocidade em milhas por hora, e assim por diante. Portanto, para facilitar a utilização do controlador e também a operaciona-lidade do mesmo, deve-se buscar um controlador que já esteja adaptado às nossas condições tanto de linguagem como das unidades de medida.

Ainda assim, para evitar a utiliza-ção de vários aparelhos na cabine do trator, pode-se buscar equipamentos modernos que executam várias funções simultaneamente. Atualmente existem controladores de última geração, que combinam as funções de monitora-mento das linhas de fertil izantes e sementes com a função de controlar aplicações em taxa variável de adubo e/ou semente. Esta possibilidade subs-titui tecnologias, hoje obsoletas, que requerem a utilização de dois ou três consoles instalados no trator.

Controladores com tecnologia avan-çada apresentam tela colorida com sis-tema touch screen, interativa, que facilita a operação e o entendimento do sistema por parte do operador.

O processo é muito simples: depois de gravar o mapa de prescrição em um cartão

de memória, o operador introduz o cartão no aparelho e já pode iniciar o plantio. O equipamento se encarrega de fazer as variações de doses de forma automática, tanto do adubo como da semente. O aparelho realiza simultaneamente o mo-nitoramento da densidade de semeadura e adubação, em tempo real, alertando o operador através de alarme sonoro a ocorrência de falhas. Toda a informação é gravada no cartão de memória permitindo o processamento e análise dos dados de plantio em um PC, após a realização dos trabalhos.

Eduardo Copetti,Semeato

A transmissão dos distribuidores de fertilizantes e sementes é realizadaatravés de motores hidráulicos controlados por válvulas reguladoras de fluxo

Fotos Semeato

Diferentemente de outras operações, a semeadura de uma cultura é realizada uma única vez durante o seu ciclo e é este trabalho que irá determinar o potencial produtivo da lavoura, o que acentua, so-bremaneira, a importância desta operação. É com este objetivo que as empresas estão disponibilizando estas novas tecnologias com a utilização de equipamentos avança-dos que permitem aumentar a qualidade e a precisão da operação de plantio. . M

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FICHA tÉCNICA

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Alinha de semeadoras de Preci- são SPA Mega Flex, da Baldan é composta por quatro mo-

delos: SPA Mega Flex 4000, SPA Mega Flex 4500, SPA Mega Flex 5000 e SPA Mega Flex 5500. A máquina ajusta-se ao plantio em diferentes espaçamentos entre linhas.

A SPA Mega Flex possui Speed Box, mecanismos de regulagem de adubo e semente de fácil manuseio. A máquina conta com bom desempenho na distri-buição, depositando a semente e o adubo nos sulcos de plantio, uniformemente. Já

seus elementos rompedores de solo como sulcador e disco duplo trabalham em pro-fundidade constante e com pouca remoção de terra. Conta com ótima capacidade de penetração ao solo e seus discos de cortes são desencontrados, de 20” de diâmetro.

ACIONAMENTO HIDRÁULICOO Sistema de arremate hidráulico

permite ao operador acioná-lo sem a ne-cessidade de sair do trator, o que confere ao modelo praticidade e otimiza o tempo. Esse acionamento é feito através da ala-vanca do controle remoto do trator, o que torna mais fácil o trabalho de arremate no plantio e garante maior segurança a quem executa a operação.

PULA OBSTÁCULOSA SPA Mega Flex vem equipada com o

sistema “Pula Obstáculos”. Esse recurso é utilizado em solos com presença de pedra

SPA Mega FlexAdaptadas a diferentes espaçamentos entrelinhas as

semeadoras SPA Mega Flex vêm equipadas com recursos que facilitam a operação, possuem sistema para evitar

danos provocados por choques contra obstáculos e contam com escada, plataforma e corrimão adequados

às exigências de segurança

Sistema de arremate hidráulico permite ao operador acioná-lo sem sair do trator

Fotos Baldan

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e raízes e permite que o disco duplo, ou o sulcador “escapem” dos obstáculos. Para ativar o sistema é necessário introduzir um pino, conforme mostra a figura 1.

Ativado o sistema, o braço do sulca-dor fica firmemente ligado ao suporte do disco duplo. Dessa forma, quando surgem pedras ou raízes, o disco de corte é forçado para cima, levantado o sulcador, o que permite transpor os obstáculos sem danificar o equipamento.

SPEED BOXA semeadora possui caixa de

O Sistema “Pula Obstáculos” é utilizado em solos com presença de pedras e raízes

engrenagem a banho de óleo, de troca rá-pida com 62 combinações de velocidades para regulagem, de forma fácil e eficiente, da distribuição de adubo e semente. Com

apenas duas alavancas o operador regula a quantidade de adubo desejada em kg/ha e a quantidade de semente a ser distribuída por metro linear, por meio de uma tabela

Modelo

SPA - 4000SPA - 4500SPA - 5000SPA - 5500

Nº Linhas

8101213

Larg. Útil(mm)3150405049505400

Comp. Total(mm)3600450054005850

Cap.Depós. Adubo (L)

1200150018401840

Nº Rodas

2444

Peso Aprox. (Kg)4131508058206170

Pot. Trator(Hp)

100-115120-140132-156143-169

Tabela – Especificações Técnicas

Espaçamento mínimo entrelinhas .......................415mm Espaçamento mínimo entre rodas ........................450mm Profundidade de trabalho ...................................0-120mm Cap. de depósito de semente ...............................65L Altura total ........................................................2000mm Rodeiro ...............................................................Mitiar 7.02x16x10L

SPA-MEGA FLEX - Semeadora de Precisão

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O sistema fertisystem distribui de maneira uniforme o fertilizante ao longo de toda a superfície do terreno

Plataforma de acesso, escada e corrimão seguem norma de segurança NR-31

de simples interpretação e aplicação.

FERTISYSTEM TRANSVERSALA Semeadora conta com sistema de dis-

tribuição de adubo Fertisystem, que permite aplicação uniforme do fertilizante ao longo de toda a superfície do terreno, evitando áre-as com excesso e outras com falta de mate-rial. O recurso também confere economia na operação, por evitar desperdício de produto, só aplicando a quantidade necessária.

DESARME E REARMEA semeadora vem equipada com sulca-

dor com desarme e rearme automático, que possui várias regulagens de acordo com o tipo de solo a ser trabalhado. Na parte tra-seira conta com regulador de pressão (que é determinada pelo operador de acordo com

sua necessidade de trabalho). O sistema é prático e rápido, evitando a troca de fusível. Conta também com sistema de regulagem longitudinal do sulcador, que permite ajus-tes tanto para frente como para trás.

LINHA DE SEMENTESA máquina conta com transmissão

da linha de semente através de eixo motriz. Esse sistema elimina a corrente

Transmissão da linha de semente através de eixo motriz, para evitar enroscos de palha e quebras

A Speed Box é uma caixa de engrenagem a banho de óleo, de troca rápida com 62combinações de velocidades para regulagem de distribuição de adubo e semente

Os bicos de lubrificação ficam localizados em um ponto estratégico para facilitar a manutenção

O sulcador com desarme e rearme automático possui várias regulagens de trabalho

da transmissão da linha de semente, evi-tando assim o enrosco de palha e quebra de engrenagens. Também elimina a folga do sistema.

PAINEL DE LUBRIFICAÇÃOA SPA Mega Flex possui sistema de

lubrificação centralizada, o que facilita a vida do operador. Os bicos para lubrifica-ção ficam em ponto estratégico, de fácil acesso, o que torna mais simples e rápida a operação.

Ela vem equipada com plataforma de acesso, escada e corrimão conforme nor-ma de segurança NR-31, cujo objetivo é a proteção do abastecedor, que necessita acesso á máquina. . M

Fotos Baldan

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SEMEAdorAS

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Desde a explosão do plantio mecanizado na década de 60 até os dias atuais, as máquinas para plantar sofreram diversas alterações, acompanhando as

necessidades dos produtores em períodos diferentes da agricultura brasileira

Este artigo procura apresentar algu- mas características do estado da arte das indústrias de máquinas agrícolas

conservacionistas no Brasil, além de destacar aspectos históricos marcantes na evolução dos equipamentos. Elaborado com informações do relatório “Sistema plantio direto no Sul do Brasil: fatores que promoveram a evolução do sistema e desenvolvimento de máquinas agrí-colas” (Casão Junior, Araújo e Fuentes Llanillo, 2008), cujo objetivo foi analisar o processo de evolução tecnológica do sistema plantio direto (SPD).

Foram entrevistadas pessoas de 20 in-dústrias, além de 46 produtores, revendas, instituições, cooperativas, empresas entre outros do setor, no período de dezembro de 2007 a fevereiro de 2008, encontrado-se aqui registrados alguns desses depoimentos.

Essas empresas foram criadas, em sua maio-ria, na década de 1960, na mesma época da ex-pansão da fronteira agrícola no Sul do Brasil. De forma geral, se originaram de pequenas oficinas de manutenção e reforma de máquinas e que, com o passar do tempo, foram identificando a existência de mercados compatíveis com suas competências e se especializaram tornando-se fabricantes de produtos acabados e reduzindo ou eliminando totalmente a prestação de serviços que constituía sua atividade original. Poucas foram criadas a partir da sociedade de profissionais do setor com empresas.

Na maioria das empresas predomina o

capital familiar e próprio, o que caracteriza empresas tipicamente de origem e controle familiares. Poucas possuem parte de capital estrangeiro ou, ainda, parte de seu capital aberto com ações na Bolsa.

Entre as empresas entrevistadas de equipa-mentos motomecanizados, 20% são pequenas, 50% de médio porte e 30% grandes. As empre-sas de discos de distribuição de sementes são consideradas de médio porte.

PIONEIRISMOEm 1972 o produtor de Rolândia (PR)

Herbert Arnold Bartz iniciou o plantio direto importando a semeadora de precisão Allis Chamers dos Estados Unidos, mas a que mais se popularizou nos anos 70 foi a inglesa Rota-caster, a qual teve início de fabricação em 1974 na indústria Dinâmica, de Taboão da Serra. Esta máquina montada no trator era pesada, com baixo rendimento e com suas enxadas rotativas mobilizava exageradamente o solo, disseminando ervas daninhas no terreno.

Manoel Henrique Pereira e Franke Dijks-tra, da região dos Campos Gerais do Paraná, descontentes com a Rotacaster, incentivaram o presidente da indústria Semeato, Paulo Rossa-to, a fazer adaptações na semeadora de precisão PS 6 introduzindo discos de corte à frente, que já usavam em suas propriedades. Interagiram intensamente, mas a fábrica optou em criar uma semeadora de fluxo contínuo baseada na inglesa Betinson, trazida e estudada pela equi-

pe de pesquisa do CNPT/Embrapa em 1979. Destaca-se que na época o Sul do Brasil estava expandindo o sistema de produção baseado no binômio trigo/soja. Esta máquina conseguia re-alizar o plantio direto em função do sistema de triplo disco, ou seja, um disco de corte a frente e disco duplo atrás para depositar fertilizante e sementes. Assim, em 1980 foi criada a primeira máquina de plantio direto do Brasil, a TD 220, popularizada no modelo TD 300.

José Antônio Portella, pesquisador do CNPT/Embrapa, cita que incentivaram, também, a indústria Lavrale a fabricar uma semeadora usando discos duplos desencon-trados, trazidos do Canadá. A indústria Egan também construiu uma semeadora simples e rústica, desaparecendo em seguida. Outros contatos importantes na época foram com a Fankhauser e Imasa.

Essas iniciativas no final da década de 70 foram arrojadas, considerando que atualmente, dentre os fatores mais citados a respeito da fonte dos conhecimentos tecnológicos usados no de-senvolvimento de inovações, 80% dos casos são baseados em informações da própria empresa, seguidos de informações de instituições de ciência e tecnologia, indicações da assistência técnica, de produtores, da área comercial pró-pria ou das revendas. No aspecto do design de novos produtos, as empresas adotam processos próprios e muitas vezes intuitivos, considerando a funcionalidade, segurança, estética, ergono-mia e robustez.

Desde a explosão do plantio mecanizado na década de 60 até os dias atuais, as máquinas para plantar sofreram diversas alterações, acompanhando as

necessidades dos produtores em períodos diferentes da agricultura brasileira

Na linha do tem-Na linha do tem-Case IH

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Eduir Pretto do Amaral, consultor e ex-diretor de engenharia da Imasa, cita que em 1980 a fábrica havia desenvolvido a multisse-meadora SDT para plantio direto, sendo aper-feiçoada constantemente até o modelo MPS. A Fankhauser, incentivada pela Embrapa, desenvolveu também uma multissemeadora com depósitos pequenos de sementes batiza-dos de “pipoqueiras”. João Martins de Freitas, supervisor de Desenvolvimento de Produto da Marchesan, cita que a empresa iniciou a fabricar a semeadora de fluxo contínuo para plantio direto SDA com os discos duplos desencon-trados em 1985/86, já com rodas articuladas para corrigir os problemas de irregularidades do terreno. Nesta época, a Baldan também fabricava o mesmo tipo de máquina.

Pedro Fankhauser, presidente da empresa e Paulo Montagner, ex-diretor de engenharia da Semeato e atual diretor da Kuhn/Metasa, citam que a década de 80 não havia parâmetros claros do que se desejava de uma semeadora. O consenso veio somente no início da década de 90, fazendo com que as indústrias pionei-ras investissem muito em desenvolvimento. O Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) realizou muitas pesquisas do SPD desde 1975, resultando no primeiro livro de plantio direto publicado em 1981, que foi sendo difundido nos anos seguintes.

Enquanto as indústrias estavam mais con-centradas nas semeadoras de fluxo contínuo, os produtores e oficinas procuravam transformar as semeadoras adubadoras convencionais para semear soja e milho em precisão no plantio

direto. A Figura 3 mostra a semeadora PS 8 da Semeato adaptada para plantio direto na propriedade de Nagib Abud de Cambé (PR). A Figura 4 mostra a Mecânica Morgenstern, de São Miguel do Iguaçu (PR), a qual realiza adaptações em semeadoras para plantio direto desde a década de 70.

Marcos Luiz Lauxen, diretor superin-tendente da Vence Tudo, conta que se não desenvolvessem uma máquina para plantio direto, ficariam fora do mercado. Foram a Ponta Grossa buscar tecnologia, visitaram produtores e fundições e compraram alguns kits para adaptar nas máquinas. Desenvolveram a primeira semeadora SPD em 1987.

Pode-se concluir que na década de 80 foi quando as máquinas começaram a ser desenvolvidas para o SPD no Brasil. Houve contribuições preciosas da pesquisa agrícola, a multinacional ICI, produtores pioneiros jun-tamente com seus funcionários, as indústrias pioneiras e as oficinas de adaptação de máqui-nas regionalizadas no Sul do Brasil.

PRIMEIRAS SEMEADORAS DE PRECISÃOPaulo Montagner cita que nos anos 90

surgiu na Semeato a Linha 90, que conseguiu trabalhar em solos argilosos sem embucha-mento. Obteram isso com a transformação de uma máquina da John Deere, a Maximerg 2, mas no início não funcionava. Somente depois de enfrentar os solos de Cruz Alta (RS) com mais de 60% de argila substituindo na linha de plantio à disposição do sulcador, limitador de profundidade e compactador, é que tiveram sucesso. Confessa que foi um marco histórico, ficando na época a TD para grãos finos, PAR,

PSE e PSM para grãos graúdos.As empresas de máquinas agrícolas hoje afir-

maram desenvolver tecnologia própria em 87% dos casos, ou seja, baseada em conhecimento próprio com participação exclusiva da empresa; 43% afirmaram valer-se de tecnologia nacional desenvolvida por terceiros ou em parceria com terceiros e apenas 20% recorrem também a tecnologias importadas do exterior.

Rubens Dias de Moraes, presidente da Ju-mil, conta que quando o SPD iniciou, a fábrica teve dificuldade de acompanhar essa expansão em função da distância do Sul do Brasil e o custo da pós-venda. Quando o Paraná iniciou sua expansão, a Jumil passou a se dedicar do Paraná para cima. Relata que contaram com a colabora-ção da Unicamp para realizar o cálculo estrutu-ral das semeadoras e surgiram a Magnum 2800, a 2850 e a 2880. Sofreram muito para dominar a tecnologia de fabricação das semeadoras para o SPD, como a resistência, o peso, a posição dos carrinhos, das molas, dos sulcadores, o aumento da potência dos tratores, a maior profundidade de trabalho e a velocidade.

Hoje em dia já se observa grande avanço das empresas considerando que para o dimensiona-mento das máquinas agrícolas, 60% adotam sis-temas CAE/CAD ou similares e muitas possuem grupo de alto nível. Quanto ao desenho, em 20% a documentação dos projetos para fabricação, montagem e assistência técnica não é feita ou é muito simples; desenhos completos utilizando sistemas CAD e similares são adotados em 30% e sistemas completos CAE/CAD/CAM ou similares, que integram dimensionamento, desenho e manufatura, são usados em 50% das empresas.

Figura 2 – Índice do faturamento relativo anual de indústrias de equipamentos motomecanizados

Figura 1 – Frequência dos quatro principais produtos vendidos pelas empresas de equipamentos motomecanizados

Produtor Herbert Arnold Bartz e sua semeadora de precisão Allis Chamers, importada dos EUA, em 72

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Os testes dos novos produtos são realiza-dos, em geral, em propriedades de produtores parceiros e cerca de 50% das empresas apre-sentam também alguma estrutura de campo ou laboratório para testes. Testes de campo em laboratório próprio da empresa são realizados por 50% delas e, nas instituições de ciência e tecnologia, por 100% das empresas. No entan-to, os trabalhos na sua maioria são pontuais e de curto período.

A assistência técnica aos clientes é feita com pessoal próprio da empresa, bem como pelas revendas, sendo que, em geral, esta última res-ponde pela reposição de peças e por problemas mais simples e a empresa por problemas mais complexos, em novas regiões ou ainda durante o desenvolvimento de novos produtos.

João de Freitas conta que a partir de 1992 a fábrica alinhou todos os rompedores de solo na semeadora de precisão PST, posicionando o disco de corte na mesma linha dos discos duplos desencontrados para abertura de sulco do adubo e sementes. Nesta época havia muitas oficinas realizando adaptações nas máquinas a pedido dos produtores. O problema identi-ficado era a falta de peso na linha. O chassi, por sua vez, passou a não suportar os esforços solicitantes, pois possuía uma seção transversal de 70mm x 70mm.

A expansão em solos argilosos e seu aden-samento após alguns anos de plantio direto

fizeram com que as hastes sulcadoras fossem introduzidas nas máquinas. Em 1994 as li-nhas foram posicionadas em ziguezague, pois com o aumento da palhada os problemas de embuchamento estavam se tornando muito frequentes. O modelo PST2 D44 era o mais completo e o mais famoso. Somente em 1998 tomou-se a decisão de reforçar o chassi com barras porta-ferramenta de 100mm x 100mm, surgiu aí a PST3. Isto exigiu trocar todas as peças fundidas de engate na máquina. Ao mesmo tempo, houve evolução no sistema de controle de profundidade, regulagens versáteis, caixa de câmbio, caixas de plástico e máquinas maiores. O mercado absorveu este custo, pois estava pedindo essas mudanças. As máquinas

eram fabricadas com número par de linhas e isto dificultava para o produtor transformá-las de soja a 45cm de espaçamento para milho a 90cm. Assim, passou-se a fabricar semeadoras com número ímpar de linhas. A PST4 já nasceu com número ímpar de linhas. Este processo ocorreu em praticamente todas as indústrias da época.

PESQUISA E EVOLUÇÃONo final da década de 80 a equipe do

pesquisador Evandro Mantovani da CNPMS/Embrapa, em Sete Lagoas (MG), iniciou testes de semeadoras convencionais, realizando pon-tuações comparativamente entre as mesmas. Portella, Faganello e Arsênio, do CNPT/

Em 1980 foi criada a primeira máquina de plantio direto do Brasil, a TD 220, popularizada no modelo TD 300 (esquerda), e semeadora PS 8 da Semeato adaptada para plantio direto (direita)

Ruy Casão Junior

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Ruy Casão JuniorAugusto Guilherme de Araújo eRafael Fuentes Llanillo,Iapar

Embrapa, estiveram lá para aprender a metodo-logia e implantar em Passo Fundo os testes das semeadoras de plantio direto. Foram avaliadas 57 máquinas de 1993 a 1997 e os resultados estão publicados, não citando a marca mas, sim, os componentes.

O Iapar realizou vários estudos desde 1996 até 2003, avaliando em torno de 100 modelos de semeadoras de precisão, fluxo contínuo e mul-tissemeadora. Vários fabricantes participaram desses estudos interagindo com os pesquisadores e técnicos da equipe. No final dos anos 90 e início do II milênio o Iapar passou a organizar eventos de avaliação de máquinas e demonstra-ção dinâmica para os produtores. As máquinas eram avaliadas com 30 dias de antecedência e no dia da exposição dinâmica os resultados eram apresentados em tabelas expostas no campo e a publicação era distribuída aos participantes. Trabalhavam em faixas ao lado da cultura já emergida, com as mesmas condições de umida-de do solo, cobertura vegetal e regulagem que tiveram durante o dia do teste. Estes trabalhos promoveram grande interação entre a pesquisa, indústrias, assistência técnica e produtores.

EVOLUÇÃO RECENTENo final da década de 90 os fabricantes de

semeadoras de plantio direto lançavam novos modelos todos os anos e aperfeiçoamentos em suas máquinas. Neste período muitos fabricantes passaram a vender semeadoras de fluxo contínuo e algumas como a Semeato, Imasa, Vence Tudo, Sfil, Max e Marchesan possuíam multissemeadoras. A esmagadora preferência dos produtores pelas culturas de verão e milho safrinha, a semeadura de plantas de cobertura (destacadamente a aveia) a lanço com gradagem posterior e a semeadura de trigo com máquinas antigas, associadas à expansão do plantio direto no Cerrado brasileiro fizeram com que 90% do mercado estivesse direciona-do às semeadoras de precisão (plantadeiras). Nos anos 2000 esta situação iniciou a mudar e vários fabricantes apresentaram novos modelos de semeadoras de fluxo contínuo e multissemeadoras.

As indústrias que estavam mais presentes com semeadoras de plantio direto no início da década de 90 eram Semeato, Imasa, Fankhau-

ser, Vence Tudo, Jumil, Marchesan e Baldan, além de algumas que desapareceram. Mais para o final da década, surgiram John Deere, Sfil, Max, Metasa e Kulzer & Kliemann, no início dos anos 2000 a Planticenter, Gihal, Case, Mor-genstern e mais recentemente a Stara, a Kuhn que adquiriu a Metasa, a AGCO que adquiriu a Sfil, a KF, além das indústrias de equipamen-tos a tração animal, que passaram a entrar no mercado de semeadoras mecanizadas, como a Fitarelli, Knapik, Nsmafrense e Werner.

CARACTERÍSTICAS DAS INDÚSTRIASA Figura 1 mostra que 65% das indústrias

de equipamentos motomecanizados entrevista-das são especializadas na produção de semeado-ras de precisão e fluxo contínuo, constituindo praticamente seu principal produto com grande número de modelos em fabricação. Citaram en-tre os produtos mais vendidos: pulverizadores, colhedoras, plataformas de colheita, carretas, classificadores de sementes e componentes para adaptação de semeadoras.

Face o depoimento de praticamente todos os empresários entrevistados das indústrias de equipamentos motomecanizados, no ano de 2004 houve um pico de vendas em função da elevação dos preços dos produtos agrícolas, em especial a soja. Isto pode ser constatado na Figura 2, que apresenta faturamento anual proporcional ao valor médio das empresas. O período de 2005 e 2006 as empresas passaram por sérias dificuldades, em função da queda do preço dos produtos agrícolas, queda do dólar e problemas climáticos. Em 2007 já pode ser observada recuperação.

Dos depoimentos realizados pode-se concluir que no processo de desenvolvimento do produto foram marcantes as contribuições dos produtores pioneiros com as oficinas de adaptações, das instituições de pesquisa e das exposições disseminados em todo o país,

Avaliações dinâmicas de desempenho das semeadoras, onde os produtores observam atentamente cada detalhe do plantio, sempre acompanharam a história destas máquinas

fazendo com que os fabricantes apoiados no levantamento de parâmetros de projeto pudes-sem aperfeiçoar seus produtos. As indústrias mais estruturadas passaram a utilizar recursos mais sofisticados de design, desenho, dimen-sionamento, avaliação e assistência técnica e as menos estruturadas encontram-se no estágio de aperfeiçoamento.

No processo de fabricação houve evolução em todos os setores, tentando acompanhar a evolução do setor metal-mecânico nacional e internacional, sendo que a estratégia de cada empresa hoje varia, considerando que algumas são mais verticalizadas e outras menos, trabalhando com fornecedores e até ex-funcionários que prestam serviços de suas oficinas com apoio da fábrica. Os processos de fabricação de componentes de plástico, eletrônicos e fundição são os mais terceiri-zados, ao passo que a montagem, os testes finais, o corte e a dobra, a solda, a pintura, a usinagem e o tratamento térmico são os mais realizados na própria fábrica.

CONSIDERAÇõES FINAISDas experiências consultadas, pode-se con-

cluir que os produtores, industriais, revendas e associações que atuaram inteligentemente e de forma comprometida, obtiveram ótimos resultados, apesar das dificuldades durante esses 35 anos de SPD no Brasil.

As indústrias de máquinas agrícolas ainda possuem problemas administrativos, de de-senvolvimento do produto e no processo de produção, mas salvo exceções mantêm-se na expectativa de crescimento futuro e aperfeiço-amento de seus métodos e processos.

Mecânicas como a Morgenstern, no Paraná, aindafazem adaptações para semeadoras em plantio direto

Ruy Casão Junior

Cul

tiva

r

. M

Page 37: Maquinas 87

Unidades

TotalNacionaisImportadasTratores de rodas NacionaisImportadosTratores de esteirasNacionaisImportadosCultivadores motorizadosNacionaisImportadosColheitadeiras NacionaisImportadasRetroescavadeirasNacionaisImportadas

JUNA

4.2424.078164

3.5343.3891454834141631630

115110

53823820

MAIB

4.0163.868148

3.3793.2661135341121711710

1261131328727710

JAN-JUNC

23.05622.0461.01018.93218.198

734270191798678670

1.3721.305

671.6151.485130

JUND

5.0865.020

664.2034.141

6293894

1861860

2632630

3413410

JAN-JUNE

25.39124.708

68320.10619.505

601325314119279270

2.0932.022

711.9401.940

0

A/B5,65,4

10,84,63,828,3-9,4-17,116,7-4,7-4,7

--8,7-2,7-61,533,137,90,0

A/D-16,6-18,8148,5-15,9-18,2133,9-48,4-61,8250,0-12,4-12,4

--56,3-58,2

-12,012,0

-

C/E-9,2-10,847,9-5,8-6,722,1-16,9-39,2618,2-6,5-6,5

--34,4-35,5-5,6

-16,8-23,5

-

2009 2008 Variações percentuais

VENDAS INTERNAS DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS AUTOMOTRIZES NACIONAIS E IMPORTADAS - ATACADO

Unidades

TotalTratores de rodasAgraleCase CNHJohn DeereMassey Ferguson (AGCO)New Holland CNHValtraOutras EmpresasColheitadeirasCase CNHJohn DeereMassey Ferguson (AGCO)New Holland CNHValtraCultivadores motorizados (1)Tratores de esteiras (2)Retroescavadeiras (3)

JUNA

4.2423.53415118598882986689210115292717375

16348382

MAIB

4.0163.37910050512

1.074868605170126223315515

17153

287

JAN-JUNC

23.05618.932

636273

2.7485.6434.8903.778964

1.37219252320341242867270

1.615

JUND

5.0864.20316058

6121.169869

1.175160263326735

1245

18693341

JAN-JUNE

25.39220.106

766333

2.7915.7794.5915.049797

2.09324866033081243927326

1.940

A/B5,64,651,0-64,016,8-17,913,613,923,5-8,731,8-18,213,3-27,50,0-4,7-9,433,1

A/D-16,6-15,9-5,6

-69,0-2,3-24,613,5-41,431,3-56,3-9,4-59,7-51,4-70,20,0

-12,4-48,412,0

C/E-9,2-5,8

-17,0-18,0-1,5-2,46,5

-25,221,0-34,4-22,6-20,8-38,5-49,3-2,3-6,5

-17,2-16,8

2009 2008 Variações percentuais

MÁQUINAS AGRÍCOLAS AUTOMOTRIZES POR EMPRESA

(1) Empresas não associadas à Anfavea; (2) Caterpillar, New Holland CNH (sucede Fiatallis CNH a partir de 1º/02/05), Komatsu; (3) AGCO, Case CNH, Caterpillar, New Holland CNH (sucede Fiatallis CNH a partir de 1º/02/05).

Mil unidades200720082009

JAN1,82,93,1

FEV2,44,03,6

MAR3,04,34,1

ABR2,94,53,9

MAI3,24,74,0

JUN3,45,14,2

JUL3,55,1

AGO3,95,1

SET3,65,5

OUT4,25,5

NOV3,74,3

DEZ2,83,7

ANO38,354,523,1

Fonte

: ANF

AVEA

- As

socia

ção N

acion

al do

s Fab

rican

tes de

Veícu

los A

utomo

tores

MÁQUINAS EM NÚMEroS

Unidades

TotalTratores de rodasTratores de esteirasCultivadores motorizadosColheitadeirasRetroescavadeiras

JUNA

4.0653.464

701755

351

MAIB

4.4593.823

4717560354

JAN-JUNC

28.41923.995

417956

1.7161.335

JUND

7.3425.875302170567428

JAN-JUNE

39.89130.8171.747870

4.0092.448

A/B-8,8-9,448,90,0

-91,7-0,8

A/D-44,6-41,0-76,82,9

-99,1-18,0

C/E-28,8-22,1-76,19,9

-57,2-45,5

2009 2008 Variações percentuais

PRODUÇÃO DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS AUTOMOTRIZES

Mil unidades200720082009

JAN3,25,94,7

FEV4,16,64,4

MAR5,06,65,6

ABR5,27,05,2

MAI5,66,54,5

JUN5,77,34,1

JUL6,57,6

AGO6,88,0

SET5,88,0

OUT6,88,8

NOV6,37,4

DEZ4,15,4

ANO65,085,028,4

julho 2009 • www.revistacultivar.com.br 37

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Os Detrans devem exigir o pagamento de multas venci- das e de despesas de depósito referentes a, no máximo, 30 dias como condição para liberação de veículos remo-

vidos ou apreendidos. Assim decidiu o Superior Tribunal de Justiça. O julgamento marcou a unificação do entendimento sobre a matéria e deve ser seguido pelos demais tribunais do país.

Com relação à necessidade do pagamento das multas penden-tes como condição para a retirada dos veículos, o tribunal decidiu que somente são exigíveis as multas regularmente notificadas ao infrator e vencidas.

Isso porque existe um rito para tornar a sanção exigível: o con-dutor deve ser notificado da infração e abre-se prazo para impugnar administrativamente o débito. A multa somente torna-se exigível após a decisão final na esfera administrativa. Como ponderou o relator do recurso, ministro Castro Moreira, considerar a situação de outra forma implicaria em afronta aos princípios do contraditório e da ampla defesa, “pois estaria sendo cobrada uma multa ainda não vencida e em fase de discussão, o que representaria a adoção da vetusta e odiosa fórmula do solve et repete”.

Sobre a estadia nos depósitos, entenderam os ministros que os veículos podem lá ficar pelo tempo necessário à regularização de sua situação. Todavia, as taxas de permanência estão limitadas a 30 dias. Mesmo que a liberação do veículo ocorra 90 dias depois, por exemplo, o valor cobrado não pode ultrapassar o referente a 30 dias.

Essa limitação decorre da natureza do encargo. O STJ entende tratar-se de taxa, não de multa sancionatória. Assim, o limite de 30 dias atende ao princípio do não confisco (art. 150, IV, da Consti-tuição). Fosse de outra forma, poderia o valor cobrado ultrapassar o do veículo apreendido.

O preço da liberdade

JUStIÇA EM dEbAtE

julho 2009 • www.revistacultivar.com.br

Schubert K. Peter - [email protected]

Apesar da ausência de lei específica, mais um servi- dor público obteve no Supremo Tribunal Federal o

direito à análise de pedido de aposentadoria diferenciada. No seu caso, utilizar-se-ão os critérios da Lei 8.213/91 (que dispõe sobre os planos de benefício da Previdência Social).

Ele invocava direito à aposentadoria especial por traba-lhar em condições insalubres. Nos fundamentos, explicou que trabalha em contato com agentes nocivos à saúde, com portadores de moléstias infecto-contagiosas humanas e com materiais e objetos contaminados.

Os ministros do STF, por unanimidade, julgaram pro-cedente o pedido.

. M

38

ApoSENtAdorIA ESpECIAl

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