maquinas 117

52

Upload: grupo-cultivar

Post on 24-Jul-2016

255 views

Category:

Documents


6 download

DESCRIPTION

Abril de 2012

TRANSCRIPT

Page 1: Maquinas 117
Page 2: Maquinas 117
Page 3: Maquinas 117

Rodando por aí

Deriva na pulverização

Cobertura da Fima 2012 em Zaragoza

Como funcionam as redes RTK

Perdas em colhedoras

Test Drive - T8.295

Como escolher a semeadora ideal

Ficha Técnica - Valtra Série S

Causas da compactação do solo

Ficha Técnica - Plantadeira JD 2100

Acidentes agrícolas

Test Drive - T8.295 24Confira o test drive do trator New Holland T8.295, com 286cv de potência e transmissão hidrostática Full Powershift Ultra Command, projetado para médias e grandes propriedades

04

06

10

14

18

24

30

36

40

44

48

Por falta de espaço, não publicamos as referências bibliográficas citadas pelos autores dos artigos que integram esta edição. Os interessados po-dem solicitá-las à redação pelo e-mail: [email protected]

Os artigos em Cultivar não representam nenhum consenso. Não esperamos que todos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitos irão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foram selecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemos fazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões, para que o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidos nos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a oportunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.

NOSSOS TELEFONES: (53)

• EditorGilvan Quevedo

• RedaçãoCharles EcherCarolina Simões Silveira

• RevisãoAline Partzsch de Almeida

• Design Gráfico e DiagramaçãoCristiano Ceia

• ComercialPedro BatistinSedeli FeijóJosé Luis Alves

Grupo Cultivar de Publicações Ltda.www.revistacultivar.com.br

DireçãoNewton Peter

[email protected]

CNPJ : 02783227/0001-86Insc. Est. 093/0309480

Agricultura de PrecisãoComo funcionam as redes RTK mantidas

por concessionárias e quais vantagens deste modelo de serviço

Perdas na colheitaQuais os principais fatores que

interferem na qualidade da colheita e nas perdas durante a operação

18

• REDAÇÃO3028.2060

Assinatura anual (11 edições*): R$ 157,90(*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)

Números atrasados: R$ 17,00Assinatura Internacional:

US$ 130,00€ 110,00

Cultivar Máquinas • Edição Nº 117 • Ano XI - Abril 2012 • ISSN - 1676-0158

• Coordenação CirculaçãoSimone Lopes

• AssinaturasNatália RodriguesFrancine SoaresFrancine Martins

• ExpediçãoEdson Krause

• Impressão: Kunde Indústrias Gráficas Ltda.

Destaques

Nossa capa

Índice

14

Matéria de capa

Cap

a: C

harl

es E

cher

CCCultivar

• GERAL3028.2000

• ASSINATURAS3028.2070

• MARKETING3028.2065

Page 4: Maquinas 117

Abril 2012 • www.revistacultivar.com.br04

rodANdo por AÍ

Mais Alimentos A Massey Ferguson participou da Expoagro Afubra 2012, em Rio Pardo (RS), onde destacou a linha 4200 com os modelos do programa Mais Alimentos e também o trator MF 255 Advanced com aplicações especiais para fumo. A participação aconteceu em parceria com as concessionárias Agrimar, Cimma, Itaimbé e Samaq.

Workshop Inspeção de PulverizadoresDe 22 a 23 de maio acontece workshop sobre pulverizadores agrícolas, com foco nos procedimentos normalizados para inspeção, em Santa Maria (RS). A programação do workshop conta com palestras de pesquisadores internacionais e também de diversas regiões do Bra-sil, além de palestras e sessões temáticas em português e espanhol. Inscrições e informações podem ser obtidas pelos telefones (55) 3220-8175 e 3220-8850.

ReinauguraçãoA Solomar, concessionário John Deere em Maringá, reinaugurou seu prédio principal na primeira quinzena de abril. A ampla reforma incluiu o aumento do showroom, a redefinição interna das salas e novos padrões de atendimento e de identificação visual da loja matriz, com adequação de suas instalações às novas exigências mundiais da John Deere. Mais de 1,3 mil pessoas, participaram do evento

LintecA Lintec realizou em abril encontro com revendedores de todo o Brasil, com a participação de representantes das revendas e da equipe de profissio-nais da empresa. “Foi um momento para mostrar à rede de revendedores o potencial da Lintec e o investimento que está sendo feito para aumentar a participação no mercado”, destaca Sandro Angeli, supervisor da Lintec. A ação teve como objetivo principal apresentar a nova linha de produtos de força da Lintec, além de estreitar as parcerias.

50 anosA Agrale já está realizando ações em comemoração aos 50 anos de his-

Agricultura de PrecisãoA Alezi Teodolini apresentou aos clientes e participantes da Tecnoshow Comi-go 2012 o seu portfólio de produtos, com destaque para a linha de barras de luz, piloto automático, base RTK e equipamentos de desligamento de seção e taxa variável. De acordo com Rafael Guandalini, diretor de marketing, a Alezi Teodolini está há mais de três décadas no mercado de Topografia e Geodésia e desde janeiro de 2012 atua como representante exclusiva da marca canadense Outback Guidance, do grupo Hemisphere GPS.

Esclarecimento De acordo com o pesquisador Wellington Gonzaga do Vale, Gadanha Júnior et al (1991) denominam os equipamentos utilizados em roçadas como roçadoras e não roçadeiras, como publicado no artigo Roçada Eficiente, na edição 115.

ErrataO artigo Fino trato foi publicado na edição de março de 2012 nº 116 tem como primeiro autor o pesquisador Flávio Coutinho Lon-gui, da UFV/MG, que, por um erro editorial, não constou na referi-da edição.

tória. No Agrishow a empresa terá espaço especial dedicado ao cinquentenário da empresa, com vasto material fotográfico, vídeos e textos, os clientes podem co-nhecer a história da empresa e ver tratores e caminhões antigos completamente res-taurados.

Flávio Coutinho Longui

Rafael Guandalini (esq.)

Page 5: Maquinas 117
Page 6: Maquinas 117

pulvErIzAção

Abril 2012 • www.revistacultivar.com.br06

Os defensivos, embora desem-penhem papel de fundamental importância dentro do sistema

de produção agrícola vigente, têm sido alvo de crescente preocupação por parte dos diversos segmentos da sociedade, em virtude de seu potencial de risco ambiental e ocupacional. A crescente demanda da sociedade civil e órgãos legisladores e fis-calizadores por processos produtivos com menor impacto ambiental, tem levado à necessidade de se avaliar o comportamento e o destino dessas substâncias utilizadas nos agroecossistemas.

Dentre o destino dessas substâncias quí-micas oriundas dos defensivos, está a deriva ou o desvio na trajetória de partículas ou gotículas formadas durante a pulverização que não atingem o alvo. Este fenômeno é considerado um dos maiores problemas da agricultura, constituindo-se em uma das principais causas de perdas de produtos fitossanitários, além da contaminação do aplicador, do ambiente e de insucessos nas aplicações.

Mais de um terço dos produtos aplicados pode estar sendo perdido para o solo por meio da endoderiva, devido à não utilização de gotas de tamanhos adequados. Outra parte significativa constituída pelas gotas pequenas pode estar sendo levada pelo vento para fora da área tratada, na chamada exoderiva.

O agente de controle deve exercer sua ação sobre o organismo, que se deseja con-trolar, portanto, qualquer quantidade de

produto químico que não atinja o alvo não terá qualquer eficácia e estará representando uma forma de perda.

Diversas são as causas da deriva, dentre elas pode-se destacar a influência do equi-pamento no momento da pulverização, este determinando diretamente o tamanho das gotas, de acordo com a velocidade da operação e a altura de pulverização; e as condições ambientais, como temperatura, umidade relativa, velocidade do vento, como os principais fatores da não deposição do produto no alvo.

O tamanho das gotas produzidas pelas pontas de pulverização depende do tipo da ponta, da vazão, pressão, do ângulo do jato e das propriedades do líquido pulverizado. Quanto menores forem estas gotas, mais sujeitas à deriva serão. Fluidos com maior viscosidade e tensão superficial requerem maior quantidade de energia para a pul-verização, dessa forma, a pulverização de líquidos que tenham maior viscosidade e maior tensão superficial produz gotas maiores. Uma opção economicamente viável encontrada para aumentar a viscosidade do líquido, bem como a eficiência das pulve-rizações, tem sido a adição de óleo vegetal às caldas de pulverização de herbicidas,

fungicidas e inseticidas. A utilização de óleo vegetal como

adjuvante tem indicação principal de es-palhante adesivo, mas sua característica de viscosidade pode alterar também o espectro de gotas pulverizadas. O acréscimo de um adjuvante pode alterar o padrão de gotas e a vazão. Mudanças nas propriedades do líquido pulverizado podem influenciar tanto o processo de formação das gotas como o comportamento destas em contato com o alvo, alterando o risco potencial de deriva da aplicação.

A escolha e o uso adequado de bicos de pulverização também constituem passos importantes para a melhoria das condições de precisão e segurança na aplicação de de-fensivos agrícolas. O avanço da tecnologia proporcionou aumentos significativos no controle da deriva, permitindo que fabri-cantes de pontas de pulverização desenvol-vessem pontas que operassem com baixa pressão, chamadas de uso ampliado. Pos-teriormente, desenvolveram as pontas com pré-orifício capazes de controlar a deriva. Em seguida surgiram as pontas com pré-orifício associado à câmara de turbulência. Mais recentemente surgiram as pontas com indução de ar. Esta evolução da tecnologia de fabricação das pontas teve como objetivo a produção de gotas mais grossas com vista

Proteção perdidaA deriva de defensivos é um dos principais problemas da pulverização, fenômeno que pode ser minimizado com planejamento desde o preparo da calda, passando

pela escolha adequada dos bicos, pressão correta de vazão e observação dos fatores climáticos do momento da aplicação

Cha

rles

Ech

er

Page 7: Maquinas 117

A deriva é considerada uma das principais causas de perda de produtos fitossanitários

ao maior controle de deriva.Assim, a seleção apropriada dos bicos é

essencial para a aplicação de defensivos, pois é o principal fator determinante da quanti-dade aplicada por área, da uniformidade da aplicação, da cobertura e do risco potencial de deriva.

Inseticidas e fungicidas geralmente requerem menores gotículas de aplicações se comparados aos herbicidas, pois estes precisam obter adequada cobertura do alvo. No entanto, o potencial de deriva aumenta gradativamente à medida que as gotas se tor-

Figura 1 - Distância de deslocamento e redução do tamanho das gotas. Mathews, 1992

nam menores e, continuadamente, decresce à medida que elas se tornam maiores. Gotas menores que 50µm permanecem suspensas no ar indefinidamente ou até a completa evaporação.

As condições climáticas, como vento, temperatura e umidade relativa do ar, são fenômenos climáticos que atuam direta-mente na pulverização, agindo mais inten-samente nas gotas de tamanho menores. A evaporação da gota aplicada é diretamente proporcional à temperatura do ar, sendo acelerada em ambientes com baixos valores

de umidade relativa. Esta evaporação, quando ocorre em

níveis elevados, pode impedir a chegada das gotas ao alvo e, ainda, reduzir o tempo de contato do líquido com o alvo, implicando em menor efeito sobre o mesmo, reduzindo a eficiência da aplicação. O tempo para eva-poração de uma gota, de mesmo diâmetro, em condições distintas de temperatura e umidade, é apresentado na Figura 1.

A velocidade de vento normalmente é o fator mais crítico de todas as condições me-teorológicas que afetam a deriva, desviando

Jacto

Page 8: Maquinas 117

Abril 2012 • www.revistacultivar.com.br08

.M

Divulgação

Figura 2 - Movimentos laterais causados pela inversão térmica

a trajetória inicial da gota. Quanto maior a velocidade de vento, maior distância para fora do alvo que uma gota de um determi-nado tamanho será levada.

Por outro lado, um ambiente “calmo”, que induz ser apropriado para pulverizações, muitas vezes não é, pois a temperatura in-fluencia na estabilidade atmosférica, assim como a presença de turbulência e inversões, o que acarreta movimentos laterais, que apesar de lentos, são significativos, carre-gando consigo as moléculas dos produtos (Figura 2).

Condições ambientais favoráveis para uma aplicação correta são umidade rela-tiva do ar mínima de 55%, temperatura abaixo de 30°C e velocidade do vento de 3 a 10km/h. Pode-se controlar o potencial de deriva apenas ajustando corretamente o pulverizador e operando em condições ide-ais de aplicação para ponta de pulverização selecionada.

Existem vários tipos de pulverizadores hidráulicos, que vão desde os mais simples,

do tipo costal, utilizado em pequenas áreas, até os equipamentos mais sofisticados. Os pulverizadores de barra com assistência de ar constituem-se em uma alternativa para diminuir a contaminação ambiental e ocupacional, por reduzir a deriva, as perdas para o solo, o aumento dos depósitos e da cobertura da superfície inferior das folhas, a melhoria da penetração das gotas, além de possibilitar a redução de volumes de aplicação e a exposição do tratorista.

Reduções significativas da deriva foram obtidas quando se comparou o uso da assis-tência de ar junto à barra de pulverização com um equipamento convencional sem assistência de ar na aplicação de produtos fi-tossanitários na cultura da soja, consideran-do as mesmas condições meteorológicas.

Os pulverizadores em túnel estão dispo-níveis para culturas perenes, principalmente frutíferas. Constitui-se num túnel que protege a aplicação da ação do vento, prin-cipalmente, e ainda pode vir provido de um reciclador da pulverização que não atinge o

Érica e Lilian mostram como minimizar a deriva na pulverização

alvo. Esses pulverizadores atendem critérios ambientais, econômicos e de segurança. Eles asseguram eficácia satisfatória no controle de pragas e doenças com reduzidas quan-tidades de produtos químicos (diminuição de 25%-30%) e diminuição na emissão de agroquímicos entre 50% e 85% comparado às técnicas convencionais de pulverização.

A escolha correta da ponta de pulveriza-ção que produzirá um espectro de gotas que permita, além de evitar ou reduzir a deriva, oferecer uma cobertura adequada, quantida-de suficiente de produto no alvo, associado a critérios operacionais mais eficientes, econômicos e seguros de uma pulverização define o sucesso da aplicação.

Lilian Lúcia Costa eÉrica Fernandes Leão,Unesp, Jaboticabal

.M

Cha

rles

Ech

er

Page 9: Maquinas 117
Page 10: Maquinas 117

EvENtoS

Abril 2012 • www.revistacultivar.com.br10

Fotos José Fernando Schlosser

Massey Ferguson expôs uma linha não oferecida no mercado brasileiro, com relevância para o modelo 7624 com transmissão Dyna VT

Fima 2012Uma das maiores feiras agrícolas da Espanha, a Feira

Internacional de Máquinas Agrícolas de Zaragoza, apresentou o que há de mais avançado para agricultura no país. Das principais tecnologias apresentadas, várias também estarão disponíveis no

Brasil brevemente

Em pleno inverno europeu, a Espanha realizou a 37ª Feira Internacional de Máquinas

Agrícolas (Fima), em Zaragoza, organiza-da entre os dias 14 e 18 de fevereiro deste ano. Esta exposição de máquinas ocorre a cada dois anos, no recinto de feiras desta cidade aragonesa. Como é uma feira or-ganizada no período de inverno, não há exposição de máquinas a céu aberto, sendo toda a feira fechada, em pavilhões cober-tos e com calefação para o aquecimento. Nesta época, na Espanha, costuma fazer bastante frio, inclusive com temperatura abaixo de zero grau e com frequente ocor-rência de neve.

Havia por parte dos organizadores certa preocupação com uma possível di-minuição de participação de expositores e de público, em face da atual crise mun-dial, que afeta seriamente toda a Europa e particularmente a Espanha. Não foi o que se viu.

A Feira Internacional de Máquinas Agrícolas é organizada em cinco dias úteis, com a participação de empresas de 30 pa-íses. Aproximadamente 40% das empresas expositoras são espanholas e o restante de outros três continentes. A área total é de 133 mil metros quadrados de superfície coberta, distribuída em dez pavilhões, com 1.182 expositores, na maioria da Europa, além de América e Ásia. A informação da organização é de que 197 delegações comerciais, provenientes de 32 países, estiveram este ano na feira.

Na Fima, além da exposição física

de equipamentos e máquinas, há uma extensa programação de eventos ligados ao meio rural, como reuniões de trabalho, pequenos congressos, mesas-redondas etc. Além destes eventos e da feira, se desen-volvem atividades das marcas e dos seus concessionários.

O acesso à feira é feito por autopista, de Zaragoza em direção a Madrid, com três acessos, bem fáceis de entrar e sair, além de extensa área de estacionamento com o piso totalmente revestido. Algo que podemos começar a pensar nas nossas

exposições de máquinas.Em geral, as máquinas expostas na

Fima são aquelas identificadas com o meio rural da região mediterrânea, utilizadas com frequência na agricultura espanho-la, francesa e italiana, principalmente máquinas convencionais de preparo do solo, como arados de aivecas, implementos rotativos e as máquinas para fenação e para trabalhos florestais.

Na questão referente a tratores e co-lhedoras, se expõe o que há de melhor na indústria europeia, com boa participação

Fima 2012Uma das maiores feiras agrícolas da Espanha, a Feira

Internacional de Máquinas Agrícolas de Zaragoza, apresentou o que há de mais avançado para agricultura no país. Das principais tecnologias apresentadas, várias também estarão disponíveis no

Brasil brevemente

Page 11: Maquinas 117

de empresas italianas e espanholas de menor porte. Em segunda oportunidade, após a divulgação ocorrida em Hannover, se mostra o ganhador do prêmio Tractor of the year, o trator do ano, escolhido por um júri formado por editores das princi-pais revistas especializadas no ramo. Este ano foi premiado o trator John Deere, modelo 7280 R.

Nos dez pavilhões, devidamente or-ganizados por temas e tipo de máquinas expostas, era possível conhecer máquinas de preparo, semeadura, plantio, fertili-zação, proteção fitossanitária, colheita, equipamentos de irrigação, máquinas para o transporte, armazenamento e acondicio-namento de cultivos, máquinas florestais, equipamentos para processamento de produtos pós-colheita, casas de vegetação e jardinaria e componentes para máquinas agrícolas de todo tipo e origem.

Passeando pelos estandes da feira

pode-se notar a mesma lógica, utilizada nos eventos similares no Brasil, que é a agrupação das grandes companhias, com a devida individualização das marcas. A marca Case, em local bastante distante da sua irmã New Holland, pôs em destaque o trator da série Magnum, modelo 340, e os da série Puma, que devem chegar em breve ao Brasil, com o modelo Puma CVX 230 EP.

No estande da AGCO, em que lado a lado estavam expondo a Valtra, a Fendt, a Massey Ferguson e a Laverda, foram ocupadas duas ruas inteiras de um pavi-lhão. Na Valtra o destaque principal foi o trator modelo N163V Gama N Versu 3, em cor vermelho-escuro, quase um bordô. A marca Fendt deu principal atenção ao modelo 828 Vario e, como lançamento, apresentou o novo Fendt Vario 724. Esta marca, que embora faça parte do grupo AGCO, não chega ao Brasil, apresentou

em primeiro plano a colhedora Fendt 6275L com a inovadora plataforma de corte free flow. A Massey Ferguson expôs uma linha não oferecida no mercado bra-sileiro, com relevância para o modelo 7624 com transmissão Dyna VT, que chega no nosso país pelos tratores da série 8600 e também para o trator médio MF 5440 com a transmissão Dyna-4. Na mesma área, a Laverda expôs as colhedoras, mais competitivas em preço, da série Alquattro Evolution.

O Grupo Argo, que detém as marcas McCormick, Landini e Valpadana, tam-bém tinha um estande espaçoso e bem organizado, apresentando como destaques os tratores McCormick modelo MTX 150, desconhecido aqui no Brasil, e o Landini modelo Landpower 165, que era anun-ciado pelo preço de 299 euros por cv de motor. A novidade principal era o modelo REX 120GT, da Landini.

Marcas consagradas como AntonioCarraro apresentaram inovações

A Case IH destacou a linha Puma, mas modelos como o Steiger 550 chamaram atenção pelo tamanho

Page 12: Maquinas 117

Abril 2012 • www.revistacultivar.com.br12

A Claas se apresentou como marca individual e colocou no posto de maior visibilidade a colhedora Lexion modelo 770 Terra Trac, fazendo muita divulgação sobre o recorde registrado no Guiness World Record, o livro dos recordes, em que no dia 1º de setembro de 2011, em Swaby, Alford, Lincolnshire, no Reino Unido, esta colhedora conseguiu uma produtividade de 88,48 toneladas por hora, com um con-sumo de apenas 1,15 litro por tonelada. No estande também estava destacado o trator modelo 520 Arion.

O estande da New Holland era o maior de uma marca individual e colocou como principal equipamento a colhedora modelo CR8080 e o Trator T8.390.

O Grupo Same Deutz Fahr trouxe tam-bém a marca Lamborghini de tratores, com um destaque para o modelo R4.110, desta marca italiana. A Deutz Fahr apresentou como novidade o modelo de trator 7250 e a Same, o Explorer 3 105. Nas colhedoras, em que a Deutz Fahr é forte na Europa, o modelo 6095 HTS foi colocado em ponto-chave do estande.

Antecipadamente à Fima ocorre o Con-curso de Novidades Técnicas que premia aquelas máquinas que realmente trazem algo de novo e que durante a feira recebem um destaque. Como este concurso é feito antes da feira, a informação técnica é adi-cionada no catálogo oficial e aquelas pessoas que se interessam, podem orientar a visita,

aproveitando-se da excelente informação técnica apresentada. Um júri muito qualifi-cado composto por especialistas espanhóis e estrangeiros analisa os candidatos e aplicam prêmios em três categorias: tratores e má-quinas autopropelidos e energia, máquinas acionadas e instalações fixas e móveis e soluções de gestão agronômica.

Na primeira categoria, onde disputam o prêmio os tratores e as colhedoras, há duas escalas que são: a novidade técnica especial e a novidade técnica. Na categoria mais importante, a especial, tiveram desta-que quatro marcas em especial, a Antonio Carraro Ibérica, com um sistema de pro-

pulsão por esteiras de borracha, no trator articulado modelo Mach 4. Outro destaque especial foi dado à empresa Gregoire SAS, da França, com uma colhedora de azeitona para cultivos intensivos, modelo G10.380. O terceiro destaque especial foi para dois equipamentos John Deere Ibérica, que são um sistema de regulagem elétrica remota no cilindro das colhedoras de fluxo axial da Série S da marca e o banco do condutor com suspensão ativa e acionamento elétri-co. Finalmente foi destacado o sistema de acionamento centralizado da barra de corte synchroknife da marca New Holland, para as colhedoras das séries CR e CX8000.

Nos estandes das principais marcas foram apresentadas diversas novidades que já estão sendo oferecidas ao mercado brasileiro

Marcas como Claas e Fendt ainda só podem ser vistas por brasileiros em feiras na Europa

Fotos José Fernando Schlosser

Page 13: Maquinas 117

A Fima é realizada em pavilhões cobertos, proporcionando aos visitantes um ambiente climatizado

Na outra categoria, referente aos equipa-mentos acionados, foram destacados como especiais as novidades apresentadas pela marca Solá S.A, que apresentou um sistema de acionamento elétrico dos dosificadores da máquina semeadora, modelo Prosem-K Elektra, e um sistema de gestão dos vibra-dores de troncos de azeitonas da empresa Maquinaria Agrícola Garrido.

Na última categoria, que trata de gestão agronômica, foi destacado um sistema de condução e controle simultâneo de dois tratores, com um só condutor GuideCon-nect, para a marca Fendt, apresentado pela AGCO Ibéria S.A.

O pavilhão 2, dedicado a equipamentos de aplicação de produtos químicos e seme-adura, estava expondo com certo destaque a Semeato e a Tatu Marchesan, duas das oito empresas expositoras do Brasil, através de revendedores espanhóis. Foram apre-sentadas muitas máquinas para atividades especializadas, como o cultivo de oliveira, fruticultura, batata, cebola e alho.

O pavilhão 3 foi exclusivamente dedi-cado aos componentes e entre os exposito-res uma empresa espanhola que distribui peças de reposição para as máquinas da marca brasileira Semeato, que tem um bom conceito no país.

Dentro da feira era possível ouvir vários idiomas, principalmente o castelhano, o catalão, o francês e em menor número de pessoas o português, evidentemente de Portugal. Nota-se alguma diferença entre a forma de organização dos expositores, em relação ao padrão que se conhece no Brasil. Em geral, pouca gente uniformizada nos estandes, os recepcionistas geralmente são empregados das empresas e poucos contra-tados exclusivamente para a feira.

O pavilhão 10 estava dedicado aos tratores antigos, alguns bem restaurados outros bem conservados, mas no seu esta-do natural. Esta característica europeia, de

manter a história da mecanização, poderia ser mais bem explorada aqui no Brasil. Há concursos e coleções de pequenas réplicas em algumas feiras.

Assim, concluindo a nossa participa-ção na Feira de Zaragoza, vimos muitas possibilidades de novas ideias para o mercado brasileiro, principalmente porque a feira é típica de produtos de média e alta tecnologia, diferente da Agrithecnica alemã, que é mostra de tecnologia pura e muitas vezes de difícil aplicação ao padrão brasileiro.José Fernando Schlosser,Nema/UFSM

.M

Page 14: Maquinas 117

AgrICulturA dE prECISão

Abril 2012 • www.revistacultivar.com.br14

Redes RTKAgricultura de Precisão com sinal RTK deixa ainda mais

precisas as operações agrícolas, minimizando o desvio de curso dos equipamentos em menos de dois centímetros. No Brasil, um novo modelo de prestação deste serviço, oferecido pelos concessionários, está ganhando força e,

aos poucos, aumentando a área de cobertura

Há tempos já se usa sinal RTK aplicado à Agricultura de Pre-cisão. A sigla RTK vem do

inglês Real Time Kinematic (Cinemática em Tempo Real) e na aplicação agrícola significa correção de posição em tempo real, isto é, correção da posição do veículo em movimento, através de uma base em solo, numa posição estática e, tudo isso em tempo real.

Para garantir a qualidade de funcio-namento de uma base RTK, é necessário instalar a antena em uma posição favorável, livre de vibrações e oscilações, interferências com outros rádios transmissores, receptor com ampla visão do céu, sem obstruções naturais ou metálicas, que possam blo-quear o sinal ou mesmo causar efeitos de “multicaminhos” no sinal de satélite. Após a antena ter sido bem instalada, realiza-se então uma pesquisa 24 horas para definir e georreferenciar a base RTK.

O receptor da base RTK calcula o erro que o sinal GNSS (Sistema de Satélites de Navegação Global) está sofrendo, sejam erros de órbita, relógio ou qualquer interferência ionosférica que esteja afetando a qualidade do sinal de satélite. E, comparando com a

posição geo-conhecida da Base RTK, prees-tabelecida anteriormente, o receptor calcula o erro e o vetor, que o sinal de satélite está sofrendo no determinado momento. Poste-riormente, através de rádios conectados aos receptores da base e dos veículos, envia e recebe as correções necessárias para corrigir a posição dos veículos. O sistema RTK atua num raio de 19km da base, com precisão no receptor de 2,5cm de erro absoluto, mantendo uma boa precisão de trabalho e repetibilidade operacional, para operações de plantio e operações de precisão.

A primeira base de correção RTK ins-talada por clientes John Deere no Brasil começou a funcionar em setembro de 2009 no município mato-grossense de Vera, com uma torre repetidora de sinal na cidade vizinha Sorriso. Os irmãos Geraldo, José e Agostinho Vigolo tinham como objetivo utilizar o sistema de correção de sinais para garantir a precisão de seus equipamentos para plantio, pulverização e colheita de 4,2 mil hectares de soja e no plantio e pulveri-zação da safrinha de milho.

REDES RTKAtualmente a movimentação para a

instalação de novas bases RTK no Brasil é grande, porém, a forma é diferente. Ao invés da iniciativa ser dos produtores, é o concessionário quem dirige o processo, ins-talando as bases RTK e fornecendo o sinal de correção para os clientes. O conceito de redes RTK ideal é o que centraliza a res-ponsabilidade de manutenção e atualização da base RTK no concessionário, e não no cliente, uma vez que um dos objetivos das redes RTK é garantir a qualidade do sinal ao cliente, durante 100% do tempo.

Entre as principais vantagens da utiliza-ção da tecnologia estão a precisão RTK de 2,5cm e a repetibilidade operacional, aplica-da principalmente nas atividades de plantio, mas também nas atividades de preparo de solo, tratos culturais e colheita. O cliente passa a poder trabalhar repetindo passadas na mesma linha com precisão; nas aplicações e pulverizações entre linhas de plantio, sem amassamento de plantas; no aproveitamen-to do residual de adubo do plantio de um ano para o outro; na qualidade do trabalho realizado em campo, pré-projetado em escri-tório, no cultivo da cana-de-açúcar. Também podemos citar melhorias significativas no desempenho do controle de seções, nas

Redes RTKAgricultura de Precisão com sinal RTK deixa ainda mais

precisas as operações agrícolas, minimizando o desvio de curso dos equipamentos em menos de dois centímetros. No Brasil, um novo modelo de prestação deste serviço, oferecido pelos concessionários, está ganhando força e,

aos poucos, aumentando a área de cobertura

Fotos John Deere

Page 15: Maquinas 117

Exemplo de cobertura de uma rede RTK, que abrange uma área de 19kmatividades de pulverização.As redes RTK John Deere nos Estados

Unidos, por exemplo, já somam mais de duas mil bases RTK sob responsabilidade da rede de concessionários da marca. O cenário na Argentina aponta para aproximadamente 15 milhões de hectares de área coberta com sinal RTK, com mais de 150 bases RTK na rede. Estes dados mostram que esta tec-nologia e o modelo de negócio estão sendo bem aceitos e se expandindo no mercado da Agricultura de Precisão. O foco no Brasil é o mesmo, o de fomentar e expandir o negócio de redes RTK, uma vez que o programa só traz vantagens aos clientes.

MUDANÇA DE CONCEITOSApesar dos projetos para instalação de

redes RTK iniciados pelos concessionários, a maior parte das bases utilizadas hoje no Brasil ainda é de clientes. O objetivo é in-verter este cenário, assim como já ocorreu em vários outros países, como nos EUA e na Argentina. Está começando uma mudança de conceito, com o advento das redes RTK sendo gerenciadas pelas redes de concessionários. A rede de concessionários possui especialistas treinados para realizar boas instalações de bases RTK e mantê-las funcionando, visando garantir a qualidade do sinal de correção aos clientes que estão sob as redes RTK.

Parte significativa dos problemas que os clientes enfrentam no campo, com sistemas RTK particulares, se deve a más instala-ções e/ou configurações de suas bases de correção, dado que depõe a favor das redes administradas pelos concessionários. No Brasil, atualmente, a John Deere possui mais de 500 máquinas rodando no campo,

utilizando o sistema de correção RTK. Ainda há um grande potencial de utilização, nas lavouras de grãos e algodão e, principalmen-te, nos canaviais.

RTK E AS CONCESSIONÁRIASUm exemplo de aplicação é o Conces-

sionário Agro Baggio, que costuma fazer análises em sua região e apresentar propos-tas para a instalação de redes RTK, para os clientes focados nas tecnologias da linha de produtos AMS da John Deere (Agriculture Management Solutions – Soluções em Ge-renciamento Agrícola). Segundo Cleofas Barth, especialista em produtos AMS da Concessionária Agro Baggio, o investimento numa base RTK em rede é um pouco maior que o normalmente empregado em bases de clientes. Mas este investimento tem a

garantia de qualidade de sinal e melhor cobertura do sinal RTK.

Com o investimento feito pelo conces-sionário na base RTK, os clientes que já conhecem as vantagens do sistema podem antecipar a utilização da tecnologia em suas fazendas. Barth explica que os produtores retardavam a utilização por causa das di-ficuldades de investimento, agora podem antecipar a oportunidade e aproveitar os benefícios da precisão e repetibilidade proporcionadas pelo RTK. “Muitos falam que têm vontade de instalar a antena, mas precisam esperar mais um ou dois anos para garantir recursos para investir na instalação da torre e na compra dos dispositivos para receber os sinais de correção”, explica.

Segundo o especialista em RTK, a mon-tagem da estrutura da base, para a recepção

Page 16: Maquinas 117

tro. O sistema está funcionando certinho, os clientes estão muito satisfeitos”, afirma.

De acordo com o especialista, foi realiza-da na região uma experiência aproveitando o sistema RTK no plantio do nabo forrageiro para cobertura e da soja usando a mesma linha do plantio. O plantio do nabo permite uma descompactação natural e, usando o sinal RTK, é possível realizar o plantio na mesma linha. O sistema também foi usado depois na pulverização e no plantio do trigo. “Temos uma área de 121 mil hectares, 80 mil deles usados por quatro clientes. Os produtores estão animados e nós já estamos projetando instalar mais três bases nesta área até o final do ano”, afirma.

Uma nova área que receberá uma base de correção RTK, no Rio Grande do Sul, é um projeto de produção de milho e de milho-semente, com cerca de três mil hectares, nos municípios de Cruz Alta e Santo Augusto. A plantação sob pivôs depende muito do alinhamento correto para o trabalho das máquinas que fazem o despendoamento antes da colheita e são dirigidas manual-mente. Quando o plantio é bem alinhado, o amassamento no trabalho é reduzido e como a área é muito grande, uma redução de 1% pode representar uma redução de custo muito importante.

O concessionário Maqnelson, de São Gotardo, no vale do Paranaíba, também está iniciando o processo da instalação das torres e escolheu uma região que não é especializa-da, nem em grãos, nem em cana para ser a primeira. A região que vai receber a primeira torre de correção instalada pelo concessioná-rio é marcada pela presença de produtores de hortigranjeiros que trabalham em alta escala com tecnologia muito avançada.

Assim como as regiões citadas, outras áreas do país também vêm investindo e fomentando o negócio de redes RTK, au-mentando a produtividade dos agricultores que usam esta tecnologia.

Abril 2012 • www.revistacultivar.com.br16

.M

do sinal de satélite, precisa ser cuidadosa para garantir a qualidade de difusão dos sinais de correção. “É preciso escolher com cuidado o local para a instalação do receptor e da antena de rádio, para evitar que os sinais sofram interferências, como árvores altas ou de galpões com tetos que possam espelhar o sinal de satélite. No Cerrado há a vantagem do relevo plano, que facilita a difusão dos sinais de correção. Outro trabalho é a con-figuração, a calibração e a manutenção das máquinas e dos equipamentos, para que a precisão proporcionada pela tecnologia pos-sa ser aproveitada plenamente”, conclui.

Bem longe dos cerrados, outro ponto em que a experiência das Redes RTK já está mais avançada, é no Rio Grande do Sul. A primeira base da RTK Network foi instalada pelo con-cessionário SLC Comercial, em Tupanciretã, e entrou em operação no final de maio, com grande aproveitamento pelos seus usuários. Segundo Christian Radunz, especialista em produtos AMS da Concessionária SLC, atu-almente 22 máquinas, entre pulverizadores, tratores com piloto automático e colheita-deiras, de quatro agricultores diferentes, utilizam os sinais de correção da base. “A base foi instalada recentemente, a tempo de utilizá-la no plantio do trigo”, explica.

Christian conta com o apoio dos consul-tores de negócios para o trabalho junto aos clientes na viabilização da rede. “Conversa-mos com os produtores sobre as vantagens, como a repetibilidade na pulverização, a utilização do piloto automático da primeira até a última operação usando o mesmo ras-

O serviço que já é bastante utilizado em países como Argentina e Estados Unidos está ganhando também o mercado brasileiro

Com o serviço oferecido pela concessionária, o produtor não se preocupa com manutenções

Diogo Saulo Haacke,John Deere

Fotos John Deere

Page 17: Maquinas 117
Page 18: Maquinas 117

ColhEdorAS

Detalhes que definem

As perdas que ocorrem durante a colheita mecanizada de grãos implicam em grandes prejuízos

para as empresas agrícolas e para todo o país. Na cultura da soja, estudos mostram que metade das perdas ocorridas durante a colheita pode ser evitada ou monitorada para valores aceitáveis, que estão entre 1% e 2% da produtividade da cultura. Porém, alguns produtores têm obtido perdas muito próximas de valores considerados excelentes para a soja, aproximando-se de 10kg/ha. Contudo, verificam-se frequentemente per-das superiores a 120kg/ha, que estão acima

Muitas vezes, a preocupação com perdas na colheita se resume à manutenção da máquina e ao treinamento do operador. Mas dados mostram que fatores externos como alteração apenas na umidade dos grãos podem fazer as perdas na colheita

variarem em até três pontos percentuaisde valores considerados como satisfatórios.

Para uma colheita mecanizada bem-sucedida a colhedora deve estar bem regula-da, tendo um sincronismo entre velocidade de deslocamento, velocidade do molinete, altura do molinete em relação à planta, rotação do cilindro de trilha, espaçamento entre o cilindro e o côncavo e regulagem da unidade de separação e limpeza dos grãos. Se o operador conhece todas estas etapas e como elas funcionam possivelmente vamos obter resultados de perdas bem menores do que os encontrados atualmente.

Mesmo associada ao bom preparo do operador e ao perfeito funcionamento da

colhedora, a colheita sofre influência negativa das condições

de temperatura e umidade relativa do ar, que atuam

na umidade e tem-

peratura do grão e na umidade da palha. Esses fatores atuam de forma significativa ocasionando desperdícios em virtude das suas variações durante o dia, bem como durante o período de colheita. Além disso, a ocorrência de precipitações influencia acentuadamente as perdas na colheita. Isso ocorre de forma direta, na eficiência dos mecanismos da máquina e indiretamente na qualidade do grão. Também é interessante para o produtor que a colheita seja realiza-da o mais rápido possível, pois o tempo de permanência da cultura no campo causa perdas na qualidade.

Os operadores, empiricamente, cos-tumam iniciar a atividade de colheita no período da manhã. Nesse horário a umidade do ar apresenta-se elevada e temperatura amena. Também é comum que se prolongue a colheita após o anoitecer, sendo encerrada com o aumento da umidade e diminuição da temperatura. Porém, pouca atenção tem sido dada às perdas geradas na plataforma de corte nos horários de maior calor e menor umidade relativa do ar.

Com o avanço tecnológico surgiram

Abril 2012 • www.revistacultivar.com.br18

John

Dee

re

Page 19: Maquinas 117
Page 20: Maquinas 117

Abril 2012 • www.revistacultivar.com.br20

New Holland

A umidade do grão a ser colhido tem grande influência na intensidade e natureza do dano mecânico

algumas melhorias nas colhedoras, com a barra de corte flexível, controle de altura de corte e mais recentemente a esteira ali-mentadora mantendo constante o sistema de alimentação. Com isso, as perdas dimi-nuíram significativamente, porém, os níveis ainda são inaceitáveis para a colheita de soja, bem como de outros cereais.

Durante o processo de colheita nor-malmente ocorrem algumas perdas, mas é necessário que se conheçam as suas causas, sejam elas físicas ou fisiológicas. O mau preparo do solo pode causar prejuízos de-vido a desníveis no terreno que provocam oscilações na barra de corte da colhedora. Isso proporciona desuniformidade na altura de corte, deixando muitas vagens presas aos restos da cultura que permanecem na lavoura. Outro fator muito importante é a velocidade radial do molinete, que deve ser de 10% a 20% superior à velocidade de deslocamento da colhedora.

Na colheita mecanizada ocorrem perdas

devido a diferentes fatores. A rotação do ci-lindro de trilha e a distância entre o cilindro e o côncavo são essenciais à qualidade do produto e ao controle das perdas na unidade de trilha. A umidade do grão a ser colhido tem grande influência na intensidade e na-tureza do dano mecânico, monitorá-la se faz necessário, uma vez que umidades distintas requerem regulagens diferentes.

Uma colheita bem-sucedida é realizada com reduzidos danos mecânicos e perdas monitoradas em condições satisfatórias. Para tanto, os sojicultores devem estar aten-tos às condições climáticas e às condições da cultura para colheita.

Um trabalho realizado no município de Goianápolis (GO) avaliou as perdas ocorridas em diferentes horários e dias durante o período de colheita da soja, onde foram quantificadas perdas na plataforma de corte, nos mecanismos internos e perdas totais. Para esta avaliação, foram recolhidos os grãos e as vagens caídas no solo, dentro

de uma armação retangular construída de madeira e fio de nylon com área 2m2, com a maior dimensão coincidindo com a largura da plataforma de corte (5,2m).

Para a avaliação das perdas de grãos na plataforma de corte, o operador parou e desligou os mecanismos da colhedora repentinamente, em seguida a recuou. A armação foi instalada à frente da colhedora, em espaço delimitado pela área ainda não colhida, e os rastros dos pneus dianteiros da colhedora, onde foram recolhidos os grãos que estavam no solo na área delimitada pela armação. Para medir as perdas totais na colheita, a armação foi posicionada na área já colhida, logo após a passagem da colhedora. As perdas nos mecanismos internos da colhedora foram obtidas pela diferença entre as perdas totais e as perdas na plataforma de corte.

Na Tabela 1, pode ser observado que perdas na plataforma aumentaram de forma significativa durante o período de colheita, sendo maiores no final da operação. Devido as suas características botânicas, a soja é altamente suscetível à perda por abertura espontânea das vagens, que pode ser indu-zida por fatores climáticos ou pela máquina utilizada na operação de colheita. As maiores perdas foram registradas próximo ao final do período de colheita, possivelmente porque as plantas estavam mais frágeis, devido à dete-rioração de suas estruturas, especialmente das vagens, consequência da ocorrência de chuvas, o que facilitou sua abertura quando tocadas pelo molinete. Isto indica a necessi-dade de diminuir o período de exposição da soja em campo após ter atingido a maturação fisiológica. Possíveis soluções são a colocação de maior número de colhedoras em campo, a utilização de maturadores ou, ainda, semear cultivares de diferentes ciclos.

A mesma avaliação foi realizada para verificar a ocorrência das perdas durante o

A velocidade radial do molinete deve ser de 10% a 20%superior à velocidade de deslocamento da colhedora

Massey Ferguson

Page 21: Maquinas 117
Page 22: Maquinas 117

Abril 2012 • www.revistacultivar.com.br22

Valtra

Trabalho realizado em Goianápolis (GO) avaliou as perdas em diferentes horários e dias durante o período de colheita da soja, avaliando perdas na plataforma de corte, perdas nos mecanismos internos e perdas totais

Tabela 1 - Perdas na plataforma de corte da colhedora (Plat), perdas nos mecanismos internos (PMI) e perdas totais (Ptot) em kg.ha-1 e coeficiente de variação (CV)

PMI10,20 a13,10 a38,80 a179,63

PLAT56,85 b

91,90 ab113,80 a

33,06

PTOT72,50 c

111,25 b160,10 a

18,09

* Médias seguidas por letras distintas na coluna diferem significativamente entre si a 5% de probabilidade pelo teste de Tukey.

DataPeríodo inicial de colheita

Período intermediárioPeríodo final

CV(%)

Tabela 2 - Características analisadas: umidade dos grãos (UG), umidade da palha (UP), temperatura dos grãos (TG), perdas na plataforma de corte (Plat), perdas nos mecanismos internos (PMI), perdas totais (Ptot) em kg ha-1 e coeficiente de variação (CV)

UP14,08b11,55c17,51a3,88

UG17,83a14,20c15,83b1,98

TG31,38a31,13a23,03b2,42

*Médias seguidas por letras distintas na coluna diferem significativamente a 5% de probabilidade pelo teste Tukey.

HORA09:00h à 10:00h14:00h à 15:00h20:00h à 21:00h

CV(%)

PMI68,65 b32,45 b314,3 a58,43

PLAT87,45 ab140,2 a65,55 b37,41

TG31,38 a31,13 a23,03 b2,42

mesmo dia de colheita, observando as dife-renças provocadas pela variação na umidade da palha e na umidade e temperatura dos grãos. Na Tabela 2 estão apresentados os comportamentos destes fatores durante um dia de colheita já no período final da safra. A maior perda total durante a pesquisa foi registrada no horário compreendido entre 20h e 21h, com 387,3kg/ha, momento em que a temperatura do grão foi a menor re-gistrada e a umidade da palha a maior. Estes valores mostram a influência da umidade e da temperatura do ar, que são refletidas na umidade da palha, reportando a condição de que quanto menor a umidade da palha, maior perda no sistema de apanha e quanto maior a umidade, maiores são as perdas na trilha.

A umidade da soja apresentou variações durante o dia. Na parte da tarde os grãos estavam mais secos, isso ajudou no aumento de perdas na plataforma de corte. Para a soja

estas variações são consideráveis, podendo, ao final da tarde, apresentar-se inferior ao início da colheita em até três pontos percentuais.

Já umidade da palha é totalmente dependente das condições de temperatu-ra e umidade do ar, as quais interferem acentuadamente no processo de colheita. A ruptura das vagens pode ser dificultada com um pequeno incremento na sua umi-dade, mesmo que ainda não transferida para os grãos, como, por exemplo, uma pequena precipitação pluviométrica ou então pela ação do orvalho no início da manhã e no final do dia. Uma eventual elevação da umidade da palha requer ime-diata alteração na regulagem da colhedora, para redução de perdas e danos mecânicos aos grãos.

De acordo com os resultados, pode-se concluir que perdas totais de soja aumenta-ram com o tempo de permanência no cam-

po, além de que no período da tarde, mesmo apresentando maior perda na plataforma de corte, tem-se a menor perda de grãos. Concluiu-se também que colher no período noturno, mesmo que logo após o anoitecer, ocorre aumento considerável nas perdas. Por fim, que a umidade da palha e a temperatura dos grãos podem oferecer subsídios melhores que a umidade do grão, para prever perdas na colheita mecanizada da soja.

Vandoir Holtz eElton Fialho dos Reis,Universidade Estadual de Goiás

.M

Page 23: Maquinas 117
Page 24: Maquinas 117

CApA

Abril 2012 • www.revistacultivar.com.br24

Ampla abertura do capô facilita as manutenções periódicas

Projeto do eixo dianteiro possibilita menor raio de giro, apesar do tamanho do trator

Trator T8.295Com motor de 286cv, o New Holland T8.295 chega cheio de

tecnologia embarcada e com força suficiente para encarar os trabalhos mais pesados em médias e grandes propriedades

Depois de haver testado outros modelos de grande porte e alta tec-nologia, a revista Cultivar mostra

agora aos seus leitores o trator T8.295, da New Holland. Este trator faz parte de uma linha com cinco modelos. O primeiro, T8.270, de 265cv, o segundo T8.295 que testamos, com 286cv, e três modelos maiores, com 313cv, 342cv e 369cv de potência nominal no motor. Esta série T8 é fabricada na unidade de Curitiba, a partir de um projeto internacional da empresa.

Os testes de campo foram realizados na Fazenda Colonial, de propriedade do senhor Francisco Estrella Ruiz, município de Panora-ma (SP). A área de 540,89 hectares é utilizada pela Usina Caeté para o cultivo de cana-de-açúcar.

O sistema utilizado pela Usina Caeté é espetacular em termos de organização e pro-gramação de atividades, podendo servir de

modelo para muitos grandes agricultores, que necessitam entender a necessidade de controle operacional e administração dos recursos hu-manos e de mecanização.

Tivemos também o apoio de operadores que trabalhavam com uma frente com cinco tratores T8 que chegaram na Usina em fevereiro, onde trabalham com máquinas plantadoras de cana. Em média, os tratores ultrapassaram as 600 horas e somente os operadores que, como eles, receberam treinamento exclusivo trabalharam com este modelo, que exige certo conhecimento e formação para a operação. Conversando com os operadores, eles mostraram grande satisfa-ção em ter esta oportunidade e salientaram a necessidade de conhecimentos mínimos de in-formática e certa abertura ao aprendizado para poder executar a função com eficiência. Em contrapartida, se sentem valorizados, em face da qualidade do trabalho, pela oferta de tecnologia que encontram na cabine do trator.

Por sinal, a presença feminina entre os operadores não se restringe somente aos tra-tores, pois a plantadora que vai acoplada para esta operação exige um operador que controla várias funções do plantio, e aí encontramos três

mulheres, como operadoras de plantadoras, o que não deixa de ser uma novidade, neste setor tradicionalmente ocupado pelos homens.

O esquema de funcionamento das equi-pes de mecanização no campo é muito bem organizado, com funções bem definidas, com forma de garantir o funcionamento permanente das frentes de trabalho. Uma das funções é a de líder de frente, que está encarregado de indicar aos operadores e mecânicos o que cada conjunto mecanizado vai fazer, além de controlar e registrar as operações, inclusive a jornada de trabalho. No caso da operação que acompanhamos, há o coordenador de plantio mecanizado, responsável também por produzir a muda, picá-la e trazê-la até as plantadoras, além do supervisor de desenvolvimento agro-nômico que avalia se as operações estão sendo feitas dentro dos critérios agronômicos que se havia planejado.

A Usina Caeté, com apenas cinco anos de funcionamento, é a maior da região e ainda está se estabelecendo neste local. Este é o terceiro ano de moagem de cana. A origem da empresa é de Alagoas, onde funciona há mais de três gerações. Em São Paulo são aproximadamente dois mil funcionários e uma área de plantio que beira os 80 mil hectares, sendo que uns 33 mil hectares já foram plantados neste ano. A área utilizada pela Usina, que hoje representa em torno de 200 fazendas, é negociada diretamente com os proprietários por contrato, que dura no mínimo cinco anos.

As principais atividades mecanizadas são o plantio e a colheita. O plantio ocorre de feverei-ro a julho, embora no ano passado tenha ido até novembro, em função de que se está montando a área de produção. A colheita, toda mecanizada, vai de abril a outubro. Para os operadores pratica-se o sistema de seis dias de trabalho e um de descanso. Durante

Page 25: Maquinas 117

Abril 2012 • www.revistacultivar.com.br 25

Fotos Charles Echer

O T8.295 vem com motor New Holland Cursor 9, fabricado pela FPT, com seis cilindros, com turbo e intercooler e gerenciamento eletrônico dapotência. A transmissão é hidrostática Full Powershift Ultra Command, com 18 marchas à frente e quatro à ré, que dispensa a embreagem nas trocas

Acima do tanque de combustível está localizado o filtro de ar, com fácil acesso

o dia os operadores se revezam em dois turnos de oito horas de trabalho e um turno especial de manutenção, à noite, o que, segundo os técnicos, faz com que a manutenção corretiva inesperada seja quase inexistente.

No campo as operações são guiadas pelo sistema de piloto automático com controle RTK por uma estação fixa. No escritório o topógrafo faz o mapa, com toda a disposição das linhas de plantio, transfere o arquivo para o trator e depois o operador somente deve fazer as manobras para colocar a máquina na linha e as manobras de cabeceira, que são combinadas com os abastecimentos de adubo e a cana. O conjunto de plantio, ao final da manobra, no término da linha de plantio recebe a cana de um caminhão, que traz dois cestos de cana

semente com cinco toneladas cada um. Apenas um cesto é colocado em cada máquina a cada abastecimento.

A parcela que nos foi destinada ao teste era um terreno constituído por solo tipo Latossolo, com aproximadamente 12% de argila e terreno levemente ondulado, mas com uma tendência ao relevo plano e por isto o plantio foi colocado no sentido dos maiores comprimentos, para melhorar a eficiência da operação e das máqui-nas. O sentido de trabalho tinha uma distância que variava em comprimento entre 920 a 1.050 metros. O solo havia sido preparado anterior-mente com grade e estava livre de invasoras.

A operação de plantio de cana com o conjunto formado pelo Trator T8.295 e pela plantadora Sollus Plant Flex 8080 de duas

linhas, espaçadas a uma distância de 1,40 metro, conjugava a aplicação na parte dianteira da máquina de adubo NPK, e na parte traseira de

até 600 litros de inseticida e de nematicida.Pelos controles internos do tra-

tor vimos que o patinamento ficava entre 15% e 20% e a velocidade mé-

dia de 5,3km/h. As marchas utilizadas eram a 5ª e a 6ª. A operação é bastante

exigente em força de tração, pois é realizada sulcando a uma profundidade de 40cm, como

é tradição no Nordeste, principalmente em Ala-goas, de onde se originou a empresa. Conforme

Page 26: Maquinas 117

Abril 2012 • www.revistacultivar.com.br26

O sistema hidráulico possui quatro válvulas remotas eletrônicas e vazão de 225L/min

Filtros podem ser acessados do solo, sema necessidade de abrir o capô do motor

No lado direito da cabine estão localizados todos os comandos do trator. Os mais acessados estão localizados no console ao lado do banco do operador

os controles internos da empresa, o consumo de combustível fica na faixa de 20 a 21 litros por hora e o trator demonstrava estar folgado na operação. A produtividade nos dois turnos era de oito a nove hectares por máquina.

Especificamente falando do trator T8.295,

ele chegou à Usina no início deste ano, para substituir tratores menores de 180cv de potên-cia máxima no motor, anteriormente utilizados. Como a operação exige somente o acoplamento de implementos pela barra de tração, foram retirados os dois braços inferiores do sistema hidráulico de três pontos. Outra adaptação do trabalho específico de tracionar as plantadoras foi a colocação de lastragem com água manten-do o mesmo peso fornecido pelo fabricante. No início, somente com o peso metálico, a patina-gem mostrou-se alta, colocando-se então água no interior dos pneus.

Este trator começou a ser comercializado no

Brasil a partir do Agrishow de 2011, quando foi lançado. Na linha há cinco modelos, fabricados na planta de Curitiba e que são vendidos no país. Em relação aos modelos europeus, há uma pequena diferença no capô do trator, decorrente da distância entre eixos, adaptada às nossas condições.

MOTORO motor que equipa este modelo é da

marca New Holland FPT Cursor9, com seis cilindros, turbo e intercooler e gerenciamento eletrônico da potência. Há homologação do fabricante para Biodiesel B20 e o sistema de injeção de combustível é do tipo Common Rail. Em função da exigência normativa na Europa e nos EUA este motor tem certificação de emissão de poluentes Tier II.

Como é comum nestes tratores de alta potência há um sistema de gerenciamento, que administra, de forma automática, a distribuição de potência no trator, conforme a carga a que estão submetidos o sistema hidráulico e a tomada de potência. Durante algum tempo a potência é aumentada para enfrentar esta sobrecarga e manter a quali-dade do trabalho.

TRANSMISSÃOA transmissão é do tipo hidrostático, deno-

minada pelo fabricante de Full Powershift Ultra

Page 27: Maquinas 117

Abril 2012 • www.revistacultivar.com.br 27

Fotos Charles Echer

O posto do operador possui diversas regulagens para aumentar o conforto. A coluna da direçãoé bastante limpa e tem várias regulagens para se adaptar a qualquer tipo de operador

A cabine do New Holland T8 recebeu três prêmios internacionais, que valorizam inovação e design

As principais funções do sistema hidráulico também podem ser acessadas no para-lamas

Command, com 18 marchas à frente e quatro à ré, sem a necessidade de uso de embreagem para as trocas.

Para a inversão de sentido, colocação em posição neutra ou de estacionamento, ao lado esquerdo do volante, uma pequena alavanca, sensível e de fácil acionamento que pode ser utilizada sem a retirada da mão do volante.

O modo automático Autoshift faz com que o sistema otimize a relação entre rotação do motor e marcha, quando se deseja manter uma velocidade de deslocamento. Neste modo de trabalho o operador define a velocidade que

deseja, coloca em automático e a transmissão fará a alteração da velocidade e da marcha auto-maticamente. Na área em que testamos o trator, este modo não estava sendo utilizado em função da falta de uniformidade do terreno.

O monitor de funções, chamado Intelliview III. O Intelliview III informa ao operador, em diferentes telas, sobre as condições da operação, como velocidade, patinamento, marcha, rotação do motor etc. Ao perguntar aos operadores da Usina se eles encontravam alguma dificuldade em operar um trator com tantas informações disponíveis, nos responderam que basta um pequeno conhecimento de informática, que

todos eles têm. O modelo que testamos não estava equi-

pado com rodado duplo, para adaptar-se à máquina de plantio que estava acoplada, porém, o fabricante informou que o kit de rodado duplo pode ser ofertado em outras configurações. Os pneus que equipavam o trator testado, versão de rodado simples, eram da medida 600/60-30.5 na dianteira e 850/60-38 no eixo traseiro. Sobre o peso de fábrica deste trator, estavam acrescidos 12 placas de 40kg cada sobre o su-porte dianteiro e dois discos de 91kg em cada roda traseira, mais 75% do volume interno do pneu com água. O eixo traseiro é extensível,

Page 28: Maquinas 117

Abril 2012 • www.revistacultivar.com.br28

Fotos Charles Echer

Detalhe da antena receptora de sinal GPS

Utilizado no plantio da cana, o T8 testado estava com lastragem metálica na frente e com água na traseira

proporcionando múltiplas variações de bitola, quando for necessário adaptar-se a diferentes máquinas e espaçamento de culturas.

SISTEMA HIDRÁULICO E TOMADA DE POTÊNCIAO sistema hidráulico em um trator como

este e em uma função específica como é o plantio de cana, depende muito do conjunto de mecanismos de controle remoto. Neste trator são quatro válvulas, colocadas na parte

traseira. O sistema tem uma bomba com vazão de 225 litros por minuto e o comando delas, de dentro da cabine, pode ser identificado por diferentes cores e a sequência de uso podendo ser programada pelo painel interno. No caso em que usamos, havia que levantar a máquina e acionar os flaps da plantadora.

Como se trabalha com uma alta exigência de potência hidráulica há um sistema de con-trole, que os mecânicos chamam de “linha de sinal”, que controlará a vazão e a pressão ao ponto que mais necessita, impedindo déficit de pressão e sobrecarga ao motor. O próprio siste-ma compensa esta exigência momentânea.

Neste trator que testamos a Usina não utili-za o sistema hidráulico de três pontos, tendo-se retirado os dois braços inferiores, porém, este modelo dispõe de um controle de acionamento interno na cabine e outro externo no para-lamas traseiro direito, que também pode ser utilizado para a conexão da tomada de potência.

A Tomada de Potência (TDP) neste modelo é de rotação padronizada de 1.000rpm, com

eixo ranhurado de 21 estrias, colocada na parte traseira do trator, com uma boa cobertura tipo escudo para prevenir acidentes.

ERGONOMIA E SEGURANÇAQuanto à ergonomia, encontramos uma

cabine bastante espaçosa, bem vedada ao ruído externo, com comandos adequada-mente distribuídos para uma pessoa destra. No lado direito há um bom console lateral, chamado de Sidewinder II, onde, além de um apoio ao braço, estão aqueles comandos de uso frequente, que na operação em que estávamos testando o trator, eram aciona-dos juntamente com algumas funções do monitor digital.

Como estávamos utilizando o piloto automático, durante o trabalho somente nos restava controlar grandes variações de desnível do terreno, pelo sistema de controle remoto do sistema hidráulico. Ao final da linha e antes das manobras havia que interromper a função “pintar”, que corresponde à formação do mapa

O teste foi realizado na Fazenda Colonial, no município de Panorama, interior de São Paulo, com apoio da concessionária Ottoboni e da Usina Caeté

Page 29: Maquinas 117

Abril 2012 • www.revistacultivar.com.br 29

EquIpE E loCAl do tEStE

Para o teste fomos apoiados pelo pes-soal da Concessionária Ottoboni, que

comercializa a marca New Holland para a região do município de Dracena (SP). O gerente Sérgio Morais Viana e o mecânico Alex estiveram sempre a nossa disposição, auxiliando-nos para este teste que foi um dos mais complexos que fizemos, tanto pela enorme estrutura mobi-lizada, como pela anterior preparação que foi proporcionada pelo pessoal da Usina.

A concessionária Ottoboni Máquina Agrí-colas foi fundada pelo senhor João Ottoboni há 37 anos e, atualmente, além da matriz que fica em Dracena (SP) tem mais três filiais, uma

nas cidades de Osvaldo Cruz e Presidente Prudente em São Paulo e em Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul.

A concessionária possui todos os equi-pamentos necessários para manutenção dos novos tratores com injeção eletrônica, inclusive os das séries importadas. No caso destes tra-tores da série T8 a revisão das 900 horas prevê a troca de todos os óleos e filtros e é feita na própria fazenda e para a revisão das 1.500 ho-ras a previsão é que seja feita na revenda. Para atender os clientes, a concessionária possui amplo estoque de peças e todos os técnicos são treinados na fábrica da New Holland.

Seis degraus antiderrapantes proporcionam acesso à cabine de comando

de trabalho, levantar a máquina, girar o volante e desacelerar o trator, colocando-o de lado para que o comboio de abastecimento de cana semente pudesse carregar o cesto da máquina. Em seguida, somente aproximando a máquina da linha e entregando novamente o comando ao piloto automático, retomava-se o trabalho. Pelos recursos da máquina a função de operar se resumia a estes cuidados e nas manobras de cabeceira. O piloto automático utiliza sistemas de correção DGPS e RTK e mostrou-se bas-tante preciso durante os trabalhos de campo e conforme os operadores, o sinal dos satélites não costuma instabilizar-se durante o dia, na região, proporcionando o trabalho durante toda a jornada.

Para a manutenção, verificamos que além da ampla abertura do capô dianteiro, que proporciona acesso aos principais pon-tos, outros pontos de manutenção como filtros, estão bem acessíveis nas laterais do trator, o que facilita o trabalho da equipe, que nesta usina faz o trabalho durante a noite.

Conversando com os operadores du-rante o teste e com os gerentes e chefes de equipes vimos uma grande satisfação com o trabalho deste modelo, que já está sendo utilizado desde o início do ano, há aproximadamente 600 horas. As maiores vantagens que nos relataram é que houve a substituição de modelos de trator com 180cv por este de 265cv. No entanto, o consumo de combustível em volume se manteve e se formos considerar por área, inclusive, houve redução significativa. Ou-tra vantagem que entusiasmava o pessoal é que com esta maior potência, o trabalho de sulcamento a maiores profundidades foi possível ser feito e inclusive uniformizado.

Antes, a profundidade de colocação da cana e do fertilizante variava muito, inclusive às vezes muito material ficava na superfície. Atualmente se nota que este problema foi minimizado, pois a operação de “retampa”, como é denominada a tarefa manual de providenciar a cobertura dos toletes, foi mi-

nimizada, resultando em valor de qualidade. Também a questão importante do conforto dos operadores foi ressaltada diversas vezes pelo pessoal de campo. .M

José Fernando Schlosser,Nema/UFSM

Page 30: Maquinas 117

SEMEAdorAS

Abril 2012 • www.revistacultivar.com.br30

Sob medida Dentre as máquinas agrícolas util izadas na agricultura, a semeadora-adubadora é

uma das que sofreu maiores alterações, tendo em vista sua grande importância no sistema de produção agrícola, pois a realização, com qualidade, da operação de semeadura é um fator primordial para o sucesso da produção.

Nos preparos conservacionistas, entre eles o sistema semeadura direta (SSD), sua importância aumenta, visto que as condições do solo e da cobertura geral-mente não são favoráveis a deposições das sementes, como às verificadas nos preparos com mobilização.

A semeadura direta só foi difundida e possibilitada através da geração e aprimo-ramento de tecnologias que garantiram o desenvolvimento das semeadoras-adubadoras hábeis a exercer sua função, de modo a garantir um estabelecimento adequado das culturas com o mínimo de revolvimento do solo.

Um dos fatores que contribuem para o sucesso da semeadura direta é a seleção e utilização correta, sendo que a escolha adequada resulta do ajuste do plane-jamento da produção da propriedade, obtendo-se a máxima eficiência operacio-nal, aumentando a capacidade efetiva de trabalho e reduzindo custos.

Os usuários de semeadoras-aduba-doras de precisão ou de fluxo contínuo se defrontam com uma série de decisões relacionadas no momento da seleção e a aquisição, visando a melhor eficiência desses implementos. Uma das formas de realizar essa escolha é a busca de infor-mações sobre o produto, pois em uma atividade econômica a disponibilidade de informações é essencial, já que esta deve possibilitar a comparação entre os modelos, sendo o catálogo técnico um dos principais meios de divulgação.

Apesar disso, os dados técnicos referentes a estes equipamentos são insuficientes e heterogêneos entre os fabricantes e modelos, tanto na forma quantitativa quanto qualitativa, em vir-tude da não obrigatoriedade dos ensaios oficiais no Brasil, ficando a responsabi-lidade do fabricante pela apresentação destes dados.

Contudo, como as semeadoras-adubadoras são providas de diversas características relevantes, de forma que sua avaliação conjunta é complexa e demorada, faz-se necessário um meio de torná-la mais fácil e precisa.

Uma ferramenta que possibilita esta avaliação é o índice de adequação, que embora seja muito utilizado na economia,

Sob medidaSaber o índice de adequação de semeadoras-

adubadoras de precisão na hora de definir a compra é fundamental. Com este dado na mão é possível

adquirir um equipamento bem dimensionado de acordo com o trator que o produtor tem na propriedade

Saber o índice de adequação de semeadoras-adubadoras de precisão na hora de definir a compra

é fundamental. Com este dado na mão é possível adquirir um equipamento bem dimensionado de acordo

com o trator que o produtor tem na propriedade

Cha

rles

Ech

er

Page 31: Maquinas 117

New Holland

visando medir as variações de preços, pode vir a ser empregado nas ciências exatas. É uma medida estatística que possibilita a comparação de um grupo de variáveis relacionadas entre si de forma

simples e resumida, mantendo a repre-sentação original das informações. Em outras palavras, é um método destinado à coleta, organização, resumo, apresen-tação e análise de dados e observações,

bem como a tomada de decisões baseadas em tais análises. Desta forma, esse índice pode ser aplicado para a comparação e avaliação entre características relaciona-das das máquinas agrícolas, neste caso,

Uma das principais dúvidas dos produtores na hora de adquirir uma semeadora-adubadora é em relação ao número de linhas. Mas elas são providas de diversas características relevantes, de forma que sua avaliação conjunta é complexa e demorada

Page 32: Maquinas 117

Abril 2012 • www.revistacultivar.com.br32

semeadoras-adubadoras de precisão.Expressa-se o índice de forma numé-

rica e individualmente a cada modelo, de forma que quanto menor for este valor, menor será a capacidade operacional da semeadora, ou seja, menor será a área trabalhada em um determinado espaço de tempo. Em contrapartida, quanto maior for este indicador maior será a sua capacidade operacional.

Neste contexto, buscou-se avaliar as informações contidas nos catálogos e na busca direta com os fabricantes de semeadoras-adubadoras de precisão do mercado nacional, criar um banco de dados e desenvolver um índice de classificação dos modelos de acordo com as suas características dimensionais e ponderais.

Ao total, avaliaram-se as informações

Tabela 1 - Resultados das informações e parâmetros analisados

Mínimo1

19,0042,00196,000,900,90

013,244,550,290,120,1810,9071,04

6

Máximo30

1700,006400,0022050,00

13,3214,801430

250,0425,7426,1518,291,11

130,52938,00

11

Média10

439,811539,426187,29

4,345,12

358,2593,279,736,804,420,6160,92565,39

7

ParâmetrosNúmero de linhas

Capacidade do depósito de semente (kg)Capacidade do depósito de fertilizante (kg)

Peso total (kg)Largura de trabalho (m)

Largura total (m)Amplitude de espaçamento (mm)

Potência requerida total (kW)Potência requerida por unidade de semeadura (kW)

Autonomia de sementes (ha)Autonomia de fertilizante (ha)

Relação autonomia fertilizante/sementeRelação peso potência (kg/kW)

Relação peso por linha (kg)Recomendações de culturas

to, representada pela diferença entre o espaçamento máximo e mínimo, a auto-nomia de sementes e fertilizantes e sua relação, relação peso/potência, potência requerida por unidade de semeadura, a relação peso/linha, e juntamente com o número de linhas, totaliza-se oito parâ-metros, possibilitando estimar o índice de adequação. Os resultados máximos, mínimos e a média das informações e parâmetros avaliados são apresentados na Tabela 1.

Na avaliação das informações des-

CoMo CAlCulAr o ÍNdICE dE AdEquAção

Este foi determinado pelo somatório das relações de cada parâmetro selecionado e seu valor médio, conforme a fórmula abaixo.

Onde:IA = Índice de adequaçãon = Número de variáveis avaliadasy1 = Amplitude de espaçamento (mm)y2 = Autonomia de fertilizante (ha)y3 = Autonomia de sementes (ha)y4 = Relação autonomia fertilizante/sementey5 = Número de linhasy6 = Potência requerida por unidade de semeadura (kW)y7 = Relação peso/potência (kg/kW)y8 = Recomendação de culturas 1 = Média da amplitude de espaçamento (mm) 2 = Média da autonomia de fertilizante (ha) 3 = Média da autonomia de sementes (ha) 4 = Média da relação autonomia fertilizante/semente 5 = Média do número de linhas 6 = Média da potência requerida por unidade de semeadura (kW) 7 = Média da relação peso/potência (kg/kW) 8 = Média da recomendação de culturas

IA= X ( + + + + + + + )g1 g2 g3 g4 g5 g6 g7 g8

c1 c2 c3 c4 c5 c6 c7 c8

técnicas de 18 marcas, contabilizando 558 modelos, destinados para as peque-nas e grandes propriedades rurais. Estas foram separadas por marca e diferencia-das pelas características avaliadas, sendo estas o número de linhas, capacidade dos depósitos de sementes e fertilizantes, peso total, largura de trabalho e total, espaçamento máximo e mínimo, potên-cia requerida total e recomendações de culturas.

Com posse dessas informações, obteve-se a amplitude de espaçamen-

Cha

rles

Ech

er

Page 33: Maquinas 117
Page 34: Maquinas 117

Abril 2012 • www.revistacultivar.com.br34

Figura 1 - Índice de adequação conforme o número de linhas

taca-se a grande variação nas caracte-rísticas quantitativas das semeadoras-adubadoras que estão disponíveis aos agricultores, possibilitando a semeadura de áreas pequenas, médias e grandes. Este resultados mostram uma variação do número de linhas de 1 a 30, capacidade do depósito de sementes de 19 à 1700 kg, capacidade do depósito de fertilizante de 42 à 6400 kg e potência requerida total de 13,24 (18 cv) à 250,04 kW (339,96 cv) e entre outros.

Tais diferenças devem ser conside-radas, pois devido a agricultura ser um setor altamente influenciado por caracte-rísticas externas, deve-se aliar qualidade

com rendimento operacional. Por conse-qüência, este é interferido por diferentes características da máquina, entre elas as capacidades de semente e fertilizante, prontamente influenciadores da auto-nomia destes insumos, desde que bem dimensionados podem diminuir o custo de produção devido a redução do número de paradas para abastecimentos.

A Figura 1 ilustra a distribuição dos modelos avaliados, representados por pontos, em função do número de linhas e o seu índice de adequação.

Nota-se em alguns casos, que com o aumento do número de linhas a tendên-cia é que ocorra um aumento do valor do

índice de adequação. Em contra partida, observa-se que a afirmação acima não confirma-se evidenciando a importância dos demais parâmetros considerados na construção da fórmula. Por exemplo, em semeadoras de 8 linhas o índice apresen-tou uma diferença entre o maior valor e o menor de 150%, correspondendo a 1,36 e 0,54 respectivamente. Isso acontece em virtude de que com o aumento do número de linhas os outros atributos analisados, como por exemplo a capaci-dades de sementes e fertilizantes, podem não acompanhar proporcionalmente esse acréscimo, reduzindo o número do índice e conseqüentemente a capacidade operacional.

Tal fato comprova a necessidade de uma avaliação criteriosa de todos os pa-râmetros, e não somente do número de linhas, no momento da seleção, já que cada item influência de forma signifi-cativa a quantidade (ha/h) e qualidade das operações. Portanto, na escolha do modelo adequado deve-se considerar as características e necessidades específicas de cada propriedade de acordo com as áreas e as atividades realizadas.

Ravel Feron DagiosUniscMauro Fernando P. FerreiraFaem/UFPelAirton dos Santos AlonçoTiago Rodrigo Francetto Laserg/UFSM

.M

Cha

rles

Ech

er

Page 35: Maquinas 117
Page 36: Maquinas 117

fIChA téCNICA

Abril 2012 • www.revistacultivar.com.br36

Foto

s Va

ltra

Série SA Valtra amplia suas tradicionais linhas de tratores pesados e anuncia a entrada da marca em uma nova

faixa de potência, destacando a Transmissão AVT e os vários itens de tecnologia embarcada nos tratores da

Série S, com potências de 320cv e 370cv

A Valtra lançou recentemente dois novos modelos para ampliar o seu portfólio de tratores: S293 (320cv) e

S353 (370cv). A filosofia da Série S é proporcio-nar maior rendimento, versatilidade e conforto sem deixar de lado nenhuma característica própria de tratores de alta potência e especifica-ção. Esta série inova com design arrojado, capô basculante que oferece melhor acesso para as manutenções periódicas e a cor do trator com requintes automobilístico e inovador são as características que chamam a atenção. Além do

A cabine é espaçosa e possui o apoio de braço multifuncional, o Armrest, que inclui controles para a transmissão, sistema hidráulico e da velocidade do trator

visual e do conforto operacional, a linha possui transmissão AVT, que proporciona menor perda de potência com uma condução melhor durante a operação.

A Série S possui maior distância entre eixos, fator que resulta em uma excelente capacidade de tração, tanto em preparo de solo, plantio e em outros trabalhos pesados.

A cabine tem mais espaço que os outros modelos, o que proporciona maior visibilidade em todas as direções combinando com uma ergonomia bem pensada dos comandos princi-

pais. O apoio de braço do assento, denominado armrest, oferece possibilidade de controle da ro-tação do motor e programações da transmissão, além do sistema hidráulico.

TRANSMISSÃOA Série S está equipada com transmissão

AVT (AGCO Variable Transmission), diferente das tecnologias de mudanças de marchas au-tomáticas conhecidas atualmente no mercado, pois não há escalonamento de velocidades. Por ser uma transmissão que varia constantemente, está sempre buscando uma combinação dos fatores rendimento da máquina, versatilidade, eficiência e baixo consumo de combustível.

Localizada ao lado direito do volante, em uma única alavanca, está localizada a reversão (frente e ré), freio de estacionamento e a posi-ção neutra da transmissão, o que facilita nas manobras.

A Série S possui quatro modos de operação e ao selecionar o modo de funcionamento ade-quado para o seu trabalho, você pode otimizar a eficiência do combustível, a produtividade e conforto na operação. O pedal permite que você controle tanto a velocidade quanto a rotação do motor.

MODOS DE OPERAÇÃOOs tratores S293 e S353 possui quatro

diferentes modos de operação. No modo Automático, o trator trabalha usando a con-figuração padrão quando liga-se o motor. O princípio de funcionamento é simples: modo automático utiliza a relação de transmissão mais alta possível para otimizar a economia de combustível. Por exemplo, ao puxar uma carga em terrenos difíceis a transmissão ajusta a taxa (velocidade do motor) para manter uma velocidade constante no solo.

Page 37: Maquinas 117

Abril 2012 • www.revistacultivar.com.br 37

Outro modo é o Automático usando a Tomada de Potência, onde a transmissão dimi-nui a velocidade de condução quando a carga excede a força disponível, mantendo constate a rotação da TDP.

O terceiro modo é o Semiautomático, bas-tante útil quando o operador quer controlar a rotação do motor, mantendo a velocidade de deslocamento constante. Já no modo Manual a relação de transmissão é controlada apenas pela alavanca da transmissão AVT. Nesta configu-ração, a transmissão automática não é usada, ficando a critério do operador do controle da velocidade de deslocamento.

Além desses modos, o câmbio AVT possui dois grupos de trabalho: A e B. O grupo A é recomendado para situações pesadas de tra-balho, com velocidades de deslocamento que variam de 0,03km/h até 28km/h, sendo que em ré, pode-se atingir 16km/h. O grupo B é reco-mendado para transportes em geral, variando a velocidade de 0,03km/h até 42km/h, onde na marcha ré se atinge 38km/h.

MOTORIZAÇÃOA Série S vem equipada com a nova geração

de motores AGCO Sisu Power 84 WI - 4V, que

tem como principal característica a economia de combustível. O sistema de gerenciamento inteligente do motor ajusta automaticamente a melhor performance para garantir a eficiência do combustível ideal em todas as condições. Este motor foi projetado para operações agríco-las, por isso a sua aplicação proporciona à Série S robustez, alta durabilidade e desempenho, além do alto torque em baixas rotações, mantendo uma característica já conhecida dos tratores Valtra. Esses motores possuem também o apoio intermediário das camisas úmidas e removíveis. Nesse sistema, as camisas do cilindro possuem acabamento interno em Plateu Honing, com característica de baixo desgaste e consumo de óleo. A cavitação e vibração são reduzidas, pois este sistema traz uma maior estabilidade e rigidez no movimento dos pistões. As nervuras no bloco do motor são estruturais que também garantem maior resistência, sem a necessidade de aumentar a massa do bloco do motor.

CABINEA Serie S dispõe de uma cabine espaçosa,

que oferece excelente visibilidade e conforto. Os principais controles da cabine estão ergo-nomicamente localizados no apoio de braço do operador no multifuncional Armrest, que inclui controles para a transmissão, sistema hidráulico e da velocidade do trator, bem como

implementar funções. Isto aumenta a produti-vidade e segurança.

A cabine dispõe de um sistema de suspen-são pneumática, chamado de AutoComfort pela Valtra, que utiliza a tecnologia mais recente de sensores que transmitem informações para o sistema de controle, a fim de garantir que a cabine fique sempre na posição correta e ainda permite ao operador ajustar a suspensão de acordo com sua preferência, ou seja, mais suave ou mais rígida durante o trabalho. Isso proporciona uma condução mais segura e suave às oscilações do campo, isolando as vibrações para o operador.

Um item que chama a atenção na cabine é o assento Valtra Evolution, que vem equipado com climatização ativa, que favorece na trans-piração do corpo, por possuir um sistema que retira a umidade do assento, onde o ar fresco e seco atravessa a capa de ventilação e retirando a umidade e mantendo uma condição mais cômoda de trabalho. O operador permanece sentado da maneira mais cômoda com toda a superfície do seu corpo apoiada no assento. Os sensores e dispositivos eletrônicos são utilizados para ajustar o peso do operado garantindo uma operação mais saudável durante o trabalho. Além disso, o assento possui suspensão lateral que diminui notavelmente as vibrações a fim de proteger a coluna, e amortecedor adicional para um maior conforto e função de memória para o ajuste de altura. A cabine possui ainda compartimento refrigerado e assento do instru-tor rebatível com cinto de segurança.

Page 38: Maquinas 117

Abril 2012 • www.revistacultivar.com.br38

SISTEMA HIDRÁULICOO sistema hidráulico é especificado, com

controle de válvulas eletrônico e capacidade de levante de 12 toneladas. A bomba possui 200 litros por minutos e pressão de 200bar. O sistema chamado de Easy-to-use, possibilita rapidez e precisão, onde todos os acionamentos e ajustes estão no armrest (apoio de braço) ou no painel lateral. Após uma programação inicial de sensibilidade, profundidade, altura e velocidade do sistema de levante, o operador pode abaixar e levantar o implemento nas manobras de ca-beceira acionando somente um botão, isso evita que o operador fique virando para fazer essas operações. Somente uma pessoa pode fazer o acoplamento dos implementos, pois os coman-dos de levante do sistema de três pontos estão localizados também no para-lama traseiro.

CONTROLE REMOTOA Série S conta com um sistema de con-

trole remoto de circuito fechado, utilizando bomba de vazão variável (bomba de pistão) e válvula load-sensing, que permite o melhor aproveitamento e vida útil do sistema, uma vez que otimiza o fluxo de óleo que é levado para o controle remoto, onde é possível utilizar somente o óleo necessário para operação, além de ser pré-regulado, o que garante uma eco-nomia no consumo de combustível. Ele pode ser configurado com quatro ou seis válvulas de controle eletrônico, com duas delas controladas por joystick e as demais por botões.

EIXO DIANTEIROO eixo dianteiro do Série S conta com um

sistema de suspensão hidropneumática com

A série S possui design moderno, alinhado com a identidade global da marca

A Série S está com dois novos modelos: S293 (320cv) e S353 (370cv),ambos com transmissão ATV (AGCO Variable Transmission)

controle semiativo de absorção de impactos, onde a eficiência de tração do trator é aumen-tada, proporcionando um maior rendimento nas operações. O número de voltas do volante pode ser ajustado através do Quicksteer, o que facilita na manobras de cabeceiras com um mínimo esforço do operador, o que é revertido para direção normal tão logo a velocidade do trator seja superior a 20km/h.

TDPSão três as velocidades disponíveis da to-

mada de potência, 540rpm, Eco e 1.000rpm. O engrenamento eletrônico garante proteção tanto para o trator como para o implemento. Os botões de seleção de velocidades estão loca-lizados no painel da coluna da cabine. É fácil de operar e proporciona maior conforto opera-cional, menos paradas em manobras, aumento de produtividade e economia nas aplicações e de consumo do motor.

Para operações que não requerem maiores esforços, a TDP Eco pode ser selecionada. A velocidade nominal é alcançada a uma rotação do motor menor, cerca de 1.600rpm, isso resulta em baixo consumo de combustível e menor nível de ruído.

DESIGN E CORO design e a cor preta metálica impressio-

nam quando os tratores da Série S são vistos pela primeira vez. Este novo design está ali-nhado com a identidade global da Valtra para tratores de alta potência. Além do visual, esse conceito oferece maior visibilidade de operação e o capô basculante facilita as manutenções pe-riódicas, já que conta também com um sistema

basculante nos radiadores, onde ao levantar o capô do motor, também pode-se levantar os radiadores dianteiros através de articulações que facilitam a limpeza entre eles.

AGRICULTURA DE PRECISÃOO piloto automático para agricultura de

precisão, o Auto Guide 150, é um sistema de navegação por satélite que emprega a recente tecnologia GPS para guiar o trator e implemen-to de forma mais rápida e precisa. Isto é muito importante pois garante uma operação mais precisa, inclusive em trabalhos noturnos.

O sistema dirige o trator automaticamente evitando a sobreposição e também que áreas fiquem não trabalhadas. O sistema de piloto permite ao condutor concentrar somente na operação, não se preocupando com o direcio-namento da máquina.

O sistema de comunicação Isobus (ISO 11783) permite a comunicação de dados entre o trator e implemento. O protocolo Isobus torna mais fácil para controlar implementos modernos, especialmente aqueles com muitos recursos e um elevado nível de automação.

O sistema U-Pilot é um sistema de gestão de manobras, automatiza todo o trabalho durante a manobra de cabeceira, tanto na entrada como na saída da linha. Este sistema reduz significativamente a quantidade de trabalho repetitivo durante as manobras, aumentando a produtividade e reduzindo o desgaste do operador, além de reduzir o risco de erro humano.

TELEMETRIAA Série S é equipada com o sistema de

telemetria AGCOMMand, sistema de moni-toramento e gerenciamento de máquinas, que permite a gravação de dados, monitorando a localização do trator, funcionamento e efi-ciência. Tratores equipados AGCOMMand podem ser monitorados através da internet, por exemplo, pelo proprietário do trator e por seu concessionário Valtra. .M

Fotos Valtra

Page 39: Maquinas 117
Page 40: Maquinas 117

pNEuS

Abril 2012 • www.revistacultivar.com.br40

A busca por maior produtividade agro-pecuária com custos de produção reduzidos é uma realidade entre os

especialistas rurais. Podemos dizer, ainda, que passou a ser uma necessidade para os produ-tores sobreviverem no mundo competitivo dos negócios e atender às expectativas mundiais de segurança alimentar. As tecnologias de semen-tes e sistemas de cultivo têm cooperado muito para que a agricultura avance, mas não são suficientes quando os processos de manejo não colaboram para se atingir o melhor potencial das cultivares disponíveis no mercado.

Eis, então, um dilema no qual o agricultor moderno se encontra: de um lado, a meca-nização aumenta o tráfego de máquinas na lavoura, uma mudança irreversível no dia a dia do trabalho do campo; de outro, a preocupação com as boas práticas para diminuir o pisoteio da terra decorrente deste trânsito de tratores, colhedoras, plantadoras e tantos outros ma-quinários.

Nesse contexto é importante responder as perguntas “o que é a compactação do solo? Quais as causas e o papel do pneu nesse processo?”. De acordo com especialista, a compactação nada mais é do que o resultado da pressão imposta a uma área de piso que, por ser permeável e conter ar e água, reduz seu volume e sua porosidade, adensando o material sólido que o compõe. Em um solo compactado, a planta não tem desenvolvimento radicular satisfatório, resultando em baixa produtividade. Também não possui o que chamamos de “ar do solo”, microambiente propício ao desenvol-vimento da planta e de organismos favoráveis ao seu crescimento, como as minhocas. Além

do simples fato de inibir a disponibilidade de água, reduzir a absorção de micronutrientes, aumentar a erosão e a potência necessária dos equipamentos para o preparo do solo.

Inúmeras condições influenciam a ocor-rência de compactação nas lavouras em geral, dentre elas o tipo de solo, sua porosidade inicial, sua umidade, a velocidade imposta ao maqui-nário, a dimensão da pressão do pneu sobre o solo e o grau de sua deformação.

Falando especificamente dos pneus, a atenção se volta para questões importantes de serem observadas. No caso da pressão sobre o solo, contribuem o peso do veículo, o tamanho do pneu, a pressão interna usada para inflá-lo e sua área de contato com o piso.

Pensando nisso, a primeira coisa que o produtor rural tem de fazer é ajustar a relação peso/potência do trator, sempre usando uma máquina que proporcione a melhor relação disponível – ou ajustando o equipamento utilizado para que se ache um meio-termo adequado –, e buscar lastragem apropriada a cada trabalho realizado. Isso

porque a força de tração que um pneu pode exercer no solo é proporcional ao peso que ele carrega. Portanto, quanto maior a carga, maior sua força de tração. Além disso, a carga deve sempre respeitar a relação pressão de ar interna x peso incidente por pneu, sendo que cada carga incidente possui uma pressão de ar interna correspondente nor-matizada por tabelas da Alapa (Associação Latino-Americana de Pneus e Aros) - veja exemplos na Tabela 1.

A questão é que os pneus normalmente utilizados nos tratores e colhedoras comercia-lizados no Brasil são em sua maioria diagonais e possuem a parte lateral rígida, impedindo que ele se molde de acordo com as irregularidades do terreno, reduzindo sua área de contato e aumentando a pressão na superfície do solo. Esse é um dos motivos que as premissas para desenvolvimento dos pneus agrícolas devem considerar o piso pelo qual rodará, a deformação que sua ação causará, a movimentação da terra no contato do pneu com o solo e a deformação que ele terá como reação ao movimento de

Contato delicadoA compactação do solo é influenciada pela relação peso/potência do trator, largura do pneu, velocidade de deslocamento e tipo de solo. Estes fatores, se

bem dimensionados, ajudam a diminuir os efeitos do terreno

Figura 1 - Movimentação da terra no contato do pneu com o solo e a deformação ocasionada pela reação

Contato delicadoA compactação do solo é influenciada pela relação peso/potência do trator, largura do pneu, velocidade de deslocamento e tipo de solo. Estes fatores, se

bem dimensionados, ajudam a diminuir os efeitos do terreno

Giro

Sentido

Deslocamento

Força

Page 41: Maquinas 117

lhar o solo não deve ser excessiva – e adicionar peso ao trator a fim de obter uma boa relação peso x potência. O processo, conhecido como lastro, utiliza pesos de metal colocados nas rodas (lastro sólido). Quando não for possível esse método, o lastro líquido produz o mesmo efeito. Neste caso, usa-se água em substituição de parte do volume de ar dos pneus, sendo permitida a adição de aditivos anticongelantes em locais onde as temperaturas externas são muito baixas.

DICAS PARA MINIMIZAR A COMPACTAÇÃOAlguns conselhos práticos são importantes

Valtra

Tabela 1 - Resultados das informações e parâmetros analisados

Carga por pneu (kg)6.3105.150690

1.5405.7606.5506.6507.5008.1502.500

AplicaçãoTrator de tração simples e assistida, colhedora e pulverizador

Colhedora e implementoTrator de tração simples, colhedora e implementoTrator de tração simples, colhedora e implemento

Trator de tração simples e assistida, graneleira e implemento

Trator de tração simples e assistida, graneleira e implemento

Trator de tração simples e assistida, colhedora e pulverizador

Pressão kPa (lb/pol²)46403632263226323624

Dimensão650/75R32

600/50-22.56.50-16

11.00-1623.1-30

24.5-32

18.4R26

Fonte: Alapa. Mais informações no site www.alapa.com.br

Modelo de procedimentos para lastragem líquida dos pneus

Arrasto**25%75%35%65%

Eixo dotrator

DianteiroTraseiro

DianteiroTraseiro

Semimontado**30%70%35%65%

Modelo do trator

4x2

4x2 – MFWD4x4

* Recomenda-se consultar o fabricante do equipamento** Porcentagem referente ao peso total do trator

Montado3º ponto**

35%65%40%60%

Distribuição de peso médio*Equipamento

trabalho, como é possível verificar na Figura 1. Tudo está intrinsecamente ligado à compacta-ção do solo.

No que se refere à deformação do pneu é preciso considerar características como potência do motor e configuração do trator (4x2 ou 4x2 TDA), além da patinagem.

Em um ensaio desenvolvido por técnicos foram tomadas quatro medidas e configurações de pneus equivalentes, montadas no mesmo trator, e suas influências quanto à pressão sobre o solo, conforme quadro:

É possível perceber que, mantendo a carga inicial, a montagem dupla e a com pneu de alta flutuação foram as que menos exerceram pressão sobre o solo, com benefícios diretos

para o agricultor. Do ponto de vista prático, se quisermos re-

almente saber a compactação de uma determi-nada área, será preciso passar por um processo trabalhoso e demorado, pois é necessário pessoal competente e especializado para fazer ensaios de índice de cone (resistência do solo à penetra-ção de um cone metálico normatizado, ponto a ponto, à velocidade constante), abertura de trincheiras, estudos de solos em laboratório, en-tre outros, e isso não está disponível facilmente em todas as propriedades.

Na Figura 2, é possível verificar onde e como ocorre a compactação. As áreas em vermelho mostram pontos em que o subsolo sofreu esmagamento e consequente compac-tação e as em amarelo mostram um impacto menor da pressão sob o solo. O fato é que sem-pre ocorrerá algum impacto, por isso as boas práticas sempre contribuirão para diminuir o dano ao solo.

LASTRAÇÃO E COMPACTAÇÃOUma das formas para reduzir o dano do

solo pela compactação é assegurar a tração e reduzir a patinagem – necessária para traba-

Page 42: Maquinas 117

Abril 2012 • www.revistacultivar.com.br42

pASSoS pArA rEAlIzAr lAStrAgEM lÍquIdA doS pNEuS

Obedeça aos procedimentos recomen-dados para montagem do pneu no aro

e no trator (Alapa).• A operação de lastramento com água

deve ser feita com a roda montada no trator e levantada do solo.

• Para pneus diagonais, gire a roda até que a válvula fique na posição superior de 12 horas.

• Retire o núcleo da válvula.• Encha o pneu com água utilizando uma

mangueira comum acoplada a um adaptador próprio para este fim.

• Quando o enchimento atingir o nível da válvula (75% do pneu) iniciará um vaza-

mento do excedente pelo adaptador. Pare a operação de enchimento e recoloque o núcleo da válvula.

• Infle o pneu com uma ou duas libras acima da pressão recomendada para a operação, com a válvula ainda na posição superior.

• Gire a roda até que a válvula fique na posição inferior de seis horas e recoloque-a no solo.

• Calibre o pneu à pressão recomendada.• Em pneus radiais, utilizar lastros somente

em casos especiais e com recomendação do fabricante. Neste caso, preencher com até 40% do volume do pneu.

Duplos 16.9R382.3703.376

2.370/3.376 = 0,70

Simples 16.9R382.3701.688

2.370/1688 = 1,42

Extralargo 600/55-382.3702.176

2.370/2.176 = 1,09

Carga (kg)Área Foot Print (cm)Pressão de contato

Terra Tire 66x43-252.3703.239

2.370/3.239 = 0,73

para minimizar a compactação do solo causada pelo tráfego de tratores, conforme veremos a seguir.

Utilize preferencialmente implementos múltiplos, que realizam diversas operações com uma só passada. Este é o princípio básico do cultivo minimizado e do plantio direto. Opere na velocidade mais alta pos-sível: sempre que a velocidade do trator, trabalhando, atinge menos que 5km/h, o torque na roda aumenta e por consequência mais material do solo é movimentado e mais pisoteio na superfície ele sofre.

Evite a patinagem dos pneus fora do recomendado: trator que não patina não está trabalhando o solo, portanto, uma patinagem entre 5% e 8% é recomendada. Acima desses percentuais, há agressão à superfície do solo, além de acarretar ou-tros problemas relacionados à eficiência do conjunto.

Utilize pneu com a maior área de con-tato possível: eis um grande diferencial do

pneu de alta flutuação ou do radial extralar-go. A maior área de contato é diretamente influente na minimização da compactação

do solo, uma vez que se mantém a mesma carga incidente.

Evite trabalhar com o solo muito úmido: particularmente falando de solos argilosos, alta umidade aliada a máquinas pesadas é quase um crime ambiental, pois são susce-tíveis a um grau de compactação difícil de reverter.

Observando estas regras, além de re-alizar lastragem adequada e respeitar as proporções de peso x potência, é possível reduzir a compactação e danos ao solo.

Figura 2 - Onde e como ocorre a compactação

Leandro Pavarin,Titan

.M

Page 43: Maquinas 117
Page 44: Maquinas 117

fIChA téCNICA

Abril 2012 • www.revistacultivar.com.br44

Foto

s Jo

hn D

eere

Plantadeira JD 2100De cara nova e com mais tecnologia embarcada, a série de plantadeiras John Deere 2100 é uma opção para médias e grandes propriedades que

optam por equipamentos de alta performance

As plantadeiras 2100 da John Deere são projetadas para aplicações em médias e grandes propriedades

rurais, oferecendo modelos que vão de 13 a 30 linhas de plantio. Um dos diferenciais desta série está no chassi que suporta essas máqui-nas, de grande durabilidade, conferida por meio de estruturas rígidas e reforços laterais. A versatilidade é assegurada por meio de longa-rinas móveis que atuam no ajuste das linhas e caixas de adubo nas situações em que se faça necessária a alteração dos espaçamentos entre-linhas. Além dos modelos 2113, 2115, 2117 e

2117 – Cotton, com chassi único, a John Deere destaca os modelos com tecnologia Dual Flex, onde há a junção de dois chassis rígidos. Assim, essas máquinas de seções independentes reque-rem menor potência de tração e podem atuar a maiores velocidades, mesmo em condições de terrenos irregulares e topografias acentua-das, favorecendo a ampliação da capacidade operacional diária. Outro ponto que favorece a agilidade na execução das tarefas fica por conta do novo cabeçalho de acoplamento ao trator, com ângulo de giro de 80°, o que aumenta a eficiência operacional em até 77% na compa-ração com o modelo anterior.

CAIXA DE TRANSMISSÃO POR ENGRENAGENSA caixa de transmissão desta série dispensa

o uso de ferramentas, para manuseio e ajustes, visto que está posicionada nas partes laterais da plantadeira, o que proporciona um rápido aces-so. Com uma vasta gama de combinações de taxas de fertilizantes e sementes, essa máquina pode atender as mais variadas recomendações técnicas de plantio.

SISTEMA DE ADUBAÇÃOOs reservatórios para fertilizantes das plan-

tadeiras 2100 são fabricadas em polietileno roto moldado, com capacidades que variam de 708 L

Detalhes da turbina e do sistema de Caixa Central de Sementes (CCS)

Dosador de Fertilizantes ProMeter determina a taxa de adubo Sistema de distribuição

de sementes a vácuo

Page 45: Maquinas 117

Abril 2012 • www.revistacultivar.com.br 45

(aproximadamente 800 kg) a 885 L (em torno de 1.000 kg). O dosador de adubo ProMeter, juntamente com a combinação das engrenagens da transmissão, permite uma ampla gama de regulagens da quantidade de adubo a ser distribuído. A taxa de adubo a ser distribuída é determinada pela combinação de engrenagens na transmissão e pelo tipo de helicóide que acompanha a plantadeira.

Um suporte multisulcador existente nesta máquina é composto por um disco de corte de palha de 18” de diâmetro, o qual não é fixo, e apresenta um ângulo livre que possibilita bom desempenho mesmo em curvas mais fechadas. Esse suporte pode ser usado em combinação com qualquer tipo de sulcador, sendo indis-pensável o seu uso para o sulcador tipo haste. O sistema com braços paralelos (pantográficos) permite fácil ajuste em quatro diferentes posi-ções, mantendo o melhor ângulo de ataque ao solo. O cliente pode optar por sulcadores do tipo haste ou disco desencontrado, dependendo da demanda operacional, tipo de solo e condições de palhada.

CAIXA CENTRAL DE SEMENTES (CCS)O sistema com Caixa Central de Semen-

tes (CCS) que equipa esta série é uma forma diferenciada de manipulação e distribuição das sementes. Como o CCS fica alocado em um ponto central, sobre o chassi da máquina, isso acarreta a redução da variação da pressão sobre a linha de plantio, se comparado a uma plantadeira com sistema convencional de acon-dicionamento de sementes.

A pressão e o peso sobre a linha de plan-tio não variam durante a atividade, seja em condições de CCS cheio ou quase vazio. A capacidade total do sistema situa-se em torno de 1.135 L, que equivalem, aproximadamente, a 850 kg. Já para as plantadeiras DualFlex são utilizados dois tanques CCS com capacidade total de 2.270 litros, aproximadamente 1.700 kg de semente. Nesse sistema, as linhas de plantio ainda realizam a tarefa final de dosagem e posicionamento das sementes.

O abastecimento dos tanques é facilitado devido à sua posição central, podendo ser rea-lizado com tanques graneleiros ou embalagens

de grande volume (big-bags). Sensores de nível de sementes alertam o operador, diretamente na cabine, informando da necessidade de reabastecimento. Visualmente, os tanques translúcidos permitem diagnosticar de forma rápida a quantidade de sementes no seu interior. Já o processo de distribuição de sementes CCS ocorre por meio de uma turbina de acionamen-to hidráulico, a qual movimenta as sementes dos tanques CCS até as linhas de plantio. Esse sistema utiliza a pressão positiva do fluxo de ar (impulsor) para conduzir as sementes até as mini-caixas. O ar da turbina entra no tanque através de um bocal e pressuriza os tanques CCS. No centro da parte inferior do CCS há um tubo de Venturi responsável por conferir velocidade ao ar, criando assim um fluxo que carrega as sementes através das mangueiras até o mini-hopper, localizado na linha de semente. Quando o mini-hopper estiver cheio, o fluxo de ar é interrompido automaticamente. Desta for-ma, o fluxo somente ocorre quando as sementes forem sendo dosadas e depositadas no sulco.

Nos modelos que utilizam caixa individual de sementes a capacidade também foi aumen-tada, passando a disponibilizar 67 litros de

Roda Calibradora de Profundidade no sistema Walking System

Page 46: Maquinas 117

Abril 2012 • www.revistacultivar.com.br46

volume (cerca de 50 kg), dez litros a mais do que nos modelos anteriores.

VACUMETERO sistema VacuMeter atua succionando

e aprisionando a semente, mantendo-a indi-vidualmente na célula do disco de sementes para o melhor controle de distribuição. Esses dosadores podem ser utilizados em uma grande variedade de sementes, alterando apenas os discos de sementes e ajustando o nível de vácuo. Com esse mecanismo, o conjunto mecanizado poderá desenvolver sua atividade a maiores velocidades sem redução no nível de precisão, chegando a patamares de 12km/h em terrenos com declividade reduzida e topografia regular. Um visor em acrílico facilita a verificação do funcionamento do sistema e distribuição das sementes nos discos.

WALKING SYSTEMAs rodas calibradoras Walking System são

responsáveis pelo controle da profundidade, especialmente em condições de superfícies de solo bruto. Quando uma roda encontra torrões ou grandes quantidades de resíduos vegetais, torna-se possível remover a obstrução de for-ma independente. A roda calibradora oposta

Plantadeiras Série 2100 John Deere

2115

Arrasto

13 linhas x 50-52,5cm15 linhas x 40-45cm

Opcional

4

StandardStandard

13 - 152.830 - 3.200

1.135 - 85067 - 50

7.350

6.6608.0006.000

160 - 200

2113

Arrasto

12 linhas x 45-50cm13 linhas x 45cm

Opcional

4

StandardStandard

12 - 132.475 - 2.800

1.135 - 85067 - 50

6.500

5.8607.2006.000

140 - 160

2117

Arrasto

15 linhas x 45-50cm17 linhas x 40-45cm

Opcional

4

StandardStandard

15 - 173.158 - 3.600

1.135 - 88067 - 50

8.000

7.5608.9006.000

180 - 220

2117 Cotton

Arrasto

12 linhas x 76cm

Não

4

StandardStandard

123.540 - 4.000

1.135 - 880-

6.050

8.72010.0006.000

140 - 180

2122

DualFlex 12o - 20o

20 linhas x 50cm22 linhas x 40-45cm

Opcional

8

StandardStandard

20 - 224.240 - 4.800

2.270 - 1.700-

13.100

2 x 4.86011.400 - 11.900

7.500

240 - 280

2126

DualFlex 12o - 20o

24 linhas x 45-50cm26 linhas x 45cm

Opcional

8

StandardStandard

24 - 264.950 - 5.600

2.270 - 1.700-

14.100

2 x 5.86013.200 - 13.700

7.500

260 - 320

2126 Sem fertilizante

DualFlex 12o - 20o

24 linhas x 50cm26 linhas x 45cm

Opcional

8

NãoNão

--

2.270 - 1.700-

11.300

2 x 5.86013.200 - 13.700

7.500

180 - 200

2130

DualFlex 12o - 20o

18 linhas x 76cm26 linhas x 50cm30 linhas x 45cm

Não

8

StandardStandard

18 - 26 - 305.600 - 5.400

2.270 - 1.700-

14.950

2 x 6.66014.200 - 14.700

7.500

320 - 375

Tipo

Número de linhase espaçamentos

(de fábrica)

Tipo-hidráulico

Quantidade

Sulcadores de aduboMultissulcador - haste

Caixa de aduboQuantidade dosadores ProMeterTM

CCS (L-kg)**Caixa individual (L-kg)*

Tipo

Com configuração máxima (kg)

Largura útil (mm)Largura para transporte (mm)

Comprimento para transporte (mm)

Mínima (cv)***

Acoplamento

Linha de plantio pantográficas

Marcador de linha

Pneus

Tipo

Multissucador - disco duplo desencontrado

Caixa de semente

Sulcador de sementeStandard discos duplos em “V” - Walking SystemTM

Peso vazia

Dimensões

Potência requerida

se move para baixo, diminuindo o impacto sobre a profundidade dos sulcadores. Assim, este perfil fica levemente nas laterais do sulco da semente, o que garante uma abertura bem definida do sulco.

VEDASYSTEM O sistema de vedação de rolamentos

VedaSystem prolonga os intervalos de lubri-ficação dos rolamentos por conta da vedação promovida. Passa a ser necessário realizar a lubrificação a cada 50 horas e não diariamente como em rolamentos blindados. Isso acarreta em economia de tempo, recursos e aumento da

produtividade da máquina.

GERENCIAMENTO DA ATIVIDADEPara o gerenciamento de atividades,

esta série conta com Monitor de Plantio MPA 2500, um equipamento standard em todos os modelos com CCS da Série 2100. O MPA2500 possui o gabinete e conectores a prova d’água e poeira, com alarme sonoro, memória de 8 MB e tela de 4,7” com contras-te e luminosidade ajustáveis, o que permite uma visualização adequada a qualquer hora do dia. O receptor GPS de 50 canais informa posicionamento, hora e velocidade, fazendo um registro preciso e geo-referenciado da atividade de plantio (área trabalhada e pro-dutividade (ha/h)). Esse equipamento tem a capacidade de monitorar até 30 linhas de plantio simultaneamente.

O Monitor GreenStar™ GS3 2630 é uma tela sensível ao toque totalmente colorida de 10,4”, que atua como uma importante ferra-menta de gerenciamento e monitoramento da atividade de plantio e direcionamento do conjunto, sendo a base operacional para funções de piloto auxiliar e automático da John Deere. Opera recebendo sinais de satélites através do receptor multi-bandas StarFire™ 3000.

Sistema VacuMeter com janela em acrílico para inspeção da distribuição das sementes no disco

.M

John Deere

Page 47: Maquinas 117
Page 48: Maquinas 117

dezembro 2011 / Janeiro 2012 • www.revistacultivar.com.br14 Abril 2012 • www.revistacultivar.com.br48

Com o avanço da agricultura o trator tem se tornado uma das ferramentas mais utilizadas

pelos agricultores, porém, analisar os limites da máquina e utilizar os meca-nismos de proteção que a mesma oferece, muitas vezes podem salvar vidas.

Acidente de trabalho é aquele que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal, perturbação funcional, que cause morte, redução permanente ou temporária da capacidade para o trabalho (Lei nº 6.195, de 19 de dezem-bro de 1974).

A falta de capacita-ção, atenção e/ou

conscientização tem sido responsável pelo grande número de mortes ou lesões de inúmeros operadores de máquinas agrícolas, condutores de veículos e pe-destres.

Outro fator importante é a falta de informação a respeito dos acidentes ocorridos com máquinas agrícolas, o que dificulta a identificação das causas,

demonstrando para a sociedade uma condição de tranquilidade e segurança, impossibilitando a elaboração de ações de maior impacto junto aos agricultores. Dentro deste contexto o Laboratório de Investigação de Acidentes com Máquinas Agrícolas (Lima), da Universidade Fe-deral do Ceará, vem realizando pesquisas com o objetivo de obter informações para a criação de um banco de dados de aci-dentes que envolvam máquinas agrícolas, utilizando como fonte de pesquisa as no-tícias sobre acidentes com máquinas agrí-colas através de sites de busca (Google, Yahoo etc) e a aplicação de questionários investigativos nas propriedades agrícolas. O trabalho completou o primeiro ano de coleta de informações e com base nos dados encontrados foi possível constatar que a quantidade de acidentes agrícolas em propriedades rurais envolvendo tra-tores é uma problemática, a qual deve ser dada maior atenção e importância por parte das instituições que atuam no meio rural, tendo em vista que este problema vem causando muitas mortes e lesões graves às pessoas envolvidas na operação das máquinas agrícolas.

Segundo os dados preliminares, o maior número de acidentes envolvendo máquinas agrícolas ocorre da porteira para dentro das propriedades rurais. O número de acidentes ocorridos fora da porteira, principalmente nas vias de cir-

Estatística preocupanteCresce o número de acidentes com máquinas agrícolas e dados de pesquisa mostram que as principais causas

são excesso de confiança e manuseio incorreto de equipamentos de proteção

trAtorES

Page 49: Maquinas 117

tivos, tais como atropelamento de pessoa, eixo cardã, queda e colisão, conforme Fi-gura 2, e a grande maioria desses aciden-tes acontece pelo excesso de confiança do operador, pela falta de atenção e, em alguns casos, pela fadiga resultante das

culação, sejam elas estaduais ou federais, apresenta um percentual significativo de ocorrência visto que a máquina em muitos casos necessita se deslocar para execução de suas atividades em locais mais distantes da propriedade ou mesmo pelo seu uso em substituição aos veículos de passeio para transporte da zona rural para a zona urbana, conforme mostra a Figura 1. Percebe-se também que os percentuais de acidentes em rodovias estaduais e federais são bastante signi-ficativos e preocupantes. É comum nos dias atuais nos depararmos com máqui-nas agrícolas circulando nessas vias sem obedecer aos critérios descritos no Códi-go de Trânsito Brasileiro e disputando os espaços ocupados pelos veículos de modo geral, tornando essa prática extremamen-te perigosa e resultando em acidentes muitas vezes fatais.

Entre os vários tipos de acidentes que ocorrem na propriedade agrícola, o capotamento apresenta o maior per-centual em comparação com os demais tipos. Nesse tipo de acidente, o número de vítimas fatais é significativo, podendo ser reduzido se o trator estiver equipado com Estrutura de Proteção ao Capo-

tamento (EPC) e com a utilização do cinto de segurança pelos operadores, pois estes mecanismos de segurança não irão evitar o capotamento, mas protegerão o operador, mantendo-o seguro e evitando o seu esmagamento na plataforma de operação.

A grande maioria da frota de tratores brasileira já possui EPC, porém, a grande dificuldade é a utilização do cinto de segurança por parte dos operadores, pois muitos se recusam a usá-lo, às vezes o retiram ou mesmo amarram no banco.

Além do capotamento, outros tipos de causas apresentam percentuais significa-

Estrutura de Proteção ao Capotamento (EPC) e cinto de segurança podem salvar o operador

Cinto de segurança amarradoao banco do operador

Fotos Charles Echer Leonardo Monteiro

Page 50: Maquinas 117

dezembro 2011 / Janeiro 2012 • www.revistacultivar.com.br14

segurança, capa protetora do eixo cardã etc), poderíamos evitar muitos acidentes, conforme Figura 3.

É possível observar que, de acordo com o aumento de idade, aumentam-se os per-centuais de acidentes, conforme Figura 4. Quanto maior a idade do operador, maior também o tempo em que ele realiza esta ati-vidade. Operadores com mais experiência na execução dos serviços e nas atividades com o maquinário apresentam um exagerado ex-cesso de confiança, fazendo com que realize atividades em condições e formas inseguras, quase sempre ocasionando acidentes.

O que chama a atenção e acende um sinal de alerta para tomarmos providências no combate aos acidentes que ocorrem no campo é o fato de que a cada acidente que acontece com máquinas agrícolas dentro das propriedades rurais gera, em média, duas vítimas, sendo que, para cada acidente, há praticamente um óbito e/ou um ferido grave.

Portanto, conclui-se que com a devida conscientização, treinamento e capacitação desses operadores, é possível diminuir po-tencialmente o número de acidentes e de vítimas. Mas somente será possível alcançar este patamar quando as instituições públi-cas e privadas trabalharem em conjunto com ações de capacitação e conscientização do homem do campo.

Abril 2012 • www.revistacultivar.com.br50

Leonardo de Almeida Monteiro,Daniel Albiero,Viviane Castro dos Santos,Wesley Araújo da Mota eEduardo Santos Cavalcante,UFC

.M

longas jornadas de trabalho. Os operadores envolvidos nos aciden-

tes afirmaram, como causas que contri-buíram para a ocorrência do acidente, as falhas mecânicas, as ligações acidentais da ignição, os acidentes com eixo cardã e os excessos de pesos tanto no trator como nos equipamentos por ele tracionados.

Dentre as causas, destacam-se a perda de controle e a falta de atenção,

ocasionadas, muitas vezes, pela falta de capacitação e pelo excesso de confiança que os operadores adquirem com o tempo de convivência na utilização do maqui-nário e na execução do trabalho. Se o operador estivesse capacitado e fizesse a utilização correta da máquina desde as manutenções preventivas até o uso dos mecanismos de segurança que acompa-nham a máquina agrícola (EPC, cinto de

Figura 2 - Tipo de acidente em propriedades ruraisFigura 1 - Local de ocorrência do acidente

Figura 3 - Causas dos acidentes em propriedades rurais Figura 4 - Faixa etária do operador

Cha

rles

Ech

er

Page 51: Maquinas 117
Page 52: Maquinas 117