maquinas 66

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Agosto 2007

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Page 2: Maquinas 66
Page 3: Maquinas 66

Rodando por aí

Plantio direto sobre a palhada

Modelo de colhedoras e qualidade de grãos

Colheita de café

Teste Drive - Yanmar 1155 DT

Pulverização com BVO

Mulheres e máquinas agrícolas

Ficha Técnica - MF 9790 ATR

Agricultura de precisão em arroz

Empresas - Yanmar

Técnica 4x4 - GPS

Milho em canteiros

Índice Nossa Capa

Charles Echer

Destaques

Desempenho à alturaTeste Drive Cultivar Máquinas aponta ascaracterísticas que fazem do pequeno Yanmar 1155 DTum dos modelos preferidos pelos horticultores

04

06

10

14

18

26

30

32

36

38

39

40

Por falta de espaço, não publicamos as referências bibliográficas citadaspelos autores dos artigos que integram esta edição. Os interessadospodem solicitá-las à redação pelo e-mail: [email protected]

Os artigos em Cultivar não representam nenhum consenso. Não esperamos quetodos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitosirão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foramselecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemosfazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões,para que o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidosnos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a opor-tunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.

NOSSOS TELEFONES: (53)

• GERAL3028.2000• ASSINATURAS3028.2070

• RedaçãoGilvan QuevedoCharles Echer

• RevisãoAline Partzsch de Almeida

• Design Gráfico e DiagramaçãoCristiano Ceia

• ComercialPedro Batistin

Sedeli Feijó• Gerente de Circulação

Cibele Costa• Assinaturas

Simone Lopes• Gerente de Assinaturas Externa

Raquel Marcos• Expedição

Dianferson Alves

Grupo Cultivar de Publicações Ltda.

www.cultivar.inf.brwww.grupocultivar.com

Cultivar MáquinasEdição Nº 66

Ano VI - Agosto 2007ISSN - 1676-0158

[email protected]

Assinatura anual (11 edições*): R$ 119,00(*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)

Números atrasados: R$ 15,00

Assinatura Internacional:US$ 80,00

EUROS 70,00

Direto na palhadaAs vantagens de adotar oplantio direto de soja napalhada de cana-de-açúcar

Ficha TécnicaConheça em primeira mão acolhedora axial MF 9790 ATR, omais recente lançamento daMassey Ferguson

Matéria de capa

18

06

32

• Impressão:Kunde Indústrias Gráficas Ltda.

• REDAÇÃO3028.2060• MARKETING3028.2065

Page 4: Maquinas 66

04 • Agosto 07

Dia de NegóciosConfiante na reação domercado e paraincentivar os produtoresno incremento detecnologia, a Agrosystemrealizou em agosto, emparceria com a revendaPlatam, de Lucas do RioVerde (MT), o primeiroDia de Negócios. Umasérie de eventos estáprevista para as principaisregiões do Brasil paramostrar aos produtoresda região os benefíciosque a tecnologia temtrazido ao campo.

Aviação AgrícolaO Conjunto AgrotécnicoVisconde da Graça - CAVG,da Universidade Federal dePelotas, promove o II Cursode Executores em AviaçãoAgrícola, de 3 a 8 desetembro, nas instalações dopróprio CAVG. As inscriçõesocorrem no período de 10 a30 de agosto e podem serfeitas pelo telefone (53)3277-6700 ramal 244. Oinvestimento é de R$ 550para técnicos agrícolas e R$470 para alunos formandosdo CAVG/UFPel.

ParceriaA Tramontini, em parceria com a Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e outrasempresas, realiza projeto para produção e utilização de biodi-esel. A Unisc fornecerá o combustível e análises de laborató-rio, enquanto a empresa irá monitorar agricultores no interiorde Venâncio Aires e Santa Cruz do Sul (RS), que utilizarão obiodiesel em seus microtratores. Serão feitos testes nos moto-res nas partes de injeção de combustível e óleo lubrificante. Oresultado final comprovará a utilização de biodiesel em moto-res ciclodiesel, sem que sofram alterações. Segundo o enge-nheiro Luiz Fernando Dullius Schaefer, da Tramontini, a pes-quisa será concluída até o final do ano. “Até o momento osresultados se mostraram satisfatórios”, avalia.

ArrozA Jonh Deere participou do V CongressoBrasileiro de Arroz Irrigado, em agosto, emPelotas, no Rio Grande do Sul. A empre-sa foi uma das patrocinadoras do evento.Eduardo Romann Martini, da área de pla-nejamento de produto, destacou o pilotoautomático e as demais soluções ofereci-das pelo Sitema AMS.

Pneus em 36xA Pirelli Pneus expandiu

sua parceria com oBNDES para a aquisição

de pneus, parcelada ematé 36 vezes com taxa dejuros em torno de 1%. A

parceira destina-se aproprietários de ônibus,

caminhões e veículosagrícolas que podem

adquirir os pneus emmais de 400 revendas damarca, em todo territó-

rio nacional. “Em quatromeses, a parceria

mostrou-se um sucesso,tanto para o consumidorcomo para o revendedor,

visto que tivemos aadesão de praticamente

100% dos pontos-de-venda Pirelli”, afirma o

gerente de marketing daunidade Truck da Pirelli

Pneus, Eduardo Sacco.

Trator 8430A John Deere apresentou durante o Congresso Brasileiro de Algodão o seu trator8430 com motor de 310 cv, comtamanho e potência ideais para otrabalho no cultivo de algodão. Ogerente de vendas, Rodrigo Bona-to, palestrou sobre a qualidade decolheita das colhedoras 9970 e9986. A John Deere aproveitoutambém para receber os clientese apresentar as utilizações do sis-tema AMS de agricultura de pre-cisão, como o uso do piloto auto-mático.

Cotton ExpressA Case IH participou do VI Congresso Brasileiro de Algodão onde apresentou sua linha

de máquinas para a cultura. Além deexpor os tratores da linha Magnum eMXM Maxxum, o pulverizado autopro-pelido Patriot 350 e as plantadeirasAMS 1200, a empresa aproveitou paramostrar aos participantes as suas duasnovas colhedoras de algodão, CottonExpress 420 e Cotton Express 620, decinco e seis linhas. “São todas máqui-nas de altíssima performance na lavou-ra algodoeira”, afirma o gerente de ma-rketing Fábio Borgonhone.

LutoVitacir Paludo, vice-presidente da Paludo Participações Ltda, es-tava no vôo 3054 da TAM que se chocou com o prédio da TAMExpress no aeroporto de Congonhas, no último dia 17 de julho.Conhecido por cultivar a política de amizade e bom relaciona-mento com clientes fornecedores, concorrentes e funcionários,em 1972 abriu a primeira filial fora do Rio Grande do Sul, emSão Paulo. Introduziu os primeiros conceitos de marketing naempresa, ao criar o departamento de Planejamento Estratégico.Foi o idealizador de parcerias como a Fórmula Truck e o Arran-cadão de Tratores. Vitacir realizou, também, a primeira exporta-ção da empresa para o Chile em 1982. Hoje a Vipal conta comescritórios na Argentina, Chile, México, EUA e Europa.

Luiz Fernando Schaefer

Vitacir Paludo

Conbea 2007O engenheiro agrônomoEduardo Sousa, daMassey Ferguson,apresentou palestra sobreo programa GeraçãoMassey, durante oCongresso Brasileiro deEngenharia Agrícola(Conbea), no começo deagosto, em Bonito (MS).A empresa foi uma daspatrocinadoras do evento.Em parceria com a con-cessionária Mosena, deCampo Grande, a marcacontou com estande naExposição Técnica para-lela, onde recebeu a visitade autoridades de MatoGrosso do Sul, como ogovernador André Puci-nelli e a secretária da agri-cultura Tereza Cristina.

Eduardo Sousa (esq.)

Eduardo Martini (esq.)

ExpointerA Valtra apresenta

durante a Expointer, emEsteio (RS), sua linha detratores Geração II, com

design moderno earrojado, cabines mais

confortáveis e funcionais,novo hidráulico eletrônico

HiLift e motoresturboalimentados com

Intercooler e tecnologiaSisu Diesel. Outra

novidade que vai sermostrada na feira é a

liberação oficial do uso deB-20, mistura de 20% debiodiesel e 80% de diesel.O B-20 pode ser utilizado

nos tratores Valtra comgarantia de fábrica. Em

Mato Grosso, prosseguemos testes com tratores da

marca com o B-100(100% biodiesel). A linha

florestal da empresatambém vai merecerdestaque no evento.

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06 • Agosto 07

O plantio direto sobre a palhada de cana é umdesafio que exige força e muita capacidade de

corte nas linhas da plantadora

As vantagens proporcionadas peloSistema Plantio Direto (SPD) nocultivo de grãos são inquestionáveis,

tanto no âmbito agronômico e econômico, bemcomo no ambiental. A manutenção da palhasobre a superfície do solo e a mobilização dosolo exclusivamente na linha de semeadura, ali-adas a um eficiente sistema de rotação de cul-turas, são os grandes responsáveis pelos exce-lentes resultados que vêm sendo obtidos pelosprodutores de grãos de todo o país.

No caso específico do setor sucroalcooleirodo país, em função da legislação vigente onde odecreto nº 45.869 (22/6/01) diz que as quei-madas da cana-de-açúcar deverão ser elimina-das de forma gradativa, não podendo a redu-ção ser inferior a 25% a cada período de cincoanos em cada propriedade. A área inicial que éproibida a utilização do fogo, a partir de 2001,

é de 25% nas áreas mecanizáveis (áreas comdeclividade inferior a 12%) e de 13,5% nas áre-as não-mecanizáveis (áreas com declividadesiguais ou superiores a 12%). No ano de 2017, aqueima da cana será totalmente proibida nasáreas mecanizáveis.

Em função disto, tem se verificado um gran-

de aumento de áreas que estão sendo colhidasmecanicamente. Não existem dados concretos,porém, estima-se que hoje 30% da área total decana seja colhida através de máquinas colhe-doras.

A colheita de cana-crua, deixa sobre a su-perfície do solo uma grande quantidade de pa-

Direto sobre a palhaDireto sobre a palha

plantio direto sobre cana

A adoção do plantio direto de sojasobre a palhada de cana é muito maisvantajosa que o cultivo convencional.

No entanto, o sucesso da operaçãodepende muito da plantadora

utilizada, que deve ter característicasque possibilitem o corte da densa

camada de palha, sem embuchamentos

Massey Ferguson

A adoção do plantio direto de sojasobre a palhada de cana é muito maisvantajosa que o cultivo convencional.

No entanto, o sucesso da operaçãodepende muito da plantadora

utilizada, que deve ter característicasque possibilitem o corte da densa

camada de palha, sem embuchamentos

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“As vantagens proporcionadas pelo Sistema Plantio Direto (SPD) no cultivo de grãos sãoinquestionáveis, tanto no âmbito agronômico, econômico bem como no ambiental”

2003/041080,0 has

52475472

56,3

2004/05980,0 has

56-

606861

2005/06750,0 has

45-

4647

46 *

2006/07600,0 has

50--

6457

ANO AGRÍCOLAÁREA CULT.

VARIEDADESM-SOY 6101M-SOY 7901CONQUISTAVENCEDORA

MÉDIA

PRODUTIVIDADE (scs/ha)

Figura 1 - Produtividade de soja cultivada sob PlantioDireto, em quatro anos. (Felício, 2007)

* - Estiagem de 18 dias no período de floração da cultura

Figura 2 - Custos de Produção da Soja: Plantio Diretox Plantio Convencional. (CATI/SP)SISTEMA DE PLANTIO

ESPECIFICAÇÕESOPERAÇÕES

Preparo do SoloPlantio+Trat. Sementes

Tratos CulturaisColheita

TransporteINSUMOSCorretivosSementes

FertilizantesDefensivos

OutrosTOTAL

Redução Custos

PLANTIO CONVENCIONALVALOR (R$)

351,90215,0026,2520,2564,0026,40

645,2654,0056,00

147,84185,82201,60997,16

0

PLANTIO DIRETOVALOR (R$)

156,7726,6226,2513,5064,0026,40555,2654,0056,00

147,8485,82

201,60712,0330,20%

lha, que pode variar de 15 t/ha até 25 t/ha, for-mando uma camada de aproximadamente 10-20cm de espessura. Um verdadeiro colchão depalha.

A renovação do canavial geralmente ocorreapós o 5º ou 6º corte. No período compreendi-do entre o último corte e o próximo plantio dacana, é quando se pode implantar culturas degrãos, preferencialmente leguminosas, comopor exemplo a soja, para realizar a rotação deculturas. Esta cultura, além de apresentar sis-tema radicular pivotante, apresenta necessida-des nutricionais diferentes da cultura da cana,além de realizar a fixação simbiótica de nitro-gênio (N), elemento “consumido” em grandequantidade pela cultura da cana-de-açúcar. Al-guns autores afirmam que a soja pode deixarno solo, após a colheita dos grãos, até 260kg/hade nitrogênio. Já outros autores afirmam que areciclagem de nutrientes, proporcionada pelarotação de culturas com leguminosas, propor-ciona aumento na produção da cana na ordemde 22 a 47%, o que representa um acréscimode até 5,0 t/ha de açúcar.

A implantação da cultura da soja, dentrodeste sistema, pode ser realizada via plantio di-reto (PD) ou via plantio convencional (PC),porém, verifica-se que o plantio direto tem inú-meras vantagens sobre o plantio convencional,principalmente no que se refere a custos e pro-dutividades.

O custo de uma lavoura de soja implanta-da sob PD na palhada de cana apresenta umaredução, quando comparado ao PC, na ordemde 30% (Figura 1). Isto se verifica pelo fato de

que no PD, todas as operações de preparo desolo para o plantio da soja são substituídas peladestruição química da soqueira da cana e, tam-bém, pela redução ou eliminação do uso de her-bicidas pré e pós-emergentes devido à manu-tenção da palhada sobre o solo.

Já, com relação à produtividade da soja im-plantada sob PD, esta pode chegar a rendimen-tos superiores a 50% quando comparados aorendimento da cultura obtido no PC. Em mé-dia, as produtividades da soja obtidas no PCestão ao redor de 35-40 scs/ha enquanto queno PD tem-se obtido médias, em lavouras co-merciais, de até 60 scs/ha (Figura 2).

Além destas vantagens relacionadas à re-dução dos custos e ao aumento da produtivi-dade, outras vantagens, favoráveis ao PD, po-dem ser citadas:

• inicia-se o sistema com grande volumede palha (no mínimo 15 t/ha);

• controle total da erosão;• diminuição e estabilização da tempera-

tura do solo;• permite a realização do plantio, sem in-

terrupção, por falta de umidade;• obtenção de melhor stand de lavoura;• dispensa a utilização de herbicidas pré e

pós-emergentes;• melhor aproveitamento da frota de tra-

tores da propriedade;• maior vida útil das máquinas (trabalho

sem poeira).Para a realização do PD da soja, é ne-

Soja no seu desenvolvimento inicial. É possívelperceber a pouca movimentação de terra e palha

na linha de plantio Detalhe do facão guilhotina usado no plantio sobrea palha de soja. Sem ele, a operação ficaria

praticamente inviabilizada

cessário que haja um planejamento da colheitada cana, onde, as áreas que serão destinadas àrenovação, deverão ser colhidas primeiro. Ascolhedoras de cana que apresentam esteira eexaustor móveis, proporcionam melhor distri-buição da palha sobre a superfície do solo. Adistribuição uniforme da palha sobre o solo fazcom que seja dispensada a utilização de herbi-cidas pré e pós-emergentes.

A dessecação do rebrote é uma operação degrande importância para a obtenção de melho-res resultados com a cultura da soja. Deve-seobservar o desenvolvimento do rebrote, e quan-do este se encontrar com uma altura ao redor

Fotos Semeato

Page 8: Maquinas 66

08 • Agosto 07

O plantio direto sobre palhada decana-de-açúcar deve ser feito com

semeadoras projetadas para a operação

Eduardo Copetti,Semeato S.A.

de 50-60 cm é quando se deve realizar a desse-cação. A dessecação pode ser realizada atravésde herbicidas sistêmicos, como o glifosato, nadose de 5-6 litros/ha. É importante sempre ob-servar as condições ambientais no momentoda aplicação para que se obtenha melhor efici-ência do produto.

As variedades de soja mais indicadas para oplantio, são aquelas que possuem sistema radi-cular agressivo, inserção mais alta das primei-ras vagens para facilitar a colheita e de ciclo pre-coce ou semiprecoce para não atrasar o plantioda cana. A população de plantas a ser implan-tada depende das recomendações de cada umadas variedades. É importante destacar que assementes devem ser inoculadas, por ocasião doplantio. Tendo em vista o longo período de per-manência da cultura da cana sobre as áreas,recomenda-se, por ocasião da inoculação, a uti-lização do dobro da dose recomendada de ino-culante.

A semeadura da soja sobre o intenso “col-chão” de palha existente sobre solo é o grandedesafio do sistema. É imprescindível a utiliza-ção de semeadoras apropriadas que sejam ca-pazes de cortar a espessa camada de palha e, aomesmo tempo, abrir o sulco para a deposiçãodas sementes e fertilizantes, em profundidadesadequadas.

As máquinas devem apresentar, em funçãodo grande volume de palha, um eficiente siste-ma de corte, uma boa altura do chassi em rela-ção ao nível do solo, além disso, é de funda-mental importância que as linhas tanto de adu-bo como de semente apresentem defasagemlongitudinal. Estes três fatores são indispensá-veis em uma semeadora para realizar o plantioda soja sobre a palhada da cana, sem a ocorrên-cia de embuchamentos.

Pode-se afirmar que, devido ao intensotrânsito de máquinas pesadas durante a co-lheita da cana (colhedoras + transbordos)ocorre a compactação do solo nas camadassuperficiais, portanto, torna-se obrigatória autilização, na semeadora, de sulcadores do tipofacão. A utilização de sulcadores do tipo dis-cos duplos desencontrados ou defasados não

é recomendada, visto que, este tipo de sulca-dor não tem condições de “quebrar” as cama-das superficiais compactadas, o que resultaráem um desenvolvimento insatisfatório da sojae, conseqüentemente, baixas produtividades.Já a utilização de sulcadores, do tipo facão afas-tado, provoca com alta freqüência a ocorrên-cia de embuchamentos da palhada, fazendocom que o rendimento operacional seja extre-mamente baixo.

O emprego do facão guilhotina, com discode 20”, promove o corte total da palhada dacana, sem a ocorrência de embuchamentos, aomesmo tempo que o facão guilhotina efetua ocorte da palhada, realiza também o rompimen-to das camadas superficiais compactadas, fa-zendo uma espécie de “preparo do solo” exclu-sivamente na linha de semeadura, proporcio-nando condições ideais para o desenvolvimen-to da cultura.

O sucesso da implantação da soja sobre estapalhada depende do sistema de corte utilizadopela semeadora, uma vez que, para que ocorraa germinação das sementes, as mesmas devemestar em íntimo contato com o solo. A palhadeve ser cortada em sua totalidade para evitar oefeito de “encestamento” das sementes, ou seja,deve-se evitar que as sementes sejam deposita-das sobre a palha, o que provocaria baixo índicede germinação das sementes e conseqüente-mente um stand de lavoura muito abaixo da-quele desejado.

As experiências de campo têm demonstra-

do que para melhorar ainda mais o desempe-nho das semeadoras na implantação da cultu-ra, o plantio da soja deve ser realizado, sempreque possível, cortando a soqueira da cana emmais ou menos 45º, ou seja, o plantio da sojadeve ser realizado em diagonal às linhas da so-queira da cana.

É importante destacar que a maior difi-culdade para a implantação da soja sobre apalhada da cana-crua é a semeadura. O gran-de volume de palha existente na superfíciedo solo é a barreira a ser vencida, para isto, asemeadora deverá apresentar característicaspróprias para trabalhar nestas condições, casocontrário, não serão obtidos os resultados es-perados. O sucesso do sistema depende daimplantação da cultura, portanto, pode-seafirmar que o sucesso do plantio direto napalhada de cana-crua, depende do desempe-nho da semeadora nas condições as quais serásubmetida a trabalhar.

De modo geral, pode-se afirmar que o plan-tio direto de soja sobre a palhada da cana, utili-zado na rotação de culturas, é técnica e econo-micamente viável, visto que proporciona resul-tados superiores aos obtidos com o plantio con-vencional, ou seja, aumento da produtividadetanto da soja como da cana, além de proporci-onar a diminuição dos custos de formação donovo canavial, uma vez que, após a colheita dasoja, pode-se realizar somente um mínimo cul-tivo para preparar o solo para o plantio da cana.Além disso, se as condições forem favoráveisdurante o ciclo da soja, o lucro obtido com acolheita dos grãos poderá subsidiar as opera-ções do plantio da cana.

As linhas de adubo e sementes são defasadas,para facilitar o fluxo e evitar embuchamentoscom os restos de palha

M

Fotos Semeato

Page 9: Maquinas 66
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10 • Agosto 07

Tudo pela qualidadeEnsaio compara três modelos de colhedoras e avalia as qualidades física e

fisiológica dos grãos colhidos. Além da parte mecânica, velocidades e regulagensinterferem diretamente na apresentação do produto final

Acolheita mecanizada de sojapode acarretar perdas quanti-tativas de sementes e também

perdas qualitativas, principalmente emvirtude da energia de impacto envolvidano processo de trilha. O conhecimento dostipos de perdas e onde elas ocorrem é in-dispensável para adotar regulagens menosprejudiciais às sementes e seleção adequa-da das máquinas.

As perdas qualitativas e os danos me-cânicos compreendem as sementes que-bradas, trincadas, rachadas e a redução nagerminação e vigor. Os danos mecânicosse manifestam não só pela aparência físi-ca das sementes afetadas, como tambémpelas conseqüências provocadas pelos da-nos sobre a qualidade fisiológica das mes-mas. Na soja, o eixo embrionário se loca-

liza logo abaixo do tegumento, tornando-a muito sensível a danos de natureza me-cânica; entretanto, o problema pode serum pouco amenizado desde que as má-quinas estejam perfeitamente reguladas eo teor de umidade adequado.

Diversos estudos têm apontado que acolheita mecanizada da soja é considera-da uma etapa crítica quanto à obtençãode um produto de alta qualidade. Na mai-oria dos casos, tem ocorrido grande vari-abilidade da qualidade de sementes colhi-das, não só em função da manutençãodeficiente e da operação e ajustes inade-quados das colhedoras e dos seus siste-mas de trilha, retrilha e transporte degrãos, como também das oscilações fre-qüentes de temperatura, associadas àschuvas durante o período de maturidade.

O mercado dispõe de colhedoras comsistema de trilha com cilindro e côncavotransversais (convencionais), e as de flu-xo axial, que podem produzir efeitos di-ferenciados na qualidade fisiológica domaterial a ser utilizado como semente.Dentre as máquinas de fluxo axial, exis-tem ainda as de rotor simples e as de ro-tor duplo, estas últimas muito pouco es-tudadas a nível mundial. Geralmente, oque se espera de um mecanismo de trilhaé a diminuição das perdas de sementesdurante o processo, a redução dos danosmecânicos transmitidos às sementes e aseparação correta dos grãos.

As colhedoras com sistema de trilhaaxial, em que o material entra no sentidodo eixo do cilindro (conhecido como ro-tor), apresentam como diferencial a pos-

comparativo

Massey Ferguson

Page 11: Maquinas 66

“O conhecimento dos tipos de perdas e onde elas ocorrem é indispensável para adotarregulagens menos prejudiciais às sementes e seleção adequada das máquinas”

O ensaio com as três colhedoras foirealizado na Fazenda Pampa, no município

de Presidente Olegário (MG)

sibilidade de redução dos índices de da-nos mecânicos, principalmente na colhei-ta de sementes, em relação às colhedorascom sistema de trilha com alimentaçãotangencial. Todavia, os custos de aquisi-ção desses modelos de colhedoras aindasão elevados para muitos produtores.

Outro fator que interfere muito naqualidade das sementes é a sua umidadedurante a colheita. Recomenda-se a co-lheita da soja com teor de água entre 13%e 15%, o que minimiza o problema de

danos mecânicos e perdas. Sementes co-lhidas com teor de água superior a 15%estão sujeitas a maior incidência de da-nos mecânicos latentes e, quando colhi-das com teor abaixo de 12%, estão susce-tíveis ao dano mecânico imediato, ou seja,à quebra.

O presente trabalho teve como objeti-vo avaliar as qualidades física e fisiológi-ca de sementes de soja colhidas mecani-camente por sistemas axial e convencio-nal de trilha, em diferentes velocidades de

avanço das colhedoras e rotações do ci-lindro trilhador.

O estudo foi realizado na FazendaPampa, localizada no município de Presi-dente Olegário (MG). Foram avaliados agerminação, o vigor e a injúria mecânicade sementes de soja (variedade vencedo-ra - BRS MG 68 - com umidade média,

Case IHNew Holland

Page 12: Maquinas 66

12 • Agosto 07

uniforme para todos os lotes, de 13,1%)colhidas por três diferentes colhedoras(cilindro convencional, rotor axial e rotoraxial duplo), em duas velocidades de avan-ço (6,0 e 7,0 km/h) e duas rotações do ci-lindro trilhador. A colhedora de cilindroconvencional (TC 59) trabalhou com ro-tação do cilindro de 500 e 600 rpm, a derotor axial (2388 Extreme), com 450 e 500rpm, e a de rotor axial duplo (TR98), com

Colhedora

TR982388 Extreme

TC59Velocidade

6 km/h7 km/h

Rotação 1**85,9a89,0a90,5a

Rotação 189,0a87,9a

Rotação 288,1a91,5a90,4a

Rotação 289,9a90,1a

Rotação 172,3a72,4a75,0a

Rotação 175,2a71,3b

Rotação 278,4a77,4a74,5a

Rotação 275,8a77,7a

Rotação 19,0b6,1c

13,4a

Rotação 18,5b

10,5a

Rotação 29,0b9,6b12,5a

Rotação 29,8b

10,9a

Germinação (%)

Germinação (%)

Vigor (%)

Vigor (%)

Injúria (%)

Injúria (%)

Tabela 1 - Efeito do sistema de trilha e da velocidade de avanço das colhedoras na germinação, vigor e injúriamecânica de sementes de soja, colhidas mecanicamente em duas rotações do cilindro trilhador

* Médias seguidas por letras minúsculas distintas, nas colunas, diferem significativamente entre si, a 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. ** Rotação 1: TR98 (rotor duplo) =800 rpm, 2388 Extreme (rotor simples) = 450 rpm e TC59 (cilindro convencional) = 500 rpm. Rotação 2: TR98 = 900 rpm, 2388 Extreme = 500 rpm e TC59 = 600 rpm

800 e 900 rpm.A coleta das sementes foi realizada di-

retamente na rosca sem fim, que abasteceo tanque graneleiro das colhedoras, depoisde estabilizada a alimentação do tanquepara cada condição testada. Depois de co-letadas as amostras, estas foram conduzi-das ao laboratório para realização das aná-lises de qualidade das sementes.

Nas condições em que o experimentofoi conduzido, pode-se concluir que tan-to a colhedora de cilindro de trilha radial,como as axiais, desde que conveniente-mente reguladas, não provocaram diferen-ças significativas na germinação e no vi-gor das sementes de soja. Com relação àinjúria mecânica, as máquinas de fluxoaxial mostraram-se superiores, promoven-do menor percentagem de injúrias. A co-lhedora de duplo rotor axial apresentoucomportamento similar à de rotor simples.

O incremento da velocidade de deslo-camento de 6,0 para 7,0 km/h promoveuaumento da injúria mecânica, bem comoredução do vigor das sementes, nas me-nores rotações do cilindro trilhador. Vari-ações da ordem de 100 rpm na rotação docilindro, dentro das faixas recomendadaspelos fabricantes das máquinas, pouco in-fluenciaram na qualidade da semente co-lhida.

A colhedora com duplo rotor axial apre-senta dois rotores de menor diâmetro,quando comparada às máquinas de umúnico rotor, que somados a maior rotação,conferem grande força centrífuga. Alémdisso, o material alimentado é dividido paraos dois rotores, resultando em menor quan-tidade de material a ser trilhada por rotor.Apesar destas diferenças construtivas, es-tas máquinas não se mostraram diferentesquanto à qualidade da semente colhida.Ressalta-se que a colhedora 2388 Extremeapresenta um rotor axial de segunda gera-ção, desenvolvido a partir de alterações dosrotores axiais originais, incluindo aletaspara condução do material de forma maishomogênea para o interior do rotor.

Destaca-se ainda que a umidade das se-mentes durante a colheita estava dentro dafaixa ideal, o que minimiza a influência nagerminação e no vigor. Resultados diferen-tes poderiam ocorrer em condições maisadversas de umidade na colheita, princi-palmente em favor das colhedoras axiais.Além disso, danos latentes, após o arma-zenamento, poderiam ser verificados emvirtude da injúria mecânica.

Os modelos utilizados no comparativoforam as New Holland TC 59 e TR 98,além da 2388 Extreme da Case IH

João Paulo Rodrigues da Cunha,UFUGuilherme Piva,Sementes Ouro Verde

João Paulo da Cunha, responsávelpelo ensaio, mostra quais as vantagens

de cada máquina testada

M

New Holland

Div

ulga

ção

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14 • Agosto 07

regulagens

Acolheita do café é uma operaçãocomplexa, pois se constitui deuma série de operações, tais como

arruação, derriça, varrição, recolhimento, aba-nação e transporte, devendo ser iniciada quan-do a maior parte dos frutos estiver madura eantes que se inicie a queda dos frutos secos.Comparativamente a outras culturas, a colhei-ta do café é mais difícil de ser executada, emrazão do formato da planta, da desuniformida-de de maturação e do elevado teor de umidadedos frutos, o que prejudica a mecanização dasoperações.

A colheita é de fundamental importânciano processo produtivo, uma vez que é o mo-

mento de colher o fruto dos investimentos rea-lizados. Assim, a mecanização do processo decolheita torna-se ponto de vital importância,tendo em vista a possibilidade de otimizaçãodas operações de campo e redução de custos.

O processo de colheita mecanizada, práti-ca que visa à retirada dos frutos da planta como uso de colhedoras que utilizam a vibração dashastes como principio de derriça, tem passadopor grandes avanços nas duas últimas décadas,graças ao desenvolvimento tecnológico e me-lhorias no processo de colheita.

Em 1975, estudos já tinham demonstradoque os níveis de danos provocados à estruturaarbórea do cafeeiro são proporcionais ao tempo

de aplicação da vibração pela máquina. Tem-pos médios de dez, 20 e acima de 40 segundospoderiam ocasionar danos em vários níveis aocafeeiro, podendo ser leves, médios e graves,respectivamente.

Um dos principais danos causados ao cafe-eiro pela ação de colhedoras é a desfolha que,na maioria das vezes, é superior à desfolha cau-sada pela colheita manual. Com a desfolha, aplanta produzirá menos no ano seguinte, umavez que utilizará suas reservas para a recompo-sição da vegetação e, por conseguinte, terá umamenor frutificação. A ocorrência freqüente detal fato proporcionará o estresse da planta e aredução de sua longevidade.

Estudos analisando a influência da vibra-ção das hastes e velocidade de deslocamento dacolhedora no processo de colheita mecanizadaainda são pouco freqüentes. Sendo assim, estetrabalho teve por objetivo analisar a influênciada variação de vibração e da velocidade de des-locamento no processo de derriça dos grãos como uso de duas passadas da colhedora de café.

O presente trabalho foi conduzido na Fa-zenda Capetinga, localizada no município deBoa Esperança, sul de Minas Gerais, na safrade 2004/2005, em uma área de três hectares delavoura da cultivar acaiá, com seis anos de ida-de, plantada no espaçamento de 4 m entre li-nhas e 0,9 m entre plantas, totalizando 2.777plantas/ha. Para a colheita mecanizada do caféfoi utilizada a colhedora Jacto, modelo KTR.Esta é uma colhedora tracionada, que operaacoplada ao sistema hidráulico de três pontosde um trator tipo cafeeiro de 75 cv, dotado deredutor de velocidade e tração dianteira auxili-ar, cujo funcionamento se faz por meio da to-mada de potência (TDP), a 540 rpm.

A colhedora, por possuir uma estrutura tipopórtico, trabalha montada sobre as plantas e nalinha do cafeeiro, possuindo dois cilindros der-riçadores dotados de hastes vibratórias que en-

Vibração em teste

Detalhe do café colhido durante os testes feitos comdiferentes variações de velocidades de vibração e

velocidade de deslocamento da colhedora

O desempenho da colheita mecanizada de café estádiretamente ligado ao aumento da vibração dashastes derriçadoras da colhedora. Quanto maior avibração, mais eficiente a operação, no entanto, oaumento de velocidade de deslocamento damáquina não tem o mesmo efeito

Culti

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O desempenho da colheita mecanizada de café estádiretamente ligado ao aumento da vibração dashastes derriçadoras da colhedora. Quanto maior avibração, mais eficiente a operação, no entanto, oaumento de velocidade de deslocamento damáquina não tem o mesmo efeito

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FIGURA 1 - Volume de café colhido em função da variação de vibração FIGURA 2 - Eficiência de colheita em função da variação da vibração

FIGURA 3 - Volume de café caído no chão em função da variação da vibração FIGURA 4 - Processo de desfolha em função da variação da vibração

volvem os cafeeiros lateralmente, derriçando osfrutos pelo efeito da vibração das hastes, os quaiscaem no sistema de recolhimento que, depoisde ventilados, são ensacados.

Os ensaios foram realizados com duas pas-sadas da colhedora, sempre no mesmo sentidode deslocamento, definidos em função do índi-

ce de verdes na planta. A primeira passada foirealizada com média de 30% de verde, e veloci-dade de deslocamento de 1.640 m/h, varian-do-se as vibrações de 650; 750; 850 a 900 ci-clos/min, para os tratamentos T1, T2, T3 e T4,respectivamente. A segunda passada, realizada28 dias após, foi feita com média de 10% de

verdes, e vibração de 1.000 ciclos/min, varian-do-se as velocidades de 2.160; 2.600; 1.000 a1.640 m/h, para os tratamentos T1, T2, T3 eT4, respectivamente. Em todos os tratamentosforam utilizadas todas as hastes da colhedora.

A quantidade de café colhido em cada par-cela foi medida em volume (L/planta). A efi-

“Um dos principais danos causados ao cafeeiro pela ação de colhedoras é a desfolhaque, na maioria das vezes, é superior à desfolha causada pela colheita manual”

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16 • Agosto 07

ciência de colheita foi determinada dividin-do-se o volume de café colhido em cada pas-sada pela carga pendente do cafeeiro, sendoesta uma porcentagem da carga total. Para adeterminação das perdas de colheita e desfo-lha, o chão sob a copa de cinco plantas de cadaparcela foi forrado. A desfolha foi quantifica-da em peso de folhas e ramos, (kg/planta) e aquantidade de café caído no chão foi medidaem volume (l/planta), sendo consideradas per-das de colheita.

RESULTADOSA carga pendente média da lavoura foi de-

terminada por amostragem, no dia 3/6/2005,resultando 11 l/planta. Os dados de colheitaforam avaliados separadamente, ou seja, a vi-bração das hastes na primeira passada e veloci-dade de deslocamento da colhedora na segun-da passada.

Com relação à influência da vibração dashastes no processo de colheita, pode-se ob-servar na Figura 1 que, na primeira passa-da, quanto mais se aumentou a vibração dashastes, maior foi o volume de café colhido,isso ocorreu devido ao efeito da maior açãoou intensidade da vibração das hastes noscafeeiros. O acréscimo no volume colhidona maior vibração foi de 29,25% em relaçãoà menor.

O gráfico da Figura 2 demonstra, na pri-meira passada, a influência da vibração dashastes na eficiência de colheita, sendo quea eficiência de colheita é a quantidade decafé colhido dividida pela carga pendente,ou seja, uma constante. Portanto, apresen-ta o mesmo comportamento do café colhi-

do. O aumento na eficiência de colheita tam-bém pode ser explicado pela maior intensi-dade de aplicação da vibração das hastes aoscafeeiros. O incremento na eficiência decolheita foi de 29,25%, da menor para amaior vibração.

Com relação ao volume de café caídono chão observou-se (Figura 3) que, na pri-meira passada, não houve influência dire-ta da vibração das hastes. Para o modeloem questão, os dados não estão bem ajus-tados à curva, pois proporcionaram umcoeficiente de determinação de 73,08%,indicando que somente parte dos dadosestá ajustada ao modelo.

Analisando-se na primeira passada da co-lhedora, a influência da vibração das hastesno processo de desfolha (Figura 4), observou-se que o aumento da desfolha está diretamen-te ligado ao aumento da intensidade da vi-

bração das hastes. Este maior desfolhamen-to pode ser reflexo da maior intensidade devibração causada pela ação das hastes duranteo processo de derriça dos grãos. Na maiorvibração, a desfolha foi 31,12% superior emrelação à menor.

Levando-se em consideração que a eficiên-cia de derriça é a soma do volume de café colhi-do mais o volume de café caído no chão, dividi-do pela carga pendente, verificou-se que o au-mento da eficiência de derriça na primeira pas-sada, está diretamente ligado ao aumento davibração, pois, analisando-se a Figura 5, nota-se que a eficiência de derriça aumentou com oaumento da intensidade de vibração. O incre-mento na eficiência de derriça na maior vibra-ção foi de 31,85% em relação à menor.

Analisando-se os resultados da segundapassada, observou-se que o volume de cafécolhido diminuiu na medida em que se au-mentou a velocidade operacional de colheita(Figura 6). A redução do volume colhido damenor para a maior velocidade foi de 14,28%.O mesmo comportamento pôde ser observa-do com relação à influência da velocidade naeficiência de colheita (Figura 7). Tanto a re-dução no volume colhido quanto na eficiên-cia de colheita pode ser explicada pelo me-nor tempo de exposição do cafeeiro à açãovibratória das hastes e também pela menorquantidade de café presente na planta, já quese trata da segunda passada.

Na segunda passada, o volume de café caí-do no chão sofreu influência direta da variaçãode velocidade pois, o aumento de velocidadeocasionou maiores volumes de café caído nochão, (Figura 8). O volume de café caído nochão sofreu um incremento de 61,2% para amaior velocidade em relação a menor velocida-de. Porém, pode-se dizer que a desfolha nãoestá diretamente ligada ao aumento de veloci-dade de colheita na segunda passada.

Analisando-se os dados de velocidade nasegunda passada e sua influência no processode derriça, observou-se que a velocidade nãoafetou a eficiência de derriça, isso indica quenão existem diferenças entre as várias velocida-des utilizadas durante a colheita e a variação

O comparativo mostrou que o volume decafé colhido e a eficiência de colheita sofreminfluência inversa da variação de velocidade

Fábio Moreira e Ezequiel Oliveira conduziram osensaios na Fazenda Capetinga, localizada no

município de Boa Esperança (MG)

Divulgação

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FIGURA 5 - Eficiência de derriça em função da variação da vibração FIGURA 6 - Volume de café colhido em função da variação da velocidade

FIGURA 7 - Eficiência de colheita em função da variação da velocidade FIGURA 8 - Volume de café caído no chão em função da variação da velocidade

no processo de derriça dos frutos. A queda navelocidade indicou apenas uma tendência deaumento na eficiência de derriça.

CONCLUSÕESO volume de café colhido, a eficiência de

Ezequiel de Oliveira eFábio Moreira da Silva,Ufla

M

“O aumento na eficiência de colheita também pode ser explicado pelamaior intensidade de aplicação da vibração das hastes aos cafeeiros”

colheita e a eficiência de derriça sofrem açãodireta da vibração das hastes da colhedora du-rante a operação de derriça dos grãos. O volu-me de café colhido e a eficiência de colheitasofrem influência inversa da variação de veloci-dade. O volume de café caído no chão sofre

influência direta do aumento da velocidadeoperacional de colheita.

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18 • Agosto 07

teste drive - Yanmar 1155 DT

Dentro da série de testes que es-tamos fazendo com os tratoresda marca Yanmar, em aplicações

especiais, fomos até a cidade de Mogi dasCruzes conhecer o trabalho do modelo 1155DT em horticultura. Já havíamos testado estetrator na cultura do café, em Franca (SP) eem fruticultura, em Caxias do Sul (RS).

A cidade de Mogi das Cruzes, assim

como outras cidades vizinhas, fica dentrode uma grande região, produtora de produ-tos hortícolas, que abastece a grande SãoPaulo. É colonizada, em grande parte, pelacolônia japonesa, quase toda envolvida noprocesso de produção de folhosas, batata,milho verde etc.

Fomos recebidos pelo Jorge Hirano e suaequipe, na empresa Hiramaq Implementos

Agrícolas, revendedor autorizado Yanmar eAgritech, que, além da cidade de Mogi dasCruzes, atende toda região.

Para conhecer e testar o trabalho direta-mente no campo fomos à cidade vizinha deBiritiba Mirim, na fazenda de Fábio Fugi,que é proprietário da marca e cliente do con-cessionário. Esta fazenda, típica da região, éprodutora de milho verde no verão, batatainglesa, que começa a ser plantada nesta épo-ca, e repolho, que é plantado o ano inteiro,embora em algumas partes ainda é tentada aprodução de alface. Por sinal esta cultura,muitas vezes, precisa ser incorporada ao solo,pelo baixo preço pago, que não compensa acolheita manual.

Antes de começar o teste, conversamosum pouco com o produtor tentando desco-brir os motivos da escolha da marca e domodelo. As principais vantagens apontadaspelos agricultores que conversamos foram aversatilidade, manobrabilidade e economiade combustível. Baseados na experiência dosagricultores e no que vimos, adicionamosuma outra vantagem deste trator, nesta apli-cação, que é o elevado vão livre, utilizando

O capô é basculante, o que facilita muito nasoperações de manutenção do sistema de

arrefecimento e motor

O modelo 1155-4 SR já está apto a operar comcombustível B5, que é a mistura de 5% de

biodiesel no diesel comum

Ao operar em áreas de horticultura com o Yanmar 1155 DT foipossível perceber porque o modelo é bastante utilizado pelosprodutores de hortaliças. Potência aliada à pequena estaturae grande vão livre são alguns pontos fortes deste trator

Ao operar em áreas de horticultura com o Yanmar 1155 DT foipossível perceber porque o modelo é bastante utilizado pelosprodutores de hortaliças. Potência aliada à pequena estaturae grande vão livre são alguns pontos fortes deste trator

Pequeno e altoPequeno e alto

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“As principais vantagens apontadas pelos agricultores que conversamosforam a versatilidade, manobrabilidade e economia de combustível”

rodados tipo cultivo. O Yanmar 2060 XT, umoutro modelo bem comercializado na região,chega a ultrapassar um vão livre de 70 cmsobre as culturas e isso é decisivo quando setrata de folhosas onde a qualidade e a inte-

gridade da folha é valor comercial ou mesmona batata inglesa.

A versatilidade é bem marcada pela gran-de disponibilidade de implementos à dispo-sição deste modelo de trator, principalmenteda linha Agritech. Compatível com este mo-delo existe diversas opções, como arados dedisco, carreta fixa e basculante, distribuidorcentrífugo, enxada rotativa, encanteirador,grades, guincho, perfurador, plaina, planta-deiras, retroescavedeira, roçadeiras, segadei-ra de pastagens, semeadeira de pastagens esubsolador.

Fábio nos disse que possui um outro tra-tor Yanmar, do modelo 2060 e em ambos sa-lientou que, para ele, a principal vantagem éa manobrabilidade, pois a pequena distânciaentre eixos mostra vantagem em relação aosdemais modelos de outras marcas, principal-mente nas manobras dentro das áreas de can-

teiro. Ressaltou a questão da manutenção,que em seu caso é zero, pois ainda não gas-tou com seu trator que está há mais de umano na sua propriedade. Disse também quevê vantagens nestes modelos no que se refereà ergonomia, pois eles possuem comandosmuito bem posicionados, o que facilita o aci-onamento em trabalho.

O TRATORComo se sabe, a linha Agritech é uma

linha de tratores e implementos origináriosda nova constituição da marca aqui no Bra-sil, quando aquisição da marca Yanmar peloGrupo Stédile. Segundo ouvimos naquela re-gião, a nova configuração da empresa só veioa melhorar. A partir de 1996 após uma que-da de investimentos da marca na fábrica bra-

A versatilidade nas manobras, necessáriaem operações nos canteiros, é um dos

pontos fortes do trator 1155

O posto de comando é de fácil acesso e comuma visão bastante ampla e sem muitos

obstáculos ao operador

Fotos Charles Echer

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sileira, a nova constituição foi saudada, prin-cipalmente pelos revendedores como umanova fase. E, nesta fase, a principal mudançafoi a melhoria de comunicação entre o fabri-cante e a rede de revendas autorizadas, prin-cipalmente a partir da constituição da asso-ciação de concessionários. Basicamente osprincipais produtos que se originaram destanova fase foram o trator 1155, a super-redu-ção, o inversor e, recentemente, o modelo1170, que está sendo lançado agora. Tudoisto em pouco mais de cinco anos. Hoje afábrica e também os seus revendedores vêemcomo muito importante o bom atendimentoem pós-venda, como ferramenta de marke-ting e vendas.

MOTORIZAÇÃOO motor que equipa este modelo é Yan-

mar referência 4TNV88 – XAT, a diesel, qua-tro tempos de quatro cilindros, com volumetotal de 2190 cm3, injeção direta e potênciabruta de 55 cv como informa o fabricante. Otorque máximo é de 14,8 kgf.m a 1700 rpm.

O sistema de alimentação utiliza uma bom-ba injetora da marca Yanmar, modelo YDP-MP2/4, filtragem de combustível por meiode um decantador com dreno e um filtro comelemento de papel e um outro filtro a secopara a limpeza do ar. O tanque de combustí-vel tem capacidade de 44,5 litros e é sufici-ente para uma jornada de trabalho diária em

condições normais de trabalho. O sistema delubrificação do motor é por bomba (força-do), mas também utiliza em alguns pontos osalpico de óleo. Cabem 5,3 litros de óleo SAE15W-40 no cárter e a filtragem se faz por umamalha de tela para as impurezas maiores eum filtro de papel.

O sistema de arrefecimento da tempera-tura do motor é por ar e uma solução líquidacom um radiador convencional ligado a umdepósito externo. Há, na linha, uma válvulatermostática e a pressurização se faz por meioda regulação da tampa do radiador, como é opadrão em tratores agrícolas.

Também salientamos uma vantagemdeste trator que é a facilidade de acesso aomotor e seus componentes externos, comosilencioso, filtro de ar, radiador etc. O capôpode ser basculado, facilitando o acesso eincentivando à manutenção. Por sinal,abrindo o capô se pode ver o enorme silen-cioso, em relação ao tamanho do motor, ex-

O acesso aos componentes do motor e dosistema de arrefecimento está

bem acessível ao operador

O eixo dianteiro possui uma chapa em toda a suaextensão que mantém todo o conjunto de

transmissão protegido de possíveis choques

Fotos Charles Echer

O vão livre entre o trator e o solo é outro pontopositivo do 1155-4 SR, já que sua principal

aplicação é sobre canteiros

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Uma das principais aplicações desse modelo detrator é com a encanteiradora, por isso o

implemento bastante utilizado durante o teste

plicando em parte, a baixa emissão de ruídodeste modelo.

Como é de esperar, na atualidade, o mo-tor deste trator está preparado para o Bio-diesel B5, podendo funcionar perfeitamen-te com este combustível, sem qualquer ne-cessidade de regulagens e retorno ao con-cessionário.

TRANSMISSÃO E TDPO câmbio é convencional de engrena-

gens deslizantes, com oito velocidades agru-padas em dois sistemas: reduzido e simples,com uma superredução para 400 m/h. Afo-ra a super-redução é possível ir de 2 a 32km/h, para as diferentes operações que seutiliza o trator. Interessante é o sistema deacionamento da tração dianteira por meiode engrenagens, o que dispensa as tradicio-nais cruzetas. Sob o eixo e alcançando o sis-tema de direção há um eficiente protetorque impede o choque destas partes com osolo e outros objetos.

A tomada de potência pode ser aciona-da, proporcionando 540 rpm no eixo, como motor do trator a 2.258 rpm. O sistemahidráulico de três pontos, muito utilizadoneste tamanho de trator tem duas alavan-cas, uma de controle da posição e outra daondulação e um sistema de controle de ve-locidade de descida do implemento. Há emlocal de pior acesso, uma borboleta para tra-var a regulagem da profundidade, de formaque, após a manobra, o equipamento voltaa ser posicionado na mesma profundidadeque estava antes da manobra.

O trator que estávamos testando tinhaoito pesos no pára-choque dianteiro e roda-do de cultivo, para encaixar-se na largura decanteiro utilizada pelo agricultor. Os pneuseram Pirelli TM93 12.4-38 na traseira e Fi-restone 8.3/8-24 na dianteira.

TESTE COM IMPLEMENTOSPara o nosso test drive, na fazenda, en-

contramos vários conjuntos. O primeiro foi aenxada rotativa encanteiradora, também co-nhecida como rotoencanteirador, da marcaAgritech-Lavrale, modelo ENFR125 Super-forte, recomendado para o Trator 1155 DT.

Testamos este equipamento com o trator

em 1ª reduzida aproximadamente 2.300 rpm,velocidade de 2,2 km/h. Embora o local utili-zado para o teste estivesse coberto por palha-da de milho, a montagem do canteiro foi mui-to bem feita em duas passadas do equipamen-to. O produtor afirmou que a partir desta con-dição, com uma passada de enxada rotativa,para cortar os restos o canteiro fica perfeito,

O sistema de acionamento da tração dianteirapor meio de engrenagens dispensa

as tradicionais cruzetas

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“Notamos uma das vantagens ergonômicas ressaltadas pelo produtor, pois nas manobras a alavanca deposicionamento do sistema hidráulico estava ali, bem próxima da mão direita e de fácil acionamento”

para o plantio das mudas. Notamos ao operaro trator que ele, mesmo sendo exigido, é bas-tante silencioso e dá gosto ver um motor rea-gindo bem com seus 55 cv e uma boa reservade torque. O único reparo a ser feito é quebem que se poderia estabelecer uma rotaçãode motor mais baixa, talvez próxima aos 1.900ou 2.000 rpm para dar 540 rpm na Tomadade Potência, o que poderia provocar mais eco-nomia de combustível nas operações em quese exige acionamento pela TDP.

Continuando o nosso teste, acoplandoum escarificador/subsolador marca Agritechde cinco hastes, modelo SSU-5/TL, com 1,20m de largura a 35 c de profundidade. Fize-mos várias passadas utilizando duas marchas,a 1ª a 2ª reduzida, a velocidades de 2,4 e 2,8km/h, respectivamente, utilizando rotação de2.700 rpm, de potência máxima. Em ambasas marchas foi possível o trabalho, porém, no-tamos que em primeira marcha o trator tra-balhava tranqüilo e, em segunda, havia certainstabilidade provocada pela transferência depeso, com ligeira perda de direção. Por sinal,o produtor nos disse que seu sistema de plan-tio compreende uma passada deste equipa-mento após a colheita da cultura, inclusivedo milho, em seguida uma passada de enxa-

da rotativa e finalmente o encanteiramento,com o rotoencanteirador. Reforçamos a in-formação de que o trator estava com pneustipo cultivo, não adequados para operaçõesde alta demanda de tração, como esta. Nota-mos uma das vantagens ergonômicas ressal-tadas pelo produtor, pois nas manobras a ala-vanca de posicionamento do sistema hidrá-ulico estava ali, bem próxima da mão direitae de fácil acionamento.

Passamos ao terceiro teste, com uma adu-badeira para canteiro, marca Minami, mo-delo M-90, com duas linhas. Esta máquinapassa sobre o canteiro e deposita por gravi-dade duas faixas de adubo dosadas por umsistema composto de uma esteira metálica defundo de depósito e uma comporta.

Mesmo estando configurado com pneus de cultivo,o acesso à plataforma de comando é fácil, não

exigindo muito esforço do operador

O modelo testado utilizava pneusPirelli TM93 12.4-38 na traseira eFirestone 8.3/8-24 na dianteira

Fotos Charles Echer

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24 • Agosto 07

No posto de operação salienta-se a exis-tência de dois pega-mãos presos aos pára-la-mas que facilitam a movimentação dentro doposto do operador e o bom posicionamentodas alavancas de engate da TDP, na esquer-da, e do sistema hidráulico de três pontos,na direita. O banco do operador poderia serde qualidade maior e as alavancas de engatede marchas, do regime de alta e baixa, e datração dianteira poderiam ser de engate maissuave. Além disso, a informação sobre a fun-ção das alavancas poderia estar mais próxi-ma. Embora este modelo tenha a configura-ção de acavalado, com as alavancas princi-pais entre as pernas do operador, há uma pla-taforma razoavelmente ampla que proporci-ona boa movimentação dos pés do operadordurante o trabalho.

Esteticamente há alguns avanços comoas sinaleiras traseiras embutidas nos parala-mas, o que facilita a sua preservação. Há umarco de proteção, com ancoragem sobre o eixotraseiro, sem informação de certificação.

MODELO 2060Aproveitamos para conhecer outros mode-

los de trator da marca como o modelo 2060que também é bastante utilizado na região. Ostratores médios são também utilizados na re-gião, marcadamente hortícola, com potênciasentre 70 e 90 cv, porém na maioria dos casosem transporte e operações pesadas de preparodo solo. Mas é inegável a vantagem que levamos tratores pequenos de potência entre 40 e 50cv, com pequeno raio de giro, úteis nas opera-ções de preparo do solo em áreas encanteira-das. Algumas regiões vizinhas, onde a explora-ção pecuária é a atividade principal, deman-dam tratores de, pelo menos, 70 cv de potênciabruta no motor e que serão atendidas pelo novomodelo a ser lançado pela fábrica em breve.Sobre trator grande, o concessionário JorgeHirano nos disse ser impressão sua que algunsagricultores, embora necessitem de tratores pe-quenos, compram tratores maiores, com sobrade potência, apostando no status que proporci-ona, principalmente entre os vizinhos.

Neste modelo testamos um pulverizadormarca Jacto, modelo Condor de 600 litroscom uma barra adaptada de 14 metros (28bicos) a partir de uma original de 12 metros,pois queríamos ver as condições de aplicaçãoem folhosas altas e sensíveis como o repolho.Os danos causados geralmente induzem per-das de valor comercial. Esta adaptação é ne-cessária para a entrada do pulverizador emmúltiplas linhas, sempre nos mesmos vãosdos canteiros. Nestas condições é muito im-portante um pequeno espaço requerido paramanobras, portanto, com grande capacidadede esterçamento.

Neste tipo de aplicação (horticultura)também é costume utilizar-se a fertirrigaçãocom o pulverizador, trabalhando com umacalda de uréia e água na proporção de 200litros para 50 kg de uréia.

Em conclusão diríamos que o trator Yan-mar 1155-4 é uma excelente opção dentro dasua categoria de potência, pois, além de umrobusto motor, tem dimensões reduzidas paraa operação em espaço reduzido, como geral-mente exigem as aplicações especiais.

Agradecemos em especial à equipe daHiramaq e ao pessoal da fazenda pelo apoio,sem o qual seria muito difícil ter realizadoeste teste.

Conta-giros marcando2.300 rpm na operaçãocom a encanteiradora

Fernando Schlosser realizou o testedrive e contou com o apoio de

técnicos das revendas da região

Esteticamente há alguns avanços como assinaleiras traseiras embutidas nos pára-lamas,

o que facilita a sua preservação

José Fernando Schlosser,UFSM

M

Fotos Charles Echer

O modelo testadoestava equipado com arcode proteção não certificado

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26 • Agosto 07

BVO terrestre

Oaumento contínuo da área culti-vada com culturas anuais que ne-cessitam de tratamentos no mes-

mo período de chuvas intensas e contínuas, fazcom que o número de equipamentos aéreos eterrestres seja sempre insuficiente nos períodosde pico, principalmente pela idéia já arraigadaentre técnicos e produtores de que os maioresvolumes de água são mais eficientes para o con-trole de pragas e doenças.

Esse conceito é válido para as aplicaçõesrealizadas com água e bicos hidráulicos e já foidemonstrado por pesquisadores competentes.Hoje esses pesquisadores estão provando queos resultados biológicos obtidos com 20 a 30litros por hectare com atomizadores rotativosde discos são iguais ou melhores do que os ob-tidos com bicos hidráulicos com volumes de120 a 150 litros por hectare.

Os produtores contam atualmente comfungicidas eficientes para a proteção de suaslavouras, entretanto a manutenção da ferru-gem asiática abaixo do nível de dano econômi-co, tem se mostrado muito difícil pelo curtointervalo de tempo entre o diagnóstico e a ne-cessidade do controle químico. Este problema

se apresenta também no controle da maioriadas doenças e pragas das culturas anuais.

A falta de equipamentos devido ao seu altocusto, o baixo rendimento operacional das tec-nologias de aplicação em altos volumes combicos hidráulicos e a falta de treinamento dasequipes encarregadas das aplicações, são os pro-blemas mais sérios dos tratamentos fitossani-tários praticados atualmente no Brasil.

A eliminação deste gargalo no complexoprodutivo agrícola passa pelo aumento da dis-ponibilidade dos equipamentos terrestres e aé-reos, pelo aumento da eficiência operacional dosequipamentos, pela introdução de novas tec-nologias como o Sistema Baixo Volume Oleoso(BVO) e a pulverização eletrostática e pelo trei-namento dos técnicos e dos operadores em tec-nologia de aplicação.

Por outro lado, a aplicação de defensivosem via líquida, por via aérea ou terrestre, vemsofrendo há algumas décadas uma pressãomuito grande dos usuários e da sociedade emgeral, no sentido de melhorar a eficiência bio-lógica dos tratamentos, aumentar os rendimen-tos operacionais, diminuir os volumes de águaaplicados, os custos dos tratamentos e a conta-

minação ambiental.Mas os sistemas convencionais para apli-

cações com altos volumes de calda usam a águacomo veículo dos defensivos utilizando pres-são hidráulica e bicos pulverizadores que pro-duzem neblinas com gotas de tamanhos muitovariados entre si. Nestas aplicações é pratica-mente impossível reduzir os volumes sem com-prometer a densidade de gotas (DG) e a por-centagem de área coberta (PAC), parâmetrosfundamentais para o controle das doenças dasplantas.

Os sistemas que aplicam baixos volumesde caldas como o Ultra Baixo Volume (UBV),desenvolvido nos Estados Unidos em 1962, emais recentemente o sistema Baixo VolumeOleoso (BVO), desenvolvido no Brasil peloCentro Brasileiro de Bioaeronáutica (CBB) em1998, usam obrigatoriamente como veículo, osóleos minerais ou vegetais, que reduzem a eva-poração das neblinas diminuindo a contami-nação ambiental e evitando a perda dos produ-tos aplicados. Utilizam na produção das gotasos sistemas de atomização rotativa de tela oude discos com os quais pode-se produzir umaneblina de gotas finas e de espectro homogê-

A utilização da técnica de baixo volume oleoso em pulverização terrestre tempermitido avanços na busca pela aplicação perfeita. Resultados mostram que épossível pulverizar com 20 a 40 litros de calda por hectare e conseguir controles

superiores aos obtidos através do método convencionalMar

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“A falta de equipamentos devido ao seu alto custo, o baixo rendimento operacional e a falta de treinamentodas equipes, são os problemas mais sérios dos tratamentos fitossanitários praticados atualmente no Brasil”

rfeiçãorfeição

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28 • Agosto 07

menor for a rotação dos atomizadores, maiorserá o tamanho das partículas, quanto maiorfor a rotação, menor será o tamanho das mes-mas.

Com quatro anos de desenvolvimento, gra-ças ao apoio de seis universidades e dezenas declientes, o sistema BVO terrestre foi exaustiva-mente estudado e teve a sua eficiência biológi-ca comprovada em todas as pesquisas científi-cas e testes de campo realizados. Estudos sobrea estabilidade das misturas mais usadas nasgrandes culturas foram realizados pela Esalq-USP, em Piracicaba (SP), para orientar os tra-balhos de campo com os diferentes óleos vege-tais utilizados. Testes de laboratório e campoforam realizados durante estes anos para mini-mizar os efeitos dos produtos altamente corro-sivos e garantir aos motores elétricos uma ope-ração de 500 horas entre revisões, nas quais umequipamento autopropelido pulveriza cerca de15 mil hectares no sistema BVO terrestre.

Com base nessa experiência vivida no Bra-sil, nos países do Mercosul e agora no México,acreditamos que estamos realmente no cami-nho certo em busca da aplicação perfeita.

uma mistura homogênea necessitamos de agi-tação intensa e contínua em todo o processo demistura.

O TURBOTRATOR TT-88BPara desenvolver o sistema BVO terrestre o

CBB desenvolveu em 2004 um atomizadorrotativo de discos elétrico cujo nome comercialé Turbotrator que pode subdividir até 80% dovolume do líquido pulverizado, em gotas demaior eficiência biológica, contra 70% dos ato-mizadores rotativos de tela e 44% dos bicos hi-dráulicos. Isso é muito vantajoso porque umavez determinada a faixa de diâmetros de gotasde maior eficiência biológica para o controle aser efetuado, o Turbotrator pode ser calibradopara produzir 80% das gotas na faixa adequa-da, com um desperdício de 20% do volume apli-cado. Nas aplicações com bicos hidráulicos aperda é de 56%, apenas nesse item.

No Turbotrator o volume de líquido apli-cado por hectare é controlado pelo fluxo de lí-quido injetado no atomizador através de regu-ladores de vazão, e pela variação da pressão dopulverizador. O tamanho das gotas é controla-do com o aumento ou diminuição da rotaçãodos discos através do controlador de velocida-de (CV) instalado na cabine do trator. Quanto

neo, com gotas de diâmetros muito próximosentre si.

Graças ao uso de veículos não-evaporan-tes, ao tamanho das gotas e ao espectro homo-gêneo das neblinas é possível reduzir em cincovezes os volumes aplicados atualmente, produ-zindo maior densidade de gotas que são, porsua vez, cinco vezes mais concentradas do queas gotas convencionais e têm maior penetraçãonas culturas. Todos esses fatores resultam emmaior eficiência biológica.

SISTEMA BVO TERRESTREAs aplicações em BVO terrestre se baseiam

no princípio de aplicação indireta, no qual oequipamento de pulverização produz uma ne-blina com uma quantidade muito grande degotas uniformes, com o diâmetro de maior efi-ciência biológica para aquele tratamento, comvolume de calda baixo ou muito baixo, de acor-do com o tipo de alvo, tipo e estágio de desen-volvimento da cultura.

Essa neblina é produzida entre 0,5 m e 1m acima da cultura e atinge os alvos por açãodas forças de movimentação do trator, centri-fugação das gotas, vento, gravidade e turbulên-cia na copa das culturas.

A tecnologia do sistema BVO terrestre, ba-seia-se nos seguintes parâmetros:

• Aplicação de defensivos com volumes de20 a 40 litros por hectare.

• Densidade de gotas entre 50 e 150 gotaspor centímetro quadrado.

• Tamanho de gota de maior eficiência bi-ológica, controlado entre 80 e 250 micrôme-tros através de um controlador eletrônico derotação dos discos.

• Amplitude relativa entre 0,6 e 1,0.• Óleo vegetal emulsificado, melaço ou ad-

juvante antievaporante como veículo do defen-sivo.

• Água para completar o volume de aplica-ção mais eficiente para um determinado trata-mento.

• Mistura orientada do óleo emulsifican-te, defensivos e água, com agitação intensa econtínua produzindo emulsão estável, combaixo índice de evaporação.

FORMULAÇÕES PARA BVO TERRESTREA ordem de adição dos componentes é fun-

damental para o sucesso da formulação, deven-do ser sempre: óleo + emulsificante + produ-to + água, com agitação intensa e contínua.

Cuidados especiais merecem os produtosde baixa dosagem tipo Nomolt (50 ml/ha) ouClassic (30 g/ha) para que se dissolvam com-pletamente na mistura e não fiquem concen-trados em algum ponto da misturadora. Osprodutos formulados com pós molháveis (PM)ou grânulos dispersíveis em água (WG) neces-sitam de hidratação prévia antes de serem in-corporados à mistura oleosa. Para conseguir

Marcos Vilela Monteiro,Centro Brasileiro de Bioaeronáutica

M

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Aforça de trabalho feminina no Bra-sil cresceu consideravelmente nosúltimos anos. A mulher é maioria

em determinadas áreas; profissões que anteseram consideradas exclusivamente masculinasjá são exercidas por mulheres.

Nos últimos cinqüenta anos, um dos fatosmais marcantes ocorridos na sociedade brasi-leira, foi a inserção crescente das mulheres naforça de trabalho. Este contínuo crescimentoda participação feminina é explicado por umacombinação de fatores econômicos e culturais.

Conforme dados do Instituto Brasileiro deGeografia e Estatística (IBGE), a participaçãoda mulher no mercado de trabalho passou de43,4%, em média, em 2004, para 43,7%, em2005, nas seis principais regiões metropolita-nas do país, um crescimento de 0,3%. Apesardo crescimento da participação feminina, ohomem ainda é maioria entre as pessoas ocu-

padas, com uma média de 56,3%, em 2005.Em cidades pequenas e médias, a partici-

pação da mulher no mercado de trabalho é bas-tante expressiva, principalmente em empresasfamiliares, onde ela e o marido, às vezes, têmigual participação na vida da empresa, indepen-dentemente da função.

Em 2007, podemos observar um crescenteaumento na demanda de treinamentos especí-ficos nas áreas agrícolas e afins para as mulhe-res, vez que as mesmas, até pouco, resistentesna lida agrícola, hoje em dia, estão mais e maisdirecionadas para este tipo de trabalho.

EXCLUSÃO TECNOLÓGICAPesquisas sobre a utilização de novas tec-

nologias indicam que as mulheres estão sendoexcluídas dos treinamentos que possibilitam oconhecimento das máquinas, suas operações eregulagens, sendo mantidas nas funções que

exigem menos qualificação ou conhecimentotécnico.

Salvo exceções, raramente a mulher conse-gue penetrar em áreas onde sejam feitos diag-nósticos e tomadas decisões técnicas. Sua atu-ação é sempre restrita à esfera de execução doque já foi decidido. Mesmo hoje, com as mu-danças na organização do processo de traba-lho, a mulher ainda não participa do processodecisório. Nas fábricas, ela está na linha demontagem, no comércio, está no balcão, nocampo, está na colheita, e assim por diante.

É com base nas pesquisas atuais que de-monstram claramente a necessidade de treinara mulher para que a mesma possa, sem exce-ção, trabalhar nas mesmas áreas que os homensontem detinham a totalidade na ocupação decargos.

Pensando nessa necessidade é que foi cria-do um curso de manutenção de tratores agrí-colas especialmente montado para a mulher,que tem o objetivo de suprir o conhecimentonecessário para que a mulher também possadedicar-se ao trabalho no campo, tanto em suapropriedade, como operadoras de qualidade edisputadas no mercado por suas qualificações.

O curso de Operação Básica e Manuten-ção Preventiva em Tratores Agrícolas é desen-volvido por uma equipe de Campo Grande(MS), tem carga horária de 72 horas, divididasem duas etapas com intervalos de 15 dias. Oobjetivo é construir conhecimentos operacio-nais e aplicativos de manutenção preventiva detratores e equipamentos agrícolas, participan-do efetivamente de exercícios teóricos e práti-cos. Para participar do curso, é necessário sermaior de 18 anos, ser proprietária rural e alfa-betizada.

Cooperativas, grupos de mulheres ou em-presas agrícolas que desejem agendar cursos ouobter mais informações sobre o projeto podemfazer contato pelo telefone (67) 9237-9537 [email protected].

Mulheres e máquinas

Agrôn. Fabrício Candal Gomes

Fabrício Gomes é umdos organizadores do curso detratores destinado a mulheres

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rerrefino de óleooperação e manutenção

Como já ocorre nos demais setores da economia, asmulheres passam a se interessar, também, por operaçõescom máquinas agrícolas. De olho no potencial feminino,surgem cursos para aprimorar o conhecimento e capacitá-las para o posto, ainda dominado pelos homens

Valtr

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Como já ocorre nos demais setores da economia, asmulheres passam a se interessar, também, por operaçõescom máquinas agrícolas. De olho no potencial feminino,surgem cursos para aprimorar o conhecimento e capacitá-las para o posto, ainda dominado pelos homens

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MF 9790 ATR

Nesta edição, apresentaremos emprimeiríssima mão a ficha téc-nica do lançamento mais recen-

te da Massey Ferguson: a Colhedora MF9790 ATR. Trata-se de uma colhedora daClasse VII, com 355 CV (261 kW) de po-tência que utiliza a tecnologia Axial. É aquique está o principal diferencial dessa má-quina em relação a todos os demais mode-los comercializados pela empresa no Brasilaté o momento. O conhecido saca-palhasdeu lugar a um rotor que se responsabilizapela parte mais difícil da colheita. A MF9790 ATR, que já era produzida nos EUA,passou agora a ser produzida também noBrasil na planta de Santa Rosa, no Rio Gran-de do Sul, e atenderá um público que jáaguardava com expectativa a novidade háalgum tempo.

PLATAFORMA DE CORTEA MF 9790 ATR opera com uma platafor-

ma Powerflex de 30 pés (9,15 m). Neste mode-

lo de plataforma, a barra de corte, que faz 1.100cortes/minuto, é sustentada por uma estruturapantográfica e apoiada sobre deslizadores depoliuretano, permitindo copiar todas as irregu-laridades do terreno sem alterar o ângulo deataque das navalhas.

A barra de navalhas pode ser inclinada ematé cinco graus para baixo, possibilitando umcorte muito próximo ao solo, apropriado paraas variedades que apresentam baixa inserçãodas primeiras vagens.

O caracol possui um grande diâmetro e abasaltas conferindo grande capacidade detransporte de material. O molinetetem ajuste horizontal através de atu-adores elétricos, e vertical através decilindros hidráulicos. A rotaçãopode ser ajustada continuamentedevido ao acionamento através de mo-tor hidráulico.

FUNÇÕES DE CORTENas operações com corte rente ao solo,

como na soja, os controles de altura de cor-te e de inclinação lateral são feitos de formaautomática possibilitando um acompanha-mento das irregularidades do terreno em ve-locidades de avanço mais altas, além disso,a rotação proporcional do molinete tambémé ajustada automaticamente, a cada varia-ção da velocidade.

Ela é axial...Depois de apresentar dois novos modelos de colhedoras convencionais, a MasseyFerguson lança a 9790 ATR, a sua primeira axial fabricada no Brasil

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A conexão da plataforma de corte é single-point,que facilita a vida do operador no acoplamento

“A MF 9790 ATR que já era produzida nos EUA passou agora a ser produzida também no Brasil na planta de SantaRosa, no Rio Grande do Sul, e atenderá um público que já aguardava com expectativa a novidade há algum tempo”

ACOPLAMENTOO acoplamento da plataforma é realizado

através de um conector múltiplo (single-point)que facilita a vida do operador, pois permite que

sejam feitas todas as li-gações hidráulicas e elé-

tricas entre a colhei-

tadeira e a plataforma com apenas um engate.

CANAL ALIMENTADORO canal alimentador da MF 9790 ATR

possui travessas tripartidas apoiadas sobre qua-tro correntes com pinos cromados para resistirao atrito e garantir longa duração.

O material é transportado para o rotor atra-vés de um cilindro elevador, construído comhélices centralizadas, para assegurar um trans-porte suave e deslocamento positivo do mate-rial, mantendo a qualidade dos grãos e a inte-gridade da palha.

ROTORO rotor do tipo ATR™ - Advanced Tech-

nology Rotor - pode ser configurado com bar-ras, facas e dentes, permitindo a configuraçãoadequada para cada condição de lavoura. Oacionamento do rotor é através de um motor

hidráulico, ligado a uma caixa de duas ve-locidades, que é tocado por uma bombaexclusiva. Isto permite um ajuste con-tínuo de rotação e ainda evita que even-tuais oscilações na rotação do motorsejam transmitidas para o rotor. Nacaixa alta, o rotor pode operar de 175a 970 rpm e na baixa de 175 a 746rpm. Também devido ao aciona-mento hidráulico, a rotação dorotor pode ser revertida liberan-do eventuais bloqueios. O com-primento total é de 3560 mm,

sendo 1.030 mm de alimentação, 1.390 mmde trilha e 1.140 mm de separação, com umdiâmetro de 700 mm.

SISTEMA DE LIMPEZAO sistema de limpeza da MF 9790 ATR é

compatível com a grande capacidade dos siste-mas de alimentação, trilha e separação. Umabandeja de 2,30 m², com movimento alternati-vo inicia o processo de limpeza estratificando e

Rotor ATR - Advanced Technology Rotor, responsável por todaa trilha dos grãos é a principal novidade dessa máquina

Detalhe do tanque de grãos com10.570 litros de capacidade

Fotos Massey Ferguson

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transportando o material até as peneiras. Estesistema evita o uso de transportadores tipo ros-ca sem-fim que misturam a moinha com osgrãos, aumentam a complexidade e a possibili-dade de danos mecânicos.

O ventilador é de fluxo transversal e ope-ra em uma ampla gama de velocidades (590a 1.350 rpm), as peneiras são de escamasajustáveis com área de 2,60 m² na inferior e3,10 m² na superior, totalizando 5,70 m² deárea de limpeza.

GRANELEIRO E DESCARGAA capacidade do tanque graneleiro é de

10.570 litros, o que representa aproxima-damente 130 sacas de soja, considerandouma densidade de 0,75 kg/litro. As exten-

sões superiores podem ser dobradas sem fer-ramentas para diminuir a altura de trans-porte. O tubo de descarga é do tipo canhãogiratório superior e apresenta uma altura de4,2 m. A vazão de descarga é de 77,5 litrospor segundo, proporcionando a descargacompleta do tanque em 135 segundos.

CABINAA cabina possui uma área envidraçada

é 5,7 m² e um volume interno de 3,4 m³,com acomodação para o operador e umacompanhante. O console, onde estão osprincipais comandos, é integrado ao assen-to do operador que possui suspensão a ar.O monitoramento das funções da colhei-tadeira é realizado através de dois painéis

eletrônicos, um montado na coluna e ooutro, chamado de EIP (Electronic Instru-ment Panel), sobre o pára-brisa frontal. Nacoluna são monitoradas perdas e rotaçõesdo motor e do rotor. O EIP, muito maiscompleto, monitora a rotação dos princi-pais eixos da máquina, área colhida, dis-tância percorrida, temperaturas e inclui asproteções do motor.

ILUMINAÇÃOO conjunto de iluminação inclui oito luzes

de trabalho, duas luzes dianteiras, duas luzestraseiras de apoio e mais um farol de entrada/saída da cabina. A iluminação da operação dedescarga noturna é acionada automaticamen-

A cabine é ampla, com 3,4 m³, e uma áreaenvidraçada de 5,7 m2

O motor hidráulico do rotor é ligado a uma caixa deduas velocidades, tocado por uma bomba exclusiva

O monitoramento de todas as funções é feito em painéisdistribuídos em colunas e na parte frontal da cabine

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Agosto 07 • 35

“Com o Fieldstar II diversos dados de colheita tais como produtividade, umidade dos grãos, capacidade dacolheitadeira, velocidade de avanço, nível do tanque de grãos e outros ficam disponíveis na tela do monitor”

te junto com a abertura do tubo.

MOTORA MF 9790 ATR é equipada com mo-

tor Sisu Diesel Citius 84 CTA, de 355 cvde potência nominal a 2.100 rpm, com umareserva de potência que permite chegar a380 cv a 1.900 rpm e com uma potênciamáxima na descarga (boost) de 384 cv, ga-rantida pelo sistema de gerenciamento ele-trônico da injeção. Este motor é turbina-do, com after-cooler a ar e seu baixo nívelde emissões lhe permite a classificação TierIII.

TRANSMISSÃOA transmissão da MF 9790 ATR é do

O conjunto de iluminação inclui oito luzes de trabalho, duas luzes dianteiras,duas luzes traseiras de apoio e mais um farol de entrada/saída da cabine

tipo hidrostática, garantindo o conforto ne-cessário para operar um equipamento desteporte. O controle da transmissão é incorpo-rado ao apoio de braço, que é integrado aoassento. No manche hidrostático, além doscomandos de velocidade e sentido de deslo-

O motor da 9790 é Sisu, com 355 cvde potência nominal a 2.100 rpm

camento, estão posicionados os controles daplataforma, do molinete e do tubo descar-regador.

A tração é somente no eixo dianteiro,mas, opcionalmente, a MF 9790 ATR podeser equipada com tração traseira auxiliaratravés de motores hidráulicos ligados àsrodas traseiras. Esta versão 4 x 4 é indicadapara regiões com terrenos inclinados devi-do a sua maior estabilidade ou terrenosúmidos, de baixa sustentação.

SISTEMA HIDRÁULICOA colheitadeira MF 9790 ATR incorpo-

ra tecnologia “Load Sensing” (sensível à car-ga), no seu sistema hidráulico. Com este sis-tema, a bomba hidráulica desloca somentea quantidade de óleo que o circuito solicitaquando o operador ou alguma função auto-matizada comanda alguma ação.

AGRICULTURA DE PRECISÃOA colheitadeira MF 9790 ATR pode ser

equipada com o sistema Fieldstar II, a fer-ramenta de agricultura de precisão da Mas-sey Ferguson. Quando equipada com esteopcional, a colheitadeira passa a contar comsensores de rendimento e umidade, antenaGPS e com um kit de interface com o com-putador (Kit de Escritório). Com o Fields-tar II diversos dados de colheita, tais comoprodutividade (base úmida e base seca),umidade dos grãos, capacidade da colheita-deira, velocidade de avanço, nível do tan-que de grãos e outros, ficam disponíveis natela do monitor. O Fieldstar II também per-mite, através do Kit de Escritório, gerarmapas georreferenciados de produtividade,velocidade, perdas entre outros. M

Fotos Massey Ferguson

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rerrefino de óleoarroz

Na agricultura, em geral, o agri-cultor trata grandes áreas comose fossem homogêneas, aplican-

do insumos de acordo com a necessidademédia. Este procedimento faz com que amesma quantidade de insumos seja utiliza-da para toda a área, atendendo apenas asnecessidades médias e não considerando asnecessidades específicas de cada parte dife-rente da lavoura.

O conceito de Agricultura de Precisãoparte de uma premissa que o gerenciamen-to agrícola deve levar em conta as informa-ções sobre variabilidade espacial e temporaldos fatores de produção e da própria pro-dutividade para o manejo do sistema solo-planta. Esta forma de manejo propõe-se aaumentar a eficiência do gerenciamento naatividade agrícola, através da utilização deum conjunto de ferramentas que modificamas técnicas existentes, permitindo a identi-ficação da variabilidade dos atributos da la-voura e a sua intervenção de forma especí-fica. O sistema de amostragem de solo emmalha é uma técnica que vem sendo utili-zada com sucesso para a detecção da varia-bilidade dos atributos do solo. Nesta amos-tragem é feito o georreferenciamento dasamostras de solo através do uso de recepto-

res de sinais do Sistema de PosicionamentoGlobal (GPS).

A aplicação das técnicas de agriculturade precisão pode gerar um incremento naeficiência de uso dos insumos aplicados,maximizando os lucros e protegendo o meioambiente pela diminuição do uso indevido.Excesso de fertilizante pode gerar impactosnegativos na qualidade do solo e da água ereduzir as margens de lucro, enquanto quea sua falta pode restringir a produtividade ea qualidade da cultura.

As técnicas de agricultura de precisão,no Brasil, estão mais difundidas nas cultu-ras de soja, milho e trigo, através da elabo-ração de mapas de produtividade, de atri-butos de solo e aplicação de insumos emtaxas variáveis. Há um grande número depesquisadores distribuídos pelo nosso paísgerando conhecimentos e aplicando a téc-nica no campo. Para a cultura do arroz irri-gado, estas técnicas ainda foram pouco ava-liadas, representando uma área potencialpara desenvolvimento desta estratégia degerenciamento agrícola, pois somente no RioGrande do Sul são cultivados anualmenteaproximadamente um milhão de hectarescom esta cultura. A produtividade média dearroz no RS é de 6,8 mil quilos por hectare,

enquanto o potencial produtivo da maioriadas cultivares já ultrapassa os 10 mil quilospor hectare.

Para avaliar as técnicas de agricultura deprecisão, comparativamente ao manejo tra-dicional, foi realizado um trabalho em la-voura comercial de arroz irrigado instaladana Fazenda Buricaci, município de SãoFrancisco de Assis - RS. A área utilizada paraa pesquisa (70 hectares) foi mapeada com

Eficiência porquadrosEficiência porquadros

Figura 1 - Mapa da área e malha de amostragem com ospontos georreferenciados

O emprego da Agricultura de Precisão em lavouras de arroz irrigado significaum incremento considerável na produtividade. Como o manejo da nutrição é

feito por quadros, além de homogeneizar a produção, gera economia de insumos

O emprego da Agricultura de Precisão em lavouras de arroz irrigado significaum incremento considerável na produtividade. Como o manejo da nutrição é

feito por quadros, além de homogeneizar a produção, gera economia de insumos

Fotos Reges Durigon

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“O sistema de amostragem de solo em malha é uma técnica que vem sendoutilizada com sucesso para a detecção da variabilidade dos atributos do solo”

Agosto 07 • 37

um GPS de navegação e foi utilizada umamalha de amostragem de um ponto por hec-tare (Figura 1). Para todo o gerenciamentoda informação foi utilizado o software Cam-peiro 6. Este Programa foi desenvolvido peloDepartamento de Engenharia Rural do Cen-tro de Ciências Rurais da Universidade Fe-deral de Santa Maria e é de fácil obtenção,tanto para pesquisa como para a utilizaçãopor parte dos produtores.

A metodologia utilizada no trabalhoconsistiu nas seguintes etapas: coleta deamostras de solo para elaboração de mapasde atributos químicos do solo; contagem donúmero de plantas por área para elaboraçãodo mapa de população de plantas de arrozirrigado; determinação da altura da lâminade água de irrigação e amostragem manualde plantas de arroz irrigado para estimativado número de panículas e produtividade degrãos da cultura. As correlações entre estesmapas foram utilizadas para elaborar ma-pas de aplicação de fertilizantes à taxa vari-ável.

A produtividade de arroz irrigado apre-sentou grande variabilidade espacial e tem-poral na área estudada (Figura 2). Na sa-fra 2004/05, a produtividade mínima foide 4.855 kg por hectare, média de 7.711kg por hectare e máxima de 10.309 kg porhectare. Na safra 2005/06, a produtivida-de mínima foi de 5.853 kg por hectare,média de 8.628 kg por hectare e máximade 10.812 kg por hectare. Estes dados in-dicam um aumento na produtividade dearroz irrigado na segunda safra avaliada,verificando-se um acréscimo de 20% naprodutividade mínima, 12% na produtivi-

dade média, 5% na produtividade máximae 12% na produtividade total.

Para concluir sobre a influência de umavariável de produção, atributo de solo e pro-dutividade, utilizou-se o recurso de cruzardiferentes dados georreferenciados, estabe-lecendo a existência de correlações entreestes pontos. As maiores correlações posi-tivas entre produtividade de arroz e atri-butos de solo foram verificadas para cálcio(Ca) e magnésio (Mg) e as maiores corre-lações negativas para alumínio trocável esaturação por alumínio, indicando viabili-dade de aplicação de calcário em taxa vari-ável. Esta correção da acidez do solo foirealizada antes da segunda safra, de ma-neira variável, segundo a indicação das cor-relações, constituindo-se em importantefator de incremento da produtividade dacultura.

A produtividade de arroz irrigado apre-sentou correlação negativa com a popula-ção de plantas e positiva com o número depanículas, indicando que áreas com maio-res populações de plantas resultaram emmenores produtividades da cultura. A al-tura da lâmina de água de irrigação apre-sentou correlação negativa com o númerode panículas por área e com a produtivida-de da cultura.

A aplicação de calcário em taxa variá-vel reduziu a quantidade de calcário ne-cessária comparada à aplicação em taxa fixae incrementou a margem líquida na pro-dução, proporcionando uma lucratividadede 71% com a operação. Estes resultadosauxiliaram a demonstrar a viabilidade téc-nica e econômica da utilização das técni-

cas de agricultura de precisão na culturado arroz irrigado.

Outros trabalhos e acompanhamentode lavouras comerciais poderão referendarestes dados, criar novas perspectivas e for-mas de utilização da técnica nesta impor-tante cultura agrícola brasileira, semprelevando em conta a economicidade e a ne-cessidade de retorno econômico.

Aparelho utilizado paradeterminação da lâmina de água

na lavoura observada

Figura 2 - Mapa de produtividade de arroz irrigado (kg por hectare) nas safras 2004/05 (a) e 2005/06 (b)

A) B)

Reges Durigon eJosé Fernando Schlosser,UFSM

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Trator 1175

38 • Agosto 07

Após três anos de pesquisa e desen-volvimento, e investimentos deaproximadamente R$ 9,5 milhões,

a Agritech Lavrale apresenta seu primeiro tra-tor agrícola compacto com 70 cavalos de po-tência, o 1175. Com tradição em veículos deaté 55 cavalos, a partir deste lançamento, a em-presa atenderá a um leque maior de produto-res. O novo trator estará disponível a partir domês de setembro, com preço sugerido de R$ 70mil, dependendo da versão.

O 1175 é destinado, especialmente, ao tra-balho em culturas perenes, como maçã, man-ga, uva e nectarina; lavouras de citros, café ecereais; além do manejo nutricional para gadoleiteiro e de corte, em sistemas de confinamen-to. Segundo o fabricante, o trator foi elaboradopara otimizar a rentabilidade dos clientes. “Nos-so usuário quer mesmo é ganhar dinheiro comsua atividade, e nós queremos ajudá-lo”, afir-ma o diretor-presidente da Agritech Lavrale,Hugo Domingos Zattera.

O novo trator tem a missão de combinaralto desempenho com economia, demanda per-manente do mercado. A começar pelo motor adiesel, silencioso e limpo, e único do mercadocom 16 válvulas. O gerente comercial da Agri-tech, Nelson Okuda Watanabe, explica que hámaior aproveitamento e melhor rentabilidadedevido à queima perfeita do combustível, semdeixar resíduos, o que também amplia a dura-bilidade da máquina, já preparada para utilizar

biodiesel. Com tanque de 70 litros, o veículotem autonomia para uma jornada completa detrabalho, em torno de dez horas. O motor é aúnica parte do 1175 não fabricada no Brasil(vem da Yanmar, no Japão). A montagem doveículo também foi toda pensada para facilitara manutenção.

Outro exemplo da preocupação com a per-formance do trator está na composição do eixodianteiro que, além de blindado, não tem cru-zetas, possibilitando ao operador esterçar mais.“Dentro da lavoura, o trator sai de uma rua e jápode entrar na outra. Economiza tempo e com-bustível”, informa Watanabe.

EXPECTATIVAS“Há um consenso de que a agricultura bra-

sileira está em um ciclo mais virtuoso, seja pelopotencial do país ou pelo interesse do mundoem biocombustíveis. Quando a agricultura vaibem, o Brasil também vai.” Esta é uma das jus-

tificativas do presidente da Agritech para asexpectativas bastante positivas com este lança-mento. “Mesmo quando o setor passou por di-ficuldades, conseguimos crescer”, diz Hugo Zat-tera, e acrescenta que a empresa acaba não so-frendo muito com os “humores” do setor degrãos, por atender, principalmente, ao segmen-to de hortifruti.

De acordo com o dirigente, em 2006, aAgritech Lavrale faturou R$ 152 milhões, comcrescimento de 32% em vendas. A chegada do1175 amplia as expectativas. O gerente de mar-keting e pós-venda, Pedro Cazado Lima Filho,enfatiza que o trator conquistará espaço por suaspróprias características, mas a participação detodas as diretorias da empresa no projeto oti-miza o atendimento ao mercado. “Estamosenvolvidos desde o início”, confirma.

Hugo Zattera se mostra muito otimistacom o lançamento do 1175, mas, igualmentea grande parte dos industriais do agronegócio– e de outros segmentos – lamenta que os in-vestimentos em tecnologia de ponta e equipa-mentos que reforcem a eficiência do produtorrural não sejam ainda mais expressivos. A ele-vada carga tributária do Brasil limita o poten-cial da indústria. Do lado dos produtores, ex-cesso de burocracia para financiamentos edemora na definição dos planos de safra re-tardam as decisões. Para o bem do país, a agro-pecuária nacional ainda é forte o bastante paraavançar, em todos os sentidos, independente-mente dos obstáculos.

Frota ampliadaTrator 1175, da Yanmar, chega ao mercado com a promessa de mostrar versatilidade e

economia. Lançamento marca a estréia do fabricante na linha de veículos commotor de 70 cavalos e primeiro do segmento com 16 válvulas

Para Zattera, os principais mercados agrícolasbuscam tratores compactos mais potentes

Novo modelo já está sendo fabricado nas linhasde produção da empresa

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Romualdo Venâncio - Especialpara a Cultivar Máquinas

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GPS

Agosto 07 • 39

OGPS é um terminal inteligenteque a partir de sinais emitidosde uma rede de 24 satélites, ga-

rante localização geográfica precisa em qual-quer ponto do planeta. Temos hoje apenasum serviço de GPS que é fornecido pelo go-verno estadunidense, mas até 2008 deve en-trar em operação seu concorrente europeu, oGalileu, que vai oferecer uma alternativa aosistema único que existe hoje.

O uso de qualquer modelo é relativamen-te simples, mas uma leitura prévia do manuale um pouco de conhecimento de orientaçãogeográfica fazem uma enorme diferença. Sevocê deseja “pilotar” um GPS, se inscreva emalgum curso que existe hoje em algumas cida-des no Brasil, ou procure um amigo que te-nha algum modelo e saiba lhe ingressar nofascinante mundo da navegação via satélite.O mercado dispõe de vários fabricantes de re-ceptores GPS e todos têm modelos de baixocusto, que podem ser instalados no painel doveículo ou mesmo levados a tiracolo, enquan-to mapeiam os caminhos que estiverem sen-do percorridos, fornecendo também a altitu-de e a velocidade com precisão. Alguns mode-los possibilitam ainda que você descarregueos dados em um computador, que por sua vezplotará os pontos de navegação denominadosway points ou land marks, dependendo do fa-bricante, em um mapa da região, deixando

tudo perfeitamente sinalizado.Quando programado com antecedência

ele ajuda a localizar pontos no mapa, comouma trilha que alguém já percorreu anterior-mente e mapeou com outro GPS. Em traba-lhos de campo esse equipamento pode mar-car a localização de um sítio arqueológico,um local de acidente, áreas ilegais de desma-tamento, enfim, qualquer coordenada geo-gráfica que for necessária.

Assim como qualquer outro equipamen-to de rádio, o GPS precisa ver o céu parareceber os sinais transmitidos pela malha desatélites. Em trilhas fechadas é previsível queo equipamento não consiga obter sinal su-ficiente, nestes casos é melhor esperar al-guns minutos no local até que as condiçõespara cálculo da posição melhorem. Ou co-

loque seu instinto animal para trabalhar eescale uma árvore ou morro levando o equi-pamento até um ponto mais elevado!

O tempo ruim e nublado também podematrapalhar modelos mais simples. Para ope-rações mais delicadas, opte por um GPS quepossibilite a colocação de uma antena exter-na, que deve ser instalada na parte mais ele-vada do veículo, como o teto ou bagageiro.Desta forma a visada é mais aberta para océu do que se estivesse utilizando a antenainterna do aparelho, dentro do veículo. Masse o modelo não tem opção para antena ex-terna, você deve fixá-lo no painel de formaque a antena fique mais próxima possível dopára-brisa e por conseqüência, mais próxi-ma de uma “janela”, para melhor recepçãodos sinais de satélites. M

Mapeado pelo céuMapeado pelo céuÉ preciso estar atento ao instalar e fazer uso de GPS em seu 4x4. Oequipamento garante localização geográfica precisa em qualquerponto do planeta, mas para funcionar com eficiência é necessárioque esteja posicionado de forma correta e que o operador saibamanuseá-lo adequadamente

É preciso estar atento ao instalar e fazer uso de GPS em seu 4x4. Oequipamento garante localização geográfica precisa em qualquerponto do planeta, mas para funcionar com eficiência é necessárioque esteja posicionado de forma correta e que o operador saibamanuseá-lo adequadamente

O aparelho ajuda a localizar pontos no mapa, comotrilhas que alguém já percorreu anteriormente

Existem no mercado vários fabricantes e modelosde GPS, que vão de básicos a muito avançados

Fotos Técnica 4x4

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cultivo em várzeas

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Uma das características dos solosde várzea da Metade Sul do RSé a sua utilização para ativida-

des agropecuárias durante apenas parte doano, em virtude do nível freático permane-cer por longos períodos próximo à superfí-cie do solo. Isto dificulta recomendações queviabilizem uma ocupação agrícola mais efi-ciente destes solos por parte dos agriculto-res. Desta forma, é necessário testar siste-mas e métodos que permitam obter rendi-mentos compatíveis ao grande potencialagrícola que estes solos possuem.

A busca da sustentabilidade da agricul-tura envolve, entre outras, a prática da ro-tação de culturas. Assim, a utilização decultivos alternativos ao arroz em áreas devárzea propicia a utilização mais intensivado solo, com a otimização do uso da mão-de-obra disponível, redução de incidênciade arroz vermelho na área, redução de cus-tos de produção com elevação da produtivi-dade do arroz e diversificação de renda napropriedade (Irga, 2001).

IRRIGAÇÃO POR SULCOSOs camalhões consistem basicamente de

canais e elevações, paralelos à declividade

do terreno para facilitar o escoamento daágua em períodos de excesso de chuva. Alémdisso, os camalhões podem ser utilizadospara irrigação por sulcos dos cultivos agrí-colas em períodos de falta de chuvas.

O sistema de irrigação por sulcos con-siste, basicamente, na utilização de canais

entre as linhas de cultivo. A declividade dossulcos deve ser uniforme na direção do es-coamento da água. A forma e a dimensãodos sulcos dependem da cultura a ser irri-gada, do equipamento sulcador disponível,do comprimento e do espaçamento entresulcos. A irrigação consiste na aplicação de

Figura 1 - Detalhe das linhas de cultivo do milho sobre os camalhões, e a distância entre os sulcos de irrigação. Asdimensões apresentadas na figura estão em centímetros

Milho em canteirosMilho em canteirosCom o uso adequado das máquinas e algumas

técnicas de manejo, é possível produzir milho emsolos de várzeas onde as únicas alternativas eram

cultivo de arroz e atividade pecuária

Com o uso adequado das máquinas e algumastécnicas de manejo, é possível produzir milho em

solos de várzeas onde as únicas alternativas eramcultivo de arroz e atividade pecuária

Cultivar

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“A forma e a dimensão dos sulcos dependem da cultura a ser irrigada, doequipamento sulcador disponível, do comprimento e do espaçamento entre sulcos”

Agosto 07 • 41

uma determinada vazão no início do sulcoatravés de simples aberturas, sifões ou tu-bos janelados ou perfurados. O deslocamen-to da água nos sulcos proporciona a infil-tração da água vertical e lateralmente nosolo. A água não infiltrada ao longo do sul-co é perdida do ponto de vista de irrigação edeve ser coletada através de um sistema dedrenagem.

O comprimento dos sulcos varia de 90 a400 m, para solos de textura arenosa se re-comenda comprimento de 90 a 120 m, so-los de textura média de 120 a 250 m e solosargilosos de 250 a 400 m. Os comprimen-tos mais utilizados variam de 90 a 150 m.O espaçamento entre sulcos varia de 0,90 a1,80 m. Sulcos com 20 a 30 cm de profun-didade facilitam a infiltração da água emsolos com baixa capacidade de infiltração.Um exemplo da conformação da superfíciedo solo para a drenagem superficial do ter-reno através do sistema de camalhões é apre-sentado na Figura 1.

MILHO EM SOLOS DE VÁRZEAO cultivo do milho em várzeas não-dre-

nadas aumenta muito o risco de perdas par-ciais ou mesmo total de produtividade emanos com excesso de chuvas, principalmen-te se as mesmas ocorrem nas primeiras se-manas após a semeadura. Levando-se emconta esse cenário, a semeadura do milhoem camalhões é uma alternativa interessantepara micro, pequenos e médios produtores.Nesse sistema, os camalhões são utilizadoscomo drenos para eliminar o excesso de águado solo, e os sulcos podem conduzir a águade irrigação para suprir as necessidades dasplantas (Figuras 2 e 3).

O controle da drenagem interfere dire-tamente na produtividade. Em anos comdistribuição normal das chuvas durante overão, o potencial produtivo do milho pode

ser superior a cem sacas por hectare. Noentanto, quando ocorrer excessos de chu-vas em algum período do desenvolvimentodas plantas, a produtividade é severamentereduzida, em muitos casos para produtivi-dades inferiores a 30 sacas por hectare, in-viabilizando economicamente a cultura.Com a utilização do cultivo do milho emcamalhões, a produtividade observada emvárias regiões do Rio Grande do Sul, em anoscom El Niño, foi superior a 80 sacas hecta-re. Fiorin (2004) obteve um rendimento de120 sacas por hectare de milho cultivadosobre camalhões, na região de Santa Maria(RS) em um ano com a ocorrência de ElNiño (2002/03). Esses resultados viabilizamo cultivo do milho em solos de várzea.

Os resultados de dois anos de cultivo domilho (híbrido de milho Pioneer 3041) parasilagem em solo de várzea com a utilizaçãode camalhões podem ser observados na Fi-

gura 4. O ano agrícola de 2002/03 foi ca-racterizado pelo excesso de chuvas, comocorrência do fenômeno El Niño (Figura 5).Nesse ano, no período de cultivo do milho,a quantidade acumulada de chuva foi de1.370 mm. Segundo Matzenauer et al.(2002), a média histórica de chuva acumu-lada para esse período na região de SantaMaria é de 863 mm, ou seja, houve um in-cremento de 58,7% no volume acumuladode chuva. Dessa forma, os camalhões fun-cionaram como drenos, o que favoreceu oescoamento da água da lavoura e evitou afalta de oxigenação das raízes das plantas.Isso possibilitou um bom desenvolvimentodas plantas e uma produção de 32 Mg/hade massa fresca e de 13 Mg/ha de massa secade milho. Mittelmann et al. (2005) utilizan-do o mesmo híbrido de milho (fora da vár-zea) no ano agrícola de 2001/02, obteve umaprodução de 10 e 12 Mg/ha de massa seca

Figura 2 - Detalhes da operação de abertura dos camalhões para o cultivo do milho

Figura 3 - Detalhes das linhas de cultivo do milho sobre os camalhões e os sulcos utilizados para irrigação

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ORio Grande do Sul tem registra-do um aumento nas desigualda-

des regionais, caracterizadas pela concen-tração cada vez maior de população e derenda em algumas regiões, enquanto queem outras, agravam-se os problemas es-truturais da economia, gerando perdas po-pulacionais, empobrecimento e redução daqualidade de vida. Neste contexto, des-taca-se negativamente a Metade Sul, re-gião predominantemente agropecuária,onde as principais atividades econômicassão a orizicultura e a pecuária de corte.Essa região vem sofrendo, ao longo dasúltimas décadas, um profundo processode perda de dinamismo econômico, de-

VÁRZEAS DO RIO GRANDE DO SULfrontando-se com dificuldades que têm re-tardado seu desenvolvimento econômicoe social, em comparação com a MetadeNorte do estado.

As freqüentes crises do arroz colocamos produtores rurais da região em uma di-fícil situação para viabilizar a produçãoagropecuária e a geração de divisas para aeconomia da região. Assim, é importantea viabilização de alternativas para mantera atividade agropecuária viável, integran-do a experiência dos agricultores, dispo-nibilidade de máquinas e equipamentosda propriedade, manutenção da atividadeagrícola e a redução dos riscos da ativida-de rural.

em cultivos realizados em Ijuí, RS e Teutô-nia, RS, respectivamente. Maggi (2003)utilizando o mesmo híbrido (fora da vár-zea) em Santa Maria, RS, no ano agrícolade 2001/02, obteve uma produção de 34 Mg/ha de massa fresca e de 13 Mg/ha de massaseca. A partir dessas comparações é possívelafirmar que o crescimento e o desenvolvi-mento do milho em solo de várzea não fo-ram afetados pelo excesso de água, uma vezque apresentou produtividade de massa(fresca e seca) semelhante ou até mesmosuperior, à de cultivos conduzidos em áreade terras altas.

O ano agrícola de 2003/04 foi caracteri-zado pelo reduzido volume de chuvas, comocorrência do fenômeno La Niña (Figura 5).Nesse ano, no período do cultivo do milho, aquantidade acumulada de chuva foi de ape-nas 145 mm, ou seja, 16,8% da média histó-rica de chuva esperada para esse período naregião de Santa Maria (Matzenauer et al.2002). Nesse ano, durante o período de de-senvolvimento do milho, foram realizadas 14irrigações, totalizando 420 mm de água, apli-cados através da irrigação por sulcos.

Os resultados da porcentagem de espigana massa seca de milho foram de 64 e 58%,para os cultivos realizados em 2002/03 e2003/04, respectivamente. Estes valores sãosuperiores ao observado por Monteiro et al.(2000), (48%) para o mesmo híbrido culti-vado em diferentes locais de Minas Gerais.

Em relação à massa verde, a porcentagemde espigas foi de 52 e 46%, para os cultivosrealizados em 2002/03 e 2003/04, respecti-vamente. Melo et al. (1999) utilizando omesmo híbrido em Lavras, Minas Gerais,obteve uma porcentagem de espiga na mas-sa verde inferior (40%) aos resultados ob-servados nos dois anos de cultivo.

A utilização da cultura do milho em solosde várzea, viabiliza um sistema de rotação deculturas para a cultura do arroz irrigado por

inundação, reduzindo o banco de sementesde invasoras, interrompendo o ciclo de doen-ças e redução de pragas e aumentando o re-torno econômico da atividade agrícola.

Figura 5 - Distribuição das chuvas e das irrigações durante o período de desenvolvimentoda cultura do milho cultivado em camalhões em solo de várzea, nos anos agrícolas de2002/03 e 2003/04. Santa Maria (RS), 2007

Figura 4 - Massa fresca (a) e seca (b) da espiga, folhas, colmo e total para o milhocultivado em solo de várzea em camalhões, nos anos agrícolas de 2002/03 e 2003/04. Santa Maria (RS), 2007

Reimar Carlesso,Tatiana Tasquetto Fiorin,Renato Beppler Spohr,Cleudson Jose Michelon eCleiton Dalla Santa,UFSM

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