maquinas 65

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Julho 2007

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Page 2: Maquinas 65
Page 3: Maquinas 65

Rodando por aí

Problemas detectados pelo cheiro e ruídos

Secadores e fornalhas

Passo a passo

Pulverizadores com indutor de ar

Sensores compactos

Colheita mecanizada de café

Ficha Técnica - John Deere 7715 e 7815

Diesel na irrigação

Técnica 4x4 - bagageiros

Rolo-faca

Índice Nossa Capa

Claas

Destaques

Sensíveis e decisivosSensores remotos se destacam na determinaçãoda necessidade de nitrogênio (N) em culturascomo trigo, milho e cana-de-açúcar

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Por falta de espaço, não publicamos as referências bibliográficas citadaspelos autores dos artigos que integram esta edição. Os interessadospodem solicitá-las à redação pelo e-mail: [email protected]

Os artigos em Cultivar não representam nenhum consenso. Não esperamos quetodos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitosirão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foramselecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemosfazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões,para que o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidosnos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a opor-tunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.

NOSSOS TELEFONES: (53)

• GERAL3028.2000• ASSINATURAS3028.2070

• RedaçãoGilvan QuevedoCharles Echer

• RevisãoAline Partzsch de Almeida

• Design Gráfico e DiagramaçãoCristiano Ceia

• ComercialPedro Batistin

Sedeli Feijó• Gerente de Circulação

Cibele Costa• Assinaturas

Simone Lopes• Gerente de Assinaturas Externa

Raquel Marcos• Expedição

Dianferson Alves

Grupo Cultivar de Publicações Ltda.

www.cultivar.inf.brwww.grupocultivar.com

Cultivar MáquinasEdição Nº 65

Ano VI - Julho 2007ISSN - 1676-0158

[email protected]

Assinatura anual (11 edições*): R$ 119,00(*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)

Números atrasados: R$ 15,00

Assinatura Internacional:US$ 80,00

EUROS 70,00

Aguce os sentidosComo diagnosticar proble-mas em seu trator através deruídos e cheiros

Ficha TécnicaConheça as características e odesempenho dos novos tratores7715 e 7815 da Jonh Deere

Matéria de capa

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• Impressão:Kunde Indústrias Gráficas Ltda.

• REDAÇÃO3028.2060• MARKETING3028.2065

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ParceriaA Massey Ferguson entregou quatro tratores à Universidade Federal de Santa Maria(UFSM), dois deles reformados através de parceria com a concessionária Itaimbé, querepresenta a marca na região, um MF 290 em comodato e um MF 283 novo. A solenida-de contou com a presença de professores, alunos e funcionários, além do professor ArleiRodrigues de Quadros, chefe do Departa-mento de Zootecnia, do Centro de Ciên-cias Rurais da UFSM; Eduardo Sousa, co-ordenador de relações institucionais daMassey e Rudney Doeler, diretor da Ita-imbé. A Massey mantém convênio de co-laboração com a UFSM. Entre as pesqui-sas desenvolvidas está o Projeto Aquarius,na região de Não-Me-Toque (RS).

CrescimentoA Agritech, fabricante dos

produtos Yanmar, tevecrescimento de 18% nas

vendas de tratores de quatrorodas entre janeiro e abril de2007, se comparado com o

mesmo período do anopassado. O número é

comemorado pela empresa,que teve um crescimento

global de 38% entre 2005 e2006. O quadro favorávelpermitiu, inclusive, que a

empresa começasse aexportar tratores para outros

países da América do Sul,especialmente Venezuela,Paraguai e Argentina. Os

números apontam, também,para a maior mecanização

dos pequenos e médiosagricultores. “O impacto damecanização em proprieda-

des de pequeno e médioportes é imenso, pois muda

a lógica da produção, ampliaa capacidade produtiva emelhora as condições detrabalho do agricultor”,

afirma Nelson Watanabe,gerente de vendas da

Yanmar Agritech.

VisitaO presidente mundial e CEO da Deere & Company, Robert Lane, esteve no Brasil no dia 10 dejulho. O executivo visitou a fábrica de colhedoras de cana em Catalão (GO), participou da ceri-mônia de inauguração das novas instalações do concessionário Maqnelson, na cidade de Uber-lândia (MG) e de uma reunião do Conselho do Movimento Brasil Competitivo, em Brasília.

LiderançaA New Holland liderou o mercado brasileiro de colheitadeiras em junho com 45máquinas comercializadas, 17 a mais do que a segunda colocada. Com isso, a marcaconquistou a maior fatia do mercado, com 44,6% de participação. No primeiro se-

mestre do ano, a empresa ven-deu 332 colheitadeiras, maisque o dobro do ano passadono mesmo período. “Conse-guimos recuperar parte dasposições que tínhamos em2005, quando fechamos o pri-meiro semestre com 44,8%”,lembra Milton Rego, diretorda CNH e vice-presidente daAssociação Nacional dos Fa-bricantes de Veículos Auto-motores (Anfavea).

AposentadoriaApós 41 anos de trabalho

o vice-presidente demarketing e vendas para

a América do Sul epresidente da John Deere

Brasil, Jim Martinez,aposentou-se. Nascidoem Denver, no estado

norte-americano doColorado, começou a

carreira na companhiaem junho de 1967, emMoline. Teve presençadecisiva na história da

empresa na América doSul e em particular no

Brasil, onde foi oiniciador das negociações

que levaram à entradaoficial da John Deere nopaís, através da associa-

ção e posterior aquisiçãoda Schneider Logemann

e Cia. Ltda (SLC).Ação social

Os 15 jovens do Projeto Pescar da unidade AGCO Santa Rosa, no Rio Grande do Sul,criaram a campanha Um Minutopelo Meio Ambiente, durante o DiaMundial do Meio Ambiente, em ju-nho. O grupo construiu duas estu-fas para simular o derretimento degeleiras e a morte de árvores, efeitoscausados pelo aquecimento global.Além das estufas foram confeccio-nadas roupas e máscaras com mate-riais reciclados, feitas demonstraçõesde águas poluídas e tratadas na re-gião e distribuídas mudas de árvo-res frutíferas.

Executivos com MBAOs primeiros 30 alunos docurso de MBA ExecutivoProfissional - GestãoEmpresarial da Agrale,receberam o diploma deconclusão dia 13 de julho.Conforme Flávio Poletti,diretor de recursoshumanos da Agrale, oobjetivo do programa épossibilitar a continuidadedo processo de formaçãodos executivos daempresa. “Nosso propósitocom a criação desse cursofoi focar na capacitaçãodos profissionais edesenvolver habilidades ecompetências a fim demelhorar o sistema degestão da empresa”,explica Poletti.

Guia APA Fealq e a Esalqlançaram recentemente oGuia AP, um serviço debuscas e de referênciapara toda a comunidadeque atua ou que utilizarecursos diretos ouassociados à Agriculturade Precisão no Brasil quetem como objetivofacilitar a vida do usuárioque procura porinformação parasolucionar a suademanda. O Guia AP éacessado diretamente noendereçowww.agriculturadepreci-sao.org.br e constam nelefornecedores de produtoscomo receptores de GPSe sinais de correçãodiferencial, sistemas deorientação/barras de luz,softwares, controladores,amostradores, monitores,serviços de mapeamentode áreas, coleta deamostras de solo, análisede dados, sensoriamentoe utilização de imagens,planejamento deimplantação de projetosde AP e outros.

Jim Martinez

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manutenção

Aguce ossentidos

Você pode prevenir muitas dificul-dades que ameaçam seu trator oucaminhão pela simples observa-

ção, usando o ouvido e o olfato. Avisado atempo, você poderá agir para impedir in-convenientes, perda de tempo de trabalho eaté economizar gastos de consertos, nãopermitindo que o defeito se agrave a pontode parar o equipamento. As máquinas emgeral, emitem sinais que podem servir dealerta para diagnosticar problemas ainda emtempo de realizar ajustes preventivos ouevitar que ocorram danos maiores. Vejamosalguns sinais que podem alertá-lo a tempo.

RUÍDOS NA BOMBAUsualmente ruídos na bomba hidráuli-

ca significam que ela não está recebendosuficiente fluído do depósito. Isso pode serdevido ao baixo nível de fluído ou a umainfiltração de ar, se o trator tiver uma linha

de sucção exposta entre o depósito e a bom-ba. Pode o fluído ser, também, de um graumuito viscoso para a temperatura em que otrator estiver trabalhando.

Se o primeiro ruído ouvido ao arrancarda máquina é como o de um punhado depedrinhas passando através da bomba hi-dráulica, esse som é de cavitação (formaçãode bolhas de ar), caso em que você deve des-ligar o trator imediatamente.

Os engenheiros hidráulicos descreveminformalmente esse som como o de “ester-tor da morte” da bomba, mas infelizmentemuitos agricultores permitem que ela sigafuncionando nessas condições. A cavitaçãocontínua corrói as peças móveis da bombae seus fragmentos metálicos são levados pelofluído a outras partes do sistema, como paraas válvulas, cilindros e motores hidráulicos.

A cavitação pode ocorrer por várias cau-sas: canos amassados ou torcidos que inter-

rompem o fluxo livre do líquido, filtro deacesso obstruído, baixo nível de fluído nodepósito, ou entrada de ar pela válvula doeixo da bomba ou pelos canos de entrada,quando essa se encontra exposta.

Se o trator possui uma linha hidráulicaexterna, que conecta uma bomba instalada noextremo do virabrequim do motor com umdepósito de fluído hidráulico - que faz partedo engate de três pontos - e se o problemasurgiu subitamente, você deve verificar se hou-ve algum amassamento. Ele pode estar obs-truindo a passagem do líquido nos canos. Senão vê danos nos canos, deve verificar se asconexões estão bem fechadas. Em certos ca-sos a vibração do trator afrouxa as conexões aponto de permitir a entrada do ar. Nesse casonão se nota vazamento de fluído.

Na possibilidade de obstrução de umfiltro de acesso, substitua o elemento ou ofiltro inteiro, conforme as características do

Pequenos ruídos em seu trator podem ser um pedido de socorro, indicandoque algo está errado. Por isso prestar atenção em sons e cheiros diferentesvindos da máquina ajuda a diagnosticar previamente problemas epossibilita solucioná-los antes de causarem estragos maiores

Aguce ossentidos

Pequenos ruídos em seu trator podem ser um pedido de socorro, indicandoque algo está errado. Por isso prestar atenção em sons e cheiros diferentesvindos da máquina ajuda a diagnosticar previamente problemas epossibilita solucioná-los antes de causarem estragos maiores

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modelo. Se apesar disso a bomba continuarfazendo o ruído, é recomendável revisar osistema.

PRESENÇA DE CHEIROSNaturalmente o cheiro de diesel indica

que há vazamento de um insumo caro e issorepresenta também risco para a segurançado operador e da equipe.

O cheiro de borracha queimada deve sermotivo para uma imediata revisão da fiaçãoelétrica. Se o cheiro persiste e você não de-tectou um curto-circuito, desconecte umdos pólos da bateria para evitar danos mai-ores à fiação.

O cheiro de borracha pode também origi-nar-se do roçar de algum equipamento insta-lado no trator com uma das correias. É possí-vel que a instalação esteja com defeito, ou que

a correia seja maior do que a usual, ou quehaja peso em excesso no equipamento.

SILVOS E SUSSURROSQuando se ouvem silvos ou sussurros

normalmente o problema está no radiador

e indicam que a água ferveu. Certas tampasde radiador silvam, enquanto outras sussur-ram com suavidade.

Os pequenos ruídos são por vezes difí-ceis de localizar. Se o som persiste com otrator parado e motor funcionando as pos-síveis causas estão na correia do ventila-dor, na bomba d´água ou rolamentos doalternador. Nos caminhões há outras fon-tes de ruídos inusitados. Se o som desapa-rece com o caminhão rodando em pontomorto a transmissão é a origem. Se persis-tir mesmo com o uso de embreagem o pro-blema está no motor ou no diferencial.Quando os ruídos surgem apenas em altasvelocidades a causa provável está nos rola-mentos das rodas ou na correia do ventila-dor. E se o tom muda quando se usam osfreios, devemos suspeitar dos rolamentosdas rodas.

AQUECIMENTO DO MOTORSe o motor superaquecer, antes de tudo

deve-se verificar se não está havendo sobre-carga pelo uso de uma engrenagem (veloci-dade ou câmbio) da transmissão muito alta.Às vezes elimina-se o problema simplesmen-te reduzindo a carga pelo uso de velocidademais baixa.

Somente uma fração da energia do com-bustível é aproveitada pela máquina na for-ma de trabalho útil; o resto se perde atravésdo escapamento e do sistema de resfriamen-to. Os tratores são desenhados com siste-mas de resfriamento capazes de eliminar esseexcesso de calor. E o superaquecimento sedeve a uma de duas condições: há produçãode calor excessivo no motor em relação aotrabalho obtido, ou se reduziu a capacidadede resfriamento.

Normalmente se encontra a causa rapi-damente, mas às vezes é necessária umabusca detalhada. Veja como fazer:

A correia do ventilador, que normal-mente também aciona a bomba de circu-

No estudo foram utilizadas quatrogruas de diferentes tamanhos

utilizadas no carregamento florestal

Olhos e ouvidos atentos aos sinais do trator podemajudar a prevenir problemas maiores, caso alguns

danos sejam diagnosticados com antecedência

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“O superaquecimento se deve a uma de duas condições: há produção de calor excessivono motor em relação ao trabalho obtido, ou se reduziu a capacidade de resfriamento”

No estudo foram utilizadas quatrogruas de diferentes tamanhos

utilizadas no carregamento florestal

A manutenção preventivano motor é a prática mais

indicada para evitar danos

lação de água, deve estar bem ajustadapara transmitir a carga necessária. Evite,no entanto, estirá-la como corda de violi-no, pois a pressão exercida sobre os rola-mentos do eixo da bomba os desgastaráem excesso.

As mangueiras do radiador descascampor dentro e enfraquecem com o tempo.Devem ser substituídas antes que se rom-pam.

A tampa do radiador age como válvulade escape para manter a pressão correta nosistema de resfriamento. Anéis de vedaçãodefeituosos e outras condições que impe-dem a manutenção da pressão reduzem acapacidade do sistema. Ao substituir a tam-pa certifique-se que está usando o modeloapropriado para a pressão especificada.

A colméia do radiador deve ser limpapara que o ar flua através do núcleo. Caso acolméia seja difícil de limpar, sempre é pos-sível instalar uma tela dianteira que evite aacumulação de lixo.

O nível de líquido no radiador deve es-tar correto. Ao procurar causas possivelmen-te mais complexas, por vezes se passa porcoisas bem simples. Quando há necessida-de freqüente de repor o líquido pode havervazamentos no sistema.

O silenciador não deve reduzir excessi-vamente a saída do escapamento. Após umtempo prolongado de trabalho a ferrugempode causar o colapso das peças internas dosilenciador e bloquear parcialmente os con-dutos. Para verificar isso faça o trator fun-cionar com o silenciador desconectado e

observe a diferença.

CUIDADO NA LUBRIFICAÇÃOA viscosidade excessiva do óleo lubrifi-

cante não se manifesta com sinais imedia-tamente aparentes, mas deve manter-se deacordo com o manual do proprietário, poiscausa desgaste desnecessário nas peças mó-veis do motor. Retire o óleo do cárter, subs-tituindo por outro com a viscosidade ade-quada às temperaturas ambientes.

O nível do óleo lubrificante deve estarcorreto, tanto para lubrificar como paraauxiliar no resfriamento. Verifique o ní-vel do óleo (na vareta) antes de acionar omotor, aproveitando que se encontra todo

no cárter.Os condutos do radiador devem permi-

tir que o líquido de resfriamento flua semobstáculos. Se estiverem parcialmente obs-truídos podem ser tratados com um com-posto especial de limpeza. Siga atentamen-te as instruções que acompanham essescompostos e se não produzirem resultadorecorra a um profissional.

O chacoalhar de um motor diesel nor-malmente indica problemas no filtro de óleo,bomba injetora desregulada ou motor pou-co aquecido.

Melvin E. Long,Agricultura de las Américas

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símbolossecadores

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Osetor de secagem em uma uni-dade armazenadora deve rece-ber especial atenção quanto ao

gerenciamento. Pois, é o setor que conso-me anualmente de 20 a 30% da energia elé-trica fornecida à unidade, além de consu-mir energia calorífica com a queima degás ou lenha para o aquecimento do arde secagem. Portanto o setor de se-cagem é o que define os maiores

custos operacionais.Outro fator relevante, associado à ope-

ração do setor de secagem, é o aumento dosíndices de grãos quebrados e trincados. Es-sas ocorrências: promovem a desvalorizaçãocomercial dos produtos, dificultam a ope-

ração de aeração da massa de grãosquando da armazenagem e fazem

demandar maiores despesasno uso de defensivospara controle de insetos.Pois, grãos trincados e/ou quebrados favore-cem a proliferação deinsetos.

Os secadores dasunidades armazena-doras comerciaissão empregadoscom o objetivo dereduzir o teor de

umidade dos produtos a níveis que atendamaos padrões de comercialização e possibili-tem a conservação. Para tanto, os secadoressão equipados com três sistemas para pro-mover o aquecimento do ar de secagem, amovimentação do ar e a movimentação dosgrãos.

A maior parte dos secadores presentesem unidades armazenadoras brasileiras é dotipo fluxo misto, também denominado, se-cador cascata, que estruturalmente apresen-ta uma torre central montada pela super-posição de caixa dutos. A torre de um seca-dor de 40 t/h possui cerca de setenta caixasdutos. E é por entre os dutos que circula amassa de grãos em movimento semelhanteà de pequenas cascatas.

Conforme a Figura 1, dois terços da al-tura da torre correspondem à câmara de se-cagem. Sendo que pelo lado esquerdo entrao ar de secagem com temperaturas entre 80a 100oC. E do lado direito é procedida asucção do ar exausto.

A câmara de resfriamento, localizada nabase do secador, tem por objetivo retirarcalor da massa de grãos, deixando-a comtemperatura próxima à ideal para a arma-zenagem.

Os secadores esquematizados na Figura1 apresentam-se classificados como conven-cional e com reaproveitamento. Em que nosegundo, o ar que sai da câmara de resfria-mento é reaproveitado ao ser misturado aoar de secagem. Este conceito passou a serempregado no Brasil a partir dos anos 90.Já, a partir do ano 2000 surgiram os seca-dores com circuitos duplos de reaproveita-mento.

AQUECIMENTO DO AR DE SECAGEMOs equipamentos para aquecimento do

ar são projetados para promoverem a quei-ma de combustíveis como gás ou lenha comintuito de aumentar o potencial de secagemdo ar, o que se traduz em aumento da tem-peratura e redução da umidade relativa.Assim, quando o ar de secagem desloca pelamassa de grãos, este cede calor ao produto eem contrapartida recebe água na forma devapor. Feito isto o ar de secagem passará ser

Secos e limposExistem diversas maneiras de secar e limpar os grãos armazenados, mas cada opçãorequer regulagens específicas e cuidados importantes para evitar que a operação não

alcance o resultado almejado

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“O setor de secagem em uma unidade armazenadora devereceber especial atenção quanto ao gerenciamento”

Em um sistema de armazenagem, a parte de secageme limpeza de grãos é responsável pelo consumo de

pelo menos 20% a 30% da energia elétrica

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denominado ar de exaustão, que deve apre-sentar temperatura em no máximo 7oC aci-ma da temperatura ambiente e umidaderelativa acima de 70%.

Tradicionalmente no Brasil, para seca-gem de grãos têm sido empregadas forna-lhas para queima de lenha, conforme o de-senho esquemático representado na Figura2. Na elaboração do projeto de uma forna-lha especial a atenção deve ser dada na defi-nição das dimensões da: (a) câmara de com-bustão; (b) área da grelha; e (c) entradas dear primário.

A câmara de combustão deve ter dimen-sões que propiciem a combustão da lenha egases voláteis gerados. Conforme é demons-trado na Figura 2, normalmente, a câmarade combustão é dividida em três estágios.O primeiro estágio, que corresponde a 50%do volume da câmara, é utilizado para com-bustão da lenha. O segundo e terceiro está-gios são utilizados para queima dos gasesvoláteis gerados no primeiro.

A grelha corresponde a uma grade me-tálica localizada na câmara de combustãocom a função de manter a lenha suspensa.Isto facilita o envolvimento da lenha peloar. Para um secador de 40 t/h, a área de gre-lha deve ser próxima a 4,5 m2.

As entradas de ar primário são abertu-ras abaixo da linha da grelha, situada geral-mente na parte frontal das fornalhas. Estasaberturas têm por função propiciar a entra-da da vazão de ar necessária para combus-

tão. Cerca de 10% do volume de ar sugadopelo sistema de ventilação do secador devepassar pelas entradas de ar primário, Assim,por exemplo, em um secador com reapro-veitamento de 40 t/h, cerca de 10.000 m3

de ar/h devem passar pelas entradas de arprimário. Geralmente a fornalha de um se-cador de 40 t/h, possui seis entradas de arprimário na dimensão de 0,40 x 0,40 m. Istoimplica que a velocidade do ar por estasentradas deva ser em torno de 5 m/s.

MOVIMENTAÇÃO DO AR DE SECAGEMPara movimentação do ar de secagem os

secadores dispõem de ventiladores. Os se-cadores fabricados antes da década de 90

utilizavam ventiladores centrífugos de gran-de porte instalados na base do secador (Fi-gura 1). Para os secadores mais novos sãoempregados ventiladores axiais, que podemestar dispostos na parte superior na lateralou junto à base. A função dos ventiladoresé garantir a vazão de ar necessária à seca-gem.

Em um secador cascata convencional, oventilador suga as vazões de ar que passampela câmara de secagem e resfriamento, res-pectivamente, conforme é representado naFigura 3. Ao considerar, por exemplo, umsecador de 40 t/h, que possui um ventila-dor centrífugo de 50 cavalos, este suga avazão de 135.000 m3 de ar /h. Desta vazão:45.000 m3 de ar/h provem da vazão de arambiente utilizada na câmara de resfriamen-to e 90.000 m3/h correspondem ao ar desecagem.

A vazão do ar de secagem é formada apartir da vazão de ar que passa pela grelhada fornalha, cerca de 13.500 m3/h; e mais76.500 m3/h que são introduzidos por meiodas aberturas do misturador tangencial,também denominado, ciclone ou quebra-chamas.

Deste modo, é tido que da vazão total:10% passa pela grelha da fornalha, 57% pelociclone e 33% pela câmara de resfriamento.Estes valores percentuais devem ser obtidospara que o secador opere de forma eficien-te.

Para um secador cascata com reaprovei-tamento e capacidade de secagem de 40 t/h, são empregados dois ventiladores axiaisde 15 cavalos e a vazão de ar total é de100.000 m3 de ar/h, Figura 4. Este valor é26% menor do que o utilizado no secadorconvencional da mesma capacidade. Quanto

Figura 1 – Desenho esquemático dos secadores de fluxos mistos

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à potência do motor utilizado, é 20 cavalosmenor. E quanto à composição da vazão doar de secagem, corresponde a seguinte soma:50.000 m3/h – provenientes da câmara deresfriamento; 10.000 m3/h - provenientes dafornalha; e 40.000 m3/h – provenientes dasentradas de ar no corpo do ciclone.

Desta forma, para que os secadores comreaproveitamento operem eficientemente, avazão de ar total deve ser constituída na se-guinte proporção: 50% pela câmara de res-friamento; 10% passando pela grelha da for-nalha e 40 % pelo ciclone.

Como pode ser observado, para os doistipos de secadores é importante garantir umvalor razoável de vazão de ar pelas entradasinstaladas na estrutura do ciclone. Isto des-de que seja garantida a temperatura do arde secagem e mantidas as condições de efi-ciência do secador.

O maior volume de ar introduzido pelociclone sustenta a vazão de ar necessária paraconduzir a secagem e evita a ocorrência defagulhas na torre de secagem que podempromover incêndios.

É importante ressaltar que quando sefecham as entradas de ar da fornalha e dociclone pode ser atingida a temperatura desecagem desejada. No entanto, o rendimen-to do secador é afetado negativamente, umavez que não são obtidas as vazões de ar desecagem especificadas nas Figuras 3 e 4.

MOVIMENTAÇÃO DA MASSA DE GRÃOSPara movimentação da massa de grãos,

normalmente, é necessário um elevador decaçambas para abastecer o secador e outropara descarga. No entanto, para definir avelocidade de descida do produto pelo seca-dor é necessário regular o sistema de des-carga que pode ser de três tipos: sistema

mecânico de bandejas, sistema pneumáticode bandejas e sistema de eclusas rotativas.Estes sistemas devem ser regulados de talforma que a velocidade de descida do pro-

duto seja uniforme pela seção do secador.Isto é importante por garantir a uniformi-dade do teor de umidade produto armaze-nado. Caso contrário, grãos mais úmidospoderão favorecer o desenvolvimento de

Luís César chama a atenção paraos cuidados necessários na

operação de secagem de grãos

Figura 2 – Fornalha para lenha com tiragem superior do ar aquecido (Centreinar, 1996)

Page 11: Maquinas 65

“Quanto às medidas operacionais procure regular adequadamente os secadores efornalhas e realize pelo menos uma vez por ano a avaliação de rendimento dos secadores”

fungos, o que causará surgimento de focosde aquecimento desencadeando outros pro-cessos que levarão à deterioração da massade grãos.

PONDERAÇÕES FINAISA operação de secagem é complexa por

envolver diversos fatores de comportamen-to aleatório, tais como: teor de umidade dascargas, tipo de lenha utilizada, prática dooperador e tipo de produto. Isto faz reque-rer conhecimentos por parte dos gerentes eoperadores.

A realização da secagem sem a observân-cia de parâmetros técnicos conduz prejuí-zos, tais como gastos desnecessários comenergia elétrica e energia calorífica, gastosdesnecessários com inseticidas, pois grãostrincados e quebrados favorecem a prolife-ração de insetos durante a armazenagem,perda de massa do produto, pois à medidaque os grãos se tornam mais quebrados ocor-rem perdas nas máquinas de limpeza e sis-temas de aspiração de pó, e desvalorizaçãocomercial do produto em virtude da quedade padrão na classificação.

Para evitar esses prejuízos procure emprimeiro lugar promover treinamento dos

operadores e gerentes. Quanto às medidasoperacionais procure regular adequadamen-te os secadores e fornalhas e realize pelomenos uma vez por ano a avaliação de ren-dimento dos secadores. Para tanto, separeem uma moega uma determinada quanti-dade de produto e conduza a operação desecagem de tal forma a determinar o tempode secagem, teor de umidade final do pro-duto, temperatura e umidade relativa do arde exaustão, índices de grãos trincados egrãos quebrados, consumo de lenha ou gás,

consumo específico de energia (k calorias/kg de água removida do produto) e consu-mo de energia elétrica.

Realize também as manutenções preven-tivas dos secadores, fornalhas e demais equi-pamentos. Estes procedimentos garantemmelhoria da performance dos secadores e dosserviços de atendimento aos clientes porocasião das safras.

Luís César da Silva,Ufes

. M

Figura 3 - Valores de vazão de ar em secadores cascataconvencional de 40 t/h.

Figura 4 – Valores de vazão para secadores comreaproveitamento, capacidade de 40 t/h.

Page 12: Maquinas 65

passo a passo

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Alguns tratores cabinados pos-suem sistemas de levante hi-dráulico de controle eletrôni-

co, que permitem predeterminar todas asvariáveis utilizadas em operações do dia-a-dia. Esses sistemas facilitam a vida dooperador, aumentam o desempenho damáquina e a eficiência das operações re-alizadas.

Como exemplo, pegamos os tratoresda linha 600 e 5000 da Massey Fergu-son, que possuem esse tipo de sistema.Para realizar as regulagens é necessário,inicialmente, conhecer a função de cadabotão existente no painel.

A tecla de subida e descida do levan-te hidráulico desses modelos possui trêsposições: para cima, levanta o conjuntohidráulico e também é a posição utiliza-da para transportar implementos. Parabaixo, desce o implemento e é a posiçãode trabalho. Colocada na posição central,imobiliza os braços hidráulicos inde-pendentemente da altura que o imple-mento estiver.

O botão de comando da velocidade dedescida dos braços possui diversos ajus-tes. Na posição cadeado, os braços ficambloqueados. A partir deste ponto, quan-

to mais para a direita, maior será a velo-cidade de descida dos braços. Na faixaamarela, a velocidade de descida é con-trolada em função do peso do implemen-to.

O controle de altura máxima do im-

plemento é feito por outro botão. Posici-onado totalmente à esquerda, menor aaltura máxima de levante. Quando esti-ver totalmente à direita, o implementoestará na maior altura possível de levan-te. Posições intermediárias correspondem

Botão de subida e descida do implemento, servetambém para imobilizar os braços hidráulicos

O botão de velocidade controla o tempo desubida e descida do implemento

Controle eletrônicoControle eletrônicoO desempenho de operações agrícolas que dependem do sistema de levante hidráulicovaria bastante de acordo com as regulagens realizadas. Os controles eletrônicos dessessistemas existem para facilitar a vida do operador e aumentar a eficiência de trabalho

O desempenho de operações agrícolas que dependem do sistema de levante hidráulicovaria bastante de acordo com as regulagens realizadas. Os controles eletrônicos dessessistemas existem para facilitar a vida do operador e aumentar a eficiência de trabalho

Page 13: Maquinas 65

Fotos Sindag

a alturas intermediárias de levante deimplementos.

A altura de trabalho do implementoé controlada no maior botão existente nopainel. A numeração existente nele é umareferência e quanto maior for o númerona escala, maior será a profundidade detrabalho do implemento. Com o coman-do na posição zero, os braços permane-cerão na altura de transporte ou na altu-ra máxima definida no botão de alturamáxima do implemento, conforme des-crito anteriormente. Posicionando a al-tura de comando em nove, as barras delevante ficam livres, passando a flutuarpela ação do implemento, ignorando ou-tros ajustes. Posições intermediárias, cor-respondem a alturas e profundidade in-termediárias de trabalho.

O botão localizado mais à direita do

painel de comando é responsável pelocontrole de mixagem e sensibilidade e éatravés dele que definimos a reação doimplemento ao solo. Esse botão tem duasposições de referência. Totalmente à di-reita, é a posição de máxima sensibilida-de e totalmente à esquerda anula os si-nais provenientes dos sensores de tração.É, portanto, a posição quando se traba-lha com implementos de superfície oususpensos. Quanto mais à direita, maiorserá a reação do implemento. Com o im-plemento na posição de transporte, e aci-onando a tecla de amortecimento, o sis-tema é ativado. Ele ajuda o sistema hi-dráulico a amortecer os impactos quan-do o trator estiver transportando o im-plemento. Uma luz na tecla do sistemade amortecimento indica que o sistemaestá ativado. Outras luzes localizadaspróximas aos demais botões indicam porexemplo se os braços estão descendo ou

O botão de altura máxima do implemento definequal será o limite de altura de levante

O botão de mixagem e sensibilidade regula areação do implemento ao solo

“Sistemas de levante hidráulico de controle eletrônico facilitam a vida do operador,aumentam o desempenho da máquina e a eficiência das operações realizadas”

O maior botão do painel controla aaltura e profundidade de trabalho do implemento

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subindo e outros sinais indicam alerta.Quando piscar com freqüência igual econstante, indica que o sistema está emmodo de espera ou desativado; se piscarcom freqüência diferente e alternada, in-dica códigos de falha que você encontrano manual do operador.

No pára-lamas do trator existem tam-bém botões que permitem levantar oubaixar os implementos.

REGULANDOPara utilizar esses comandos deve-se

ligar o trator e verificar se a alavanca daválvula desviadora do fluxo combinadoestá posicionada para trás. Ative o siste-ma e comece o trabalho. De acordo como tipo de implemento, selecione a velo-cidade de descida mais adequada, atra-vés do controle de velocidade de desci-da. Quanto mais para a direita estiver o

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Tecla responsável por ativar o sistema deamortecimento das barras

seletor, mais rápida será a descida. Logoem seguida, determine a altura máximade levante do implemento. Com o botãototalmente para a esquerda, levante oimplemento através da tecla de subida edescida. Gire novamente o botão até atin-gir a altura máxima desejada. É recomen-dado que, sempre que for possível, o tra-balho seja executado com o botão na al-tura máxima permitida.

O ajuste da mixagem depende do tipo

As luzes existentes no painel servem para mostrarquais sistemas estão operantes ou para alertas

de implemento e do solo. A recomenda-ção é a seguinte: quanto mais à direita,mais sensível será a reação do implemen-to. Mas atenção, se o comando for colo-cado totalmente à esquerda, o controlede sensibilidade à reação ficará nulo.

Após realizar esses ajustes, mova otrator e abaixe o implemento. Vá giran-do o seletor maior até o implemento atin-gir a profundidade desejada. Lembre-se,quanto maior for a numeração, maiorserá a penetração do implemento.

Fique atento às lâmpadas existentesno painel. Elas mostram os movimentosrealizados pelas barras de levante e ori-entam o ajuste mais preciso do controlede mixagem. Piscando rapidamente, elasindicam que a sensibilidade está alta.Nesse caso, vá girando lentamente o bo-tão até reduzir a freqüência das piscadas.Dessa maneira, reduzindo a mixagem, oimplemento vai trabalhar mais uniforme.Depois de ajustados todos os comandose quando precisar manobrar o trator, usea tecla de subida e descida para levantare baixar o implemento. Assim, as regula-gens realizadas anteriormente ficarãopreservadas.

No pára-lamas traseiro existem botões queservem para levantar e baixar os implementos

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Julho 07 • 15

indução de ar

Anecessidade de aumento na efi-ciência nas aplicações de defen-sivos agrícolas tem sido alvo de

vários estudos, que têm levado ao desenvol-vimento de novas tecnologias de aplicação,visando redução da contaminação ambien-tal, redução da deriva, redução do volumede calda, aumento na deposição e melhoriana qualidade da pulverização.

Para que a aplicação alcance alta efici-ência e atinja o resultado esperado, é neces-sário que haja uma cobertura adequada emtodas as partes da planta. Geralmente a co-bertura na parte inferior das plantas acabasendo prejudicada e os defensivos não al-cançam os resultados desejados, ocasionan-do grandes perdas nas lavouras, além de fa-

vorecer a resistência e a disseminação dapraga ou doença para outras áreas. Diantedesses problemas, os produtores aumentamo número das pulverizações, aumentando ocusto de produção e contribuindo para oaumento da contaminação ambiental.

Durante o processo de pulverização, adeposição dos produtos pode ser afetada porfatores inerentes às condições climáticas, àscondições operacionais dos pulverizadorese às culturas. Dentre os fatores relaciona-dos às condições climáticas podemos citar avelocidade do vento, temperatura e umida-de relativa. Dentre os fatores relativos àscondições operacionais dos pulverizadorespodemos destacar velocidade do desloca-mento do pulverizador, pressão nos bicos e

altura da barra de pulverização. Os fatoresrelacionados às culturas estão associados aodossel das plantas. Em estádios avançados,culturas como a soja, batata e feijão podemapresentar maior resistência à penetração dolíquido pulverizado.

Com a finalidade de melhorar a eficiên-cia das pulverizações, vários fabricantes têmequipado seus pulverizadores com assistên-cia de ar na barra, que consiste em um ven-tilador, geralmente axial, que injeta um flu-xo de ar em um duto inflável, que permitea distribuição uniforme de um jorro de ar,exatamente acima de cada um dos bicos depulverização, melhorando a penetração dojato pulverizado, melhorando a distribuiçãoe a deposição na parte abaxial das folhas lo-

Um empurrãozinhoA pulverização com assistência de ar na barra pode ser uma boa alternativa em

determinadas situações. Porém é necessário analisar bem todas as variáveisenvolvidas, porque nem sempre essa tecnologia é a melhor opção

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Efeito da assistência de ar na dispersão de gotaspequenas. Lado esquerdo ventilador desligado elado direito ventilador ligado

Tempo atéextinção (s)

1457

227

Distância dequeda (m)

0,1276,7

81,7

CondiçãoTemperatura (0C)D T (0C)U R (%)

Diâmetroinicial

50 ( m m)100 ( m m)200 ( m m)

Condição 1202,280

Tempo atéextinção (s)

41665

Distância dequeda (m)

0,0321,821

Condição 2307,750

Tabela 1- Tempo de vida média das gotas em diferentescondições

Fonte: Matuo, 1990.

calizadas no terço inferior das plantas.Gotas de tamanho reduzido em suspen-

são no ar atmosférico podem ser arrastadaspelo vento e se depositarem fora do alvodeterminado (Figura 1), diminuindo a efi-ciência da pulverização. Assistência de ar nabarra transporta as gotas e evita que sejamarrastadas pelo vento, visto que a assistên-cia de ar forma uma cortina protetora, quesai ao lado dos bicos, em alta velocidade,impulsionando as gotas em direção ao alvo,permitindo assim pulverizar mesmo comvelocidades do vento acima das recomen-dadas nas pulverizações convencionais.

A assistência de ar na barra tem como fun-ção melhorar o transporte das gotas até as plan-tas, melhorando sua penetração no dossel dacultura, facilitando, principalmente o contro-le de doenças como a ferrugem asiática da soja

e mofo-branco do feijoeiro. O aumento do flu-xo de ar aumenta de forma significativa à pe-netração das gotas no dossel das plantas. Poroutro lado, o uso de ar na barra em culturasde porte baixo, com baixo índice de área foliar,tende a aumentar a deriva e a evaporação, de-vido à turbulência do ar quando vai de en-contro à superfície do solo.

Com o uso de assistência de ar nas bar-ras é possível utilizar volumes mais reduzi-dos de calda, como por exemplo, de 50 acem litros de calda por hectare, aumentan-do o rendimento operacional do pulveriza-dor, conforme gráfico a seguir:

O tempo de vida média de uma gota emsuspensão depende de alguns fatores, comopor exemplo, tamanho da gota, temperatu-ra e umidade relativa, conforme pode servisto na Tabela 1.

O uso da assistência de ar pode aumen-tar ou diminuir a deriva, dependendo daidade das plantas, do tipo de alvo, do tipode bicos, tipo de cobertura vegetal existenteno solo, da altura das barras, inclusive a ve-locidade do ar na barra. Altas velocidades

do ar, com altas pressões nas pontas de pul-verização podem prejudicar a uniformida-de de distribuição de líquidos.

Portanto ao usar gotas de tamanhos re-duzidos, com altas temperaturas e baixaumidade relativa do ar, conjugadas com al-tas velocidades do ar na barra, haverá umagrande evaporação das gotas antes que asmesmas atinjam o alvo, diminuindo assima eficiência da pulverização.

Os pulverizadores hidráulicos com assis-tência de ar na barra possuem um ou dois ven-tiladores, geralmente axial, posicionado naregião central da barra de pulverização, quedistribui um grande volume de ar em um ca-nal inflado montado na barra na região acimados bicos. A velocidade do ar varia de acordocom a variação da rotação do ventilador. Arotação máxima do ventilador pode chegar aaproximadamente 2800 rpm, necessitando deaproximadamente 12 cv para o acionamento.

A seleção correta da ponta de pulveriza-ção deve levar em conta alguns parâmetros,como por exemplo, o tamanho de gotas e odiâmetro da mediana volumétrica (VMD),para que não ocorra deriva e nem evapora-ção da gota pulverizada devido ao fluxo dear. O Gráfico 1 nos dá idéia de como seleci-

A indução de ar é uma boa ferramenta, masquando há rotação excessiva do ventilado,

pode provocar falhas na aplicação

Ronaldo e Mauri desenvolveram ensaios paraestudar a eficiência da pulverização

com indução de ar na barra

Figura 1 - Gotas menores sendo arrastadas para forado alvo (fonte:HARDI)

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“Altas velocidades do ar, com altas pressões nas pontas de pulverizaçãopodem prejudicar a uniformidade de distribuição de líquidos”

onar a ponta de pulverização em função doVMD e da pressão de trabalho.

Trabalhos realizados em laboratório naUniversidade Federal de Viçosa mostraram queem rotações acima da recomendada pelo fabri-cante houve mudança no perfil de distribuiçãode bicos tipo cone, aumentando o coeficientede variação da distribuição.

Pesquisadores do Departamento de En-genharia Agrícola da Universidade Federalde Viçosa, juntamente com uma empresaprivada, sob coordenação do Professor Mau-ri Martins, estão desenvolvendo trabalhoscom pulverizador com assistência de ar nabarra para o controle do mofo-branco dofeijoeiro, onde irão avaliar a ação do ar na

barra de pulverização e diferentes volumesde calda.

Ronaldo Goulart Magno Júnior,Mauri Martins Teixeira,Murilo Mesquita Baesso eFrancelino Rodrigues Júnior,UFV

Gráfico 1 - Pressão vs DMV ( fonte:Teejet)

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18 • Julho 07

agricultura de precisão

As recomendações atuais para aadubação nitrogenada são reali-zadas com base em curvas de res-

posta, histórico da área e produtividade espera-da. Entretanto, para tomada de decisão sobre anecessidade de adubação nitrogenada, algunsfatores devem ser considerados, tais como: con-dições edafoclimáticas, sistema de cultivo (se-meadura direta ou convencional), época de se-meadura (safra de verão ou safrinha), respon-sividade do material genético, rotação de cul-turas, época e modo de aplicação, fontes de ni-trogênio, aspectos econômicos e operacionais.Isso enfatiza a regra de que as recomendaçõesde nitrogênio devem ser cada vez mais específi-cas e não generalizadas.

Para isso se faz necessário a utilização de

ferramentas de Agricultura de Precisão, comopor exemplo, o uso de sensores capazes de iden-tificar o estado nutricional da cultura e a apli-cação de fertilizantes em taxa variada. O uso dacultura como indicador da condição do ambi-ente de produção pode ser uma alternativa con-siderável. As plantas são bons indicadores, poisintegram o efeito do clima e das práticas demanejo.

O sensoriamento remoto é uma técnica decoleta de dados sem contato direto com o alvo,onde a distância entre o sensor e o alvo podeser desde alguns centímetros (sensores terres-tres) até milhares de quilômetros (sensores or-bitais). Hoje, os dados obtidos por sensoriamen-to remoto, nas diversas áreas de sua aplicação,são em sua maioria, imagens aéreas, radares

aéreos ou imagens de satélite. Essas informa-ções não estão sendo utilizadas pelos agriculto-res devido ao seu alto custo de aquisição, riscode indisponibilidade da imagem no momentonecessário e pela necessidade de especialistaspara interpretar essas informações para que pos-sam ser úteis ao manejo da propriedade rural.

O uso do sensoriamento na agricultura nãoé recente e há um grande número de possibili-dades variando desde o tipo de sensor, passan-do pela plataforma utilizada, época de realiza-ção e parâmetro que se deseja mensurar. Hásensores utilizados para mensurar as caracte-rísticas das plantas e do ambiente onde as plan-tas se desenvolvem. O uso de sensores para aestimativa de área cultivada e até de produtivi-dade das diferentes culturas de grãos é comume oferece resultados com acurácia dependenteda validação dos modelos de predição desen-volvidos pelo usuário.

A preservação do ambiente, tão em voganos últimos anos, deve muito ao uso de senso-res remotos, principalmente aqueles que utili-zam os satélites como plataforma. Cobrindograndes áreas e com possibilidade de coletarinformações nas mais variadas faixas do espec-tro eletromagnético, os sensores remotos colo-cados em satélites permitem obter uma infini-dade de informações sobre os recursos natu-rais.

O uso de sensores na produção de grãosainda apresenta grandes limitações. Talvez aprincipal seja a periodicidade de coleta das in-formações que geralmentesão obtidas de satélites.Como as culturas anuaisse desenvolvem rapida-mente, o intervalo de mai-or interesse para a coleta

Sensores decisivosA utilização de sensores remotos, que fornecem a análise da planta em tempo real

para aplicação de nitrogênio (N), impulsionará ainda mais a agricultura de precisão,ferramenta importante na busca de aumento de produtividade

Onitrogênio é o nutriente exigidoem maior quantidade pelas cultu-

ras. Esse fato é refletido no consumo mundi-al dos fertilizantes nitrogenados, superandoas quantidades utilizadas de fósforo (P2O5)ou potássio (K2O). Por ser um elemento afe-tado por uma dinâmica complexa e que nãodeixa efeitos residuais diretos das adubações,o manejo adequado da adubação nitrogena-da é dos mais difíceis, além da baixa eficiên-cia em sua utilização.

As principais causas dessa baixa eficiên-cia são: a falta de sincronia entre o suprimen-to de nitrogênio e a demanda pela cultura, aaplicação uniforme dos fertilizantes em áreasespacialmente variáveis, a variabilidade tem-poral das necessidades da cultura e a influ-

O DESAFIO DE APLICAR EAPROVEITAR BEM O NITROGÊNIO

ência do clima. Aplicações uniformes nãoconsideram o fato de que a disponibilidadede nitrogênio no solo, a absorção de N pelasculturas e as respostas às adubações não sãoas mesmas espacialmente. Portanto, altasdoses de N aplicadas no momento da im-plantação da cultura e as doses uniformespodem ser consideradas um risco com perdado nutriente para o ambiente. Foi justamen-te esse fato que desencadeou o surgimentodo que hoje é conhecido como Agriculturade Precisão, ainda nos anos 1980, na Euro-pa, a partir da legislação ambiental extrema-mente exigente em termos de níveis de Naplicados nas lavouras e seu risco de conta-minação ambiental, especialmente de águado lençol freático.

Page 19: Maquinas 65

“Apesar de todos os esforços o uso comercial do sensoriamento remoto na agricultura ainda está no início,especialmente em relação ao objetivo de transformar os dados em uma recomendação de fertilizantes”

Julho 07 • 19

de dados é curto – geralmente um período depoucos dias antes e após o florescimento dasmesmas, lembrando que dentro de uma pro-priedade, esse momento se repete em diferen-tes momentos para cada talhão – e raramenteum satélite consegue coletar uma imagem nomelhor momento, havendo ainda a restriçãopela presença de nuvens.

Além desse fato, a necessidade de processare eliminar possíveis erros nos dados coletadosdificulta o emprego das informações pelo usu-ário final que geralmente não compreende comoutilizar a imagem adquirida. A resolução espa-cial também é um problema para as imagensobtidas através de satélites, onde quanto maiora resolução, maior o custo.

Estudos realizados em condições de labo-ratório demonstram praticamente infinitaspossibilidades de uso do sensoriamento remo-to através da combinação entre as mais distin-tas faixas do espectro e sua relação com os vari-ados aspectos das plantas. A problemática mai-or reside na capacidade de se obter imagens coma qualidade obtida em laboratório – tão logoisso ocorra devem surgir inúmeras possibilida-des de uso. A essa altura você já deve ter perce-bido que a solução reside simplesmente emobter boas imagens talvez utilizando outras pla-taformas. Está correto, mas não basta! Ao usu-ário final, aquele que vai pagar a conta, o queinteressa é que a ferramenta seja confiável e quetenha um uso bem definido – o quehoje começa a acontecer.

Plataformas aéreas como os aviões sempreestiveram disponíveis, desde o momento em quese colocou uma máquina fotográfica – aquelascom verdadeiras “bobinas” de filme – em umavião de reconhecimento, na Primeira GuerraMundial. A partir de então esta plataformapassou a ser utilizada normalmente para o re-gistro dos mais variados eventos. Aviões apre-sentam uma série de pontos positivos em rela-ção às imagens coletadas por satélites como, porexemplo, o controle do momento de coleta daimagem e a possibilidade de pronta atualizaçãodos equipamentos.

Com a presença de câmeras multiespectraisportáteis e o desenvolvimento dos sistemas denavegação autônomos, hoje é possível progra-mar um aeroplano não tripulado para que estelevante vôo, vá até determinado local, colete asimagens desejadas e regresse de modo totalmen-te automatizado. Existem inclusive empresasno Brasil que fornecem esse tipo de serviço e apopularização do mesmo ocorrerá com a redu-ção de custos, que deve ocorrer quando do au-mento na demanda, atrelado ao nível tecnoló-gico dos usuários. Ou seja, apesar de todos osesforços, o uso comercial do sensoriamento re-moto na agricultura ainda está no início, espe-cialmente em relação ao objetivo de transfor-mar os dados em uma recomendação de fertili-zantes.

Mas o objetivo central desse artigo é de-monstrar o que já existe e pelo menos do pontode vista de um usuário, que seja plausível e quetenha utilidade imediata. É o caso dos sensorescomerciais, montados em plataformas terres-tres, pouco sensíveis às alterações do ambiente,que “enxergam” especificamente um aspectodas plantas que tem estreita relação com suaprodutividade. Tais equipamentos existem háanos, e vêm sendo utilizados com sucesso noexterior e começam a apresentar resultados emâmbito nacional. São sensores ativos, ou seja,têm sua própria fonte de luz e capturam o re-sultado de sua interação com o alvo, sendo, por-tanto, insensíveis à condição ambiente de luz.Também conseguem fazer leituras em milési-mos de segundo, o que torna a resolução espa-cial muito superior àquela obtida por outrasplataformas. Trabalham com faixas do espec-

Sensor ótico ativo usado emuma lavoura de cana para

detectar as deficiências de nitrogênio

Page 20: Maquinas 65

20 • Julho 07

tro sobre as quais se tem grande volume de in-formação disponível na literatura e, portanto,aplicações bem definidas. Utilizando compri-mentos de onda do infravermelho próximo, ver-melho, verde, entre outros, calculam-se os cha-mados índices de vegetação, que fornecem in-formações que apresentam íntima relação coma quantidade de biomassa e concentração declorofila no tecido vegetal.

O uso desses sensores requer, sem dúvida,certo grau de compreensão sobre comportamen-to espectral e exige alguns cuidados com rela-ção ao posicionamento para coleta dos dados eà variabilidade espacial dos parâmetros men-surados. Permitem, entretanto, obter informa-ções claras sobre o potencial produtivo das cul-turas, o que é sem a menor sombra de dúvidainteressante. Numa comparação dimensional,são algumas centenas de vezes mais úteis quealgumas informações coletadas e utilizadas noque se denomina Agricultura de Precisão hojeno Brasil.

Ensaios realizados na safra de inverno pas-sada demonstraram que as leituras de um des-ses sensores comerciais apresentaram relaçãosatisfatória com a produção de biomassa, teorde nitrogênio e produtividade de trigo na re-gião dos Campos Gerais no Paraná. O próximopasso, nessa safra, é utilizar tal equipamentona prescrição das doses de nitrogênio a seremaplicadas em áreas comerciais.

No caso do milho, cultura que demanda onitrogênio em volumes altos – que atualmentetem um peso satisfatório no custo de produção– leituras foram realizadas em uma série deensaios com doses de nitrogênio, população,

híbridos e espaçamento de plantas. Os dadosestão sendo processados, mas demonstramcomportamento distinto daquele visto no trigodevido a sua maior produção de biomassa, setornando um desafio maior para o uso satisfa-tório da ferramenta, sendo necessários ensaioscom sensores diferentes.

Diversos ensaios realizados também com acultura da cana-de-açúcar, com diferentes do-ses de nitrogênio e uma grande quantidade devariedades, mostraram resultados semelhantesaos obtidos com o milho.

Esses sensores permitem ainda a realizaçãode sensoriamento em tempo real para governaraplicação de fertilizantes, assunto que já vemsendo discutido há alguns anos, mas a Agri-cultura de Precisão comercial ainda é em suamaioria, baseada em mapas de aplicação. Nes-ses, as doses de fertilizantes são determinadascom base em amostragem de solo, produtivi-dade e outras informações espaciais. É ummétodo que leva tempo entre a coleta dos da-dos e a tomada de decisão.

Portanto o uso do sensoriamento para apli-cações de fertilizantes em tempo real reduz otempo no gerenciamento de intervenções loca-lizadas. Na verdade, o processo pode tornar-seautomático. Decisões que devem ser tomadaspor humanos passam a ser embutidas em con-troladores gerenciados por sistemas eletrônicos.

Leandro, Gustavo, José Vitor, Fabrício eJosé Molin são responsáveis pelos ensaios

realizados com o sensor ótico no Brasil

Entretanto, deve-se trabalhar para que esta téc-nica possa ser utilizada independente da região,solo e fatores relacionados ao manejo da área.

Fato indiscutível é que em um futuro pró-ximo tais ferramentas serão de uso comum noprocesso produtivo de nossos concorrentes, maispor questões ambientais que pelo aumento naprodutividade, e que teremos de nos adequar aesta nova realidade. Ao que tudo indica a vari-abilidade espacial e os ganhos advindos de seuentendimento e uso a nosso favor dependerãograndemente do uso de sensores, principalmen-te daqueles que permitem obter indicativos di-retos da produtividade.

Um apelo aos fornecedores de novas tec-nologias e também aos possíveis usuários é deque deve haver uma mudança de postura emrelação ao emprego de novas ferramentas – osganhos que podiam advir de soluções prontasestão se tornando escassos, e a cada dia haverámaior necessidade de aprimoramento técnico,de visão do sistema e a internalização de riscos,com medidas mais ativas e investimentos.

Culturas perenes como o cafétambém podem ser

beneficiadas com esta técnica

Fabrício P. Povh,José V. Salvi,Gustavo C. Faulin,José P. Molin,USP/EsalqLeandro M. Gimenez,FABC

Lavoura de milho sendo escaneada com umsensor ótico, numa fase que ainda é possívela adubação nitrogenada de cobertura

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Julho 07 • 21

colheita de café

Minas Gerais é o maior produ-tor de café do país com maisde 50% da produção nacional,

e o Brasil, por sua vez, é o maior produtormundial com cerca de 43 milhões de sacas(mais de 30% da produção mundial). As-sim, há grande interesse mundial nos cafésde Minas Gerais, que são produzidos em 80mil propriedades rurais de 682 municípios,gerando 1,6 milhão de empregos diretos e

indiretos. Tradicionalmente, os cafés deMinas são de excelente qualidade, porém épossível melhorar essa qualidade e, conse-qüentemente, a remuneração ao produtorcom a implementação de técnicas simplesde manejo, colheita e preparo do café, poisa cada dia o mercado internacional se tornamais exigente.

O marco inicial desta transformação doprocesso produtivo do café foi em 1996, com

os primeiros trabalhos financiados peloCNPq, através do programa Bioex-Café. Em1997 com o surgimento do programa depesquisas do Consórcio Brasileiro de Pes-quisa e Desenvolvimento do Café, foramlevantadas as demandas prioritárias juntoaos produtores, sendo destacada a colheitacomo gargalo número um do processo pro-dutivo. Nesse mesmo ano com base em re-sultados aplicados de pesquisas, foi realiza-do um dia de campo na Fazenda Beleza,município de Santana da Vargem (MG),organizado pela Universidade Federal deLavras e a Cooperativa de Produtores Uni-coop, coordenado pelo professor Fábio Mo-reira da Silva e o acadêmico Eric Mirandade Abreu, demonstrando o desempenhooperacional de máquinas para as diversasoperações de colheita como arruação, derri-ça, abanação e até mesmo de uma colhedo-ra automotriz. Em 1998 foi criada a Expo-café, com apoio de Cocatrel, Unicoop e Pre-feitura Municipal de Três Pontas (MG),município sede do evento por figurar comoum dos maiores municípios produtores decafé do Brasil.

Dentro deste contexto em julho de 1998,na Fazenda São Sebastião, município deTrês Pontas, foi realizada a primeira versãoda Feira Tecnológica do Agronegócio Café -Expocafé, com o propósito de levar aos pro-dutores as inovações tecnológicas de apli-cação imediata acessíveis aos diversos níveisde produtores, aproximando as empresasfornecedoras de insumos e máquinas agrí-colas dos produtores.

O diagnóstico da cadeia produtiva docafé do projeto Desafio 2000 no sul de Mi-nas, demonstrou a disposição dos produ-tores da região, tidos como tradicionais,em adotarem novas tecnologias com rela-ção à colheita, para vencer um dos gran-des problemas que são a indisponibilida-de de mão-de-obra para a colheita e o cus-to que representa 30% a 40% do processode produção. O parque cafeeiro em pro-dução no sul de Minas na safra de 2002/03 chegou a 545 mil hectares, com pro-dução de 12 milhões de sacas conformedados do Anuário Estatístico do Café.Somente a colheita do café que se proces-sa em um período de três meses ou 75 diasúteis necessita de aproximadamente 310mil trabalhadores, ou seja, mão-de-obranão disponível na região.

Café expressoO tempo e o custo da colheita docafé podem variar em função do

tipo de processo utilizado.Calcular os investimentos em

máquinas e mão-de-obra,ajudará o produtor a optar entre

colheita manual ousemimecanizada

O tempo e o custo da colheita docafé podem variar em função do

tipo de processo utilizado.Calcular os investimentos em

máquinas e mão-de-obra,ajudará o produtor a optar entre

colheita manual ousemimecanizada

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O tempo utilizado com aabanação na colheita manual é

de 15,6% do tempo total de colheita

Expocafé, realizada em Três Pontas (MG):responsável por grande parte da adoção desistemas mecanizados em lavouras de café

PROCESSO DE COLHEITAA forma como as operações de colheita

são realizadas, manualmente ou mecanica-mente, é que caracteriza o sistema de co-lheita, como segue:

Manual: é o sistema que pode serconsiderado, convencional por ser o maisutilizado, onde as diversas operações dacolheita são realizadas a partir de traba-lho braçal, demandando grande mão-de-obra.

Semimecanizado: consiste na utilizaçãoassociada de trabalho braçal e máquinas paraa execução da colheita. Este sistema variamuito, podendo ter uma ou quase todasoperações realizadas com o auxílio de má-quinas. É o sistema que tende a crescermuito, podendo atender pequenos e médi-os produtores.

Mecanizado: neste sistema considera-seo uso das colhedoras que realizam simulta-neamente as operações de derriça, recolhi-mento, abanação e ensaque ou descarga agranel do café colhido, sendo um sistemaque se limita às propriedades com topogra-fia favorável. Apesar deste sistema ser cha-mado de mecanizado, não dispensa total-mente o uso de mão-de-obra, pois as colhe-doras não colhem 100% dos frutos das plan-tas, necessitando a operação manual de re-passe.

Supermecanizado: este sistema surgiuem 2000 e consta de todas as operaçõesda colheita feitas mecanicamente, inici-ando com a arruação mecanizada, segui-da de duas passadas da colhedora na la-voura, fazendo colheita seletiva e dispen-sando a operação de repasse, finalizandocom a varrição e recolhimento mecânicodo café caído no chão. Este sistema tam-bém tem aplicação limitada, dependendode boa topografia e elevado investimentoinicial com máquinas.

A tendência que se verifica no sul deMinas, onde predominam pequenas e mé-dias propriedades, com topografia e arqui-tetura das lavouras limitantes ao uso dascolhedoras, é uma expansão do sistema se-mimecanizado para as operações de derriçae abanação, com o emprego equilibrado demão-de-obra e máquinas.

Na colheita semimecanizada a derriça éfeita com o auxílio das derriçadoras portá-teis, manejadas manualmente e acionadaspor motores laterais ou costais, que fazemvibrar as varetas em sua extremidade, pro-movendo a derriça dos frutos. A operaçãode campo pode ser feita em equipes de doisa cinco pessoas, sendo que uma opera a der-riçadora e uma ou duas fazem o repasse e olevantamento do café derriçado sobre pa-nos ou chão, ou duas pessoas operam asderriçadoras de cada lado da linha dos cafe-eiros, com duas ou três fazendo o repasse elevantamento.

Com a derriçadora uma pessoa chega aderriçar de 20 a 40 medidas/dia, que dividi-das pela equipe de trabalho resultam namédia de dez a 13 medidas/homem/dia, con-siderando medidas volumétricas de 60 li-tros.

Alguns parâmetros da colheita manualpodem ser considerados para nortear os pro-dutores na tomada de decisão quanto ao sis-tema semimecanizado, conforme mostra oBox abaixo.

AVALIAÇÃO DE CUSTOSOs resultados considerados levaram à

redução de custos para o sistema semime-canizado da ordem de 26%, devendo-seobservar que na colheita manual o custoda diária líquida considerado foi de R$25,00, tratando-se da menor diária prati-cada nesta safra de 2007. No sistema se-mimecanizado, a diária líquida conside-rada foi de R$ 30,00, 20% maior que na

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“A tendência que se verifica no sul de Minas, é uma expansão do sistema semimecanizado paraas operações de derriça e abanação, com o emprego equilibrado de mão-de-obra e máquinas”

Julho 07 • 23

Desempenho operacionalTempo de derriça 56 min./medida 72,7 %Tempo de varrição 9 min./medida 11,7 %Tempo de abanação 12 min./medida 15,6 %Tempo total 77 min./medida 100 %Desempenho na operação de derriça: 7 med./homem/diaDesempenho na operação de derriça e varrição: 6 med./homem/dia.Desempenho na operação de derriça, varrição e abanação: 5 med./homem/dia

CustoProdutividade da lavoura: 30 sacos/ha.Volume médio a ser colhido: 240 medidas/ha.Desempenho operacional médio: 5 medidas/homem/dia.Quantidade de serviço: 48 homens/ha.Diária líquida mínima para a safra 2007: R$ 25,00/homem.Diária bruta mínima para a safra 2007: R$ 35,00/homem (encargos sociais da 43%).Custo total: R$ 1.680,00/ha.Custo final da medida de 60 litros: R$ 7,00.

COLHEITA MANUAL

Desempenho operacionalEquipe de trabalho: 3 Homens (1 derriçando e 2 no repasse e levantamento).Desempenho mínimo operacional da equipe: 30 medidas/dia.Volume médio a ser colhido: 240 medidas/ha.Tempo de colheita: 8 dias.

Custo horário da derriçadoraCusto inicial da derriçadora: R$ 1.900,00.Depreciação (mil horas, com média de 400 horas/ano): D = R$1,70/hora.Remuneração do capital (12% aa. sobre capital médio investido): J = R$ 0,28/hora.Combustível (0,5 litros/hora): C = R$ 1,30/hora.Lubrificantes (16% do combustível): L = R$ 0,20/hora.Custo de manutenção (50% do custo inicial): M = R$ 0,95/hora.Custo total da derriçadora: R$ 4,43/hora (fixos mais variáveis).Custo diário da derriçadora: R$ 26,58 (média de 6 horas-máquina/dia de 8 horas).

Custo da mão-de-obraDiária líquida: R$ 30,00/Homem.Diária bruta: R$ 42,90 (encargos sociais de 43%).Custo diário da equipe de três Homens: R$ 128,70.Custo diário da derriçadora: R$ 26,58.Custo diário total: R$ 155,28.Tempo de colheita: 8 dias.Custo total da colheita semimecanizada: R$ 1.242,00/há.Custo final da medida de 60 litros: R$ 5,18

COLHEITA SEMIMECANIZADA

colheita manual, sendo possível remune-rar melhor os trabalhadores e ainda obterredução de custo final, o que demonstraa viabilidade técnica-econômica da utili-zação das derriçadoras.

A colheita semimecanizada do café éatualmente uma alternativa viável e possí-vel de ser implantada na maioria das lavou-ras cafeeiras, com baixo custo inicial, inde-pendentemente do tamanho ou desenvol-vimento tecnológico da propriedade. Os tra-balhos de pesquisa até então desenvolvidospelo professor Fábio Moreira da Silva e equi-pe, bem como a experiência dos produtoresque adotaram este sistema, têm comprova-do sua viabilidade.

A possibilidade de se fazer a colheitasemimecanizada do café, associando mão-de-obra com máquinas de baixo custo ini-cial, acessível ao pequeno e médio produ-tor, é uma realidade técnica e economica-mente viável, sendo um caminho socialmen-te equilibrado para as regiões produtoras,com aumento do desempenho operacionalsuprindo a falta de pessoal na época da co-lheita, valorizando o trabalhador rural comqualificação profissional e melhor remune-ração, possibilitando à agricultura familiar,maior margem de renda e sustentabilidadedo processo produtivo.

Este é um exemplo claro de como aExpocafé, que se tornou o maior eventotecnológico do agronegócio de café dopaís e por conseguinte mundial, em suadécima versão, agora com diversos outrosparceiros, como: Emater, Epamig, IMAe com todos seus expositores, vem trans-formando o processo produtivo do café,levando tecnologia que atende desde aopequeno produtor, a exemplo do agricul-tor familiar como aos médios e grandesprodutores que adotam sistemas de co-lheita de maior escala com uso de colhe-doras laterais, tracionadas ou automotri-zes, com redução de custos que variamde 30 a 60% em relação à colheita ma-

nual.As mudanças tecnológicas não ficam

restritas ao processo de colheita, deven-do-se considerar ainda, as mudanças noprocesso de plantio, cultivo, tratamentofitossanitário, um conjunto de conheci-mentos que resultaram em poda e condu-ção da lavoura, colheita seletiva, café ce-

Professores Fábio Moreira e NilsonSalvador, da Ufla, desenvolvem trabalhos

permanentes para o avanço do café

Fábio Moreira da Silva,Nilson Salvador,Ufla

reja descascado, descascamento de grãosverdes, tecnologias que surgiram nestesúltimos dez anos de pesquisa e desenvol-vimento tecnológico. . M

Page 24: Maquinas 65

24 • Julho 07

A partir desta edição a CultivarMáquinas inaugura uma novaSeção. Trata-se da Ficha Téc-

nica, espaço onde serão apresentados osprincipais lançamentos do mercado bra-sileiro de máquinas e implementos agrí-colas. Com enfoque técnico, espera-secontribuir para que você, leitor, possa co-nhecer melhor o funcionamento e desem-penho desses equipamentos.

MOTOR E TRANSMISSÃOInauguram a Ficha Técnica os trato-

res 7715 e 7815, da John Deere. O pri-meiro acaba de ser lançado e o segundo, quesó era disponível no Brasil através de im-

portação, ganhou produção nacional. Am-bos integram o lote piloto da nova unida-de que a companhia pretende inaugurarno final de 2007 em Montenegro, no RioGrande do Sul.

Os tratores 7715 e 7815 possuem mo-tores John Deere, Powertch a diesel,6068H, série 350, com 182 cv e 202 cvde potência, respectivamente, reserva detorque de 35% e mais uma reserva de po-tência de 6%.

Possuem transmissão PowrQuadPlus™ com 16 marchas à frente e 16 mar-chas a ré, totalmente sincronizadas, o quepermite a mudança das quatro marchasem cada grupo sem acionamento da em-

breagem (Powershift por grupo). Frentee ré sem o uso da embreagem (reversorPowershift), sendo que a primeira mar-cha a ré de cada grupo é 4% mais rápidapara diminuir o tempo durante as ma-nobras.

Estas marchas são acionadas atravésde dois botões localizados sobre a alavan-ca de grupos e um terceiro botão sobre opainel. A mudança dos grupos A – B – C– D, também é totalmente sincronizada,não sendo necessário parar o trator paraa troca de grupos, sendo que, quando ooperador troca de grupo com o trator emmovimento, a transmissão busca automa-ticamente a marcha mais adequada para

Made in BrasilMade in BrasilProduzidos a partir dolote piloto da nova fábricaem Montenegro osmodelos 7715 e 7815 daJohn Deere trazemnovidades ao mercadobrasileiro de tratores

Produzidos a partir dolote piloto da nova fábricaem Montenegro osmodelos 7715 e 7815 daJohn Deere trazemnovidades ao mercadobrasileiro de tratores

John Deere 7715 e 7815

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Julho 07 • 25

aquela velocidade, a fim de evitar possí-veis danos na transmissão devido ao des-compasso entre as velocidade dos grupos.

Os modelos contam com alavanca dereversão abaixo do volante com posiçãode neutro, avanço e retrocesso, o que dis-pensa o uso do pedal de embreagem parainverter o sentido do trator, o uso do pe-dal de embreagem é necessário apenas natroca de grupo e em pequenas manobraspara acoplar e desacoplar implementos.

Na distribuição das marchas na faixade trabalho agrícola, contam com oitomarchas na faixa de quatro a 12 km/h.

CHASSI ESTRUTURALOs dois modelos são montados sobre

chassi estrutural, o que proporciona mai-or vida útil aos componentes da trans-missão e ao próprio motor, pois o chassiabsorve todos os impactos causados de-

vido às condições do terreno e evita quesejam transferidos para componentes datransmissão e motor.

Tanto o 7715 como o 7815 possui re-duções finais com sistema planetário deengrenagens de dentes largos para me-lhor distribuição da carga, sistema ver-sátil de eixo pinhão e cremalheira comfácil regulagem da bitola, o que possibi-lita o trabalho em diversos tipos de cul-turas, além de permitir a montagem depneus duplos.

Os dois modelos são equipados comfreio hidráulico acionado através da bom-ba hidráulica. A TDP (Tomada De Po-

A troca de marchas dos quatro grupos podeser feita nos dois botões sobre a alavanca

Os tratores 7715 e 7815, possuem motores John Deere,Powertch a diesel, 6068H, série 350, com 182 e 202 cv

A reversão de sentido pode ser feita sem o uso deembreagem, em alavanca localizada abaixo do volante

“Os modelos 7715 e 7815 são montados sobre chassi estrutural, o que proporcionamaior vida útil aos componentes da transmissão e ao próprio motor”

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26 • Julho 07

tência) conta com sistema independentedotado de discos em banho de óleo comacionamento eletro-hidráulico, com freiohidráulico para paradas rápidas, o queotimiza as operações. Possuem alavancapara troca de velocidades de 540 para1.000 rpm com simples e rápida inver-são da alavanca, localizada na lateral-es-querda de transmissão. O botão de acio-

namento da TDP, com acionamento ele-tro-hidráulico garante facilidade e agili-dade durante o trabalho.

O eixo dianteiro possui um ângulo deesterçamento de 38. O sistema Caster Ac-tion com 12° de inclinação lateral garantemenor raio de giro. O controle eletrôni-co oferece maior segurança ao operadorpois quando o trator estiver acima de 5km/h, todas as vezes que o freio for acio-nado a tração dianteira é ligada automa-ticamente para auxiliar na frenagem.

Quando a tração dianteira estiver li-gada e o trator ultrapassar os 19 km/h,ela será desligada automaticamente, evi-tando desgaste prematuro dos pneus. Oacionamento da tração dianteira é feito porconjunto de molas e o desacionamento éeletro-hidráulico, com seu diferencial au-toblocante.

O eixo dianteiro Heavy Duty, exclu-sivo para o modelo 7815, possibilita a

O botão de acionamento da TDP, eletro-hidráulico,garante facilidade e agilidade durante o trabalho

Os novos modelos apresentam linhas arrojadas etrazem o design dos tratores importados

O eixo dianteiro do modelo 7815 é do tipo HeavyDuty, que suporta maior quantidade de lastro

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Julho 07 • 27

TratorImplementoFabricante

Peso do implementoFaixa de corte

Marcha trabalhadaVelocidade com cargaMarcha de trabalho

Velocidade real com carga (km/h)Rendimento

Consumo (l/h)Consumo (l/ha)

John Deere 7815grade 16x32"

Civemasa3140 kg

2,5 m3 C

12 km/h3C12

2,2630,2

13,46

7715

182

151

9900

7815

202

167

10900

6

6,82200

106,5/127Turbo

540/100016F/16R PowrQuad Plus™

Tração auxiliarPinhão e cremalheira

63504600

ModeloNúmero de cilindrosPot. motor (cv)Volume (l)Rotação (rpm)Diam/curso (mm)Tipo aspiraçãoPot. TDP (cv)Rotação (rpm)TransmissãoEixo dianteiroEixo traseiroCapacidade de levante nos 3 pontosCap. de levante a 610mmLastro máximo (kg)

Ficha técnica

colocação de maior quantidade de lastro,aumentando ainda mais a sua capacida-de de tração.

CABINEA cabine que equipa os dois tratores

é climatizada e com todos os comandosprojetados ergonomicamente para possi-bilitar conforto e segurança ao operador.Entre os itens que se destacam estão oscomandos localizados ao alcance do ope-rador, banco com suspensão a ar, colunada direção ajustável, localização dos pai-néis, visibilidade, espaço interno, ar-con-dicionado entre outros.

TESTE DE DESEMPENHOPara medir o desempenho do trator 7815

a John Deere encomendou testes e compa-rativos de campo, com a utilização de dife-rentes implementos, conforme tabelas. Ostanques de combustíveis foram completa-dos no início e no final do teste, após a ope-ração, e foram coletadas as seguintes infor-mações:

Um dos ensaios foi realizado num perío-do de 14,6 horas trabalhadas, tracionandouma grade aradora de 20x43”, onde o tratorapresentou um consumo total de 492 litrosde óleo diesel. O rendimento foi de 2,35 hec-tares por hora, numa área de 34,34 hectares,totalizando um consumo de 14,33 litros porhectare.

Outro teste comparou o mesmo tra-tor, em 2,1 horas trabalhadas, tracionan-do uma grade de 16x32”, numa área totalde 5,32 hectares, o que apresentou umrendimento de 2,53 hectares por hora tra-balhada. O consumo total foi de 66 litrosde óleo diesel, dando uma média de 12,4litros por hectare.

Os dois modelos contam com reduções finais com sistema planetário de engrenagens de dentes largos paramelhor distribuição da carga, sistema versátil de eixo pinhão e cremalheira com fácil regulagem da bitola

. M

ModeloGrade aradoraÁrea trabalhadaHoras trabalhadasConsumo em litrosConsumo médio por horaRendimentoLitros/hectares

20x43”34,34 ha14,6 h492 l

33,70 l/ha2,35 ha/h

14,33 l

16x32”5,32 ha2,1 h66 l

31,43 l/ha2,53 ha/h

12,4 1

7815

“Para medir o desempenho do trator 7815 a John Deere encomendou testese comparativos de campo, com a utilização de diferentes implementos”

Page 28: Maquinas 65

28 • Julho 07

motores

Airrigação representa uma técni-ca imprescindível na produçãoagrícola, em muitas regiões do

país. Normalmente, nessas regiões, devidoao déficit pluviométrico e, principalmente,a sua distribuição irregular, torna-se neces-sário o uso desta técnica. Essa tecnologiapode representar tanto um aumento de pro-dutividade como aumento dos custos deprodução, independentemente do métodoutilizado. O percentual do custo total deprodução, referente aos custos de aplicaçãoda irrigação na produção agrícola, represen-ta, de maneira geral, a soma dos custos coma mão-de-obra utilizada na irrigação, servi-ços de manutenção e, principalmente, com

a energia. Dentro do custo variável da irri-gação, a energia representa a maior parcelae, dependendo da fonte optada, poderá che-gar a 70%.

A escolha do motor para o acionamentoda bomba depende de vários fatores, como:potência necessária, disponibilidade e cus-to da energia, grau de mobilidade desejadoao conjunto motobomba, investimento ini-cial, entre outros. O conjunto desses fato-res define a opção mais adequada, a qual,via de regra, recai nos dois seguintes tiposde motores: elétricos ou a diesel. De umamaneira geral, nas diferentes regiões do país,os motores elétricos apresentam-se mais

vantajosos, economicamente, no aciona-mento de bombas em áreas irrigadas, o quejustifica seu uso por 70% dos irrigantes. Paraos casos em que a potência instalada é gran-de e para as condições de instalações a cur-ta distância da rede de distribuição de ener-gia elétrica, os motores elétricos são maisadequados em detrimento do motor a die-sel. No entanto, em determinadas situaçõesnão se dispõe nas proximidades de rede elé-trica, o que passa a viabilizar outras fontesenergéticas, a mais comum é o uso de mo-tor diesel.

Neste sentido é interessante encontrarum indicativo de viabilidade de implanta-

Água a dieselUma das alternativas para acionamento de sistemas de irrigação é o

uso de motores a diesel, que já correspondem a aproximadamente 30%dos sistemas de bombeamento no Brasil

Page 29: Maquinas 65

“A irrigação pode representar tanto um aumento de produtividade como aumentodos custos de produção, independentemente do método utilizado”

Comprimento(m)50

300700

13001700200030004000600080001000012000140001600018000200002500030000

5 KVAMonofásico

902,001.520,002.510,003.995,004.985,005.727,008.201,00

10.676,0015.624,0020.573,0025.522,0030.471,0035.420,0040.368,0045.317,0050.266,0062.638,1075.010,10

15 KVAMonofásico1.160,001.779,002.769,004.253,005.243,005.986,008.460,00

10.934,0015.883,0020.832,0025.781,0030.730,0035.678,0040.627,0045.576,0050.525,0062.896,6075.268,60

37,5 KVATrifásico1.605,002.224,003.214,004.698,005.688,006.430,008.905,00

11.379,0016.328,0021.277,0026.226,0031.174,0036.123,0041.072,0046.021,0050.970,0063.341,5075.713,50

45 KVATrifásico2.542,003.524,005.096,007.453,009.025,00

10.204,0014.133,0018.062,0025.920,0033.778,0041.636,0049.495,0057.353,0065.211,0073.069,0080.927,00100.573,00120.218,50

75 KVATrifásico3.132,004.115,005.686,008.044,009.615,00

10.794,0014.723,0018.652,0026.510,0034.369,0042.227,0050.085,0057.943,0065.801,0073.660,0081.518,00

101.163,30120.808,80

10 KVAMonofásico1.060,001.679,002.669,004.153,005.143,005.885,008.360,00

10.834,0015.783,0020.732,0025.681,0030.629,0035.578,0040.527,0045.476,0050.425,0062.796,5075.168,50

Tabela 1 - Estimativa do custo de uma linha de transmissão rural (US$), em função do comprimento, em metrosção do sistema motorizado a diesel em de-trimento do elétrico. Portanto, este estudopromoveu a análise da viabilidade econô-mica de implantação e operação de motoresdiesel, nas diferentes regiões do Brasil, ob-tido a partir de uma distância tal de redeelétrica que indica a inviabilidade de moto-res elétricos, diante das variáveis: númerode horas de funcionamento por ano e es-truturas tarifárias de energia elétrica.

Para essa avaliação, foram consideradosum motor diesel e um elétrico, de potênciacomercial de 50 cv cada. A partir de sof-tware desenvolvido pelos autores (Figura1), foi determinada a distância da rede elé-trica que viabiliza o uso de motores diesel,pela obtenção dos custos fixos (implanta-ção da rede de energia e o custo dos moto-res, elétrico e diesel) e variáveis anuais (cus-tos com a energia e óleo diesel consumidosem função do tempo de funcionamento)para diferentes composições tarifárias, re-giões do país e número de horas de funcio-namento por ano.

O levantamento foi realizado para as cin-co regiões brasileiras (Norte, Nordeste, Cen-tro-Oeste, Sudeste e Sul), com dois, qua-

Julho 07 • 29

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30 • Julho 07

Regiões

Norte

Nordeste

Centro-Oeste

Sudeste

Sul

Tempo de irrigaçãoanual (horas - mês)

1260 – 22520 – 43780 – 65670 – 91260 – 22520 – 43780 – 65670 – 91260 – 22520 – 43780 – 65670 – 91260 – 22520 – 43780 – 65670 – 91260 – 22520 – 43780 – 65670 – 9

Azul1,923,845,758,631,873,745,608,401,843,695,518,271,743,515,247,881,953,895,818,71

Verde1,853,735,588,391,793,615,418,131,773,595,368,071,733,515,257,901,863,735,588,37

Convencional1,683,314,957,401,523,074,636,971,472,974,786,731,322,704,086,141,633,284,287,40

Tarifas

Tabela 2 - Extensão da rede elétrica (75 KVA trifásico),em km, para as regiões do Brasil, com 2, 4, 6 e 9meses de irrigação (21 h/dia) nas tarifas azul, verdee convencional, que viabiliza o uso do motor diesel

tro, seis e nove meses de irrigação com 21horas/dia no horário fora de ponta, nas ta-rifas azul, verde e convencional tipo A. Fo-ram considerados, ainda, os respectivos des-contos para as diferentes regiões, conformea Portaria 105, de 2 a 8 de outubro de 2002e a Resolução Aneel Nº 277, de 19 de julhode 2000. A estimativa do custo da linha detransmissão rural, em função do compri-mento, e da rede elétrica, foi obtida a partirda Tabela 1.

A viabilidade de utilização dos motoresdiesel em relação ao acionamento de moto-res elétricos foi encontrada a partir de dis-tâncias da rede de transmissão elétrica de1,32 a 8,71 km (Tabela 2).

A condição que mais favorece o usodo motor diesel na irrigação é na regiãoSudeste, operando dois meses/ano na ta-rifa convencional, com a rede elétrica de75 KVA trifásico. Por outro lado, a condi-

ção que menos estimula a adoção do mo-tor diesel nas áreas irrigadas é na regiãoSul, operando nove meses/ano na tarifaazul.

Cabe aqui salientar que, em áreas ru-rais, linhas de transmissão monofásica sãomais utilizadas por terem um custo inferiorde instalação, em detrimento da rede trifá-sica. Outro aspecto é que algumas concessi-onárias só autorizam, para algumas áreas desua atuação, a ligação de motores de 10 cv,sem especificar o número permitido demotores acoplados à rede. Para pequenosprojetos de irrigação, esta potência é sufici-ente, entretanto, para o atendimento de áre-as maiores e com equipamentos de maiorporte, faz-se necessário a existência da redetrifásica.

CONCLUSÕESO uso de motores diesel em irrigação é

viável em condições de distâncias da redede transmissão elétrica que podem variarde 1,32 a 8,71 km, sendo a primeira a con-dição mais favorável e existente na regiãoSudeste, com a operação de dois meses/anona tarifa convencional e rede elétrica de 75KVA trifásico.

A região Sudeste é a que maisfavorece o uso de motor a dieselpara irrigação de grandes áreas

Os sistemas elétricos sãoviáveis em propriedades mais

próximas à rede de transmissão

Rodrigo O. C. Monteiro,Priscylla Ferraz eRubens D. Coelho,Esalq-USP

. M

Figura 1 – Software desenvolvido pelos autores

Page 31: Maquinas 65

bagageiros

Os bagageiros podem ter outras utilidades, comoa instalação de plataforma para filmagens

Obagageiro é o espaço adicional quemuitos viajantes e aventureirosgostam de instalar no veículo, seja

porque o carro fica com “cara de aventura” ouporque precisam mesmo de um lugar a maispara carregar as bagagens. O mercado tem mo-delos que procuram seguir as especificações dosfabricantes de veículos, estando preparados paracarregar o peso limite que o teto da carroceriapode suportar. Mas sempre que surge uma ex-pedição mais prolongada, o bagageiro é usadopara armazenar pesos muitas vezes superioresao limite projetado.

Antes de instalar o equipamento vocêdeve se perguntar qual é o peso máximo quepretende carregar. Normalmente os tetos esuas calhas suportam em torno de 50 a 60quilos, e o bagageiro deve ter uma estruturaque não ocupe este peso sozinho, sob penade não poder colocar qualquer coisa em cimadeles depois de montado, afinal, o limite depeso já foi atingido!

Em uma expedição que fiz com umaToyota Bandeirantes, os pontos de fixaçãodo bagageiro forçaram a calha do teto querachou devido ao peso e à vibração cons-tante em 14 mil quilômetros de viagem. Não

tive escrúpulos com a quantidade de peso aser levada e paguei o preço. O manual deseu 4x4 deve conter o peso máximo que podeser levado no teto. O Land Rover Defendertem no manual o peso máximo de 75 quilospara rodovia e 30 quilos para trilhas.

Outra questão é: a sua garagem é alta osuficiente para receber o veículo com o ba-gageiro? Isto pode ser um problema na horade garagear, pois muitos estacionamentossão baixos demais para um veículo alto eainda por cima com um bagageiro.

O comportamento do carro tambémmuda após a colocação do bagageiro, o cen-tro de gravidade se desloca um pouco e vocêsentirá isto na primeira volta que der com ocarro. Após colocar peso então, ele ficará ain-da mais instável, é preciso se acostumar como novo comportamento dele e tomar cuida-do com curvas fechadas em alta velocidadee trechos inclinados em trilhas.

A colocação de faróis auxiliares, assimcomo antenas de radiocomunicação, nesteacessório, exigem a instalação de um caboque interligue a carcaça do bagageiro com acarcaça do veículo, desta forma se garante o“terra” para faróis e antenas. Mas lembre-

se de que estes componentes ficam em po-sição perigosa em trilhas fechadas, ondegalhos e troncos podem arrancar tudo.

Sempre coloque no bagageiro os itensde menor peso e que ocupam espaço den-tro do carro. Não esqueça de prender osequipamentos e bagagem com cadeadoscaso precise se afastar do carro durante odia, ou em pernoites em cidades e lugare-jos afastados.

Espaço adicionalEspaço adicionalAo instalar bagageiros é preciso estar atento às especificações dos fabricantesdo veículo e respeitar o limite de peso sob pena de comprometer a vida útil doteto e a segurança de seu 4x4

Ao instalar bagageiros é preciso estar atento às especificações dos fabricantesdo veículo e respeitar o limite de peso sob pena de comprometer a vida útil doteto e a segurança de seu 4x4

João Roberto de Camargo Gaiotto,www.tecnica4x4.com.br

. M

Julho 07 • 31

Page 32: Maquinas 65

32 • Julho 07

rerrefino de óleorolo-faca

Ouso de cultivos de coberturapossibilita modificações nossistemas de preparo do solo,

oportunizando o uso de equipamentos esistemas de preparo que revolvam menoso solo. O sistema de plantio direto pres-supõe a cobertura permanente do soloque, preferencialmente, deve ser de cul-turas comerciais ou, quando não for pos-sível, por culturas de cobertura do solo.

Dentre as plantas que podem ser utili-zadas para cultivos de cobertura, no perío-do de inverno, tem-se a aveia-preta (Avena

strigosa), que se destaca como importanteplanta de cobertura do solo no sistema deplantio direto (Monegat, 1991).

O nabo forrageiro (Raphanus sativus)é uma planta muito vigorosa, que em 60dias cobre cerca de 70% do solo, seu sis-tema radicular é pivotante, bastante pro-fundo, atingindo mais de dois metros,possui elevada capacidade de reciclar nu-trientes, principalmente nitrogênio (N) efósforo (P) (Derpesch & Calegari, 1992).

A ervilhaca (Vicia sativa) é uma legu-minosa que proporciona uma boa cober-

O ensaio com o rolo-faca foi conduzidosobre as culturas de ervilhaca (acima), nabo

forrageiro (centro) e aveia-preta (abaixo)

Sobre acobertura

O uso do rolo-faca para manejo de cobertura antes do plantio aindaé bastante utilizado e sua eficiência depende, além do tipo de

cobertura, das características de fabricação do implemento

Sobre acobertura

O uso do rolo-faca para manejo de cobertura antes do plantio aindaé bastante utilizado e sua eficiência depende, além do tipo de

cobertura, das características de fabricação do implemento

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“O sistema de plantio direto pressupõe a cobertura permanente do solo que, preferencialmente,deve ser de culturas comerciais ou, quando não for possível, por culturas de cobertura do solo”

Fator

ErvilhacaNabo forrageiro

Aveia

1,5 km/h3 km/h5 km/h

CV

CxV

Consumohorário (l/h)

2,058 A2,044 A1,987 A

1,755 C1,955 B2,380 A3,90 NS

148,75 **1,14 NS

Consumo específico(g/kwh)

2390,36 AB2498,84 A2314,33 B

3340,80 A2136,88 B1725,86 C4,15 NS

247,46 **0,47 NS

Potência nabarra (kw)

0,8267 A0,7767 B0,8307 A

0,4527 C0,7907 B1,1907 A

8,00 *951,95 **1,20 NS

Patinagemdas rodas (%)

3,7367 A3,5553 A3,7487 A

3,4167 A3,5727 A4,0513 A0,23 NS2,96 NS0,96 NS

Capacidade decampo efetiva (ha/h)

0,3740 A0,3727 A0,3693 A

0,1873 C0,3393 B0,5893 A2,05 NS

17114,40 **0,18 NS

Cobertura (C)

Velocidade(V)

Tabela 1 - Síntese dos valores de análise de variância e do teste de médias para as variáveis de consumo horáriovolumétrico, consumo específico, potência e capacidade efetiva

NS: não significativo (P>0,05); *: significativo (P<0,05); **: significativo (P<0,01).

tura protetora e melhora as característi-cas físicas, químicas e biológicas do solo(Derpesch & Calegari, 1991).

O manejo dos cultivos de coberturapode ser realizado com o rolo-faca com oobjetivo de reduzir as operações de pre-paro do solo, pois basta uma passagem doequipamento para que o solo possa rece-ber as sementes da nova cultura a ser im-plantada.

O rolo-faca é um implemento agrícolaconstituído por tronco de madeira ou ci-lindro metálico com fileiras de lâminas aoredor e destina-se ao manejo (acamamen-to e corte) da cobertura vegetal na super-fície do solo, a qual é a base para a práticado cultivo mínimo e do plantio direto(Weiss, 1998).

Da necessidade de se desenvolver umrolo-faca versátil, fácil de manejar, commanutenção simples, com menor custo eque funcione bem, o Núcleo de Desen-volvimento Integrado de Projetos (Ne-DIP), do departamento de EngenhariaMecânica da UFSC, juntamente com odepartamento de Engenharia Rural doCCA: UFSC, desenvolveu um rolo-facacom 1,2 m de largura, com peso de 300

kgf (lastrado com 140 l de água).Este equipamento pode ser traciona-

do com animal, trator de rabiças ou tra-tor de rodas. Ele foi construído com facasseccionadas, permitindo melhor corte dasplantas, menor impacto com o solo e me-lhor manutenção e fácil troca de facas. Omesmo equipamento, que atualmente estásendo fabricado pela Iadel, foi submetido

a um ensaio para avaliar o seu desempe-nho em três coberturas de solo (aveia-pre-ta, nabo forrageiro e ervilhaca) e três ve-locidades de deslocamento (4,9, 5,9 e 7,9km/h).

O experimento foi realizado na Fazen-da Experimental Ressacada, do Centro deCiências Agrárias (CCA/UFSC), localiza-do no município de Florianópolis, SC, nascoordenadas geográficas 27º41’ latitude

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34 • Julho 07

Dinamômetro acoplado entre o trator e o rolo-faca (acima) e trator instrumentado com

medidor de consumo de combustível (abaixo)

O melhor desempenho do rolo-facafoi para nabo forrageiroe a velocidade de 5km/h

Sul e 48º32’ longitude Oeste, com altitu-de média de sete metros em uma área depastagem natural. O solo da área experi-

mental foi classificado como NeosoloQuartzarênico Hidromórfico Típico, deacordo com o Sistema Brasileiro de Clas-sificação dos Solos (Embrapa, 1999).

Para tracionar o rolo-faca foi utilizado umtrator da marca Feng modelo FS 180-3 com13,9 kW de potência no motor. Para coletaros dados das características operacionais, uti-lizou-se um dinamômetro de tração, um cro-nômetro, um termômetro digital e uma trenade 50 m. Foi instalado no trator um medidorvolumétrico, para medir o consumo de com-bustível. A densidade do combustível foi cal-culada em função da temperatura na entradado sistema de alimentação do motor. Durante

a realização do ensaio, foi necessária a partici-pação de cinco alunos (de iniciação científica)do curso de Agronomia e dois técnicos, devi-damente treinados, para coleta dos dados.

Na Tabela 1, verifica-se que não houve di-ferença no consumo horário de combustível,na patinagem e na capacidade efetiva entre oscultivos de coberturas. O consumo específicofoi maior para o nabo forrageiro do que para aaveia-preta, provavelmente pela menor potên-cia exigida. A patinagem foi inferior ao indi-cado por Corrêa et al. (1995) que recomendade 8 a 10% em solos não-mobilizados, o queindica que o trator poderia ser de menor po-tência, ou o equipamento ser maior. Consta-tou-se também que a velocidade não influen-ciou na patinagem.

O melhor desempenho do rolo-faca foipara o nabo forrageiro e a velocidade de 5km/h foi a que apresentou maior econo-mia de combustível e tempo, onde ocorreumaior capacidade efetiva. Os cultivos decobertura influenciaram apenas no consu-mo específico de combustível e na potên-cia exigida e a velocidade não influenciouna patinagem.

Alberto Kazushi Nagaoka,Augusto Weiss,CCA/UFSC

O trator utilizado para o ensaio foium Ferg modelo FS 180-3,

com 13,9 kW de potência no motor

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