maquinas 58

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Novembro 2006

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Page 1: Maquinas 58
Page 2: Maquinas 58
Page 3: Maquinas 58

Rodando por aí

Técnica 4x4

Colheita mecanizada de cana

Monitoramento de perdas na soja

Filtros de disco na irrigação localizada

Acabamento da semeadura em PD

Sistema de preparo de solo

Nanotecnologia na agropecuária

Pulverização aérea

Manutenção passo-a-passo

Esporte trator

Índice Nossa Capa

New Holland

Destaques

Plantio invisívelNo plantio direto, componentes aterradores especializados, quereestabeleçam o solo e a palha anteriormente removidos, tor-nam-se fundamentais para uma boa implantação das culturas

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Por falta de espaço, não publicamos as referências bibliográficas citadaspelos autores dos artigos que integram esta edição. Os interessadospodem solicitá-las à redação pelo e-mail: [email protected]

Os artigos em Cultivar não representam nenhum consenso. Não esperamos quetodos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitosirão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foramselecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemosfazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões,para que o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidosnos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a opor-tunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.

NOSSOS TELEFONES: (53)

• GERAL3028.2000• ASSINATURAS3028.2070

• EditorGilvan Quevedo

• RedaçãoVilso Júnior Santi

• RevisãoSilvia Maria Pinto

• Design Gráfico e DiagramaçãoCristiano Ceia

• ComercialPedro Batistin

Sedeli FeijóSilvia Primeira

• Gerente de CirculaçãoCibele Costa

• AssinaturasSimone Lopes

• Gerente de Assinaturas ExternaRaquel Marcos

• ExpediçãoDianferson Alves

Grupo Cultivar de Publicações Ltda.

www.cultivar.inf.brwww.grupocultivar.com

Cultivar MáquinasEdição Nº 58

Ano VI - Novembro 06ISSN - 1676-0158

[email protected]

Assinatura anual (11 edições*): R$ 119,00(*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)

Números atrasados: R$ 15,00

Assinatura Internacional:US$ 80,00• 70,00

Perdas monitoradasAs perdas de grãos na colheita da sojasão avaliadas a partir de aspectoscomo idade das colhedoras, sistema detrilha e condição de propriedade

Filtro aos danosAspectos técnicos e econômicos vincula-dos à utilização de filtros de discos nosistema de distribuição de água nairrigação localizada

Matéria de capa

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• Impressão:Kunde Indústrias Gráficas Ltda.

• REDAÇÃO3028.2060• MARKETING3028.2065

Page 4: Maquinas 58

04 • Novembro 06

Paulo Busch

John DeereEm visita de três dias à América do Sul no final de outubro, o presidente mundial e CEO daDeere & Company, Robert W. Lane, mostrou interesse especial pela tecnologia brasileira deprodução de cana-de-açúcar. Em Ribeirão Preto (SP), onde se localiza a Unidade de Negócios

da Cana-de-Açúcar da John Deere, Lane e o grupo de diri-gentes mundiais que participaram da visita tiveram um en-contro com clientes e produtores ligados à cultura. De acor-do com Robert Lane, seu objetivo era ouvir os produtores eespecialistas para conhecer melhor as razões que fizeram oálcool brasileiro se tornar uma boa alternativa ao petróleo etambém analisar como a John Deere pode participar do es-forço para produção de energia renovável.

Vitti MolinosUm moinho experimental de farinha de trigo, desenvolvido e fabricadocom tecnologia 100% nacional, capaz de bater os resultados e os preçosde seus similares importados. Este é o trunfo com o qual a Vitti MolinosEquipamentos Industriais Ltda, de Itajaí (SC), tem aberto espaço nomercado de implementos para a indústria alimentícia. Em um ano deatividade já foram produzidas e comercializadas unidades para moinhosde Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná e Goiás. Outras infor-mações (047) 8402 0410 e/ou www.vittimolinos.com.br

New HollandA fábrica da New Holland acaba de ganhar dois presentes. Os tratores, um Ford fabricado em1951 e um Fiat lançado em 1919, chamam a atenção pela sua idade e remetem ao passado damecanização agrícola. As primeiras unidades do modelo da Fiat começaram a chegar ao Brasilno início dos anos 20. O exemplar foi encontrado em uma fazenda no interior de São Paulo, na

década de 50. Logo após, foi adquirido pela FiatAllis, que hoje é a New Holland Construções. Jáo modelo da Ford foi uma doação do presidenteda New Holland, Valentino Rizzioli. O exem-plar possui motor com quatro cilindros, potên-cia de 45 cv e autonomia de 20 litros/h.

JactoUma comitiva de cafeicul-

tores da região de Franca(SP) e de Minas Gerais

visitou o Grupo Jacto paraconhecer a estrutura e afilosofia da empresa que

hoje está presente em maisde 80 países e completou

58 anos de atuação nomercado agrícola. A visita

foi acompanhada pelarevenda Sami Máquinas

Agrícolas. Além do GrupoJacto, os cafeicultores

conheceram a FundaçãoShunji Nishismura de

Tecnologia, que mantém oColégio Agrícola de

Pompéia (com inscriçõesabertas para 2007), umaescola de ensino funda-

mental e uma escolaprofissionalizante.

SfilA Sfil acaba de obter mais um destaque nacional. Desta vez, a empre-sa faz parte do ranking das 150 Melhores Empresas para Trabalhar noBrasil, segundo as revistas Exame e Você S.A., ambas da Editora Abril.Hoje a Sfil conta com 134 colaboradores que convivem num clima derespeito e credibilidade, onde a evolução do negócio está baseada nocomprometimento das equipes. Segundo seus diretores, o mérito de aempresa estar no seleto grupo das 150 Melhores não é uma ação isola-da, mas sim resultado do foco que a Sfil possui na gestão de pessoas.

GSINo mês de outubro, a representação da GSI/Agromarau na Bolívia, a Casa Agrícola Ganadera,juntamente com o vendedor Edson Pereira, trouxeram para o Brasil os agricultores Jorge VargasAlvarez e Ruddy Banegas Hurtado. Eles são produtores de soja e milho e vieram conferir de perto

o processo produtivo da empresa e também aproveitaram aoportunidade para visitar alguns clientes. Durante a visita,Rafael Dalla Coletta, Diretor Administrativo e Financeiro daGSI/Agromarau, falou da preocupação que a empresa man-tém em atender bem aos seus clientes e representantes. Infor-mação que foi confirmada com os elogios prestados pelos cli-entes que tiveram suas obras visitadas.

MaggionA Maggion acaba delançar uma nova câmarade ar agrícola na medida14.9R24 para aplicaçãoem pneus radiais ediagonais traseiros detratores. A câmara éfabricada com compostoespecial à base deborracha butílica, o quegarante alta resistência aelevadas temperaturas,ótima impermeabilidade,evitando perda de pressão,maior resistência a furos erompimento e tambémexcelente performance emtodos os tipos de terreno,com alto desempenho naaplicação de lastro. Maisinformações em (11)6468-0866 e/ouwww.maggion.com.br.

VerionA Verion Oleohidráulicadivulga promoção de final deano: comprando uma desuas Ferramentas paraAgricultura de Precisão, atéo final de 2006, o pagamen-to será apenas em 2007.Além do Controlador VRM-GPS para aplicação à taxavariável e do NovoComputador Vcom, estãodisponíveis também nomercado o Kit de Bombavariável para trator e o eixotraseiro para colhedora, alémde solução integral na áreahidráulica. Informaçõesadicionais: (11) 61007400ou www.verion.com.br.

CumminsEm 2006 a Cumminsviu sua participação nomercado de colhedorassaltar de 25% no anopassado para 35% esteano. Além desse avançode dez pontos percentu-ais num mercado tãocompetitivo, a Cum-mins também avançouno segmento demáquinas para constru-ção. Líder há váriosanos, com umaparticipação na casa dos47% do setor demáquinas e equipamen-tos para construção, aempresa acaba deavançar e atinge em2006 uma participaçãode 55% neste mercado.

MWMA MWM International

assinou em 28 desetembro acordo de

parceria e cooperaçãotecnológica com a

fabricante chinesa dosDCD, DongFeng

Chaoyang Diesel Co.,produtora de 160 mil

motores/ano. Essa foi asegunda vez que a

companhia anunciounegócios na China. Peloacordo, caberá à MWMInternational o forneci-

mento de tecnologia esuporte dos motores cv a

170 cavalos. Em 2008sairão os primeiros

motores da DCD comtecnologia MWM

International.

GatesA Gates acaba de

comprar a EMB-EIFEL,fabricante de conexões

hidráulicas padrão“DIN” para tubo

métrico, tubo com anelde cravação, conexõespara solda e conexõesflangeadas. A EMB-

EIFEL é uma empresacom mais de 50 anos de

existência, com matrizem Euskirchen na

Alemanha e operaçõessubsidiárias na Espanha

e China, fornecendopara toda a Europa ,

com qualidade reconhe-cida mundialmente.

Robert W. Lane (dir.)

Eliseu e Janice Schaedler

FahorNo dia 16 de dezembro de 2006 a Faculdade Horizontina (Fahor) comemora a formatura desua primeira turma de engenheiros mecânicos com ênfase em máquinas agrícolas, formaçãoinédita no Brasil. O curso iniciado em 2002 culmina com este ato uma trajetória de realizaçõese de sucesso da instituição, que contabiliza a abertura de cursos novos, todos focados em agro-negócio, e um novo campus. O curso foireconhecido em 13 de outubro de 2006através da Portaria Nº 759 do Secretáriode Educação Superior do MEC. Para mar-car suas carreiras os 25 formandos esco-lheram Martin Mundstock como patro-no e Arno Dallmeyer como paraninfo.

Page 5: Maquinas 58

Aclives

Fotos Técnica 4x4

Um utilitário fora de estradadeve abordar rampas de nomínimo 30º de inclinação, sem

que vire para trás, ou que o motor “engas-gue”, como pode eventualmente acontecercom motores a gasolina e carburador. Osmodelos atualmente fabricados são capazesde subir facilmente rampas de até 45º.

Após analisar o trecho, verificando o tipode piso e o que tem do outro lado, engate atração 4x4, a reduzida e o blocante. Vocêpoderá usar desde a primeira até a terceiramarcha, cada tipo de piso irá exigir uma to-mada de decisão diferente.

DESLOCAMENTOO uso de uma marcha mais solta

como a segunda ou a terceira lhe darámais margem para redução, caso percaembalo e precise de mais potência du-rante a subida. Posicione o veículo emlinha reta com o topo e o final da subi-da, inicie o deslocamento com um pou-co de embalo. Mantenha o pé no acele-rador e o motor em alta rotação, não usea embreagem. Se sentir que pode perderaderência, gire rapidamente o volantepara a esquerda e a direita e não tire oveículo da linha reta para o topo.

Jamais suba em ângulo com o final dopercurso. Como já mencionado, se o veícu-lo escorregar para o lado, pode ficar difícilretomar o controle da direção. Mas supo-nha que você realmente faça tudo certo, e oveículo resolva sair de lado, então, freie ra-pidamente, engate marcha à ré e solte os

dois pedais, recolocando o veículo em linhareta até o ponto de partida, não pise no pe-dal de embreagem. Se precisar segurar o ve-ículo, acione o freio de forma cadenciada,imitando o ABS, não trave as rodas e deixeo motor ajudar a fazer o trabalho de frena-gem.

Caso perceba que os pneus comecem adeslizar sem tração, acelere para recuperar ocontrole da descida. Veículos com caixa au-tomática podem não ter o freio motor sufi-ciente, neste caso, freie com o pé esquerdo eacelere suavemente com o direito.

Uma vez embaixo, repita toda a opera-ção até atingir o final do aclive. Faça tudocom moderação, prudência e calma.

Quando estiver próximo do ponto finalda subida, diminua a velocidade até pararno topo. Não passe direto, pois pode haveragora uma grande descida pela frente ouuma curva fechada, e novas providênciasdevem ser tomadas. Fique atento ao con-

Vencer subidas

cluir a subida, talvez você não encontre ter-reno suficiente para apoiar as quatro rodas,e o veículo poderá se transformar em umagangorra, ficando com sua parte central pen-durada no topo do aclive.

Para abordagem de subidas íngremescom rochas, o procedimento é um poucodiferente, já que a manobra vai exigir bai-xas velocidades e basicamente a primeiramarcha reduzida e o blocante acionado.Você está agora em um terreno de grandeatrito e não vai precisar de embalo para su-bir. Como o veículo vai chacoalhar para to-dos os lados é fundamental que você man-tenha a baixa velocidade, para manter ospneus o máximo possível em contato com oterreno. Aqui, também é importante o lon-go curso da suspensão, já que será exigidaao máximo.

Abordagem correta de uma rampa em linha reta com o topo (esq.) eabordagem errada em ângulo (dir.). Você pode perder o controle da direção.

João Roberto de Camargo Gaiottowww.tecnica4x4.com.br

M

Novembro 06 • 05

Vencer subidasPara abordagemde rampas de até

45º de inclinação,primeiro deve-se

verificar ascondições do

terreno e do trechoa percorrer.

Depois, selecionara marcha, engatar

a tração 4x4, areduzida e o

blocante

Para abordagemde rampas de até

45º de inclinação,primeiro deve-se

verificar ascondições do

terreno e do trechoa percorrer.

Depois, selecionara marcha, engatar

a tração 4x4, areduzida e o

blocante

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06 • Novembro 06

sistema de corte

OInstituto Agronômico de Cam-pinas (IAC), em parceria com aUniversity of Southern Que-

ensland, na Austrália, desenvolveu para co-lhedoras de cana-de-açúcar um sistema decorte de base que reduz as perdas de maté-ria-prima, além de melhorar a rebrota e re-duzir o desgaste das lâminas de corte e aquantidade de impurezas minerais na canafornecida às usinas.

Atualmente, as colhedoras cortam a canaem sua base por impacto, usando múltiplaslâminas montadas em dois discos contra-rotativos. Esse tipo de corte (Figura 1) cau-sa alto volume de perdas e grandes danosna soqueira, o que prejudica a rebrota.

É importante lembrar que o conceito deperdas não deve se limitar apenas às perdasde matéria-prima, mas também deve sercomputar a quebra de produtividade devi-do à ação agressiva das lâminas e dos discosdo cortador de base.

CORTE POR DESLIZAMENTOComo alternativa ao corte de base, Har-

ris e Mello (1999) sugerem o corte por des-lizamento, com a utilização de lâminas ser-

rilhadas, como mostra a Figura 2.Se houver um ângulo entre a lâmina e o

material a ser cortado, haverá um desliza-mento, e, estando o material aderido à lâ-mina, este se romperá devido à fricção. Se-gundo Persson (1987) as lâminas serrilha-das iniciam o corte com maior facilidade,pois ocorre uma concentração de tensões naponta dos dentes, e, pelo fato de as fibrasficarem alojadas entre os dentes, o corteocorrerá com uma força normal menor, oque causa menos danos e conseqüentementemenos perdas.

A fim de comprovar a eficiência do novosistema de corte de base, vários trabalhosde campo foram realizados, nas safras 2003,2004 e 2005.

Para avaliação do desempenho, o novosistema foi comparado com o convencional,e foram mensurados os seguintes itens: al-tura de corte, quantidade de tocos encon-trados dentro da parcela experimental e aba-lo de soqueira.

Tanto para o sistema proposto como parao convencional, foram utilizadas lâminasnovas, instaladas em colhedoras de pneus

Figura 1 - Detalhe deum típico corte da cana

por impacto

Figura 2 - Corte pordeslizamento comlâmina serrilhada

Corte eficienteCorte eficiente

Com a incorporação de um novo sistema de corte, ascolhedoras de cana reduzem as perdas de matéria-prima,

diminuem o índice de impurezas minerais fornecidas às usinas,além de proporcionarem melhora na rebrota dos canaviais

Com a incorporação de um novo sistema de corte, ascolhedoras de cana reduzem as perdas de matéria-prima,

diminuem o índice de impurezas minerais fornecidas às usinas,além de proporcionarem melhora na rebrota dos canaviais

Fotos Roberto Cunha Mello

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“Atualmente, as colhedoras cortam a cana em sua base por impacto, usandomúltiplas lâminas montadas em dois discos contra-rotativos”

Novembro 06 • 07

Divulgação

Tratamento

ConvencionalSerrilhado

Impurezamineral (%)

0,580,55

* Altura decorte (cm)

7,736,73

* Quantidadesde tocos13,1115,24

Tabela 1 - Alguns indicadores de desempenho

* média de 75 pontos de 2 m de comprimento

Tratamento

ConvencionalSerrilhado

Intactas

0,580,55

Levementeabaladas

7,736,73

Abaladas

13,1115,24

Tabela 2 - Abalo de soqueira

* média de 75 pontos de 2 m de comprimento

Arrancadas

13,1115,24

sem controle automático de altura de corte.Para cada sistema, foram colhidas quanti-dades de cana suficiente para encher qua-tro caminhões de aproximadamente 60 to-neladas.

Já na determinação da altura de corte,da quantidade de tocos e de abalo de so-queira, foi feita uma amostragem de 75 pon-tos com dois metros de comprimento. Asamostras foram coletadas aleatoriamente aolongo do talhão, imediatamente após a co-lheita, para evitar que a passagem de má-quinas sobre as parcelas pudessem alteraros resultados.

As impurezas minerais foram determi-nadas segundo procedimento adotado pe-las usinas, e a altura de corte foi determi-nada com o auxílio de uma trena; todos ostocos foram medidos, e foi tirada a média.

O abalo de soqueira, por sua vez, foiestabelecido sempre pela mesma pessoa,que com a ponta dos dedos aplicava notoco uma força lateral em diferentes sen-tidos e, dependo do deslocamento resul-tante, os classificava como: intacto, leve-mente abalado, abalado, ou arrancado,quando este se encontrava totalmente des-prendido do solo.

DADOS COMPARATIVOSOs resultados podem ser vistos nas Ta-

belas 1 e 2, e a Figura 3 mostra algumasdiferenças na rebrota, quando se utilizou osistema de corte com lâminas serrilhadas einclinadas para a frente.

Pelos resultados da Tabela 1, podemosobservar que houve uma pequena redu-ção na impureza mineral e na altura decorte e um aumento na quantidade detocos. Mesmo com uma altura de cortemenor, houve redução nas impurezas mi-nerais quando foram utilizadas lâminasserrilhadas, isto se deve ao fato de que aslâminas lisas, porque não cortam adequa-damente, tombam os tocos remanescen-

tes e aumentam o volume de perdas.Um aumento na quantidade de tocos

encontrados dentro de cada parcela signifi-ca que houve uma redução no número detocos arrancados ou cortados muito profun-damente (abaixo da superfície do solo), nãosendo visualizados para contagem.

Quanto ao abalo de soqueira, pode-seobservar pelos dados da Tabela 2 que houveum aumento no número de soqueiras in-tactas e uma redução de aproximadamente

Figura 3 - Diferenças na rebrota -as linhas da direita foram cortadas

com a lâmina serrilhada

Figura 4 - O disco de corte e as lâminasserrilhadas podem ser adaptados em qualquer

uma das colhedoras do mercado

46% no número de arrancadas.O sistema proposto já se encontra dis-

ponível para quem deseja testá-lo. E, para ocaso de aprovação, algumas empresas já sedispuseram a comercializá-lo. As lâminasserrilhadas e o disco podem ser vistos na Fi-gura 4.

O disco pode ser adaptado em qualquercolhedora automotriz sem a necessidade dequalquer modificação, e acredita-se que esteirá apresentar melhores resultados nas má-quinas equipadas com controlador automá-tico de altura de corte (copiador de solo). OIAC também está conduzindo um experi-mento para se determinar qual a altura decorte ideal, levando-se em conta as perdasde toco e as diferenças na rebrota com refle-xos na produtividade.

Roberto apresenta o novo sistemade corte para colhedoras de cana-

de-açúcar, testado pelo IAC

Roberto Cunha Mello,IAC

M

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08 • Novembro 06

símboloscontrole de perdas

OTriângulo Mineiro e Alto Para-naíba constituem as regiõescom maior produção de grãos do

estado de Minas Gerais, devido principal-mente ao bom nível tecnológico dos seusprodutores, que utilizam práticas modernas,possibilitando o emprego de alta tecnologiana colheita de grãos. Por ser uma das prin-cipais etapas do processo de produção, acolheita torna-se uma operação muito deli-cada, sendo necessário um bom desempe-nho visando reduzir as perdas nesse proces-so.

Alguns autores indicam que existe umarelação entre a idade de uso da colhedora eo nível de perdas na colheita. Entretanto,também pode ser encontrado nas lavourasdo país elevado número de colhedoras commais de 15 anos que apresentam perdasabaixo de um saco/ha, indicando que, alémda idade, outros fatores tais como a habili-dade do operador, as condições da lavoura ea conservação da máquina podem ter maisinfluência sobre o nível de perdas.

O sistema de trilha na colheita da sojaprovoca quebra de pequenos fragmentos nosgrãos, e muitas vezes esses danos não sãopercebidos nos restos culturais ou até emmedições de perdas. As perdas com a que-bra dos grãos representam de 1,7% a 14,5%das perdas na colheita. De modo ge-ral, colhedoras que possuem sistemade trilha longitudinal ou axial apre-sentam menores danos mecânicos àssementes, quando comparados comsistema de trilha radial, além de possuíremmaior capacidade de colheita, embora ain-da apresentem um custo de aquisição con-siderado elevado para os produtores brasi-

leiros.A alta variabilidade encontrada em es-

tudos da qualidade de sementes durante acolheita demonstram que as causas estãorelacionadas a fatores como manutençãodeficiente e regulagens inadequadas das co-lhedoras, além da ocorrência de chuvas du-rante o período de colheita.

TESTES DE CAMPOO presente trabalho teve por objetivo

avaliar as perdas de grãos de soja em lavou-ras das regiões do Triângulo Mineiro e AltoParanaíba, em função da idade de uso dascolhedoras, velocidade de trabalho, sistemade trilha (axial ou radial) e condição de pro-priedade das colhedoras (própria ou aluga-da), em dez propriedades produtoras de soja,avaliando-se as perdas em vinte e uma co-lhedoras.

As propriedades e as colhedoras foramselecionadas de acordo com o perfil da me-canização agrícola regional, e os dados fo-ram coletados utilizando-se a metodologiado copo medidor desenvolvida pela Embra-pa. As perdas foram determinadas antes doinício da colheita (perdas naturais), colo-

cando-se a armação em áreas não colhidas eapós a passagem da colhedora (perdas to-tais). As perdas de cada máquina foram ob-tidas por meio da diferença entre as perdastotais e naturais.

Para a obtenção dos valores da rotação ede velocidade de deslocamento, acompa-nhou-se o operador em um percurso equi-valente ao comprimento do talhão durantea colheita, anotando-se na planilha as lei-turas realizadas no painel das máquinas.Para as colhedoras mais antigas, que nãopossuíam velocímetro, determinou-se a ve-locidade cronometrando-se o tempo de per-curso em dez metros com três repetições,obtendo-se a velocidade média de desloca-mento.

A umidade dos grãos foi obtida por meiode aparelho digital portátil, no momento dacolheita. Já a idade da colhedora foi obtidapor meio de pergunta direta ao responsávelpela colheita, em consulta aos manuais ouconferência na chapa afixada na colhedoracom o ano de fabricação.

ÍNDICES DE PERDAAs máquinas com idade entre zero e cin-

co anos apresentaram menores valores deperdas para a cultura da soja do que aque-

Perdas monitoradasPesquisadores avaliam as perdas de grãos na colheita da soja a partir de aspectos

como idade das colhedoras, sistema de trilha (axial ou radial) e condição depropriedade das máquinas (própria ou alugada)

Case IH

Page 9: Maquinas 58

“O sistema de trilha na colheita da soja provoca quebra de pequenos fragmentos nos grãos, emuitas vezes estes danos não são percebidos nos restos culturais ou até em medições de perdas”

Novembro 06 • 09

As colhedoras com idade entrezero a cinco anos apresentaram

perdas menores do que as colhedorascom mais de seis anos de idade.

Não houve diferenças significativasquando comparadas as perdas de grãose rotação do cilindro em função da ve-locidade de avanço das colhedoras.

As colhedoras próprias apresenta-ram menores perdas quando compara-das com as colhedoras alugadas, en-quanto que nas máquinas com sistemade trilha axial as perdas foram significa-tivamente menores em relação àquelascom sistema radial.

BALANÇO FINAL

As perdas no processo de descarga dascolhedoras quase sempre estão relacionadas

ao despreparo dos operadores

las com mais de seis anos de idade. A velo-cidade de deslocamento da colhedora e a ro-tação do cilindro não foram influenciadaspela idade de uso das máquinas.

Na Figura 1, apresenta-se a curva de ten-dência das perdas médias em função da ida-de de uso das máquinas. As colhedoras maisnovas, de zero a cinco anos apresentarammenores perdas, porém, ao se analisar as co-lhedoras mais antigas, de seis a dez anos ecom mais de dez anos, observa-se que a ida-de não foi motivo relevante para a ocorrên-cia de perdas, o que se explica devido à açãode outros fatores, tais como o estado de con-servação da máquina, a taxa de utilizaçãoanual e a eficiência do operador, que tam-bém influenciam as perdas na colheita.

Além destes fatores, um outro de igualimportância a ser observado é a velocidadede deslocamento. Na Figura 2 percebe-seque, para as condições estudadas, a veloci-dade de deslocamento não influenciou sig-nificativamente as perdas de grãos, o quediscorda dos resultados obtidos por Mesqui-ta et al. (2001a), que afirmam haver ten-dência de menores perdas quando as colhe-doras operam em velocidades abaixo de 7km/h. A falta de relação direta entre a velo-cidade de deslocamento e as perdas na co-lheita é possivelmente explicada pelo altovalor do coeficiente de variação encontradona determinação de perdas em condições decampo.

Quanto à rotação do cilindro (Figura 2),também não foram encontradas diferençassignificativas. A velocidade de deslocamen-to e a rotação do cilindro de trilha são fato-

res fortemente dependentes da regulagempromovida pelo operador, que nas colhedo-ras analisadas seguiu orientações dos pro-prietários das colhedoras (serviço próprio outerceirizado). A regulagem, quando realiza-da de forma adequada, torna-se um fatordecisivo para a redução ou o aumento dasperdas.

A condição de trabalho da máquina(própria ou terceirizada), mostrada na Fi-gura 3, influenciou significativamente asperdas de grãos, com as colhedoras aluga-das apresentando perdas 108,9% superio-res ao nível considerado aceitável, que é de1 sc/ha. Já as colhedoras próprias apresen-taram perdas 34% superiores ao nível acei-

tável. A diferença entre colhedoras terceiri-zadas e próprias pode ser explicada pelomaior cuidado exigido pelo proprietário nacondução da colheita, enquanto que, nasmáquinas terceirizadas, não se registram osmesmos cuidados durante a colheita. Osoutros fatores analisados não diferiram sig-nificativamente em relação à condição detrabalho das máquinas.

Quanto aos sistemas de trilha axial eradial (Figura 4), foram encontradas dife-renças significativas para as médias de grãosperdidos, com as colhedoras de fluxo axialapresentando menores perdas quando com-paradas com as colhedoras radiais. As per-das encontradas nas máquinas de fluxo axi-al permaneceram no nível tolerável para acultura da soja, enquanto que, para as co-lhedoras de fluxo radial, em todas as faixasde rotação observadas, as perdas foram su-

O índice de perdas pode ser mensuradoatravés da coleta dos grãos depositadosno solo após a passagem da colhedora

Figura 1 - Perdas de grãos resultantes da colheita dasoja em função da idade de uso das colhedoras

Fotos Rouverson P. da Silva

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10 • Novembro 06

Figura 4 - Perdas de soja em função do sistema detrilha das colhedoras

Figura 3 - Perdas de soja e velocidade de deslocamentoem função da condição de propriedade das colhedoras

Figura 2 - Perdas de soja em função da velocidade dedeslocamento das colhedoras

periores ao nível de 1 sc/ha, consideradoaceitável para colheita de soja.

Estes resultados demonstram que ascolhedoras de fluxo axial proporcionammenores perdas na colheita, pois possibili-tam que a palha permaneça mais tempodentro da máquina, melhorando a eficiên-cia do sistema de trilha. Aliado às menoresperdas encontradas nas colhedoras de fluxoaxial, tem-se o fato de que, por trabalharemem menor rotação do cilindro trilhador, es-sas máquinas apresentarão menor exigên-cia de potência.

Uma armação de arame pode ser utilizada parafacilitar a contagem dos grãos perdidos e a

conseqüente determinação dos índices de perda

Observa-se ainda que as colhedoras defluxo radial apresentaram menores perdas nafaixa de rotação de 800 a 900 rpm, quando

comparadas com colhedoras radias traba-lhando com rotação do cilindro de 700 a 800rpm, diferindo dos resultados de Costa et al.(2002a), que encontraram maiores perdas nacolheita de sementes de soja para maior ro-tação do cilindro trilhador. Entretanto essesautores, ao utilizarem maior rotação do ci-lindro, trabalharam com velocidade acima darecomendada para as colhedoras analisadas.A redução de perdas em rotações maiores docilindro das colhedoras radiais se justifica pelamaior dificuldade de trilha encontrada emrotações mais baixas nestas colhedoras.

Rouverson Pereira da Silva,Marco Antônio Oliveira Campos,Carlos Eduardo Angeli Furlani eAfonso Lopes,Unesp

M

Marco Antonio e Rouverson apresentam umaavaliação das perdas na colheita da soja, na

qual consideram diversos aspectos

Rouverson P. da Silva

Div

ulga

ção

Vils

o Jú

nior

San

ti

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Novembro 06 • 11

filtros de discos

Na irrigação, a água de boa qua-lidade deve produzir melhoresresultados e causar menores da-

nos às culturas, aos solos e aos equipamentosde irrigação. Substâncias e impurezas presen-tes na água, das mais diversas origens, confe-rem propriedades físicas, químicas e biológicas,boas ou más, que merecem um estudo particu-lar para cada caso.

Em virtude das características e concentra-ções de partículas em suspensão presentes naágua de irrigação, existe a necessidade do trata-mento físico e/ou químico da água. A filtraçãoé um tratamento físico da água que visa a re-moção dos sólidos em suspensão e dissolvidosno meio, tais como areia, silte, argila, algas, sais,entre outros.

A remoção dessas partículas garante maior

vida útil aos equipamentos de irrigação e me-lhor desempenho do sistema, constituindo,dessa forma, uma estratégia fundamental pararedução dos custos de manutenção e troca deequipamentos de irrigação e aumento de pro-dução e receita.

IRRIGAÇÃO LOCALIZADAOs sistemas de irrigação localizada, goteja-

mento ou microaspersão, requerem, obrigato-riamente, sistemas de filtração da água comotratamento mínimo da água de irrigação.

Todos os emissores utilizados em irrigaçãolocalizada são passíveis de entupimento poragentes físicos, químicos e biológicos presentesna água, devido ao pequeno diâmetro dos mes-mos (Ravina et al., 1992). O entupimento, porsua vez, promove diminuição da uniformidade

de distribuição de água às plantas, causandoqueda de produtividade e, conseqüentemente,diminuição de receita. A Tabela 1 apresenta osprincipais elementos que podem promover oentupimento de gotejadores e microaspersores.

A escolha do sistema de filtração deve sernorteada pela qualidade da água disponível parairrigação e por características próprias dos emis-sores de cada sistema de irrigação, pela pressãoe vazão do sistema, necessidade de limpeza eperda de carga que acarreta. O uso de filtrosapropriados é de fundamental importância paragarantir sobrevida e desempenho satisfatóriosdos equipamentos e componentes do sistema.

FILTROS DE DISCOSA filtração da água de irrigação é usualmen-

te feita com filtros de areia, tela ou disco, isola-

Filtroaos danos

Filtroaos danos

A irrigação localizada, por suas particularidades, requer umprocesso eficiente de filtragem da água. Neste estudo, são

apresentados aspectos técnicos e econômicos vinculados àutilização de filtros de discos no sistema de distribuição de água

A irrigação localizada, por suas particularidades, requer umprocesso eficiente de filtragem da água. Neste estudo, são

apresentados aspectos técnicos e econômicos vinculados àutilização de filtros de discos no sistema de distribuição de água

Char

les

Eche

r

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12 • Novembro 06

Físico

Químico

Biológico

Tipo deproblema

Sólidos em suspensão (ppm)

pHSólidos dissolvidos (ppm)

Mn (ppm)Ferro Total (ppm)

SH2 (ppm)

Bactérias (nº/ml)

Baixo

< 50

< 7,0< 500< 0,1< 0,2< 0,2

< 10.000

Médio

50 a 100

7,0 a 8,0500 a 2.000

0,1 a 1,50,2 a 1,50,2 a 2,0

10.000 a 50.000

Alto

>100

> 8,0> 2.000

> 1,5> 1,5> 2,0

> 50.000

Risco

Tabela 1 - Classificação dos riscos de uso de águas de diferentes qualidadespara irrigação localizada com relação ao entupimento

Fonte: Bucks & Nakayama (1986).

damente ou em associação.Os filtros de discos possuem a forma cilín-

drica, constituindo-se de um recipiente metá-lico ou plástico, com elemento filtrante forma-do por anéis estriados, empilhados ao redor deum cilindro telescópico (Figura 1). Os discospossuem ranhuras em ambos os lados, que sãocomprimidas umas contra as outras ao se en-roscar à carcaça. O elemento filtrante é de fácillimpeza, pois, quando aberto, os discos se sol-tam e podem ser facilmente lavados em umjato de água corrente.

Os filtros de discos são de dupla ação; asuperfície externa opera como filtro de tela eretém as partículas maiores. As ranhuras nointerior do disco atuam como filtro de areia,permitindo, assim, a adesão das partículas maisfinas, principalmente de matéria orgânica.Quando o filtro de discos está limpo, a perda decarga é da ordem de 1 m.c.a até 3 m.c.a; quan-do obstruído pode atingir valores da ordem de4 m.c.a até 6 m.c.a, quando a perda de cargaatinge valores dessa ordem deve-se proceder àlimpeza.

SISTEMA DE FILTRAGEMPara a escolha adequada do

sistema de filtragem a ser utili-zado, deve-se primeiramenteavaliar a qualidade da água quese está utilizando, para entãotomar a decisão de como deveser composto o sistema de fil-tragem da propriedade.

Um dos fatores que podeminfluenciar na medida de de-cisão é quanto ao número demesh a ser utilizado para se ob-ter um melhor resultado quan-to à qualidade da água, pois,quanto maior o número demesh utilizado, maior potênciaserá exigida do sistema de mo-

tobomba, implicando em gastos com ener-gia ou diesel.

Nesse estudo indicativo, procurou-sedeterminar uma composição econômicade filtragem nos estudos do custo anualtotal de filtros de discos em operação emtrês regiões distintas do Brasil: Sudeste(SE), Centro-Oeste (CO) e Nordeste(NE). Os parâmetros iniciais para avalia-ção econômica anual do desempenho dosfiltros de disco dependem da vazão uni-tária (Qunit.), da vazão desejada (Q) e donúmero de unidades filtrantes supostas(U): (50; 48; 46; 44; 42; 40; 38; 36; 34;32; 30; 28; 26; 24; 22; 20; 18; 16; 14; 12;10; 8; 6; 4).

Para determinar a potência unitária, cadaunidade foi composta por quatro unidades fil-trantes com os seguintes valores de mesh: 120;140; 200 e 600, e cada unidade filtrante foicomposta por 24 subunidades: 50; 48; 46; 44;

42; 40; 38; 36; 34; 32; 30; 28; 26; 24; 22; 20;18; 16; 14; 12; 10; 8; 6; 4; sendo que a potênciaunitária (P.unit) em cada subunidade filtrantevariou em função da vazão unitária (Qunit.),da perda de carga dos elementos filtrantes(hf)e do rendimento do conjunto motobomba(hmb).

A potência total (P.T) foi determinada emfunção da potência unitária (P.unit) e do nú-mero de unidades de cada subunidade (U).

P.T= P.unit. U

O valor da potência total anual regional(PTAR) foi obtido a partir da potência totaldos meses de funcionamento do sistema de ir-rigação de cada região (PTM), do tempo diárionecessário de funcionamento (TD) e da médiamensal anual (30,4 dias mensal anual).

Figura 1- Filtro de discos

Filtro de disco 100 mesh utilizado nasavaliações do sistema de filtragem em

irrigação localizada

Fotos Marconi Batista Teixeira

Page 13: Maquinas 58

“Quanto maior o número de mesh utilizado, maior potência será exigidado sistema de motobomba, implicando em gastos com energia ou diesel”

Haroldo, Paula e Fábio falam da potência disponívelna barra de tração como dado fundamental no

dimensionamento dos conjuntos mecânicos

Novembro 06 • 13

mesh

120140200600

Unidade filtrantemais favorável

30304050

SE7.983,798.479,9212.094,5218.345,41

CO8.239,158.797,29

12.616,1919.400,90

NE8.583,899.225,75

13.320,4320.825,81

Custo anual total (R$)

Tabela 2 – Unidades econômicas dimensionadas parao sistema utilizando energia elétrica

mesh

120140200600

Unidade filtrantemais favorável

30; 32; 4028; 32; 3640; 50; 5048; 50; 50

SE8.068,407.884,8412.176,0520.002,20

CO9.819,389.881,7015.245,4028.332,60

NE11.314,7211.596,8518.133,4037.285,60

Custo anual total (R$)

Tabela 3 – Unidades econômicas dimensionadas parao sistema utilizando diesel

PTAR = PTM. TD. 30,4

O consumo de óleo diesel (COD) dispen-dido durante o período de irrigação foi obtidoatravés da conversão da potência total anualem volume de óleo diesel (VOD) consumido,adotando-se o consumo de 240 g óleo diesel/cv.h, cujo peso específico é 0,80 g/cm³ e o volu-me (L).

VOD = (PTAR. COD) / 0,80) / 1000)

Dessa forma calculou-se o custo total dediesel consumido ao ano para cada subunida-de do sistema (CTDA), que foi determinadopelo preço do diesel (PD) estabelecido para cadaregião (R$) e pelo volume de diesel consumido(VDC) em litros.

CTDA = PD. VDC

Assim determinou-se o custo total anualdas unidades filtrantes (CTAU) em R$, conhe-cendo-se o custo variável e custo fixo para cadaunidade, da seguinte forma:

CTAU = C.V. + CF

em que: CV = custo variável; e CF = cus-to fixo do sistema.

O custo fixo (CF) foi determinado pela se-guinte equação:

CF = Cf. U. FRC

em que: Cf = custo do filtro (R$); U =número de unidades filtrantes; e FRC = Fatorde recuperação do capital (%).

Também foi utilizada a equação seginte paraestabelecer os valores de FRC:

FRC =

Em que J refere-se aos juros anuais (valoresdecimais); e Vu à vida útil do equipamento (ado-tando-se dez anos). Adotando-se uma taxa dejuros de 12% a.a, tem-se que FRC é 0,1769.

Isso significa que, a cada ano, o custo fixo anu-al é de 17,69% do valor inicial do equipamen-to.

O custo total anual (R$) foi calculado indi-vidualmente para cada uma das subunidades edado pela soma dos custos variáveis e fixo. Comos resultados é possível graficamente avaliar edeterminar, através do custo total anual, o nú-mero de unidades e subunidade filtrante maiseconômica para cada unidade. A subunidadeeconômica é definida pelo custo total anualquando este atinge o valor mínimo.

A Figura 1 mostra que a unidade mais eco-nômica para os filtros que utilizam 120 e 140mesh é a unidade 30, já para o filtro com 200mesh a unidade mais econômica é com 40 uni-dades e, para o filtro com 600 mesh, a unidademais econômica é com 50 unidades.

A Figura 2 mostra o custo total anual (R$)utilizando diesel para as unidades 1, 2, 3 e 4.

Para a unidade 1, com 120 mesh, observa-se pelo gráfico que as unidades mais econômi-cas são as unidades de 38 a 30. Para a unidade2, com 140 mesh, observa-se pelo gráfico queas unidades mais econômicas são as unidadesde 34 a 28. Para a unidade 3 (mesh 200), asunidades mais econômicas são as unidades de50 a 38. Já para a unidade 4 (mesh 600), asunidades mais econômicas são as unidades de50 a 44.

Como demonstra os gráficos acima e a Ta-bela 2, a subunidade econômica é definida pelocusto total anual quando este atinge o valormínimo.

A Tabela 2 demonstra as unidades econô-micas utilizando energia elétrica.

O dimensionamento econômico do siste-

Marconi, Cleomar e Rubens detalham aspectostécnicos e econômicos da utilização de filtros de

discos na irrigação localizada

ma de filtragem em diferentes mesh utilizadosna irrigação localizada, pela metodologia pro-posta, para avaliar economicamente uma su-bunidade dentro de uma unidade filtrante uti-lizou equações que determinaram o custo vari-ável em função do custo de energia e o custofixo em função do número de unidades filtran-tes do sistema.

DESEMPENHO FINAL1) Com um pequeno número de unidades

filtrantes tem-se um elevado custo anual totaldo sistema, decorrente do elevado consumo deenergia (perda de carga no filtro);

2) A curva do custo total anual do sistemade filtragem (Figuras 1 e 2) apresenta um pon-to de valor mínimo que indica o número deunidades filtrantes economicamente viável;

3) Para a vazão de 450 m3/h, os númerosde unidades filtrantes mais econômicas para osdiferentes mesh estudados foram: 30, 32, 40(mesh 120), 28, 32, 36 (mesh 140), 40 e 50(mesh 200) e 50 unidades (mesh 600), inde-pendente da região considerada.

Figura 2 - Custo anual (R$) utilizando energia elétrica para as unidades 1, 2, 3, e 4 Figura 3 - Custo anual (R$) utilizando diesel para as unidades 1, 2, 3, e 4

Cleomar Ferreira Oliveira,Marconi Batista Teixeira eRubens Duarte Coelho,Esalq/USP

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plantadoras

14 • Novembro 06

Aidéia de semear mecanicamentedata da Antigüidade. Crônicaspersas e hindus falam do uso des-

ses equipamentos. Historiadores contamque os romanos semeavam com o mesmo

cuidado com que treinavam suas tropas. NaEuropa, a semeadura era realizada manual-mente até o final do século XVII, quando aidéia espalhou-se para praticamente todosos países.

A primeira semeadora foi desenvolvidana Europa somente em 1636, por JosephLocateli de Corinto, denominada de “seme-adore” pelo seu criador. Possuía conchas ro-tativas que pegavam as sementes num de-pósito cilíndrico e conduziam-nas por tu-bos até o solo. Em 1785, James Cook de-senvolveu uma semeadora que tem sobre-vivido até nossos dias, sendo na época ex-tremamente utilizada na Inglaterra (Berna-cki et al, 1972).

O processo de semeadura visa à implan-tação de sementes no solo, promovendo con-dições para germinação, emergência, desen-volvimento sadio e produtivo das plantas.As máquinas que efetuam essa tarefa são de-nominadas de semeadoras.

Existe uma infinidade de tipos de cul-turas, com sementes de diferentes formas edimensões, exigências agronômicas diversas,como espaçamentos, densidades, profundi-dade, teor de água, aeração, temperatura,

PlantioinvisívelPlantio

invisível

O bom desenvolvimento produtivo das culturasdepende, em grande parte, da qualidade do processode semeadura e de deposição das sementes no solo

No plantio de grãos, o ideal é que a palha existente na superfície do solopermaneça sobre a terra após a passagem da plantadora. Assim,

componentes aterradores especializados, que reestabeleçam o solo e apalha anteriormente removidos pelas hastes ou discos de corte, tornam-

se fundamentais para uma boa implantação das culturas

No plantio de grãos, o ideal é que a palha existente na superfície do solopermaneça sobre a terra após a passagem da plantadora. Assim,

componentes aterradores especializados, que reestabeleçam o solo e apalha anteriormente removidos pelas hastes ou discos de corte, tornam-

se fundamentais para uma boa implantação das culturas

Valtra

John

Dee

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“O processo de semeadura visa à implantação de sementes no solo, promovendo condiçõespara germinação, emergência, desenvolvimento sadio e produtivo das plantas”

Novembro 06 • 15

Ervilha Iapar 83Tremoço brancoGuandu anão

Lab-labMucuna pretaMucuna anã

Feijão de porcoFeijão carioca

SojaAlgodão

MilhoSorgo forrageiro

Tremoço azulErvilha forrageira

Feijão brancoMucuna cinzaMucuna verde

Comprimento(mm)6,13

10,865,96

11,0214,5911,6517,6410,347,358,6412,23,827,495,57

13,3415,2312,41

Largura(mm)4,984,954,077,30

10,7210,1211,836,696,614,927,452,285,79

-9,54

11,359,98

Espessura(mm)

---

4,407,267,978,504,655,63

-4,34

---

5,707,867,10

Densidade dassementes (g/cm3)

0,820,780,840,800,890,860,860,820,730,330,820,760,760,820,760,840,86

Peso de 1000sementes (g)

128,9371,070,85217,1714,4588,1

1181,8245,8164,2109,3295,219,7

194,6128,9494,2999,8601,3

Tabela 1 – Características dimensionais de algumas sementes semeadas por máquinas de precisãocontato íntimo com o solo, suscetibilidadea pragas, doenças, ervas daninhas, acidez eexigência em fertilidade. Para tanto, não éfácil que uma única máquina cumpra ade-quadamente todas essas funções.

TIPOS DE SEMEADORASHoje, para o plantio direto, quanto ao

tipo de distribuição de sementes, existemna prática dois tipos de semeadoras: as deprecisão (plantadoras) e as de fluxo contí-nuo (semeadoras), podendo haver as quefazem as duas coisas, denominadas de mul-tissemeadoras.

Em plantio direto, o revolvimento dosolo deve ser mínimo. As máquinas semea-doras devem cortar a palha sobre a superfí-cie do solo, evitando, assim, embuchamen-to nos demais componentes. Devem abrirum sulco para depositar o fertilizante na do-sagem, posição e profundidade adequadas.Este sulco deve ser fechado e em seguidaaberto novamente para a deposição das se-mentes na dosagem, posição e profundida-de desejadas.

Após isso, ele deve ser fechado com ter-ra, retornando também a palha anterior-mente retirada da linha de semeadura so-bre o sulco, finalizando-se com uma ade-quada compactação do solo lateralmente àssementes, para que estas absorvam água du-rante seu processo de germinação e emer-gência (Casão & Campos, 2004). Observa-se que para cumprir essas funções a semea-dora deve possuir um conjunto de sistemase componentes.

FATORES INTERFERENTESO entendimento dos fatores que afetam

a semeadura facilita a compreensão do fun-cionamento de uma semeadora, visando-seobter um bom desempenho na implanta-ção das culturas (Casão Junior & Siqueira).

O primeiro fator a ser destacado é a do-sagem de sementes, considerando-se que asrecomendações agronômicas sejam de trêsa 25 sementes por metro nas semeadoras deprecisão. As sementes a serem distribuídasem precisão variam em formato, uniformi-dade, rugosidade e dimensão. A Tabela 1apresenta alguns parâmetros dimensionaisde sementes de diferentes culturas que ne-cessitam de uma semeadora de precisão,para serem adequadamente distribuídas.

O tratamento de sementes com inocu-lantes, inseticidas e fungicidas altera o coe-ficiente de atrito, dificultando que se alo-jem adequadamente nos alvéolos dos dosa-dores. Nesse caso, recomenda-se sempre ouso de grafite como lubrificante seco.

Em plantio direto, salvo exceção, o fertili-zante e as sementes são depositados no mes-mo sulco, mas é importante que estejam es-

paçados preferencialmente 5 cm um do ou-tro. A higroscopicidade dos elementos quími-cos, como o nitrogênio (N) e o potássio (K),pode prejudicar e até impedir que a sementeabsorva água e germine.

A profundidade recomendada para as se-mentes depende de vários fatores. As recomen-dações agronômicas para as sementes semea-das por máquinas de precisão estão entre 3 a 6cm de profundidade. Também pode haverimpedimentos sobre as mesmas, como torrões,pedras e crostas superficiais sobre o terreno,dificultando a emergência.

Com disponibilidade de água e tempera-tura no solo acima de 200C, por exemplo, omilho é capaz de emergir em cinco dias. Emcondições desfavoráveis pode demorar até 15dias.

Somente as sementes viáveis germinarão,mas as sementes podem possuir vigor baixo e

Figura 1 – Unidade de semeadura com sistema de acabamento sem aterradores e comrodas compactadoras em “V”

Figura 2 – Unidade de semeadura com sistema de acabamento de semeadura constituídode rodas de controle de profundidade à frente dos discos duplos, discos aterradores eroda compactadora com ressaltos e um sulco no meio

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16 • Novembro 06

variável, significando que possam não ter re-servas suficientes para emergir, principalmentese a semeadura ou o ambiente em que foramimplantadas seja desfavorável.

O teor de umidade do solo também ajudaa definir a recomendação da profundidade desemeadura. Em lavouras não irrigadas, osmenores riscos à semeadura são quando a con-sistência do solo está friável. Nessa condiçãohá água facilmente disponível para as semen-tes, os componentes das semeadoras dificil-mente provocarão compactação no solo e, pelamenor aderência deste nos rompedores e abri-dores de sulco, mobilizarão menos o terreno.

As sementes devem estar em íntimo con-tato com as partículas do solo para que absor-vam água. Dessa forma, não deve haver bol-sões de ar provocados pela atuação inadequa-da dos compactadores, palha que foi empur-rada para dentro do sulco, ocorrência de tor-rões ou espelhamento das paredes do sulco desemeadura.

DIRETO E INVISÍVELPara a manutenção da umidade do solo,

a existência de palha sobre o terreno é im-prescindível. Na condição de clima tropical

e subtropical, as temperaturas são elevadaspor ocasião da semeadura, e a palha auxiliaamenizá-la e mantê-la na condição favorá-vel para a germinação e emergência. O quese deseja é que a palha existente sobre a su-perfície do solo permaneça sobre este apósa passagem da plantadora, ou seja, o “plan-tio direto invisível”.

O solo descoberto no sulco de semea-dura aquece e perde água mais rapidamen-

te, pode provocar selamento superficial, ero-são e aumentar a ocorrência de plantas da-ninhas, entre outros problemas. Assim, com-ponentes aterradores, que retornem o soloe a palha anteriormente removidos pelashastes ou discos, são muito importantes.

A maioria das plantadoras existentes nomercado nacional não possuem componen-tes aterradores especializados. O que pre-domina são máquinas com discos duplos de-sencontrados para abertura de sulco e comrodas paralelas de controle de profundida-de para sementes, sendo, as mais modernas,oscilantes, seguidas de uma roda compac-tadora em “V” (Figura 1), com possibilida-de de alterar sua abertura frontal e vertical,mas que não conseguem retornar principal-mente a palha de volta ao sulco.

Nos últimos anos têm surgido mais fa-bricantes preocupados com esses compo-nentes. A melhor alternativa para aproxi-mação de solo e palha ao sulco são os discosaterradores (Figura 2), muito usados no pas-sado no sistema de semeadura convencio-nal. Quatro fabricantes já usam o compo-nente em suas plantadoras.

Outra alternativa utilizada por seis fa-bricante, são as rodas aterradoras de forma-to cônico e inclinadas de 200 a 250 em rela-ção à direção de deslocamento da máquina.

Figura 3 – Variação da porcentagem de emergência de feijão, aterramento, redução da palha sobre o sulco e ocorrênciade selamento superficial em função de diferentes sistemas de acabamento de semeadura. Casão Junior & Campos, 2004

Figura 4 – Redução de palha logo após a semeadura desoja e redução da umidade do solo na região das sementesoito dias após a semeadura de dois diferentes sistemas deacabamento de semeadura: 1 – Tradicional, Figura 1; 2 –Nova proposta, Figura 2. (adaptado de Freitas, 2005)

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Page 17: Maquinas 58

“Após o aterramento há necessidade de que ocorra uma compactação do solosobre as sementes, para que estas absorvam água com mais facilidade”

Vilnei, Airton e Renato atestam a viabilidade doinvestimento em plataformas específicas para colheitado milho em lavouras com altos potenciais produtivos

Podem ser de ferro fundido, estampado ourecobertas com borracha. Outros fabrican-tes têm o componente, mas a regulagem deabertura não é muito superior a 100.

Após o aterramento há necessidade deque ocorra uma compactação do solo sobreas sementes, para que estas absorvam águacom mais facilidade. São as rodas compac-tadoras as responsáveis por essa tarefa. Exis-tem vários modelos no mercado, que devemevitar que ocorram bolsões de ar e selamen-to superficial sobre o terreno.

As rodas em “V” podem em curvas deslo-car-se da linha de semeadura, compactandona posição incorreta ou até desenterrando se-mentes. Rodas cônicas revestidas com borra-cha lisa podem em solos úmidos e sem cober-tura com palha provocar selamento superfici-al. Uma boa alternativa são as rodas cônicasrevestidas de borracha, com um sulco no meio(Figura 2) para não compactar sobre as se-mentes e com ressaltos para evitar selamento.

Pesquisa realizada pelo Iapar em Londri-na (Casão Junior & Campos 2004), trabalhan-do com diferentes sistemas de acabamento desemeadura, mostra a importância do sistemaadequado de aterramento e compactação.

Observa-se na Figura 3 que o resultadode emergência do feijão foi de 35%, no Tra-tamento 1, quando foram utilizadas rodasparalelas de controle de profundidade dosdiscos de sementes e compactadoras em“V”, semelhante à Figura 1.

Inclinando em 100 as rodas de controle deprofundidade, como no Tratamento 2, a emer-gência passou para 53%. Isso devido ao melhoraterramento e à menor redução de palha sobreo sulco.

No Tratamento 3 foram utilizados dis-cos aterradores e uma roda compactadoralarga revestida com borracha lisa. A emer-gência aumentou para 77%, mas foi preju-dicada pelo selamento superficial (90%) pro-vocado pela roda compactadora lisa, que temtambém a função de controle de profundi-dade dos discos de sementes.

O Tratamento 4 foi semelhante ao Tra-tamento 3, porém foram utilizadas rodacompactadora com ressaltos e um sulco emseu interior, como na Figura 2. Nesse a emer-gência foi de 88%.

Nos Tratamentos 5 e 6 foram introdu-zidas rodas paralelas de controle de profun-didade à frente dos discos duplos (Figura2), sendo que atrás destes utilizaram-se dis-cos aterradores e rodas compactadoras es-treitas. No Tratamento 5, ela era lisa e ma-

ciça, emergindo 95% das sementes e, no Tra-tamento 6, possuía um sulco no meio paranão compactar diretamente sobre as semen-tes, emergindo 96%.

Por sua vez, Freitas (2006) obteve sig-nificativa conservação do teor de umidadedo solo, na região das sementes, medido oitodias após a semeadura (Figura 4), quandofoi usado o sistema de acabamento de se-meadura apresentado na Figura 2, em rela-ção ao da Figura 1, isso devido à menor re-dução de palha após a semeadura e ao me-lhor aterramento do sulco.

Dessa forma, pode-se propor o aperfeiço-amento das máquinas existentes no mercadonacional através da intervenção do própriofabricante ou realizando uma adaptação naunidade de semeadura da plantadora.

A Figura 5 mostra detalhes da emergên-cia da soja quando foi utilizado o sistemaapresentado na Figura 1 e na Figura 2.

O grau de invisibilidade da semeadura éapontado por Ruy como um importante

indicativo da qualidade de plantio

Novembro 06 • 17

Figura 5 – Emergência da soja no sulco de semeadura, semeada com o sistema de acabamento: A – Tradicional; B – Nova proposta.

Ruy Casão Junior,Iapar

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18 • Novembro 06

sistema de preparo

Há cerca de cinco mil anos asoja começou a ser domesti-cada pelos chineses, alcan-

çando depois um rápido crescimento naprodução, com o desenvolvimento dasprimeiras cultivares comerciais. No Bra-sil, o grão chegou com os primeiros imi-grantes japoneses em 1908, porém, suaexpansão aconteceu nos anos 70, com ointeresse crescente da indústria de óleoe o aumento da demanda no mercado in-ternacional.

De acordo com Furlani (2000), cadavez mais se procura o desenvolvimentode novas tecnologias, principalmente re-lacionadas a equipamentos, para aumen-tar a eficiência destes, porém, em grandeparte dos casos, não há preocupação coma qualidade das operações agrícolas e,principalmente, com a conservação dosrecursos naturais.

A mecanização agrícola é um impor-tante componente básico na maioria dasestratégias de desenvolvimento rural, au-mento da produtividade e mão-de-obra.O sistema de plantio direto, cada vez maispresente na agricultura brasileira, é ummétodo que visa maior conservação do

solo e diminuição do tráfego de máqui-nas, possuindo como princípio a semea-dura diretamente no solo, onde apenas alinha de plantio é revolvida pelos discosde corte ou hastes da semeadora. Porém,hoje ainda é muito utilizado o preparoconvencional, o qual é composto por ara-ção com arados ou grade aradora, segui-do de gradagens niveladoras.

Intermediário aos dois sistemas an-teriormente citados, aparece o preparoreduzido, que implica redução das ope-rações do preparo do solo. Esse sistemajá bastante difundido no país é realizadocom o uso de escarificadores, normal-mente equipados com discos de corte àfrente de cada haste, para trabalhos emsolos com palha sobre a superfície (Bol-ler, 2003).

Visando analisar alguns fatores quepodem interferir na produtividade dasoja, desenvolveu-se este trabalho naUniversidade Estadual Paulista, Faculda-de de Ciências Agrárias e Veterinárias,Campus de Jaboticabal (SP), pelo Lam-ma (Laboratório de Máquinas e Mecani-zação Agrícola), com objetivo de avaliarpossíveis diferenças entre sistemas de

preparo em características do solo e nodesenvolvimento da cultura da soja (Gly-cine max L.) em Latossolo Vermelho Eu-troférrico.

EQUIPAMENTOS UTILIZADOSNo trabalho de campo foram utiliza-

dos seis tratamentos, dos quais três depreparo convencional do solo, dois depreparo reduzido e um com semeaduradireta sobre a palha, sendo eles: T1 – Ara-do de discos + duas passadas de gradeleve (AD + GL); T2 – Arado de aivecas+ duas passadas de grade leve (AA +GL); T3 – Grade pesada + grade leve(GP + GL); T4 – Escarificador com rolodestorroador + grade leve (ES + GL);T5 – Escarificador com rolo destorroa-dor (ES); e T6 – Plantio direto (PD).

Os tratores e equipamentos utiliza-dos na condução do experimento foramos seguintes: - Trator 4x2, potência de55,2 kW (75 cv) no motor; - Trator 4x2TDA, potência de 77,0 kW (105 cv) nomotor; - Trator 4x2 TDA, potência de110 kW (150 cv) no motor; - Colhedorade parcelas, potência de 63 kW (85 cv) elargura útil de um metro; - Semeadora-

Efeito colateralEstudo demonstra que o sistema de preparo do solo não tem influência

direta nas características agronômicas da cultura da soja, nem nos seusíndices de produtividade. Nesse caso, o agricultor deve sempre estar

atento às características físicas, químicas e biológicas da terra, a fim deoptar pelo tipo de preparo que melhor atenda às suas necessidades

Page 19: Maquinas 58

“Hoje ainda é muito utilizado o preparo convencional, o qual é composto poraração com arados ou grade aradora, seguido de gradagens niveladoras”

No sistema convencional é comum autilização de arados e grades pararevolvimento e preparo do solo

Novembro 06 • 19

Tratamento

T1– D+GLT2– A+GL

T3– GP+GLT4 – ES+GL

T5 – EST6 – SDMédiaCV (%)

0-10 cm21,4 A21,3 A21,1 A21,3 A22,2 A20,2 A21,34,12

10-20 cm20,1 A20,8 A19,8 A19,9 A21,0 A19,8 A20,25,52

Estandeinicial

433.333 A500.000 A466.667 A488.889 A433.333 A455.556 A462.222

12,84

Estandefinal

377.778 A444.444 A377.778 A411.111 A422.222 A422.222 A412.222

10,92

Produtividadede grãos1.430 A1.700 A1.485 A1.410 A1.330 A1.240 A1.43512,29

Teor de água*

Tabela 1 - Teor de água do solo (%), população inicial e final das plantas de soja (pl/ha) eprodutividade de grãos (kg/ha)

* Amostragem feita na época do florescimento da cultura da soja.

adubadora de arrasto, com quatro linhasespaçadas em 0,45 m; - e Pulverizadorde barras montado, com tanque de capa-cidade de 600 litros de calda, barras equi-padas com 24 bicos de jato em leque, comlargura útil de 12 metros.

Também serviram ao experimento: -Arado de discos reversível de três discosde 26 polegadas; - Arado de aivecas re-

versível com duas aivecas recortadas; -Grade niveladora de 32 discos de 18 po-legadas, com massa aproximada de 1,2

mil kg; - Grade aradora de 18 discos de24 polegadas, com massa aproximada de2,3 mil kg; - Escarificador de sete hastescom rolo destorroador.

Para a determinação do teor de águado solo, foi feita amostragem na épocado florescimento da cultura nas profun-didades de 0-10 e 10-20 cm. Já, para adeterminação da resistência do solo à pe-netração, utilizou-se penetrômetro deimpacto, modelo IAA/Planalsucar-Stolf(Stolf et al., 1983). Foram determinadostrês pontos aleatórios em cada nas pro-fundidades de 0 a 40 cm, sendo as ca-madas analisadas a cada cinco centíme-tros.

A avaliação da população inicial e fi-nal das plantas foi feita utilizando-se ré-gua de madeira, com dois metros de com-primento, colocada no sentido da linha

New Holland

Page 20: Maquinas 58

20 • Novembro 06

Sistemas de plantio direto e/ou de cultivo reduzidoprimam pelo mínimo revolvimento do solo naimplantação das culturas

M

Tratamentos

T1 – AD+GLT2 – AA+GLT3 – GP+GLT4 – ES+GL

T5 – EST6 – SDMédiaCV(%)

0-51,22 AB0,89 B

1,05 AB0,72 B

1,05 AB2,07 A1,16

42,72

5-102,24 A2,07 A2,56 A1,73 A2,74 A3,42 A2,46

48,59

10-153,59 A3,76 A4,94 A2,92 A3,76 A6,12 A4,1848,58

15-204,77 A5,11 A6,97 A5,11 A5,11 A6,97 A5,67

42,30

20-257,30 A6,29 A8,49 A6,78 A6,78 A8,83 A7,41

35,10

25-308,49 A8,32 A8,83 A7,47 A8,49 A8,99 A8,43

29,40

30-358,99 A7,98 A8,49 A8,49 A9,67 A8,99 A8,76

21,83

35-407,47 A8,82 A8,32 A8,99 A9,33 A8,99 A8,65

27,65

Profundidade

* Amostragem feita na época do florescimento da cultura da soja;

Tabela 2 - Resistência do solo à penetração (MPa)*

de plantio e contando-se a quantidade deplantas neste segmento. Foram feitas trêscontagens em diferentes pontos escolhi-dos aleatoriamente em cada parcela, tan-to para estande inicial quanto para final.Para a determinação do rendimento dacultura, utilizou-se a colhedora de par-cela com plataforma de corte de um me-tro de largura. Os grãos colhidos foramtrilhados e separados da palha, sendo suamassa determinada para um teor de águade 11%.

SISTEMA DE PRODUÇÃODe acordo com a Tabela 1, a umidade

do solo na camada arável independe dosistema de preparo adotado, portanto, seo preparo for feito visando a permanên-cia da umidade, deve-se optar pelo quedemande menos energia e número deoperações, de acordo com as possibilida-des do agricultor.

A população inicial e final de plan-

tas, bem como a produtividade de grãos,não foram influenciados pelos tipos depreparo do solo, ficando evidente a im-portância de se obter sementes com boaqualidade, altos índices de germinação epureza.

A baixa produtividade da cultura de-veu-se provavelmente à semeadura tar-dia do experimento (10 de janeiro), de-vida à escassez de chuvas, uma vez quenessa região o limite máximo para o plan-tio da soja é a primeira quinzena de de-zembro (Embrapa, 2003), sendo a cultu-ra afetada pela escassez de chuva na épo-ca do florescimento, interferindo direta-mente na produtividade.

Observa-se, pela Tabela 2, diferençaapenas na camada de 0 a 5 cm de pro-fundidade para resistência do solo à pe-netração, podendo ser explicada pelo trá-fego de máquinas e pessoas sobre a áreano decorrer do experimento.

Nota-se que a resistência do solo à pe-

netração (compactação) no plantio dire-to para profundidade de 0-5 cm foi mai-or em relação aos tratamentos T2 e T4,mostrando que a união arado de aivecas+ grade leve e escarificador + grade leveprovoca certa mobilização na camada su-perior do solo, aumentando sua porosi-dade. Observa-se também uma diminui-ção do coeficiente de variação ao longo

Mas

sey

Ferg

uson

Page 21: Maquinas 58

“O agricultor deve sempre estar atento às características físicas, químicas ebiológicas do solo, para optar pelo tipo de preparo do solo a ser efetuado”

do perfil do solo, evidenciando que,quanto mais profunda a camada, menoré a variação provocada por fatores físi-cos externos.

Pelo observado neste trabalho pode-se concluir que o teor de água na cama-da arável do solo independe do sistemade preparo adotado. Na camada superfi-cial do solo, a semeadura direta apresen-ta maior resistência à penetração na épo-ca do florescimento da cultura. As ca-racterísticas agronômicas da cultura dasoja não são influenciadas pelos trata-mentos analisados. O agricultor devesempre estar atento às características fí-sicas, químicas e biológicas do solo, paraoptar pelo tipo de preparo do solo a serefetuado.

Para Gustavo, os índices de produtividade deculturas como a soja nem sempre estão diretamente

relacionados ao sistema de preparo do solo

Gustavo Naves dos Reis,Alexandre César Bizzi,Carlos Eduardo Angeli Furlani,Rouverson Pereira da Silva,Afonso Lopes eJorge Wilson Cortez,Unesp

M

John Deere Divulgação

Page 22: Maquinas 58

22 • Novembro 06

Ananotecnologia é atualmen-te um negócio de US$ 100 bi-

lhões que possui a previsão de enormecrescimento, devendo atingir US$ 1 tri-lhão até 2011, devido ao seu potencialde aplicação nos mais variados setoresindustriais e ao impacto que seus re-sultados podem dar ao desenvolvimen-to tecnológico e econômico.

O Brasil, embora em menor propor-ção, tem se esforçado para não ficar defora da corrida por essa tecnologia. Em2001, foi lançada a Iniciativa Brasileiraem Nanotecnologia pelo governo fede-ral, para procurar organizar e formar re-des de pesquisa, que estão atuandodesde então no tema.

NÍVEL DEINVESTIMENTO

aplicação agrícola

Oavanço tecnológico é um fenô-meno irreversível e pode serconsiderado como uma revolu-

ção na história da humanidade. Desde queos transistores foram inventados há aproxi-madamente 50 anos, a tendência da eletrô-nica foi a contínua redução de dimensiona-mento desses dispositivos, acompanhada deum proporcional aumento de sua comple-xidade e operacionalidade.

Ao longo da década de 1970, com a subs-tituição dos sistemas analógicos pelos siste-mas digitais, uma nova evolução foi anun-ciada. Com componentes de larga (LSI) ede extralarga escala de integração (ELSI),vieram os microprocessadores de alta velo-cidade de tecnologia MOS, que nada maissão que muitos circuitos integrados numasó plataforma epitaxial. Esses avanços per-mitiram que telefones celulares, CD players,scanners, câmeras de vídeo, câmeras digi-tais se tornassem tecnologias populares eacessíveis a todos. Toda essa “modernida-de” que hoje é parte fundamental de nossas

vidas só foi possível devido ao contínuo pro-cesso de miniaturização.

E a evolução continua. Com a nanotec-nologia, portadores biológicos que localizampragas na lavoura poderão liberar agrotóxi-cos na medida e em posições exatas, semdesperdício ou danos secundários ao meioambiente. Sensores que indicam o melhormomento de colheita ou de consumo de umalimento serão usuais. Baterias solares mi-núsculas, de baixo custo e com alta eficiên-cia, substituindo com vantagem a eletrici-dade, a combustão ou a energia nuclear, se-rão acessíveis a produtores rurais.

Materiais altamente resistentes, porémextremamente leves, que associam fibrasnaturais com metais e plásticos, ao seremtransformados em implementos, permitirãouma maior eficiência operacional com re-duzido consumo de combustível. Sonho?Ficção científica? Não, esses são apenas al-guns exemplos de possibilidades reais queos avanços tecnológicos resultantes da cha-mada nanotecnologia, que estão em desen-

Pequena e poderosaA nanotecnologia desponta no setor agropecuário com a promessa de reforçar

recursos de identificação e análise precisas dos processos de plantio, colheita ouprocedimentos agroindustriais

John Deere

Page 23: Maquinas 58

“Com a nanotecnologia, portadores biológicos que localizam pragas na lavoura poderão liberaragrotóxicos na medida e em posições exatas, sem desperdício ou danos secundários ao meio ambiente”

Novembro 06 • 23

Os sensores estão entre os maio-res produtos gerados pela nano-

tecnologia. Estes logo estarão disponíveisem baixo custo e para um amplo campode aplicações, em especial na agroindús-tria. Vejamos a indústria automobilísti-ca, por exemplo. Segundo dados da Ma-terials Foresight on The Electronics Indus-try, divulgados pela IEE, em 1997 os mo-dernos carros produzidos na Europa apre-sentavam entre cinco a seis pontos ele-trônicos. Em 2002, o número médio desensores em um carro padrão europeusaltou para 25, o que indica um cresci-mento superior a 400% em cinco anos.

Segundo a Nexus, o mercado de sen-

SENSORES ELETRÔNICOSsores cresceu significativamente no mun-do na última década, o que se deve a umamelhor eficiência associada à redução docusto. Veja a evolução do mercado repre-sentada na Figura 2.

E quais são as funções desses senso-res? Permitir reduzir custos de manuten-ção, elevar a vida útil de componentes,indicar irregularidades, aumentar a segu-rança do usuário, permitir a sua localiza-ção e fornecer a distância do seu objeti-vo e, novamente, fornecer ao usuário(motorista) informações seguras para fa-cilitar a tomada de decisões com respei-to ao seu próprio bem e ao dos ao seuredor.

volvimento, poderão trazer à sociedade, aqualquer momento.

O QUE É NANOTECNOLOGIA?A nanotecnologia pode ser considerada

como um conjunto de atividades ou meca-nismos que ocorram em uma escala extre-mamente pequena, mas que tenham impli-cações no mundo real. Esses mecanismosestão além da percepção dos olhos huma-nos e operam em uma escala chamada na-nométrica. Um nanômetro é a bilionésimaparte de um metro, ou seja, se dividirmos odiâmetro de um fio de cabelo humano em80 mil partes, teremos um nanômetro =uma parte. A Figura 1 apresenta uma esca-la de tamanhos até a escala nanométrica.

A nanotecnologia foi prevista em 1959pelo físico norte-americano Richard Feyn-

man, que discorria sobre a possibilidade de,em um futuro não distante, investigar-se aconstrução de dispositivos pela manipula-ção átomo a átomo.

A possibilidade de manipular átomos emoléculas é hoje uma realidade e abre umnovo mundo de possibilidades. A chamada“ciência dos materiais” é o conceito funda-mental nesse contexto. Além dos já larga-mente empregados semicondutores e circui-tos integrados (chips), dispositivos comopolímeros condutores, filmes finos com re-ações ou interações enzimáticas específicas,

membranas permeáveis de alta seletivida-de, sínteses de compósitos pela combinaçãode porções orgânicas e inorgânicas, mecâ-nicas e biológicas, ou biológicas e eletrôni-cas, entre muitas possíveis combinações -estes serão os materiais responsáveis por no-vas especificações e aplicações.

Integração é a palavra de ordem. A bio-logia integrada com tecnologia eletrônica emecânica será sem dúvida o maior mercadopara a nanotecnologia, criando a possibili-dade de ferramentas analíticas e de implan-tes que interliguem computadores e dispo-sitivos avançados com conexões neurais, oque será sem dúvida de real benefício ao serhumano.

NANOTECNOLOGIA NO AGRONEGÓCIOAssim como nas demais áreas da ciência

e do conhecimento, a nanotecnologia é deextrema importância para a agricultura, pe-cuária e para o agronegócio de um modo ge-ral. A nanotecnologia é atualmente um ne-gócio mundial de US$ 100 bilhões que atraia cada dia mais investimento, devido ao seuenorme potencial de aplicação tecnológicanos mais variados setores industriais.

O agronegócio é sem dúvida uma dasáreas onde o nosso país pode ter a maiorcompetitividade, graças às suas caracterís-ticas e às oportunidades vinculadas aos nos-sos recursos naturais, clima e agriculturatropical. A qualidade e a certificação de pro-dutos agrícolas, a biotecnologia, a agroener-gia, o monitoramento ambiental, novos usosde produtos agropecuários, a agricultura deprecisão, a rastreabilidade, a indústria deinsumos (fertilizantes, pesticidas), os me-dicamentos para uso veterinário, a indús-tria de alimentos e vários outros setores vin-culados à agroindústria serão inevitavelmen-

Microprocessadores de alta velocidadepermitiram que tecnologias como

microcomputadores se popularizassem

Figura 1- Escala de tamanhos mostrando a escala nanométrica

Odílio Benedito G. de Assis

Page 24: Maquinas 58

24 • Novembro 06

Alguns benefícios da nanotecno-logia para o processo agroin-

dustrial já tiveram início, e seu aperfei-çoamento caminha a passos largos, po-dendo-se citar:

• A produção de nanopartículas daordem de 1 nm a 100 nm de diâmetroque carregam em seu interior moléculasde agrotóxicos e de fertilizantes e, por afi-nidade, os libera no alvo desejado;

• Biossensores e transdutores dealta sensitividade permitem a identifi-cação e a quantificação de compostosquímicos, orgânicos ou demais impu-rezas ou alterações de composição, se-jam em plantas ou frutos, como tam-

BENEFÍCIOS DA NANOTECNOLOGIAbém em solos;

• Sensores controladores de irriga-ção ou sensores de alto desempenho,como as chamadas “línguas”, “narizes”e “olhos” eletrônicos, deverão invadiro mercado brevemente, gerando umaenorme possibilidade de análises e to-madas de decisões.

Associados a estes, os materiais pi-ezo-elétricos, que deformam ou assu-mem formatos definidos na presença deum campo elétrico, ou, inversamente,geram eletricidade ao serem deforma-dos, são ferramentas úteis, não só parasensores, mas como dispositivos de in-teração com o mundo ao seu redor.

te beneficiados pelos avanços da nanotec-nologia.

A qualidade de produtos de origem na-tural depende de um sofisticado balançoentre os mecanismos inerentes da naturezae a intervenção consciente do homem. Oobjetivo da nanotecnologia nesse sentido éaprimorar essa intervenção humana, atra-vés do uso de dispositivos sensores, elevan-do o controle sobre os eventos e facilitandotomadas de decisões para obtenção de me-lhores rastreabilidade, produtividade e qua-lidade. E como conseguir isso? Através douso de sensores e dispositivos biomecâni-cos ou eletrônicos.

Pode parecer exagero a afirmação, mas,embora ainda não plenamente acessíveis porseu custo ainda alto, avanços similares esta-rão disponíveis para o setor agropecuário,não apenas com o objetivo de segurança econforto, mas como recursos de identifica-

ção e de análises precisas dos processos deplantio, colheita ou procedimentos agroin-dustriais. Dados apresentados pela Nano-Vantage Inc. (Nanotechnology patents da-tabase, 2005) mostram uma evolução sig-nificativa das patentes relacionadas à nano-tecnologia e à liderança dos Estados Uni-dos nesta área - gráficos das Figuras 3 e 4.

Graças aos avanços da nanotecnologia,a agricultura de precisão consegue hoje agre-gar e adaptar as tecnologias para melhorara eficiência da produção, sendo hoje comumtratores com instalações como computado-res de bordo, sistemas automáticos de aqui-sição de dados, comunicadores RF, mapea-mento espacial e em tempo real de caracte-rísticas de plantio e colheita, sensores deanálises químicas e biológicas e dispositivosinteligentes para a dispersão de agrotóxicos,entre outros recursos disponíveis.

Sistemas de posicionamento global

(GPS) têm tido seus preços gradualmentereduzidos e estão se tornando acessóriospopulares, precisos e personalizados. A ten-dência é a da confecção de módulos peque-nos o suficiente para serem integrados empacotes, permitindo acompanhar em tem-po real a localização e as condições do pro-duto transportado.

Uma forte contribuição da nanotecno-logia é possibilitar processos agroindustri-ais limpos, principalmente contribuindopara a redução de matéria-prima e energia.A miniaturização e a tecnologia de precisãopermitem elevar a eficiência das reações ecatálises, por operações na escala nanomé-trica.

A nanotecnologia também deve trazercontribuições importantes na biotecnologia,conforme mostra a Figura 5, a evolução dedispositivos de nanotecnologia para as pró-ximas décadas nesta área.

NANOTECNOLOGIA NO BRASILNo contexto mundial, os Estados Uni-

dos são, sem dúvidas, o líder em pesquisaem nanotecnologia. A Ásia, igualmente,principalmente Japão, China e Coréia do Sul

Sensor conhecido como “língua eletrônica”é um dos avanços proporcionados pela

nanotecnologia na agropecuária

Figura 2 – Evolução do mercado mundial de diversos tipos de sensores Figura 3 - Registro de patentes em nanotecnologia nos últimos cinco anos segundo levantamentoapresentado pela NanoVantage Inc (Nanotechnology patents database, 2005)

Odílio Benedito G. de Assis

Page 25: Maquinas 58

“Graças aos avanços da nanotecnologia, a agricultura de precisão consegue hojeagregar e adaptar as tecnologias para melhorar a eficiência da produção”

AMelhor notícia no setor hojeé a iniciativa do Ministério da

Ciência e Tecnologia de criar em São Car-los (SP), através da Finep (Financiadorade Estudos e Projetos) do governo fe-deral, o primeiro Laboratório Nacionalde Nanotecnologia para o Agronegócio(LNNA), no qual estão sendo investi-dos recursos de R$ 4 milhões. A con-templada é a Embrapa InstrumentaçãoAgropecuária, unidade da Empresa Bra-sileira de Pesquisa Agropecuária, vincu-lada ao Ministério da Agricultura, Pe-cuária e Abastecimento, que com essaação pretende impulsionar as pesqui-sas no setor agropecuário para garantirsua competitividade.

LNNA

já têm programas ousados e significativosmontantes de recursos destinados à área denanotecnologia.

No Brasil, pesquisa e recursos voltadospara a nanotecnologia são mais recentes eescassos. No entanto já temos uma série deuniversidades, institutos e grupos de pes-quisa atuando em aspectos da nanotecno-logia.

A Embrapa (Empresa Brasileira de Pes-quisa Agropecuária), contudo, foi uma dasinstituições pioneiras em pesquisas de na-notecnologia voltada ao agronegócio na áreada América do Sul. A unidade da EmbrapaInstrumentação, localizada em São Carlos(SP), foi um dos primeiros institutos depesquisa a visualizar aplicações de nanotec-nologia no Brasil.

Recentemente, a Embrapa Instrumen-tação Agropecuária obteve resultado inédi-to na nanotecnologia voltada ao agronegó-cio, ao desenvolver um sistema sensor, co-nhecido como Língua Eletrônica, pelo qualcamadas de macromoléculas produzidascom controle nanométrico apresentam al-tíssima área superficial e permitem uma sen-sibilidade que pode chegar a mil vezes à deuma língua humana. Trabalhos em anda-mento demonstram o potencial da língua

eletrônica na caracterização de cafés, sucos,leite, vinho e água.

A Embrapa Instrumentação Agropecu-ária também mantém linhas de pesquisasem sensores de identificação e quantifica-ção de bactérias em água e alimentos; emsensores descartáveis e de baixíssimo custopara quantificação de etileno, identifican-do no local da colheita o grau de maturaçãode frutos; e no desenvolvimento de filmescomestíveis, ultrafinos e invisíveis, que atu-am como embalagens ativas diretamentesobre frutos e legumes minimamente pro-

Pesquisadores do Cnpdiafalam das diversas aplicações

da nanotecnologia

cessados, elevando a vida útil e preservandoa aparência do produto sem perdas das qua-lidades nutricionais.

Figura 4 - Distribuídos da seguinte forma (fonte: pela NanoVantageInc (Nanotechnology patents database, 2005)

Figura 5 - Evolução de dispositivos de nanotecnologia para as próximas décadas. O que se pode esperarda nanobiotecnologia nos próximos anos, segundo o ICTAF da universidade de Tel-Aviv, 2006

Odílio Benedito Garrido de Assis eLuiz Henrique Capparelli Mattoso,Embrapa/Cnpdia

M

Div

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ção

Page 26: Maquinas 58

tratamento aéreo

26 • Novembro 06

A aplicação de fungicidas via aéreaexige precisão e observação pontual

das condições meteorológicas

Primeiro foi a DFC (doença de fi-nal de ciclo) na soja; depois, aferrugem asiática; e mais recente-

mente, a cercospora no milho. Essas doençassurgiram de forma mais aparente há poucosanos no meio rural, que, até então, não pratica-va nenhum manejo mais específico, pontual,para evitá-las ou combatê-las.

No entanto, após as pesquisas realizadaspelas Cooperativas Agropecuárias e por insti-tuições como a Embrapa, Fundação MT, Fun-dação ABC, Fapa, Codetec, entre outras, seobservou à necessidade de tratamento fúngicopara que sejam garantidas as produtividades e,no caso específico da ferrugem, a manutençãoda colheita.

A partir dessa nova fase, surgiu uma formaalternativa de manejo agrícola, que incluiu aaplicação de fungicidas nas lavouras de soja.Formatou-se uma prática agrícola inovadoraque incluiu a aviação agrícola, já que a aplica-ção de fungicidas ocorre normalmente numafase em que as perdas por amassamento da la-voura são consideráveis; há necessidade de ra-pidez e de maior eficiência no tratamento.

É importante e necessário ressaltar que a

aplicação de fungicida é mais técnica e exigen-te, em relação ao tratamento de inseticida – porexemplo. Exige precisão e observação pontualdas condições meteorológicas. Além do que,neste tipo de trabalho – no caso da ferrugem –não há espaço para erros. É uma missão de guer-ra!

TRATAMENTO AÉREOEssas considerações precisam ser explicita-

das porque ainda existe grande desconfiança

no meio agrícola, em relação à eficácia do trata-mento aéreo fúngico. A grande maioria dospesquisadores, agrônomos e produtores ruraisainda tem um pé atrás com o uso do avião paracombater doenças, particularmente a ferrugem.

Isso mesmo com todas as demonstraçõesde sucesso e eficácia que essa ferramenta tempromovido pelo Brasil afora. Essas dúvidas sur-gem numa escala bem menor no estado doMato Grosso, onde a aviação já mostrou seusresultados de forma indiscutível.

Proteção dos céusProteção dos céusNos últimos anos a importância da aviação agrícola no combate àsdoenças da agricultura tem crescido sistematicamente. No entanto, odesconhecimento técnico e alguns erros operacionais têm comprometidosua utilização em maior escala nas lavouras

Nos últimos anos a importância da aviação agrícola no combate àsdoenças da agricultura tem crescido sistematicamente. No entanto, odesconhecimento técnico e alguns erros operacionais têm comprometidosua utilização em maior escala nas lavouras

Fotos Cultivar

Page 27: Maquinas 58

“Talvez, o produtor ache menos arriscado usar as suas máquinas e os seus funcionários,a deixar suas lavouras nas mãos de um piloto que ele muitas vezes não conhece”

Novembro 06 • 27

Jeferson Luís Rezende,Unicentro

Na última safra de verão no estado do Pa-raná, ocorreram alguns problemas pontuais,relacionados à aplicação aérea de fungicidas paraconbate e controle da ferrugem, na região deGuarapuava, por exemplo, o que de certa ma-neira acendeu um sinal amarelo no que diz res-peito à atividade.

Tudo isso porque se voava muito na regiãocentral do estado, e, por alguns erros operacio-nais, a aviação teve sua imagem abalada, fazen-do com que grande parte dos produtores doestado optasse pela aplicação tratorizada.

Embora esse tipo de tecnologia não estejaimune a erros, muito pelo contrário. Mas, tal-vez, o produtor ache menos arriscado usar assuas máquinas e os seus funcionários, a deixarsuas lavouras nas mãos de um piloto que elemuitas vezes não conhece. Nesse sentido, umerro eventual pode manchar toda a imagem daatividade aérea, como de fato isso já ocorreu nopassado. Observa-se essa desconfiança em di-ferentes ambientes agrícolas, porém com níveisde desconhecimento e dúvidas sempre pareci-dos.

TECNOLOGIA EM DEBATEUma demonstração clara da preocupação

em corrigir possíveis erros ocorreu durante o58° Deftara (Curso de defesa fitossanitária, tec-nologia de aplicação e receituário agronômico),evento promovido pela Andef e pelas Faculda-des Integradas, na cidade de Campo Mourão(PR).

Na oportunidade, debateu-se insistente-mente acerca de alguns problemas que tam-bém afetam a aplicação tratorizada, como o usode equipamentos sem manutenção e desregu-lados; pessoal pouco qualificado para as opera-ções – embora o Senar esteja realizando umgrande trabalho para reverter isso; contamina-ção ambiental: lavagem ou carregamento dopulverizador em córregos e rios, e falta de áreaprópria para descontaminação da máquina;entre outros.

Conforme dados da maior CooperativaAgropecuária do Brasil, um enorme percentu-

al dos pulverizadores vistoriados apresentavairregularidades e/ou estavam fora de conformi-dade. Mesmo assim, em poucos momentos, foiabordada ou discutida como alternativa a tec-nologia aeroagrícola: sua qualidade; sua segu-rança operacional em relação às pessoas e aomeio-ambiente etc.

Um desses momentos ocorreu duranteuma palestra sobre treinamento e educação naaplicação de defensivos. Nela o palestrante res-saltou a importância que a aviação terá nos pró-ximos anos, no combate a doenças como a cer-cospora do milho. Mesmo assim, o receio a res-peito da eficiência da aviação agrícola para com-bater esta e as outras doenças da agriculturaainda permanece. A aviação agrícola, para mui-tos, ainda parece algo de outro mundo, ou umatecnologia muito recente, nova e com quasenenhuma informação técnica, o que não é detodo verdadeiro.

CONHECIMENTO TÉCNICOO fato é que precisamos, de forma organi-

zada, ampliar a difusão das informações técni-cas disponíveis sobre tratamentos fúngicos e osoutros serviços aeroagrícolas.

É imprescindível falarmos a mesma línguano meio agrícola e aeroagrícola. Todos, indis-tintamente, fomentando e popularizando osserviços aéreos junto aos diversos segmentosagrícolas.

No mundo moderno, na era de informa-ção, não existe mais espaço para aventureiros.Em qualquer atividade econômica, conheci-mento técnico, qualidade e baixo custo são eserão sinônimos da boa condução do agrone-gócio, da contratação de serviços, da aquisiçãode produtos e/ou tecnologias em equipamen-tos para uso nas lavouras.

Jeferson aponta os erros operacionais e o desco-nhecimento da tecnologia como os principais entraves

para a utilização da aviação agrícola nas lavouras

Erros operacionais podem comprometera eficácia da aplicação de defensivos,

seja por via aérea e/ou terrestre

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Embraer

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ulga

ção

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28 • Novembro 06

passo-a-passo

Você já deve ter ouvido a seguintefrase: “A lubrificação é a vida domotor”. Pode parecer exagero,

mas é realidade.As condições em que um motor traba-

lha são as mais severas possíveis e, muitasvezes, desfavoráveis – altas temperaturas,elevadas pressões e grandes esforços noscomponentes móveis. A operação contínuadurante muitas horas em determinados pe-ríodos, alternada com épocas de inativida-de quase absoluta, junto com o trabalho, àsvezes, sob pronunciados índices de umida-de do ar e, ainda, um certo nível de conta-minação resultante da combustão - princi-

palmente devido ao enxofre presente nocombustível - completam o quadro extre-mo em que trabalha o motor.

Isso aponta para o seguinte: o motor ésem dúvida nenhuma o item mais críticoem termos de lubrificação.

Por essa razão se recomenda enfatica-mente o uso de óleos de boa qualidade, declassificação API-CF ou CF-4, multivisco-so do tipo 15W40, além da troca nos perío-dos recomendados (a cada 250 horas de tra-balho) e do uso de filtros de boa qualidade.

NÍVEL DE ÓLEOA manutenção do nível do óleo e a veri-

ficação diária da correta pressão do sistemasão outros cuidados fundamentais. Isso deveser feito pela constante supervisão dos ins-trumentos do painel, os quais acusam umaeventual falta de pressão no circuito de lu-brificação.

Importante: se alguma anormalidade forindicada através da luz de aviso e/ou indi-cador, pare o motor e verifique a causa.

A falta de pressão geralmente é causadapor nível baixo ou uso de óleo de viscosida-de incorreta. Daí deriva a importância de semanter sempre o nível correto do óleo nosistema.

Como se sabe, sem lubrificação as peçasem movimento literalmente se destroem empoucos minutos (motor fundido).

Para evitar a formação de parafina noinverno, que provoca obstruções no siste-ma de combustível, pode-se acrescentar até5% de querosene puro em cada abastecimen-to. É importante lembrar também que acapacidade do óleo de transmissão pode va-riar conforme a configuração do trator. Alémdisso, ao operar com controle remoto, é pre-ciso verificar se, após estender a haste detodos os cilindros, o óleo não está abaixo damarca de mínimo da vareta. Se necessário,adicione óleo.

Lubrificaçãoajustada

A vida útil do motor e de suaspeças depende, em grande

parte, do bom funcionamento eda correta manutenção do

sistema de lubrificação. Saibaquais os principais pontos a

serem observados e os passosnecessários para o ajuste dos

componentes

A manutenção do nível do óleo e a verificação diária dacorreta pressão do sistema são cuidados fundamentais

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“Como se sabe, sem lubrificação as peças em movimentoliteralmente se destroem em poucos minutos (motor fundido)”

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Durante o Vitrine Randon 2007 os executivos do conglomerado não esconderamo entusiasmo com o desempenho da empresa nos últimos anos

UnidadeCarter do motor

Transmissão (Câmbio e eixotraseiro), hidráulico e direção

Redutores finais dianteiros 4x4 ZF (cada um)

Diferencialdianteiro 4x4 ZF

Eixo carraroRedutores finais

traseiros (cada um)Ponto graxeirosFreio hidráulico

CombustívelSistema de arrefecimento

Capacidade em litros4 Cilindros Aspirado = 6,5 l

4 Cilindros Turbo = 8,0 l6 Cilindros = 15,3 l

Varia de 40 a 60 litros.Ver manual do operadorVaria de 0,5 a 1,0 litro.Ver manual do operadorVaria de 4,7 a 8 litros.

Ver manual do operador

Varia de 2 a 10 litros.Ver manual do operador

Conforme necessário0,25 litro. Ver manual do operador

Ver manual do operadorVer manual do operador

EspecificaçõesSAE 15W 40 API CF-4 ou superior MULTIVISCOSO

M 1135

SAE 90 API GL 5 MIL-L-2105 B

SAE 90 API GL 5 MIL-L-2105 B

SAE 90 API GL 5 MIL-L-2105 BSAE 90 API GL 5 MIL-L-2105 B

Graxa de lítio NLGI 2DOT 3

Óleo diesel com teor de enxofre máximo = a 0,5%Água com aditivo à base de Etileno Glicol

Ao contrário do que se imagina,o óleo desempenha mais funções

além da lubrificação propriamente dita:• evitar a corrosão das peças;• auxiliar na troca de calor (arrefeci-

mento). O óleo transporta calorias em ex-cesso que são dissipadas diretamente atra-vés do bloco e cárter e, em muitos casos,também através de um trocador de calor;

• auxiliar na vedação entre anéis, pis-tões e cilindros;

• promover a limpeza interna, graçasa aditivos (detergentes) presentes no óleo.Estes dissolvem incrustações e borras, car-regando-as até os filtros que as retém.

A sujeira que tende a se formar é de-corrência da contaminação causada pelosresíduos da queima de combustível, dapresença de enxofre, umidade etc.

FUNÇÕES DA LUBRIFICAÇÃO

PASSO-A-PASSOVerifique diariamente, antes de dar a parti-

da, o nível do óleo do motor. Para isso o tratordeve estar nivelado e no mínimo há 15 minu-tos com o motor desligado. O nível deve estarsempre entre as duas marcas – de máximo e demínimo da vareta. Se necessário complete-o.Não misture óleos de marcas diferentes. Utili-ze somente óleos homologados pela fábrica.

Periodicamente, a cada 250 horas, você devefazer as trocas do óleo e filtros do motor. Reco-mendamos que, para troca do óleo, o motordeverá estar quente – na temperatura do tra-balho.

Para isso, remova o bujão até o óleo escor-rer por completo. Depois remova o filtro ou osfiltros de óleo. Descarte-os em local adequado.Quando colocar o filtro novo, não se esqueçade lubrificar o anel de vedação. Para colocá-lono motor, basta apertar firmemente com asmãos.

Após o esgotamento total do óleo, reinstaleo bujão de dreno, observando o estado de con-servação dos anéis de vedação, susbtituindo-osse estiverem danificados. Depois abasteça o cár-ter até a marca máxima da vareta.

Após colocar o óleo no motor, estrangu-le ou desconecte a alimentação elétrica dosolenóide de alimentação e acione a chavesem que o motor entre em funcionamento.Segure aproximadamente dez segundos paraencher o filtro. Em seguida, empurre o es-trangulador e/ou reconecte o solenóide e dêa partida.

Observe sempre o indicador da pressão doóleo. Com o motor em marcha lenta, verifiquese existem vazamentos pelo filtro ou bujão dedreno do cárter. Desligue o motor e após 15minutos verifique novamente o nível, comple-tando se necessário até a marca máxima.

Para trocar o óleo do motor, remova o bujãoe deixe-o escorrer completamente

Colaboração Cimma Ltda.

MApós o esgotamento total, reinstale o bujão ereabasteça o carter com o óleo recomendado

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por Arno Dallmeyer - [email protected]

Está muito enganado quem ain-da pensa que os tratores de

competição são coloridos brinquedoscriados por mecânicos malucos. Masnão são mesmo!

A tecnologia aplicada nesses veícu-los não deixa nada a desejar às outrascategorias de esporte motor.

A começar pela sólida gaiola de pro-teção que envolve o piloto e que já man-teve ilesos vários deles nos poucos aci-dentes ocorridos, como o da estreanteDarli Drisner, em Fraiburgo (SC) (Edi-ção 56), ou o atípico acidente do cam-peão Ivan Schanoski em Não-Me-To-que (RS). A proteção do piloto é feitaainda por banco esportivo tipo concha,com proteção cervical, cinto de segu-rança de quatro pontos e capacete.

As grandes modificações técnicasestão nos motores, evidentemente. Jánão basta uma turbina nos motoresdiesel de quatro cilindros. Agora já háos com duas turbinas, em paralelo! Seo ar entra muito aquecido, coloca-seum intercambiador de calor (interco-oler). Se a combustão é insuficiente,complementa-se com nitro (óxido ni-troso), que funciona tanto como res-friador da câmara de combustão quan-to como coadjuvante da combustãopela oferta maior de oxigênio. Sem fa-

lar nos ajustes da bomba injetora emsi.

A embreagem é reforçada, os dis-cos com revestimento cerametálicoagüentam o tranco. As caixas de mu-danças são modificadas de forma queos pilotos tenham apenas a necessida-de de uma troca de marchas durante aarrancada, ganhando tempo.

Sobre a dimensão dos pneus aindanão chegaram a um consenso, há asequipes que preferem os de aro 36, ehá as que optam por pneus menores,aro 30 ou até 26.

E parar um bólido destes, com maisde duas toneladas, a mais de 100 km/h? Freios a disco, de aplicação automo-tiva, com acionamento hidráulico ouhidrovácuo!

Visando diminuir o efeito do em-pinamento sobre o chassi no momen-to da arrancada, há a suspensão dian-teira, de aplicação veicular. Rodas deliga leve diminuem o peso do trem di-anteiro e trazem a estética necessáriaao conjunto. E as manobras são facili-tadas por direção hidráulica...

Para dar uma idéia do nível alcan-çado, apresentamos algumas ilustra-ções. Vá conferir pessoalmente os efei-tos dessas tecnologias nas provas dopróximo campeonato!

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Arrancadão de tratores:a tecnologia avança

Arrancadão de tratores:a tecnologia avança

Foto

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Motor Bi-Turbo

Intercooler

Depósito de óxido nitroso

Direção hidráulicaSuspensão dianteira

Nitro no blower

Freio a disco dianteiro Freio a disco

Freio a disco

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