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PARTICIPANTES

Maria Vaz Pinto, aci

Institut de l’Alma:

Williatte Gonzague

Dominique Coutty-Lubin

Bertrand Vicarini

Verónique Degrotte

Angeles Rodriguez, aci

Saint Raphaela’s Primary e Secondary School:

Mary Corr, aci

Rory Burke

Eileen O'Donnell

Mick Sheridan

Saint Christina’s School:

Paula Mortimer

Joan McConnell

Gemma Raimondo

Noella Pereira, aci

Externato Escravas do Sagrado Coração de Jesus:

Isabel Alves

Irene Guia, aci

Ana Pinto

Rita Pereira da Silva

Antero Santos

Filomena Sá

Isabel Milheiro

Maria José Gonçalves, aci

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PROGRAMA

SEXTA-FEIRA, 20 fevereiro 2015

09H00: Chegada à Escola

09h15: Abertura oficial do Encontro pela Maria Vaz Pinto,aci (Ir.Provincial)

09h30: Apresentação dos participantes e apresentação de cada Escola (15 minutos)

11h00: Coffe break

11h20: Conferência “Stª Rafaela Maria e a Eucação” – Mary Corr,aci –

Diretora da Escola Primária - Stillorgan

12h15: Trabalho em grupos

13h15: Almoço

14h15: Visita à Escola

15h15: Assembleia

16h15: Boas Práticas: Inglaterra + França

17h15: Visita à Cidade/Jantar/Regresso ao Hotel

SÁBADO, 21 fevereiro 2015

09h45: Chegada à Escola

10h00: Conferência “Pedagogia do Coração – desafios no contexto atual” –

Isabel Alves - Diretora Pedagógica Externato ESC Jesus – Porto

10h45: Coffebreak

11h15: Trabalho em grupos

12h00: Assembleia

12h45: Missa

13h30: Almoço

14h45: Boas Práticas: Irlanda + Portugal

15h45: Avaliação/Sugestões

16h30: Encerramento – Irene Guia,aci

16h45: Visita à Cidade/Jantar/Regresso ao Hotel

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Abertura oficial do Encontro

Maria Vaz Pinto,aci (Ir.Provincial)

Sejam bem-vindos a esta terra, a este colégio e a este Encontro.

Como sabem, há pouco mais de um ano a nossa Congregação optou por juntar as

comunidades e obras existentes em França, Inglaterra, Irlanda e Portugal, num

esforço de reorganização e melhor aproveitamento dos nossos recursos, humanos e

materiais, com vistas à Missão.

A Igreja, no anterior Sínodo dos Bispos, em 2012, lançava-nos um desafio a não

desistir da velha Europa e apostar numa Nova Evangelização. Nova na fase, nova nos

métodos, nova no impulso… Nós quisemos responder. E daí a união dos nossos 4

países.

Hoje, estamos aqui reunidos a “fazer História”..., pois este é o primeiro Encontro das

Equipas Diretivas dos 5 colégios da nova Província da Europa Atlântica. Que bem soa,

não é? Parece muito importante!

E queremos que o seja: queremos que marque o início de um caminho de

colaboração, de formação, de caminhar juntos na reflexão e na partilha de boas

práticas, procurando o melhor para os nossos alunos e alunas.

Todos queremos prepará-los convenientemente para o mundo do trabalho, da

investigação, das artes, das letras, das ciências…; queremos prepará-los para o

exercício de uma cidadania crítica e ativa, para a construção da Justiça e da Paz à sua

volta, para o cuidado da Criação, para a profundidade e interioridade, para uma Fé

consciente e comprometida… Em definitiva, queremos prepará-los para a Vida, para o

Mundo, para o Amor. Isso temos em comum!

Por outro lado, nós, Escravas do Sagrado Coração de Jesus, temos uma tradição

riquíssima que seria um desperdício não conhecer e não aproveitar. Nas origens da

nossa Congregação, em 1877, estava o desejo ardente de responder a duas grandes

necessidades daquele tempo: a Educação – sobretudo de quem menos acesso tinha a

ela: “as meninas pobres”, como diziam as Fundadoras; e o dar a conhecer o Amor de

Deus, que salva, cura, reconcilia, repara… e que, para isso, se faz tão próximo ao

Encarnar em Jesus Cristo e ao tornar-se presente na Eucaristia.

Estas, são também e ainda necessidades do nosso tempo. E, assim como as irmãs de

então procuraram escutar a voz do Espírito para encontrar uma resposta que, de

forma adequada e ajustada ao seu tempo e circunstâncias, resolvesse essas

necessidades e dificuldades, de igual forma o Espírito Santo move uma resposta em

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nós que responderá às situações e dificuldades com que nos encontramos… Há que

buscar, há que discernir e, depois, há que atuar.

Vejo, com gosto e agradecida, que o Encontro está muito bem preparado: a sala tão

bonita, os cartazes, os detalhes, os passeios organizados… Tudo o que a Irene e a

Equipa deste Colégio prepararam com tanto cuidado e carinho, certamente ajudará

muito, criará muito bom ambiente…, mas o fruto que esperamos deste Encontro vai

muito para além de tudo isso…

Escutaremos duas conferências, uma sobre “Santa Rafaela Maria e a Educação”, e

outra sobre a “Pedagogia do Coração”, que juntamente com a Espiritualidade Inaciana

formam o estilo pedagógico que nos é próprio. E tenho a certeza de que serão muito

boas conferências e sentir-nos-emos mais ricos… Ouviremos, também, falar de boas

práticas, que nos darão ideias e, possivelmente, começaremos a próxima semana

entusiasmados com o que vimos e ouvimos… Mas o fruto do Encontro não ficará só

aí…

Porque não é tanto o que escutarmos que fará a diferença mas o que, cada um, cada

uma, puser da sua parte. Toda a nossa riqueza, com aquilo que é próprio e único de

cada um(a) de nós, posto em jogo, partilhado, oferecido e recebido, é o que fará que o

Encontro dê um fruto que traga mudança, que nos leve mais longe e que perdure em

nós.

Essa é a dinâmica da Eucaristia. É aquilo que o Senhor faz com o nosso pequeno pão

que Lhe entregamos… e que Ele toma – acolhe e agarra – nas suas mãos; que Ele

abençoa – diz bem do que lhe levamos, de quem somos –; que Ele parte e reparte… e,

esse pequeno pão partilhado entre todos, a todos alimenta e ainda sobra… Que assim

seja também com aquilo que aqui partilharmos entre todos!

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O espírito de Stª Rafaela

presente hoje na Educação nas nossas Escolas

Mary Corr,aci

Fiquei muito satisfeita quando a Ir. Irene me convidou para partilhar algumas da

minhas reflexões sobre Rafaela e o seu espírito nas nossas escolas, visto que é um

assunto que me tem animado e desafiado em igual medida, nos últimos 30 anos de

trabalho nas nossas escolas. No entanto, é a primeiro vez que falo sobre este assunto.

Por isso, senti-me um pouco perdida e sem saber por onde começar. A minha

primeira ideia foi recorrer às suas cartas, à sua vida e contar com simplicidade a sua

história recheada de boas citações e factos históricos. Mas, após alguma reflexão,

pensei que muito desse material já nos é familiar. Seria com certeza mais útil refletir

sobre como seguimos o seu espírito educativo, na experiência vivida do dia a dia na

escola.

De um ponto de vista pessoal, esta palestra é muito oportuna, pois, na nossa escola

em Dublin, onde trabalho há 14 anos como Diretora, estamos a enfrentar um período

de transição. Estamos atualmente no processo de escolher a minha sucessora. A

escola vai iniciar uma nova fase na sua caminhada. Sentimos necessidade de refletir

sobre quem somos, o que nos motiva, o que procuramos alcançar e como avaliamos o

sucesso.

Espero que nos possam ajudar!

Assim, gostaria de vos recordar um pouco a história de Rafaela, para vos dar o

contexto da sua visão fundadora. Vou, então, nomear alguns dos seus principais

valores e como eles se traduzem no contexto no qual estou a trabalhar.

Gostaria, ainda, de partilhar convosco alguns dos verdadeiros desafios que enfrento

ao viver estes valores, numa escola primária de grandes dimensões e muito viva.

Espero que ao fazê-lo possa dar início a um diálogo sobre a nossa experiência de

Rafaela e o seu modo de educar, na esperança de que possamos partilhar palavras de

encorajamento e de apoio.

Rafaela nasceu na pequena cidade de Pedro Abad, na Andaluzia em 1850. Nasceu

numa família numerosa rodeada de amor e num ambiente privilegiado, pois o seu pai

era proprietário rural e presidente da câmara da sua pequena cidade. Sabemos dos

seus escritos que desde muito jovem, Rafaela tinha uma relação pessoal muito

profunda com Deus. Tinha uma perceção intensa das dores da humanidade,

provavelmente aprendida com os pais, que cuidavam dos próximos com enorme

generosidade. O seu pai morreu quando Rafaela tinha somente cinco anos, após

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contrair cólera quando visitava as pessoas doentes na cidade. A mãe de Rafaela teria

continuado esse papel junto dos habitantes, ajudada sem dúvida por Rafaela e pela

sua irmã Dolores. As duas irmãs foram educadas em casa, enquanto os irmãos

estudaram fora. A experiência da morte muito súbita da sua mãe, quando Rafaela

tinha apenas dezoito anos, serviu para aprofundar a sua convicção de que só Deus

poderia satisfazer os desejos mais profundos do seu coração e dar significado e

propósito à sua vida.

Assim em 1877, Rafaela e Dolores decidiram entregar-se completamente a Deus na

vida religiosa e, através da sua Igreja, servir o seu Povo.

O Bispo de Córdoba foi o primeiro a sugerir a Rafaela e a Dolores que a maior

necessidade da sua diocese era a educação dos jovens. O governo de então tinha

acabado de encerrar as escolas gratuitas. A Rainha estava exilada e os Jesuítas tinham

sido expulsos do país. Os jovens andavam sem rumo, sem ninguém que os orientasse

ou lhes apontasse caminhos. Tinham poucas razões de esperança num futuro melhor.

Rafaela e Dolores juntaram-se a uma pequena Congregação de Irmãs, chamadas

Irmãs Reparadoras. Sabemos que após alguns meses, várias jovens se tinham juntado

a este pequeno grupo que se dedicava inteiramente ao trabalho da reparação, através

da devoção a Cristo na Eucaristia e ao trabalho da educação, especialmente entre os

pobres. O grupo olhava para Rafaela como líder e todas, com exceção de duas,

decidiram ficar com ela quando as Irmãs Reparadoras decidiram sair de Córdoba,

para se dedicarem a um estilo de vida mais monástico, que não incluísse a tarefa

educativa. Estas Irmãs seguiram-na até para fora da diocese, quando ao enfrentarem

as restrições que o Bispo de Córdoba queria impor, decidiram partir para Andujar e

mais tarde para Madrid.

É interessante reparar, que tal era a capacidade de Rafaela em lidar com as pessoas,

que alguns anos mais tarde foi convidada para abrir escolas nesta mesma diocese a

pedido do mesmo Bispo.

O amor ao coração de Cristo na Eucaristia era o centro da vida de Rafaela. Com uma

visão de mística, ela sabia que cada criança era profundamente amada por Cristo.

Queria que cada criança conhecesse esse amor e experimentasse o seu poder

transformador. Ela considerava o papel de educadora como a daquela que

acompanha e que viaja com as crianças a seu cargo.

É um paradoxo curioso o facto de, apesar de Rafaela nunca ter dirigido nenhuma

escola e provavelmente nunca ter ensinado numa sala de aula, ser uma grande

educadora!

Ela apoiou e tornou possível o crescimento das escolas.

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Formava e capacitava as jovens irmãs e, através delas, cumpria a sua missão de

proporcionar uma educação holística ao maior número de crianças possível. Uma

educação holística que alimentava o bem estar emocional, académico e espiritual de

cada criança.

A sua visão era universal, “os nossos corações não se devem limitar a alguns

“escrevia, mas “devem alcançar o mundo todo”. “ Deem o vosso coração

completamente à educação”, incitava as jovens irmãs que iniciavam a carreira na

educação. Que quereria ela dizer com a expressão “dar os nossos corações

completamente à educação”? Como gostaria ela que o fizéssemos hoje?

Escolhi algumas características do estilo particular de Rafaela na educação, ou o que

eu descreveria como os seus valores chave, que me parecem responder à questão.

Não são exaustivos. Estão interligados e conectados entre si.

1. Educar com Amor e por Amor

Numa das primeiras publicações do nosso Instituto “Ora et Labora” descreve logo em

1903 a nossa educação como a “Pedagogia do Coração”. É um conceito bastante difícil

de exprimir em inglês. A tradução que eu prefiro é “educar com amor e por amor”.

Colocamos a criança no centro de tudo aquilo que fazemos. Rafaela escreveu a uma

das primeiras irmãs que ensinava numa das nossas escolas: “ trate cada criança com

muito amor, pois Cristo deu a sua vida por ela”.

Significa que para sermos eficazes como educadores devo saber o nome de cada

criança, conhecer o seu contexto, as suas dificuldades, as suas esperanças e os seus

êxitos. O modo de educar de Rafaela , o nosso modo de educar é centrado no coração.

É relacional, é pessoal com cada criança. Como diretores e professores, a nossa

primeira tarefa é “estar presente” para cada membro da família educativa. Significa

estar à porta da escola todas as manhãs, significa andar pelo recreio nos intervalos,

significa manter a porta do gabinete aberta e a porta do coração aberta, mesmo se há

milhares de papéis a amontoarem-se na secretária! Rapidamente nos tornamos

especialistas em entender um olhar que revela ansiedade ou sofrimento- é nesses

momentos que precisamos de estar presentes.

Aprendi uma lição valiosa na semana passada, quando uma jovem mãe parecia andar

às voltas com uma expressão muito zangada no rosto. Dois professores tinham

faltado e eu andava a procurar substitutos, tínhamos um inspetor no edifício, quando

ela pediu “tem um minuto, Irmã Mary”? Para ser sincera fiquei sem fala, mas espero

que ela não tenha percebido! Respondi, claro e sentámo-nos no meu gabinete. Ela

contou-me que lhe tinham acabado de diagnosticar cancro e que não tinha ninguém

com quem falar. Claro que também temos os momentos felizes como quando a Orla

Ryan, do quinto ano, esteve até às cinco horas à minha espera, porque não podia ir-se

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embora para casa sem me contar, que tinha recebido uma boa nota a Matemática

nesse dia.

Rafaela queria que cada criança experimentasse o amor de Deus por ela e a nossa

tarefa é facilitar essas experiências no modo como nos relacionamos e no modo como

ensinamos.

Estou convencida de que é a qualidade das relações a todos os níveis vividas nas

nossas comunidades educativas que dão forma e vida à nossa missão.

Devemos procurar o bem em cada um e encorajar os outros a fazer o mesmo, através

do nosso exemplo.

Foi isto que Rafaela fez e foi como ela formou as jovens irmãs, que enviava para as

suas escolas. Recordam-se daquela famosa carta em que ela admoesta uma jovem

irmã que se queixava acerca do comportamento de algumas das crianças a seu cargo.

Num documento de 1903 uma das irmãs, muito próxima de Rafaela escrevia “A

maneira mais segura e mais fácil de ganhar o coração das crianças é com bondade e

gentileza”. Isto não quer dizer que não sejamos firmes e muito claras quanto às nossas

expectativas. Numa carta ao sobrinho Ramón, Rafaela pede-lhe para não mimar os

seus filhos porque eles precisam de ser muito fortes para lidar com êxito, com o que a

vida lhes trouxer.

Queremos que as nossas crianças não adquiram somente conhecimentos e

competências, mas também capacidade de resistir, para que durante a vida

transformem os sonhos, modestos ou grandiosos, em realidade. A resiliência é uma

qualidade que é necessária na vida moderna. “Ad Finem Fidelis”, o nosso lema

educativo desde os primórdios, refere-se não somente à fidelidade de Deus para

connosco, mas igualmente à nossa fidelidade à tarefa que nos foi confiada.

2 Uma comunidade de Fé

Cada membro da nossa comunidade educativa forma uma comunidade de Fé... uma fé

que é alimentada pela celebração do sacramento e pela oração. Uma Fé que forma o

nosso modo de olharmos para tudo. “ Estamos no mundo como num grande templo”,

escreveu Rafaela a uma das jovens irmãs. Este modo contemplativo de estar no

mundo é algo característico de Rafaela e é algo que procuramos desenvolver nas

nossas escolas. Está não só relacionado com observar, mas com ouvir, sentir, tocar,

falar e estar em silêncio. A contemplação convida-nos a entrar no mundo dos novos

significados, a ser permeáveis a permitir a mudança das nossas perceções. Através

das realidades criativas ensinamos os nossos jovens a conectar-se com uma realidade

mais profunda, o Espírito de Deus vivo e atuante em todas as coisas.

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3 Uma Comunidade unida em espírito de serviço humilde

Rafaela acreditava profundamente que nenhuma comunidade poderia ser eficaz a

não ser que estivesse unida à volta de um objetivo comum. “Devemos estar tão unidas

como os dedos da mão”, escrevia às Irmãs de Córdoba. O estilo de liderança de Rafaela

não era a partir do topo, mas a partir do centro. Era um estilo colaborativo e

capacitador. Era igualmente muito humilde. Toda a sua atitude era de serviço. Ela

assumia as tarefas mais humildes da casa e durante os últimos anos, após ter sido

retirada da sua função de Superiora Geral, consequência de intrigas humanas, aceitou

o difícil papel de ser simplesmente um membro excedentário da comunidade, sem

funções e sem reconhecimento, mas com uma graça e humildade, que em si era fonte

de vida para a Congregação que ela tanto amava. Para nós, este espírito de serviço

humilde é um maravilhoso exemplo da importância de todo o trabalho invisível que

fazemos na escola diariamente. Quem vem durante as férias para limpar, para

preparar uma escola feliz pelas crianças regressarem, quem vai a intermináveis

reuniões à noite e quem espera que venham buscar a última criança antes de fechar a

porta, quem faz o almoço para a criança que não trouxe comida, quem está presente

quando a criança adoece? São vocês, não é verdade? Rafaela diria que isto tem um

enorme valor. Nunca devemos subestimar a importância e o valor destes atos

escondidos de serviço na vida das nossas escolas!

4: Uma Comunidade que é Universal, Diversa e Inclusiva

Desde o início da Congregação, Rafaela pedia às Irmãs para serem universais na sua

visão e, por isso, muito inclusivas. Para ela, a principal diferença era de classe social.

Mas, hoje nas nossas escolas ainda existe uma maior diversidade. Somos chamadas a

celebrar a diferença. Nem sempre é fácil combinar a diversidade com o conjunto de

valores chave que estão incorporados nas nossas escolas. “O coração de uma Escrava

não deve estar limitado”, escrevia Rafaela, cada aluno merece igualdade de acesso às

melhores oportunidades de aprendizagem.

5: Uma Comunidade caracterizada pela abertura e diálogo, em que todos estão

sempre a prender

Quando educamos através do diálogo, não consideramos o aluno como um mero

recipiente passivo da informação. Nós esperamos que ele digira e reproduza de um

modo reconhecível, no final de um módulo ou lição. Queremos que as nossas crianças

desenvolvam pensamento crítico e que o nosso currículo, esteja constantemente a

evoluir, à medida que dialogamos e aprendemos mutuamente.

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Os pais são os nossos principais parceiros no trabalho da educação. Pergunto-me

constantemente como posso melhorar a comunicação com eles? Como posso

aproveitar a maravilhosa energia, competências e apoio que eles nos podem

oferecer? Isto acontece através do diálogo com eles. E principalmente tenho de ouvir!

Na Irlanda, a nossa autoavaliação pede que envolvamos os pais no planeamento

escolar e que lhes peçamos comentários sobre o que fazemos. Devemos ouvir o que

têm a dizer e envolvê-los na vida da escola. Tem tudo a ver com ouvir, não é? Mesmo

quando dizem coisas que preferíamos não ouvir!!!

As professoras na minha escola sabem que eu gosto de seguir uma ordem de tarefas,

ou seja, fazer o que há a fazer o melhor que podemos e depois seguir para a próxima

tarefa. Em conjunto com os pais, temos vindo a angariar fundos para comprar Ipads

para os dois últimos anos de escolaridade. Estamos quase a terminar a angariação e

todos os pais, de facto toda a comunidade de Stillorgan, estão a colaborar. Imaginem

o meu desespero quando após averiguarmos o que as outras escolas estavam a fazer,

na segunda-feira passada, cinco professores disseram-me que afinal o que

precisávamos eram computadores portáteis e não ipads! Só me apetecia chorar! A

verdade é que de cada vez que falamos sobre a utilização da tecnologia como uma

ferramenta de aprendizagem, tenho vontade de enterrar a cabeça na areia e esperar

que tudo isso passe, porque não compreendo nem controlo esta situação. Sinto-me

um bocadinho como Rafaela quando escreve à sobrinha sobre as suas tentativas de

aprender inglês, numa idade já avançada, de modo a poder exprimir a sua

solidariedade às Irmãs que iam para Londres abrir a nossa primeira escola! A

maneira como ela se descreve é dizer que as suas tentativas fariam a sua sobrinha rir!

Ela nunca parava de aprender!

Rafaela era uma magnífica comunicadora….. Escreveu centenas de cartas! Se fosse

viva hoje, sem dúvida que teria um Blog e usaria o google, e iria encorajar-nos a todas

a usar da melhor maneira as novas tecnologias. Através do diálogo construímos

parcerias e um sentimento de pertença. O nosso espírito não deve recear as

perguntas, a avaliação, a reorganização e o trilhar novos caminhos.

6: Uma comunidade que está junto dos pobres e cuida da Terra

As primeiras escolas que Rafaela abriu eram “escolas gratuitas” para as crianças que

de outro modo não teriam acesso à educação. Estas escolas continuaram a ser uma

prioridade para Rafaela. Estavam habitualmente localizadas junto às escolas pagas,

para que pudesse haver uma partilha de recursos e de pessoas entre ambas e para

existirem possibilidades das crianças de ambas as escolas aprenderem umas com as

outras.

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Hoje, mais do que nunca, Rafaela desejaria que ajudássemos as crianças a construir

pontes de compreensão entre culturas e tradições, entre os que aprendem de modo

diferente, os que têm um aspeto diferente e se vestem de modo diferente. Estamos a

educar cidadãos globais para um mundo cujos escassos recursos necessitam ser

cuidados e partilhados!

Resumindo:

Os valores chave das nossas escolas, que eu considero como essenciais são...

recordam-se?

Educação com amor e por amor

A escola como uma comunidade de fé

A escola como comunidade unida em espírito de serviço humilde

A escola como comunidade universal, diversa e inclusiva

A escola como comunidade caracterizada pela abertura e diálogo, em que todos

aprendemos durante a toda a vida

A escola como comunidade junto dos pobres e que cuida da Terra

A tarefa de cada professor, e em especial do Diretor, é facilitar a aprendizagem e o

crescimento pessoal través da criação dum ambiente caloroso e afetuoso, no qual

todos se sintam valorizados e apreciados. É ser capaz de dizer palavras de

encorajamento e palavras de compaixão. É desafiar sem esmagar, convidar,

convencer e encorajar os outros a avançar e dar mais, arriscar mais de modo a formar

os jovens nos valores evangélicos, que irão fazer a diferença no mundo. E sim...esta

tarefa que nos é confiada exige o nosso coração na sua totalidade e mais... Recordo

um poema que um professor partilhou comigo recentemente:

“Where is the life we have lost in life?

Where is the wisdom we have lost in knowledge?

Where is the knowledge we have lost in information?”

in “The Rock”, T.S. Eliot

Recorda-me a história do bebé que segura o dedo da mãe. Mais tarde já consegue dar

a mão e há um tempo em que precisa de um ombro para se apoiar.

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Os desafios que enfrentamos hoje são muito diferentes dos desafios que

Rafaela enfrentava.

Alguns membros do nosso pessoal sofrem de esgotamento, porque a carga de

trabalho é demasiado pesada. Somos bombardeados por iniciativas do Governo e

nem todas as tarefas podem ser delegadas. Embora o nosso objetivo deva ser

articularmos uma visão para o futuro, isto nem sempre é possível na prática.

Encontro-me diariamente a apagar fogos, a lidar com as crises do dia-a-dia. Cada vez

mais temos de lidar com relações problemáticas na vida familiar. Considero que a

necessidade de um maior apoio pastoral é essencial e, sinto com frequência, que não

temos formação para lidar com algumas das questões que nos aparecem.

Não podemos ignorar a economia de mercado predominante. Não há dúvida de que

os imperativos de êxito visível e mensurável, o equilíbrio financeiro e os rankings

acrescentam um nível adicional de responsabilidade e, por conseguinte, de pressão e

de stress. As escolas estão a ser principalmente avaliadas em termos do seu êxito

académico e alguns pais não apreciam os valores evangélicos. A nossa cultura de

estipular metas é frequentemente fonte de ansiedade.

Os professores sentem cada vez menos confiança ao ensinar Educação Religiosa. Às

vezes penso que as crianças falam uma outra linguagem que preciso de aprender

para tornar a Educação Religiosa relevante para as suas vidas.

Como líder da comunidade educativa considero muito difícil equilibrar as

preocupações com o bem-estar pastoral de cada membro do pessoal, com as minhas

funções de gestão, especialmente na gestão de desempenho e na avaliação da

competência profissional.

É fácil perder de vista os nossos verdadeiros valores perante estes desafios! É fácil

sentirmo-nos desencorajados!

Vou terminar com uma história que vos vai animar:

Becky está no primeiro ano da secundária (7º ano). Não é católica. Na semana

passada escreveu à sua professora do 6º ano, Mrs. Sullivan, e dizia “muito obrigada

por me ter levado a viajar tanto física quanto intelectualmente”... De facto esta

professora tinha conduzido a Becky a viagens muito especiais!

A VERDADEIRA viagem a que ela a conduziu foi a que Rafaela queria que nós

conduzíssemos todas as nossas crianças: a viagem que permite aos jovens viver em

gratidão, em confiança, viver sem a bengala ou o ressentimento de uma mente

fechada. É a viagem que conduz à compaixão e ao compromisso, que constrói

competências e aptidões, que forma pessoas capazes de suportar os fardos dos

outros! Essa é a VERDADEIRA viagem que a Becky fez e que continua a fazer na nossa

escola secundária.

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Antonio Machado, poeta espanhol, escrevia no tempo de Rafaela: “Caminante, no hay

Camino, se hace al camino al andar”. Antonio Machado está certo, pois o amanhã e os

seus desafios na educação ainda não estão claros...mas o que está claro são os nossos

valores essenciais, o espírito que nos caracteriza e o nosso propósito, que recebemos

de Rafaela e que tem verdadeira importância para os que estão sob o nosso cuidado.

Estes valores não desaparecem com o tempo. Rafafela descreve-se a si própria como

o alicerce, como a pedra basilar à volta da qual todos os nossos centros de

aprendizagem estão construídos. Ela confia-nos este espírito para vivermos do modo

mais criativo e dinâmico que soubermos e para o bem das crianças que servimos. Não

tenho dúvidas de que ela está muito satisfeita por estarmos aqui hoje, a procurar

enriquecer a vida das escolas da nossa Província e apoiarmo-nos mutuamente na

nossa missão comum.

Questões para debate

No ano passado, o que vos fez mais feliz na escola? Que quer destacar e celebrar de

todos os acontecimentos do ano passado?

Que desafios enfrentam hoje e o que mais ameaça o espírito característico das vossas

escolas?

Após este primeiro encontro como grupo de escolas das Escravas na nossa Província,

o que gostariam de fazer a seguir? Em que áreas da nossa vida escolar nos podemos

apoiar? Como podemos fazê-lo?

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Pedagogia do Coração – desafios no contexto atual

Isabel Alves

Como vemos o mundo

O contexto atual é a casa da nossa liberdade.

Para o sociólogo Zygmunt Bauman, o momento atual é uma modernidade líquida –

uma sociedade que não mantém a sua forma, não é estável, marcada por constantes

transformações, imprevisibilidade, instantaneidade… (trabalho, tecnologia,

competição, eficiência, individualização,…). É um mundo do imediatismo, do

movimento e das coisas descartáveis, de ansiedade, incertezas e insatisfação, de

necessidade desmesurada de aquisição de bens e produtos e busca de receitas para

uma vida melhor, a todo o custo.

A escola é o contexto dentro do contexto, com tudo o que de bom e de mau marca

este momento da modernidade.

Sim, vivemos tempos marcados por egocentrismos desmedidos que, na sua ânsia de

Poder e de Ter, espalham a pobreza, a guerra, a destruição dos seres e do planeta…

Sim, vivemos tempos de crise de valores e de humanidade, que nos indignam…

Mas, vizinhos de todos os males, habitam o Amor e a Esperança, nas suas mais

variadas manifestações!

O contexto atual é o aqui e o agora, que são nossos para sobre eles fazermos escolhas:

- mergulhar na angústia impotente perante um mundo condenado;

- deixar-se levar, sem opinião e sem coluna vertebral;

- agir, curar feridas, semear vida.

As nossas escolhas – quem nos motiva a fazê-las

- Enquanto crentes, somos chamados a viver a “Alegria do Evangelho, que enche o

coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus.” E ainda, a viver fora do

comodismo e do isolamento – “De facto, os que mais desfrutam da vida são os que

deixam a segurança da margem e se apaixonam pela missão de comunicar a vida aos

demais.” (Papa Francisco, Evangelii Gaudium, 1;10).

- Enquanto equipas diretivas das escolas desta Província, já Santa Rafaela Maria nos

tinha chamado a sermos pessoas de Paz e de Festa. E ainda, a termos uma visão

cordial da vida e não regatearmos esforços na educação (“Miren a los niños

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especialmente com el interés con que se mira una cosa de mucho precio: pues cada uno

a costado la sangre de todo un Dios.” – 1887).

De facto, nós escolhemos bem. Ora situemo-nos: somos crentes, somos educadores e

fazemos equipa com as Escravas do Sagrado Coração de Jesus… Se fôssemos do

exército, pertenceríamos às Forças Especiais!

Isto torna-nos mais privilegiados, mais capacitados e mais comprometidos com a

missão educativa que abraçámos. E, claro, mais responsáveis.

A nossa responsabilidade

Todos sabemos o que é esperado de nós enquanto diretores – as nossas funções estão

descritas nos regulamentos de cada escola, mas basta-nos ficar por aquela que serve

de capa a todas as outras: Somos responsáveis por que as nossas escolas cumpram o

fim para que foram criadas – a educação evangelizadora, ao estilo das Escravas do

Sagrado Coração de Jesus.

O nosso apoio

A nossa base? – A Pedagogia do Coração!

É a pedagogia do amor: partir do coração de Jesus, abrir o nosso coração e nele

instalar os nossos alunos, educar-lhes o coração fazendo-os sentir-se amados e

impelidos a fazer o bem…Todos eles, os mais ou menos estudiosos, os mais ou menos

sensíveis, os mais ou menos travessos, os mais ou menos cumpridores, hão de sentir-

se “de mucho precio”. E esse amor há de ser o motor e o suporte de todas as outras

aprendizagens. E esse amor há de ser transformador agora, enquanto estão connosco

e no futuro, quando forem eles os construtores do mundo que queremos melhor.

As fundadoras da Congregação só podem ter sido inspiradas por Deus para tal

vanguardismo! Ainda hoje, assumirmos esta Pedagogia do Coração é revolucionáro!

Elas não tiraram cursos de pedagogia (teriam desperdiçado o seu tempo). Sabemos

que buscaram inspiração noutros institutos com tradição no ensino. Alguma delas

pode até ter lido o que escreveu o bispo francês Félix Dupanloup (1802-1878): “À

tarefa do educador é confiado o que há de mais precioso na sociedade, ou seja, as

crianças; aquilo que há de mais precioso nas crianças, o coração. Não tanto o externo, o

comportamento visível, o trabalho, a escola, mas o interno, o coração, a religião e a

educação dos sentimentos.” (Scritti, IV). Mas para o estilo educativo que criaram e

desenvolveram (educadoras del corazón y desde el corazón) não havia fundamento na

ciência dos homens.

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Nos tempos modernos, várias correntes, estudiosos e investigadores pós-Escravas

defendem a importância do coração, do amor, dos afetos e das emoções em

pedagogia, como indispensáveis para a aprendizagem. Contributos como os de

Howard Gardner, Daniel Goleman, António Damásio, Ken Robinson e tantos outros,

têm sido de enorme valor para que a escola atual se vá despindo do academicismo

obsoleto que vestia e passe a conhecer melhor os seus alunos. Os professores de todo

o mundo estão obrigados, por compromisso com o seu próprio profissionalismo, com

os alunos e com as tutelas educativas, a fazer a sua formação contínua, mantendo-se

atualizados.

Mas nós, os afortunados deste grupo e todos os que trabalham connosco, temos mais

fonte onde ir beber: à proximidade das Escravas e a todos os escritos sobre educação

que, desde as fundadoras do Instituto, nos inspiram e enriquecem!

Mas atenção! Esta Pedagogia do Coração faz-nos não só apressar o passo na formação

e atualização constantes, mas também ir muito mais longe:

- Viver a nossa missão com a alegria e a humildade de sermos colaboradores na

missão do coração de Jesus;

- Abraçar todos os nossos alunos na sua singularidade, “com predileção pelos mais

frágeis” e prestar-lhes o melhor serviço educativo personalizado!

As próprias Escravas dizem-nos como:

- “Uma qualidade indispensável a todo o educador é a de amar a todas as suas alunas.

Se este amor verdadeiramente existir (…) ele nos fará buscar em cada momento aquilo

que convém a cada aluna.” (M. Cristina Estrada, 1951);

- “Conhecer a criança para adaptar o trabalho à capacidade da mesma, à sua maneira

de ser, ao seu temperamento… Além disso, este adaptar-se é, de certa maneira, um

dever de justiça, pois devemos respeitar e desenvolver na criança todas as qualidades

naturais que Deus pôs nela, e educá-la sem truncar nenhuma das suas riquezas

naturais.” (M. Oliva Reina, 1932);

- “Individualizar a educação num modo e forma que precisarem as necessidades de

cada criança. Educar a cada uma, pois cada criança é um exemplar único: as almas não

se repetem.” (M. Oliva Reina, 1940);

- “Não há impedimento que tanto desmoralize e incapacite para o trabalho com uma

criança, do que o exigir-lhe esforços superiores à sua capacidade. Este é um ponto que

deve ter muito em conta a professora, pois o graduar aquilo que se deve exigir a cada

aluna é um trabalho que requer muita concentração e ainda abnegação e estudo.”

(Regulamento, Madrid);

- “Para algumas o ideal parece ser que as alunas da mesma turma tenham o mesmo

nível (…) mas é evidente que dentro da mesma turma há crianças com capacidade

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intelectual diferente, e o mérito da professora está em que, a maioria daquelas que têm

menos capacidades assimilem o fundamental do programa, as alunas médias o

dominem quase todo e aquelas com maior capacidade trabalhem para cultivar as suas

faculdades segundo as capacidades. (…) Sei que isto é difícil e não o digo para que o

façam já mas para que orientem o seu trabalho nesse sentido.” (M. Margarita

Aguirrezabala, 1954);

- “A nossa pedagogia é essencialmente de “afeto”: isto deriva do Amor que gera vida,

respeita o ritmo do crescimento e as diferenças das pessoas.” (Carácter Próprio).

Assumir a Pedagogia do Coração só é possível se tivermos paixão pelo que fazemos e

se constantemente cuidarmos, também, o nosso coração;

Assumir a Pedagogia do Coração só é possível se percebermos o “Reparar” das

Escravas – o olhar que vê mais fundo, que vê com o coração e chega ao coração, traz à

luz tudo o que há de bom, que percebe a fragilidade, que cuida, cura, transforma e faz

crescer;

Assumir a Pedagogia do Coração é nunca desistir de um aluno;

Assumir a Pedagogia do Coração é reconhecer a riqueza da coesão de toda uma

comunidade e ser corpo;

Assumir a Pedagogia do Coração é aceitar viver de pé, pronto para caminhar,

buscando constantemente as respostas para a mudança;

Amar os nossos alunos e acompanhar o seu crescimento humano e cristão,

combinando firmeza e ternura, como escreveram as fundadoras, é muito mais do que

sermos firmes e termos com eles palavras e gestos afetuosos: é acolhê-los e conhecê-

los, aprender a responder às suas necessidades a todos os níveis, atender aos seus

ritmos e dificuldades, é facilitar-lhes a descoberta e o desenvolvimento das suas

capacidades, incentivá-los à superação dos seus medos e pontos fracos, é ensiná-los a

gerir as suas emoções, a lidar com o êxito e a frustração, é motivá-los para darem o

seu melhor – “Magis” – sempre.

Objetivos da Pedagogia do Coração

Os objetivos da Pedagogia do Coração, pela sua profundidade e abrangência

intemporais, continuam a ser os mesmos, desde os primeiros tempos:

- “Se verdadeiramente querem conquistar o coração das crianças há de ser com o único

objetivo de as ganhar para o coração de Jesus.” (M. Mª de los Santos Mártires, 1885);

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- “Que importância tem a educação evangelizadora! (…) É uma opção por Jesus Cristo e

o seu Reino. É uma opção para acompanhar a vida do outro, na sua vida humana,

cristã, pessoal, social e fraternal…” Rita Burley aci, 2000);

- “A pedagogia do coração deve ser para nós o caminho pelo qual acompanhemos os

nossos alunos a crescer e amadurecer em todos os aspetos da sua personalidade. Porque

ao nascer do amor, deve respeitar a identidade de cada um para que seja agente da sua

própria formação e possa colaborar na construção de uma sociedade onde seja

prioritário o ser, o respeito pelo outro, a solidariedade e a busca do que é mais justo e

fraterno.” (Teresa Laiseca aci, 2003)

- “Somos convocados por este Deus, amigo da vida, para colaborar com Ele no fazer

possível o seu sonho para cada pessoa e para o nosso mundo. (…) Somos enviados de

acordo com a nossa identidade, com os rasgos da nossa pedagogia reparadora, para

trabalhar com os que têm um coração universal e disponível para a missão de Deus,

como queria Santa Rafaela Maria.” (Inmaculada Fukasawa aci, 2014);

Os novos desafios

Na XIX Congregação Geral (fevereiro de 2012), valoriza-se, como desde os primórdios

do Instituto, uma “educação integral que abarque todas as dimensões do ser humano” e

sublinha-se que “O desafio de educar em valores cristãos para a sociedade do séc. XXI

passa por uma educação que integre a prática do discernimento. Supõe fazer dos nossos

alunos/as protagonistas do seu crescimento, harmonizando responsabilidade e

liberdade, pondo-os em situação de escolher e decidir com responsabilidade. A educação

deve ser capaz de suscitar perguntas, de abrir horizontes, de gerar criatividade. Uma

educação que os faça capazes de buscar respostas próprias, de descobrir as

necessidades dos outros, de escutar a dor dos que sofrem, de não se conformar com a

injustiça.” (Inmaculada Fukasawa aci, 2014)

Para nós, o grande desafio é, portanto, encontrar os modos de responder a este

desafio da Educação Evangelizadora / Pedagogia do Coração.

Planos de ação

Somos equipas diretivas, por isso o desafio é, em primeiro lugar, para nós, pois

estamos chamados a desafiar-nos e a desafiar todos os setores das nossas

comunidades educativas.

Desafios são estímulos para a ação que nos levam a estabelecer planos, traçar

caminhos, estabelecer metas.

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Para isso, temos de começar por refletir sobre a escola que temos e se é assim que a

queremos. As perguntas que a seguir coloco pretendem apenas ajudar à reflexão,

para decidirmos da necessidade, ou não, de estabelecermos planos de ação. Incluo

alguns comentários e citações, só para amenizar a secura das perguntas:

- Como vemos a nossa escola? – Como vemos o nosso projeto educativo? Que

prioridades estão estabelecidas? Que autonomia temos e o que fazemos com ela?

Como escola católica, damos a resposta de que a sociedade precisa? Como estamos a

responder à mudança? Estamos atentos à realidade que nos rodeia e ao mundo?

Educamos para o voluntariado, a solidariedade, a fraternidade? Inovamos?

Roberto Carneiro (2009) fala-nos da escola católica como escola da educação do

caráter, que transmite os valores, orienta, cria amarras sólidas, não se demite, tem

uma identidade forte que lhe é reconhecida. Adverte-nos de que ninguém educa

sozinho e, portanto é preciso criar redes, estabelecer parcerias (dentro da escola e

fora dela) e mostra-nos os sete C das parcerias:

Cultura – a cultura de rede – expandida, chegamos mais longe;

Conhecimento – aporta o conhecimento das partes, muito mais alargado;

Criatividade – as diferenças de pontos de partida, visão, expectativas, levam a

soluções criativas;

Comunidade – melhora-se o sentido de comunidade, o conhecimento da mesma, o

sentido de pertença;

Colaboração – professores, pais, pessoal, alunos, todos são chamados a colaborar uns

com os outros, o que aumenta as experiências de aprendizagem significativa;

Complementaridade – os outros são a outra parte de mim próprio, todos ganhamos;

Confiança – permite o enriquecimento, a construção, o reforçar de laços, o apoiar-se

no outro.

Bem, já não das parcerias, acrescenta-se o C de Carisma da instituição, o modo

próprio, a marca, a dádiva transformadora da sociedade.

“Nos nossos centros educativos estamos chamados a construir comunidade onde

alunos, educadores e pais trabalhem em comum pela realização do projeto educativo. A

comunidade educativa está chamada a ser comunidade cristã, em cujo quotidiano se

vive e anuncia a alegria do evangelho. Esta comunidade é a que educa e evangeliza com

o seu testemunho.” (Inmaculada Fukasawa aci, 2014, citando o Papa Francisco);

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- Como vemos os nossos educadores? – Animados, enérgicos, confiantes, usam a

psicologia positiva, estão satisfeitos com os resultados obtidos,… Ou, pelo contrário,

queixosos, desanimados, revoltados com a falta de correspondência dos alunos ao

seu trabalho e esforço? São inquietos, ou conformados e cansados? Trabalham em

equipa, apoiam-se uns aos outros, partilham, são criativos, inovadores? Como se

relacionam com os alunos e com toda a comunidade?

“Será necessário assumir grandes riscos para criar o saber que dará nascimento a uma

inovação radical da escola, se se quer que seja capaz de responder ao desafio atual. A

experiência pode ser dolorosa, mas também apaixonante. Requer-se um saber criado

numa dinâmica de “ida e volta” da prática à reflexão e vice-versa, no qual se há de

correr o risco de pensar e fazer as coisas de outro modo, de ir contracorrente do

imobilismo e do desânimo do “tudo é um desastre” e do “sempre se fez assim.” ( Andy

Hargreaves, 1985)

- Como vivem os nossos educadores a pedagogia do coração? – Sabem do seu

alcance? Fazem dela o seu modo de estar? Acham muito bem, mas é coisa mais de

freiras? Aproveitam dela o ser afetuoso com os alunos, mas desligam-na do resto da

ação pedagógica? Ainda assim, sabem da importância dos afetos?

É importantíssimo que valorizemos o papel da escola no desenvolvimento dos afetos.

O professor deve fazer com que o aluno se sinta alvo do seu amor e não o objeto de

ensino. “O afeto deveria ser a primeira matéria a ser ministrada na escola e a paciência

sua guardiã.” ( Eugénio Cunha, 2008)

“Aprendizagens significantes partem da relação entre pessoas. Os objetivos, os meios e

os resultados são consequências de um relacionamento afetivo e transformador.”

(Thiago Chaer, fundador do Instituto Inovar para Educar, 2013)

“Sem amor não é possível reinventar e reencantar nenhum mundo, nenhuma sala de

aula.” (Roberto Crema, 2004)

- Como vemos os nossos educadores em termos de competência pedagógica?

- Como é que eles veem os alunos? – Acolhem cada um conforme a pedagogia do

coração? Amam-nos, apesar das angústias, inquietações e questionamentos que

provocam, das impertinências, da rebeldia… Ou veem-nos como alunos difíceis, “não

há paciência!”, “já tentei tudo, mas nada resulta”? Como lidam com as dificuldades de

aprendizagem dos alunos? Cuidam a educação personalizada?

- Dominam as matérias que ensinam?

- Dominam e usam as TIC nas dinâmicas de aula?

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- Conhecem o aluno e as etapas do deu desenvolvimento?

- Sabem sobre os mecanismos da mente e da aprendizagem?

- Sabem sobre as inteligências múltiplas?

Howard Gardner definiu-as. Todos as temos! São anatomicamente independentes;

são um potencial; precisam de ser estimuladas; cada uma enriquece-se com as outras.

“Se usarmos a mais forte para estimularmos as outras, obtemos resultados inesperados

e profundos nas áreas fracas.” (Zita Areal, 2012, citando Howard Gardner)

- Sabem as implicações da inteligência emocional (intrapessoal e interpessoal) na

aprendizagem?

Sabemos que toda a aprendizagem é, antes de mais, emocional. António Damásio

(2000) defende que quando pensamos, pensamos com o corpo e com as emoções. “A

emoção faz parte integrante dos processos de raciocínio e tomada de decisão, para o

pior e para o melhor.”

“As emoções determinam a qualidade das nossas vidas.” (Paul Ekman, 2003, Emotions

Revealed)

- Como são as suas aulas?

“Na escola privilegia-se o raciocínio lógico, em vez de se dar a devida medida aos afetos.

As dificuldades de aprendizagem têm muito mais a ver com os afetos e as emoções do

que com a inteligência”. (Nelson Lima, 2001)

- Que estratégias usam para captar e manter a atenção dos alunos?

- Motivam os alunos, que importância dão à curiosidade e à criatividade?

“Os alunos curiosos aprendem a aprender e como fazer disso uma tarefa divertida (…) A

coisa principal que os estudantes precisam de saber não é o que pensar, mas como

pensar de modo a enfrentar novos desafios e resolver novos problemas.” (Amanda Lang,

The Power of Why)

“Somos uma das espécies com Consciência alargada. Podemos ter criatividade

alargada? Aprende-se a ser criativo? Aprende-se a Liderança? Segundo Ken Robinson,

«a criatividade é tão vital no séc. XXI quanto o foi a literacia no séc. XX». O que é o nosso

«Elemento»? Que lugar é esse onde «a Paixão e o Talento Individual de cada um se

revelam permitindo-nos tocar a Excelência»? (Zita Areal, 2012)

“A criatividade potencializa a imaginação humana e, consequentemente, modifica o

método pelo qual as pessoas lidam com a informação e o processamento da mesma.”

(Max Haetinger, Criatividade – a Revolução em Sala de Aula, 2014)

- Asseguram o desenvolvimento das competências transversais? Educam para o

futuro? Educam para a preservação do planeta?

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Jacques Delors (1998) aponta quatro pilares da educação que devem fazer parte do

quotidiano do professor a fim de que busquemos juntos (aluno e professor) um

mundo mais produtivo, justo e saudável para todos. São eles: aprender a conhecer;

aprender a fazer; aprender a viver juntos; aprender a ser. (Unesco – Comissão

Internacional sobre Educação para o séc. XXI)

- Conhecem a importância do lúdico e do jogo?

- Criam e mantêm um ambiente propício à aprendizagem, sem problemas de

indisciplina?

- Proporcionam aos alunos a descoberta dos seus talentos?

- São exemplo para os alunos?

“Um dos maiores objetivos da educação dos jovens deverá ser desenvolver todas as

suas faculdades (…) afeiçoar-se profundamente aos nobres ideais da paz, da

liberdade, da dignidade e igualdade de todos os homens e imbuir-se de respeito e

amor pela humanidade e suas realizações criadoras.” (Assembleia Geral da ONU,

1965)

- Prezam a sua própria formação e atualização?

Temos de abrir as portas à inovação! 2009 foi declarado pela União Europeia o ano

para a inovação e a criatividade. “A criatividade, sustento da inovação, é

principalmente vivencial… e manifesta-se em todos os âmbitos da vida. A inovação

consiste na construção e desconstrução de novas ideias; a criatividade é uma

característica sine qua non da inovação. O salto à inovação, que passa pelo necessário

domínio teórico, precisa da experiência criadora. Por isso, para formar educadores

inovadores só uma formação permanente, criativa pode afrontar o desafio.

Convertamo-nos em educadores que desaprendem para voltar a aprender, porque,

como dizia o sábio Benedetti, quando conhecíamos todas as respostas, mudaram-nos

as perguntas. Aprendamos a desaprender.” (Alfredo H. Calvo, 2012)

A tarefa do professor, será tão mais árdua, quanto maior for o seu apego ao passado.

A coragem de educar acolhe o presente, abre-se à novidade, ao “aprender a

aprender”, projeta-se confiadamente no futuro que vai ser construído pelos alunos.

- Como vemos as famílias dos nossos alunos? – Faz sentido darmos-lhes a

conhecer melhor a Pedagogia do Coração? Como? Basta que deduzam, com base no

modo como educamos os filhos? Como nos desafiam? Que ações para aprofundar a

nossa parceria?

“Cada vez se torna mais necessária esta colaboração Família-Escola, ambas devem ir

na mesma direção e ser coerentes com o que se ensina em cada espaço. (…) É

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importante que os pais se sintam identificados com os valores e a visão cristã que o

colégio oferece, para que a colaboração entre ambos seja eficaz e coerente.”

(Inmaculada Fukasawa aci, 2014)

- Como vemos os nossos alunos? – Sentem-se acolhidos e queridos por todos nós?

Mostram-se alegres, motivados, participativos, integrados, divertidos? Que

resultados obtêm? Levam uma sólida preparação? Que relação têm com o colégio?

Quando saem mantêm laços? Voltam?

“As crianças e os jovens precisam, com urgência, da nossa alegria, do nosso

entusiasmo por viver. O desânimo que se vive transmite-se sem dar por isso.

Precisamos de educadores que no mundo de hoje sejam sinais de esperança!”

(Mónica Cienfuegos, 1995)

“Queremos a escola do encantamento, onde todos se sintam incluídos!” (Max

Haetinger, 2014)

Questões para debate:

- Como nos vemos a nós, equipas diretivas? – Onde nos leva a Pedagogia do

Coração? Que funções nos absorvem mais? A que damos prioridade? Que

constrangimentos / expectativas?

- Como aproximar as escolas da Província? – Como aproximar educadores?

Alunos? O que podemos partilhar?

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Educação como esperança

Rezar com os refugiados da República Democrática do Congo

Jésus le Christ, lumière intérieure,

ne laisse pas mes ténèbres me parler.

Jesus le Christ, lumière intérieure,

donne moi d’accueillir ton amour.

Do Evangelho: Mc 10,13-16

Apresentaram-lhe uns pequeninos para que Ele os tocasse; mas os discípulos repreenderam os que os haviam trazido. Vendo isto, Jesus indignou-se e disse-lhes: «Deixai vir a mim os pequeninos e não os afasteis, porque o Reino de Deus pertence aos que são como eles. Em verdade vos digo: quem não receber o Reino de Deus como um pequenino, não entrará nele.» Depois, tomou-os nos braços e abençoou-os, impondo-lhes as mãos.

“Kashunga, 16 de fevereiro de 2015 – A blusa branca de Maombia reflete o brilhante

sol da manhã de Kashuga. Ela veste com orgulho o seu novo uniforme escolar: vai à

escola secundária depois de dois anos em casa.

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Maombi é uma das mais de 2 milhões e setecentas mil pessoas deslocadas que vivem

na República Democrática do Congo. Ela e a sua família abandonaram a sua casa

fugindo dos ataque de um dos inúmeros grupos armados que agem na região. Ao

deixar tudo para trás, a família de Maombi não tinha praticamente recursos para

começar de novo.

As elevadas taxas escolares implicavam que, por agora, só os irmãos rapazes da

Maombi podiam frequentar a escola. A sua mãe e o seu pai não tinham dinheiro e

acreditavam que dar prioridade aos rapazes era um investimento inteligente. Agora,

dois anos depois, a família está mais ou menos estabelecida e Maombi já pode

começar a escola secundária.

Crescer sem uma sólida educação é o destino de muitas crianças deslocadas no Kivu

Norte, onde o JRS trabalha. Aa razões são múltiplas. Muitas das famílias não

conseguem fazer face ao custo da educação e, mesmo que alguns conseguissem pagá-

la, não têm suficiente dinheiro nem para os uniformes nem para o material escolar.

Noutras famílias, as crianças têm que trabalhar para poder sobreviver. Os órfãos e as

crianças não acompanhadas têm, muitas vezes, que valer-se por si mesmos e, às

vezes, assumir a responsabilidade dos irmãos mais pequenos. Noutros casos, os

grupos armados destruíram os edifícios escolares e as crianças não têm espaços

seguros para aprender.

Seja como for, a educação é um direito fundamental e absolutamente necessário para

um futuro com esperança.

Para Maombi é algo tão simples e básico que ela diz: “a educação dá-me esperança

dum futuro melhor, para além deste campo”. Provando pela centésima vez o seu novo

uniforme, Maombi entra na aula procurando um futuro mais brilhante.

The Kingdom of God is justice and peace and joy in the Holy Spirit.

Come Lord, and open in us the gates of your Kingdom

Reflexão para a oração A Bíblia louva a sabedoria, que é considerada um presente de Deus. Ela é alcançada tanto pela educação como pelo processo de ajudar o outro. A sabedoria não pode crescer se a educação é negada. Sem ela, ninguém consegue desenvolver a sua dignidade pessoal nem a sua autodeterminação.

Isto é o que Deus que sejamos: pessoas livres, responsáveis de nós mesmos e dos outros. A Educação é o caminho da sabedoria que assenta as bases do futuro da pessoa e da sua comunidade. Felix Polten SJ, Coordenador de Educação no Serviço Jesuíta aos Refugiados, em Mweso, no leste da República Democrática do Congo

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Donna nobis, donna nobis. Donna nobis pacem.

Donna nobis, donna nobis. Donna nobis pacem.

Pacem, pacem. Donna nobis pacem.

Pacem, pacem. Donna nobis pacem.

Orações espontâneas:

Pai-nosso…

Donna nobis, donna nobis. Donna nobis pacem.

Donna nobis, donna nobis. Donna nobis pacem.

Pacem, pacem. Donna nobis pacem.

Pacem, pacem. Donna nobis pacem.

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Palavras de Encerramento

Irene Guia,aci

Não creio que tenha sido casualidade termos começado o nosso 1º Encontro no Dia

Mundial para a Justiça Social.

Temos consciência que, por projeto educativo, por carisma da Congregação, a justiça

social estará sempre na base e no horizonte da formação e educação que damos aos

nossos alunos nas nossas escolas.

Acreditamos que o nosso empenho, e também a honra, que experimentamos ao

acompanhar o crescimento dos nossos alunos enquanto pessoas, faz-nos esperar que

o Mundo que todos habitamos e partilhamos se possa tornar mais justo e fraterno

graças a eles.

Neste 1º Encontro começámos como representantes de boas escolas, cada uma a

trabalhar dedicadamente, procurando a excelência do ser humano. Cada uma por si.

Agora, unicamente depois de dois dias vividos em conjunto, creio poder dizer em

nome de todos nós que, ao ver tantas coisas diferentes umas das outras, mas

sobretudo ao ver tantas coisas comuns, terminamos estes dias com a consciência de

sermos um corpo.

E esta consciência de ser corpo traz consigo, pelo menos, dois desafios:

- a consciência de ser corpo leva à responsabilidade de ser corpo

- e a responsabilidade de ser corpo leva-nos a pensar, logo desde o início, que tipo de

corpo queremos ser. Aqui, ajudo-me do Papa Francisco com a sua sabedoria sobre as

pessoas e sobre os povos. Que corpo? Refere o Papa Francisco que o sólido

geométrico que deve representar a harmonia não é a esfera, mas o poliedro. O

poliedro representa o desafio permanente que nos coloca o Papa, como facilitador de

vida e de comunhão: a cultura do encontro numa harmonia pluriforme. O corpo que

constituímos entre nós, que temos consciência de ser, pede-nos favorecer a

comunhão respeitando a enorme diversidade que nos constituiu.

Creio que estabelecer entre nós esta cultura do encontro numa harmonia pluriforme,

não só nos assegura sermos corpo como centros educativos ACI, como nos fortalece

no papel que temos de acompanhar as novas gerações a crescer em paz e

comprometendo-se com a vida.

Obrigada a todos por terem aderido a tudo o que fomos propondo. Sem essa vossa

disponível participação, o encontro não teria sido o que foi.

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ANEXO

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