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INSTITUTO DE TECNOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO LACTEC CLAUDIO BILYK AVALIAÇÃO QUALITATIVA DE ÁGUAS RESIDUAIS NOS EFLUENTES DE INDÚSTRIAS METAL MECÂNICAS NO MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ DOS PINHAIS CURITIBA 2017

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Page 1: INSTITUTO DE TECNOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO … · exigências para a obtenção do título de Mestre em Desenvolvimento de Tecnologia. Orientador: Dr. Carlos Eduardo Belz CURITIBA

INSTITUTO DE TECNOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO – LACTEC

CLAUDIO BILYK

AVALIAÇÃO QUALITATIVA DE ÁGUAS RESIDUAIS NOS EFLUENTES DE

INDÚSTRIAS METAL MECÂNICAS NO MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ DOS PINHAIS

CURITIBA

2017

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II

CLAUDIO BILYK

AVALIAÇÃO QUALITATIVA DE ÁGUAS RESIDUAIS NOS EFLUENTES DE

INDÚSTRIAS METAL MECÂNICAS NO MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ DOS PINHAIS

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento de Tecnologia, Área de Concentração MAD - Meio Ambiente e Desenvolvimento, do Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento, em parceria com o Instituto de Engenharia do Paraná, como parte das exigências para a obtenção do título de Mestre em Desenvolvimento de Tecnologia. Orientador: Dr. Carlos Eduardo Belz

CURITIBA

2017

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IV

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V

“Todos têm direito ao meio ambiente

ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do

povo e essencial à sadia qualidade de vida,

impondo-se ao Poder Público e à coletividade o

dever de defendê-lo e preservá-lo para as

presentes e futuras gerações.”

Constituição Federal de 1988

Art. 225:

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VI

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus pela oportunidade de realizar este trabalho.

A minha família pelos momentos de privação durante os meses de trabalho e

estudos, especialmente as minhas filhas pelo apoio.

Aos meus professores e colegas do curso que me proporcionaram momentos

inesquecíveis.

Ao meu orientador que acreditou no meu potencial, pela paciência e

recomendações e principalmente por permitir que eu realizasse este trabalho.

Aos responsáveis das empresas que forneceram as informações solicitadas em

especial ao laboratório na pessoa da gerente que confiou e acreditou no trabalho

realizado.

E agradeço a todos que direta ou indiretamente contribuíram para a realização

deste trabalho.

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VII

RESUMO

Devido à importância da água para os seres vivos e, pensando em preservá-la para as futuras gerações, o presente trabalho teve como objetivo um estudo avaliativo aplicando uma metodologia comparativa sobre os parâmetros de disposição dos efluentes na saída de ETEs de indústrias metal mecânicas verificando o atendimento às resoluções do CONAMA 430 e CEMA 70/PR. Tal estudo foi realizado no distrito industrial de São José dos Pinhais - PR, na bacia do Alto Iguaçu e seus afluentes: rio Miringuava, rio Aruja e rio da Campina. Foram listadas e escolhidas três empresas classificadas pelo porte grande, médio e pequeno, denominadas de A, B e C. Depois de caracterizados seus principais processos industriais foram utilizadas informações provenientes dos resultados de ensaios laboratoriais das amostras secundárias simples e pontuais. Os parâmetros estudados foram: pH, DBO, DQO, Temperatura, Óleos e Graxas e Metais. Como resultado do trabalho foi evidenciado o atendimento legislativo na maioria dos parâmetros. Constatou-se que o efluente apesar de tratado ainda esta acima dos valores máximos permitidos, para os parâmetros observados de: DBO na empresa C (60,20mg/L), DQO na empresa A (310mg/L) e C (516mg/L) e do Níquel Total na B (17mg/L). Quando analisados comparativamente com legislações mais restritivas de outros países alguns valores encontrados dos parâmetros de efluentes não poderiam ser descartados pelas empresas. Algumas recomendações de melhorias nos processos e sistemas de tratamento de efluentes das empresas estudadas finalizam esta abordagem.

Palavras chave: Tratamento de efluentes. Análises comparativas. Indústria metal mecânica;

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VIII

ABSTRACT

Due to the importance of water for living beings and, thinking of preserving it for future generations, the present work had as objective an evaluative study applying a comparative methodology on the parameters of disposition of the effluents in the exit of ETEs of metal mechanical industries verifying compliance with the resolutions of CONAMA 430 and CEMA 70 / PR. This study carried out in the industrial district of. In the Alto Iguaçu basin and its tributaries: Miringuava river, Aruja river and Campina river.Three companies classified as large, medium and small, named A, B and C. were listed and chosen. After characterizing its main industrial processes, we used information from the results of laboratory tests of single and punctual secondary samples. The parameters studied were pH, BOD, COD, Temperature, Oils and Greases and Metals. Because of the work, it was evidenced the legislative attendance in most of the parameters. It was verified that the treated effluent is still above the maximum values above the maximum allowed values, for the observed parameters of: BOD in company C (60,20mg/L), COD in company A (310mg/L) and C (516mg/L) and Total Nickel in B (17mg/L). When analyzed in comparison with more restrictive legislation of other countries, some values of the parameters of effluents could not be discarded by the companies. Some recommendations for improvements in effluent treatment processes and systems of the companies studied complete this approach.

Key words: Wastewater treatment. Comparative analyzes. Metalmechanical industries.

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IX

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – CICLO HIDROLÓGICO ......................................................................... 6

FIGURA 2 – DISPONIBILIDADE HÍDRICA SUPERFICIAL ESTIMADA .................... 7

FIGURA 3 – MATRIZ INSTITUCIONAL DO SISTEMA NACIONAL DE

GERENCIAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS - SINGREH ............... 11

FIGURA 4 – FLUXOGRAMA DO PLANO DE CONSERVAÇÃO DO USO DA ÁGUA

............................................................................................................... 18

FIGURA 5 – ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE EFLUENTES (ETE) DE

PROCESSO FÍSICO-QUÍMICO. ............................................................ 20

FIGURA 6 – FLUXOGRAMA GENÈRICO DO PROCESSO DE GALVANOPLASTIA

............................................................................................................... 21

FIGURA 7 – CARACTERÍSTICAS DAS ÁGUAS ..................................................... 25

FIGURA 8 – DIAGRAMA DO MACRO COMPLEXO METAL MECÂNICO –

CONCLA/CNAE 2.0 ............................................................................... 28

FIGURA 9 – DIAGRAMA DAS ÁGUAS .................................................................... 33

FIGURA 10 – MAPA DO LOCAL DE ESTUDO ......................................................... 35

FIGURA 11 – MAPA DAS SUB-BACIAS DO ALTO IGUAÇU - LOCAL DE ESTUDO

............................................................................................................... 36

FIGURA 12 – CLASSIFICAÇÃO DOS PROCESSOS DE FABRICAÇÃO ................. 44

FIGURA 13 – INNFLUÊNCIA DO pH NA RETENÇÃO DE METAIS POR

ADSORÇÃO ........................................................................................... 47

FIGURA 14 – PARÂMETRO PH – A104 –PONTE BR-277...................................... 49

FIGURA 15 – QUADRO SINTESE DOS PARÂMETROS ARGENTINOS DE

QUALIDADE ........................................................................................... 50

FIGURA 16 – PARÂMETRO DBO – A104 –PONTE BR-277 ................................... 54

FIGURA 17 – PARÂMETRO DQO – A104 –PONTE BR-277 .................................. 56

FIGURA 18 – pH DE PRECIPITAÇÃO DE METAIS ................................................. 62

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X

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - PADRÕES PARA O LANÇAMENTO DE EFLUENTES EM CORPOS

RECEPTORES ....................................................................................... 13

TABELA 2 - RESULTADOS ENCONTRADOS DE PH - EMPRESA A ..................... 46

TABELA 3 - RESULTADOS ENCONTRADOS DE PH - EMPRESA B ..................... 47

TABELA 4 - RESULTADOS ENCONTRADOS DE PH - EMPRESA C ..................... 48

TABELA 5 – RESULTADOS ANÁLISES DE DBO (mg/L) EMPRESA A ................... 51

TABELA 6 – RESULTADOS ANÁLISES DE DBO (mg/L) EMPRESA B ................... 52

TABELA 7 – RESULTADOS ANÁLISES DE DBO (mg/L) EMPRESA C ................... 53

TABELA 8 – ANÁLISE DA DEMANDA QUÍMICA DE OXIGÊNIO - DQO (mg/L)

EMPRESA A .......................................................................................... 55

TABELA 9 – ANÁLISE DA DEMANDA QUÍMICA DE OXIGÊNIO - DQO (mg/L)

EMPRESA B .......................................................................................... 55

TABELA 10 – ANÁLISE DA DEMANDA QUÍMICA DE OXIGÊNIO - DQO (mg/L)

EMPRESA C .......................................................................................... 55

TABELA 11 – RESULTADOS DAS ANÁLISES DE TEMPERATURA (°C) -

EMPRESA A .......................................................................................... 57

TABELA 12 – RESULTADOS DAS ANÁLISES DE TEMPERATURA (°C) -

EMPRESA C .......................................................................................... 57

TABELA 13 - RESULTADOS ENCONTRADOS DE ÓLEOS E GRAXAS (mg/L)

EMPRESA A – 2016 .............................................................................. 58

TABELA 14 - RESULTADOS ENCONTRADOS DE ÓLEOS E GRAXAS (mg/L) -

EMPRESA B .......................................................................................... 59

TABELA 15 – RESULTADOS ENCONTRADOS DE ÓLEOS E GRAXAS (mg/L)

EMPRESA C – 2016 .............................................................................. 59

TABELA 16 – RESULTADOS DOS PARÂMETROS INORGÂNICOS em mg/L da

EMPRESA B .......................................................................................... 62

TABELA 17 – RESULTADOS DOS PARÂMETROS INORGÂNICOS em mg/L da

EMPRESA C .......................................................................................... 63

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XI

LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 - CONSUMO DE ÁGUA NAS INDÚSTRIAS .......................................... 17

QUADRO 2 - PROCESSOS DE TRATAMENTO DE EFLUENTES INDUSTRIAIS ... 22

QUADRO 3 - MATRIZ DE COEFICIENTES TÉCNICOS DE VAZÕES DE

RETIRADA, CONSUMO E LANÇAMENTO DE EFLUENTES ............... 23

QUADRO 4 - PARÂMETROS DAS AMOSTRAS ANALISADAS DA EMPRESA A ... 40

QUADRO 5 - PARÂMETROS DAS AMOSTRAS ANALISADAS DA EMPRESA B ... 40

QUADRO 6 - PARÂMETROS DAS AMOSTRAS ANALISADAS DA EMPRESA C ... 41

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XII

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 1

1.1 JUSTIFICATIVA ........................................................................................... 3

1.2 OBJETIVOS ................................................................................................. 5

1.2.1 Objetivo Geral ............................................................................................... 5

1.2.2 Objetivos Específicos ................................................................................... 5

2 REVISÃO DA LITERATURA ....................................................................... 6

2.1 FASES DA GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS ...................................... 8

2.1.1 Evolução legal da proteção aos recursos naturais e hídricos. ...................... 8

2.1.2 Os instrumentos legais da gestão de recursos hídricos no Brasil .............. 10

2.1.3 Legislação .................................................................................................. 11

2.2 USOS MÚLTIPLOS DE ÁGUA ................................................................... 14

2.3 USO DA ÁGUA NA INDÚSTRIA ................................................................ 16

2.4 EFLUENTES DA INDÚSTRIA .................................................................... 19

2.5 EFLUENTES INDÚSTRIAIS E SEU GERENCIAMENTO .......................... 19

2.6 EFLUENTES DA INDÚSTRIA METAL MECÂNICA ................................... 20

2.7 QUALIDADE NOS RECURSOS HÍDRICOS .............................................. 24

2.8 A INDÚSTRIA METAL MECÂNICA ............................................................ 27

2.9 ESTADO DA ARTE .................................................................................... 31

3 MATERIAIS E MÉTODOS ......................................................................... 35

3.1 ÁREA DE PESQUISA E ESTUDO ............................................................. 35

3.2 COLETA DE DADOS E AMOSTRAGEM ................................................... 37

3.3 SELEÇÃO DE PARÂMETROS ANALISADOS ........................................... 39

3.4 MÉTODOS PARA CARACTERIZAÇÃO DO EFLUENTE ........................... 41

3.5 CARACTERISTÍCAS DAS EMPRESAS E PRINCIPAIS PROCESSOS .... 42

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................. 45

4.1 ANÁLISES E CARACTERÌSTICAS DOS RESULTADOS DE

PARÂMETROS .......................................................................................... 45

4.1.1 Análise do Potencial Hidrogênionico – pH .................................................. 45

4.1.2 Análise da Demanda Bioquímica de Oxigênio - DBO ................................. 51

4.1.3 Análise da Demanda Química de Oxigênio - DQO ..................................... 54

4.1.4 Análise da Temperatura ............................................................................. 56

4.1.5 Análise de Óleos e Graxas ......................................................................... 58

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XIII

4.1.6 Análise de Parâmetros Químicos Inorgânicos - Metais .............................. 60

5 CONCLUSÕES .......................................................................................... 66

5.1 RECOMENDAÇÕES .................................................................................. 67

6 REFERÊNCIAS .......................................................................................... 69

ANEXO 1 – EXTRATOS LAUDOS LABORATORIAIS .............................................. 79

ANEXO 2 – CESSÃO DE USO DE DADOS LABORATÓRIAIS................................79

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1

1 INTRODUÇÃO

Adam Smith, filósofo e economista escocês, considerado o mais importante

teórico do liberalismo econômico talvez tenha sido o primeiro a observar o paradoxo

de que a água tem “valor de uso” incrivelmente alto e quase nada de “valor de troca”

(SMITH, 1983).

Os recursos hídricos são utilizados em todo o mundo com distintas

finalidades, entre as quais se destacam o abastecimento de água, a geração de

energia, a irrigação, a navegação, a aquicultura e a harmonia paisagística

(SPERLING, 1993).

Nas últimas décadas houve um crescimento industrial expressivo para

atender as demandas de consumo da população (NAKABASHI; CANGUSSU;

SALVATO, 2010). A economia brasileira, neste período, passou por significativas

transformações na sua estrutura produtiva, e a indústria se consolidou como o setor

mais dinâmico, cabendo a ela um papel central no processo de crescimento. Porém,

a partir de 2000, o setor industrial no Brasil teve sua trajetória de crescimento

relativamente inferior à dos demais países da América Latina, com estrutura

produtiva semelhante, e também inferior à taxa de crescimento mundial

(LAMONICA; FEIJÓ, 2007).

Um dos motivos para esta desaceleração do crescimento nacional poderia

estar relacionado a questões ambientais, por exemplo, de gestão e uso da água.

Inserido nesse contexto encontra-se o segmento industrial, que é

responsável por aproximadamente 25% do consumo mundial de água e é

constituído por atividades potencialmente poluidoras (MANCUSO; SANTOS, 2003).

Por muito tempo não existiu a preocupação de caracterizar a geração de

efluentes líquidos industriais e de avaliar seus impactos no meio ambiente. No

entanto, a legislação vigente e a conscientização ambiental fazem com que algumas

indústrias desenvolvam atividades para quantificar a vazão e determinar a

composição destes efluentes.

A norma NBR 9800/1987 estabelece critérios para o lançamento de

efluentes líquidos industriais no sistema coletor público de esgoto sanitário, dotado

ou não de tratamento. Devendo as empresas obedecer ao disposto nas legislações

federal, estadual e municipal em vigor, tendo em vista a compatibilização desses

efluentes com as características do sistema coletor ou do corpo receptor.

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2

Desse modo, é preciso quantificar e caracterizar os efluentes, para evitar

danos ambientais, demandas legais e prejuízos para a imagem junto à sociedade.

De acordo com Simões (2008), é possível citar também a pressão exercida

por algumas partes envolvidas no negócio (stakeholders): acionistas, funcionários,

fornecedores, consumidores, comunidade e governo, que se interessam pela

responsabilidade socioambiental de indústrias, de forma a conseguir um

desenvolvimento sustentável e incorporá-lo no planejamento de suas atividades no

que diz respeito à gestão e ao uso eficiente da água, buscando atender às

demandas de todos.

Neste sentido, é imprescindível que o setor produtivo passe a fazer a gestão

da água a partir da compreensão e contextualização do seu uso, permitindo

identificar melhorias no processo produtivo, atingindo até a sua cadeia de

suprimentos e distribuição, além de ampliar a visão empresarial sobre a

disponibilidade hídrica (WWAP, 2009).

Objetiva-se neste trabalho analisar comparativamente parâmetros das águas

residuais nos efluentes de indústrias selecionadas do setor metal mecânico.

O local definido para a realização deste trabalho foi a cidade de São José

dos Pinhais – PR, situada na região metropolitana de Curitiba. As três empresas

estão localizadas no distrito industrial do município. As suas atividades situam-se na

bacia hidrográfica do Alto Iguaçu e seus afluentes. Foram listadas e escolhidas, de

tal forma que assim representassem o setor metal mecânico, de maior impacto na

economia do munícipio. Uma parceria permitiu obter laudos de ensaios laboratoriais

e realizar comparações das amostras secundárias simples e pontuais. Os

parâmetros estudados trazem como resultado evidências nas análises com a

legislação do CONAMA e CEMA/PR do atendimento ou não aos valores máximos

permitidos para lançamento dos efluentes. Os resultados destas avaliações são

apresentados tabulados e discutidos com a literatura e também com outros estudos

da área metal mecânica.

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3

1.1 JUSTIFICATIVA

Este trabalho se justifica devido a qualidade das águas superficiais e sua

escassez em determinadas áreas estarem entre as maiores questões ambientais do

século 21.

Morrison, Schulte e Schenck, (2010) declaram que recentemente, diante de

questões relacionadas a escassez e limitações ao acesso a água, degradação das

funções ecossistêmicas e implicações das mudanças climáticas no ciclo hidrológico,

a água é considerada como tema estratégico para inúmeras empresas ao redor do

mundo.

Neste sentido, é uma tendência que empresas de diferentes setores, tal

como o metal mecânico, se preocupem com a disponibilidade hídrica para a

manutenção de suas atividades, além do adequado tratamento e descarte de

efluentes. Caso contrário, a disponibilidade de água pode reduzir à medida que a

população e ou atividades industriais aumentam (KELMAN, 2003).

Então, apesar de seu acesso estar garantido como um direito fundamental,

com quantidade estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) de, no

mínimo, 20 litros de água limpa por dia por pessoa, ou seja, 7,3 m³/hab/ano, e de o

Brasil estar bem acima dessa meta, possuindo uma vazão média de 33.000

m³/hab/ano, a disponibilidade desse recurso não é a mesma ao longo de todo o

território devido à variação sazonal e aos tipos de biomas (ANA, 2009; JACOBI et

al., 2009).

Ainda nesse sentido Glen, Hilson e Lowitt (2010) apontam um alerta da

ONU, afirmando que uma em cada sete pessoas, ou seja aproximadamente 894

milhões no mundo não têm acesso ao mínimo de água potável por semana de que

um ser humano precisa para atender a suas necessidades básicas. Este mesmo

trabalho aponta que em 2025, estarão vivendo 1,8 bilhões de pessoas em países ou

regiões com escassez absoluta de água, e dois terços da população mundial poderá

estar sob condições estressantes.

Neste sentido, Augusto et al. (2012) apontam para a importância das

discussões sobre a qualidade da água para a saúde, já que ela é imprescindível à

manutenção da vida dos ecossistemas, bem como o acesso à água potável engloba

os indicadores de desenvolvimento social de uma região.

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4

O gerenciamento de água inclui sua utilização, a conservação de sua fonte,

o monitoramento e a preservação de sua qualidade (AHMED; ROY, 2007). Para

gestão de águas no Brasil surgiu a Lei n.º 9.433 de 1997, criando a Política Nacional

de Recursos Hídricos (PNRH), que visa, entre seus objetivos, “assegurar à atual e

às futuras gerações a necessária disponibilidade de água, em padrões de qualidade

adequados aos respectivos usos” (BRASIL, 1997). A PNRH também determina que

não haja dissociação entre os aspectos de quantidade e qualidade e a integração da

gestão dos recursos hídricos com a gestão ambiental (BRASIL, 1997).

Com a inclusão do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos

Hídricos na Constituição de 1988, a aprovação da Lei nº 9.433 em 1997,

estabelecendo a Política e o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos

Hídricos e a criação da Agência Nacional de Águas (ANA) em 2000, a água é,

definitivamente, incorporada à agenda política brasileira (ANA, 2013). Este sistema

hídrico nacional, descentralizado integrado e, principalmente, participativo, foi

construído visando garantir a sustentabilidade do recurso água para as gerações

futuras.

Supõe-se ainda que para superar uma situação de escassez, seja

necessário substituir o modelo tecnocrata e utilitarista que imperou até hoje na

gestão dos recursos hídricos no Brasil. Um modelo que ignora que a água de boa

qualidade é um recurso finito e que prioriza certos usos, como geração de energia,

saneamento e transporte, em detrimento de outros como o abastecimento.

Segundo Lacerda et al. (2006), a gestão dos recursos hídricos no Brasil,

especialmente nas indústrias mais antigas, sempre foi vista como um assunto de

importância menor, já que a água era considerada um recurso inesgotável e muito

barato, não oferecendo o apelo econômico de outros custos variáveis, como energia

e insumos químicos.

Porém, esta realidade vem mudando gradativamente tanto em virtude de

uma legislação cada vez mais restritiva, como pelo aumento da conscientização da

população, cuja demanda por produtos gerados por processos industriais menos

agressivos ambientalmente começa a ser sentida.

Entretanto, nem todas as indústrias se preocupam efetivamente com a

gestão correta e sustentável dos recursos hídricos conforme este trabalho pretende

mostrar.

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5

Inserida neste contexto está a indústria metal mecânica que, no estado do

Paraná, é composta por 8.121 empresas que juntas geram mais de 116 mil

empregos diretos, segundo dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS,

2013).

Justifica-se finalmente a temática no decorrer do trabalho para a percepção

da conservação da água com valor sustentável e relevante para todas as partes

interessadas. Com as indústrias combatendo parte desse problema adequando-se a

legislação ambiental. Por isso, durante o trabalho relata-se os tipos de efluentes

existentes e quais são as legislações federais e do estado do Paraná referentes ao

assunto que devem ser observadas e cumpridas.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Analisar comparativamente parâmetros das águas residuais nos efluentes de

indústrias selecionadas do setor metal mecânico no município de São José dos

Pinhais.

1.2.2 Objetivos Específicos

- Caracterizar o efluente da indústria metal mecânica em relação aos

parâmetros de lançamento nos corpos receptores segundo a legislação aplicável.

- Realizar comparações com indústrias selecionadas utilizando laudos

de ensaios laboratoriais emitidos das amostras previamente coletadas.

- Correlacionar os resultados das análises dos parâmetros das indústrias

estudadas com seus processos.

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6

2 REVISÃO DA LITERATURA

É crescente a preocupação com a preservação de recursos hídricos,

especialmente sua disponibilidade para as gerações futuras. Nesse contexto, é que

a Agência Nacional de Águas – ANA (2013) apresentou o Relatório de Conjuntura

dos Recursos Hídricos no Brasil. Nele são manifestados os principais resultados que

decorrem de importantes desequilíbrios no ciclo urbano da água que compreende na

sua forma atual: os sistemas públicos de abastecimento de água, de esgotamento

sanitário e de gerenciamento de águas pluviais. Uma vez que esse ciclo nada mais é

do que uma fração de um ciclo maior, que é o ciclo da água na natureza. (FIGURA

1).

FIGURA 1 - CICLO HIDROLÓGICO

FONTE: Adaptado de Gava et. al (2016)

Os desequilíbrios mostrados no relatório da ANA (2013) são localizados de

forma ampla e sistêmica como decorrentes das mais diversificadas atividades,

inclusive a industrial. A sustentabilidade, que retrata a condição atual e garantia

futura da água para as próximas gerações, está colocada na pauta de discussão

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mundial como um grande desafio da atualidade e que deve se agravar nas próximas

décadas.

Por se tratar de um fenômeno global, essa é também uma realidade

brasileira: apesar da grande disponibilidade hídrica superficial de recursos no país. A

FIGURA 2 mostra diversas regiões brasileiras observando-se uma variação da

disponibilidade hídrica superficial.

FIGURA 2 - DISPONIBILIDADE HÍDRICA SUPERFICIAL ESTIMADA

FONTE: ANA (2013)

Tanto quanto em outras regiões do mundo, a indisponibilidade pode ser de

origem quantitativa, decorrente de períodos de maior falta de recursos hídricos ou

qualitativos, resultantes, por exemplo, de modificações da qualidade da água pela

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poluição ocasionada de atividades industriais, em foco neste estudo as metal

mecânicas.

2.1 FASES DA GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS

De acordo com Almeida (2002) e Farias (2009), nas fases que marcam o

histórico legal da proteção aos recursos naturais e da gestão de recursos hídricos no

Brasil não se pode dizer que os fatos históricos ocorreram de forma cronológica. A

evolução legal da proteção aos recursos naturais e, em particular, dos recursos

hídricos no Brasil pode ser dividida em três momentos distintos que vão desde a

chegada dos portugueses no Brasil em 1500 até a fase atual da gestão, quando

ainda tenta-se implementar de forma satisfatória a Política Nacional de Recursos

Hídricos.

Alguns marcos institucionais importantes podem ser destacados, no que se

refere à gestão de recursos hídricos. Em 1988, a nova Constituição Federal, alterou

de forma significativa a base jurídica institucional na qual repousa a gestão das

águas no país.

Em 1991, o projeto de lei das águas foi submetido a um amplo e longo

processo de discussão, que dispunha sobre a Política Nacional de Recursos

Hídricos e instituída pela Lei nº. 9.433, de 1997, estabelecendo entre seus objetivos

“assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade de água, em

padrões de qualidade adequados aos respectivos usos” (BRASIL, 1997).

Farias (2009) aponta que provavelmente seja mais adequado tratar esses

momentos históricos como fase fragmentária, fase setorial e fase holística. A seguir

são destacadas estas três fases como início dos instrumentos de gestão dos

recursos naturais e hídricos conforme relatado pelo autor em questão.

2.1.1 Evolução legal da proteção aos recursos naturais e hídricos.

Na fase fragmentária, que vai do descobrimento do Brasil até 1930, não

havia qualquer preocupação ou interesse com o meio ambiente, exceto pela

proteção a alguns recursos naturais, dentre os quais não se incluía a proteção à

água.

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9

A fase setorial segundo Farias (2009) se destaca o inicio do controle legal das

atividades exploratórias, mas ainda sem qualquer intenção muito preservacionista e

sustentável. A Constituição Federal de 1934 trouxe em seu art. 5º, inciso XIX, alínea

“j” dispositivos constitucionais de cunho ambiental dispondo que “compete

privativamente à União: [..] XIX - legislar sobre [...] j) bens do domínio federal,

riquezas do subsolo, mineração, metalurgia, águas, energia hidrelétrica, florestas,

caça e pesca e a sua exploração” (BRASIL, 1934).

Num ato contínuo, foi editado o decreto nº. 24.643 de 10 de julho de 1934,

denominado Código de Águas, que definiu os tipos de água, critérios de

aproveitamento além de dispor sobre a contaminação dos corpos hídricos e foi

considerado como primeiro instrumento que disciplinou o aproveitamento industrial

das águas no Brasil. O Código ainda trata sobre águas subterrâneas, mas,

posteriormente, essa matéria ficou disciplinada no Código de Mineração no decreto

lei nº. 227 de 28.02.1967 que classificou as águas subterrâneas como jazida

minerária e determinou que seriam regidas por lei especial.

No entanto, o código das águas atribuía competência ao Ministério da

Agricultura para a gestão dos recursos hídricos, mostrando haver uma preocupação

eminentemente agrícola e não industrial. Não há nesta fase intenção maior de

proteção do meio ambiente, permanecendo a preocupação com a competência para

explorar apenas economicamente os recursos naturais.

Na fase Holística, segundo Melo, Maracaj e Dantas Neto (2012) marca-se a

questão da necessidade de gestão das águas de forma sustentável numa dimensão

internacional a partir das discussões do Clube de Roma, criado em 1968, que

primeiro preocupou-se com o estabelecimento de critérios para utilização dos

recursos hídricos. A preservação dos recursos naturais na Conferência de

Estocolmo em 1972 que registrou o começo da preocupação com a ecologia. Na

gestão de águas destaca-se a Conferência das Nações Unidas sobre água ocorrida

em 1977 em Mar Del Plata, Uruguai, lançando bases internacionais em relação aos

recursos hídricos, em razão da poluição e pela iminente escassez.

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10

2.1.2 Os instrumentos legais da gestão de recursos hídricos no Brasil

Um dos principais instrumentos são a Política Nacional do Meio Ambiente

oriunda na Lei nº. 6.938, de 31 de agosto de 1981 que disciplina e institui o Sistema

Nacional de Meio Ambiente integrado por órgãos dos municípios, dos estados e da

federação.

O órgão superior do sistema o Conselho Nacional do Meio Ambiente que

editou a Resolução nº. 20 em 18 de junho de 1986 e a revogou pela nº. 357 em 17

de março de 2005, a qual, trata da classificação das águas em doces, salobras e

salinas no território nacional de acordo com suas utilizações e respectivos padrões

de qualidade. Este enquadramento deve garantir a qualidade para o uso específico

conforme destino. Este conselho CONAMA deve estabelecer as normas, os critérios

e os padrões relativos ao controle e à manutenção da qualidade do meio ambiente

com vistas ao uso racional dos recursos ambientais, principalmente os hídricos.

(CONAMA, 2005).

Com a Constituição Federal de 1988 que repartiu a gestão de recursos

hídricos dividindo os domínios das águas entre a União, os Estados e o Distrito

Federal, deixando a competência para legislar sob o domínio apenas da União todas

as águas tornaram-se públicas enquanto recursos naturais sendo bens públicos de

uso comum do povo, inclusive as subterrâneas, não mais existindo águas comuns

ou particulares. Previu ainda em seu artigo 21, inciso XIX a criação do Sistema

Nacional de Gerenciamento dos Recursos Hídricos – SINGREH. (FIGURA 3).

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FIGURA 3 - MATRIZ INSTITUCIONAL DO SISTEMA NACIONAL DE GERENCIAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS - SINGREH

FONTE: Adapatado de ANA (2013)

Em 1991 foi regulamentado pelo projeto de lei dispondo sobre a Política

Nacional de Recursos Hídricos e o Sistema Nacional de Gerenciamento de

Recursos Hídricos. A promulgação da Lei nº 9.433, de 08 de Janeiro de 1997,

instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos. No âmbito dos Estados, cada um

ficou responsável por disciplinar a gestão de águas com a edição das leis que

fossem necessárias.

2.1.3 Legislação

Neste estudo analisou-se a necessidade de adequação do efluente gerado

para atender ao CONAMA 430/2011 e CEMA 70/2009.

Para que as empresas estejam regularizadas, é necessário que elas estejam

de acordo com a resolução n° 430, de 13 de maio de 2011, que "Dispõe sobre

condições e padrões de lançamento de efluentes, complementa e altera a resolução,

de 17 de maio de 2005, do Conselho Nacional do Meio Ambiente -

CONAMA."(CONAMA, 2011)

No estado do Paraná a resolução 70 de 2009 do Conselho Estadual do Meio

Ambiente estabelece critérios, procedimentos, padrões para o lançamento de

efluentes líquidos, trâmite administrativo, e as premissas para que ocora o

licenciamento ambiental de empreendimentos industriais. (CEMA,2009)

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Acrescenta-se ainda a Resolução nº 313 de 29 de outubro de 2002, no Art.

2º que dispõe sobre o inventário nacional de resíduos sólidos Industriais, define

resíduo sólido industrial como sendo todo o resíduo que resulta da indústria e cujo

lançamento na rede pública de esgoto ou em corpos d’água seja inviável, se inclui

também os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água.

O conhecimento da vazão e da composição do efluente industrial é

fundamental para definir o tipo de tratamento, avaliar o enquadramento na legislação

ambiental e estimar a capacidade de autodepuração do corpo receptor. Neste

sentido, é preciso caracterizar e quantificar os efluentes para minimizar impactos

ambientais e outros problemas (SANTOS, 2014).

Segundo a Resolução nº 430 do CONAMA, que dispõe sobre as condições e

padrões de lançamento de efluentes, (TABELA 01) exige-se dentre outros:

a) - ausência de Poluentes Orgânicos Persistentes (POPs), o não

lançamento em águas de classe especial, mesmo que o efluente seja

tratado;

b) - o potencial hidrogênionico pH entre 5 e 9;

c) - a temperatura inferior a 40 ºC, bem como variações de 3ºC na mistura;

d) - até 1 mL/L de materiais sedimentáveis quando o lançamento ocorrer

em lagos e lagoas de pouca circulação de água;

e) - limite de óleos minerais de até 20 mg/L;

f) - ausência de materiais flutuantes;

g) - máximo de 15 mg/L de Fe dissolvido.

O efluente não deverá ter potencial para causar efeito tóxico aos organismos

aquáticos no corpo receptor.

TABELA 1 – ALGUNS PARÂMETROS DA RESOLUÇÃO 430/2011 DO CONAMA

PARÂMETROS

VALORES

pH 5 e 9

Temperatura <40°C

Óleos minerais <20mg/L

Materiais sedimentáveis <1mL/L

Fe dissolvido <15mg/L

FONTE: Adapatado da resolução CONAMA 430/2011

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13

Para tratar os efluentes, é necessário haver um estudo acerca das suas

características, baseado na descrição dos materiais empregados nas etapas do

processo produtivo. Porém para ajudar a melhorar o mecanismo de gestão dos

recursos hídricos a Agência Nacional de Águas (ANA) foi criada em 2000 através da

Lei 9.984/2000.

A resolução do Conselho Estadual do Meio Ambiente do paraná - CEMA

070/09 em seu anexo 7 trata das condições e padrões de lançamento de efluentes

líquidos industriais. Os efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderão ser

lançados, direta ou indiretamente, nos corpos de água desde que obedeçam às

condições e padrões estabelecidos, resguardadas outras exigências cabíveis. Para

as indústrias galvânicas o item 10 (TABELA 1) relaciona alguns parâmetros e seus

limites.

TABELA 2 - PADRÕES PARA O LANÇAMENTO DE EFLUENTES EM CORPOS RECEPTORES 10) TRATAMENTO DE SUPERFÍCIE (GALVANOTÉCNICA)

DBO5 50mg/L

DQO 300mg/L

Cianeto Total 0,2mg/L

Cromo Total 0,5mg/L

Cádmio Total 0,2mg/L

Ferro dissolvido 15mg/L

Níquel Total 2mg/L

Cobre dissolvido 1mg/L

Zinco Total 5mg/L

Óleos e Graxas Óleos Minerais até 20mg/L

Toxicidade aguda FTd para Daphnia Magna: 16 (6,25%) FTbl para Vibrio Fischeri: 8 (6,25%)

FONTE: Adapatado da resolução CEMA 70/2009

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2.2 USOS MÚLTIPLOS DE ÁGUA

É importante entender onde se utilizam os recursos hidricos. No sítio

http://www.caminhoaguas.org.br verifica-se que a água pode ser utilizada de

diversas maneiras. O projeto Caminho das Águas é uma parceria entre a Agência

Nacional de Águas (ANA) e a Fundação Roberto Marinho (FRM) para o

desenvolvimento de atividades educativas ligadas à temática da água. No GRÁFICO

1 observam-se os usos múltiplos das águas em períodos comparativos de 2006 e

2010, sendo que a indústria representa um percentual de 17% na vazão de retirada

e 7% na vazão consumida.

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GRÁFICO 1 - DISTRIBUIÇÃO DAS VAZÕES DE RETIRADA E CONSUMO PARA DIVERSOS USOS (2006-2010)

FONTE: Adaptado de ANA (2013)

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Alguns usos implicam na retirada de água das fontes hídricas enquanto

outros estão associados a atividades que se desenvolvem no próprio ambiente

aquático. Os usos que consomem a água são chamados usos consuntivos devido

ao fato de reduzirem o volume da água. Se dá quando a água é captada do

manancial superficial ou subterrâneo e somente parte dela retorna ao reservatório

natural.

Já os usos que não consomem diretamente a água chamam-se usos não

consuntivos. Refere-se aos usos que retornam à fonte de suprimento, praticamente

a totalidade da água utilizada, podendo haver alguma modificação no seu padrão

temporal de disponibilidade quantitativa. O uso se dá quando toda a água captada

retorna ao manancial de origem. (ANA, 2013).

Para o desenvolvimento sócio econômico local, os recursos hídricos deverão

atender demandas às várias necessidades de uso.

Segundo Lanna (2002), a água apresenta múltiplas funções:

a) de produção: ocorre quando a água é usada como bem de consumo final

ou intermediário, por exemplo, água para consumo humano e animal ou irrigação;

b) de regulação: quando limpa, acomoda, filtra, neutraliza ou absorve

resíduos; para diluição, afastamento e depuração de resíduos;

c) de suporte: quando cria condições para a vida e atividades produtivas, por

exemplo, a água como habitat natural, no solo, na atividade agrícola e a água como

meio de transporte;

d) de informação: quando a água serve de indicador sobre estados

ambientais, por exemplo, o estágio de conservação ou de degradação de uma bacia

hidrográfica.

2.3 USO DA ÁGUA NA INDÚSTRIA

Percebe-se que o consumo da água (GRÁFICO 2) demandada tem como

maior usuário a agricultura com 69%. O abastecimento urbano e a dessedentação

de animais estão igualadas com 11%. O setor industrial vem em seguida com 7% e

por último o uso rural de água com 2%. (ANA, 2009).

Algumas indústrias possuem seu próprio sistema de abastecimento. Quase

todas necessitam da água no sistema de limpeza, para refrigeração ou no processo

produtivo. O consumo é muito alto nas atividades produtivas de bebidas e alimentos.

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GRÁFICO 2 - USOS DE ÁGUA NO BRASIL

FONTE: Adaptado de ANA (2009)

Segundo Von Sperling (2005), o consumo da água na indústria se distribui

da seguinte forma. (QUADRO 1): As usinas de açúcar, por exemplo, para cada

tonelada de açúcar, podem utilizar até 10m3 de água. Já as cervejarias utilizam até

20 m3 para cada m3 de cerveja.

QUADRO 1 - CONSUMO DE ÁGUA NAS INDÚSTRIAS

Consumo Da Água Na Indústria

Laminação de aço 8-50 m3 por t de aço

Refinação do petróleo 0,2-0,4 m3 por barril refinado

Indústria têxtil 120-750 m3 por t de tecido

Couros e Curtumes 20-40 m3 por t de couro

Papel 30 - 200 m3 por t de papel

Saboarias 25-200 m3 por t de sabão

Usinas de açúcar 0,5-10 m3 por t de açúcar

Fábrica de conservas 4-50 m3por t de conserva

Laticínios 2–10 m3 por m3 de produto

Cervejaria 5 - 20 m3 por m3 de cerveja

Lavanderia 10-70 m3 por t de roupa

Matadouros 0,3-0,4 m3 por animal abatido

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FONTE: Adaptado de Von Sperling (2005)

A água dispõe de numerosas funções para a indústria: serve como matéria-

prima, reagente, solvente, veículo de remoção, transporte, suspensão, resfriamento,

aquecimento, entre outros. A água tem sido a centralizadora das atenções mundiais

nos últimos anos, gerando diversas discussões sobre a utilização dos recursos

hídricos, como: uma melhor gestão e uma melhor adequação desses recursos tão

escassos (VON SPERLING, 2005).

Porém já se vislumbra uma maneira de gestão dos recursos hídricos na

indústria conforme plano mostrado em forma de fluxograma. (FIGURA 4).

FONTE: Adaptado de Adaptado de MARTINS, ASTORGA e SILVEIRA (2006)

A água é muito utilizada na indústria e pode ter várias aplicações, sendo

elas: matéria prima, em que a água é incorporada ao produto final, por exemplo, em

indústrias de bebidas, cosméticos, entre outras; uso como fluido auxiliar, na

preparação de soluções e reagentes químicos ou em operações de lavagem;

DECISÃO E ATRIBUIÇÃO DE

RESPONSABILIDADES

LEVANTAMENTO HÍDRICO

ESTABELECIMENTO DE PRIORIDADES

DIAGNÓSTICO HÍDRICO

PLANO DE RACIONALIZAÇÃO DO

USO DA ÁGUA

ESTUDO DE VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA

GESTÃO E MONITORAMENTO

FIGURA 4 - FLUXOGRAMA DO PLANO DE CONSERVAÇÃO DO USO DA ÁGUA

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geração de energia; fluido de aquecimento e resfriamento e transporte e assimilação

de contaminantes, entre outros.

2.4 EFLUENTES DA INDÚSTRIA

De acordo com a Norma Brasileira — NBR 9800/1987, efluente líquido

industrial é o despejo líquido proveniente do estabelecimento industrial,

compreendendo emanações de processo industrial, águas de refrigeração poluídas,

águas pluviais poluídas e esgoto doméstico.

Os efluentes industriais possuem relação com a matéria prima a ser

processada e também com o processo industrial empregado (VON SPERLING,

2010).

Segundo Cordi et al (2008), existe um interesse muito grande, tanto de

ordem ambiental quanto econômica e social em que os despejos industriais e

domésticos sejam submetidos a tratamentos adequados antes da sua disposição em

corpos aquáticos.

2.5 EFLUENTES INDÚSTRIAIS E SEU GERENCIAMENTO

De acordo com ANA (2009), o monitoramento é o grupo de práticas que tem

como objetivo acompanhar as alterações nas características físicas, químicas e

biológicas de um corpo d’água, decorrentes de atividades antrópicas e de

fenômenos naturais associado a um determinado objetivo.

O efluente industrial, devido as suas características próprias que dependem

do material produzido, deve ser tratado. Os processos de tratamento utilizados são

classificados de acordo com princípios físicos, químicos e biológicos. (CONAMA,

2005).

Os tratamentos do tipo físico-químico (FIGURA 5) aplicam-se na depuração

de águas residuárias geradas, normalmente, pelos processos de tratamento de

superfícies geralmente aplicados a indústria metal mecânica. O processo físico

numa estação consiste nas etapas de remoção de sólidos, metais, areias, óleos e

graxas. Os químicos homogeinização, neutralização, floculação e decantação.

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FIGURA 5 - ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE EFLUENTES (ETE) DE PROCESSO FÍSICO-QUÍMICO.

FONTE: Adaptado de CIMM (2016)

Pensando na condição de se fazer um tratamento com níveis de eficiência

muito elevados, lançando um efluente industrial tratado de qualidade superior aos de

água de rio, e, de posse de um sistema operando e de laudos analíticos laboratoriais

comprovando essa eficiência em função dos resultados obtidos, pode-se projetar o

sistema de tratamento das águas atendendo as legislações pertinentes.

2.6 EFLUENTES DA INDÚSTRIA METAL MECÂNICA

O macro complexo industrial metal mecânico (FIGURA 6) se divide em:

indústrias extrativas, indústrias de transformação e as de produtos de insumos para

o mercado (comércio, indústrias e serviços). (CHEQUIN, 2011)

A indústria metalúrgica, em sua essência, produz vários tipos de resíduos e

efluentes, e muitos desses liquidos são contaminantes para o meio ambiente,

principalmente devido à sua concentração. Os efluentes são caracterizados e

oriundos conforme os processos de fabricação na indústria, na lavagem das peças

para a retirada do óleo e posterior pintura e na lavagem do piso da fábrica, têm

como destino os tanques de decantação, e após, segue para o sistema de coleta de

esgoto urbano. (ELDLINGER, et al. 2012)

As Siderúrgicas são caracterizadas por processos de: coqueria, sinterização,

redução, aciaria, lingotamento, laminação e tratamento do aço, fundição. A origem e

composição deste tipo de efluentes líquidos são:

[CGB1] Comentário: Se refere a qual figura?

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a) Coqueria – Efluentes constituídos de licor amoniacal, água de resfriamento final,

recuperação de óleos leves, água de resfriamento indireto. Parâmetros: DBO, DQO,

pH, SS (Sólidos Solúveis), amônia total, fenóis, sulfetos, cianeto, óleos neutros,

sulfato, tiossulfato, cloreto.

b) Sinterização – Efluentes oriundos da limpeza úmida dos gases de sinterização;

são altamente básicos. Parâmetros: pH, SS, amônia não ionizada, cianeto, fenóis,

ferro, alcalinidade.

c) Alto Forno – Efluentes oriundos do sistema de lavagem dos gases contendo

minério de ferro, calcário, coque, traços de amônia não ionizada, fenóis, cianetos.

Parâmetros: pH, SS, cloreto, cianeto, zinco, chumbo, fluoreto.

d) Aciaria LD – Efluentes oriundos da limpeza de gases constituídos por sólidos

dissolvidos, dureza. Parâmetros: Sulfato, SS.

e) Laminação a quente – Efluentes oriundos do resfriamento dos equipamentos,

contendo grandes quantidades de sólidos em suspensão e óleos. Parâmetros: SS,

SE, Material Sedimentável.

As Galvânicas são caracterizadas por processos de: remoção de impurezas,

limpeza e revestimento eletrolítico das partes. Observa-se na FIGURA 6 um

fluxograma genérico deste tipo de indústria.

FIGURA 6 – FLUXOGRAMA GENÈRICO DO PROCESSO DE GALVANOPLASTIA

FONTE: Martins (2012)

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A origem e composição dos efluentes líquidos da galvanoplastia são os

despejos contendo soluções alcalinas e acidas de limpeza, óleos, cianetos, metais

pesados como cromo, zinco, cobre, níquel, estanho e cádmio oriundos das lavagens

de peças de banho exauridos.

Representa-se no QUADRO 2 os tipos de efluentes, os processos e

sistemas de controle necessários para melhor gestão e caracterização.

QUADRO 2 - PROCESSOS DE TRATAMENTO DE EFLUENTES

INDICAÇÃO DE

EFLUENTES

TIPO DE

PROCESSO

SISTEMA DE

CONTROLE

DE POLUIÇÃO

OBSERVAÇÃO

Sólidos flutuantes

de

Grandes

dimensões

Físicos

Grades, peneiras,

Caixa de areia,

Caixa de gordura

Quando

predominam

Compostos

orgânicos o lodo

decantado deve

ser removido e

disposto

adequadamente

Óleo mineral Físicos Caixas separadoras

Água/óleo

Se o óleo

emulsionado, é

necessária a

redução do pH.

Material coloidal,

cor,

Turbidez, ácidos,

álcalis,

Químicos e físico-

químicos

Tanques de

neutralização,

Trocador iônico, tanque

de formação do

precipitado

A neutralização

pode ser

necessária como

pré tratamento

Metais pesados Químicos e físico-

químicos

Elevação do ph,

sedimento de filtração

dos compostos

Insolúveis

Cianeto Químicos Oxidação química

Matéria orgânica Biológicos

Lodo ativado, filtro

biológico, lagoas

aeradas, lagoa

deestabilização

Resíduo

biodegradável

DQO < ou = 3,0

DBO

Domésticos Biológicos Lagoas de estabilização

aeróbias ou facultativas.

FONTE: Adaptado de Borges (2017)

Uma publicação realizada em 2013 pela Confederação Nacional da Indústria

da primeira versão da matriz de coeficientes técnicos, (QUADRO 3) tinha por

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objetivo difundir os resultados motivando o setor industrial e o Governo para

avançarem no aprimoramento dos resultados já alcançados.

Os dados da Matriz de coeficientes publicados subisidiam as entidades no

planejamento e na estimativa da demanda do uso de recursos hídricos pelo setor.

Esta publicação visava ainda subsidiar ações para quantificação diagnóstica

e prospectiva do Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), referente à

identificação dos coeficientes técnicos setoriais de uso dos recursos hídricos,

diferenciados por setores produtivos e por tipo de processo tecnológico adotado. Um

extrato da matriz para o setor metal mecânico está apresentado no (QUADRO 3) a

fim de mostrar a retirada e o consumo de recursos hídricos, bem como os

lançamentos dos efluentes pelo setor industrial.

QUADRO 3 - MATRIZ DE COEFICIENTES TÉCNICOS DE VAZÕES DE RETIRADA, CONSUMO E LANÇAMENTO DE EFLUENTES

DENOMINAÇÃO

Coeficientes Técnicos de Uso da Água

(m3 / Unidade de Atividade) OBSERVAÇÕES

Unidade da

Atividade Retirada

Con

sumo Efluente

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(Continuação QUADRO 3)

DENOMINAÇÃO

Coeficientes Técnicos de Uso da Água

(m3 / Unidade de Atividade)

OBSERVAÇÕES

Unidade da

Atividade Retirada

Con

sumo Efluente

FONTE: Adaptado de CNI (2013)

2.7 QUALIDADE NOS RECURSOS HÍDRICOS

Os principais centros urbanos do mundo se desenvolveram com suas

demandas e produção de resíduos, instalaram-se próximos aos rios e lagos,

exercendo grande pressão sobre esses sistemas, carregando desde a sua origem

um grande passivo ambiental. (SILVA; AZEVEDO; MATOS, 2006).

Conforme Von Sperling (2005) os diversos componentes presentes na água,

e que alteram o seu grau de pureza, podem ser retratados, de uma maneira ampla e

simplificada, em termos das suas características físicas, químicas e biológicas.

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25

(FIGURA 7). Estas características se traduzem nos parâmetros de qualidade da

água. As principais características da água podem ser expressas como:

• Características físicas. As impurezas enfocadas do ponto de vista físico

estão associadas, em sua maior parte, aos sólidos presentes na água. Estes sólidos

podem ser em suspensão, coloidais ou dissolvidos, dependendo do seu tamanho.

• Características químicas. As características químicas de uma água

podem ser interpretadas através de uma das duas classificações: matéria orgânica

ou inorgânica.

• Características biológicas. Os seres presentes na água podem ser vivos

ou mortos. Dentre os seres vivos, tem-se os pertencentes aos reinos animal e

vegetal, além dos protistas.

FONTE: Adaptado de Von Sperling (2005)

A poluição das águas decorre de forma genérica, da adição de formas de

energia ou de substâncias que, indiretamente ou diretamente, alteram as

características físicas e químicas do corpo d’água. Prejudicando a utilização das

suas águas para usos benéficos. Torna-se importante ressaltar a existência dos

seguintes tipos de fontes de poluição: atmosféricas, pontuais, difusas e mistas.

(TUCCI, 1998).

Por muito tempo a água foi menosprezada sendo considerado um recurso

natural infinito, de pouco ou quase nenhum valor econômico e teve no uso abusivo

um dos principais motivos geradores da redução em sua oferta. (HESPANHOL;

MIERZWA, 2000).

IMPUREZAS

Físicas Químicas Biológicas

FIGURA 7 - CARACTERÍSTICAS DAS ÁGUAS

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Born (2000) ressalta que além da escassez física, há outros dois tipos: a

escassez econômica, referente à incapacidade de se pagar os custos de acesso a

águas e a escassez política, correspondente às políticas públicas inadequadas que

impedem algum segmento populacional de ter acesso à água ou ecossistemas

aquáticos.

O quadro de escassez é agravado nas bacias hidrográficas com maiores

índices de urbanização, não só pelo crescimento rápido da demanda de água, mas

também pela poluição causada pelo lançamento de águas residuárias.

(HINRICHSEN; ROBEY; UPADHYAY, 2005).

O Relatório Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil de 2013 aponta que

uma das fraquezas da conjuntura nacional é a dificuldade na solução integrada de

gestão de recursos hídricos (Agência Nacional de Águas, 2013, p. 358).

Após a utilização das águas, diversos resíduos são incorporados alterando-

lhes as suas características físicas e químicas, gerando assim os efluentes líquidos.

Os efluentes líquidos industriais se caracterizam por uma enorme variedade de

poluentes, tanto em tipo, composição como em volumes e concentrações. Os

despejos são um dos principais responsáveis pela contaminação das águas, quando

lançados sem tratamento adequado aos cursos naturais, produzindo uma série de

danos ao meio ambiente e ao homem. (GIORDANO, 2011)

A poluição pelos efluentes líquidos industriais deve ser controlada

inicialmente pela redução de perdas nos processos, incluindo a utilização de

processos mais modernos. Para garantir a qualidade das águas e seus múltiplos

usos são necessárias medidas de controle e proteção. (GIORDANO, 2011)

Segundo Rubim (2014) a maioria das empresas conhecem as legislações e

buscam formas de atender a essas exigências. Um dos grandes problemas

enfrentados por elas é a tratabilidade de seus efluentes, que podem ser de vários

tipos, dependendo do que a empresa produz, o que requer tratamentos específicos,

tornando-os mais complexos. Para evitar que resíduos tóxicos e perigosos poluam e

contaminem o meio ambiente provocando muitas vezes desastres ambientais,

existem leis no Brasil que regulamentam o correto descarte dos efluentes líquidos

industriais.

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2.8 A INDÚSTRIA METAL MECÂNICA

A base da economia paranaense ainda tem um perfil fortemente agrícola,

mas aos poucos o setor metal mecânico, que sustenta toda a rede industrial,

começa a ganhar corpo.

O setor metal mecânico, objeto desta pesquisa, abrange tanto as indústrias

que se dedicam à produção e às transformações de metais, o que inclui tanto as

empresas de bens e serviços intermediários como, por exemplo, fundições, forjarias,

corte, soldagem, e outros, quanto os estabelecimentos destinados aos produtos

finais como, bens de consumo, equipamentos, maquinaria, veículos e material de

transporte. (MACEDO; CAMPOS, 2001).

De acordo com Serber (2009) a indústria metal mecânica tem como principal

fornecedor de suas matérias-primas o ramo da siderurgia. Os produtos fabricados

são oriundos de setores como a indústria automobilística, hidromecânica, de

implementos agrícolas, naval, mineração, produtos de transporte entre outros. O

macro complexo metal mecânico foi subdividido, a partir da CNAE 2.0, em seis micro

complexos, com 30 tipos de indústrias. (FIGURA 8). O diagrama mostra a indústria

extrativa e suas respectivas divisões em metalurgia, siderurgia e fundição. Já a

indústria de transformação subdivide-se em fabricação de equipamentos e

fabricação de veículos. Há também as indústrias de fornecimento de insumos para o

mercado com fabricação de máquinas, aparelhos, transportes e manutenção com as

respectivas partes e peças.

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FIGURA 8 - DIAGRAMA DO MACRO COMPLEXO METAL MECÂNICO – CONCLA/CNAE 2.0

FONTE: Adaptado de Chequin (2011)

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A economia paranaense é a quarta maior do País. O Estado responde

atualmente por 6,3% do PIB nacional. No município de São José dos Pinhais

representa 30% de sua economia. (IPARDES, 2016).

A base da economia paranaense ainda tem um perfil agrícola, mas aos

poucos o setor metal mecânico, que sustenta quase toda a rede industrial, começou

a ganhar corpo. Entre os anos de 2000 e 2009, o número de indústrias do setor

cresceu 78,5%, conforme o Ministério do Trabalho e Emprego, passando de 3.400

para 6.069 estabelecimentos. Em 2000, o município de Curitiba representava

21,97% do setor no Paraná e hoje responde por 18,92%. Das dez cidades que mais

têm empresas do ramo, cinco fazem parte da Grande Curitiba, respondendo por

34,19% do setor. (IPARDES, 2016).

As economias dos municípios da Região Metropolitana de Curitiba estão

entre as maiores do Estado. Em razão do dinamismo da indústria e dos serviços, a

capital Curitiba e São José dos Pinhais são os municípios mais representativos no

PIB do Paraná. (IPARDES, 2003).

Segundo dados do IBGE, de 2005, o setor Metal Mecânico (sem o setor

automotivo) representava 17,01% do número de estabelecimentos da indústria

paranaense.

Conforme estudos desenvolvidos por pesquisadores do Instituto Paranaense

de Desenvolvimento Econômico e Social os anos 70 constituíram um marco da

transformação do perfil econômico do Estado do Paraná, com uma progressiva

diversificação na agropecuária e com a introdução, no setor industrial, dos ramos

modernos na linha da metal-mecânica. (IPARDES, 2003).

Nos anos 80, devido principalmente, ao baixo dinamismo da economia,

considerada por muitos uma década perdida, o setor quase não se alterou.

Porém, segundo Queiroz e Queiroz (2010), a perda de dinamismo da

economia, a deterioração das condições de financiamento em longo prazo e a

descoordenação das políticas industrial e tecnológica nos anos 80 fragilizaram

severamente a capacidade competitiva de alguns setores da indústria metal

mecânica. Nos anos 90, o setor de máquinas e implementos agrícolas era o que

estava em pior situação competitiva em relação ao exterior, pois neste segmento as

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tecnologias mais modernas de processo de produção eram menos divulgadas e,

sobretudo, eram maiores as defasagens de produto em relação a outros países.

A indústria metal mecânica produz mais da metade dos produtos do setor,

como os componentes automotores, as autopeças e as das próprias montadoras de

automóveis, mostrando o potencial do mercado brasileiro com os investimentos e

para com o mercado externo. Além desse segmento industrial, a exportação também

merece destaque, pois vem aumentando gradativamente. (CARMELIO et al., 2011).

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2.9 ESTADO DA ARTE

Segundo analise em artigo, Ivonete Coelho da Silva Chaves, diretora de

monitoramento ambiental e controle da poluição do Instituto Ambiental do Paraná

(IAP), alguns países europeus como Alemanha, Itália e Reino Unido, assim com os

Estados Unidos, apresentam tecnologias mais eficientes no tratamento de efluentes.

(MIRRHA, 2016).

Isto é devido aos altos investimentos no setor que são feitos tanto pela

iniciativa privada quanto pelo governo nesses locais. Mirra (2016) relata ainda que: o

Brasil tem acompanhado essa evolução, pois muitas empresas aqui instaladas

também estão naqueles países, além da existência de muitos projetos de

cooperação técnica. E conclui:

“Os efluentes devem ser considerados como subproduto, ou seja, como algo possível de ser reaproveitado no processo. Assim, considerando que o custo da água, como matéria-prima, está cada vez mais elevado e sua obtenção cada vez mais escassa, houve, a nível mundial, um incremento no desenvolvimento de tecnologias para o tratamento de efluentes industriais visando, principalmente, sua transformação em água para uso industrial, o reúso, com benefícios econômicos; e no Brasil as empresas têm acompanhado essa tendência”. (2016, p.16-22)

A publicação da CNI – Confederação Nacional da Indústria - através de uma

matriz de coeficientes técnicos, tem como objetivo difundir os resultados e motivar o

setor industrial e o governo para avançar e aprimorar os que já foram alcançados de

uso de água no setor industrial brasileiro (CNI, 2013).

Essa publicação traz ainda uma breve apresentação da Rede de Recursos

Hídricos da Indústria. Criada em 2009, sob a coordenação da CNI, esta rede é

formada por 27 federações de indústrias dos estados e associações setoriais. No

âmbito da Rede, é realizado o alinhamento de posição dos representantes da

indústria frente às políticas públicas e são disseminadas e incentivadas boas

práticas de uso eficiente da água para o setor.

Os governantes, por sua vez, também desenvolvem políticas, programas e

ações que visam compatibilizar aspectos de qualidade e quantidade com os usos

múltiplos da água. Incentivando o uso racional desse recurso, a exemplo da

aprovação, em 1997, da “Lei das Águas” (Lei nº 9.433), que estabeleceu a Política

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Nacional de Recursos Hídricos – PNRH e criou o Sistema Nacional de

Gerenciamento de Recursos Hídricos – SINGREH.

A indústria participa ativamente da implantação da PNRH e do SINGREH,

com representação em todos seus colegiados, como os conselhos da nação e do

estado de recursos hídricos e comitês de bacia hidrográfica.

Como resultado de um conjunto de estratégias voltadas ao uso racional da

água, setores representativos da indústria brasileira reportam ganhos importantes de

eficiência no uso da água nos últimos anos, como por exemplo, os setores de

petróleo e gás, automobilístico, bebidas, indústria química, entre outros (CNI, 2013).

Atualmente, a indústria brasileira do aço conta com índices elevados de recirculação

de água, superiores a 96%, de acordo com o Instituto Aço Brasil. Esse aumento de

eficiência resultou em expressiva redução da captação nos corpos d’água e do

lançamento de efluentes.

Em sua essência, a indústria metalúrgica, produz diversos tipos de efluentes

e resíduos, e muitos desses são contaminantes para o meio ambiente,

principalmente devido à sua concentração.

Essas impurezas concentradas quando despejadas diretamente no corpo

hídrico são capazes de alterar a qualidade física, química e/ou biológica a níveis que

ultrapassam os padrões legais estabelecidos para a classe, conforme seu uso

preponderante, as águas provenientes dos usos industriais desta maneira tornam-se

contaminadas pelos resíduos dos processos formando assim os efluentes líquidos

industriais o que caracteriza a poluição hídrica.

No que diz respeito às águas residuais mostrado no diagrama (FIGURA 9) é

necessário recolher os rejeitos provenientes das fontes tópicas de origem urbana,

assegurando-se um tratamento adequado e descarregando-se as águas tratadas em

condições que não adulterem a qualidade da água dos meios receptores. Essas

características quantitativas e qualitativas são inerentes à composição das matérias

primas, das águas de abastecimento e do processo industrial. (GIORDANO, 2011).

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FIGURA 9 - DIAGRAMA DAS ÁGUAS

FONTE: Adapatado de Giordano (2011)

A poluição das águas é assunto cada vez mais urgente. Na visão de

Chaves, do IAP, é preciso rever as leis que cobrem o tema. “Atualmente, a nível

nacional, está vigente o estabelecido na Resolução CONAMA N.° 430/2011 sobre as

condições e padrões de lançamento de efluentes. Porém, como o avanço

tecnológico e de pesquisa na área de tratamento de efluentes é relativamente

grande, há necessidade de sua revisão, para se chegar ao nível de exigência dos

países mais desenvolvidos, considerando também novos poluentes”. (MIRRHA,

2016).

De acordo com Callado (2016) na legislação de efluentes líquidos de

diferentes países, como Brasil, Estados Unidos, Espanha e França, são encontrados

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pontos em comum e muitas diferenças peculiares, principalmente nas estratégias e

maneiras de atuação e operação dos órgãos ambientais de cada nação.

Segundo Mirrha:

“A regulamentação muitas vezes não produz as melhorias efetivas na qualidade ambiental devido a problemas como a falta dos recursos financeiros necessários para implementar uma determinada política, a fraca capacidade institucional e a insuficiência dos recursos humanos, que levam à falta de controle, fiscalização e obediência”. (2016, p. 16-22).

O sucesso das políticas ambientais depende da interação de fatores

diversos. Um dos principais problemas que leva ao fracasso de implementação

destas políticas é a falta de informação. (MIRRHA, 2016).

Nos estudos realizados Oenning Junior e Pawlowsky (2007) objetivando

reduzir o consumo de água e o descarte do efluente tratado de uma indústria metal-

mecânica (situada na RMC – Região Metropolitana de Curitiba – que atua em

diferentes áreas, fornecendo desde componentes, serviços de pintura, estruturas

metálicas e os bancos automotivos completos) foi realizar uma proposta com

avaliação técnica e econômica de cinco tecnologias de tratamento (carvão ativado,

oxidação com ozônio, oxidação com dióxido de cloro, osmose reversa e coagulação-

floculação) que pudessem proporcionar a reutilização do efluente. Pôde-se concluir

para quatro locais levantados para reúso e sugeridos critérios para cada um deles

que as tecnologias de adsorção com carvão ativado e filtração por osmose reversa

forneceram os melhores resultados em termos de qualidade do efluente para reúso.

A viabilidade de implantação de uma estação de tratamento de efluentes

industriais deve ser decidida pelos resultados das avaliações técnicas e econômicas.

Tudo deva ser avaliado e discutido em conjunto com a gerência e a direção da

empresa que tomará a decisão final. Esta contribuição poderia, por exemplo,

estender-se ao complexo metal mecânico. A avaliação das alternativas se

procederia de maneira multicriterial levando em consideração algumas prioridades

exigidas pela diretoria das empresas. Para a comparação das alternativas, quadros

multicritérios poderiam ser elaborados.

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3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 ÁREA DE PESQUISA E ESTUDO

Este trabalho utilizou informações oriundas de pesquisas realizadas com

empresas do setor metal mecânico do distrito industrial de São José dos Pinhais.

Em divisão territorial datada de 2001, apontados no site da prefeitura, o município é

constituído de 7 distritos: São José dos Pinhais, Borda do Campo de São Sebastião,

Cachoeira de São José, Campo Largo da Roseira, Colônia Murici, Marcelino e São

Marcos. O industrial abrange principalmente a Borda do Campo e Campo Largo da

Roseira.

Situando-se geográficamente na região Sul do Brasil. (FIGURA 10). No

estado do Paraná, na região metropolitana de Curitiba, numa altitude de 906 metros,

sua Latitude é 25º 32' 05" S (Sul) e sua Longitude é 49º 12' 23" W (Oeste). O

município abrange um total de 948,52 km², com população estimada em 2016 de

302.759 habitantes. Tendo uma densidade populacional de 314,75 hab/ km².

FIGURA 10 – MAPA DO LOCAL DE ESTUDO

FONTE: adaptado de COMEC, (2017).

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Uma razão da escolha do município para pesquisa foi motivada pela

representatividade na economia do estado e o crescimento significativo do distrito

industrial com as indústrias metal mecânicas instaladas e do setor automotivo. Outro

fator motivador é a situação dos mananciais atuais e potenciais de abastecimento de

água da região, como as bacias dos rios: Iguaçu, Pequeno, Miringuava, Cotia,

Despique, Capivari e da Várzea. (DALARMI, 1995).

O município de São José dos Pinhais está com seu território nas bacias dos

rios Pequeno, Miringuava, Cotia e Itaqui, afluentes do rio Iguaçu e bacia litorânea.

As indústrias analisadas situam-se próximas aos rios: Miringuava mirim,

Aruja e Rio da Campina. Conforme mapa. (FIGURA 11).

FIGURA 11 – MAPA DAS SUB-BACIAS DO ALTO IGUAÇU - LOCAL DE ESTUDO

FONTE: Adaptado de SUDERSA (2000).

A

B C

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3.2 COLETA DE DADOS E AMOSTRAGEM

Para este estudo foram selecionadas inicialmente empresas: de pequeno,

médio e grande porte. A ideia inicial foi conduzir de forma ética não revelando e

publicando os nomes das indústrias.

As listas das empresas do setor metal mecânico foram obtidas no sindicato

de classe e na associação comercial. Para tanto foi realizado acesso aos seus sites,

bem como, por meio de três visitas realizadas nestes locais, com entrevista e

solicitação aos responsáveis pelo cadastro das empresas afiliadas. Destas duas

listas definiram-se quais empresas seriam avaliadas. Sendo escolhidas três

empresas que representassem o setor pelo porte, processos e localização no distrito

industrial. Ora sendo denominadas de A de grande, B de médio porte e C de

pequeno porte. Considera-se porte relativo ao número de funcionários, faturamento

e representatividade no setor.

A partir da escolha observou-se a necessidade da obtenção de dados que

permitissem analisar as águas residuais em cada indústria. Havia possibilidades de

tais informações serem obtidas das empresas diretamente através dos seus

sistemas de gestão. Realizando localmente as coletas dos efluentes. Ou ainda obter

dados de forma secundária. Optou-se por esta última forma devido à

confidenciabilidade exigida e a praticidade de um único laboratório fornecer os

laudos necessários.

A qualidade dos efluentes foi analisada primeiramente por um laboratório

credenciado.

O laboratório foi considerado em conformidade aos requisitos das normas:

ISO 9001:2008 e ISO 14001:2004. Realiza diversos ensaios para a caraterização

físico química de vários tipos de amostras, tais como águas destinadas à

potabilidade, recreação de contato primário e secundário, alimentação industrial,

efluentes em geral, resíduos sólidos e solos.

As principais análises para os efluentes consistem na quantificação da carga

de matéria orgânica presente, através dos parâmetros de DQO - Demanda Química

de Oxigênio e DBO - Demanda Bioquímica de Oxigênio. Estes parâmetros medem a

quantidade de poluição presente em um determinado despejo, seja doméstico ou

industrial.

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Os parâmetros para controle e monitoramento da eficiência de Sistemas de

Tratamento de Efluentes também são realizadas, tais como SST - Sólidos

Suspensos Totais, Sólidos Suspensos Voláteis e Sólidos Sedimentáveis. O controle

de nutrientes, extremamente importante para o bom funcionamento de sistemas

biológicos de tratamento, tais como lodos ativados e reatores anaeróbicos,

compreendem o Nitrogênio Total, Nitrogênio Amoniacal, Nitrito, Nitrato, Fósforo Total

e Fosfato.

Os parâmetros de emissão de efluentes, exigidos pelo IAP - Instituto

Ambiental do Paraná e Resolução CONAMA nº 430/2011, além dos já citados são

realizados: DQO e DBO, pH, Surfactantes (presença de sabões e detergentes),

Óleos e Graxas Totais, Óleos e Graxas Minerais, Óleos e Graxas Vegetais e

Temperatura, dentre outros. O laboratório acreditado no CGCRE/INMETRO oferece

ainda serviços de qualidade para o correto diagnóstico da área de Limnologia nas

áreas: Fitoplâncton, Zooplâncton e MIAS - Bentônicos.

Todas as informações referentes à coleta de campo foram anotadas pelos

técnicos de coleta através do preenchimento do Plano de Amostragem contendo, no

mínimo, as seguintes informações:

1) identificação da amostra (ponto, profundidade coletada);

2) data e hora de coleta;

3) dados das variáveis medidas "in situ” (pH, oxigênio dissolvido,

temperatura, profundidade, transparência, etc.).

4) condições meteorológicas que possam interferir na qualidade da água;

5) nome do responsável pela coleta;

As coletas dos efluentes foram realizadas, seguindo os procedimentos

padrões, pelos técnicos e seus auxiliares do próprio laboratório em cada uma das

indústriais selecionadas. Após foram realizados testes laboratoriais.

Os laudos foram então disponibilizados e surgiram as condições de

realização deste trabalho. A partir dos relatórios laboratoriais pode-se avaliar os

resultados fazendo-se comparações com a legislação vigente e com a Política

Nacional de Recursos Hídricos. Foram utilizados para este fim laudos emitidos de

amostras coletadas conforme o procedimento laboratorial POA.COL.01 – Coleta de

amostras e Amostragem do SM – Standard Methods. Conforme laudos em anexo.

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A qualidade dos efluentes das indústrias metal mecânicas estudadas foram

apresentadas através da análise dos laudos resultantes dos exames laboratoriais.

As condições temporais durante a captação das amostras serão detalhadas na

tratativa dos dados de cada uma das empresas deste estudo.

As amostras mensais coletadas da empresa A são referentes ao período de

2015 e 2016 dos meses de: Janeiro, Abril, Julho e Outubro.

As amostras coletadas da empresa B são referentes ao período do ano de

2015 dos meses de: Março, Maio e Outubro e do mês de Junho do ano de 2016.

As amostras coletadas da empresa C são referentes ao período do ano de

2016 dos meses de Maio, Junho, Julho, Setembro, Outubro e Novembro.

As coletas ocorreram a montante e a jusante e nas saídas das Estações de

Tratameno de Efluentes.

3.3 SELEÇÃO DE PARÂMETROS ANALISADOS

Neste estudo foram analisados apenas as composições dos efluentes sem

ater-se ao despejo em termos de vazão.

Na resolução 430/2011 do CONAMA, artigo 16 descrevem-se as condições e

padrões de lançamento diretamente no corpo receptor de efluentes de qualquer

fonte poluidora.

Os parâmetros analisados decorrem dos laudos fornecidos secundariamente,

neste estudo estão descritos conforme QUADRO 4, 5 e 6. Eles diferem entre as

empresas devido às particularidades de cada processo produtivo e também

considerando-se os seus sistemas de gestão.

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QUADRO 4 - PARÂMETROS DAS AMOSTRAS ANALISADAS DA EMPRESA A

PARÂMETROS Analisados da Empresa A

Demanda Química de Oxigênio (DQO)

Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO)

Potencial Hidrogênionico - pH

Óleos e Graxas Minerais

Óleos e Graxas Vegetais

Sólidos Sedimentáveis – SS

Nitrogênio Total

Oxigênio Dissolvido -OD

Fósforo Total – PT

Sólidos Suspensos

Temperatura

Toxicidade Aguda Fibrio Fischeri

Toxicidade Aguda Daphnia Magna

FONTE: O autor (2016).

QUADRO 5 - PARÂMETROS DAS AMOSTRAS ANALISADAS DA EMPRESA B

PARÂMETROS Analisados da Empresa B

Demanda Química de Oxigênio (DQO)

Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO)

Potencial Hidrogênionico - pH

Óleos e Graxas Totais

Sólidos Sedimentáveis – SS

Níquel Total

Ferro Solúvel

Cobre Dissolvido

Cromo Trivalente

Cromo Hexavalente

Cianeto Total

FONTE: O autor (2016).

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QUADRO 6 - PARÂMETROS DAS AMOSTRAS ANALISADAS DA EMPRESA C

PARÂMETROS Analisados da Empresa C

Demanda Química de Oxigênio (DQO)

Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO)

Potencial Hidrogênionico - pH

Oxigênio Dissolvido - OD

Sólidos Suspensos Totais - SST

Sólidos Sedimentáveis – SS

CianetoTotal

Cádmio Total

Ferro Solúvel

Óleos e Graxas Minerais

Óleos e Graxas Vegetais

Temperatura

Toxicidade Aguda Fibrio Fischeri

Toxicidade Aguda Daphnia Magna

Cromo Total

FONTE: O autor (2016).

3.4 MÉTODOS PARA CARACTERIZAÇÃO DO EFLUENTE

As análises dos parâmetros: pH, Temperatura, DQO, DBO5, ST, SST, SDT,

Metais, Óleos e Graxas foram realizadas de acordo com o Standard Methods for the

Examination of Water and Wastewater (APHA, 2012).

Os procedimentos de amostragem e coleta referem-se às versões dos

procedimentos do laboratório denominadas POA COL 01 v.19 e POA COL 03 v. 07.

Os valores apresentados são restritos a amostra analisada no laboratório.

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3.5 CARACTERISTÍCAS DAS EMPRESAS E OS PRINCIPAIS PROCESSOS

As empresas são caracterizadas pelos seus processos. Importante ressaltar

que as empresas possuem ETE – Estações de Tratamento de Efluentes.

A empresa A é fabricante de componentes automotivos e líder no seu

segmento. É certificada pelas normas de gestão: qualidade automotiva ISO TS

16949:1999 e ambiental ISO 14001:2015.

Realiza os processos de usinagem: torneamento, furação, mandrilamento,

aplainamento, brochamento, fresamento, serramento, roscamento, abrasão,

retificação, erosão elétrica, solda química e sinterização.

Possui várias máquinas de retífica (desbaste) para peças automotivas

precisas e de alto volume, tais como: desbastadoras descentradas, esmerilhadoras,

desbastadoras verticais e desbastadoras de aplicações especiais com tecnologia de

ponta. Nos processos mecânicos, a conformação é feita exclusivamente por corte,

arranque de metal, por abrasão ou por erosão sem alteração consideráveis na

estrutura metálica.

A empresa B é uma sociedade limitada que realiza processos de cromagem,

polimentos e prateação. Acabamento brilhante ou opaco. A cromagem é um tipo de

galvanoplastia, processo eletrolítico para recobrimento metálico de objetos, parecido

com a zincagem ou niquelação.

A cromagem é muito usual em carros, para a proteção e embelezamento de

para choques e rodas. Também são muito usuais na fabricação de variados tipos de

embalagem, estamparia e cilindros hidráulicos. Dependendo da aplicação e da peça

o processo de revestimento com cromo pode ser realizado por: folheação por

contato, metalização por contato (peças condutoras) e metalização por imersão

(revestimento de peças não metálicas com cobre e depois cromo), ou spray com

pistolas de ar comprimido (aplicação que imita o brilho do cromo inclusive para

materiais não condutores – Spray-On).

Realiza também serviços de usinagem, tornearia e solda. Há mais de 20

anos, tendo reconhecimento nacional, revestindo peças industriais no Brasil com

qualidade comprovada e excelência industrial .

A empresa C é uma empresa de capital privado fabricante de peças e

acessórios para veículos. Certificada pelas normas mundiais de: qualidade

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automotiva ISO TS 16949:1999 e ambiental ISO 14001:2015. Encontra-se em

atividade a menos de 15 anos no Brasil. Os processos de fabricação dos produtos

metálicos abrangem as várias etapas de transformação: estampagem, soldadura,

pintura e montagem.

Os produtos finais são majoritariamente componentes de reforço estrutural,

sistemas de impacto, componentes de eixos, componentes de chassis, carrocerias e

pedaleiras.

3.6 PRINCIPAIS PROCESSOS e POLUENTES

A utilização de fluídos de corte no processo de usinagem faz da indústria

metal mecânica uma potencial agressora do meio ambiente. Os principais processos

das indústrias estudadas (FIGURA 12) apresentam a geração de alguns resíduos,

como óleos e graxas que são de Classe I, considerados perigosos, provenientes da

lavagem das chapas, tornos e de pintura. No processo de galvanização, em que as

peças metálicas recebem tratamento anticorrosivo, nas quais são utilizados

desengraxantes alcalinos e banhos de fosfato, é preciso lavá-las várias vezes até a

água sair limpa, eliminando óleos, óxidos e tintas. Os compostos de metais pesados

são tóxicos e alguns até cancerígenos. A aplicação dos fluídos de corte nos

processos de usinagem gera vapores, sobretudo, no contato do refrigerante com

superfícies quentes e em movimento da peça trabalhada, da ferramenta, ou do

cavaco, comprometendo o ar do local de trabalho.

Pode-se dizer que no processo de fundição tem-se, entre a matéria-prima

sólida e o produto acabado, apenas as etapas de fusão e solidificação, enquanto

que nos demais processos de fabricação de peças metálicas - laminação,

forjamento, estampagem e trefilação - têm-se, entre a matéria-prima e o produto,

além das etapas de fusão e solidificação, uma deformação plástica por tratamento

mecânico. As fontes de poluição das águas pela indústria de fundição são lavagem

de pisos, máquinas e equipamentos, o descarte de lavadores de gases,

derramamento de produtos químicos e o descarte de águas de resfriamento.

O processo de usinagem torneamento onde a peça executa o movimento de

corte rotativo e a ferramenta o movimento de translativo de avanço geram resíduos

sólidos de cavacos de metais e óleos lubrificantes. Por isso, o descarte de forma

irresponsável em lençóis freáticos e corpos hídricos superficiais acarretam na

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contaminação dessas áreas. A fresagem ou fresamento é um processo de usinagem

onde a remoção é realizada através do movimento de corte circular é realizado pela

ferramenta, e o movimento (relativo) de avanço é realizado pela peça. A furação e o

alargamento são processos de usinagem em geral utilizado para produzir furos com

alta definição geométrica, dimensional e qualidade superficial.

O processo de rosqueamento cujo a função é produzir roscas internas e

externas é um dos processos mais complexos de usinagem. O processo de

brochamento ocorre na remoção de material da peça de forma progressiva, pela

ação ordenada de arestas de corte dispostas em série, e em uma profundidade de

corte escalonada em ferramentas multicortantes. Ocorrem nestes processos citados

anteriormente a formação de cavacos de espessuras e formas distintas e geração

de líquidos oleosos e engraxantes para limpeza, refrigeração. (SENAI, 1998)

FIGURA 12 – CLASSIFICAÇÃO DOS PROCESSOS DE FABRICAÇÃO

FONTE: Adaptado de Souza (2004)

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45

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados obtidos possibilitam o desenvolvimento de propostas para

promover um processo de melhoria contínua nos processos existentes e ainda, a

adoção de novos processos em busca de uma melhor qualidade no gerenciamento

de efluentes pelas industrias estudadas. A metodologia de comparação entre entre

elas, seus processos e a legislação vigente permitiram observar de fato que estas

realizam um acompanhamento dos resultados de seus processos por meio dos

laudos avaliados e das ações decorrentes destes resultados. As indústrias de

acordo com o seu porte e dos parâmetros analisados estão atendendo a legislação

na maioria dos casos.

3.7 ANÁLISES E CARACTERÌSTICAS DOS RESULTADOS DE PARÂMETROS

Os resultados de alguns dos principais parâmetros, analisados nos ensaios

de laboratório, das amostras simples e pontuais coletadas são apresentados e

discutidos em sequência, comparativamente as legislações: estadual e nacional em

forma de tabelas, para os períodos anuais de 2015 e/ou 2016.

3.7.1 Análise do Potencial Hidrogênionico – pH

A faixa de pH estudada resultou entre 6.39 e 8,51 que se aproxima dos

valores esperados. Quando precisamos selecionar tecnologias de tratamento

verificamos que segundo Bernardo e Paz (2010), o pH é fundamental para que os

processos de coagulação, floculação, filtração e desinfecção ocorram

eficientemente, sendo monitorado em todo o processo de tratamento. O pH

influencia o grau de solubilidade de diversas substâncias e na distribuição das

formas livres e ionizadas em água. Além disso, para as empresas B e C (TABELA 4

e 5), cujos efluentes são coletados pela rede, o controle de pH na saída do

tratamento tem a finalidade de conservar as tubulações contra corrosões ou

incrustações conforme aponta outro estudo. (LIBÂNIO, 2010). Os resultados

demonstrados de um pH em média alcalino, na empresa A (TABELA 3) porém, muito

próximo do neutro para valores nas saídas das ETE 1 e ETE 2 nos diferentes meses

analisados, provavelmente indicam à eficácia do controle e tratamento realizado.

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Estudos demosntram que quando valores máximos permitidos são atendidos, a

acidez e alcalinidade na saída do tratamento não apresentam risco sanitário e sua

importância se concentra apenas no controle de corrosão das tubulações da rede.

(LIBÂNIO, 2010; PÁDUA e FERREIRA, 2006).

TABELA 3 - RESULTADOS ENCONTRADOS DE PH - EMPRESA A

PERÍODO DE AMOSTRAGEM

LOCAIS JANEIRO ABRIL JULHO OUTUBRO MÉDIAS

2015 2016 2015 2016 2015 2016 2015 2016 2015 2016

ETE 1 7,10 7,43 7,85 6,70 7,84 7,80 7,57 8,02 7,59 7,49

ETE 2 6,86 7,30 7,83 6,63 7,86 7,90 7,64 7,91 7,55 7,43

MONTANTE 6,86 7,00 7,30 6,83 7,43 7,94 6,39 7,32 6,99 7,27

JUSANTE 6,86 7,06 7,22 6,83 7,37 7,82 6,96 7,41 7,10 7,28

FONTE: O autor (2017).

Pesquisa realizada aponta que o pH da água, por exemplo, é influenciado

pelo processo de fotossíntese das algas verdes, alterando a dinâmica dos gases O2

e CO2. O que poderia afetar a montante ou jusante o pH. Durante o dia, a ligeira

elevação do pH pode ser relacionada à remoção do gás carbônico pelo uso na

fotossíntese; ao entardecer, o processo de fotossíntese cessa e o gás carbônico se

acumula na água, promovendo acidez do meio, causando o declínio do pH.

(MERCANTE e GENARO, 2011).

No estudo realizado para a empresa B (TABELA 4) as amostras foram

coletadas ao final da tarde apresentando o maior valor de pH dentre as estudadas

8,51(destacado) em abril. Nos estudos (FIGURA 10) de Jimenez; Dal Bosco e

Carvalho (2004) para a retenção de metais de efluentes líquidos, relatam que o

método mais utilizado atualmente é a precipitação química, na forma de hidróxidos.

Contudo, devido à baixa eficiência operacional e aos elevados custos de extração

resultante deste processo, métodos alternativos vêm sendo investigados como, por

exemplo: a eletrodiálise, a osmose reversa, a ultrafiltração e a adsorção em

materiais naturais. A eficiência de remoção por adsorção para alguns metais

aumenta com o aumento do pH. Avaliando as curvas de adsorção (FIGURA 10)

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percebe-se que, para os metais cádmio(II), manganês(II) e níquel(II), há uma

crescente retenção conforme ocorre o aumento de pH.

FIGURA 13– INFLUÊNCIA DO PH NA RETENÇÃO DE METAIS POR ADSORÇÃO

( cromo(III), ●- manganês(II), �- níquel(II), ○- cádmio(II))

FONTE: Jimenez; Dal Bosco e Cavalho (2004)

Por ser empresa de tratamento de superfícies os efluentes líquidos são

provenientes do descarte de banhos químicos e águas de lavagem. Eles são

geralmente coloridos, alguns com temperatura superior a ambiente e emitem

vapores, seus pHs atingem os extremos ácidos ou alcalinos (PUGAS, 2007, p. 11).

TABELA 4 - RESULTADOS ENCONTRADOS DE PH - EMPRESA B

PERÍODO DE AMOSTRAGEM

LOCAL ABRIL MAIO JUNHO OUTUBRO MÉDIA

2015 2015 2016 2015 2015 2016

ETE 8,51 7,83 7,61 7,85 8,06 7,61

FONTE: O autor (2017).

As bactérias são fortemente influenciadas pelo pH para as funções de

sobrevivência e reprodução, sendo considerado um fator importante na manipulação

e cultivo de bactérias (ROMEIRO, 2001). Segundo resume Iwamura (2011, p.37) a

dinâmica da matéria orgânica pode originar distintos compostos orgânicos e alterar a

disponibilidade de nutrientes, a solubilidade e toxidade de contaminantes e até

mesmo o pH, por meio de ácidos presentes nas águas naturais. (BOWIE et al, 1985;

SENESI, 1990; WESTERHOFF e ANNING, 2000; PEURAVUORI et al., 2002).

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Normalmente, a condição de pH que corresponde à formação de um

ecossistema mais diversificado e a um tratamento mais estável é a de neutralidade,

tanto em meios aeróbios como nos anaeróbios. (CETESB, 2016).

Finalmente, do ponto de vista físico-químico, o efluente estudado apresentou

parâmetros do pH dentro da faixa limite com valores (TABELAS: 3, 4 e 5) para as

empresas A, B e C que atendem aos padrões exigidos do CONAMA: 357 (6 a 9),

430 (5 a 9) e do CEMA/PR 70 (5 a 9) para lançamento no corpo de água. Nos

estudos realizados por Printes (2000), ao fazer uma análise crítica da classificação

brasileira de qualidade das águas, sugere-se a inclusão de parâmetros biológicos

associados aos parâmetros físico-químicos estabelecidos pelo CONAMA.

TABELA 5 - RESULTADOS ENCONTRADOS DE PH - EMPRESA C

PERÍODO DE AMOSTRAGEM - 2016

LOCAIS MAIO JULHO SETEMBRO OUTUBRO NOVEMBRO MÉDIAS

ETE N.A. N.A.

7,20 7,30 N.A. 7,25

MONTANTE 7,80 7,13 N.A.

7,04 7,32

JUSANTE 7,70 7,47 N.A. 7,30 7,49

FONTE: O autor (2017). NOTA: N.A. = Não Apresentado.

Na região do descarte de efluentes das empresas estudadas, os resultados

monitorados do Programa Nacional de Avaliação da Qualidade das Águas - PNQA

(FIGURA 12) na estação 65009000 são mostrados parâmetros do pH entre 6,9 até

7,2.

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FIGURA 14 - PARÂMETRO PH – A104 –PONTE BR-277

FONTE: Adaptado de PNQA (2017)

Quando se estuda a legislação de efluentes líquidos de diferentes países,

observa-se que as emissões e seus padrões de qualidade são estabelecidas de uma

forma característica, que varia de país para país. Por exemplo, na Argentina

(FIGURA 13). Encontram-se alguns pontos em comum e muitas diferenças

peculiares, principalmente nas estratégias e maneiras de atuação e operação dos

órgãos ambientais.

Na origem das legislações européias que regem a descarga de águas

residuais estão relacionados três aspectos que são: a definição de poluição, a

política adotada e as medidas a serem tomadas. No que diz respeito ao descarte de

efluentes industriais exige-se uma autorização prévia ainda que com algumas

limitações. Na Espanha, por exemplo, o pH varia de 5,6 até 8,7 para cursos de água

protegidos.

Dentro da Legislação Americana “a divisora de águas” foi exatamente a

promulgação, em 1977, da emenda “Clean Water Act” (Ato da Água Limpa), emenda

ao “Federal Water Pollution Control Act” de 1972. Esta legislação limita o pH em 6,0

até 9,0 para fontes de tratamento secundário. Já o pH da água receptora deve estar

no máximo em 7,8.

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FIGURA 15 - QUADRO SINTESE DOS PARÂMETROS ARGENTINOS DE QUALIDADE

FONTE: Adaptado de DGARH – Ministério do Meio Ambiente Argentino, 2017

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51

3.7.2 Análise da Demanda Bioquímica de Oxigênio - DBO

De acordo com Von Sperling (2007) utiliza-se numa concentração o valor de

1,0 mg/L de DBO5 no corpo de água, para representar as condições naturais de um

rio. Nas amostras do ano de 2016 para a empresa A (TABELA 6) observa-se que os

valores estão muito próximo desta condição tanto a montante como a jusante.

Considera-se ainda a hipótese da possibilidade do efeito tóxico ou inibidor de

materiais (metais pesados, por exemplo), presentes nos efluentes, sobre a atividade

microbiana, mascarando o teste de DBO.

TABELA 6 – RESULTADOS ANÁLISES DE DBO (mg/L) EMPRESA A

PERÍODO DE AMOSTRAGEM

LOCAIS JANEIRO ABRIL JULHO OUTUBRO MÉDIAS

2015 2016 2015 2016 2015 2016 2015 2016 2015 2016

ETE 1 30,00 3,40 33,80 3,80 33,80 2,20 11,20 15,40 27,20 6,20

ETE 2 25,20 15,70 3,40 9,60 14,40 7,90 27,20 14,20 17,55 11,85

MONTANTE <1,70 1,70 7,20 1,70 22,70 1,70 1,70 1,70 8,32 1,70

JUSANTE <1,70 1,70 6,90 1,70 19,50 1,70 3,70 1,70 7,95 1,70

FONTE: O autor (2017).

Os resultados dos parâmetros (TABELAS: 6, 7 e 8) das empresas A, B e C

tabulados demonstram valores dentro dos padrões exigidos para o CONAMA nas

saídas de suas ETEs, porém, para o valor máximo permitido do CEMA/PR na

empresa C (TABELA 7) em Outubro este valor (60,20mg/L - destacado) foi superior.

Para este valor registrado a amostra analisada não atende a licença de operação da

empresa. A resolução estadual do CEMA/PR 70/2009, no anexo 7 determina que

inerentes à atividade ou empreendimento, deverão ser atendidos os valores das

concentrações de 50 mg/L. A presença de um alto teor de matéria orgânica pode

induzir ao completo esgotamento do oxigênio na água, provocando o

desaparecimento de peixes e outras formas de vida aquática. (CETESB, 2016).

Segundo Von Sperling (2005), em ambientes naturais sem aporte de matéria

orgânica, os valores para as concentrações da DBO(5,20) enquadram-se no intervalo

de 1 a 10 mg/L de Oxigênio. Se as quantidades de matéria orgânica forem baixas,

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as bactérias decompositoras necessitarão de pequena quantidade de oxigênio para

decompô-la, então a DBO será baixa. Observa-se isto no Rio da Campina a

montante e jusante nos relatórios da empresa A.

Segundo publicação de Imhoff Karl; Imhoff Klaus (1996) o uso dos filtros

biológicos em conjunto com decantadores pode corresponder a uma redução de

DBO de 65% a 95%, talvez em média 80%. Desta forma entende-se que pode haver

alguma falha neste processo na ETE da empresa C, tal e qual ventilação da camada

filtrante, decantador não atuando corretamente, passagem de óleos minerais

hidrocarbonetos afetando o filtro biológico.

Segundo Nakamura (2012) coordenadora da elaboração e finalização do

plano das Bacias do Alto Iguaçu e afluentes do Alto Ribeira foi apontado no relatório

de proposta de atualização de enquadramento produto 2 (dois) e versão 4 (quatro)

de novembro de 2012 definindo-se a DBO - Demanda Bioquímica de Oxigênio como

parâmetro de qualidade adotado para a atualização do enquadramento dos cursos

de água principais nas Bacias do Alto Iguaçu e Afluentes do Alto Ribeira. Sua

escolha se deu pelo fato de ser considerado um indicador de matéria orgânica, e

principalmente relacionado aos esgotos domésticos, mas também aos efluentes

industriais (principais cargas poluentes nas Bacia do Alto Iguaçu e Afluentes do Alto

Ribeira).

TABELA 7 – RESULTADOS ANÁLISES DE DBO (mg/L) EMPRESA B

PERÍODO DE AMOSTRAGEM

LOCAL MARÇO MAIO JUNHO OUTUBRO MÉDIA

2015 2015 2016 2015 2015 2016

ETE 8,10 3,90 <2,00 4,80 5,60 <2,00

FONTE: O autor (2017).

Pelo fato de a DBO(5,20) somente medir a quantidade de oxigênio consumido

num teste padronizado, não indica a presença de matéria não biodegradável, nem

leva em consideração o efeito tóxico ou inibidor de materiais sobre a atividade

microbiana. (CETESB, 2016).

Conforme publicação do Ministério do Meio Ambiente, através do CONAMA,

resolução nº. 430, de 13 de maio de 2011, no capítulo II das condições e padrões de

lançamento de efluentes, na seção II a Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO 5

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dias a 20°C): remoção mínima de 60% de DBO sendo que este limite só poderá ser

reduzido no caso de existência de estudo de autodepuração do corpo hídrico que

comprove atendimento às metas do enquadramento do corpo receptor. Ou seja,

para o lançamento direto de efluentes oriundos de sistemas de tratamento de

esgotos sanitários deverão ser obedecidas as seguintes condições e padrões

específicos: lançamento igual a 120 mg/L ou eficiência de remoção de DBO ≥ 60%.

Os parâmetros para controle da carga orgânica são aplicados de forma muito

diferente, entre alguns Estados. No Estado de São Paulo é exigida a redução de

carga orgânica de 80% ou que a DBO apresente concentração máxima de 60mg/L

(GIORDANO, 2011).

TABELA 8 – RESULTADOS ANÁLISES DE DBO (mg/L) EMPRESA C

PERÍODO DE AMOSTRAGEM

LOCAIS MAIO JUNHO JULHO SETEMBRO OUTUBRO NOVEMBRO MÉDIAS

2016 2016

ETE N.A. 22,50 44,70. 43,60 60,20 N.A. 42,75

MONTANTE 14,70 N.A. 4,60 N.A. 3,70 7,67

JUSANTE 28,10 N.A. 8,00 18,05

FONTE: O autor (2017). NOTA: N.A. = Não Apresentado.

A presença de um alto teor de matéria orgânica pode induzir ao completo

esgotamento do oxigênio na água, provocando o desaparecimento de peixes e

outras formas de vida aquática. (CETESB, 2016).

Na região do descarte de efluentes das empresas estudadas os resultados

monitorados do Programa Nacional de Avaliação da Qualidade das Águas - PNQA

(FIGURA 14) na estação 65009000 são mostrados parâmetros de DBO entre 2,2 até

35 em 14 leituras realizadas de 2010 até 2015.

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FIGURA 16 - PARÂMETRO DBO – A104 –PONTE BR-277

FONTE: Adaptado de ANA (2017)

3.7.3 Análise da Demanda Química de Oxigênio - DQO

A DQO é um parâmetro indispensável nos estudos de caracterização de

esgotos sanitários e de efluentes industriais. A DQO é muito útil quando utilizada

conjuntamente com a DBO para observar a biodegradabilidade de despejos.

Observado aumento na concentração da empresa A (TABELA 9) em julho de 2016

nas ETE 1 e 2. Os valores de DQO podem variar nos períodos secos e chuvosos. As

coletas foram realizadas com tempo seco. O aumento da concentração de DQO

num corpo d’água se deve, principalmente, a despejos de origem industrial

(DERISIO, 2000; CETESB 2016).

A resolução estadual do CEMA/PR 70/2009, no anexo 7 determina os valores

máximos permitidos das concentrações de 300 mg/L. Os resultados das empresas A

e C para amostras analisadas em julho de 2016 (TABELAS 9 e 11) não atendem a

esta legislação apresentando valores superiores de 310mg/L (destacado - empresa

A) e 516,60mg/L (destacado – empresa C). No caso da empresa A ocorreu

aumento de produção e na empresa C falha na manutenção e operação da ETE.

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55

Segundo relatos dos responsáveis pela gestão ambiental destas empresas ações

foram tomadas para regularizar os parâmetros na ETE. Resultados observados em

setembro e outubro de 2016.

TABELA 9 – ANÁLISE DA DEMANDA QUÍMICA DE OXIGÊNIO - DQO (mg/L) EMPRESA A

PERÍODO DE AMOSTRAGEM

LOCAIS JANEIRO ABRIL JULHO OUTUBRO MÉDIAS

2015 2016 2015 2016 2015 2016 2015 2016 2015 2016

ETE 1 85,00 41,00 202,00 81,00 108,00 310,00 174,00 280,00 142,25 178,00

ETE 2 80,00 80,00 66,00 77,00 59,00 290,00 154,00 230,00 89,75 169,25

MONTANTE <30,00 30,00 30,00 30,00 152,00 30,00 30,00 30,00 60,50 30,00

JUSANTE <30,00 30,00 30,00 30,00 112,00 30,00 30,00 30,00 50,50 30,00

FONTE: O autor (2017).

Segundo estudos de Eldlinger et al. (2012) na qualificação e quantificação dos

efluentes de uma indústria metalúrgica foi percebido considerável redução na DQO

ao utilizar o método de ultrafiltração.

TABELA 10 – ANÁLISE DA DEMANDA QUÍMICA DE OXIGÊNIO - DQO (mg/L) EMPRESA B

PERÍODO DE AMOSTRAGEM

LOCAL MARÇO MAIO JUNHO OUTUBRO MÉDIA

2015 2015 2016 2015 2015 2016

ETE 78,00 27,00 <5,00 <20,00 41,67 <5,00

FONTE: O autor (2017).

A presença de matéria orgânica biodegradável no meio aquático pode

causar a destruição da fauna ictiológica e de outras espécies aeróbias em razão de

consumo do oxigênio dissolvido pelos organismos decompositores. (BRAGA et al.,

2005).

TABELA 11 – ANÁLISE DA DEMANDA QUÍMICA DE OXIGÊNIO - DQO (mg/L) EMPRESA C

PERÍODO DE AMOSTRAGEM

LOCAIS MAIO JUNHO JULHO SETEMBRO OUTUBRO NOVEMBRO MÉDIAS

2016 2016

ETE N.A. 124,50 516,60 142,00 157,00 N.A. 235,02

MONTANTE 36,20 N.A. <5,00 N.A. 21,00 20,73

JUSANTE 54,50 N.A. 37,00 45,75

FONTE: O autor (2017). NOTA: N.A. = Não Apresentado.

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56

Na região do descarte de efluentes das empresas estudadas os resultados

monitorados do Programa Nacional de Avaliação da Qualidade das Águas - PNQA

(FIGURA 15) na estação 65009000 são mostrados parâmetros de DQO entre 20 até

74 em 12 leituras realizadas de 2008 até 2015. A média em 30,8

FIGURA 17 - PARÂMETRO DQO – A104 –PONTE BR-277

FONTE: Adaptado de ANA (2017)

3.7.4 Análise da Temperatura

A temperatura superficial de corpos d’água pode ser influenciada por fatores

tais como: latitude, altitude, estação do ano, período do dia, taxa de fluxo e

profundidade. A variação da temperatura na água é proporcional à variação da

temperatura atmosférica, embora esta ocorra de forma mais lenta e gradativa.

(CETESB, 2016).

No local de estudo a altitude média é de 906m, a média das temperaturas

dos meses mais quentes é inferior a 22ºC e a dos meses mais frios inferior a 18ºC.

A temperatura desempenha um papel importante de controle no meio

aquático, condicionando as influências de uma série de variáveis físico-químicas.

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57

Pode-se exemplificar a sua relação com o oxigênio dissolvido e com a

condutividade: o aumento da temperatura diminui a solubilidade dos gases

(oxigênio) e aumenta a condutividade para uma mesma concentração iônica.

(ESTEVES, 2011).

Observa-se (TABELAS 12 e 13) que em 2015 e 2016 os resultados das

amostras estão em cumprimento as resoluções: estadual CEMA 70 e nacional do

CONAMA 430 cujo valor da temperatura deve estar inferior a 40 ºC.

TABELA 12 – RESULTADOS DAS ANÁLISES DE TEMPERATURA (°C) - EMPRESA A

PERÍODO DE AMOSTRAGEM

LOCAIS JANEIRO ABRIL JULHO OUTUBRO MÉDIAS

2015 2016 2015 2016 2015 2016 2015 2016 2015 2016

ETE 1 27,00 23,50 20,00 27,00 17,40 18,40 21,60 20,10 21,50 22,25

ETE 2 28,00 24,30 20,00 27,30 17,10 18,20 21,70 19,20 21,70 22,25

MONTANTE 23,00 22,40 20,00 22,20 14,10 14,60 18,10 16,50 18,80 18,93

JUSANTE 23,00 22,40 20,00 22,60 14,30 19,50 18,00 16,30 18,83 20,20

FONTE: O autor (2017).

Em geral, a medida que a temperatura aumenta, de 0 a 30°C, a viscosidade,

tensão superficial, compressibilidade, calor específico, constante de ionização e

calor latente de vaporização diminuem, enquanto a condutividade térmica e a

pressão de vapor aumentam. (CETESB, 2016).

TABELA 13 – RESULTADOS DAS ANÁLISES DE TEMPERATURA (°C) - EMPRESA C

PERÍODO DE AMOSTRAGEM

LOCAL MAIO SETEMBRO OUTUBRO NOVEMBRO MÉDIA

2016 2016

ETE N.A. 19,00 22,50 N.A. 20,75

MONTANTE 18,50 16,50 N.A. 17,70 17,57

JUSANTE 17,90 N.A. N.A. 17,80 17,85

FONTE: O autor (2017). NOTA: N.A. = Não Apresentado.

A temperatura na água pode interferir em alguns processos nas ETA’s, como

a coagulação, sedimentação e flotação (BERNARDO e PAZ, 2010; LIBÂNIO, 2010).

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58

3.7.5 Análise de Óleos e Graxas

Os óleos e graxas trazem problemas para o tratamento de água, além de

acarretar problemas na estética do corpo hídrico, e diminuir a área de contato da

água com o ar atmosférico, e com isso impedindo a transferência de oxigênio. Elas

reduzem o OD, elevando a DBO e a DQO. (CETESB, 2016).

Nas amostras analisadas foram avaliados óleos minerais e vegetais para a

empresa A em 2015 nos meses de Janeiro, Abril, Julho e Outubro. Somente em

Janeiro na ETE1 o resultado foi menor que 10mg/L e na ETE2 resultou igual

10,90mg/L os minerais e menor que 10mg/L os vegetais. Nos meses de Abril, Julho

e Outubro de 2015 e 2016 foi observado uma constância de valores em 10mg/L.

(TABELA 14). A única variação ocorreu em Janeiro de 2016 na análise dos óleos

minerais na ETE 2 sendo observado 10,90mg/L. Já os valores apurados na saída da

ETE 1 observou-se uma constância em torno de 10mg/L. Os resultados do

parâmetro caracterizou-se como atendente aos padrões exigidos do CONAMA

430/2011 e CEMA 70/2009. Não foram realizadas amostragens a montante e a

jusante.

Considera-se óleos ou graxas: hidrocarbonetos, ácidos graxos, sabões,

gorduras, óleos e ceras, assim como alguns compostos de enxofre, certos corantes

orgânicos e clorofila (BAUMGARTEN; POZZA, 2001).

TABELA 14 - RESULTADOS ENCONTRADOS DE ÓLEOS E GRAXAS (mg/L) EMPRESA A – 2016

MESES LOCAL CONAMA 430/2011

CEMA 70/2009

ETE 1 ETE 2 Montante Jusante

VMP – Valor Máximo Permitido

Janeiro 10,00 Min 10,00 Veg

10,90 Min 10,00 Veg N.A. N.A.

Substâncias solúveis em hexano até 100 mg/L

Minerais até 20 mg/L

Vegetal e Animal 50 mg/L Totais 70mg/L

Minerais até 20 mg/L Vegetal e Animal 50 mg/L Totais 70mg/L

Abril

10,00 Min 10,00 Veg

10,00 Min 10,00 Veg N.A. N.A.

Julho 10,00 Min 10,00 Veg

10,00 Min 10,00 Veg N.A. N.A.

Outubro 10,00 Min 10,00 Veg

10,00 Min 10,00 Veg N.A. N.A.

Média 10,00 Min 10,00 Veg

10,22 Min 10,00 Veg N.A. N.A.

FONTE: O autor (2017). NOTA: N.A.= Não Apresentado

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Os resultados óleos e graxas minerais, vegetais e Total avaliados para a

empresa B (TABELA 15) e C (TABELA 16) atendem aos valores exigidos pelas

resoluções do CEMA e CONAMA.

TABELA 15 - RESULTADOS ENCONTRADOS DE ÓLEOS E GRAXAS (mg/L) - EMPRESA B

PERÍODO DE AMOSTRAGEM

LOCAL MARÇO MAIO JUNHO OUTUBRO MÉDIA

2015 2015 2016 2015 2015 2016

ETE < 5,00 Min < 5,00 Veg

< 5,00 Total 33,20 Total < 5,00 Total < 5,00 Total

< 5,00 Min < 5,00 Veg

< 14,40 Total < 5,00 Total

FONTE: O autor (2017). TABELA 16 – RESULTADOS ENCONTRADOS DE ÓLEOS E GRAXAS (mg/L) EMPRESA C – 2016

MÊS LOCAL

Saída da ETE CONAMA 430/2011

VMP CEMA 70/2009

VMP

Setembro < 5,00 Min < 5,00 Veg

< 5,00 Total

Substâncias solúveis em hexano até 100 mg/L Minerais até 20 mg/L

Vegetal e Animal 50 mg/L

Totais 70mg/L

Minerais até 20 mg/L

Vegetal e Animal

50 mg/L

Totais 70mg/L

Média

< 5,00 Min < 5,00 Veg < 5,00 Total

FONTE: O autor (2017)

Quando o teor de óleos e graxas é reduzido, não traz inibição aos

tratamentos biológicos; ao contrário, degradam-se em parte, reduzindo ainda mais

sua concentração. Para o atendimento da determinação 20 mg/L, do CONAMA 430

e CEMA 70, o método analítico atualmente empregado de extração com solvente,

não possui capacidade de diferenciar os diversos tipos de materiais oleosos. As

indústrias que processam peças metálicas, empregam detergentes especiais com a

função de desengraxante, como é o caso do percloretileno. Nos estudos de Navarro

(2007) o desempenho individual do processo de lodos ativados por batelada (LAB) e

da flotação por ar dissolvido (FAD) para tratar águas residuárias de uma indústria de

reciclagem de embalagens plásticas com resíduo de óleo lubrificante, compostas

pela água de lavagem dos frascos plásticos misturadas com esgoto sanitário os

resultados obtidos demonstraram que a utilização de uma biomassa de partida

adaptada a tratar efluentes oleosos permitiu uma melhor eficiência de remoção dos

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óleos, variando entre 88,3 e 91,3 %. Os dois sistemas de tratamento estudados

demonstraram uma grande potencialidade de uso para tratar o tipo de efluente em

estudo, porém, o sistema FAD revelou-se como a tecnologia mais adequada para

tratar o efluente líquido.

Além disso, o atendimento ao padrão para óleos minerais pode ser muito

difícil em diversos casos, embora em termos ambientais seja benéfico por ser

bastante restritivo.

3.7.6 Análise de Parâmetros Químicos Inorgânicos - Metais

A poluição por metais pesados sempre foi um dos mais importantes

problemas ambientais (Matsumoto et al., 2006; Zaki, Khattab e Abd El-Monem,

2007; Abo-Farha et al., 2009; Wang e Chen, 2009; Chatterjee; Bhattacharjee e

Chandra, 2010). Os metais quantificados foram: prata, cromo, cobre, ferro, níquel,

chumbo, estanho e zinco.

Devido às suas altas toxicidades, os níveis de metais são duramente

controlados nas legislações vigentes, tal qual a resolução CONAMA nº. 430 de 13 de

maio de 2011 limitando as condições e padrões do lançamento de efluentes.

Os elementos traço são elementos químicos que ocorrem naturalmente, de

um modo geral em pequenas concentrações, na ordem de parte por milhão (ppm) e

partes por bilhão (ppb). Existem outras denominações para este grupo de

contaminantes, tais como metais pesados, metais traço, micronutrientes, dentre

outras. (SCHNEIDER, 2012)

O termo metais pesados seria somente um caso particular de elementos

traço, o qual compreende aqueles metais que possuem toxicidade diante uma

grande variedade de organismos. Entre estes se encontram Hg, Cd, Pb, Mn, Ni, e

Cr, que são os elementos traço mais tóxicos para a maioria dos organismos,

incluindo o homem. Nos ecossistemas aquáticos, podem sofrer transformações

químicas, tornando-os ainda mais nocivos ao meio ambiente. A denominação mais

aceita atualmente é elemento traço, devido a não distinção entre metal e não metal,

bem como à sua ocorrência em baixas concentrações (ESTEVES, 2011).

Os resultados das análises químicas em 2015 de metais (TABELA 17) nas

amostras são caracterizados pela presença de teores abaixo dos exigidos pelas

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resoluções. A análise quantitativa mostra que o efluente provávelmente oriundo do

processo de águas de enxague apresenta teor elevado de níquel. No laudo da

empresa B, observa-se valor de 17mg/L em março para valor máximo permitido de

2,0mg/L. Neste caso há o não atendimento a legislação CONAMA e CEMA/PR e

consequente possibilidade de autuação. Este elemento químico é composto tóxico e

biocumulativo que representa riscos em casos de alta exposição.

Segundo Neto (2012), de maneira geral na indústria galvânica as

concentrações dos principais contaminantes nos efluentes finais são: Cromo

hexavalente 50 a 500 mg/L, Cromo trivalente de 30 a 60 mg/L, Cobre 12 a 300 mg/L,

Niquel 0 a 25 mg/L, Cianeto 0 a 30 mg/L.

Leung at al. (2000) avaliaram a remoção e recuperação de metais pesados

por bactérias isoladas em lodos ativados no tratamento de efluentes industriais e

efluentes municipais. A capacidade de biossorção das bactérias utilizadas para cinco

metais pesados diferentes (cobre, níquel, zinco, chumbo e cromo) foi determinada a

pH 5 e concentração inicial de metal de 100 mg/L. O estudo do efeito do pH sobre a

remoção de metal para as espécies de bactérias analisadas indicou que a

biossorção metálica aumentou com o aumento do pH de 2 para 6.

Nos estudos realizados por Pedroso (2009) para otimização de uma ETE na

indústria metalúrgica foram encontrados valores de Níquel acima dos limites numa

concentração de 25mg/L na saída do processo produtivo e 3,8 mg/L já diluido com

outros efluentes na entrada da ETE e 1,3 mg/L na saída. Para obter melhores

resultados na retenção recomenda manter o pH de precipitação em 9,3. (FIGURA

16). Ele utilizou da relação concentração em ppm e pH.

Neto at al. (2008) apontam a remoção dos metais de soluções por diversas

técnicas estando entre as mais investigadas: a precipitação química, a coagulação-

floculação, a flotação, a troca iônica, a adsorção, a filtração por membranas e a

extração líquido-líquido, tornando os efluentes adequados para o seu lançamento

em cursos d’água.

A precipitação química é indubitavelmente o método mais utilizado para o

tratamento de efluentes da indústria galvânica apontado na literatura (Kurniawan,

2006; EPA, 2000; Zhou et al, 1999).

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FIGURA 18 - pH DE PRECIPITAÇÃO DE METAIS

FONTE: Adaptado de Pedroso (2009).

A princípio, os níveis de metais encontrados posteriormente em maio e

outubro não representam ainda perigo em termos de contaminação. Quanto aos

resultados das análises químicas em 2016, (TABELA 17) observa-se o atendimento

as resoluções.

TABELA 17 – RESULTADOS DOS PARÂMETROS INORGÂNICOS em mg/L da EMPRESA B

PARÂMETROS INORGÂNICOS em mg/L da EMPRESA B – Saída da ETE

Data/hora/Mês Parâmetro Resultado CONAMA 430/2011 CEMA 70/2009

16/10/2015 12:03h

OUTUBRO

Cromo Trivalente < 0,10 1,0 mg/L

Cromo Hexavalente < 0,10 0,1 mg/L

Cobre Dissolvido < 0,05 1,0 mg/L 1,0 mg/L

Ferro Dissolvido < 0,11 15,0 mg/L 15,0 mg/L

Níquel Total < 0,10 2,0 mg/L 2,0 mg/L

22/06/2016 16:50h JUNHO

Cromo Trivalente < 0,10 1,0 mg/L

Cromo Hexavalente < 0,10 0,1 mg/L

Cobre Dissolvido < 0,10 1,0 mg/L 1,0 mg/L

Ferro Dissolvido < 0,10 15,0 mg/L 15,0 mg/L

Níquel Total < 0,10 2,0 mg/L 2,0 mg/L

14/05/2015 17:00h MAIO

Cromo Trivalente < 0,10 1,0 mg/L

Cromo Hexavalente < 0,10 0,1 mg/L

Cobre Dissolvido < 0,05 1,0 mg/L 1,0 mg/L

Ferro Dissolvido < 0,05 15,0 mg/L 15,0 mg/L

Níquel Total < 0,10 2,0 mg/L 2,0 mg/L

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(Continuação TABELA 17)

PARÂMETROS INORGÂNICOS em mg/L da EMPRESA B – Saída da ETE

Data/hora/Mês Parâmetro Resultado CONAMA 430/2011 CEMA 70/2009

24/03/2015 17:30h

MARÇO

Cromo Trivalente < 0,10 1,0 mg/L

Cromo Hexavalente < 0,10 0,1 mg/L

Cobre Dissolvido < 0,44 1,0 mg/L 1,0 mg/L

Ferro Dissolvido N.A. 15,0 mg/L 15,0 mg/L

Níquel Total 17,00 2,0 mg/L 2,0 mg/L

FONTE: O autor (2017) NOTA: N.A.= Não Apresentado

A empresa C tem processos de estampagem e soldadura. Nos parâmetros

analisados (TABELA 18) não foram observados valores acima do permitido nas

legislações.

A despeito do perigo representado por esses elementos, verifica-se, ainda,

lançamentos dos mesmos em cursos d’água, a exemplo do que vem ocorrendo ao

longo dos anos no corpo principal do rio Iguaçu e dos rios que formam a bacia do

Alto Iguaçu, com a condição de poluídos excetuando-se parcialmente o rio

Miringuava conforme relatório. (ANA, 2012).

TABELA 18 – RESULTADOS DOS PARÂMETROS INORGÂNICOS em mg/L da EMPRESA C

PARÂMETROS INORGÂNICOS em mg/L da EMPRESA C

Data/hora Parâmetro Resultado CONAMA 430/2011 CEMA 70/2009

22/09/2016 09:30h

Prata Total < 0,05 0,10 mg/L

SETEMBRO

Arsênio < 0,10 0,50 mg/L

Boro Total 2,27 5,00 mg/L

Bário Total < 1,00 5,00 mg/L

Cádmio Total < 0,05 0,20 mg/L 0,20 mg/L

Cromo Trivalente < 0,10 1,00 mg/L

Cromo Hexavalente < 0,10 0,10 mg/L

Cobre Dissolvido < 0,05 1,00 mg/L 1,00 mg/L

Ferro Dissolvido 0,27 15,00 mg/L 15,00 mg/L

Mercúrio Total < 0,01 0,01 mg/L

Manganês Solúvel < 0,05 1,00 mg/L

Níquel Total < 0,05 2,00 mg/L 2,00 mg/L

Chumbo Total < 0,10 0,50 mg/L

Selênio Total < 0,05 0,30 mg/L

Estanho Total < 1,00 4,00 mg/L

Zinco Total 0,10 5,00 mg/L 5,00 mg/L

FONTE: O autor (2017)

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Os efluentes que contêm sais de metais pesados podem ser tratados por

processos físico-químicos de coagulação-floculação e sedimentação, técnica

geralmente aplicada quando há precipitação dos compostos insolúveis e a

conseqüente remoção dos metais pesados complexados (BRESAOLA JUNIOR,

2008).

Segundo Neto at al. (2008) um efluente com metais com menor valor

agregado e que consiste de licores clorídricos contendo elevadas concentrações de

ferro e zinco são mais frequentemente gerados por empresas de pequeno e médio

porte no processo de galvanização com o zinco. Fato esse também observado para

as empresas aqui estudadas.

Os efeitos nocivos dos metais pesados sobre a saúde humana e animal vêm

sendo pesquisados e discutidos ao longo das últimas décadas, após graves

acidentes que provocou a morte de milhares de pessoas ou causa também sequelas

penosas.

O corpo d’água que receberá através de seus afluentes Rio Arujá e Rio

Miringuava o efluente tratado é o Rio Iguaçu para as empresas B e C. Já no caso da

empresa A é diretamente o Rio da Campina.

No estudo de Gunatilake (2015) aponta que a bioadsorção é um novo

método biológico utilizado para a remoção máxima de metais pesados de águas

residuais em vez de métodos físico-químicos. A principal vantagem é que é um

processo barato com boa recuperação de metais.

As potencialidades desses tipos de materiais biológicos foram revisadas por

Wang e Chen (2009) e mais recentemente por Soares e Soares (2012). A maior

parte da pesquisa sobre remoção de metais pesados em sistemas biológicos

apontam que tem sido direcionada para o processo de lodo ativado.

Conforme destacam Stander; Henzen e Funke (1970) a carga mineral e os

efeitos tóxicos das indústrias metalúrgicas e de acabamento de metais com as

várias operações de chapeamento, particularmente o revestimento eletrolítico,

galvanização e cromagem produzem águas residuais contendo metais tóxicos em

solução, bem como cianetos tóxicos. Apontam que na Alemanha Ocidental, por

exemplo, autoridades regionais como a Ruhrverband permitem uma concentração

máxima de 2 mg/L de ferro em efluentes industriais, enquanto no estado da

Pensilvânia no U.S.A. a descarga de águas residuais para rios é limitada a um teor

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de ferro inferior a 7 mg/L. Eram bem mais restritivas que o CONAMA no Brasil

atualmente, cujo valor é 15 mg/L.

Apontados no relatório do Conselho Central de Controle de Poluição do

Ministério do Meio Ambiente e Florestas do Governo da Índia, a caracterização dos

efluentes metal galvânicos apresentam três principais tipos de soluções de

galvanoplastia utilizadas que são soluções ácidas ou alcalinas e podem conter

agentes como cianetos, metais tóxicos, etc. Os estágios de limpeza e pré-tratamento

podem envolver uma variedade de solventes (frequentemente hidrocarbonetos

clorados, cuja utilização é desencorajada) e agentes de limpeza superficial incluindo

soda cáustica e uma gama de ácidos fortes, dependendo da superfície de metal

chapeada (CPCB, 2012).

Qualquer uma ou todas as substâncias utilizadas na galvanoplastia (tais

como soluções ácidas, metais tóxicos, solventes e cianetos) podem ser encontradas

nas águas residuais, seja por enxaguamento do produto ou por derramamento e

despejo de banhos de processo.

Segundo Abdi e Kazemi (2015), são fontes de descarga de metais os

efluentes industriais: têxtil, couro, curtume, galvanoplastia, galvanização, pigmentos

e corantes, metalúrgicos e tintas e outras operações de processamento e refinação

de metais no setor em pequena e grande escala, contém quantidades consideráveis

de íons metálicos tóxicos. Os metais e seus "radicais livres" são altamente reativos

atacando outras estruturas celulares. Os autores ressaltam que o cádmio quando

acumulado no corpo humano afeta os rins, ossos e também causa câncer.

Os valores encontrados na empresa C seriam passíveis de autuação caso

hovesse aplicação das normas da Agência de Proteção Ambiental em que o chumbo

e o cádmio na água potável exige-se não excedam 0,015 e 0,005 mg/L,

respectivamente (EPA, 2000).

O ponto fundamental é relacionar a eficiência da estação de tratamento com

a legislação ambiental. Observou-se que a complexidade e variedade da

constituição dos efluentes metaismecânicos criaram dificuldades imensas para o

tratamento adequado do mesmo, por isso a busca de novos tratamentos e

alternativas para os tratamentos já existentes é imprescindível para melhoria dos

indicadores ambientais.

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4 CONCLUSÕES

Após caracterizar o efluente da indústria metal mecânica em relação aos

parâmetros de lançamento nos corpos receptores segundo a legislação aplicável

observou-se que a realização dos tratamentos não ajusta os parâmetros às

concentrações permitidas para fins de lançamento nos corpos hídricos.

O efluente apesar de tratado ainda sai das ETEs com valores fora do

permitido pelo CONAMA 430/2011 e CEMA/09, para os parâmetros observados de:

DBO na empresa B, DQO na empresa A e C e do Níquel Total na B.

Realizando comparações com as três indústrias selecionadas e utilizando

laudos de ensaios laboratoriais emitidos das amostras previamente coletadas

concluiu-se que é necessário melhorar a tratativa dos efluentes, a fim de que se

atinjam parâmetros aceitáveis pela legislação e principalmente se necessário for

realizar o reuso direto nos processos produtivos. Analisando sua viabilidade.

O objetivo de realizar comparações visou demonstrar ao setor que no

atendimento das legislações e na escolha das melhores alternativas de processo

ocorre a prevenção da poluição, ou seja, sua redução na fonte. Tais alternativas

visam a melhoria das condições ambientais por meio do aumento na eficiência de

produção, redução ou eliminação dos resíduos gerados e a redução dos custos

envolvidos na sua disposição final.

A mitigação dos efeitos poluentes inclui modificações nos equipamentos, nos

processos ou procedimentos, reformulação ou replanejamento de produtos,

substituição de matéria-prima e melhorias nos gerenciamentos administrativos e

técnicos das empresas, resultando no aumento de eficiência no uso da matéria-

prima, energia, água e outros recursos naturais não renováveis.

Atenção especial deve ser dada ao sistema de coleta de efluentes

industriais, prevendo-se a separação dos efluentes ácidos dos alcalinos em linhas

exclusivas. O piso de uma indústria metal mecânica, galvânica ou metalúrgica deve

ser provido de drenos e canaletes para o escoamento dos efluentes líquidos

oriundos do processo industrial. Ele deve ainda ser projetado e manutenido com

uma inclinação que facilite o direcionamento dos efluentes para os drenos e

canaletes que os conduzirão para a estação de tratamento.

Um aperfeiçoamento das operações de tratamento melhoraria a qualidade

dos efluentes e reduziria os futuros impactos ambientais. A implantação de bacias

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de contenção deve ser considerada nas indústrias deste setor, face ao custo e ao

potencial de contaminação dos produtos químicos envolvidos nos processos

industriais.

As empresas deveriam contar com procedimentos de rotina para

manutenção e verificação de corrosões, vazamentos e de rachaduras nos tanques e

nas tubulações. Salienta-se, ainda que, o layout das empresas devem observar uma

divisão adequada de espaço, possibilitando uma visão geral do sistema e o

escoamento livre da produção evitando respingos no piso da fábrica, devido ao

carreamento dos líquidos pelas peças durante sua passagem de um estágio para

outro por longas distâncias.

Correlacionando os resultados das análises dos parâmetros das indústrias

estudadas com seus processos e analisando os resultados ressalta-se ainda, que

muito há que se explorar, pois as repercussões sócioambientais encontradas no

município de São José dos Pinhais, após a implantação do distrito industrial e das

empresas do complexo automotivo deverão ser objeto de outros estudos mais

aprofundados.

Concluiu-se que o atendimento a legislação ambiental pelas empresas é

elevada em termos de eficiência, porém alguns parâmetros, notadamente DBO,

DQO, pH e Metais apresentaram valores superiores ao padrão. Importa lembrar que

normalmente novas estações de tratamento geram custos que a princípio são

limitantes para sua implantação. Sendo assim, o mais racional seria investir primeiro

numa melhor operação do sistema existente.

Foi importante realizar a caracterização dos efluentes gerados pela indústria

metal mecânica local devido esse setor responder por cerca de 30% do total de

indústrias no município de São José dos Pinhais.

4.1 RECOMENDAÇÕES

- Estudar por tempo mais prolongado os parãmetros das indústrias metal

mecânicas, confrontando os resultados dos períodos chuvosos com os de estiagem;

- Realizar estudos experimentais utilizando outros tipos de indústrias a fim

de obter comparações com as de metal mecânicas;

- Avaliar os parâmetros após aperfeiçoamento das ETEs existentes;

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- Estudar combinações de tratamentos biológicos com os físico-químicos

atuais;

- Realizar estudos avaliando amostras de outros parâmetros limitantes ao

enquadramento;

- Estabelecer programas de pesquisas para aprimorar os parâmetros de

operação e adequá-los aos diferentes tipos de água tratados a fim de reduzir os

custos de operação dos sistemas de tatamento;

- Estabelecer uma legislação municipal para o reuso de água para diversas

aplicações incluindo diretrizes e critérios para a qualidade da água;

- É necessário que a sociedade civil, representada pelos poderes

constituídos, exerça alguma interferência direta ou indireta neste processo de

industrialização que gerá agressão ao meio ambiente com a consequente poluição

hidríca;

- Melhorar a fiscalização atual que é insuficiente e criar políticas de gestão

empresarial voltadas para uma produção mais limpa;

- Realizar educação ambiental intensiva nas escolas objetivando melhorar a

consciência ambiental;

- Realizar projetos, por exemplo, de descontaminação dos rios: Pequeno,

Ressaca, Cotia, Despique, Miringuava e a criação de novas Áreas de Preservação

Ambiental.

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5 REFERÊNCIAS

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ANEXO 1 – EXTRATOS LAUDOS LABORATORIAIS

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FONTE: Adaptado por autor de analises de laboratório (2017)

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FONTE: Adaptado por autor de analises de laboratório (2017)

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ANEXO 2 – DECLARAÇÃO DE USO DE DADOS LABORATORIAIS