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1 A INFLUÊNCIA DA BANDAGEM FUNCIONAL NO POSICIONAMENTO DO PÉ EQUINO E NA MELHORA DA MARCHA NUMA PACIENTE COM PARAPARESIA DECORRENTE DE MIELITE TRANSVERSA MARCIA REGINA MENDES PINEZ 1 1 Professora Mestre do curso de Fisioterapia da Universidade Braz Cubas(UBC) JÉSSSICA MARIA MARTINS DE MIRA 2 2 Acadêmica do curso de Fisioterapia pela Universidade Braz Cubas (UBC) Resumo A Mielite Transversa (MT) é um processo inflamatório agudo que afeta uma área focal da medula espinhal. Caracterizada clinicamente por sinais e sintomas da disfunção neurológica em nervos motores, sensoriais, e autonômicos progredindo de agudo a subagudo e de abrangência bimodal. Os objetivos foram verificar os efeitos da bandagem funcional no tratamento do pé equino e comparar as amplitudes de movimento dos tornozelos. Participou desta intervenção uma paciente de 60 anos, com diagnóstico clínico de Mielite Transversa T4-T6 e independente para a marcha, com comprometimento motor em membros inferiores e com padrão postural equino. Diante da aplicação da técnica de ativação muscular em apenas 24 sessões, obteve-se o ganho de amplitude de movimento para inversores do pé direito inicial 10º e final 22º, eversores inicial10º e final 14º. Já para o pé esquerdo os inversores inicial 15º e final 22º e

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A INFLUÊNCIA DA BANDAGEM FUNCIONAL NO POSICIONAMENTO DO PÉ EQUINO E NA MELHORA DA MARCHA NUMA PACIENTE COM PARAPARESIA

DECORRENTE DE MIELITE TRANSVERSA

MARCIA REGINA MENDES PINEZ 1

1 Professora Mestre do curso de Fisioterapia da Universidade Braz Cubas(UBC)

JÉSSSICA MARIA MARTINS DE MIRA 2

2Acadêmica do curso de Fisioterapia pela Universidade Braz Cubas (UBC)

Resumo A Mielite Transversa (MT) é um processo inflamatório agudo que afeta uma área

focal da medula espinhal. Caracterizada clinicamente por sinais e sintomas da

disfunção neurológica em nervos motores, sensoriais, e autonômicos progredindo de

agudo a subagudo e de abrangência bimodal. Os objetivos foram verificar os efeitos

da bandagem funcional no tratamento do pé equino e comparar as amplitudes de

movimento dos tornozelos. Participou desta intervenção uma paciente de 60 anos,

com diagnóstico clínico de Mielite Transversa T4-T6 e independente para a marcha,

com comprometimento motor em membros inferiores e com padrão postural equino.

Diante da aplicação da técnica de ativação muscular em apenas 24 sessões,

obteve-se o ganho de amplitude de movimento para inversores do pé direito inicial

10º e final 22º, eversores inicial10º e final 14º. Já para o pé esquerdo os inversores

inicial 15º e final 22º e para eversores inicial 18º e final 24º. O presente estudo

influenciou o aumento da amplitude de movimento dos tornozelos, força muscular

dos eversores e inversores de tornozelo, efetivando a propriocepção na realização

da marcha.

Palavras-chave: Mielite transversa; Pé equino; Reabilitação.

AbstractThe Transverse Myelitis (TM) is an acute inflammatory process that affects a focal

area of the spinal cord. Clinically characterized by signs and symptoms of neurologic

dysfunction in motor, sensory and independent nerves, progressing from acute to

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subacute and of bimodal coverage. Check the effects of functional bondage treating

club foot and comparing the range of movement of the ankles. Took part of this

intervention a 60-year-old patient diagnosed with T4-T6 Transverse Myelitis and

independent for motion, with motor trouble in lower members and with equino

postural patterns. Accordingly with the application of the technique of muscular

activation in 24 sessions, there was a gain of range of movement to the right foot

initial invertors of 10º and final 22º, evertors initial10º and final 14º. As to the left foot

the initial invertors were 15º and final 22º and to initial evertors 18º and final 24º. The

current study influenced the raise of the range of movements of the ankles, muscular

strength of the evertors and invertors of the ankle effecting the proprioception on

completion of the movement.

Key words: Transverse Myelitis; Club foot; Rehabilitation.

Introdução

A Mielite Transversa (MT) é um processo inflamatório agudo que afeta uma

área focal da medula espinhal. É classificada como idiopática completa gerando uma

perda de função simetricamente moderada ou grave e aguda parcial, definida como

perda simétrica suave das funções da medula. Cerca de 75 a 90% dos pacientes

com MT aguda sofrem da doença monofásica e não apresentam evidência de

doença multissistêmica/multifásica. (KRISHNAN,2004)

A etiologia da MT esta relacionada por ser uma síndrome clínica com danos

ao tecido neural causado por um agente infeccioso ou pelo sistema imunológico, ou

por ambos. Considerada uma doença rara com um acontecimento de 1 a 4 casos

novos por um milhão de pessoas de todas as faixas etárias (desde os seis meses

até 88 anos), com o pico de incidência entre os 10 e 19, e entre os 30 e 39 anos de

idade. (KERR, 2001).

O diagnóstico de MT é baseado em achados clínicos e radiológicos. As

evidências de inflamação são detectados na ressonância magnética (RM) como

realce pelo gadolínio ou punção lombar evidenciando a presença de glóbulos

brancos elevados ou índice de IgG é frequentemente. (THE TRANSVERSE

MYELITIS ASSOCIATION, 2012)

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Sua característica clínica consiste por sinais e sintomas de disfunção

neurológica em nervos motores, sensoriais e autonômicos e vias nervosas da

medula espinhal, que se desenvolvem agudamente ou subagudamente, podem

progredir rapidamente dentro de minutos ou horas em alguns pacientes com MT, ou

eles podem progredir dentro de dias ou semanas em outros. Quando o nível máximo

do déficit é alcançado, aproximadamente 50% dos pacientes têm perda de todos os

movimentos de seus pés, virtualmente todos os pacientes têm algum grau de

disfunção da bexiga, e 80-94% dos pacientes sofrem de insensibilidade, parestesia,

ou disestesia. (KERR, 2001).

Sintomas autonômicos consistem variavelmente de aumento da impulsão de

urinar, incontinência do intestino ou da bexiga, dificuldade ou inabilidade em

evacuar, uma sensação de evacuação incompleta ou constipação intestinal (KERR,

2001).

Reutilização de saltos altos e um grande número de patologias neurológicas,

neuromusculares, articulares, e traumáticas (p.ex., poliomielite, trauma

raquimedular, sequela de trauma articular) causam metatarsalgia, bem como a

utilização dos pés em equinismo. Regnauld (1986) não determina condutas nem

estabelece prognósticos para metatarsalgias, apenas e tão somente tenta agrupar,

ordenar e relacionar suas possíveis causas. A metatarsalgia pode ser difusa, quando

acomete todo o antipé ou parte dele, não podendo ser atribuída a uma determinada

estrutura isolada ou localizada, quando a sintomatologia atinge uma área tão

específica, a estrutura anatômica envolvida pode ser detectada. Quando não há

deformidades estruturadas, temos o equinismo funcional e, na presença delas, o

equinismo patológico. No pé equino de qualquer etiologia, a alteração funcional é

obvia. A redução da função do retropé e do mediopé e alterações dos tempos

normais do passo sobrecarregam as cabeças metatarsais, que passam a suportar

forças maiores por períodos de tempo mais amplos.

A modalidade da aplicação de bandagem funcional foi inventada por Dr.

Kenzo Kase (2013), na década de 70, no Japão, com a criação da fita adesiva no

trajeto do músculo, que serve de estímulo tátil. Considerado como um adesivo fino e

elástico, sem odor, resistente a água e pode ser esticado 120-140% do seu

comprimento original. A bandagem funcional é de alto custo, sendo um material

hipoalergênico, é a prova d’água, sensível ao calor e não contem nenhuma

medicação impregnada. É composta por 100% de algodão com adesivo 100%

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acrílico termoativo. Somente aplicado por profissionais da saúde como

fisioterapeutas, fonoaudiólogos, quiropraxistas e é considerado um complemento de

cada terapia.

Mediante as contraindicações da aplicação da técnica abranger as regiões

com atividades malignas ativas, sobre celulites, infecções ativas da pele, feridas

abertas, trombose venosa profunda ativa e em pacientes que possuem reação

alérgica. Cuidados maiores em portadores de diabetes, doenças renais,

sensibilidade apresentada por outras bandagens, insuficiência cardíaca congestiva,

pele frágil ou em processo de cicatrização, e em condições na qual não foi detectada

uma causa clara da disfunção em questão. Em casos de asmáticos deve-se não

impedir a expansão torácica e também é contraindicado no abdome inferior para

gestantes, no primeiro trimestre. Sempre que houver dúvidas quanto a aplicação da

bandagem em patologias específicas, importante procurar o médico responsável

para discutir a possibilidade de aplicação. (KASE et al.,2013)

Segundo Morini (2008), a bandagem funcional promove a alteração do

comportamento das unidades motoras dos músculos, aumentando a estimulação

neural por meio das forças mecânicas impostas pela elasticidade e força reativa da

bandagem. Possui a finalidade para o alívio da dor, uma vez que estimula as vias

sensoriais do sistema nervoso central aumentando o feedback aferente e reduzindo

a pressão direta nos nociceptores subcutâneos.

O conceito da aplicação da bandagem funcional está embasado na

estimulação tegumentar, que promove estímulos constantes e duradouros em vias

aferentes do córtex sensorial primário, permitindo melhor integração do sistema

somatosensorial, também pode de ser associada com conjunto de terapias

(cinesioterapia, hidroterapia, terapia manual, acupuntura entre outros) sem interferir

na função desses recursos terapêuticos. Baseia-se nos diversos tipos de

assistência, seja primário (prevenção de lesões), secundários (tratamentos agudos e

subagudos) ou terciários (situações crônicas de incapacidades funcionais), com

resultados seguros e com mínimos efeitos colaterais. (KASE et al.,2013)

A bandagem funcional promove estímulos mecânicos constantes na pele,

mantém uma conexão entre os tecidos mais profundos através do

mecanoreceptores na epiderme e derme. Estes receptores fornecem informações

exclusivamente sobre eventos externos que afetam o nosso organismo e dão ao

sistema musculoesquelético a habilidade para detecta estímulos aplicada à pele

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sobre pequenas e grandes áreas. (JARACZEWSKA &LONG, 2006) apud PAULINO

GLC,VICENTE E (2011).

De acordo com CHEN et al.,(2007) apud PAULINO GLC,VICENTE E (2011),

através destas informações, a bandagem funcional promove diversos efeitos, tais

como: diminuição da dor e da sensação de desconforto; promove suporte durante a

contração muscular; auxilia nas correções dos desvios articulares; promove auxílio

na contração muscular; promove estímulos e aumento da propriocepção.

Existem seis modalidades de aplicação clínicas, priorizando as seguintes

correções: mecânica, fascial, ligamentar e tendínea, funcional e linfática. (KASE et

al.,2013).

Conforme o estudo de JARACZEWSKA & LONG, (2006), apud PAULINO

GLC, VICENTE E (2011), para adquirir a facilitação de um movimento (correção

funcional), a fita adesiva é posta no músculo responsável pelo movimento, portanto

se for estimular a dorsiflexão do tornozelo, a fita tem que ser colocada no músculo

tibial anterior em todo o seu percurso.

Para obter uma aplicação adequada da bandagem o individuo deve

permanecer em uma postura que favoreça o estiramento ou alongamento da pele e

tecidos adjacentes, de forma que promova pouca tensão na bandagem durante os

movimentos. Para a facilitação da contração e melhora da força muscular a

aplicação é feita de proximal para distal ou da origem (ponto fixo) para a inserção

(ponto móvel), tendo a finalidade de ativar a musculatura que se encontra fraca,

hipotrófica, hipotônica, inativa, frequentemente encontrada em afecções crônicas.

Deve-se posicionar a âncora proximal ou inicial adjacente à origem do músculo,

fixando a zona terapêutica sobre ou ao redor do ventre muscular com uma tensão de

15% a 35% da tensão máxima, finalizando com a âncora distal ou final próxima ou

após a inserção muscular. (KAZE et al,.2013)

Objetivo geral

Verificar os efeitos da bandagem funcional no tratamento do pé equino.

Objetivos específicosComparar as amplitudes de movimento dos tornozelos;

Avaliar a eficácia da bandagem funcional no desenvolvimento da marcha.

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Material e Método

Foi selecionado uma voluntária preenchendo os critérios de inclusão

estabelecidos no estudo: paciente com diagnóstico de MT T4-T6, dispositivo de

auxilio de marcha; ser do gênero feminino, com idade média de 60 anos, com

comprometimento motor de membros inferiores (paraparesia crural) com pés

equinos, mais acentuados à esquerda, força muscular reduzida predominando o

lado esquerdo. Por esta razão, torna-se necessária a utilização a bengala unilateral

(à direita) de quatro apoios.

Os critérios de exclusão foram: paciente que não apresente um diagnóstico

fechado e que não tenha pés equinos, ser dependente para a marcha.

Após o trabalho ser encaminhado e aprovado pelo Comitê de Ética em

Pesquisa da Universidade Braz Cubas (Anexo I), o participante foi orientado quanto

à pesquisa, após o aceite e assinatura do Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (TCLE) (Anexo II). O atendimento foi na Clínica-Escola de Fisioterapia

da Universidade Braz Cubas três vezes por semana num período de 24 sessões.

Ao ingressar nesta pesquisa, o participante do estudo de caso passou por

uma avaliação geral (Anexo III) e medida a goniometria inicial e final seguinte a

aplicação da bandagem funcional para avaliar a amplitude de movimento de

tornozelo, de forma ativa:

1- Movimento de adução ou inversão do pé: 0-40 graus (normalidade)

Posição ideal: sentado, o joelho fletido a 90 graus e o pé em flexão plantar.

Cuidado para não realizar a rotação do joelho ou quadril para não haver

compensação de movimento. Braço fixo do goniômetro alinhado e paralelo sobre a

margem anterior da tíbia e o braço móvel sobre a superfície dorsal do segundo

metatarsal. Eixo aproximadamente no nível da articulação tibiotarsal.

2- Movimento de abdução ou eversão do pé:0 -20 graus (normalidade)

Posição ideal: sentado, porém com o joelho fletido a 90 e o pé em flexão

plantar. Cuidado para não realizar a rotação do joelho ou quadril para não haver

compensação de movimento. Braço fixo do goniômetro sobre a margem anterior da

tíbia e o braço móvel sobre a superfície dorsal do terceiro metatarsal. Eixo

aproximadamente no nível da articulação tibiotarsal. (MARQUES,2003)

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Procedimento de Tratamento:

O primeiro passo foi realizar a adequação de tônus, seguido de alongamento

dos membros inferiores para que então na posição sentada no tablado com os

membros estendidos para que fossem aplicadas as bandagens. Preparava-se a

região, limpando-a com o álcool para retirar toda a oleosidade da pele. Foi solicitado

que a paciente realizasse uma plantiflexão, enquanto a terapeuta tensionava a

bandagem com 35% na zona terapêutica e as ancoras iniciais e finais sem tensão. O

intuito terapêutico é ter a âncora inicial na cabeça da fíbula, corte em “I”, antes de

aderir a zona terapêutica, e passando pela tuberosidade do osso navicular e dorso

do pé, depois de realizar a aplicação ativar a bandagem(fricção), como demonstra a

figura 1.

.

Figura1. Técnica de facilitação do músculo tibial anterior.

A seguir o paciente foi posicionado em decúbito dorsal com os pés

ligeiramente para fora da maca, a âncora inicial colocada na parte plantar sobre o

ponto médio do arco plantar, corte em “Y”, solicitar para o paciente realizar uma

inversão, estabilizando com uma mão sobre a região plantar, nisto a primeira cauda

segue pela região anteromaleolar até o inicio do terço distal da perna e a cauda

posterior em direção ao terço distal da perna passando pela região retromaleolar.

Lembrando que a zona terapêutica com a tensão de 35% antes de posicionar as

caudas anterior e posterior (ancoras iniciais e finais) e terminar com a ativação

destas (KAZE et al., 2013) como evidencia a figura 2.

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Figura 2: Bandagem da facilitação dos músculos fibulares curto e terceiro.

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Resultados

Neste estudo de intervenção fisioterápica utilizou-se como avaliação da

técnica: a goniometria de inversão e eversão do tornozelo antes e depois da

aplicação da bandagem funcional (BF). O paciente foi submetido a três aplicações

semanais e tendo um intervalo entre 2 a 3 dias.

Conforme mostra a tabela 1, os resultados apontam um o ganho de 2 graus

para inversores do pé direito e para os eversores 4 graus, e o pé esquerdo obteve o

ganho de 2 graus de inversão e 6 graus de eversão.

Tabela 1. Valores da goniometria 1ª sessão

ADM Direito BF Esquerdo BFInversão 10º 12º 15º 20ºEversão 10º 14º 18º 20º 16ªsessão

ADM Direito BF Esquerdo BFInversão 20º 20º 18º 22ºEversão 20º 18º 24º 20º 24ª sessão

ADM Direito BF Esquerdo BFInversão 20º 22º 18º 22ºEversão 20º 14º 24º 24º

A paciente relatou a necessidade da bandagem funcional para realizar a

marcha, garantindo uma facilitação do movimento e maior percepção. O gráfico

abaixo demonstra as goniometrias inicial e final das amplitudes de movimento dos

tornozelos coma bandagem funcional.

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Inversão D Eversão D Inversão E Eversão E0

5

10

15

20

25

30

InicialFinal

Figura 3.Goniometria inicial (1ª sessão) e final (24ª sessão) das amplitudes de movimento do tornozelo com a aplicação da bandagem funcional.

Observa-se a facilitação muscular proposta pelo tratamento e

consequentemente no melhor posicionamento do pé equino, sendo transmitido pelo

ganho de amplitude dos tornozelos e da estabilidade, visto que durante a execução

da marcha com a bandagem a paciente conseguia realizar um maior apoio no pé

esquerdo, facilitando a transferência de peso, mesmo com pouca força de glúteo

médio. O contato do pé direito no chão era breve, iniciando-se no apoio médio,

transferindo rapidamente a descarga de peso para o pé esquerdo.

As intervenções práticas não ocorreram processos alérgicos e somente um

relato de descolamento da bandagem funcional da cor bege, mas de imediato a

paciente relatou a isenção de intercorrências.

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Discussão

No presente estudo obteve-se o ganho de ADM dos tornozelos principalmente

os músculos dorsiflexores e eversores, facilitando a marcha e funcionalidade da

voluntária de forma qualitativa observada e relatada pela mesma, proporcionando

maior estabilidade articular durante o apoio do pé no solo.

Muitos estudos comprovam a eficácia deste procedimento já que não é novo,

mas as utilizações em casos neurológicas são poucas e também dependem da

evolução de cada doença. Na maioria dos estudos encontrados são relacionados a

medicina esportiva e também em idosos.

Na pesquisa em forma de relato de caso realizado por Salles et al. (2012),

participou um paciente do sexo masculino maior de 60 anos de idade, com Acidente

Vascular Encefálico e apresentando uma hemiparesia em membro superior, a

técnica de ativação/facilitação do supra-espinhalem apenas 8 sessões obteve um

ganho funcional em flexão de ombro e abdução de ombro com um ganho funcional

realizado em 5 semanas. No estudo de Santos et al.(2010) mostraram

positivamente o uso da kinesiotaping na subluxação de ombro decorrente de um

Acidente vascular cerebral com a técnica em trident com a tração semelhante a da

pele no musculo deltoide e suas porções obtendo a diminuição da subluxação de

ombro, melhora da simetria postural em apenas 5 sessões.

Mota e Silva (2014), em seu estudo de intervenção prática selecionaram

pacientes decorrentes de sequelas de Acidente Vascular Encefálico (AVE), com o

objetivo de minimizar as inabilidades e favorecer a melhora funcional, tendo como

resultado o aumento na ADM e na força muscular dos pacientes, e redução na

espasticidade flexora do punho e cotovelo. Por outro lado, os escores de

funcionalidade mantiveram valores semelhantes antes e após o tratamento, embora

os pacientes tenham relatado maior qualidade na realização das atividades tendo a

técnica da bandagem funcional como um complemento da fisioterapia convencional.

Woo-II Kim et al. (2014) selecionaram indivíduos que foram diagnosticados

com AVE sem órtese e déficit no campo visual e órgão vestibular e foram divididos

aleatoriamente em um grupo experimental e um grupo de controle, três vezes por

semana totalizando seis semanas, e as medições foram realizadas antes e após a

intervenção. A bandagem KnesioTaping® foi aplicada em músculos quadríceps e

tibial anterior dos membros inferiores, bem como para os músculos bíceps braquiais

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e rotadores para cima das escápulas das extremidades superiores. O grupo

experimental, que recebeu a técnica mostrou melhora significativa no teste de

caminhada em linha reta e no teste de caminhada de 10 metros. Além disso, o grupo

experimental apresentou melhora significativa em comparação com o grupo controle.

Assim, pode-se interpretar que a aplicação desta técnica às partes paralisadas de

um paciente de AVE tem um efeito positivo na melhoria da marcha e andar

velocidade típica assimétrica.

Pode-se perceber ao aplicar a técnica na voluntária do estudo em questão

que houve além da facilitação do movimento esperado, também a motivação pela

realização do movimento, pois a técnica no momento que se aplica já é sentida pelo

paciente, além de ter observado que a bandagem funcional da cor bege teve menos

aderência à pele comparada às demais.

Dentre as intervenções práticas da bandagem funcional, observa-se a

necessidade de descrever a tração realizada nesta, se realmente houve um

conhecimento da técnica e para qual a finalidade, somente alguns obtêm a imagem

ilustrativa da aplicação, nisto desfavorece o estudo sendo uma técnica que qualquer

um pode executar sem ter o mínimo de consciência desta.

Considerações finais

As finalidades da bandagem funcional em conjunto com outra intervenção,

pode facilitar ou inibir a função muscular, manter o posicionamento articular, reduzir

a dor e fornecer feedback proprioceptivo para obter e manter alinhamento corporal.

O aumento da entrada proprioceptiva pela estimulação sensorial pode reforçar o

controle postural garantindo mais funcionalidade ao individuo.

A influência da técnica resultou em um aumento da amplitude de movimento

dos tornozelos, força dos músculos eversores e dorsiflexores dos mesmos,

efetivando a propriocepção na realização da marcha.

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Referências

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Periférica utilizando a bandagem terapêutica Therapytaping – Relato de caso.

Projeto de pesquisa científica, UBS Santa Marcelina, 2010.

BRITO JCF, NÓBREGA PV. Mielopatias- Considerações Clínicas e aspectos

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CURY CAS.Ortopedia e traumatologia – princípios e praticas. 3.ed.Porto Alegre:

Artmed, 2003.p 616-623.

KAMONSEKI DH, FONSECA CL, ZAMUNÉR AR, SOUZA GMM, PEIXOTO BO.

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KASE, K. et al. KnesioTaping. São Paulo: Andreolli, 2013.

KERR, D. Capítulo “Mielite Transversa” de CurrentTherapy in NeurologicDisease,6 edição, Mosby Press, 2001.Disponível em :

MARQUES AP. Ângulos articulares dos membros inferiores. Manual de

Goniometria.2ed.São Paulo:Manole;2003. p 41-44.

MOTA DVN e SILVA,LVC.Uso de bandagens funcionais em pacientes com acidente

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PAULINO GLC, VICENTE E. Efeito do Knesio Taping no movimento de dorsiflexão do tornozelo em pacientes com acidente vascular encefálico da CLÍNICA DE FISIOTERAPIA DA UNESC-Análise eletromiográfica 2011.SALLES FLP, RAIANI LA. O uso da kinesio tape associado a facilitação

neuromuscular proprioceptiva na melhora do controle motor no ombro hemiparético.

Rev Brasileira de Reabilitação e atividade física 2012.

SANTOS JCC, GIORGETTI MJS, TORELLO ME, MENEGHETTI CHZ, ORDENES

IEU. A influência da knesiotaping no tratamento da subluxação do ombro no

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THE TRANSVERSE MYELITIS ASSOCIATION, 2012. Disponível em:

http://www.myelitis.org/br/Capitulo_Mielite_Transversa .pdf .Acesso em: 23 09

2013

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VASCONCELLOS LFR, CORRÊA RB, CHIMELLI L, NASCIMENTO F, FONSECA

AB, NAGEL J et al. Mielopatia por deficiência de vitamina B12 apresentando-se

como mielite transversa. ArqNeuropsiquiatr. v.60,n.1, 2010;150-4.

WOO-II KIM,MSC,YONG – KYU CHOI, JUNGO- HO LEE,YOUNG-HAN. The

EffectofMuscleFacilitationUsingKinesioTapingonWalkingand Balance

ofStrokePatients.Journalofphysicaltherapy Science v.26,2014.

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ANEXO I

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ANEXO II

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

TITULO DA PESQUISA: “A INFLUENCIA DA BANDAGEM FUNCIONAL PARA O

POSICIONAMENTO DO PÉ EQUINO E NA MELHORA DA MARCHA NUMA PACIENTE COM

PARAPARESIA DECORRENTE DE MIELITE TRANSVERSA”

Eu,

___________________________________________________________________________

_________________, abaixo assinado, dou meu consentimento livre e esclarecido para

participar como voluntário do projeto de pesquisa supracitado, sob responsabilidade dos

pesquisadores Jéssica Maria Martins de Mira e do Pesquisador/Orientador Márcia Regina

Pinez Mendes, membros do Curso de Fisioterapia. Assinando este Termo de Consentimento,

estou ciente de que:

1. O objetivo da pesquisa é verificar os efeitos da bandagem funcional no tratamento do pé

equino e benefícios na marcha.

2. Os riscos da participação neste estudo serão mínimos e engloba chances de causar alguma

reação alérgica a aplicação da bandagem funcional. Nesse caso, imediatamente, a

pesquisadora marcará uma consulta medica especializada.

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3. Minha participação neste estudo provavelmente acarretará benéfico terapêutico na

melhora da posição do meu pé e da marcha.

4. Obtive todas as informações necessárias para poder decidir conscientemente sobre a minha

participação na referida pesquisa.

5. Estou livre para interromper a qualquer momento a minha participação na pesquisa;

6. A interrupção da minha participação não causará prejuízo ao meu eventual atendimento,

cuidado e tratamento pela equipe responsável;

7. Meus dados pessoais serão mantidos em sigilo. Os resultados gerais, obtidos através da

pesquisa, serão utilizados apenas para alcançar o objetivo do trabalho exposto acima, incluída

sua publicação na literatura científica especializada;

8. Caso surja alguma intercorrência, deverei procurar o serviço de Pronto Socorro e solicitar

que o mesmo contate o (a) responsável pela pesquisa;

9. Poderei contatar o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Braz Cubas para

apresentar recursos ou reclamações em relação à pesquisa através do telefone (11) 4791-

8182 com o Prof. Claudio Osíris de Oliveira;

10. Poderei entrar em contato com o responsável pelo estudo, com a Prof Márcia Regina

Pinez Mendes, sempre que julgar necessário pelo telefone 11 4798-8008.

11. Este Termo de Consentimento é feito em duas vias sendo que uma permanecerá em meu

poder e a outra com o pesquisador responsável.

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Mogi das Cruzes, 11 de novembro de 2014

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Voluntário ou do Responsável Legal

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Prof Marcia Regina Pinez

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ANEXO III

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