mini gramática para concursos

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  • 8/10/2019 Mini Gramtica Para Concursos

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    Autor : NILC USP/SP - pdf by: Praetoriani.da.ru

    A Construo de uma Minigramtica

    A partir de agora voc est convidado a percorrer o vasto mundo da gramtica da lngua portuguesa!

    Trata-se de um conjunto de normas postuladas no decorrer da histria da lngua portuguesa do Brasil.Inmeros gramticos contriburam, ao longo dos anos, para consagrar as formas e construes que hojecompem as regras da norma cultada lngua portuguesa. Os princpios estipulados em uma gramtica visam,em primeiro lugar, a garantir uma boa utilizao dos recursos da lngua, em especial a lngua escrita e, emsegundo lugar, ser um material de referncia para a explicao dos fenmenos lingsticos. Portanto, para aboa construo em linguagem verbal, no basta o dicionrio; tambm importante o conhecimento daestrutura de cada lngua, objeto da gramtica.

    Este material que estamos lhe apresentando denomina-se minigramtica. Ele "mini" por dois motivosfundamentais. O primeiro que o conjunto de informaes contido aqui ainda no cobre todos os fenmenos danossa lngua portuguesa. O segundo motivo que tivemos como meta a apresentao de textos objetivos esucintos.

    A minigramtica est em sua segunda verso. Na primeira fase, optamos pelo tratamento das inadequaesgramaticais mais freqentes, ou seja, momentos em que as normas gramaticais cultas so violadas com maiorfreqncia. Nessa segunda etapa de trabalho, ocupamo-nos de elaborar um material metalingstico, isto ,uma fonte de informaes definitrias de vrios componentes da estrutura da lngua: as classes gramaticais, asunidades menores do texto e os termos da orao.

    Com a preocupao de lhe responder, em detalhes, sobre as inadequaes cometidas sobre um texto escrito,criamos uma minigramtica especialmente voltada ao fornecimento de explicaes dos fenmenos da lnguaportuguesa, apresentando, inclusive e na forma de exemplos, as construes aceitveis e inaceitveisreferentes a cada tpico gramatical. Voc conhecer, por exemplo, as especificidades do fenmeno daconcordncia, da crase e da regncia de alguns verbos. Poder esclarecer dvidas sobre o emprego adequadoda vrgula, do hfen e de alguns pronomes; ter acesso s particularidades do uso de vrias locues e depalavras como "se" e "capaz", por exemplo. uma oportunidade de pesquisar sobre o porqu da expresso"entre mim e ti", em vez de "entre eu e voc", do uso de "em nvel de", em vez de "a nvel de" e da construo"Responda-me assim que puder", em vez de "Me responda assim que puder".

    Na maioria das vezes procuramos selecionar alguns tpicos relacionados ao tema de pesquisa (TpicosRelacionados)que podem acrescentar informaes sobre o tema que voc estar acessando. A presena devrios links (destaque sublinhado nos textos) ir permitir que voc alcance informaes complementares deforma rpida e interativa. Ainda nesse sentido, procuramos evidenciar as informaes mais relevantes de cadaverbete atravs dos destaques em negrito. Isso permite que voc faa a distino dos vrios usos dos recursoslingsticos e guarde deles as suas particularidades.

    Nosso esforo em fornecer a voc um material alternativo, de fcil acesso e manipulao, alm de srio comrespeito s informaes da nossa lngua um processo ainda em andamento. Em alguns momentos,

    contaremos com o seu conhecimento conceitual referente gramtica, tais como os tipos de oraes, a noode locuo, contrao, contexto, discurso, etc. Nossa perspectiva, no entanto, atend-lo nessas lacunas comas prximas verses da minigramtica.

    Da maneira como est hoje, este suporte lingstico caminha para o abandono do seu status de "mini", dadasas informaes que agora contemplam o plano conceitual da gramtica e os processos que envolvem asestruturas da lngua.

    Mas, contrariando aqueles que advogam a favor da alta complexidade da lngua portuguesa em relao sdemais lnguas do mundo, acreditamos ser possvel assimilar com tranqilidade a estrutura do portugus doBrasil e aplic-la com habilidade. Temos plena certeza, ento, que essa excurso pelo mundo da gramtica serum enorme prazer para voc. Sendo assim, vamos a ela...

    Classes Gramaticais: tipos

    As classes gramaticais da lngua portuguesa so:

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    substantivo adjetivo artigo pronome numeral verbo advrbio preposio conjuno

    interjeio

    Substantivo

    Substantivo a palavra que designaseres em geral:

    1. nomes de pessoas, coisas, lugares, gnero, espcie

    Exemplos:

    nomes coisas lugares gnero espcie

    Maria espelho Sergipe [o] visitante jacarand

    Paulo futebol Canad [a] hspede homem

    Castro jia sapataria [o] artista hortalia

    Maia lago chcara

    2. nomes de estados ou qualidades, aes, sentimentos, noes que se destinam a denominao de seres:

    Exemplos:

    estado ou qualidade aes sentimentos noo

    juventude nascimento felicidade tamanho

    hipocrisia colheita hipocrisia originalidade

    mdico [o] pulo medo equilbrio

    Considera-se, ainda, substantivoqualquer palavra que ocupe a funo sinttica particular ao substantivo.Nessa perspectiva, a distribuio do substantivo bastante ampla, pois pode-se estend-la para acaracterizao de vrios termos e oraes da nossa lngua.

    Dizemos que um termo funciona como substantivo, embora no se caracterize como tal sob outro ponto devista. Ou seja, apesar de, em princpio, uma palavra pertencer a certa classe gramatical, essa determinaopode mudar dependendo do papel que a palavra esteja desempenhando na sentena. Dessa forma, qualquerpalavra da lngua suscetvel de vrias categorizaes, pois o que impera so suas funes vinculadas a umcontexto especfico.

    Exemplos:

    1. O no prprio do meu chefe

    ...[no= advrbio]

    ...[no(nesta sentena): ncleo do sujeito = substantivo]

    ...[funo do no: substantivo]

    2. O fazerparece ser mais importante que o pensar.

    ...[fazer/pensar= verbo]

    ...[fazer/pensar(nesta sentena): ncleo do sujeito = substantivo]

    ...[funo do fazer/pensar: substantivo]

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    Na esfera da classificao das oraes esse mesmo critrio est presente. Dizemos, por exemplo, que umaorao substantiva, quando se comporta como um substantivo (em oposio funo de adjetivo ouadvrbio).

    Exemplo:

    1. "O pior que eu no estava mentindo..."

    Adjetivo

    Adjetivo a palavra que qualifica os seres em termos de:

    - expresso de uma qualidade

    Exemplos:

    chocolate q u e n t e/ g o s to s o / a m a r g o

    ...[chocolate: substantivo]

    - expresso da aparncia ou aspecto

    Exemplos:

    mesa q u a d ra d a/ p r e t a/ q u e b ra d a

    ...[mesa: substantivo]

    - apresentao do estado do ser

    Exemplos:

    ventilador l i ga d o / q u e b r a d o / e m p r e s t a d o

    ...[ventilador: substantivo]

    Na perspectiva funcional, considera-se a d j e t i v o o termo que modifica um substantivo(ou qualquer palavraque exera a funo de substantivo) no sentido de lhe atribuir uma caracterstica. Sob esse ponto de vista,qualquer palavra ou orao que funcione como um modificador deste tipo ter valor de adjetivo. Assim so, porexemplo, os pronomes que indicam propriedade (meu, dele, etc.) ou as oraes subordinadas do tipo:

    "Era ela mesma uma estrela que ofuscava a prpria luz"

    H de se considerar, portanto, o contexto em que as palavras esto inseridas para se prosseguir na anlise. Asdiversas situaes da linguagem revelam que uma palavra, em princpio considerada adjetivo, pode funcionarcomo um substantivo. Observe:

    1. "Os parentes vegetarianosnunca tinham vez em casa!"

    ...[parentes: substantivo]

    ...[vegetarianos: adjetivo]

    2.

    "Os vegetarianos nunca tinham vez em casa!"

    ...[vegetarianos: substantivo]

    Em termos sintticos, os adjetivos, assim como qualquer outro termo determinante, devem estabelecer umarelao de concordnciacom o substantivo ao qual se referem. Desse modo, a grande maioria dos adjetivossofre flexo em gnero (masculino ou feminino) e nmero (singular ou plural) de acordo com o termo ao qualest ligada.

    Exemplos:

    [o] teatro reformado [a] encomenda atrasada

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    importante conhecer as particularidades dos adjetivos:

    Adjetivo x advrbio Uso dos Adjetivos diante de Particpio O grau dos advrbios e os adjetivos particpios A formao do grau e os adjetivos e advrbios anmalos

    Formas analticas dos adjetivos anmalos

    Artigo

    Artigo a palavra que determinaou indeterminaos seres ao qual est ligado.

    Alm dessa funo de determinao, oa r t i g o

    exerce outra funo muito importante: a substantivao. Apalavra ligada ao artigo, ou seja, aquela com a qual ele estabelece a concordncia, torna-se um substantivo.Desse modo, podemos concluir desde j que o artigo uma palavra extremamente dependente de outras naorao. Seu elo mais forte com o substantivo.

    Exemplos:

    1. Com um nmero na cabea, o rapaz tentava encontrar um lugar de apostas: hoje seria o dia dodrago.

    2. Nem parecia que afaxina tinha sido feita: asplantas secas, ojantar ainda posto, uma inteno deviagem noar.

    ...[em negrito: artigos]

    ...[palavras sublinhadas: substantivos]

    Embora o artigo esteja sempre vinculado a um substantivo, a presena deste nem sempre necessria. ofenmeno chamado zeugma, bastante comum na nossa lngua.

    Exemplo:

    1. Havia dias em que eu precisava do colo dele; outros muitos era ele quem procurava omeu.

    ...[o meu: zeugma = elipse do substantivo "colo"]

    Os artigos so palavras variveis, ou seja, sofrem variao em gnero (masculino ou feminino) e nmero(singular ou plural) em concordncia com o substantivo que antecedem. Essa caracterstica, alis, bastanteimportante em muitos casos. Por exemplo, os artigos so fundamentais para determinar o gnero de certossubstantivos e, com isso, o seu significado.

    Exemplos:

    acabea [parte do corpo] ocabea [chefe]

    acaixa [recipiente] ocaixa [resposvel pelo caixa]

    agrama [relva] ograma [unidade de peso]

    amoral [conjunto de regras] omoral [brio, nimo]

    Uso de artigos e determinantes

    Deve-se evitar o uso do artigo indefinido diante dos pronomes indefinidos por constituir caso deredundncia.

    Exemplo:

    1. Era um belo pr-do-sol, com uma certacor que o casal jamais havia visto. [Inadequado]

    Era um belo pr-do-sol, com certacor que o casal jamais havia visto. [Adequado]

    Deve-se evitar o uso do artigo definido diante de pronomes possessivosnos casos em que o possudo nopuder pertencer seno ao possuidor.

    Exemplo:

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    1. Lavei as minhasmos. [Inadequado]

    Lavei minhasmos. [Adequado]

    ...[Minhas mos no podem pertencer seno a mim; o artigo torna-se, pois, redundante]

    Os pronomes de tratamentono admitem o artigo. A nica exceo o pronome "senhor" e suas variaes[senhores, senhora, senhoras].

    Exemplos:

    1. No gosto da Vossa Excelncia. [Inadequado]

    No gosto de Vossa Excelncia. [Adequado]

    2. A senhoradeseja alguma coisa? [Adequado]

    O pronome relativo"cujo" e suas variaes [cujos, cuja, cujas] no admitem o uso do artigo.

    Exemplo:

    1. O suor descia da cabea, cujos oscabelos lisos e negros estavam duros. Andava pela velha vila, toconhecida, por cujas asruas passeiam assombraes. [Inadequado]

    O suor descia da cabea, cujos cabelos lisos e negros estavam duros. Andava pela velha vila, toconhecida, por cujasruas passeiam assombraes. [Adequado]

    Depois de "ambos", "ambas", "todos" e "todas", quando determinantes, indispensvel o uso do artigodefinido.

    Exemplos:

    1. Ou fazia ambascoisas de qualquer maneira ou desistia de uma delas. [Inadequado]

    Ou fazia ambas ascoisas de qualquer maneira ou desistia de uma delas. [Adequado]

    2. Seu vasto corao abriga todosalunos. [Inadequado]

    Seu vasto corao abriga todos osalunos. [Adequado]

    Pronome

    Pronome a palavra que se usa em lugar do nome, ou a ele se refere, ou ainda, que acompanha o nomequalificando-o de alguma forma.

    Exemplos:

    1. A moa era mesmo bonita. Elamorava nos meus sonhos!

    ...[substituio do nome]

    2.

    A moa quemorava nos meus sonhos era mesmo bonita!

    ...[referncia ao nome]

    3. Essamoa morava nos meus sonhos!

    ...[qualificao do nome]

    Grande parte dos pronomes no possui significado fixo, isto , essas palavras s adquirem significao dentrode um contexto, o qual nos permite recuperar a referncia exata daquilo que est sendo colocado por meiodos pronomes no ato da comunicao. Com exceo dos pronomes interrogativos e indefinidos, os demaispronomes tm por funo principal apontar para as pessoas do discurso ou a elas se relacionar, indicando-lhessua situao no tempo ou no espao. Em virtude dessa caracterstica, os pronomes apresentam uma formaespecfica para cada pessoa do discurso.

    Exemplos:

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    1. Minhacarteira estava vazia, quando eufui assaltada.

    ...[minha/eu: pronomes de 1 pessoa = aquele que fala]

    2. Tuacarteira estava vazia, quando vocfoi assaltada?

    ...[tua/voc: pronomes de 2 pessoa = aquele a quem se fala]

    3. A carteira delaestava vazia, quando elafoi assaltada.

    ...[dela/ela: pronomes de 3 pessoa = aquele de quem se fala]

    Em termos morfolgicos, os pronomes so palavras variveis em gnero (masculino ou feminino) e emnmero (singular ou plural). Assim, espera-se que a referncia atravs do pronome seja coerente em termosde gnero e nmero (fenmeno da concordncia) com o seu objeto, mesmo quando este se apresenta ausenteno enunciado.

    Exemplos:

    1. [Fala-se de Roberta]

    2. Elequer participar do desfile da nossaescola nesteano.

    ...[nossa: pronome que qualifica "escola" = concordncia adequada]

    ...[neste: pronome que determina "ano" = concordncia adequada]

    ...[ele: pronome que faz referncia "Roberta" = concordncia inadequada]

    So muitos os tipos de pronomes e tambm diversos as suas funes e empregos. Por isso, importanteconhecer outras particularidades a seu respeito:

    Pronome reto Pronome oblquo Pronome reflexivo O pronome em incio de sentena A crase e os pronomes pessoais A crase e os pronomes demonstrativos A crase e os pronomes indefinidos

    Alm disso, alguns pronomes ocupam posies especiais na sentena. Essa caracterstica dos pronomes tratada como colocao pronominal.

    Pronome substantivo

    Pronome substantivo aquele que substitui um substantivona sentena. Como o pronome assume para sias caractersticas do nome ao qual substitui, ele segue, dessa forma, todas as suas caractersticas. So elas:

    gnero- ex: ele

    nmero- ex: eles

    apessoa do discurso- ex: ele= aquele de quemse fala

    marca de sujeito inanimado- ex: isso

    marca de situao no espao- ex: a

    Para identificar um pronome substantivo, portanto, basta substitui-lo por algum substantivo.

    Exemplos:

    1. O carteiro sempre me desafiava!

    Elesempre me desafiava!

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    2. Os homens e as mulheres da parquia foram convocados.

    Todosforam convocados

    3. O presente que est perto de voc bastante grande.

    Essepresente a bastante grande.

    Pronome reto

    Pronome pessoal do caso reto aquele que, na sentena, exerce a funo de sujeito.

    Sendo um pronomeele carrega consigo as caractersticas prprias a essa classe gramatical, ou seja, umapalavra que pode:

    substituir um nome;

    qualificar um nome;

    determinar apessoa do discurso.

    Os pronomes retos apresentam flexo de nmero, gnero (apenas na 3 pessoa) e pessoa, sendo essa ltima aprincipal flexo porque marca a pessoa do discurso. Dessa forma, o quadro dos pronomes retos assimconfigurado:

    - 1 pessoa do singular (eu): eu

    - 2 pessoa do singular (tu): t u

    - 3 pessoa do singular (ele, ela): e l e , e l a

    - 1 pessoa do plural (ns): n s

    - 2 pessoa do plural (vs): v s

    - 3 pessoa do plural (eles, elas): e l e s , e l a s

    Freqentemente se observa a omisso do pronome reto em Lngua Portuguesa. Isso se d porque as formasverbais marcam, atravs de suas desinncias, as pessoas do verbo indicadas pelo pronome reto (ex.: Dormicedo ontem; Fizem o s boa viagem).

    importante conhecer algumas outras particularidades dos pronomes retos, tais como:

    O pronome e o verbo no infinitivo

    A concordncia e o pronome reto como predicativo do sujeito

    Pronome oblquo

    Pronome pessoal do caso oblquo aquele que, na sentena, exerce a funo de c o m p l e m e n t o v e r b a l , ouseja, objeto direto ou objeto indireto.

    Sendo um pronomeele carrega consigo as caractersticas prprias a essa classe gramatical, ou seja, umapalavra que pode:

    Substituir um nome

    Qualificar um nome

    Determinar a pessoa do discurso

    Em verdade, o pronome oblquo uma forma variante do pronome pessoal do caso reto. Essa variao naforma do pronome indica to somente a funo diversa que eles desempenham na orao: pronome reto marcao sujeito da orao; pronome oblquo marca o complemento verbal da orao.

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    Os pronomes oblquos sofrem variao de acordo com a acentuao tnicaque possuem. Dessa forma elespodem ser:

    Pronomes oblquos tonos

    Pronomes oblquos tnicos

    importante conhecer algumas particularidades dos pronomes:

    Formas especiais do pronome oblquo Colocao pronominal O pronome em incio de sentena

    O pronome e o objeto direto

    Pronome oblquo tono

    So chamados tonos os pronomes oblquoscuja acentuao tnica fraca.

    Os pronomes oblquos apresentam flexo de nmero, gnero e pessoa, sendo essa ltima a principal flexoporque marca apessoa do discurso. Dessa forma, o quadro dos pronomes oblquos tonos assim configurado:

    - 1 pessoa do singular (eu):m e

    - 2 pessoa do singular (tu):t e

    - 3 pessoa do singular (ele, ela): o , a , l h e

    - 1 pessoa do plural (ns):n o s

    - 2 pessoa do plural (vs):v o s

    - 3 pessoa do plural (eles, elas): o s , a s , l h e s

    O lh e o nico pronome oblquo tono que j se apresenta na forma contrada, ou seja, houve a unio entre opronome oou aepreposioaou p a r a . Por acompanhar diretamente uma preposio, o pronome lh eexercesempre a funo de objeto indiretona orao. Os demais pronomes tonos em geral funcionam como objetodireto.

    importante conhecer algumas particularidades dos pronomes oblquos tonos:

    Formas especiais do pronome oblquo Colocao pronominal O pronome em incio de sentena

    O pronome e o objeto direto

    Pronome oblquo tnico

    So chamados tnicosos pronomes oblquoscuja acentuao tnica forte.

    Os pronomes oblquos apresentam flexo de nmero, gnero (apenas na 3 pessoa) e pessoa, sendo essaltima a principal flexo porque marca a pessoa do discurso. Dessa forma, o quadro dos pronomes oblquostnicos assim configurado:

    - 1 pessoa do singular (eu): m i m , c o m i g o

    - 2 pessoa do singular (tu): t i , c o n t i g o

    - 3 pessoa do singular (ele, ela): e l e , e l a

    - 1 pessoa do plural (ns): n s , c o n o s c o

    - 2 pessoa do plural (vs): v s , c o n v o s c o

    - 3 pessoa do plural (eles, elas): e l e s , e l a s

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    Os pronomes oblquos tnicos sempre acompanham uma preposio, em geral as preposies a, p a r a , d eeco m. Por esse motivo os pronomes tnicos exercem a funo de objeto indiretoda orao.

    Observe que as nicas formas prpriasdo pronome tnico so a primeira pessoa (mim) e segunda pessoa(ti). As demais repetem a forma do pronome pessoal do caso reto.

    A forma contrada dos pronomes tnicos (comigo, contigo, conoscoe convosco) obrigatriana construodos pronomes de 1 e 2 pessoas do singular e do plural. As terceiras pessoas do singular e plural, porpossurem uma forma iniciada por vogal (ele, por exemplo), se apresentam separadas da preposio "com"(com ele, com elase etc.).

    Os pronomes oblquos tnicos contrados (contigo, por exemplo) freqentemente exercem a funo de adjuntoadverbial de companhia(ex.: Ele carregava este nome c o n s i g o ).

    Pronome reflexivo

    So aqueles que expressam a igualdade entre o sujeito e o objetoda ao.

    Os pronomes reflexivos, embora tambm apontem para o sujeito da orao, exercem sempre a funo decomplemento verbal(objeto direto ou indireto). Por esse motivo so associados aos pronomes pessoais do casooblquo, herdando as caractersticas desses.

    O quadro dos pronomes reflexivos assim configurado:

    - 1 pessoa do singular (eu): m e

    - 2 pessoa do singular (tu): t i

    - 3 pessoa do singular (ele, ela): s i , co n s i g o

    - 1 pessoa do plural (ns): n o s

    - 2 pessoa do plural (vs): v o s

    - 3 pessoa do plural (eles, elas): s i , co n s i g o

    Com exceo das terceiras pessoas do singular e plural, as demais formas dos pronomesreflexivos repetemas formas do pronome oblquo tono. Como os pronomes tonos so fracos quanto acentuao, hdeterminadas formas (ver formas especiais do pronome oblquo tono) e posies (ver colocao pronominal)fixas para eles na orao.

    A forma contrada dos pronomes reflexivo (consigo) obrigatriana construo dos pronomes de 3 pessoasdo singular e do plural. Essa forma contrada freqentemente exerce a funo de adjunto adverbial decompanhia(ex.: Ela veio c o m i g o ).

    importante ainda conhecer algumas particularidades dos pronomes reflexivos:

    A concordncia e os pronomes reflexivos Verbos com pronome "se"

    O "se" em incio de sentena Os pronomes pessoais e algumas preposies

    Numeral

    Numeral a palavra que qualifica os seres em termos numricos, isto , que atribui quantidadeaos seres ouos situa em determinada seqncia.

    Exemplos:

    1. Os quatroltimos ingressos foram vendidos h pouco.

    [quatro: numeral = atributo numrico de "ingresso"]

    2. Eu quero caf duplo, e voc?

    ...[duplo: numeral = atributo numrico de "caf"]

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    3. A primeirapessoa da fila pode entrar, por favor!

    ...[primeira: numeral = situa o ser "pessoa" na seqncia de "fila"]

    Os numerais podem ser: cardinais, ordinais, multiplicativos e fracionrios.

    Os numerais cardinaisindicam a quantidade exatade seres: um, duas, trezentos, milho.

    Os numerais ordinaisindicam a ordem dos seres numa determinada srie: primeiro, quadragsima.

    Os numerais multiplicativosindicam o aumento proporcional da quantidade: duplo, qudruplo.

    Os numerais fracionrios indicam a diminuio proporcional da quantidade: meio, quarto, dois quinzeavos.

    Outras palavras que tambm denotam quantidade, proporo ou ordenao tambm podem ser consideradasnumerais: dcada, dzia,par, ambos(as), novena, etc.

    Uso e Grafia de Numerais

    No interior do texto, prefira escrever os nmeros de um a dez por extenso; a partir de 11, use algarismos:

    "O assassino matou quatro pessoas" deve ser prefervel a "O assassino matou 4 pessoas".

    Porm:

    "O assassino matou 22 pessoas" deve se usado em lugar de "O assassino matou vinte e duaspessoas".

    Se o nmero estiver determinando uma unidade de medida ou uma grandeza, prefira o algarismo:

    1. So oito horas. [Inadequado]

    So 8 horas. [Adequado]

    No interior do texto, procure no ini ciar perodos com algarismos.

    "Vinte e nove pessoas foram aprovados" considerado mais adequado do que "29 pessoas foramaprovadas".

    No se deve usar ponto nas datas:

    "15 de abril de 2002" e no "15 de abril de 2.002"

    No use o algarismo 0 antes de nmeros inteiros a menos que possa haver alguma ambigidade:

    1. Compramos 018 livros. [Inadequado]

    Compramos 18 livros. [Adequado]

    O numeral utilizado para designar papas, soberanos, sculosou partes em que se divide uma obra, deveser lido como ordinal at o dcimo, e como cardinal de onze em diante: Paulo VI(sexto), Canto VIII(oitavo).

    Na numerao de artigos, leis, decretos, portariase outros textos legais, utilizamos o numeral ordinalat nove e o cardinal a partir de dez: Artigo 9. (nono), Decreto 12 (doze).

    Verbo

    Verbo a palavra que expressa processos, ao, estado, mudana de estado, fenmeno da natureza,convenincia, desejo e existncia. Desse modo, enquanto os nomes (substantivo, adjetivo) indicampropriedades estticas dos seres, o verbo denota os seus movimentos, por isso sua caracterstica dedinamicidade.

    Exemplos:

    1. Um homem j escorregouneste cho molhado.

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    ...[escorregar: verbo = ao que expressa a dinamicidade de "homem"]

    2. Por enquanto as matas continuamindefesas.

    ...[continuar: verbo = estado que expressa a dinamicidade de "matas"]

    3. Anoiteciarapidamente!

    ...[anoitecer: verbo = fenmeno dinmico da natureza]

    4. Convmaguardar mais alguns minutos.

    ...[convir: verbo = convenincia que expressa a dinamicidade de "aguardar..."]

    5. Nossos estudantes anseiamum bom emprego.

    ...[ansiar: verbo = desejo que expressa a dinamicidade de "nossos estudantes"]

    6. Houvetumulto no momento da votao.

    ...[haver: verbo = existncia que expressa a dinamicidade de "tumulto..."]

    Em termos sintticos, os verbos exercem uma funo fundamental: ncleo da predicao nos predicadosverbais. Isto , o verbo o constituinte essencial do predicado verbal. Alm disso, os verbos tambm sofundamentais para a constituio das oraes. Ao contrrio do sujeito, que pode estar ausente na orao, semverbo no horao. Alis, classificam-se as oraes conforme o nmero de ncleos verbais existentes.

    Exemplos:

    1. comum, no interior do pas, surpreendercrianas com doenas graves.

    ...[: verbo = ncleo do predicado " comum"]

    ...[surpreender: verbo = ncleo do predicado "surpreender crianas..."]

    2. Se voc me esperar1, vouat l2, procuropelo endereo3e trago-o aqui4.

    ...[nmero de oraes: 4]

    ...[nmero de ncleos verbais: 4]

    3. Vou entrarpor esta porta1e quero encontrartudo2como eu havia deixado3.

    ...[nmero de oraes: 3]

    ...[nmero de ncleos verbais: 3]

    A classe gramatical dos verbos bastante rica em flexes. Trata-se de uma classe que varia em nmero,pessoa, tempo, modo, aspecto e voz. Essas variaes se agrupam em conjuntos flexionais chamados de

    conjugao. importante, portanto, conhecer as outras particularidades do verbo:

    O subjuntivo e as oraes subordinadas O subjuntivo e os verbos modais Tempo verbal e o emprego de pronomes Verbos com pronome "se" Os auxiliares e certos verbos abundantes A crase e os verbos As locues verbais e o uso de preposies Uso do Particpio

    Os verbos tambm exigem formas especiais de combinao com os outros elementos da orao. Essemecanismo de combinao compreendido nas chamadas:

    concordncia verbal

    regncia verbal

  • 8/10/2019 Mini Gramtica Para Concursos

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    Uso do Particpio

    Com os verbos auxiliares "ter" e "haver", que formam os tempos chamados compostos, da voz ativa, oparticpio invarivel, devendo permanecer na forma do masculino singular.

    Exemplo:

    1.

    Havamos pensadoem outra soluo para aquele problema comum. [Adequado]

    2. Elas tinham pensadosobre o assunto, mas acabaram sem opo. [Adequado]

    Com os verbos auxiliares "ser" e "estar", que formam os tempos da voz passiva, o particpio varivel, e deveconcordar com o sujeito da orao.

    Exemplo:

    1. J foram tomadasas providncias necessrias para as eleies. [Adequado]

    2. Todas ns estvamos cercadaspelo fogo. [Adequado]

    Uso do Particpio dos Verbos Abundantes

    H verbos - chamados "abundantes" - que possuem mais de uma forma do particpio: a forma regular,terminada em -adoou -ido, e a forma reduzida, ou irregular, que no obedece regra geral de formao doparticpio. Na maioria dos casos, os verbos auxiliares "ter" e "haver" requerem o uso da forma regular; e osauxiliares "ser" e "estar", o uso da forma irregular.

    Exemplo:

    1. Meu irmo tinha pegoo dinheiro, mas o perdeu. [Inadequado]

    Meu irmo tinha pegadoo dinheiro, mas o perdeu. [Adequado]

    2. O aluno foi pegadocolando na prova. [Inadequado]

    O aluno foi pegocolando na prova. [Adequado]

    Uso do Gerndio

    Em lngua portuguesa, no recomendado o uso do gerndio para reforar a idia de progressividade nofuturo. Este uso constitui anglicismo(interferncia da lngua inglesa) e vem sendo condenado pelos gramticoscontemporneos como modismo a ser evitado.

    Exemplo:

    1.

    Eu vou estar estudandoa matria para a prova. [Inadequado]

    Eu vou estudara matria para a prova. [Adequado]

    2. Amanh estaremos indo viajarpara Salvador. [Inadequado]

    Amanh viajaremospara Salvador. [Adequado]

    Advrbio

    Advrbio a palavra que se emprega como:

    1. modificadordo adjetivo ou do prprio advrbio;

    2. determinantedo verbo

    Os ad vrb ios so palavras heterogneas, ou seja, podem exercer funes as mais diversas na orao. Porisso, a cada funo exercida, alia-se um valor significativo. Como modificador, o advrbio expressa umapropriedade dos seres de modo a acrescentar-lhes um significado diferente, "modificado". Isso acontece emrelao ao adjetivo, ao prprio advrbio, ou mesmo a uma oraointeira.

    Exemplos:

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    1. Ela estava toapressada que esqueceu sua bolsa comigo.

    ...[apressada: adjetivo]

    ...[to: advrbio = modificador do adjetivo]

    2. Todos passam muitobem, obrigado!

    ...[bem: advrbio]

    ...[muito: advrbio = modificador do advrbio]

    3. Felizmenteno houve feridos no acidente.

    ...[no houve feridos no acidente: orao]

    ...[felizmente: advrbio = modificador da orao]

    4. Ningum manda aqui!

    ...[mandar: verbo]

    ...[aqui: advrbio de lugar = determinante do verbo]

    Os advrbios que se relacionam ao verbo so palavras que expressam circunstnciasdo processo verbal, porisso consider-los um determinante. Cada uma dessas circunstncias indicadas pelos advrbios justifica osvrios tipos de advrbios na nossa lngua (circunstncia de lugar, modo, tempo, etc.).

    Outra caracterstica dos advrbios se refere a sua organizao morfolgica. Os advrbios so palavrasinvariveis. Isto , essa classe gramatical no apresenta variao em gnero e nmero - tal como os nomes -,nem de pessoa, modo, tempo, aspecto e voz - tal como os verbos. Alguns advrbios, porm, admitem a

    variao em grau (ex.: cedo= advrbio de tempo em grau normal; cedssimo= grau superlativo; cedinho=diminutivo com valor de grau superlativo do advrbio).

    importante, portanto, conhecer essas outras particularidades do advrbio:

    Adjetivo x advrbio O grau dos advrbios e os adjetivos particpios A formao do grau e os adjetivos e advrbios anmalos

    Preposio

    Preposio a palavra que estabelece uma relaoentre dois ou mais termos da orao. Essa relao dotipo subordinativa, ou seja, entre os elementos ligados pela preposio no h sentido dissociado, separado,individualizado; ao contrrio, o sentido da expresso dependente da unio de todos os elementos que apreposio vincula.

    Exemplos:

    1. Os amigos deJoo estranharam o seu modo devestir.

    ...[amigos de Joo / modo de vestir: elementos ligados por preposio]

    ...[de: preposio]

    2. Ela esperou comentusiasmo aquele breve passeio.

    ...[esperou com entusiasmo: elementos ligados por preposio]

    ...[com: preposio]

    Esse tipo de relao considerada uma conexo, em que os conectivos cumprem a funo de ligar elementos.A preposio um desses conectivos e se presta a ligar palavras entre si num processo de subordinaodenominado regncia.

    Diz-se regncia devido ao fato de que, na relao estabelecida pelas preposies, o primeiro elemento chamado antecedente - o termo que rege, que impe um regime; o segundo elemento, por sua vez chamado conseqente o temo regido, aquele que cumpre o regime estabelecido pelo antecedente.

  • 8/10/2019 Mini Gramtica Para Concursos

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    Exemplos:

    1. A hora dasrefeies sagrada.

    ...[hora das refeies: elementos ligados por preposio]

    ...[de + as = das: preposio]

    ...[hora: termo antecedente = rege a construo "das refeies"]

    ...[refeies: termo conseqente = regido pela construo "hora da"]

    2. Algum passou poraqui.

    ...[passou por aqui: elementos ligados por preposio]

    ...[por: preposio]

    ...[passou: termo antecedente = rege a construo "por aqui"]

    ...[aqui: termo conseqente = regido pela construo "passou por"]

    As preposies so palavras invariveis, pois no sofrem flexo de gnero, nmero ou variao em grau comoos nomes, nem de pessoa, nmero, tempo, modo, aspecto e voz como os verbos. No entanto em diversassituaes as preposies se combinam a outras palavras da lngua (fenmeno da contrao) e, assim,estabelecem uma relao de concordncia em gnero e nmero com essas palavras s quais se liga. Mesmoassim, no se trata de uma variao prpria da preposio, mas sim da palavra com a qual ela se funde (ex.:de + o = do; por + a =pela; em + um = num, etc.).

    importante conhecer essas outras particularidades da preposio:

    Uso da preposicao A crase e as preposies Uso das locues prepositivas A regncia e o uso de preposies

    Uso da Preposio

    Algumas particularidades no uso das preposies:

    1.O sujeitodas oraesreduzidas de infinitivo no devevir contrado com uma preposio.

    Exemplo:

    1. A maneira deleestudar no correta. [Inadequado]

    A maneira de eleestudar no correta. [Adequado]

    A maneira de nsestudarmos no correta. [Adequado]

    2.A preposio "a" no deve ser utilizada aps a preposio "perante".

    Exemplo:

    1. Quando o resultado das provas foi divulgado, ela chorou perante atodos. [Inadequado]

    Quando o resultado das provas foi divulgado, ela chorou perantetodos. [Adequado]

    3.Do mesmo modo, no podemos utilizar a preposi o "a" depois da preposio "aps".

    Exemplos:

    1. Todos nos reunimos aps reunio. [Inadequado]

    Todos nos reunimos apsa reunio. [Adequado]

  • 8/10/2019 Mini Gramtica Para Concursos

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    2. O retorno dos alunos aps aointervalo sempre tumultuado. [Inadequado]

    O retorno dos alunos apso intervalo sempre tumultuado. [Adequado]

    4.A preposio "desde" no admite em sua seqncia a preposio "de".

    Exemplo:

    1. Estamos esperando aqui desde das12 h. [Inadequado]

    Estamos esperando aqui desdeas 12 h. [Adequado]

    5.Em vez de utilizar a preposio "aps" antes de verbosno particpio, prefira a locuo "depois de".

    Exemplo:

    1. O aluno partiu aps difundidaa notcia. [Inadequado]

    O aluno partiu depois de difundidaa notcia. [Adequado]

    Omisso das preposies

    Antes de alguns advrbiosde tempo, modo e lugar, a preposio pode ou no ser omitida.

    Exemplos:

    1. Chegaro domingo. [Adequado]

    Chegaro nodomingo. [Adequado]

    2.

    O filho, cabea baixa, ouvia a reprimenda. [Adequado]

    O filho, decabea baixa, ouvia a reprimenda. [Adequado]

    Conjuno

    Conjuno a palavra que estabelece uma relao:

    entre dois ou mais termos semelhantesda orao ou entre oraes de mesma funo gramatical.

    entre duas oraes.

    No primeiro caso, trata-se de uma relao de coordenao, em que os elementos ligados pela conjuno podemser isolados um do outro. Esse isolamento, no entanto, no acarreta perda da unidade de sentido que cada umdos elementos possui. J no segundo caso a relao de subordinao, em que cada um dos elementos ligadospela conjuno depende da existncia do outro.

    Exemplos:

    1. As crianas iam evinham, demonstrando completo entusiasmo pela brincadeira.

    ...[iam/vinham: termos semelhantes da orao = verbo]

    ...[e: conjuno]

    ...[relao de coordenao]

    2. As propostas pareciam um absurdo1, maseu concordava inteiramente com elas2.

    ...[segmentos 1 e 2: oraes independentes]

    ...[mas: conjuno]

    ...[relao de coordenao]

    3. As preocupaes s terminariam1quando Armando chegasse2.

  • 8/10/2019 Mini Gramtica Para Concursos

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    ...[segmentos 1 e 2: oraes dependentes]

    ...[quando: conjuno]

    ...[relao de subordinao]

    Esse tipo de relao considerada uma conexo, em que os conectivos cumprem a funo de ligar elementos.A conjuno um desses conectivos e se presta a ligar palavras ou oraes entre si a fim de concatenar idiase formar, com elas, um texto coeso. O encadeamento de idias num texto (fenmeno da coeso) se deve emgrande medida ao bom uso das conjunes, j que elas estabelecem os elos necessrios entre palavrasformando a orao, ou entre as oraes formando o perodo.

    Do ponto de vista morfolgico, as conjunes so palavras invariveis, pois no sofrem flexo de gnero,nmero ou grau como os nomes, nem de pessoa, nmero, tempo, modo, aspecto e voz como os verbos.

    importante conhecer, ainda, outras particularidades da conjuno:

    A crase e a conjuno "caso" Uso das locues conjuncionais

    Interjeio

    Interjeio a palavra que expressa emoes, sentimentos ou pensamentos sbitos.

    Trata-se de um recurso da linguagem afetiva, em que no h uma idia organizada de maneira lgica, comoso as sentenas da lngua, mas sim a manifestao de um suspiro, um estado da alma decorrente de umasituao particular, um momento ou um contexto especfi co.

    Exemplos:

    1. Ah, como eu queria voltar a ser criana!

    ...[ah: expresso de um estado emotivo = interjeio]

    2.

    Hum! Esse cuscuz estava maravilhoso!

    ...[hum: expresso de um pensamento sbito = interjeio]

    As sentenas da lngua costumam se organizar de forma lgica: h uma sintaxe que estrutura seus elementos eos distribui em posies adequadas a cada um deles. As interjeies, por outro lado, so uma espcie depalavra-frase, ou seja, h uma idia expressa por uma palavra (ou um conjunto de palavras - locuointerjetiva) que poderia ser colocada em termos de uma sentena. Observe:

    1.

    Bravo! Bravo! Bis!

    ...[bravoe bis: interjeio]

    ...[sentena [sugesto]: "Foi muito bom! Repitam!"]

    2. Ai! Ai! Ai! Machuquei meu p...

    ...[ai: interjeio]

    ...[sentena [sugesto]: "Isso est doendo!" ou "Estou com dor!"]

    O significado das interjeies est vinculado maneira como elas so proferidas. Desse modo, o tom da fala que dita o sentido que a expresso vai adquirir em cada contexto de enunciao. Exemplos:

    1. Psiu!

    ...[contexto: algum pronunciando essa expresso na rua]

    ...[significado da interjeio [sugesto]: "Estou te chamando! Ei, espere!"]

    2. Psiu!

    ...[contexto: algum pronunciando essa expresso em um hospital]

  • 8/10/2019 Mini Gramtica Para Concursos

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    ...[significado da interjeio [sugesto]: "Por favor, faa silncio!"]

    3. Puxa! Ganhei o maior prmio do sorteio!

    ...[puxa: interjeio]

    ...[tom da fala: euforia]

    4. Puxa! Hoje no foi meu dia de sorte!

    ...[puxa: interjeio]

    ...[tom da fala: decepo]

    As interjeies so palavras invariveis, isto , no sofrem variao em gnero, nmero e grau como osnomes, nem de nmero, pessoa, tempo, modo, aspecto e voz como os verbos. No entanto, em uso especfico,algumas interjeies sofrem variao em grau. Deve-se ter claro, neste caso, que no se trata de um processonatural dessa classe de palavra, mas to s uma variao que a linguagem afetiva permite. Exemplos: o i z i n h o ,b ra vss im o, at l o g u i n h o .

    Identificando particularidades

    Sobre adjetivos:

    Adjetivo x Advrbio Uso dos Adjetivo diante de Particpio A formao do grau e os adjetivos e advrbios anmalos

    Sobre advrbios

    Adjetivo x Advrbio

    A formao do grau e os adjetivos e advrbios anmalos Locuo prepositiva x Locuo adverbial

    Sobre determinantes

    Os determinantes e o ncleo composto Determinante antes do ncleo composto

    Determinantes depois do ncleo composto

    Sobre preposies:

    Locuo prepositiva x Locuo adverbial

    Sobre pronomes:

    Uso dos Pronomes

    Uso de Onde como Pronome Relativo

    Sobre substantivos:

    Substantivo de gnero vascilante

    Sobre verbos:

    Modo subjuntivo

    Verbos com pronome "se"

    Adjetivo x Advrbio

    Embora os adjetivose advrbiosconstituam classes gramaticaisbastante distintas, freqentemente se verificacerta confuso na construo e emprego de algumas palavras que se alternam na funo de adjetivo eadvrbio. Trata-se do problema da flexodessas classes gramaticais: o adjetivo varia em gnero e nmero e oadvrbio invarivel.

  • 8/10/2019 Mini Gramtica Para Concursos

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    A seguir indicamos a flexo e o emprego adequados de algumas palavras da Lngua Portuguesa que seapresentam ora como advrbios ora como adjetivos:

    I. Bastantes/bastante

    Exemplos:

    1.

    Os aniversariantes encomendaram bastantessalgadinhos para a festa. [Adjetivo]

    2. Os salgadinhos estavam bastantefrios.[Advrbio]

    Uma regra prtica para empregar corretamente as palavras bastante/bastantes tentar substituir esses termospela palavra muito. Se a palavra muitoflexionar em gnero e nmero, emprega-se bastantes, se a palavra

    muitono flexionar, emprega-se a palavra bastante.

    II. Longes/longe

    Exemplos:

    1. Eles planejavam a conquista de terras longese objetos antigos.[Adjetivo]

    2. Eles foram longeem busca de objetos antigos.[Advrbio]

    III. Ss/s

    Exemplo:

    1. Meus irmos estavam ssnaquela cidade desconhecida. [Adjetivo]

    2. Eles sdeixaram meus irmos sarem apresentando passaporte. [Advrbio]

    Uma regra prtica para empregar corretamente as palavras ss/s tentar substituir esses termos pelaspalavras sozinhoe apenas,respectivamente. Onde couber a palavra sozinho, emprega-se sflexionado; ondecouber a palavra apenas, emprega-se s(sem flexo = advrbio).

    IV. Meio/meia

    Exemplos:

    1. Ns pedimos apenas meiagarrafa de vinho. [Adjetivo]

    2. Ela parecia meiobrava hoje. [Advrbio]

    V. Alerta

    Exemplo:

    1. Os pais estavam alertapara a situao do filho doente. [Advrbio]

    Observe que a palavra alerta s possui uma forma no flexionada. Isso se d porque a palavra alerta sempreadvrbio.

    Uso dos Adjetivos diante de Particpio

    No devemos utilizar os adjetivos em suas formas comparativa e superlativa sinttica ("melhor", porexemplo) diante de verbosno particpio. Os gramticos recomendam que, nestes casos, o uso dos adjetivos nasformas comparativa e superlativa analtica(mais bem, por exemplo).

    Exemplo:

    1. A professora melhor informadado que imaginei. [Inadequado]

    A professora mais bem informadado que imaginei. [Adequado]

    A formao do grau e os adjetivos e advrbios anmalos

  • 8/10/2019 Mini Gramtica Para Concursos

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    Uma das propriedades dos advrbios a formao do graua partir de um processo de derivao que consisteno acrscimo de sufixos ao radical da palavra (advrbio) ou, ainda, no acrscimo de um advrbio deintensidade(mais, to... como, menos). Em geral, esto sujeitos a esse tipo de comportamento os advrbiosde modo, expressando, assim, uma intensidade maior ou menor em relao a outro(s) ser(es) (graucomparativo) ou uma intensidade maior ou menor em relao totalidadedos seres (grau superlativo).

    Cada um dos graus possui as formas absoluta quando no existe outro elemento em referncia - e relativa quando se estabelece uma comparao entre os seres. Por sua vez, cada uma das formas indicativas dosgraus pode ser representada sob as formas sinttica quando o grau expressado atravs de sufixos-, eanaltica quando ao adjetivo/advrbio acrescentada uma palavra intensificadora.

    Em geral, todos os adjetivos e advrbios se apresentam, na forma comparativa relativa, atravs da estrutura:

    mais+ ADJETIVO/ADVRBIO + (do) que(comparativo de superioridade);

    to+ ADJETIVO/ADVRBIO + como(ou quanto) (comparativo de igualdade);

    menos+ ADJETIVO/ADVRBIO + (do) que(comparativo de inferioridade).

    J os adjetivos e advrbios que se apresentam na forma superlativa relativa, o fazem segundo a seguinteestrutura:

    mais+ ADJETIVO/ADVRBIO + de(superlativo de superioridade);

    menos+ ADJETIVO/ADVRBIO + de(superlativo de inferioridade).

    Alguns adjetivos e advrbios, porm, possuem formas especiaisquando apresentados nas formas dos grauscomparativo sinttico e superlativo sinttico. So eles: bom/bem, mau/mal, grande e pequeno, para cujaapresentao, assumem as seguintes formas:

    ADJETIVO ADVRBIO COMPARATIVO/SUPERLATIVO SINTTICO

    bom bem melhor

    mau mal pior

    grande maior

    pequeno menor

    Essas formas especiais do comparativo e superlativo sinttico so obrigatrias, especialmente porque assumido em uma nica palavra a idia de intensidade do adjetivo e advrbio:

    Exemplos:

    Adjetivo

    1. Ele mais bomcomo vendedor do que como dentista. [Inadequado]

    Ele melhorcomo vendedor do que como dentista. Adequado]

    Advrbio

    1. mais bemandar do que correr. [Inadequado]

    melhorandar do que correr. [Adequado]

    Em geral, esses advrbios na forma sinttica aparecem intensificados pelo acrscimo de outro advrbio deintensidade (muito, bem, bastantee etc.).

    Exemplos:

    1. Eu considerei bemmelhor viajar noite do que durante o dia.

    2. Foi muitopior viajar durante o dia!

    Locuo prepositiva x Locuo adverbial

  • 8/10/2019 Mini Gramtica Para Concursos

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    No raro, confunde-se locuoprepositiva e locuo adverbial, devido utilizao de palavras idnticas naformao da expresso.

    Uma locuo prepositiva exerce a funo de preposio, ao passo que uma locuo adverbial exerce a funode advrbio.

    Uma regra prtica para determinar essa distino em nvel formal procurar pelo ltimo elemento dalocuo. Se o ltimo termo for uma preposio, trata-se de uma locuo prepositiva; se esse ltimo termo forum advrbio, estamos diante de uma locuo adverbial.

    Exemplos:

    1. Ele disse que entraria em contato dentro depoucos minutos. [locuo prepositiva]

    ...[dentro: advrbio]

    ...[de: preposio]

    2. O aspecto da casa era outro por dentro. [locuo adverbial]

    ...[por: preposio]

    ...[dentro: advrbio]

    Os determinantes e o ncleo composto

    Os termos determinantesda orao (artigos, adjetivos, numerais e pronomes) sempre acompanham o nome,em geral, um substantivo.

    Em cada expresso em que ocorra a unio entre o determinante e o substantivo, obrigatriaa concordnciaem gnero e nmero entre eles. Dessa forma, se a expresso contm mais de um elemento (ncleocomposto) importante verificar a concordncia.

    H duas maneiras de se realizar a concordncia entre um ncleo composto e os determinantes: concordnciacom o substantivo mais prximo, e concordncia com o gnero e nmero comum. Para isso precisoobservar a posio ocupada pelo determinante, ou seja,

    determinante antes do ncleo composto

    determinante depois do ncleo composto

    Determinante antes do ncleo composto

    A posio dos determinantes muito importante para se determinar o gnero e o nmero que eles devemassumir na orao. Como os determinantes sempre acompanham um nome, em geral um substantivo, aconcordncia entre os dois elementos obrigatria.

    A concordncia se dar de acordo com o gnero e o nmero do substantivo mais prximo se:

    determinante estiver ligado a um ncleocomposto (mais de um elemento)

    determinante estiver antesdo ncleo composto

    Exemplos:

    1. Algumatletas e treinadores se retiraram da competio. [Inadequado]

    Algunsatletas e treinadores se retiraram da competio. [Adequado]

    2. Fantsticosfogueira e bales sero premiados na festa. [Inadequado]

    Fantsticafogueira e bales sero premiados na festa. [Adequado]

    Dentre os determinantes, o artigo a nica classe gramatical que ocupa sempre posio anterior aosubstantivo (ex: acasaao invs de casa a; umsofao invs de sof um). Entre o artigo e o substantivo pode-

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    se incluir outras palavras, em geral um adjetivo. Mesmo distante, a concordncia entre o artigo e o substantivodeve ser realizada.

    aconselhvel, ainda, a repetio do determinante para cada um dos elementos do ncleo composto quandoeles forem de gnero ou nmero diferentes (ex.: um caderno e umas canetas ao invs de uns caderno ecanetas).

    Determinante depois do ncleo composto

    A posio dos determinantes muito importante para se determinar o gnero e o nmero que eles devemassumir na orao. Como os determinantes sempre acompanham um nome, em geral um substantivo, aconcordncia entre os dois elementos obrigatria.

    Se o determinante estiver ligado a um ncleocomposto (mais de um elemento) e vier depoisdesse ncleo, hduas maneiras de se realizar a concordncia:

    1. Com o substantivo mais prximo:

    Exemplos:

    1.

    As esperanas e o carinho minhassero dedicadas aos pobres. [Inadequado]

    As esperanas e o carinho meusero dedicadas aos pobres. [Adequado]

    2. Os psteres e a revista masculinasforam vendidos. [Inadequado]

    Os psteres e a revista masculinaforam vendidos. [Adequado]

    2. Com o gnero e nmero comum:

    Exemplos:

    1. As esperanas e o carinho minhassero dedicadas aos pobres. [Inadequado]

    As esperanas e o carinho meussero dedicadas aos pobres. [Adequado]

    2. Os psteres e a revista masculinasforam vendidos. [Inadequado]

    Os psteres e a revista masculinosforam vendidos. [Adequado]

    Observe, portanto, que quando a concordncia se d pelo gnero e nmero comum, o nmero ser sempreplural. O gnero, por sua vez, vai ser determinado pelos substantivos que compem o ncleo. O determinantes ser feminino plural se os substantivos do ncleo composto tambm forem femininos; do contrrio, ognero do determinante ligado a um ncleo composto ser masculino(ex.: fbrica e escritrio fechados; luz elanterna acesas).

    aconselhvel a repetio do determinante para cada um dos elementos do ncleo composto quando elesforem de gnero ou nmero diferentes (ex.: o velho perdido e as crianas [tambm] perdidasao invs deovelho e as crianasperdidos).

    Uso dos Pronomes

    Os pronomes pessoais do caso reto "eu" e "tu" no podem exercer a funo de complemento das preposiesdo portugus. Neste caso, devem ser usadas as formas pessoais oblquas tnicas "mim" e "ti".

    Exemplo:

    1. Entre eu e tiexiste apenas amizade. [Inadequado]

    Entre mim e tiexiste apenas amizade. [Adequado]

    O pronome pessoal "eu" no deve ser empregado depois da preposio "para", exceto quando seguido de verbono infinitivo, ou seja, quando sujeito da orao subordinada adverbial final.

    Exemplo:

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    1. Disseram para mimescrever uma carta. [Inadequado]

    Disseram para euescrever uma carta. [Adequado]

    O pronome pessoal do caso reto no pode funcionar como sujeitoda orao subordinada substantiva reduzidade infinitivo. Neste caso, so usados os pronomes tonos do caso oblquo ("me", "te", "o", etc.).

    Exemplo:

    1. Deixa eusair. [Inadequado]

    Deixa-mesair. [Adequado]

    Os pronomes reflexivos e os pronomes recprocos devem concordar com a pessoa a que se referem.

    Exemplos:

    1. Elevestiu-serapidamente, pois estava atrasado.

    2. Eu meferi com uma faca.

    3. Carlos e eu nosabraamos.

    4. Jos e Antnio no secumprimentam.

    O pronome indefinido "ambos" j contm a idia de "dois", sendo dispensvel o numeral.

    Exemplo:

    1. Ambos os doispartiram ontem. [Inadequado]

    Ambospartiram ontem. [Adequado]

    O pronome indefinido "cada" repele a forma "um", por isso, utilize apenas os numerais correspondentes a maisde uma unidade:

    Exemplo:

    1.

    O relgio soava a cada umahora. [Inadequado]

    O relgio soava a cadahora. [Adequado]

    O relgio soava a cada duashoras. [Adequado]

    O pronome indefinido "cada" no pode ser utilizado como determinante de formas do plural, a menos quevenha modificando o numeral.

    Exemplo:

    1. A cada friastudo se repetia. [Inadequado]

    Em todas as frias, tudo se repetia. [Adequado]

    A cada duas friastudo se repetia. [Adequado]

    Uso de Onde como Pronome Relativo

    A palavra onde, como pronome relativo, somente pode ser utilizada para substituir um substantivo queexprima a idia de lugar. Para a substituio de outros substantivos, utilize as formas "em que", "na qual" ou"no qual" em vez de "onde".

    Exemplos:

    1. Na rua ondeele mora no h muito movimento. [Adequado]

    2. Na orao ondeo fiel pedia perdo a Deus no havia sinceridade. [Inadequado]

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    Na orao em queo fiel pedia perdo a Deus no havia sinceridade. [Adequado]

    Substantivo de gnero vascilante

    Na lngua portuguesa, alguns substantivosso palavras variveis. Eles podem variar em gnero(masculino oufeminino) e nmero(singular ou plural).

    Alguns substantivos, porm, tm gnero fixo. Nesse caso, eles so reconhecidos somente por esse gnero queest fixado, isto , no h formas especiais para a apresentao do gnero oposto. Por conseqncia, osdeterminantesque se relacionam com esse substantivo devem respeitar o gnero do substantivo. A fixao deum gnero e no outro para esse substantivo apenas um capricho da lngua, mas torna-se problema delinguagem o emprego inadequado de suas formas.

    Exemplos:

    1. Vamos pedir umachampanhe para comemorar a vitria? [Inadequado]

    Vamos pedir umchampanhe para comemorar a vitria? [Adequado]

    2. Elas participavam de umacl muito fechada. [Inadequado]

    Elas participavam de umcl muito fechado. [Adequado]

    A seguir, os substantivos de gnero fixo mais freqentemente utilizados na nossa lngua e os seus gneros:

    MASCULINO FEMININO

    oagravante ausucapio

    osoprano asentinela

    odiabete(s) aomoplata

    Modo subjuntivo

    Subjuntivo o modo verbalque expressa uma ao incerta, inacabada, uma ao que est para se realizare, ainda, um fato imaginado. Nesse sentido, o subjuntivo ope-se completamente ao indicativoque o mododa certeza, do fato real.

    Outra caracterstica desse modo verbal advm da sua extrema dependnciacom outro verbo. Assim, o modosubjuntivo est sempre presente nos verbos de oraes subordinadas.

    A utilizao do modo subjuntivo est ligada ao sentido que se pretende dar ao verbal. Em geral,verificamos a sua presena em verbos que exprimem:

    dvida(ex.: Talvez voc possame esclarecer isso.)

    hiptese/condio(ex.: Se todos chegassemmais cedo, faramos a reunio)

    ordem/pedido(ex.: Pediria a todos que se dirigissem recepo.)

    desejo(ex.: Espero que confiemna minha palavra.)

    importante que se conheam as conjugaes dos verbos no modo subjuntivo, pois o emprego adequadodessas formas implica a construo correta da concordncia verbal. Alm disso, outras particularidades dessemodo verbal podem ser verificadas:

    O subjuntivo e as oraes subordinadas O subjuntivo e os verbos modais

    Verbos com pronome "se"

    Certos verbosda Lngua Portuguesa expressam, na sua forma infinitiva, a idia de ao reflexiva. Para indicarque o objeto da ao a mesma pessoa que o sujeito que a pratica, obrigatria a concordncia empessoaentre o pronome reflexivo e a pessoa qual se refere.

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    O pronome "se" torna-se, portanto, parte integrantedos verbos reflexivos. So esses os verbos indicativos desentimentos ou mudana de estado, tais como preocupar-se, queixar-se, indignar-se, admirar-se, comportar-se, congelar-se, derreter-see etc.

    Os pronomes reflexivos(me, te, se, nose etc.) possuem uma forma especial para cada pessoa verbal, comexceo da terceira pessoa, que possui uma nica forma tanto para o singular quanto para o plural: se, sieconsigo.

    Exemplos:

    1. Ns seatrevemos a ler seus manuscritos. [Inadequado]

    Ns nosatrevemos a ler seus manuscritos. [Adequado]

    2. Eu teimava em suicidar-seem tempo breve. [Inadequado]

    Eu teimava em suicidar-meem tempo breve. [Adequado]

    Anlise sinttica: definio

    Anlise sinttica uma tcnica empregada no estudo da estrutura sinttica de uma lngua. Ela til quandose pretende:

    1. descreveras estruturas sintticas possveis ou aceitveis da lngua; ou

    2. decompor o texto em unidades sintticas a fim de compreender a maneira pela qual os elementossintticos so organizados na sentena.

    A compreenso dos vrios mecanismos inerentes em uma lngua facilitada pelo procedimento analtico,atravs do qual buscam-se nas unidades menores (por exemplo, a sentena) as razes para certos fenmenosdetectados nas unidades maiores (por exemplo, o texto). Dessa forma, a Gramtica Normativa (aquela queprescreve as normas da lngua culta) sempre se ocupou em decompor algumas unidades estruturais da lngua

    para tornar didtica a compreenso de certos fenmenos. No mbito da f o n o l o g i a , tem-se a anlisefonolgica, em que a estrutura sonora das palavras decomposta em unidades mnimas do som (os fonemas);em mo r f o l o g i a , tem-se a anlise morfolgica, da qual se depreendem das palavras as suas unidades mnimasdotadas de significado (os morfemas).

    A anlise sintticaocupa um lugar de destaque em muitas gramticas da lngua portuguesa, porque grandeparte das normas do bem dizer e do bem escrever recaem sobre a estrutura sinttica, isto , sobre aorganizao das palavras na sentena. Para compreender o uso dos pronomes relativos, a colocaopronominal, as vrias relaes de concordncia, por exemplo, importante, antes, promover uma anliseadequada da sintaxe apresentada pela sentena em questo. Nenhuma regra de conduta da lngua culta temsentido sem uma anlise sinttica da sentena que se estuda. Por isso, antes que se aplique qualquer normagramatical preciso compreender de que forma os elementos sintticos esto dispostos naquela sentenaespecial. Isso se d porque os elementos sintticos tambm no so fixos na lngua. Por exemplo: umapalavra pode funcionar como sujeito em uma sentena e, em outra, funcionar como agente da passiva.Somente a anlise sinttica poder determinar esse comportamento especfico das palavras no contexto dasentena.

    Sendo a anlise sinttica uma aplicao estritamente voltada para a sentena, parte-se dessa unidade maiorpara alcanar os seus constituintes - os sintagmas que, por sua vez, so rotulados atravs das categoriassintticas. Como se v, um exerccio de decomposio da sentena. Vejamos um exemplo de anlisesinttica:

    1. Teu pai quer que voc estuda antes de brincar.

    ...[h trs oraes]

    ...[1 orao: teu pai quer= orao principal]

    ...[na 1 orao: sintagma nominal = teu pai; sintagma verbal = quer]

    ...[sintagma verbal da 1 orao: formado por um verbo modal]

    ...[2 orao: que voc estuda= orao subordinada objetiva direta]

    ...[na 2 orao: sintagma nominal = voc; sintagma verbal = estuda]

    ...[2 orao: introduzida pelo pronome relativo que]

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    ...[3 orao: antes de brincar= orao subordinada adverbial reduzida de infinitivo]

    ...[sintagma adverbial: locuo adverbial de tempo: antes de]

    ...[sintagma verbal: brincar]

    Atravs da anlise que desenvolvemos pudemos depreender as vrias unidades menores do perodo, isto , astrs oraes (ou sentenas), e, alm disso, identificamos as funes dos elementos sintticos presentes emcada orao (tipo de verbo, qualidade do pronome, tipos de sintagmas, tipo de advrbio). A partir dessesresultados possvel verificar um problema de concordncia verbal existente na segunda orao. Trata-se danorma gramatical que nos informa o seguinte: "se houver uma orao subordinada objetiva direta introduzidapelo pronome quee, se essa orao complementa um verbo modal, ento o verbo dessa orao subordinadadeve estar no modo subjuntivo". Pela anlise sinttica vemos que esse o caso do nosso perodo. Assim,conseguimos compreender a necessidade de alterao da forma verbal, derivando a sentena abaixo.

    1. Teu pai quer que voc estudeantes de brincar.

    Para promovermos essa anlise, enfim, foi exigido que conhecssemos alguns elementos fundamentais dasintaxe:

    o perodo

    a frase

    a orao

    os termos das oraes

    A anlise sinttica, assim como as outras referentes lngua, um exerccio muito prximo da matemtica,pois envolve um raciocnio lgicodo tipo: "se voc encontrar tal elemento, ento admita que esse elemento um objeto tal". Promover esse tipo de raciocnio no estudo das sentenas desenvolver uma anlise formal,porque as categorias sintticas so formas que no dependem do contedo que expressam. Em outros nveisde anlise - a anlise semntica, a anlise discursiva e anlise estilstica - esse tipo de raciocnio lgico bastante complicado, porque envolve elementos cuja representao e estrutura no so fixas. Em todo caso,grande parte das correes gramaticais se aplica ao nvel de adequao sinttica do texto, por isso a chamadareviso gramatical.

    Frase

    Frase a menor unidade da comunicao lingstica. Tem como caractersticas bsicas:

    1. a apresentao de um sentido ou significado completo

    2. ser acompanhada por uma entonao

    Durante o uso cotidiano da lngua, os falantes costumam produzir seus textos articulando enunciados. Essesenunciados, quando transmitem uma idia acabada, isto , um sentido comunicativo completo, seconstituem na chamada f r a s e . No h um padro definido de frase; contudo, podemos identific-la em trstipos distintos de construo:

    a. quando se compe de apenas uma palavra.

    Exemplos:

    1. Perigo!

    2. Coragem!

    b. quando se compe de mais de uma palavra, dentre as quais no se verifica a presena deverbo.

    Exemplos:

    1. Que tempestade!

    2. Quanta ingenuidade!

    c. quando se compe de mais de uma palavra, dentre as quais, um verbo ou locuo verbal.

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    Exemplos:

    1. Infelizmente,precisamosseguir viagem! [presena de verbo]

    2. A concorrncia deve determinara reduo dos nossos preos. [presena de locuo verbal]

    A identificao de uma frase na situao de comunicao tambm se deve ao fato de que ela um produto daentonao, ou seja, da melodia produzida na lngua oral. Dessa forma, quando um falante constri uma frase,ela s se realiza se houver marcas meldicas de incio e fim do enunciado. Em geral, na fala essas pausas soexpressadas atravs do silncio; j no registro escrito as marcas de incio so as iniciais maisculas daspalavras e as marcas finais, os sinais de pontuao.

    Exemplos:

    1. Jonas!

    2. Que vexame!

    3. Acordei hoje com fortes dores de cabea.

    Observe-se que nos exemplos (1) e (2) os segmentos no apresentam verbos. No entanto, dada a entonaofrasal, podemos extrair dessas construes um sentido comunicativo completo. O contexto da comunicao e amelodia empregada pelos falantes na produo do exemplo (1) so fundamentais para distingui-lo de umasimples palavra sem funo comunicativa. Basta imaginarmos para isso um contexto em que algum estchamando por uma pessoa cujo nome "Jonas". Nesse caso, a frase (1) poderia expressar alguma coisa como"Ei, Jonas, estou lhe chamando."

    Orao

    Orao um segmento lingstico caracterizado basicamente:

    1. pela presena obrigatria do verbo(ou locuo verbal), e

    2. pela propriedade de se tornar, ela mesma, um objeto de anlise sinttica

    A maioria dos gramticos da lngua portuguesa costuma atribuir orao uma qualidade discursiva bastanteparticular que a de expressar um contedo informativo na forma de uma construo dotada de verbo.Independentemente de essa construo expressar um sentido acabado no discurso oral ou escrito, o verbotorna-se fundamental para caracterizar a orao; por isso, a determinao de que o verbo o ncleode umaorao. Vejamos alguns exemplos:

    1. Gabriel tocasanfona maravilhosamente.

    ...[toca: verbo]

    ...[enunciado em forma de orao com sentido acabado]

    2. portanto, trazfelicidade.

    ...[traz: verbo]

    ...[enunciado em forma de orao sem sentido acabado]

    Nesses dois exemplos observamos ora a expresso de um contedo comunicativo completo ora a ausnciadesse enunciado significativo. No entanto, em nenhum dos casos podemos notar a falta do verbo.

    As oraes so, alm disso, construes que, por contarem com um esquema discursivo definido, podem seranalisadas sintaticamente. Isto , existindo orao pressupe-se tambm a existncia de uma organizaointerna entre os seus elementos constituintes os termos da orao que se renem em torno do verbo. Aesse tipo de exerccio chamamos anlise sinttica, da qual a gramtica da lngua costuma abstrair as diversasclassificaes das oraes.

    importante, portanto, conhecer outras particularidades das oraes:

    termos da orao

    Para os fins de anlise ou, mais modernamente, no uso comum dos termos, costuma-se empregarequivocadamente a palavra sentena em lugar de orao e tambm de frase. Trata-se de uma traduoimperfeita da noo inglesa de perodo: no ingls o termophraserefere-se em portugus a sintagma; o termoclause, a "orao", e sentence, a "perodo".

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    Perodo

    Perodo a unidade lingstica composta por uma ou maisoraes. Tem como caractersticas bsicas:

    1. a apresentao de um sentido ou significado completo

    2. encerrar-se por meio de certos smbolos de pontuao.

    Uma das propriedades da lngua expressar enunciados articulados. Essa articulao evidenciadainternamente pela verificao de uma qualidade comunicativa das informaes contidas no perodo. Isto , umperodo bem articulado quando revela informaes de sentido completo, uma idia acabada. Esse atributopode ser exibido em termos de um perodo constitudo por uma nica orao - pe rodo s im p l e s ouconstitudo por mais de uma orao pe rodo com po s t o .

    Exemplos:

    1. Sabrina tinha medo do brinquedo.

    ...[perodo simples]

    2. Sabrina tinha medo do brinquedo, apesar de lev-lo consigo todo o tempo.

    ...[perodo composto]

    No h uma forma definida para a constituio de perodos, pois se trata de uma liberdade do falante deelaborar seu discurso da maneira como quiser ou como julgar ser compreendido na situao discursiva. Porma lngua falada, mais freqentemente, organiza-se emperodos simples, ao passo que a lngua escrita costumaapresentar maior elaborao sinttica, o que faz notarmos a presena maior de perodos compostos. Um dosaspectos mais notveis dessa complexidade sinttica nos perodos compostos o uso dos vrios recursos decoeso. Isso pode ser visualizado no exerccio de transformao de alguns perodos simples em perodocomposto fazendo uso dos chamados conectivos (elementos lingsticos que marcam a coeso textual).

    Exemplo:

    1. Eu tenho um gatinho muito preguioso. Todo dia ele procura a minha cama para dormir. Minha meno gosta do meu gatinho. Ento, eu o escondo para a minha me no ver que ele est dormindocomigo.

    2. Eu tenho um gatinho muito preguioso, que todo dia procura a minha cama para dormir. Como aminha me no gosta dele, eu o escondo e, assim, ela no v que o gatinho est dormindo comigo.

    Notem que no exemplo (1) temos um pargrafo formado por quatro perodos. J no exemplo (2) o pargrafoest organizado em apenas dois perodos. Isso possvel articulando as informaes por meio de algunsconectivos (que, como, assim) e eliminando os elementos redundantes (o gatinho, minha me= ele, ela).

    Finalmente, os perodos so definidos materialmente no registro escrito por meio de uma marca dapontuao, das quais se excluem a vrgula e o ponto-e-vrgula. O recurso da pontuao uma forma dereproduzir na escrita uma longa pausa percebida na lngua falada.

    Termos da orao: tipos

    Os termos da orao da lngua portuguesa so classificados em trs grandes nveis:

    Termos essencias da orao:

    sujeito

    predicado

    Termos integrantes da orao:

    complemento nominal complementos verbais:

    o

    objeto diretoo

    objeto indiretoo

    predicativo do objetoo

    agente da passiva

    Termos acessrios da orao:

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    adjunto adnominal adjunto adverbial aposto

    vocativo

    Sujeito

    Sujeito um dos temos essenciais da orao. Tem por caractersticas bsicas:

    estabelecer concordnciacom o ncleo do sintagma verbal

    apresentar-se como elemento determinanteem relao ao predicado

    constituir-se de um substantivo, ou pronome substantivo ou, ainda, qualquer palavra substantivada

    O sujeito s considerado no mbito da anlise sinttica, isto , somente na organizao da sentena queuma palavra (ou um conjunto de palavras) pode constituir aquilo que chamamos s u j e i t o . Nesse sentido, equivocado dizer que o sujeito aquele que pratica uma aoou aquele (ou aquilo) do qual se diz algumacoisa. Ao fazer tal afirmao estamos considerando o aspecto semntico do sujeito (agente de uma ao) ou oseu aspecto estilstico (o tpico da sentena). J que o sujeito depreendido de uma anlise sinttica, vamosrestringir a definio apenas ao seu papel sintticona sentena: aquele que estabelece concordnciacom oncleodo predicado. Quando se trata de predicadoverbal, o ncleo sempre um verbo; sendo um predicadonominal, o ncleo sempre um nome.

    Exemplos:

    1. A padariaest fechada hoje.

    ...[est fechada hoje: predicado nominal]

    ...[fechada: nome adjetivo = ncleo do predicado]

    ...[fechada: nome feminino singular]

    ...[a padaria: sujeito]

    ...[ncleo do sujeito: nome feminino singular]

    2. Nsmentimos sobre nossa idade para voc.

    ...[mentimos sobre nossa idade para voc: predicado verbal]

    ...[mentimos: verbo = ncleo do predicado]

    ...[mentimos: primeira pessoa do plural]

    ...[ns: sujeito]

    ...[sujeito: primeira pessoa do plural]

    A relao de concordncia , por excelncia, uma relao de dependncia, na qual dois (ou mais) elementos seharmonizam. Um desses elementos chamado determinado (ou principal) e o outro, determinante(subordinado). No interior de uma sentena, o sujeito o termo determinante, ao passo que o predicado otermo determinado. Essa posio de determinante do sujeito em relao ao predicado adquire sentido com ofato de ser possvel, na lngua portuguesa, uma sentena sem sujeito, mas nunca uma sentena sempredicado.

    Exemplos:

    1. As formigasinvadiram minha casa.

    ...[as formigas: sujeito = termo determinante]

    ...[invadiram minha casa: predicado = termo determinado]

    2. H formigas na minha casa.

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    ...[h formigas na minha casa: predicado = termo determinado]

    ...[sujeito: inexistente]

    O sujeito sempre se manifesta em termos de sintagma nominal , isto , seu ncleo sempre um nome.Quando esse nome se refere a objetos das primeira e segunda pessoas, o sujeito representado por umpronome pessoal do caso reto (eu, tu, ele, etc.). Se o sujeito se refere a um objeto da terceira pessoa, suarepresentao pode ser feita atravs de um substantivo, de um pronome substantivoou de qualquer conjuntode palavras, cujo ncleo funcione, na sentena, como um substantivo.

    Exemplos:

    1. Euacompanho voc at o guich.

    ...[eu: sujeito = pronome pessoal de primeira pessoa]

    2.

    Vocsdisseram alguma coisa?

    ...[vocs: sujeito = pronome pessoal de segunda pessoa]

    3. Marcostem um f-clube no seu bairro.

    ...[Marcos: sujeito = substantivo prprio]

    4. Ningumentra na sala agora.

    ...[ningum: sujeito = pronome substantivo]

    5. O andardeve ser uma atividade diria.

    ...[o andar: sujeito = ncleo: verbo substantivado nessa orao]

    Alm dessas formas, o sujeito tambm pode se constituir de uma orao inteira. Nesse caso, a orao recebe onome de orao substantiva subjetiva:

    1. difcil optar por esse ou aquele doce...

    ...[ difcil: orao principal]

    ...[optar por esse ou aquele doce: orao subjetiva = sujeito oracional]

    importante conhecer outras particularidades do sujeito:

    sujeito posposto

    Predicado

    Predicado um dos termos essenciais da orao. Tem por caractersticas bsicas:

    apresentar-se como elemento determinado em relao ao sujeito

    apontar um atributoou acrescentar nova informaoao sujeito

    Assim como o sujeito, o p r e d i c a d o um segmento extrado da estrutura interna das oraesou das frases,sendo, por isso, fruto de uma anlise sinttica. Isso implica dizer que a noo de p r e d i c a d o s importantepara a caracterizao das palavras em termos sintticos. Nesse sentido, o predicado sintaticamente osegmento lingstico que estabelece concordncia com outro termo essencial da orao o sujeito -, sendoeste o termodeterminante(ou subordinado) e o predicado o termo determinado(ou principal). No se trata,portanto, de definir o predicado como "aquilo que se diz do sujeito" como fazem certas gramticas da lnguaportuguesa, mas sim estabelecer a importncia do fenmeno da concordncia entre esses dois termosessenciais da orao.

    Exemplos:

    1. Carolina conhece os ndios da Amaznia.

    ...[sujeito: Carolina= termo determinante]

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    ...[predicado: conhece os ndios da Amaznia= termo determinado]

    ...[Carolina: 3 pessoa do singular = conhece: 3 pessoa do singular]

    2. Todos ns fazemos parte da quadrilha de So Joo.

    ...[sujeito: todos ns = termo determinante]

    ...[predicado: fazemos parte da quadrilha de So Joo= termo determinado]

    ...[Todos ns: 1 pessoa do plural = fazemos parte: 1 pessoa do plural]

    Nesses exemplos podemos observar que a concordncia estabelecida entre algumas poucas palavras dos doistermos essenciais. Na frase (1), entre "Carolina" e "conhece"; na frase (2), entre "ns" e "fazemos". Isso se dporque a concordncia centrada nas palavras que so ncleos, isto , que so responsveis pela principalinformao naquele segmento. No predicado o ncleo pode ser de dois tipos: um nome, quase sempre umatributo que se refere ao sujeito da orao, ou um verbo (ou locuo verbal). No primeiro caso, temos umpredicado nominal e no segundo um predicado verbal.Quando, num mesmo segmento o nome e o verboso de igual importncia, ambos constituem o ncleo do predicado e resultam no tipo de predicado verbo-nominal.

    Exemplos:

    1. Minha empregada desastrada.

    ...[predicado: desastrada]

    ...[ncleo do predicado: desastrada= atributo do sujeito]

    ...[tipo de predicado: n o m i n a l ]

    2. A empreiteira demoliu nosso antigo prdio.

    ...[predicado: demoliu nosso antigo prdio]

    ...[ncleo do predicado: demoliu= nova informao sobre o sujeito]

    ...[tipo de predicado: v e r b a l ]

    3. Os manifestantes desciam a ruadesesperados.

    ...[predicado: desciam a rua desesperados]

    ...[ncleos do predicado: 1. desciam= nova informao sobre o sujeito; 2. desesperados= atributo dosujeito]

    ...[tipo de predicado: v e r b o - n o m i n a l ]

    Nos predicados verbais e verbo-nominais o verbo responsvel tambm por definir os tipos de elementos queaparecero no segmento. Em alguns casos o verbo sozinho basta para compor o predicado (verbointransitivo). Em outros casos necessrio um complemento que, juntamente com o verbo, constituem anova informao sobre o sujeito. De qualquer forma, esses complementos do verbo no interferem na tipologiado predicado. So elementos que constituem os chamados termos integrantes da orao.

    Complemento Nominal

    D-se o nome de complemento nominalao termo que complementa o sentido de um nomeou um advrbio,conferindo-lhe uma significao completa ou, ao menos, mais especfica.

    Como o complemento nominal vem integrar-se ao nome em busca de uma significao extensa para nome aoqual se liga, ele compe os chamados termos integrantes da orao.

    So duas as principais caractersticas do complemento nominal:

    - sempre seguem um nome, em geral abstrato;

    - ligam-se ao nome por meio de preposio, sempre obrigatria.

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    Os complementos nominais podem ser formados por substantivo, pronome, numeral ou orao subordinadacompletiva nominal.

    Exemplos:

    1. Meus filhos tm loucura por futebol.

    ...[substantivo]

    2. O sonho deleera saltar de pra-quedas.

    ...[pronome]

    3. A vitria de um a conquista de todos.

    ...[numeral]

    4. O medo de que lhe furtassem as jiasa mantinha afastada daqui.

    ...[orao subordinada completiva nominal]

    Em geral os nomes que exigem complementos nominais possuem formas correspondentes a verbos transitivos,pois ambos completam o sentido de outro termo. So exemplos dessa correlao:

    - obedeceraos pais obedinciaaos pais

    - chegarem casa chegadaem casa

    - entregara revista amiga entregada revista amiga

    -protestarcontra a opresso protestocontra a opresso

    importante conhecer outras particularidades do complemento nominal, tais como:

    - Complemento nominal X Adjunto adnominal

    - A preposio e o complemento nominal

    - Saiba mais sobre a preposio e o complemento nominal

    Objeto Direto

    Do ponto de vista da sintaxe, objeto direto o termo que completa o sentidode um verbo transitivo direto,por isso, complemento verbal, na grande maioria dos casos,no preposicionado. Do ponto de vista dasemntica, o objeto direto :

    - o resultadoda ao verbal, ou

    - o ser ao qual se dirigea ao verbal, ou

    - o contedoda ao verbal.

    O o b j e t o d i r e t o pode ser formado por um substantivo, pronome substantivo, ou mesmo qualquer palavrasubstantivada. Alm disso, o objeto direto pode ser constitudo por uma orao inteira que complemente overbo transitivo direto da orao dita principal. Nesse caso, a orao recebe o nome de orao subordinadasubstantiva objetiva direta.

    Exemplos:

    1. O amor de Mariana transformava a minha vida.

    ...[transformava: verbo transitivo direto]

    ...[a minha vida: objeto direto]

    ...[ncleo: vida = substantivo]

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    2. Conserve istona tua memria: vou partir em breve.

    ...[conserve: verbo transitivo direto]

    ...[isso: objeto direto = pronome substantivo]

    3. No prometa mais do que possa cumprir depois.

    ...[prometa: verbo transitivo direto]

    ...[mais do que possa cumprir depois: orao subordinada substantiva objetiva direta]

    Os objetos diretos so constitudos por nomes como ncleos do segmento. A noo de ncleo torna-seimportante porque, num processo de substituio de um nome por um pronome deve-se procurar por umpronome de igual funo gramatical do ncleo. No exemplo (1) acima verificamos um conjunto de palavrasformando o objeto direto (a minha vida), dentre as quais apenas uma ncleo (vida = substantivo). Podemostransformar esse ncleo substantivo em objeto direto formado por pronome oblquo, que um tipo de pronomesubstantivo. Alm disso, nesse processo de substituio, devemos ter claro que o pronome ocupar o lugar detodo o objeto direto e no s do ncleo do objeto. Vejamos um exemplo dessa representao:

    O amor de Mariana transformava a minha vida.

    O amor de Mariana atransformava.

    Os pronomes oblquos tonos (me, te, o, a, se, etc.) funcionam sintaticamente como objetos diretos. Issoimplica dizer que somente podem figurar nessa funo de objeto e no na funo de sujeito, por exemplo .Porm algumas vezes os pronomes pessoais retos (eu, tu, ele, etc.) ou pronome oblquo tnico(mim, ti, ele,etc.) so chamados a constituir o ncleo dos objetos diretos. Nesse caso, o uso da preposio se tornaobrigatrioe, por conseqncia, tem-se um objeto direto especial: objeto direto preposicionado.

    Exemplos:

    1. Ame eleque teu irmo. [Inadequado]

    Ame-oque teu irmo. [Adequado]

    2. Voc chamou euao teu encontro? [Inadequado]

    Voc mechamou ao teu encontro? [Adequado]

    ...[me: pronome oblquo tono = sem preposio]

    Voc chamou a mimao teu encontro? [Adequado]

    ...[a mim: pronome oblquo tnico = com preposio]

    Objeto Indireto

    Do ponto de vista da sintaxe, objeto indireto o termo que completa o sentido de um verbo transitivo

    indiretoe vem sempreacompanhado de preposio. Do ponto de vista da semntica, o objeto indireto o serao qual se destinaa ao verbal.

    O objeto indireto pode ser formado por substantivo, ou pronome substantivo, ou numeral, ou ainda, umaorao substantiva objetiva indireta. Em qualquer um desses casos, o trao mais importante e caracterstico doobjeto indireto a presena da preposio.

    Exemplo:

    1. A cigana pedia dinheiro a moa. [Inadequado]

    A cigana pedia dinheiro moa.[Adequado]

    ...[pedia = verbo transitivo direto e indireto]

    ...[dinheiro = objeto direto]

    ...[ moa = destinatrio da ao verbal = objeto indireto]

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    O objeto indireto pode ser representadopor um pronome. Como o ncleodo objeto sempre um nome, possvel substitu-lo por um pronome. Nesse caso, um pronome oblquo, j que se trata de uma posio decomplemento verbale no de sujeitoda orao. O nico pronome que representa o objeto indireto o pronomeoblquo tonolhe(s) pronome de terceira pessoa. Os pronomes indicativos das demais pessoas verbais sosempreacompanhados de preposio.

    Exemplos:

    1. Ela contava a seu paicomo fora o seu dia na escola.

    2. Ela lhecontava como fora o seu dia na escola.

    3. Todos dariam ao padrea palavra final.

    4. Todos dar-lhe-iam a palavra final.

    5. Responderam a Ftimacom delicadeza.

    6. Responderam a mimcom delicadeza.

    No difcil confundir objeto indireto e adjunto adverbial, pois ambos os termos so construdos compreposio. Uma regra prtica para se determinar o objeto indireto e at mesmo o identificar na orao indagar ao verbo se ele necessita de algum complemento preposicionado. Esse complemento ser:

    1) Adjunto adverbial, se estiver expressando um significado adicional, como lugar, tempo, companhia,modo e etc.

    2) Objeto indireto, se estiver apenas completando o sentido do verbo, sem acrescentar outra idia orao.

    Exemplos:

    1. Ele sabia a lio de cor.[Adjunto adverbial "de modo"]

    2. Ele se encarregou do formulrio.[Objeto indireto]

    Predicativo do Objeto

    o termo ou expresso que complementa o objeto diretoou o objeto indireto, conferindo-lhe um atributo.

    O predicativo do objeto apresenta duas caractersticas bsicas:

    acompanha o verbo de ligaoimplcito;

    pertence ao predicado verbo-nominal.

    A formao do predicativo do objeto feita atravs de um substantivoou um adjetivo.

    Exemplos:

    1. O vilarejo finalmente elegeu Otaviano prefeito.

    ...[objeto: Otaviano]

    ...[predicativo: substantivo]

    2. Os policiais pediam calma absoluta.

    ...[objeto: calma]

    ...[predicativo: adjetivo]

    3. Todos julgavam-no culpado.

    ...[objeto: no]

    ...[predicativo: adjetivo]

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    Alguns gramticos admitem o predicativo do objeto em oraes com verbos transitivos indiretostais como crer,estimar,julgar, nomear, eleger. Em geral, porm, a ocorrncia do predicativo do objeto em objetos indiretos sed somente com o verbo chamar, com sentido de "atribuir um nome a".

    Exemplo:

    1. Chamavam-lhe falsrio, sem notar-lhe suas verdades.

    Agente da Passiva

    o termo da orao que complementa o sentido de um verbo na voz passiva, indicando-lhe o ser quepraticou a ao verbal.

    A caracterstica fundamental do a g e n t e d a p a s s i v a , pois, o fato de somente existir se a orao estiver navoz passiva. H trs vozes verbais na nossa lngua: a voz ativa, na qual a nfase recai na ao verbalpraticadapelo sujeito; a voz passiva, cuja nfase a ao verbal sofrida pelo sujeito; e a voz reflexiva, emque a ao verbal praticada e sofrida pelo sujeito. Nota-se, com isso, que o papel do sujeito em relao ao verbal est em evidncia.

    Na voz ativa o sujeito exerce a funo de agente da ao e o agente da passiva no existe. Para completar osentido do verbo na voz ativa, este verbo conta com outro elemento o objeto (direto). Na voz passiva, osujeito exerce a funo de receptorde uma ao praticada pelo a g e n t e d a p a s s i v a . Por conseqncia, estemesmo agente da passiva que complementa o sentido do verbo neste tipo de orao, substituindo o objeto(direto).

    Exemplo:

    1. O barulho acordou toda a vizinhana. [orao na voz ativa]

    ...[o barulho: sujeito]

    ...[acordou: verbo transitivo direto = pede um complemento verbal]

    ...[toda a vizinhana: ser para o qual se dirigiu a ao verbal = objeto direto]

    2. Toda a vizinhana foi acordada pelo barulho. [orao na voz passiva]

    ...[toda a vizinhana: sujeito]

    ...[foi: verbo auxiliar / acordada: verbo principal no particpio]

    ...[pelo barulho: ser que praticou a ao = agente da passiva]

    O agente da passiva um complemento exigido somentepor verbos transitivos diretos (aqueles que pedemum complemento sem preposio). Esse tipo de verbo, em geral, indica uma ao (em oposio aos verbos queexprimem estado ou processo) que, do ponto de vista do significado, complementada pelo auxlio de outrotermo que o seu objeto (em oposio aos verbos que no pedem complemento: os verbos intransitivos).Como vimos, na voz passiva o complemento do verbo transitivo direto o agente da passiva; j na voz ativaesse complemento o objeto direto. Nas oraes com verbos intransitivos, ento, no existe agente dapassiva, porque no h como construir sentenas na voz passiva com verbos intransitivos.

    Observe:

    1. Karina socorreuos feridos.

    ...[verbo transitivo direto na voz ativa]

    2. Os feridos foram socorridospor Karina

    ...[verbo transitivo direto na voz passiva]

    3. Karina gritou.

    ...[verbo intransitivo na voz ativa]

    4. Karina foi gritada. (sentena inaceitvel na lngua)

    ...[verbo intransitivo na voz passiva]

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    *Os feridos: objeto direto em (1) e sujeito em (2)

    Karina: sujeito em (1) e agente da passiva em (2)

    A orao na voz passiva pode ser formada atravs do recurso de um verbo auxiliar ( ser, estar). Nasconstrues com verbo auxiliar, costuma-se explicitar o agente da passiva, apesar de ser este um termo depresena facultativa na orao. Em oraes cujo verbo est na terceira pessoa do plural, muito comumocultar-se o agente da passiva. Isso se justifica pelo fato de que, nessas situaes, o sujeito pode serindeterminado na voz ativa. Porm mesmo nesses casos, a ausncia do agente fruto da liberdade do falante.

    Exemplos:

    1. Os visitantes do zoolgico foram atacados pelos bichos.

    ...[foram: verbo auxiliar / passado do verbo "ser"]

    ...[pelos bichos: agente da passiva]

    2. Nossas reivindicaes so simplesmente ignoradas.

    ...[so: verbo auxiliar / presente do verbo "ser"]

    ...[agente da passiva: ausente]

    3. Cercaram a cidade. [voz ativa com sujeito indeterminado]

    A cidade est cercada.

    ...[est: verbo auxiliar / presente do verbo "estar"]

    ...[agente da passiva: ausente]

    A cidade est cercada pelos inimigos.

    ...[pelos inimigos: agente da passiva]

    O agente da passiva mais comumente introduzido pela preposio por (e suas variantes: pelo, pela, pelos,pelas). possvel, no entanto, encontrar construes em que o agente da passiva introduzido pelaspreposies de ou a.

    Exemplos:

    1. O hino ser executado pela orquestra sinfnica.

    ...[pela orquestra sinfnica: agente da passiva]

    2. O jantar foi regado a champanhe.

    ...[a champanhe: agente da passiva]

    3. A sala est cheia de gente.

    ...[de gente: agente da passiva]

    Adjunto Adnominal

    a palavra ou expresso que acompanha um ou mais nomesconferindo-lhe um atributo.Trata-se, portanto,de um termo de valor adjetivo que modificar o nome a que se refere.

    Os adjuntos adnominais nodeterminam ou especificam o nome, tal qual os determinantes. Ao invs disso,eles conferem uma nova informao ao nome e por isso so chamados de modificadores.

    Alm disso, os adjuntos adnominais no interferem na compreenso do enunciado. Por esse motivo, elespertencem aos chamados termos acessrios da orao.

    Os adjuntos adnominais podem ser formados por artigo, adjetivo, locuo adjetiva, pronome adjetivo, numerale orao adjetiva.

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    Exemplos:

    1. Nosso velhomestre sempre nos voltava mente.

    ...[nosso: pronome adjetivo]

    ...[velho: adjetivo]

    2. Todos querem saber amsica que cantarei na apresentao.

    ...[a: artigo]

    ...[que cantarei na apresentao: orao adjetiva]

    importante conhecer algumas outras particularidades dos adjuntos adnominais, tais como:

    Complemento nominal X Adjunto adnominal

    A concordncia e os adjuntos adnominais compostos

    Os adjuntos adnominais e o ncleo composto

    A