verbete pulsao e fantasia

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Verbetes Pulsão e Fantasia - Revista Scilicet

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Page 1: Verbete Pulsao e Fantasia
Page 2: Verbete Pulsao e Fantasia

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Le ratage, c'est l'objet,- [acques Lacan

~ I'XI'HluflN IA CLÍNICA DA NEUROSE, a pulsão não se manifesta tão clara-11111111'quanto as formações do inconsciente. É por essa razão que Freud descobre" 111('(misrno da formação dos sonhos, dos lapsos e dos sintomas, reservando às1111/1\t:S a condição de nosso mito.

() que não é mítico nas pulsões é a sua satisfação, e o motivo central desteIII,hlllho será circunscrevê-Ia em alguns momentos privilegiados da clínica. Para1'11,111,a satisfação é atingida por meio de um circuito que parte de uma zona eró-1'1111,.ontorna o objeto que ele chama de objeto a e volta à zona erógena inicial,I '" ~~'ja)ela é alcançada quando esse circuito se completa.

't'radll~',I()MIII lu ilo (',/111/11/'/, t

Notas\ pu! 'ão e seu objeto na demanda de análise

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1\ pedido de análise do Homem dos Ratos é paradigmático da localização da sa-1I I.I~ao pulsional. Seu caso mostra como se produz uma ruptura em sua vida, aIuu t i r do relato do capitão Cruel. Freud escreve que, ao contá-Io, sua fisionomiaIIIIH.lava, mostrando "o horror diante de um prazer, de que ele não tinha a menor1 ousciência"

(~nesse prazer que causa horror que a satisfação se localiza. Esta se produz naIOlla erógena anal, sendo por intermédio do objeto a (o rato, como objeto anal),tunto contingente quanto necessário, que a pulsão, ao contomá-Io, alcance seu fim.

Lacan, em seu artigo "Kant com Sade', assinala que o desejo, por seguir o ca-uiinho da fantasia, permanece submetido à lei do prazer. É por isso que o desejo\' .onstitui uma barreira ao gozo, sendo possível deduzir a seguinte seqüência:

I) 11111gozo estranho invade o sujeito; 2) vacilação da fantasia; 3) restituição da1.IIIIasia (realizar na dama e no pai o tormento dos ratos); 4) o desejo, cujo su-porte é a fantasia, toma o caminho do impossível (não poder pagar a dívida);'I) demanda de análise.

, ~"11111,1"lquI's Alnin (org.). 1,1/ (11);(0; IJltI;/IIII;I/. /,1/ J'IIIIVl'IIZ;OIlJ' tli 1I1I1i/1('~1(0"" 1 I

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,\ putsõo e seus objetos no transcurso da análise

l/llta nnális se sustenta do in onsciente transferencial (SsS), e ousaria dizer que",(, nssume, no di~lllkilivo unullti o, O relevo da fantasia. Talvez não como sus-11'11111110 /tI 1"'lIlid ,di, 11111,1m corno lugar de onde o sujeito crê poder encontrar

/til1\1)

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a significação do gozo estranho que o levou à análise e sustentar o desejo comobarreira ao gozo. O costume de dizer: "Tenho de ver isso na análise, antes de bus-car uma solução", torna explícitas a postergação introduzida pela transferência e ailusão de que, compreendendo-se, pode-se agir.

A experiência demonstra que o sujeito costuma sentir-se cômodo em com-preender e que a intervenção do analista é necessária para desalojá-Io desse lugar.O processo analítico segue na contramão da transferência e tem como efeito levaro sujeito a produzir a queda dos ideais que sustentavam sua alienação, cuja conse-qüência é fazê-lo lidar melhor com a própria vida.

Muitas vezes, nesse ponto, seu sintoma se agrava e pode pôr em risco a con-tinuidade da análise. Freud o chamava de reação terapêutica negativa, e talvezpossamos pensá-Io como uma satisfação sintomática que resiste à decifração. Po-demos também dizer que, nesses casos, o gozo pulsional do sintoma questiona atransferência, não a resolve, embora deixe o sujeito com a idéia de recomeçá-Ia,no melhor dos casos, com outro analista.

Até aqui, vimos que, na experiência analítica, a pulsão e seus objetos se aprcsentam não só como o que irrompe e pode chegar a interromper a própria experiência, mas também como o que não se entrega à decifração do inconscient "

"depois da localização do sujeito em relação ao objeto a, a experiência da fantasi I

fundamental se torna a pulsão". Tomo esta citação de O Seminário, livro l l , poisvai ao encontro do aqui exposto e permite as seguintes deduções: 1) há um vínculo entre pulsão e fantasia; e 2) antes de situar o sujeito em relação ao objeto 11,

a pulsão permanece oculta pelo curto-circuito fantasmático do desejo. Se essecurto-circuito fosse totalmente eficaz, a experiência analítica seria apenas a deufração do inconsciente, relegando tudo o que ela tem de efeito do real.

Que outro valor dar ao ato de falar em análise? Que o sujeito se satisfaz falnudo em análise, como Miller afirma em sua aula de 3 de dezembro de 2006: "o n/1I1

ltsante fala para se satisfazer e, assim, esse circuito da fala é também um circuito d,lsatisfação. Podemos dizer que se trata da fala como pulsão, e o que está pres '1111apenas para permitir que esse circuito se feche".

Se nós admitimos essa última hipótese, produz-se o seguinte paradoxo: ,lium lado, como sabemos, o significante proíbe o gozo ao falante, e, de outro, (,,1,"produz um gozo que o sujeito não deseja abandonar. Lacan busca uma salda P,II I

a ans lise que lhe permita ir além da rocha viva da castração, encontrando 111111solução na travessia da fantasia, ainda que, no âmbito do sintoma, perrnam-ç I

um resto indecifrável. Freud se referiu a isso em carta a Fliess. Talvez tenha Sitlll I

tentativa de fazer algo com esse resto sintomático que levou Lacan ao seu (lItilllllensino,

(:111//(/ pode lI/li slIjci/o que teulta atravessado a fantasia radical viver (f 1)11111111

I'I"~ ('11M' p0l110 sob ti forma ti' p 'r 'unia, pois penso ((U " ai .sar li' h,lVl'I 11111'I' It'n~,I" I 'ri II( i,1sohr 'n ,1 ni 'a da anrasia 'do d 'S .jo, do todo' da '111(.1,11"1111 11 '111II'''I~,IO,11I1\0:10tio sintum,r.

111

Podemos observar muitas vezes, no trans urso da uns lisc, dois IllOlIlcntosdiferentes: um que é o da dor de existir, sempre imputada ao Outro, i que lOS

tuma tomar a forma de queixas; o outro, o desprazer do sintoma, que nao d 'ix,lde insistir. Diante do mal-estar provocado por ele, o sujeito costuma sentir s('impotente para poder fazer algo, ainda que, sem dúvida, saiba que é rcspons: v ,Ipor sustentá-Io, isto é, sem o Outro.

Tomo do conceito de parceiro-sintoma, proposto por Iacques-Alain Millcr, aigumas idéias que me ajudarão a prosseguir nesse desenvolvimento: haveria maisalém do sintoma como decifração, um gozo pulsional dele decorrente? N 'ssaperspectiva, qual é, então, a função do objeto? Miller afirma que, em css n 'ia,o sintoma não se oferece à decifração, não deixa de inscrever-se, e, de saída, "apresentado como uma vicissitude da pulsão". A satisfação pulsional se torna d 'sprazer, e é isso que Lacan chama de gozo.

Sabemos, então, que há um resto de gozo irredutível no sintoma, descob 'riocomo tal depois da travessia da fantasia fundamental que sustentava o sintomacomo formação do inconsciente, razão pela qual Miller afirma que "a fantasia 'oque impede o saber e o fazer com o sintoma".

Podemos responder, assim, à pergunta sobre como o sujeito vive a pulsê () ti 'pois da análise: como gozo pulsional do sintoma. Gozo que, sabemos pela '111I!t11do obsessivo, sustenta-se no olhar, ao qual custa-lhe muito renunciar.

Tradução Lourci iNII/lI'

Referências bibliográficas

I'IUlUD,Sigmund. ''Análisis de um caso de neurosis obsesiva" (1909). Em: Obras completas, IU!!III IIMadrid: Biblioteca Nueva, 1968.

Li\Ci\N, Jacques. El Seminario, libra 11: Ias cuatro conceptos fondamentales deI psiconalisi (I %,1),BlIcnos Aires: Paidós, 2003.

__ o "Kant son Sade". Em: Escritos I. Ciudad dei Méxivo: Siglo Veintiuno, 1987.

I I

Page 4: Verbete Pulsao e Fantasia

flAN'I'ASIA

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1111,,11'111'0,111,11"o suj .ito 110 pr )I'rio ponto de das Vingo A função da fantasia seria,1"111111111,colonizar com suas formas imaginárias, formas que enganam como um111111111'/,o ',II11PO de das Ding.

I I', h.imariz manteria uma relação com o pulsional, que pertence ao campotlII 11,/\ 11;1/,1;. O objeto não é a Coisa, e seguindo as categorias que Lacan utilizali' I '1"llIin, rio, poderíamos dizer que a fantasia opera, em certo sentido, como a

iI,llllIlI~,\(), ao elevar o objeto da fantasia à dignidade da Coisa.1'111() Seminário, livro 10, ele volta a se perguntar o que é a fantasia, e respon-

d, ,I formula da fantasia poderia ser traduzida como o anseio bastante ingênuoti, '1"1' () Outro se desvaneça, fique pasmo, diante do objeto que sou, com a salva-

111111.1de [uc eu me vejo'".A \,1 ractcrística do objeto a na fantasia tem, essencialmente, essa particula-

,ld,IIII' do "eu me vejo': É uma condição do objeto do desejo na fantasia que od fi 11'11,ia do objeto em seu status de causa. Já o objeto propriamente dito, o ob-I 111I'ndido, causa do desejo, não é visível e se define justamente por ser esse1111 I i111e;11to primitivo de nosso ser, que escapa ao reconhecimento da imagem,• II 1I1,ldo pelo fato de existir como corpo. É o objeto que escapa ao plano deli" ,I .iprccnsão, que está atrás, caído, e não é o centro de nenhuma intenção.111111ti' outro modo, justamente a aparição desse resíduo no imaginário do corpo,'111',tfllando se manifesta no lugar reservado à falta, produz angústia. Por não ser• 11I',"lar, é difícil situá-Io, e daí a angústia.'?

t ) objeto da fantasia, em vez disso, está situado no quadro, tem uma versão111111'0111;ria e, portanto, é o mais efetivo para que o neurótico se defenda da an '(IS

111,.IIMoque se comprova pelas irrupções de angústia que são precedidas por umnd. ''',I,lbilização da fantasia,

() I:lto de poder ocorrer uma versão visível do objeto a faz parte da estruturaI" 'VI'I'S:I da fantasia do neurótico, uma vez que aparece como uma fran a ativi""1' pulsional referida ao sujeito posicionado no lugar do objeto, De todo modo,'"1111I diz Lacan, esse objeto a que o neurótico se faz ser em sua fantasia lhe 'ai'1"'1',' 1.10 mal quanto polainas num coelho, ainda que, por ser postiço, 0J1siH,1.I, li-lId 10 da angústia." Isso é o que ele chama também de o uso falacioso do,,!t,1 111lia fantasia do neurótico.

(b cx rmplos que Lacan dá para nos orientarmos quanto no entcndirn '1110d, ·,1' objeto 1/ postiço são os da Bela açougueira e o de Ana O, Em ambos. el ' ,I~~ilI,tI 1.1 instrumcn tal ização de um pequeno nada, usado como O engodo COII/ 111/(' ,'I'

1,1,'," /I t nuro", uc o Outro se desvaneça e fique pasmo, é o efeito bus :110 P '10d, "Jo ,~\I~I'l1t:1 10 pela fantasia, a partir d .stc objeto fi,

'1:11lOlldi~(\() do obj '10 '01110 postiço ' isca . hastnntc 'XIII iru, UO 111' 1110li 1111'0'lu' l' I!'lH,1d "ligo uno 11l11111'al,n '111pl' )prio. 11Ias~illl lIdi, iOIl,ldo, llIlÍllld", IIII/-lido. 111/1/,,1110lli" I I I/'I'I'lltil' 11I .IIIII,lIlilh,I, () oh)I'IO 1/ jlO ti,o 110 11'111111'

A FANTASIA {J RE POSTA À PERGUNTA sobre o desejo do Outro e condi. 10 ti.sllsl 'l1taç. O do desejo do sujeito, mas a via fantasmática para o sujeito é, CSSI'IIII ti111,'11t~, f~~'ma de ~cess~ a uJ~a satis~ação. A fantasia regula a experiência ti .11"'"de; maneira repetida e inercial. O discurso analítico produz, em um mOVil)WlIlIIde redução, a fórmula axiomática da fantasia e revela o tipo de objeto qu« I'111Jogo.

, A fantasia é, até a conceitualização do falasser, o âmbito em que La ali I""sidcrou o corpo. I Esse corpo não encontra satisfação de maneira instintiv I I"

.."oeJ~-se ~s rodeios pela imagem e pelo Outro, e tais rodeios investem e SUSI '11'101111:1satisfação da pulsão que habita no coração da fantasia'",

Esses rodeios, além disso, guardam correspondência com as diferente, I",çõcs sobre o ten:a encontradas no ensino de Lacan. A primeira parte de seu CII 111"xin entra a satisfação nas formas, na imagem e no narcisismo. Trata-se do 1'11•.11,0fnn~asiar imaginário das cenas, acompanhado pela dificuldade de arti lIl; ,111simbólica.' ~

A (órmu~a ':bate-se em uma criança" é tomada como o produto de um p""so de dessubjetivação, em que o sujeito se reduz a um olho. Da estrutura sub], II •

perl11anec~ um resíd~o. enigmático, a própria cena, que conserva a carga libjdlll 11I~,a,()<1" SUI11I~apel~ SU):ItO, P:rdeu-se a significação e o sujeito fica reduzido a 1'11111slg~1(). A artlcul~çao simbólica se recupera sob transferência, ao passo qu ' .1 11111taxra se aractenza como uma significação absoluta, aparentemente descon '( t 111,do resto da neurose.

. EI~~~ el/~iná~io, livro 5: as formações do inconsciente, Lacan define a (:\1111 IWI110 o rrnaginãrio capturado num certo uso do significante'", Ele apr 'Sl'1I11 1(Mmula $ <) a e propõe que seja lida não apenas C0l110 prestança que põe o sull t,.'111 rclaç~o con~ seu semelhante, mas também como obra literária _ ele S' I 'li "

, s ~anlaslas s,ádl, as na neurose obsessiva, Essas cenas e roteiros se referem 11 11111,,Irtl ulaçào significanto. O S desloca o eu do eixo imaginário a-a:

~ dcnsidad libidinal da fantasia, localizada na imagem rotcirizada, SO(II' 11111d,'slll'am '11(0 '111O Serniuário, livro 7: a ética da psicanálise, originado pcl., 111Il'Odu~'uo oruun I.ntc que Lacan faz de nas Dillg nesse Seminário. rios Oit/,,Iprl'~ '111ncorno o pr xursor do objeto fi, tal como o cn entramos nos S .min \; /I.

1~()~Il'1iorl'~, Com rios /)ill,!! nasce a stirpc do obj 'to II como irr 'dlll v 'I; 1011111111'11\,1(,)'111:1tl('11 10 'ss' brilho":1I" () SCl/lil/ljrill. livro to: 11 augústl«. "O tlu« utu

I' Ollgllll1l 1,1111'111' () qu ' chumnr '11os ti' o ('01"1 '1, SI""ll"'1 "l,l( "/. I' ," '" 'l'I ,,), ',Sl>(' p, I li 1111"

('XI('II!)I, ·.~II'HIII~'II'O~'('III tlgll",~ nuun '1IIo,~ IrO~lil, (' I I'tkr 11'ill do 1111111d"ri"1111'111 ,'do ti' 1')11: "/ .. ,/1111111Vt"/ 'I'" S(' I1 11,1 I, volllll 11 'li 111111,111.111' "

'1" ti i! ,111111di' 111I}1'f1l1'I'Id d", Mil, 1'111 1111111,' (' IIh)t'11i 1111111111111PI'ldld"

I I)

Page 5: Verbete Pulsao e Fantasia

ao engano de 1~lz',' v 'r que h,1 ,ligo 1I111111d,11111111111111h l. (1)fIIO lillllh '11111" Ideve haver. Faz-se ver, a panir do " ,/I, li, 1101'~I!('lhll tllI ()11I10.

É o perverso, justamente, que faz um liSO 11,101.111110M) do obj 'to, a 'lu '111Lacan designa como leal em sua posição, já que s ' ok/'(:~ . I 'almente ao gozo d"Outro. O neurótico, por sua vez, não persegue o gozo do Outro, mas sua del11i111da: ele quer ser demandado, quer que lhe supliquem.

Logo após O Seminário, livro 10, como indicou Jacques-Alain Miller em SIII

conferência em Roma, Lacan se dedica à edificação de uma lógica própria d"objeto a. A fantasia encontra seu ponto culminante em "O Seminário, livro]": Ilógica da fantasia'; de 1966-7.

A análise produz a redução da fantasia a uma mínima expressão axiomá!il Ique demonstra ser, na cena, a forma concentrada dos significantes-mestres dllrepetição. 13 Espera-se, assim, poder desdobrar a repetição que é sintomática e 11:111ficar encalhado em uma tela fantasmática. Esse privilégio outorgado ao chamadlldesdobramento da fantasia na repetição se relaciona com a importância adquiridapelo sintoma no último ensino de Lacan, assim como com as conseqüências qu«essa nova perspectiva traz a respeito do fim da análise. O sintoma como aC0l11 .cimento do corpo é o ponto de condensação entre significante e gozo, articulaç,1I1que, na primeira parte de seu ensino, era produzida na fantasia.

NotasTradução Oscar Reymul/tllI

I MILLER, Jacques-Alain. La experiencia de 10 real en Ia cura psicoanalítica. Buenos Aires: Paido .2003, p. 379.

z MILLER, Jacques-Alain. Los signos dei goce. Buenos Aires: Paidós, 2002, p. 270.

\ LACAN, Jacques. El Seminario, libra 4: Ia relación de objeto (1956-7). Buenos Aires: Paidós, 199M,p. 120-1.

\ I.ACAN, Jacques. EI Seminario, libro 5: Ias formaciones dei inconsciente (1957-8). Buenos Ain-Paidós, 1995, p. 417.

" M I LLER, Jacques-Alain. Conferência pronunciada em Roma a respeito do tema do Congressso di'Associação Mundial de Psicanálise de 2008.

/, I.ACAN, Iacques, EI Seminario, libro 7: Ia ética dei psicoanálisis (1959-60). Buenos Aires: Paid I ,1992, capo IV:Ibid., capo V.

H 1bid, capo VII.

•• I.ACAN, ]acques. EI Seminario, libro 10: Ia angustia (1962-3). Buenos Aires: Pardos, 2005, p. 59,IIIlhi I, p. 72.1\ Ihid, p. 61.

\' ()II seja, a isca com que se fisga o Outro. Ibid, p. 61.

\' MII.I.I'II, ]acqucs-Alain. "Los seis paradigmas digo e': NI"/li'/I/ 1:/('lIdil/l/l/, n. 29,2000, p. ~().

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A ORIENTAÇÃO da abordagem doI " DESEMBARAÇOU . A • d'1111 AI.AIN MILLEI, f di O FPS de consistência 1-' áti (FPS) no Campo reu iano. ,li" 1111I'~I OSSOIll, lrco,. O tro do significante. Lacan, em. Iítico contorna ou. .

"" d 1'11/ -ln do suuorna ana 1: ,." partir da representação slgm-. " E' to psicossomatico a , . .I " I111111\"1',.n arou o e el. , . de casos _ a criança debil, a psicose,.. 1:1 . rscrevia numa sene S N"" rllI li} -uo. t.:. e o 11 I A ia de intervalo entre SI e 2' esse. d J é dado pe a ausenc

I 111111,111,·U)O mo e o d sua desaparição falta, e estarnos ~m' . a de ser representa o, . 'fi te ú CO,,1/111I, 11~1I1~llo ess . ão siznifi nte mas de um slgm can e um

, '111' 11110mais de lima articulação s,lg.m rd 'da pela ausência de afânise do' bs 1 t Essa sene or ena _

1 11 u Ih ulndo: um S, a so u o'. d out o princípio: o efeito de separaçaod a partir e um ou r ill _1111dl'VI' S 'r retoma a _ d t de1inguagem. M er, entao,' . d ,. poraçao a estru ura al

'111"I I' do gozo liga o a mcor c o no corpo onde ele está norm _« . d " que laz retorn

I , I I 11u-rmo gozo retorna o,. O ometimento localizado no corpod do no objeto a. ac "111 I p.irudo e C011 ensa d S queda' a libido se torna cor-I A • de a e e ,sem, .

'" IIl1pli a uma coa escencia d . ·fi te o FPS ao contrário, mterfere,lI 1111111",S . ele contorna o Outro °dsl~m csacnreve'r alg; da ordem do número",

O .« corpo se eixa e111111111110 '01110 utro. o , '''2

"'1"1 i .u tu .ho liberando o nome p~~pno . e próprio composto não com od cc • atura um nom .

I 111 I. iurcnt faz esta assm . _ ti lar do gozo'. O aparecrmen-. . duma cifração par lcU01111.I,) P,Ii, e sim por meio e _ I uma numeração escrita em uma

. t do FPS poem em re evo " d• 11d,' IIp,II''Clll1e11 o ali t deve visar à "revelação o gozo.r o 1 Ao passo que o an lS a .1'" til 111ti' 'I ras , . _ ". nção" do inconsciente serve. a sua fixação, a mve .111/

l1h 11que comporta o F~S 11 O t em questão não sendo mais apenasI 1111111~lo,.maro rps em smtoma, ouro um sujeito obsessivo, sofrendo

• -I • t5 t nbém mostra como ."'1'" 1'1°lHI() . Laurcn ai _ desse nome própno para passar111111Il/lllili(/I/l1edi/erranean felle~, desape~a. se ti ha sido abandonado por seu

. '. -d -PaI. Esse SUJeIto mlI, d,'~Id,ld 'II"OSdo Nome o . d id d Antes de abandonar o lar para se. I I' os C meio e I a e.111"lllIdo 11111;!(.OIS an ár . ezes matar a mãe. Para esse

» I ólico ele tentara, varras v _ , .011111111111"ti 'si roço a co I, ência era " marca de sua filiação, o que o rrn-. . . I 1a adolcs cnCI" (" .: .1111111,1Idlll·tl~·;I, sur glt a I c c • ,. da morte próxima de sua tia, o su

' .. . 'I is Ante () anun 10 c fill I0111dI' Il',tlml/' S .us PIO] os, . . I' I "(11 I:. ti' que se fizera o I 10 c 'I . n 'c [arniliar c anc O-s . "N"",1\1/ (' 1('1111.S'lI 1'0111.1(;. ' id 1'1' '11 uio mobiliza sua fal1lasra: 110I' I:'" "'O"h'(II1l'nIOI( 1111, . ,,"1111111111'1lU), ,SI' , . .',. I, AIt)S ti' SU,I ompun 1 I'

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