r,.ocedimentos para caracteriza
TRANSCRIPT
~ r0 8b3f4 3
·, ..)~R,.OCEDIMENTOS PARA CARACTERIZA<;AoG~9TECNICA DE PERFIS EM SQLOS I?E GRANITOS E/
. . .:." ., GNAISSES, PARA OBRAS VIARIAS ' .'
PROCEDURES FOR GEOTECHNICAL CHARACTERIZATION OF GRANITIC ANDGNEISSIC SOIL PROFILES, FOR TRANSPORTATION WAYS WORKS
Helder Godoy,GeolQ, M.Sc.
Doutorando. Instituto de Geociencias da USPJob Shuji Nogami, Dr. Eng".
Prof.Assist., Escola Politecnica da USPAdilson Carvalho _____
Prof.Assoc. Inst. Geociencias da USP-NUPEGEO
RESUMO
as solos constituintes dascamadas de varies pcrfis associados a granitos e gnaisses saocaractcrizados, objctivando cornparacao preliminar tendo em vista a utilizacao ern obras vlririas, Conclui-se qucos proccdimentostradicionais, tanto combase nus caracterfsticas fndices (LL, IPc granulornctria),qucremdadosgeologicos c pcdologicos, fomeccm,de urn modo geral, informacoes mcnos efetivas doqueasobtidas pclo usoda mctodologia MCf.
ABSTRACT
Thesoilscomposing the layers cf various profiles associated with granites andgneisses are characterizedforpreliminary comparison purposes, aiming at theutilization in transportation waysW01*S. A conelusion call bedrawn thattraditional procedures, whether basedonindex properties (wl../lI'and grain-size), orongeological andpedological data. generally provide irformation lesseffective than that obtained byusethe MCrmethodology.
1. INTRODU<;Ao
as granitos e gnaisscs sao constituintes de"bedrock" muito abundantes noBrasil, dando origema volumosas ocorrencias de solos prcdominantcmcnte residuais, que podem constituir, quando devidamente cornpactados, partes importantes dasobras viarias, como0 sublcito e basede pavimcntos, rcvestimentos primaries deestradas de terra e atcrros.
a aproveitarnento dcsses soloscomomaterialdeconstrucao viaria apresenta, contudo, umaserie dedificuldades, porquanto 0 usode proccdimcntos tradicionais de caracterizacao e de classificacao geotecnicas levam a discrepancias, tanto relativarncnteaoseudesempenho real nus obras vidrias comoernrelacao a muitas propriedades mecfinicas c hfdricas,
/ /Solos c Rochas , Sao Paulo, 17, (I): 31 - 44, Abr., 1994.
dctcrminadas mediante cnsaios laboratoriais,Os proccdirncntos adotados para contornar cssas
dificuldadcs tcm sido bastante variados. Muitos geotccnicos enfatizam a irnportancia dosfatores gcneticos, gcologicos c pcdol6gicos, cdosfatores mincml6gicos c demecrofabrica. Outrosgcotccnicos, mais Iigados llMecfinica dosSolos, dcfcndcm a neccssidade deobtcr dadosquantitativos das propriedadcs rnecanicas e hidricas. Aobtencno dcssas propricdades, contudo, ediffcil naCa-sedecstudos prcliminares e nas obras de pequeno vulto.
as autoresdcste trabalho defendem uma posicao intermcdiaria face aos resultados apresentados, 0 quevemreforcar muitas dasconclusoes obtidasantcriormcnte.
31
/
GODOY.NOGt .:"il c C" P..VALIIO
2. ' , ERMINOLOGIA ADOTADA
Devido a grande confusao tenninol6gica reinantc, tantoernambitonacional como internacional,sen! utilizada a terminologia seguinte:
SOLO SUPERFICIAL LATERlTICO - quando de.':~:·::f~> · ;1 pedogcnetica tropieal umida (horizontes A c
B, eventuaImente parte do C), possuindo comportamentolaterftico de acordo com a classiflcacao MCT;quando"in situ"constitui 0 horizonte latcrftico,
SOLO SAPROLlTICO - quando de origem genuinamenteresidual , aprescntando nitidamcntc macroIabrica herdada da rocha rnatriz; quando "in situ"constitui0 horizonte snprolftico .
CAMADA - qualquer unidade de rcprcscntacno doperfil do subsolo, mncroscopicamcntc identificavclou nao, naopossuindo nenhumaconotacao geneticaou geometrica. Assim, urna camada podcra, porexemplo, ter forma esfericaou circular.
3. AMOSTRAGEM
Os perfis estudados ficam localizados numraiode menosde 100km do centroda cidadede SaoPaulo e dentro do quadrante noroeste desse centro.Os demais dados de localizacao dos pedis cstudados constam na Figura 1.
Retirou-se apenas umaamostra media rcprcsentativa do horizontc laterftico. 0 horizonte saprolftico foidividido erncamadas de mcsrna cspcssura (porcrn vanavelconformc 0 perfil) e de cadaumadelas foi rctirada urna amostra reprcscntativa. confonnedisposicaocaructerizada na referida Iigura.
4. ENSAIOS, DETERMINA(,;OESE RESULTADOS
4.1 Preparo das amostras
As amostras representativas das camadas foram secas 410 ar, dcstorroadas, uniforrnizadas e. emseguida,passadas na peneirade 2,00 mm de abertura. A maioriados ensaios foi efetuada utilizando-seessa fracno passada.
4.2 Macrofabrlca e Mlcrofabrica
A macrofabrica foi dcterminada seguindo emlinhas gerais 0 metodo DER-M 106-71 "Caracterizacao Expeditade Solos e Rochas", que obedece 1Itenninologiaproposta por Nogami (1970).Os resultados obtidosconstam na Figura 1.
A microtabrica foi dcterminada atraves de microscopia otica de laminas delgadas, corrcspondcntes
32
a amostras representativas de todas as camadas estudadas, porem neste trabalho s6 Ioram aprcsen
'.~ados doisexemplos (Fotos 1e 2).
4.3 Mineralogia
. A idcntiflcacao mincralogica dos solos f0:';:"' ''":::'' '• •.:1'~ I ~~I ' : ·/.-' . " . .
" ' il:.iliizada pordifra~ao de raiosX em amostras totais .e ern fracccs cspecfficas, bern como atraves de laminas dclgadas pam cxamc por microscopia otica,Os resultados obtidoscstao resumidos na Figura I.
4.4 Granulometria
Foiseguido procedimento similar aogeralmenteadotado ern Mccanica dos Solos, tendo-so utilizado,cntretanto, a dispersaoscmdelloculante e corn usadopirolosfatode sodio; para as fracocs rnais finas utilizou-se a proccdimento dascdimcntacao corn 0 usodo
Foto 1 - Microfabrica de um solo superficial lateritico (camada 30), obtida de lamina delgada.
Foto 2 - Microfabrica de um solo saprolitico (camada 15), obtida de lamina delgada, mostrandomacrocristais de caolinita.
Solos e Rochas, Siio Paulo, t7, (I): 31 - 44. Abr., 1994.
I·i
IIII
Fig.
Solos
(',I. ',~ {',r: 'T!~ !ZAc;AO GEOTECNICA DE PERFIS EM SOLOS DF.G,,; , : ' ," :,i:; E GNAISSES
." t"
Q=Quartzo
F=Feldsp atos
M=Mi cas
K=Caol ini t a s
Go=Gocthi t a
Gb=G ibb si t a
" X X
X X X
X X X
X X X X
X X X X
X X X X
X X X X
X X X X
x X X X
X X X X
X X X X
xxxx xx
X X X X
x
X
x
X
X
X
X
X
X X X X
x X X X
X X X X
X X X X
X rx xrx
X
XXXXXX
X
v
"x
~+-+--+--+---+--l l~d(, i ona I de Pes
(2 ) Des i gna«~o
X X X X de; ruacr of~br ice
X X X X s egundo DER-M
106- 71 que olw X X X X
1-+-+-+--+-+-lGece a t erm i 1\0 -
- - - -J-+-+-+-+-4--1
isotropicoX
i sot r op ico X X X X
X I~'':O SO
homcgeneoagreg ado
manchado
conti nuo
homog~neoagregado X
manchado
co nti nuo
hor.log~neoagrega do
homogen eoagregado X
cont i nuo
manchad o
manchado
I istrado
co nt i nuo
manch ad oIi stradocont i nuo
homo~neoagr ega do
'\MACROFABRICA MINERAlS (3)~\ (7) (J If-!M iK~;;:;~ T
PODZOLICOVERMELHO-AMARELO
COM CASCALHOS
.: ~'O 'l...L'i= L~.~. I l(, ' · ! ~ ·.I ' :;-:-
~. . li';:'J,r-".:---,--:-, --_--\--.-,-/f------I-++::.:.;::.+~--I
-I A ... ~, - ' \ ". -
rig, _12 l5-~ /\' I ,/ I ,~ J -' I=4 - -u;~ 13 I _SOLO SAPROLlTICO0::: _ ' (
tJ: g 14 ~ , ( DE GRAN ITO, , 'IV'\ -i., , BATOLITO DE ITU) I
~.1 15 ~ I .. / _ .... ,. ...
...,,J .,-5-- 8 I \ ..... I I I , '
~ ..L ( ) --ec LATOSSOLO I De-s igna« ao_:x:l 20 ~ VE"MELHO- "1A".ELO X X X X" "" r. do hor i zont e s u~ .-1
N ~ ~L4. - - - - - - - - per-f i c i e l segu~
--l0'l 21 c X X X X do Comi ss~o de-1V'\1--~+,..,,--;...,.7"':,....,_r7T....,....,.....,,....,I_----~_l__l__l__+_+_Ju, :E: I c / .',1 r, ./ I II .I1// SICC5:::'::: 22 ui, /1 SOLO SAPROLlTlCq I X X X X 0 os , e nt roo, sd I--~, I DE GNAISSE 11/
"';" 23 ~ !J I.!Co/'I~~EX9 ,AMP"~OYI I ~25 24 10 11/, 111 ' / // ///1';
3. ,)J tz: LATOSSOLO~ r;r- VER~IELHO - ESCUROc:x::~ 31 tb:? ~ 1/// 1/1 //11' ~
",,;:n~ I 1,1/lfIJI'I! I, ro SOLO SAPflOLITlCO, /{-.l l Jl 32 1-0- / ,~ -;: , DE GNAlSSE /;1'jJ :;:z Il.!: /1 CcOMP~Et<IO A1'lPA~O/) ~ ~0... ,V'I 33 r", . / I II / I I 'I I /1 I,
i'~~ / I 1/ /1' I I ~1// 'I,;)) 34 TIII,///I,~ ·II I'(/I~
.:=: ..1. PODZOLI CO~ ~i VERMELHO AMARELO
~ 41 .A.. ' /, / _ " "., ..... /:~ ~=S:: / _ - ' ( I / , 1_
.:::r ~ 42 ...6. I SOLO SAPROll Tl CO I;:=! ~ ~CZ:" DE GRAfH TO ,. ,/~ ~ 43 1...8. I (BATOLITO ITAQUI) ~~ ~ ~1...2. I , I / ' " / - -- _
d.. 44 [ll- I - , I,V ) II _I / ..... ~ I \.- ,
~ 2 LATOSSOLO~ 'j) 1-"- VERMELHO-AMARELO;::: ----;- .A. ., ., .I , ;; 'I?~-' i -1-~-/....,.../-+-....:.---':......--+-4-4--4--l-1-l
i:'l:"""=":""ui ", I I , / 1// I::::: $ I ' / 1 / I 1/ r, / /1 ~ /
11"1 N 8 r , , I / / , ( , , / I I /1;:::! N S~ I . ~OLO SAPROLlTlCCJ /1/ /
LL:,.;: 54 1-ll- 1 / DEGI~AISSE , , 11:;5 ~ , ... ' "cCOI'\PLEX9 N/IPARO)', 'CL t8 55...1.'" / I / / I ,,., / • /
d.. i---=-=-)4 / 1 1 / 1'/ (/ 'I' /1'1 'In '/J '/ / I' / ~ /1' 1/ / I I, , /'
PiWFUNDIDADE.CA1"ADA:-:',& , ( m) HOR IZONTE (1)I
late-
~ 'I
(cando
menteizado,JSO do; utiliisodo
os foi,':'J aisde laotica.rra 1.
J,ISes«cscn-
Fig.I • Localizacao e mineralogia das amostras estudadas.
994.Solos c Rochas, Sao Paulo, 17. (I) : 31 . 44, Abr, 1994. 33
• I. ... .
GODOY, NOGAMI c CARVALItO- i " .
. ' l ' , '
metoda da pipcta em iugar do densfmetro. Osresultadosobtidos estno r~ufJlidos emparte nas Figuras 2 e 3.
4.5 Ensaios e Classiflcacoes GeotecnicasTradicionais .
Os IiriiI\2~'cui ;; ;:tierberg e as classificacocs geotecnicas USCS e HRB-AASHO foram obtidos deacordo com as normas vigentes no DNER, queobedecem em Iinhas gerais as normas da AASHO. Somente parte das arnostras colhidas foram cnsaiadas eos resultados obtidos saoapresentados naTabela I.
4.6 Ensaios da Metodologia MCT
Estes ensaios foram efetuados seguindo, emlinhas gerais, as normas pertinentes do DER-SP. Oscorpos de prova foram compactados em moldes de50 mm de difunetro e foi seguido 0 procedimentoMini-MCV decompacracno caracterizado porutilizarenergia e umidade variavcis.
As propricdadcs mccanicas e hfdricas diretamente ligadas ao desempenho dos solose integrantes da metodologia MCTforam obtidas moldandose os corpos de pi-ova na massa cspecffica aparentesecamaxima corrcspondente a vanos teores de umidade situ<,(ln<, ."r: i l11 f1 e abaixo da umidade 6timacorrespondei{t~'5'~[iergia normal, utilizando-se dornetodo de compactacao Mini-MCV. Por interpola~ao grafica, foram detcrminadas as propriedadescorrcspondcntes ao tcor de umidade 6tima correspendente a 12golpes desoquete pequeno, paracorposde prova de 200g (energia pouco acimada normal), apenas parafins comparativos.
Adotou-se esse procedimento de preparo doscorpos de prova, porquanto fomcce uma gama depropriedades muito mais arnpla do que nos proccdimentos tradicionais (geralmentc utiliza-se apenas uma energiade compactacno), cometendo-se rnuito menos erIUS porque a maioria das propriedades variarn continuamcnte, semquehaja urn maximo ou urn mfnimo.
perf 4
--_.
pe I
10 2011
~ 12III 210
"'0
E13 E22
2 14 0u 23
15
16 24
0 20 40 60 BO 100 07-
pe I 3
20
pe I
40 60 BO 100
perfil 5
100BO604020o
4°I~iii:=III 41o
142~::::::~::u 43t
100BO604020
30
I' III 310
E320u 33
34
0
50
51
E53
2 54
55
56
o 20 40 60 BO' 100
Ie endo
oberturo do pone ira (111111)
0,002 ( \11) 0,075 2
Fig.2 - Granulometria da fracao que passa na peneira 2 mmdas arnostras estudadas.
34 Solos c Rochas, Sao Paulo. 17, (I): 31 - 44, Abr., 1994.
CARACfERIZAc;:Ao (; E ' l:r~V;I~ !CA DE PERrIS EM SOLOS DE GRANlTOS E GNA!S~;:~J. ., :~ \ :(;'..
c09ofs9a
.' 2
.»".......
a sf 59 of 09 a sf ofs9 09
6 comodo 50 6 comodo 535
· 4 4
%3 %3.,'
2....... . . ,' " ,..'
6 comodo 20 6 comodo 23 ..]5 5
4 4
%3 %3 .....
2 ..... ... .... .. :.:;: .~ ', .:.: ,,;. ; :....... 2 ,. ," ,
0 sl S9 01 09 0 sl s9 01 09
comodo 30 comodo 32
4
%3 , .'
2 ....
a sf S9 of 09 a sf S9 of 09
comodo 40 comodo 42
dospronenencrs erantiimo.
rcta\ranndo'entcumilimae doxilaadesrrcscornor-
0- or qllo sf - sille fino sg - sil te qro sso of - oreio fino og - oreio grosse
-- sem deflocu lonle ... ......• com defloculante
Fig.3 - Influencia da defloculaeao na granulometria.
Somcnte as carnadas consideradas mais representativasforam ensaiadas; 0 resumo dosresultados obtidos constadaTabela 2e naFigura 4, AsFiguras 5 e 6 exempliIicarn OSresultados graficos obtidos deduas amostras.
Varies solos integrantes dos pcrfis estudadosforam identificados pelorecente procedirnento visualtactil dcscnvolvido,ainda inedito emseus detalhes,quesecaracteriza por: a) utilizar cerca de 30 mlda fl1l\uOque passa na pcneira de 0,42mm; b) obterumapastaque apresenta uma penetracao de I mm com uso demini-peneuornetro de 1,3 mm de diametro e cargacorrespondentc a IOgf; c) moldar pastilhas em aneis
de 20 mmde diarnetro e 5 mm de altura; d) secar0
conjunto a 60°C por algumas horase mcdir a conlrar;ao cventualmente constatada; e) embebcra pastilha em agua c detenninar a penetracao com usodo minipenetromctro: f) calcular0 valordo coeficientec', a partirda medida do itemd) eo Indicee' apartirda rnedida do iteme), e entrarno graficoc1assificatorio. Alguns dos resultados obtidos constamda Tabela 2, A concordancia dos grupos obtidospelo rnetodo expcdito foi bastantesatisfatoria, considerando-se sobretudo a presencade porcentagemsignificativa de tracao rctida na pcneira 0,42 mm,
1994. Solos c Rochas, Sao Paulo, 17, (I): 31 ·44. Abr., 1994. 35
GODOY, NOGAMI e CARVALHO
. ' . .. _. ' ' . .1.:Perfil I 2 3 4
.-
Rocha Matriz Granito ' Gnaisse Gnaisse Granito
Camada ~ ::~ ~,:·· · ~·::r :: . ~i :· · · 10 13 20 23 30 " ~;~:1 1:f"'?!110 47
Horizontc late, sapr. late. sapr. late. sapr. late, sapr.
Granulomctria 2,OOmm 100 100 100 100 100 100 100 100% que passa 0,42 mm 83 62 85 85 87 83 84 76
0,075 mm 59 28 60 64 58 64 74 63%< diftmetro O,002mm 28 7 41 32 39 21 52 7
Limitede Liquidez (%) 38 32 65 64 53 51 89 36fndicede Plastic. (%) 16 11 36 27 25 22 50 9
HRB-AASHO: grupo A-6 A-26 A-76 A-75 A-76 A-76 A-75 A-4fndicc de grupo 7 0 25 16 12 12 20 5
USCS CL SC CH MH CH MH MH ML
Classificacao MCT grupo LG' NS' LG' NG' LG' NG' LG' NS'coeficicntc c' 1,7 1,1 1,9 1,6 1,6 1,9 2,0 1,1coeficientc d' 37 13 38 10 48 12 44 4coeficicntc Pi <90 90 0 125 0 130 0 200Indicc c' 1,13 1,43 0,81 1,43 0,75 1,43 0,77 1,88
Umidadccompactacao (%) 18,0 18,8 25,5 25,6 20,1 24,9 28,1 27,9ap6s imersao (%) 18,9 19,0 28,5 31,8 22,9 29,9 29,6 31,4
DensidadcAparcntc Seen 1,70 1,69 1,48 1,49 1,64 1,50 1,49 1,43
Mini-CBR sem imersao 22 16 23 20 25 I I 25 10(%) com irncrsao 17 10 20 II 22 10 20 6
M6dulocrd=0,2kgfs/irnersno 3000 650 4300 1300 2300 II 00 2400 530
Resilientc crc=0,2kgfc/imersao 700 370 1400 250 1200 300 750 320
(1) crd=I,Okgf s/irncrsao 2500 1400 5600 1100 2700 900 1850 1220crc= I,Okgf c/imersao 1250 1200 1600 500 2000 500 1000 1130
Qualidadc Eru1h Manual ordem 9 7 13 12 13 12 12 10
como (2) nota 3,9 5,4 0,8 1,6 0,8 1,5 1,5 3,1Atcrrro MeT ordcm 3 6 3 7 3 7 3 6Rodov. (3) nota 6,7 1,7 6,7 0 6,7 0 6,7 1,7
eecxcelcntc (4) m e m-mm m-mm m-mm m-mm m-mm rom
Qualida-merna; r=rcgu ordem 6 I 7 7 7 7 7 5mmem uito ma nota 3,8 10,0 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 5,0
dccomoIG (fnd.Grp)
sublcitonola 6,5 10,0 2,5 2,0 4,0 4,0 0,0 7,5
MCT ordcm 3 7 3 6 3 6 3 7(3) nota 6,7 0 6,7 1,7 6,7 1,7 6,7 0,0
rI
I:
. .
Tabela 1 - Dados da Hierarquizacao de" 4 Perfis em Granitos e Gnaisses,
: ,
. ; • '. ~ . ,.! • Pd
4
tcq,I\
C
OBSERVAc;OES: (I) Corpos de prova moldados em co ndicoes proxi rnas, ma s niio iguais iiquelas utilizadas para 0 ensa io Mini-CBR. (2) Bureau of Recl amation. Earth Manual, 1974, pg. 21. (3) Nogami e Villibor, 1986 e 199 1 (vide Fig.7).(4) A.Casagrande, apud Vargas, 1977, pg. 84/85 .
36 Solos c Rochas, Sao Paulo, 17, (I): 31 - 44, Abr., 1994.
Jrt
CARACTERIZA<;AO GEOTECNICA DE PEK'l; ~ ' · ~ : : :~ SOLOS DE GRANITOS E GNAISSES ..~'. ;....
Tabela 2 - Resumo de Resultados de Ensa ios da Meto logia MCT.
(I) Me todo de compactacao seg undo Mini-MC V. Resultados ded uzidos grafica rnentc para tcor de umidade otimacorrespondcnte a 12 go lpcs de soquctc lcve (encrgia cquivalcntc pouco acima da normal).(2) Resultados basico s (Ct = contracao das pastilh as em mm, Pt= pcnetracao do rninipenctrometro na pastilha seca ccm scguida cmbcb ida d 'agua) c a class ificacao obtida. Detalhcs do proccdimcnto geral seg undo Fortes c Nogami(1991) com modificacoes.- Niio cnsaiado.
Mini-CBR (0/0) (I) Classificacao MCf
Pcrfil Camada Horizontc si= scm imcrsao cocficicntcs c metodo expediteci= com imcrsao Indices (pastilhas) (2)
Ho Dsm si/ci c' d' Pi e' Grupo Ct Pt Grupe
10 late. 19,0 1,70 22/17 1,7 37 <90 1,1 3 LG' 1,2 2 LG'·NG'11 sapr. 22,0 1,61 20/15 1,1 10 113 1,46 NS' 0,7 5 NS'·NA'12 sapr, 19,4 1,66 19/13 1,0 10 110 1,46 NA' 0,5 5 NS'-NA'
1 13 sapr. 19,0 1,71 18/12 1,1 10 125 1,43 NA' - - .14 sapr, 19,5 1,69 16/10 0,9 17 125 1,35 NS' - - -15 sapr, 19,0 1,71 20/15 I,l 15 100 1,32 NA' 0,5 5 NS'-NA'16 sapr. 18,0 1,72 17/1 3 1,2 15 135 1,40 NS'-NA' 0,7 5 NS'·NA'
20 late. 27,5 1,52 23/20 1,9 38 000 0,81 LG' 2,0 00 LG'21 late. 26,5 1,54 23/17 1,9 34 000 0,90 LG' 2,0 I LG'
2 22 sapr, 26,0 1,55 13/10 1,6 17 70 1,23 NG' 2,0 4 NG'23 sapr, 27,0 1,54 20/11 1,6 10 125 1.43 NS' 1,7 4 NG'24 sapr, 25,5 1,52 17/1 2 1,5 10 120 1,47 NS'-NG' - - -30 late. 20,5 1,68 25/22 1,6 48 000 0,75 LG' 1,3 I LG'
3 31 sapr. 25,0 1,54 25/20 1,8 6 190 1,72 NG' 2,0 4 NG'34 sapr. 24,9 1.52 18/10 1,9 13 130 1.43 NG' 2,0 4 NG'
40 late. 26,0 1,54 25/20 2,0 44 000 0,77 LG' 2,5 I LG'4 41 sapr. 26,0 1,50 16/06 1,5 5 291 1.74 NS' . 2,0 4 NS'
44 sapr. 29,6 1,44 10/06 1,1 4 200 1.88 NS' 0.7 5 NS '
50 late. 15,5 1,80 23/16 1.5 43 80 1.08 LG'-LA' 1,5 2 LG'-NG'5 51 sapr. 17,5 1,72 17/13 I,l 8 120 1,56 NS' 0,7 5 NS'/NA '
56 sapr, 15,0 1,82 23/19 0,8 10 135 1,51 NA' 0,5 5 NA'-NS '
o
47
apr,
lOO76637
369
~-4
5
I1L
IS'1,1
40088
7,9
l,4
43
106
30202030
10;,I
6,7
m5,0
,5
71,0
o en;ig.7).
1994.
predomlnanrementc superior a 20%, atingindocerca .de 50%nas amostms das camadas 15 e 56.
.4.7 Ensa ios de Resiliencia
Os modulesde resiliencia aprcscntados naTa-'. 't;~· :.~ ~: · · · l . foram obtidos scguindo-sc, em linhas gerais;
o metoda AASHTO T-727-82 (1986), exceto noque se refere sobretudo a:a) tempode pulso de 0,7 scgundos; b)corposde provade 50 mm de diametro; c) mcdidadadcformacaoentre as cxtrcmidades dos corpos de prova: d)imersaoou cmbebicao ern rigua, de lonna a manteruma coluna d'agua negativa de no maximo 50 emnas bordasdos corpos de prova.
Dcvido as· dificuldadcs laboratoriais, nao scconseguiu obtcr para a dcterminacaoda rcsi licncia,corpos de prova que reproduzisscm cxatamcntc as
Solos e Rochas, Sao Paulo, 17, (I ): 3 1 - 44. Abr., 1994.
condicocsde compactacno iguais as do Mini-MCV,no teor de umidade eorrespondenteaenergia de 12golpes do soquete leve utilizado (cquivalente a pouco mais da cnergia normal), razao pelaqual, naTabela I, os valorcsdcsscmodulo 1><10 adcquadosape-
', ~·..;:p :;·para obtcncao de corrclacocs qualitativas C01~ :s·'.·~,~ ~
(is dcrnais dados obtidos.
5. HIERARQUIZA<;AO DOS SOLQSDOS PERFIS
5.1 Generalidades
Urn dos principais objetivos do trabalho foidedcmonstrar a cfetividade dos vririos proccdirncntosdisponfvcis para escolha prcliminar dossolos constituinlcs dos pcrfis, tendo em vista eventual detalhamenlo gcotccnico, indispcnsavcl no caso de projctos
37
GODOY, N(r'/~~~ l ( : '~:iARVALIiO. . " : \ '; : ',
. ~ .' :',~ .\ ' :,.': ', ',
1.9
1.7
1.5
1.1
0.9
0.7
NA
--------,,,\
LA
LA'
NG'
+ 21
LG'20+ 6
40
2.521.50.50.5 -t--+--+--+--t---t---t-+--+---+---+--+--+--+--+--I---+--+--+--+-t--+--+---l---lf---1
o
Fig.4 - Representacao das amostras no graflco da classificacaoMCT.
de maior responsabilidade . Com esta Iinalidadeaproveitararn-se os resultados de duas camadas dosperfis 1 a 4, reprcsentando, respcctivamente, 0 horizonte Iatentico e 0 horizonte saprolftico, conformeconsta na Tabela 1. Essasimplificacao foi feita considerando-sc os resultados obtidos nosdoisprimeirosperfis. Varios tipos de hierarquizacoes foram tentadosconforme detalhado abaixo.
5.2 Criterios de Hierarq uiza cao
Pam que se pudesseefetuar urna hierarquiza930apropriada, os solos forarn classificados segundo HRB-AASHO, USCS e MCT. A ordem de preferencia de uso para aterros rodoviarios foi feitadeacordo com 0 Earth Manual do U.S. Bureau ofReclamation, com base na classificacao USCSe naFigura7, de Nogamie ViIIibor (1992), com basenaclassificacao MCT.
A ordem de preferencia de uso pam subleitofoi feita de acordo com 0 lndice de Grupoe TabelaIl-Classificacao de Solospara Aeroportos de A.Casagrande, adapracao do IPT, pag 84 de Vargas(1977), e a mesma Figura 7 acirna referida, para aclassificacao MCT. A fim de facilitar as compara9OOs, a hierarquia do grupode solo foi transformadaem nota variando de 0 a 10.
Alern disso foram considerados dados de desempenhode solos geneticamente similares, segundo a experiencia do autor senior, ou constante denossa bibliografia tecnica,
6. APRECIA<;OES GERAIS
6.1 Hierarquizacao Basica
a) Utilizacdo emAterrosRodoviarios
Segundo a Classificacno USCS e criterio doEarth Manual do U.S.Bureau of Reclamation(1974), nos4 perfiscornparados, os solos laterfticostiveram nota inferior a dos solos saprolfticossubjacentes; considerando individualmente as carnadas, 0 12
, 32 c 42 lugares sao ocupadospelos saproIfticos cnquanto os 3 ultirnos lugares 5<10 ocupadospelossolossuperficiais laterfticos.
Deoutrolado, 0 criterio da classificacao MCTatribui aos solos Iatcrfticos notas nitidamente superiores. as valores de suporte Mini-CBR fomecem umahierarquizacao de acordo com a fomecida por essaclassificacao, cnquanto que os valores de m6dulo deresiliencia fomccem panorama similarpamnfveis detensoes baixos; pamnfveis de tensoes elevados hU urncertofavorecirnento pamos solossaprolfticos, 0 quec perfeitamente justificavel pela prescnca de tiposmaisgranulares conhecidos comosaibros.
b) Utilizaciio em Subleito de Pavimentos
Duas hicrarquizacocs tradicionais foram consideradas, A primeira. que sc baseia na classificac;ao USCS (ou de A. Casagrande) constante emVargas (1977),atribui equivalencia dos solossuperficiais laterfticos relativarncnte aos saprolfticos
38 Solos e Rochas, Sao Paulo, 17, (1) : 31 - 44, Abr., 1994.
. (?_p.(;~TERIZAC;AO GEOTECNICA DEPERFlS EMSOLOS DF.GH ANITOS EGNAISSES. . ,. . . ', ., - ,\ ~ ~~. :, .
~ " 4
~ ." ~
Fig.S - Exemplo de representacao graflca de resu ltados de urn solo lateritico (camada 20).
3B
0 ".'.O· •. - 12
6'1.
. '24O· 32
t , '8
36
3 6
3432
32
o imerso
g '0 11 12 13 14 15 18 17 18 1g 20
28 30umldode (x)
26
26
24
24
~'6~ 6 se mimersiio
22
2 34
2 2
1.8
1.2
Elii 10UI
::E
20
e Ba
] 6'0u-c 4aucu.. 2.!!'0
0n·oolp es
M- MCV°
100
'"Eo~ 1.5
ouQI
'" 1.4cioci
'"QI 1,3o'"'"oE
confica: emipericos
t1CTperiumacssaodeisdei um,que:ipos
o doIlionticos:icosunaiproados
1994. Solos e Rochas, Sao Paulo, 17. (I): 31 - 44 . Abr., 1994. 39
.,
CcGI
CCCOapdaB :ME :EE
100
200
300
7 8 g 10 11 12 13 14 IS 11 17 18 18 20
~H
1.i 12
" )~.. ·/i~ ..:~ 10Kc B0
~.a 6;;
""t> 40uce 2.!!'0
n.golp~s 2 3 4
M-Mev0 3 4 S
100
PrJ8J6343228 30
umidade (X)202422
1+------lI---+---+----+----+---+----\------lI----;20
nl volp"
1.B0-4.-80-8.-12
6- ,.. -24
0- 32
. -4a+ - 84
X· 182
20 22 24 26 28 30.."Idod. (")
32 34 36car
Fig.6 • Exemplo de representacao grafica de resultados de urnsolo saprolitico (camada 23). Fig.
40 Solos e Rochas. Sao Paulo, 17, (I): 31 - 44, Abr., 1994. Sol"
.:, .. " .. CARACTERIZA <;:i\.::: . r.;J : ~ ;~ ';CN ICA DE PERriS EM SOLOS DE GRA NITOS E GiliJ~\ :: · .:, :
0 , 27 0 ,452 ,2
; 1N : 1'lAO lAT ERITICO A =AREV,
2 . 0 -NS' l : LA.TERITI( O A' ,:: AAENOSO
;S' : SIl T0 50
1 , 75 . . . . .. . . . . . .
Indice ..:i~~:;;'~: ·iG' : ARC.:·.l..: .. · t~ ,~f)":...;.: ~
. e' 1 , 5 NG'1 ,4 NA'
\
1 ,15 \. . . . . ... . .. . ... ... . - - - - - ~ - --- - - - -1 ,0
LA LA' LG'
0 ,50 0, 5 0 , 7 1 ,0 1 , 5 1 , 7 2 , 0 2 ,5
Coeficienle c'
Corpos de prova MINI-CBR (%) Expansao (%) Coef. Sorcao Coef. Pcnncab.cornpactados na massa cspccif. sobrccarga
log(cm~)aparente maxima proxima padrtlo Contracao (%) log (cm / s)da energia normal, (s) (k)B = Baixo (a) <4 <0,5 «-2) «-6)M= Medic (a) 4a 12 0,5 a 3 (-2) a (-I) (-6)a (-3)E = Elevado (a) 12a 30 >3 >(-1) >(-3)EE = Muito Elcvado (a) >30
Comportamento Nao Lateritico Lateritico
Grupo MCT NA NA' NS' NG' LA LA' LG'Vide significado de B, M, E c EE no quadro acima.
scm imersao M,E E M,E E E E,EE EMINI-CBR
com imcrsno M,E M,E B,M B E E EPropriedade Expansao B B E M,E B B B
Contracao B B,M M M,E B B,M 'M, ECoef. Pcrmeab. (k) M,E B B,M B,M B,M B BCoef. Sereno (S) E B,M E M,E B B BBase de pavimcnto nr 4Q nr nr 2Q lQ 3Q
Referee do Subicito 4Q 5Q nr nr 2Q IQ 3Q
Utilizacao Subleito Compactado 4Q 5Q 7Q 6Q 2Q lQ 3Q
Aterro (corpo)compac. 4Q 5Q 6Q 7Q 2Q lQ 3Q
Protecaoacrosao nr 3Q nr nr nr 2Q IQ
Rcvestimentoprirruirio 5Q 3Q nr nr 4Q IQ 2Q
nr =nnorccomcndado
SP SM SM,CL MH SP MHUSCS SM SC.ML ML, CH SC SC ML
Correspondencia MH CH
aproximada com A-2 A-4 A-6 A-2 A-6AASHO A-2 A-4 A-S A-7-S A-2 A-4 A-7-S
A-7 A-7 A-7-6
Fig.7 - Graflco de classitlcacao MeT e tabelas suplementares,
94.
\
Solos c Rochas, Sao Paulo, 17, ( I): 31 - 44, Abr., 1994. 41
, ;\ ' ~ "::' ; ' " GODOY, NOGAMI e CARVALHO • '01. ~ ..~ ; ~ .... : . .
subjacentes em 2 perfis (NQ2 e 3),.e.superiOlidadedos solos saprolfticos nos 2 perfis rcstantes, A segunda hierarquizacao, baseada no valordo Jndice deGrupo, que integra a classificacno HRB-AASHO,tambem atribuiequivalencia em2 pcrfise nitidasuperioridadedos solos saprolY :~.f).~' .W~s dois restantes.
Alern disso, em ambos os .criterios tradicionais, considerando as carnadas individualmente,dentre os 3 primeiros, dois sao saprolfticos (urn dosquais 0 primeiro) e dentreos 5 piores,3 sto supcrficiais lateriticos segundo0 criteriodo lndiccde Grupo e segundo USCS.
Segundo a classificacao MCT, as maiores notas sao atribuidas aos solos superficiais latcrfticos(todos com nota 6,7), ao passoque os solos saprolfticos receberam nota baixa, de zero a no maximo1,7. A hierarquiza cao obtida 15 similar it que se obtern levandoem consideracao os valores de suporteMini-CBR cos modules de resiliencia para tensocsbaixas,como referidono caso de aterros.
c) Desempenho em Obras
A pratica rodoviaria tern cornprovado a hierarqulzacao fornecida pela rnetodologia MCT, noque se relaciona 410 usa dos solos dos perfisde granitos e gnaisses, Cabe observar que a metodologiaMCT ainda fornece informacoes adicionais atravesdas propricdades como permeabilidade, cocficicntcde serenoe pcrdade rnassa por imcrsao, que podemdar subsfdios it previsao da crodibilidadc e condicoes hidrol6gicas no campo.
No que se relaciona410 desempenho dos solossaprolfticos de granitosc gnaisses, cabe observar asconstan tes problemas de estabilidadc de taludesoeorridosnos atcrros das auto-cstradas rnais rccentes do Estadode Sao Paulo,como a Castelo Brancoe a Bandcirantes, nos trechos ern que atravcssarnareas de bedrockde granitoau gnaisse, Muitostaludes de aterros da rodovia Castelo Branco tiveramque ser recobertos por camada de argila laterftica.
Os fracassos de pavimentos Ioram muito comuns nas regioes de gnaisses e granilos, pr6ximasit cidade de Sao Paulo, ate que a si tua~ao melhorou com a in t rodu~ao da camada de refon;o dosubleito com solos laterfticos, feita nas auto-estradas mais recentes como, por exemplo, na CasteloBranco e na Bandeirantes.
Cabe observar, entretanto, que as perfisde granitos e gnaisses podem comportar solos S<1prolfticosgranulares, denominados frcqUentementede "~Libros"
que vern sendo muito usados nao sO em camadas derefo~o do subleitoe mesmo de basesde pavimentos,mas tambCm em estradas de terra, como revestimento prim(lfio. Nos perfis estudados, alguns saibros
42
forum constatados, caracterizando-sc pelo rnaior valor de Mini-CBR c rnelhor hierarquizacao pelos procedimentos undicionnis querpcla metodologia MCT(propricdades que levarn frequcnrcmcnte ao grupo .NA', no qual se encaixam as rnisturas cstabilizadasgranulometricarnente tradicionais). .
o desempcnho dos"\ l1i Ji·vV·'·acima considerados nao csta suficientemente consolidado, paisaprcsenta varies problemastecnol6gicos, taiscomo:a) valores rclativamenteclevados do suporteem termos de CBRau Mini-CBR; b) a esses valoresassocia-sc, freqUentemente, baixo m6dulo de resiliencia(portantomuito elasticos) parabaixas tcnsoes c considcravel elevacao desse m6dulo corn a aumcntodas tcnsocs: c) possibilidade de solos de caractcrfsticas intcrmcdiarias, diffceis de serem hierarquizados e, eventual dcgradacao granulometrica com aaplicacao de tcnsocs bern acirna de I kgf/crrr', .
o trabalho pioneiro de Lobo Carneiro (1967)sugere utillzacao tanto do solo latcrft ico como dosotosaproluico de granitoc gnaisscs (eeventualmentedeoutrasrochas sirnilarcs) da rnancira hierarquizada pcla classificacao MCT. Ruiz (1967) que traduzas seus profundos conhccimentos te6ricos sabre pavimentos c expcriencia argentina sobre a usa de solos saprol fticos de granitos (considerados frcquentemente de aproveitabilidadc diffcil) cnfatiza asmalcffcios dos siites frequcntes nos materials considerados,noaurnento de suas propriedadcs resilientes.
6.2 Fator Pedogenetico na Hierarqulzacao
Este fator descrnpcnha papel muito irnpo rtante na hierarquizacao dos solos conside rados,porquanto as melhores tipos, do ponto de vista desuporte, resiliencia c crodibilidadc, sao aquelesque constituem 0 horizonte superficial pedogenctieo, as quais podem ser considerados pedologicarnentc como Iiliados ao grande grupo latcriticoe, alem disso, possuem comportamento laterfticosegundo a classificacao MCT. Contudo , certosdctalhes pedogeneticos poderao confu ndir os menos experimentados, pais dos 4 perfis comparados, 2 sao latossolose 2 podz6licos. Os latossolosnao apresentam nftida superioridade geotccnicaque se podiaesperar.0 fato de as solos podz6licose oulros dislintos dos latossolos terem comportamenta laterftico foi parcialmente considerado peloCommiltee on Tropical Soils of ISSMFE (1985),Theme I, Section 1.2 .
6.3 Fator Rocha Matriz na Hierarquizac;ao
Todosos pcrfis tendo como roeha matrizgranita au gnaisse, deveriam possuir camadas de solossaprolfticos muito similares, porquanto eSS:l') roehas
Solos e Rochas, Sao Paulo. t7. ( I) : 31 - 44. Abr., 1994.
II
\(;
r;
:I
IiII
<:
eI I
I'
S
l'
'1
".,:": _(~~\RACTERIZA<;AO GEOTECNICA DE PERFIS EM SOL(\:) {; r: .!; : : ~ i\NITOS E GNAISSES
or vaIS proMCTgrupoizadas
rsidc, pois.orno:mterassoiencia•connento.tens[uizaom a
1967)10 domenluizaraduzc pale soente:a osonsimtcs.
iporIdos,ta deJeles~enc
logiftieof1ico:rtosme
lara;olosnicalicos::Jrlapelo)85),
gra:olos: has
1994.
apresentam rnuita scrnelhanca na cornposicao rnineralogica e na dimensao dos crisrais constituintcs.Verificou-se, cntretanto, que essessolosvariam basIante, havcndodesdc os tiposbern granulares ate caracteristicarncnte finos. Assim, a porccntagem deareia dos 4 nerfis.cornparados variou de 72 a 36%,na fra~ao:qiJe ;piissa na pcncira de 2 mrn. Gencticamente, os gnaisscs deveriam ser mais hcterogeneos,porem isso nno foi constatado nos resultados deensaio. Tudo indica que 0 grau de intemperismointerfere significativarnente ocasionando hctcrogeneidades nos perfis. A tcxtura da rocha rnatriz, associada com a mineralogia, influi ceriamente nascaracterfsticas dos solos saproliticos , porcm deuma maneira essencialmeruequalitativa: os granitos e gnaisses de textura mais grosscira. lendo cristais grandcs de quartzo c de Icldspatos alcalinos,tern nftida tendencia de originar solos saprolfticosrnais granulares.
6.4 Fator Mineral6gico na Hlerarquiza cao
o Iator mineralogico, por si so, nao explica ahierarquizacao de propricdades e de desempenho dossolos. Quase todos os minernis idcntificados forarnencontrados nos solos representatives das camadasestudadas, como se podeconstatar naFigura I. Verifica-so, apenas, que a gibbsita c a gocthita cstiverarnsemprcprescntes no horizonte lateritico, masesporadicamcnte tarnbern forarn constatadas nos solos dohorizonte saprolftico. Os minerals como quartzo,micase caolinita ocorrem em todas ascamadas. Talvez uma analise quantitativa leve a resultados maissignificativos, poremesseprocedimento e de excqiiibilidade muitodiffcil paraa maioria dos geotecnicos.A1cm disso, muito mais signiticativa do que a presenr;a de detenninados minerais ca sua fonna deocorrencia. Nem scmpreessa fonna de ocorrencia cfacil de serdetcctada, necessitando a confecr;ao de laminasdelgadas como das Folos I e 2 ou a obtenr;flode fotografias de microscopia cletroniea de varreduracom aumentos da ordem de 10.000 vezes.
6,5 Fator Maerofitbrica e Cor
Nos perfisestudados, 0 fatorlaterizar;ao manifestado no horizonte pcdogcnctico c indubitavelmcnte0 maissignificativo paraa hierarquizar;ao geral dossolosconstituintcs dos perfisestudados. Como a core a macrofabriea do horizonte superficial laterfticosao peculiarcs, a constatar;flo da\) mesmas cum fatorextremamente importante. Contudo, a identificar;aodessa macrofabrica peculiar nem semprc csuficiente.
No caso particulardos perfisestudados, a macrofiibrica agregada cuma peculiaridade do horizonte laterftico. Contudo, essa macrofabriea (ou
Solo s c Rocha s. Sao Paulo , 17. (I): 3 1 - 44 , Abr., 1994.
mesmo a -microfabrica) tarnbem pode ocorrer emsolos nao laterfticos. E nesses casos a caracterizar;ao morfologica deve ser aeompanhadade deterrninacso do tipo de forcas atuanres (portantodasua estrutura) entreas seus constituintes.
A ,~.~ :~ t,').l7,! I~~m nao permite urna ideniificacaoincqufvoca <:10 solo de comportarncnto latcrftico,porquanto muitos solos de comportamento naolatcrftico podem aprcscntar cores vcrmclhas e arnarelas, e solosde comportamento lareritico podemserbrancos ou cinzentos. Em situacocs como essas, adtivida devc ser dirimida mediante ensaios gcotecnieos apropriados que sejam sensiveis anaturezadas forcas que atuam nas suas Iabricas pcculiares.Cabc obscrvar que muitos ensaios da metodologiaMCT, como a perda de massa par imersao e adefonnabilidade na compactacao Mini-MCV, acusam as cfcitos dcssas Iorcas,
6.6 Fator Granulometria
o furor granulometria, sobretudoda Iracaoargila, num mesmo perfil, aprescntou pcculiaridadesnssociadas ao processode laterizacao e de internpcrismo, Assim,num mesmoperfil, a porcentagcm deargila, apos defloculadn. csignificativarnentc superior em rclacao aos saprolfticos. Entretanto, issopode scr umapeculiaridadc da rocha matrizgranftica ou gnaissica. A floculacao c uma caracterfsticados solos de comportarnento latcruico, porern naosc pode garantir que urn solo saprolftico tambernpossa ter eventualmente cssa caractcrfstica.
6.7 Fatores Diversos
Numerosas oulros fatores poderiam ser considerados, mas acredila-se que sejam muila menosimportantes do que as acima tralados.
7. CONCLUSOES
7.1 As hicrarquizar;ocs lradicionais de urn lado.e deoutro lado a hieraquizu<;ao segundo a cIassificu<;aoMCT,os resultadosde ensaiosde suportee de resiliencia e 0 desempenho de aterrose subleitosde treehos rodovi{uios sao nitidamenle opostos, quandosecompamas solos de 4 perl1s associadosa granilOs egnaisses. Issovern refor<;ar as limita<;ocs dosprocedimentos tradicionais para a finalidade em visla(Nogami e Villibor, 1982; 1991)e maiorconfiabilidade da cIassifiea<;ao MCT e/ou dados laboratoriaisobtidoscom usodessa metodologia.
7.2 A fabriea, a genese e a mineraIogia relacionam-scde uma maneim complexa com uma hierarquiza<;i'iogeotccnica mais realfstica das amostras esludadas.
43
GODOY:Kt« ': ~E c CARVALIIO • ~ • I ~
~ ..;'. ~ ! :.(:,
REFERENCIAS
AGRADECIMENTOS
Este trabalho Ioi desenvolvido com 0 apoioda FAPESP, CAPES, Institute de Gcociencias daUSP e Escola Politecnica da USP, as quais os autores agradcccm.
CARNEIRO, F.B. LOBO. Construcao de Rodoviasem Solos Residuals do Complexo CristalinoBrasileiro.Publ. 183-G1Pv-66-04. Instituto dePesquisas Rodoviarias. Rio de Janeiro, 1966.
DER-SP. Caracterizacao Expedita de Solos e Rochas, M-I06 -71 t. Departamento de Estradasde Rodagem do Estado de Sao Paulo. Assessoria de Projctos. Sao Paulo, 1971.
7.4 As hierarqulzacoes Ioram Icitaspara solos compactados em condicocs geralmente exigidas pclasnonnas vigentes internacionalmcntc para obras viarias. Reconhece-se a neccssidadc futura de descnvolver uma hicrarquizacao apropriadapara solos emsuas condicocs naturals. se bern que alguma informacae possa ser obiida considerando os resultadosja disponlveis, de numerosossolos cnsaiados segundo a rnetodologia MCT e as respectivas origens pcdologicas e geol6gicas.
Conseqiientemente, so em alguns cases, resultantcs FORTES,R.M.,NOOAMI,1.S. Metodo Expeditedede combinacaoparticular de algumas dcssascarne- Identificacao doGrupo Mer deSolosTropicaistcrfsticas, sao suficientes para cscolha das camadas Utilizando-sc Aneis de PVC Rfgido. In: 2S"associadas a perfis de granites e gnaisses. Isso evi- Reuniao Anual de Pavimentacao - Sao Pau-dencia a vantagem do uso da classiflcacao MCT 10, p. 591-604. ABPv,Rio de Janeiro, 1991.
"j.r ;}?:para a Iinalidadcem vista. . .'.';;; 'i"\"~'~' r-GODO~, H: de Caracterfsticas GeoI6gica,~. ~ J?~~" ". . ' . . otecmcas dos Produtos de A1tenl(;ao' ·~j o.l · · !·
7.3 Indubitavelmente, a aparentc complexidadc e em- Granitos e Gnaisses nos Arredores da Ci-pirismodos ensaiosenvolvidos paraobtencao de da- dade de Sao Paulo. Disscrtacao de mestrado.dos de ensaios necessaries a obtencao da c1assifica- Programade Pos-Graduacao em Geoqufrnicac;ao Mer dos solos tern sido 0 maior obstaculo ao c Gcotectonica. Institute de Geociencias dascu uso para finalidadcs nao viarias, Contudo, 0 de- USP. Sao Paulo, 1992.scnvolvimento reccntede urnmetodovisual-tactil ex- LILLI, F.J., BARRIENTOS, R.R. Tramos Experi-peditoperrnitira a idcntificacao dos gruposMer com mentales de Bases Construidas con Granitomenor custo e, rnais rapidarnente do que os procedi- Desintcgrado. 52Concursode TrabajosVialcs,mentos tradicionais disponiveis, cuja confiabilidade Publicaci6n 36, Direcci6n de Vialidad, Pro-pniticaediscutivcl,quandosc consideram os solostro- vincia de BuenosAires, La Plata.15/107. 1963.picais. Os resultados apresentados na Tabela2 com- NOOAMI ,- 1.S. Classificacao e Tcrminologia paraprovama efetividade do rnetodo expedite considcra- Macrocstrutura de Solos. In: II Semana Pau-do, mesmo para as solos saproliticos com elevada lista de Geologia Aplicada . v, I, p. 55-67.porcentagcm de frac;ao retidana peneirade 0,42 mm, APGA (antec. da ABGA). Sao Paulo, 1970.
NOOAMI, 1.S., VILLIBOR, D.F. Algumas Compamcoes Entre Uma Nova Classificacao de Solos e as Tradicionais. In: Congr. Bras. Mec.Solos e Eng. Fund., 7, v. 5, p. 160-173,Olinda/Recife, 1982.
NOOAMI, 1.S., VILLIBOR, D.F. Idcntificacao TecnoI6gica de Solos Tropicais pcla MetodologiaMCT. In: Congo Bras. GeoI. Eng., 6, COBRAMSEF,9, Salvador, V. 2,p . 281-287,1990.
NOOAMI,l.S.,VILLIBOR,D.F. Utilizacaoda Metodologia MCT de Ensaios em OrganizacocsNao Especializadas em Pavimcntacao, In: 2S!Reuniao Anual de Pavirnentacao - S.Paulo.v. I, p. 58-84, 1991.
NOOAMI, J.S.,VILLIBOR, D.F. The Problem ofClassification of Soils Usedas Road Construetion Materials in Tropical Areas. In: International IAEG Congress.S, Buenos Aires, 5.4.7,p. 1663-1669. Balkcrna/Rotterdam, 1986.
RUIZ. C. L.; Interpretacion y Medida de la Compressibilidad Elastica de las Sobrasantcs y suRelacion com el Comportamiento de los Pavimentos Asfalticos. Instituto de PesquisasRodoviarias. Notas de Aulas, Curso de Pavimentado. PortoAlegre, 1967.
VARGAS, M. Introducao it Mecanica dos Solos.Editora USP/McGraw-Hill. Sao Paulo, 1977.
Reccbido em 13/08/93 ,Aceila\ao final em 2t/Cf}/93.
Dlscu ssoes abertas ate 30 /06194.
44 Solos c Rochas. Sao Paulo, t7 , (t): 31 - 44. Abr.. 1994.