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  • 8/3/2019 Expectativas da Quercus e da CAN para Durban

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    Expectativas para Durban

    A Rede de Aco Climtica (CAN, da sigla em ingls) a maior rede mundial da sociedade civil, com

    700 organizaes em 90 pases, que trabalham em conjunto para lidar com a crise climtica. A

    Quercus membro da CAN Internacional fazendo parte do ncleo regional da Europa, a CAN

    Europa.

    A Conferncia das Partes realizada em Cancn em Dezembro do ano passado foi um sucesso modesto e

    enterrou o fantasma do falhano de Copenhaga. Contudo, os Acordos de Cancn adiaram matriasimportantes que sustentam o sucesso, ou no, dos esforos para combater alteraes climticascatastrficas.

    Os Acordos de Cancn oferecem oportunidades reais para fazer avanar a cooperao global na adaptao,nas florestas, no financiamento climtico e na transferncia de tecnologia. Se todas as oportunidadesdescritas nos Acordos de Cancn forem utilizadas, e as Partes seguirem os prximos passos lgicos, possvel que a COP 17 em Durban possa lanar as bases para um regime climtico global justo, ambicioso evinculativo.

    Se isto no acontecer, se em vez disso houver um atraso e falta de ambio, corremos o risco de perder a

    oportunidade de manter o aquecimento global abaixo de um aumento de 1,5 Clsius (em relao temperatura na era pr-industrial) e teremos de enfrentar as consequncias pela perda de vidas, decrescimento econmico e de biodiversidade. Sem a adequada mitigao, financiamento, tecnologia, ecapacitao, teremos de aceitar que as comunidades mais pobres e os pases que j esto a sentir osefeitos das mudanas climticas iro ter as suas casas e meios de subsistncia destrudos.

    por isto que a Quercus/CAN acreditam que um compromisso ou um acordo de reduzida ambio no uma opo para Durban, e a razo pela qual colocmos uma fasquia alta mas exequvel para a COP 17. Aspartes podem enfrentar este desafio histrico com novos nveis de solidariedade e parcerias e evitar apresso desta realidade climtica, tomando os seguintes passos.

    Encerrar o fosso de giga toneladas de CO2

    Em Durban, os pases desenvolvidos devem fixar objectivos em linha com os Acordos de Cancn, depelo menos 25 a 40% de reduo de gases de efeito de estufa (GEE) at 2020, com base nasemisses de 1990, como patamar base, e acordar com um processo de aumentar o seu nvel deambio para mais de 40%, para ser adoptado na COP18/CMP8. Esta deciso faz parte de umaviso justa e partilhada para manter o aumento da temperatura global abaixo dos 2C, e manterem aberto o caminho para ficar abaixo dos 1,5C.

    At Durban todos os pases desenvolvidos devem deslocar para o topo as seus ofertas actuais dereduo de emisses e mostrar como os seus objectivos so consistentes com a descarbonizao

    das economias at 2050. Quando os seus objectivos forem menores de 40% em 2020 devemindicar qual o outro pas desenvolvido que compensar as suas fracas redues, fazendo cortesmais elevados.

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    As lacunas existentes devem ser eliminadas para assegurar que pases desenvolvidos alcanam osseus objectivos de reduo honestamente, incluindo:

    o Regras para o sector de Uso do Solo, Alteraes do Uso do Solo e Floresta (LULUCF, na siglaem ingls) devem aumentar a responsabilizao e nvel de ambio dos pasesdesenvolvidos para que este sector contribua para uma efectiva reduo de emisses.

    o Regras de mecanismo de mercado que tenham em conta a integridade ambiental, evitem adupla contabilizao e reforcem a capacidade de transformar as economias.

    o Regras que minimizem os danos do acesso s Unidades de Quantidade Atribuda (da siglaem ingls, AAUs) (excedentes de direitos de emisso em alguns pases desenvolvidos).

    Em Durban as partes devem acordar as regras para um registo cruzado que ligue as aces demitigao em pases em desenvolvimento que tm apoio, com uma listagem em separado dasaces de mitigao nestes mesmos pases mas sem apoio.

    A COP de Durban deve assegurar que est disponvel o financiamento adequado, previsvel esustentvel para o programa REDD+ (Reduo de Emisses da Desflorestao e DegradaoFlorestal, na sigla em ingls), para que sejam conseguidas as substanciais redues necessrias,num intervalo entre 15 e 35 mil milhes de dlares por ano at 2020. A COP deve tambm decidirqual a orientao sobre os nveis de referncia, medio, reporte e verificao do carbono, bem

    como sobre sistemas de informao para a salvaguarda com base em recomendaes feitas peloSBSTA (rgo Subsidirio da Conveno para a Cincia e Tecnologia, na sigla em ingls). Estaorientao necessria para maximizar a eficcia do REDD + e informar os correntes esforos decapacitao.

    Os governos devem concordar, de forma rpida, e reduzir fortemente o uso de HFCs(hidrofluorcarbonetos), em estreita colaborao com a UNFCCC (Conveno Quadro das NaesUnidas sobre Alteraes Climticas) e o Protocolo de Montreal, a fim de reduzir imediatamente asemisses destes super gases de efeito de estufa.

    Os governos devem acordar no pico de emisses em 2015 e na reduo global de emisses empelo menos 80% at 2050, em relao a 1990, dentro de uma abordagem de equidade e partilhadeste esforo.

    Garantir um segundo perodo de compromisso do Protocolo de Quioto, e assim preservar o nicoinstrumento juridicamente vinculativo com metas de reduo de emisses e prazos.

    A arquitectura do Protocolo de Quioto fundamental para garantir que os compromissos demitigao so juridicamente vinculativos e tm integridade ambiental.

    Garantir um mandato para negociar um instrumento juridicamente vinculativo no mbito da Aco de

    Cooperao a Longo Prazo (LCA, na sigla em ingls) a adoptar o mais tardar em 2015 e que deve entrar emvigor no final do segundo perodo de compromisso do Protocolo de Quioto.

    At 2015, o mais tardar, os compromissos e aces de todas as partes, respeitando os princpios edisposies da Conveno, devem ser inscritos no instrumento juridicamente vinculativo. Estes

    instrumentos tanto podem ser o Protocolo de Quioto e um protocolo paralelo, ou um novoprotocolo nico com base na arquitectura de Quioto. A questo fundamental que oscompromissos e aces devem ser inscritos num tratado de algum tipo que resulte num regimeglobal juridicamente vinculativo.

    Estabelecer uma via negocial para obter financiamento adequado para o novo Fundo Climtico Verde, apartir de 2013.

    Acordar com a necessidade de mobilizar financiamento adequado a partir de 2013, incluindocompromissos de financiamento pblico, entre 2013 e 2015, provenientes de fontes especficas.Decidir um programa de trabalho sobre a mobilizao de financiamento pblico a longo prazoadequado, a partir de uma variedade de fontes. Este acordo deve incluir um escalonamento das

    contribuies oramentadas pelos pases desenvolvidos e fontes complementares inovadoras definanciamento pblico, tais como mecanismos nos sectores martimos e de aviao, um novoimposto sobre as transaces financeiras e uso dos Direitos Especiais de Saque.

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    Decidir desenvolver mecanismos para a reduo das emisses de transporte internacional deaviao e martimo (bunkers), de forma a gerar financiamento para os pases em

    desenvolvimento enquanto se reduz emisses, e estipulando responsabilidades comuns masdiferenciadas, garantindo a no incidncia lquida ou peso sobre os pases em desenvolvimento,por meio de um desconto ou outro mecanismo.

    Avanar e concordar com as modalidades e directrizes para os Planos Nacionais de Adaptao (NAPs, nasigla em ingls) que devem ser dirigidos a cada pas, incluir e integrar as sensibilidades de gnero, cujaelaborao deve ser participativa e totalmente transparente, levando em considerao os gruposvulnerveis, as comunidades e os ecossistemas. Estes Planos devem ainda ser flexveis para se adaptarem acircunstncias nacionais e deve ser garantido apoio para a sua implementao.

    Acordar outras actividades no mbito do programa de trabalho sobre perdas e danos e estabelecer ummandato claro para prosseguir os trabalhos, para uma deciso na COP 18, sobre um programa de acespara a reduo de desastres e gesto de riscos, o estabelecimento de um mecanismo internacional deseguro de risco climtico e um mecanismo de reabilitao para lidar com as perdas e danos climticos delongo prazo.

    Estabelecer instituies para a adaptao, financiamento, tecnologia e capacitao com regras bem

    definidas que garantam servir os pases em desenvolvimento e com capacidade real de agir no terreno.

    Tomar decises polticas chave em Durban sobre a natureza e forma do Fundo Climtico Verde,incluindo a nomeao do Comit Executivo, a modalidade para uma significativa participao dasociedade civil, o estabelecimento de financiamento temtico e o regime de acesso,

    Chegar a acordo, em Durban, sobre as funes do Comit Permanente, para garantir que omecanismo financeiro da Conveno funciona efectivamente sob a COP e para melhorar acoordenao entre as instituies envolvidas no financiamento climtico dentro e fora daUNFCCC,

    Discutir e estabelecer uma definio para que Durban possa acordar com uma estrutura, funes,componentes, localizaes e um plano de trabalho de um Centro Tecnolgico Climtico, que devefuncionar em rede com outros centros,

    Estabelecer um rgo Coordenador de Capacitao com recursos e mandato adequados paraprojectar um arranque rpido de programas de capacitao,

    Acordar com a composio e modalidade do Comit de Adaptao, incluindo o acesso significativode observadores e participao, de forma a estar operacional em 2012.

    Construir um sistema robusto de medio, comunicao e verificao (MRV, na sigla em ingls).

    Adoptar directrizes e calendrios bienais que so cruciais para a reviso entre 2013-2015, bemcomo os procedimentos para a Avaliao e Reviso Internacional (IAR, na sigla em ingls) no casodos pases desenvolvidos e, para a Consulta e Anlise Internacional (ICA, na sigla em ingls) no caso

    dos pases em desenvolvimento. Estabelecer uma forma comum de comunicao sobre financiamento e garantir que o Protocolo de

    Quioto com as regras MRV continua por um segundo perodo de compromisso, que dever servircomo base de comparao do sistema MRV entre pases desenvolvidos.

    Estabelecer disposies para o acesso e participao pblica a todos os processos de MRV,especialmente os de IAR e os de ICA.

    Adoptar orientaes para a salvaguarda da monitorizao e implementao do programa REDD+,bem como para a salvaguarda global do Fundo Verde Climtico.