exemplos para reles tabela ansi
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
Programa de Ps-Graduao em Metrologia Cientfica e Industrial
DETECO DE FALTA TERRA NO SERVIO AUXILIAR EM CORRENTE CONTNUA DAS SUBESTAES DE
ENERGIA ELTRICA
Dissertao submetida Universidade Federal de Santa Catarina para obteno do grau de Mestre em Metrologia
Autor: Fbio Ornellas de Arajo, Eng.
Orientador: Prof. Hari Bruno Mohr, Dr. Eng.
Florianpolis
Santa Catarina BRASIL
setembro 2004
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DETECO DE FALTA TERRA NO SERVIO AUXILIAR EM CORRENTE CONTNUA DAS SUBESTAES DE
ENERGIA ELTRICA
Fbio Ornellas de Arajo
Esta dissertao foi julgada adequada para a obteno do ttulo
de
MESTRE EM METROLOGIA
e aprovada na sua forma final pelo
Programa de Ps-Graduao em Metrologia Cientfica e Industrial
______________________________________
Prof. Hari Bruno Mohr, Dr. Eng. ORIENTADOR
______________________________________
Prof. Marco Antnio Martins Cavaco, Ph. D. COORDENADOR DO PROGRAMA DE PS-GRADUAO
BANCA EXAMINADORA
______________________________
Marco Antonio Martins Cavaco, Ph. D
______________________________
Celso Luiz Nickel Veiga, Dr. Eng.
_____________________________
Jacqueline Gisele Rolim, Dr. Eng.
______________________________
Antnio Carlos Zimmermann, Dr. Eng.
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Aos meus pais
Jos Helson de Arajo
Shyrlei Maria de Ornellas Arajo
e irms
Fabola e Fiorella
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AGRADECIMENTOS
A concretizao deste trabalho apenas foi possvel graas contribuio de
algumas instituies e pessoas, s quais expresso meus sinceros
agradecimentos:
Aos meus familiares; Ao Programa de Ps-Graduao em Metrologia Cientfica e Industrial; Aos professores Hari Bruno Mohr, Armando Albertazzi Gonalves Jr.,
Carlos Alberto Flesch, Gustavo Donatelli e Marco Antnio Martins Cavaco;
Aos colaboradores da Eletrosul S.A., em especial aos laboratrios: o Proteo - LAPRO: Luiz Cludio, Alberto, Adenilson, Joo Batista,
Joo Lessa e Luis Renato;
o Manuteno de Palhoa - SMPAL: Gerd, Allan, Eduardo, Luis Otvio, Jesus, Gilmar, Dagoberto, Charles, Amorin, Mello e Evaldo;
o Metrologia Eltrica - LAMEE: Dalvir, Celso Nazrio, Dariel e Sandro Peixoto.
Aos colaboradores da Fundao CERTI; Ao bolsista Rodrigo Luiz Viselli; secretria Rosana Magali Vieira; Ao INEP-UFSC; Colegas do Curso de Ps-Graduao; Aos amigos: Karin Trugillo May, Gustavo Rodrigues, Luiz Henrique Spiller,
Andra Cristina Konrath, Fabrcio Kessler, Silvia Abarca, Gilberto Assen,
Sandro Waltrich, Sandro Figueiredo, Antonio Carlos Xavier, Marly Faust e
Jorge Luis Alves.
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"Cogito, ergo sum"
("Penso, logo existo)
Ren Descartes
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RESUMO
O melhor desempenho operacional de uma subestao est condicionado
necessidade de se evitar a interrupo na alimentao das cargas permanentes,
referentes medio, controle e proteo do sistema eltrico as quais esto
alimentadas pelo servio auxiliar em corrente contnua (CC). O desempenho
deste sistema influi diretamente na qualidade do Sistema Integrado Nacional (SIN)
de transmisso de energia eltrica.
Neste sistema, os equipamentos de proteo so os responsveis por
receber as informaes das grandezas eltricas do sistema, em tempo real, e
atuar nas ocorrncias das condies anormais. Esto associados os dispositivos
necessrios para detectar, localizar e comandar a eliminao de uma ocorrncia
no sistema de transmisso. Equipamentos como rels e transformadores para
instrumentao atuam sobre elementos chaveadores que isolam os trechos
defeituosos do sistema eltrico. Isso evita o agravamento dos danos aos
principais equipamentos como transformadores, barramentos e linhas de
transmisso.
Predominantemente integram o sistema de alimentao CC: os
retificadores alimentados pelo prprio sistema de transmisso e os bancos de
baterias, responsveis por manter a confiabilidade da operao dos dispositivos
de proteo (sinalizaes e alarmes) durante interrupo do servio local. Por ser
um sistema no aterrado, qualquer contato indesejvel de um de seus plos com
terra (falta terra), deve ser imediatamente identificado e isolado, pois, caso a
outra polaridade tambm venha terra, fecha-se um curto-circuito da fonte CC,
via terra.
Assim, o objetivo deste trabalho analisar este problema e detectar o
circuito sob defeito de falta em CC terra atravs da metrologia, em vista da atual
necessidade no sistema eltrico brasileiro, mostrando o funcionamento dos atuais
mtodos utilizados, propondo ainda uma nova soluo.
Palavras-chave: Proteo Eltrica, Servio Auxiliar, Falta Terra, Medio no-
Invasiva, Corrente de Falta.
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ABSTRACT
The best operational performance of a sub-station is conditioned to the
necessity of avoiding the steady-state load feed interruption, referred to
measurement, control and protection of the electrical system; which are fed by the
auxiliary service in direct current (DC). The performance of this system influences
directly on the National Integrated System (NIS) of electrical transmission.
In this system, the protection equipment is responsible for receiving the
information of the electrical system parameters, in real time, and to act on the
occurrences of the fault conditions. It is associated to necessary devices to detect,
localize and command the elimination of the transmission system occurrence.
Equipment as relays and transformers for instrumentation acts on switchers that
isolate the electrical system defected paths. This avoids aggravating damages to
the main equipment as transformers, buses and transmission line.
It predominantly integrates the DC feed system: the fed rectifiers by the
transmission system itself and the battery banks responsible for maintaining the
protection device operation reliability (signalization and alarms) during local
service interruption. For being a non-grounded system any undesirable contact of
one of its poles with the ground (fault to ground) must be immediately identified
and isolated, as in case of other polarity comes to ground, it is closed a short-
circuit of the DC source, via ground.
Thus, the objective of this work is to analyze this problem and to detect the
circuit under missing defect in DC to earth through the metrology since the present
necessity in Brazilian electrical system, showing the functioning of the present
methods used, proposing still a new solution.
Key-words: Electrical Protection; Auxiliary Service; Fault to Ground; Non-
invasive measurement; Fault Current.
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NDICE ANALTICO
CAPTULO 1 INTRODUO ________________________________________ 1
1.1 Identificao do Problema ______________________________________ 2
1.2 Proposta do Trabalho _________________________________________ 3
1.3 Estrutura da Dissertao_______________________________________ 4
CAPTULO 2 CENRIO DO SISTEMA DE SERVIO AUXILIAR ____________ 6
2.1 Caractersticas_______________________________________________ 6
2.1.1 Cargas _________________________________________________ 7
2.1.2 Nveis das Tenses _______________________________________ 8
2.2 Configurao ________________________________________________ 9
2.3 Sistema de Mdia Tenso_____________________________________ 11
2.4 Sistema de Baixa Tenso _____________________________________ 13
2.4.1 Sistema 480V___________________________________________ 13
2.4.2 Sistema 220 V/127 V _____________________________________ 15
2.5 Sistema em Corrente Contnua_________________________________ 17
2.5.1 Operao do Sistema_____________________________________ 19
2.5.2 Medio e Sinalizao ____________________________________ 20
CAPTULO 3 SINALIZACES E IDENTIFICAO DAS FALTAS EM
CORRENTE CONTNUA___________________________________________ 22
3.1 Sistemas de Sinalizao ______________________________________ 22
3.1.1 Lmpadas______________________________________________ 23
3.1.2 Porcentagem de Falta ____________________________________ 24
3.1.3 Rel de Proteo ________________________________________ 25 3.1.3.1 Ensaio do Rel de Proteo ________________________________________ 28 3.1.3.2 Ensaio do Rel___________________________________________________ 29 3.1.3.3 Avaliao da Incerteza de Medio ___________________________________ 31
3.2 Procedimentos de Identificao ________________________________ 34
3.2.1 Desligamento dos Disjuntores ______________________________ 34
3.2.2 Utilizao de Fonte Externa ________________________________ 36
3.2.3 Fugmetro _____________________________________________ 37
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CAPTULO 4 TCNICAS DE LOCALIZAO DO PONTO DE FALTA NO CABO
DE ALIMENTAO ______________________________________________ 39
4.1 Reflectometria no Domnio do Tempo - TDR ______________________ 39
4.2 Reflectometria no Domnio da Frequncia - FDR ___________________ 44
4.3 Mtodo das Pontes __________________________________________ 46
CAPTULO 5 DETERMINAO DA RESISTNCIA DE FALTA NA
SUBESTAO __________________________________________________ 50
5.1 Circuito de Proteo _________________________________________ 50
5.2 Falta Positiva Terra ________________________________________ 54
5.3 Comprovao Prtica ________________________________________ 58
5.4 Concluso Prtica ___________________________________________ 66
CAPTULO 6 TCNICA DE DETECO NO-INVASIVA ________________ 67
6.1 Descrio da Tcnica ________________________________________ 67
6.2 Estudo de Caso em Subestao da Eletrosul______________________ 70
6.2.1 Medio da Falta Utilizando a Garra de Corrente _______________ 71
6.2.2 Descrio da Causa da Falta terra _________________________ 73
6.2.3 Efeitos da Manuteno da Situao de Caso __________________ 77
CAPTULO 7 CONSIDERAES FINAIS E OPORTUNIDADES FUTURAS __ 78
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS __________________________________ 81
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NDICE DE FIGURAS
Figura 1: Configurao do Servio Auxiliar ...........................................................10
Figura 2: Alimentao no Sistema de Mdia Tenso ............................................11
Figura 3: Alimentao no Sistema de Mdia Tenso ............................................12
Figura 4: Medio do Sistema de Mdia Tenso (diagrama unifilar) ....................13
Figura 5: Sistema de Baixa Tenso em 480 V ......................................................14
Figura 6: Configurao do Sistema de Baixa Tenso em 220 V/127 V.................16
Figura 7: Sistema em corrente contnua encontrado nas subestaes.................18
Figura 8: Condies normais do circuito de superviso ........................................23
Figura 9: Aterramento franco no plo negativo .....................................................24
Figura 10: Diagrama esquemtico do MTX-C e sua curva de atuao .................26
Figura 11: Diagrama esquemtico do ensaio do rel ............................................29
Figura 12: Visualizao do experimento................................................................30
Figura 13: Exemplo dos circuitos auxiliares de uma subestao (72 circuitos).....35
Figura 14: Circuitos sob falta: alimentado pela barra com disjuntor fechado e outro
circuito alimentado por fonte externa com disjuntor em aberto .............................36
Figura 15: Falta positivo terra.............................................................................37
Figura 16: Falta negativo terra ...........................................................................37
Figura 17: Esquema eltrico do Fugmetro ..........................................................38
Figura 18: Vistas lateral e frontal do Fugmetro....................................................38
Figura 19: Onda gerada e refletida entre TDR e o condutor eltrico.....................40
Figura 20: Posicionamento do gerador de sinal (TDR) e do osciloscpio .............41
Figura 21: Tipos de ondas refletidas entre TDR e o condutor eltrico avariado....42
Figura 22: O impulso incidente gerado no ponto E monitorizado por um
osciloscpio nesse mesmo ponto..........................................................................43
Figura 23: FDR - Onda Incidente, Onda Refletida e observao da onda
estacionria na tcnica de medida ........................................................................45
Figura 24: FDR - Variao da estacionaridade com a freqncia .........................46
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x
Figura 25: FDR - Formao da Onda Estacionria ...............................................46
Figura 26: Configurao Bsica da Ponte de Wheatstone....................................47
Figura 27: Aplicao do Ponte de Murray Loop ....................................................48
Figura 28: Sistema de proteo de falta terra (sem ocorrncia de falta)............51
Figura 29: Painel proteo do servio auxiliar comumente usado nas subestaes
eltricas.................................................................................................................52
Figura 30: Circuito equivalente da proteo da SE-PAL totalmente isolado .........53
Figura 31: Transitrio da proteo na ocorrncia de positiva terra ...................54
Figura 32: Circuito equivalente da proteo no instante de uma falta positiva......55
Figura 33: Sistema de proteo no instante estvel da ocorrncia de uma falta
positiva terra.......................................................................................................56
Figura 34: Circuito equivalente da proteo no instante de uma falta positiva......57
Figura 35: Vista dos painis de proteo e da conexo da fonte ao rel ..............59
Figura 36: Conexo bobina do rel ....................................................................60
Figura 37: Medio da corrente de falta terra por garra de corrente ..................68
Figura 38: Falta terra pelo plo positivo do equipamento...................................69
Figura 39: AC/DC Probe Current - modelo 1146A da Agilent................................71
Figura 40: Medies dos desbalanos de correntes dos 25 circuitos ...................72
Figura 41: Transformador 3 da Subestao Florianpolis.....................................74
Figura 42: Vista do topo do Transformador...........................................................75
Figura 43: Vista das Caixas de Passagem............................................................75
Figura 44: Vista interior da caixa (detalhe marca do nvel de gua)......................76
Figura 45: Vista interior da caixa (detalhe do eletroduto) ......................................76
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NDICE DE TABELAS
Tabela 1: Variaes permissveis das tenses auxiliares das subestaes............9
Tabela 2: Caractersticas do rel detector de fuga MTX-C da WARD...................27
Tabela 3: Resultado da calibrao da dcada resistiva, pela RBC .......................32
Tabela 4: Balano de Incertezas da Medio de atuao do rel .........................33
Tabela 5: Valores do ensaio de resposta do rel ..................................................61
Tabela 6: Valores de Corrente de falta nos circuitos da SE-FLO..........................73
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LISTA DE SIGLAS
ABNT Associao Brasileira de Normas Tcnicas
ASA American Standard Association
ANSI American National Standards Institute
BR Boto de Rearme
CA Corrente Alternada
CC Corrente Contnua
DROP-OUT Desligamento
FDR Reflectometro no Domnio da Freqncia
INMETRO Instituto Nacional de Metrologia, Normalizao e Qualidade
Industrial
IM Indicao da Medio
RM Resultado da Medio
LED Diodo Emissor de Luz
NA Normalmente Aberto
NF Normalmente Fechado
PESE Pedido de Servio
PICK-UP Atuao
PM Processo de Medio
RBC Rede Brasileira de Calibrao
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SAGE Sistema de Gerenciamento da Subestao
SE-FLO Subestao de Florianpolis
SE-ITJ Subestao de Itaja
SE-PAL Subestao de Palhoa
SIN Sistema Integrado Nacional
TD Tendncia
TDR Reflectometro no Domnio do Tempo
TP Transformador de Potencial
U95% Incerteza Expandida
VIM Vocabulrio Internacional da Metrologia
Vca Tenso Alternada
Vcc Tenso Contnua
VOP Velocidade de Propagao do meio Condutor
Vpick-up Tenso de Pick-up
Vdrop-out Tenso de Drop-out
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CAPTULO 1
INTRODUO
A necessidade de manter constante, sem interrupo, o sistema de
proteo nas subestaes eltricas alimentado em Corrente Contnua est
diretamente ligada s exigncias de qualidade da Transmisso de Energia
Eltrica.
O sistema de proteo recebe as informaes das grandezas do sistema
eltrico em tempo real e atua sempre que condies anormais ocorrem. A este
sistema de proteo esto associados dispositivos responsveis por detectar,
localizar e comandar a eliminao de um curto-circuito. Os principais
equipamentos de proteo, rels e transformadores para instrumentao, atuam
sobre equipamentos chaveadores, tais como disjuntores e seccionadoras
motorizadas. Estes equipamentos isolam os trechos defeituosos do sistema
eltrico, evitando o agravamento dos danos aos equipamentos principais, como
transformadores, barramentos e linhas de distribuio.
Como parte do sistema de alimentao CC tm-se os retificadores
alimentados pelo prprio sistema de transmisso e os bancos de baterias,
responsveis por manter a confiabilidade da operao dos dispositivos de
proteo (sinalizaes, alarmes e iluminao de emergncia) durante a
interrupo do servio local.
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Por ser um sistema no aterrado, a ocorrncia de qualquer contato
indesejvel de um de seus plos com a terra (falta terra), deve ser
imediatamente identificada e isolada, pois, caso a outra polaridade tambm venha
terra, fecha-se um curto-circuito da fonte CC, via terra. Atualmente estas faltas
so supervisionadas por meio de lmpadas e alarmes sonoros, somente
indicando qual das polaridades foi terra, sem indicao do circuito de corrente
contnua com problema.
Buscando maior agilidade na manuteno da alimentao em corrente
contnua das subestaes de energia eltrica pelo advento de uma falta terra, a
empresa ELETROSUL S.A. ofereceu este tema como proposta de pesquisa
computada em seu banco de idias. Sendo assim, este trabalho trata dos atuais
procedimentos de deteco de falta terra, bem como dos tipos de deteco de
falta terra nos sistemas de alimentao em corrente contnua.
O objetivo deste trabalho analisar o problema a fim de identificar o
circuito sob falta terra atravs da metrologia, em vista da atual necessidade no
sistema eltrico brasileiro [1]. Busca-se mostrar os atuais mtodos utilizados e
tratar dos diagnsticos levantado nas ocorrncias destas faltas com proposta de
soluo, com ou sem a necessidade do desligamento temporrio da proteo.
Com isso espera-se minimizar o atual tempo de manuteno deste tipo de falta.
1.1 IDENTIFICAO DO PROBLEMA
A falta de informao gerada pelos atuais detectores de falta terra, hoje
utilizados, torna este trabalho uma importante iniciativa para melhorar o atual
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problema de faltas em cabos e/ou equipamentos, dada a necessidade de manter
as cargas permanentes encontradas nas subestaes.
Das constantes ocorrncias [1] verificadas em subestaes, causadas pela
desenergizao do sistema auxiliar CC, as que desencadeiam sucessivos
desligamentos e geram, dessa forma, corte da transmisso e gerao da energia
eltrica, serviram como motivao para a elaborao deste trabalho.
Baseado nestes fatos, relatrios de ocorrncia [1] recomendam, em anlise
final, a avaliao dos atuais mtodos de deteco de falta terra e a necessidade
de se desenvolver uma nova metodologia e/ou instrumento de medio, que
facilite a investigao de falta de corrente terra com maior agilidade e
segurana.
1.2 PROPOSTA DO TRABALHO
Identificadas as necessidades do setor eltrico de transmisso, atravs de
relatrios de ocorrncia, este trabalho procura ilustrar o atual sistema de servio
auxiliar em corrente contnua e seus variados tipos de detectores de falta terra.
Alm de tratar do tema do sistema de alimentao por retificador / banco
de baterias, este trabalho prope uma nova forma de medir esta falta, de modo a
trazer mais informaes operao do sistema e com isso produzir como
resultados a agilidade e segurana, de modo prtico, na soluo deste problema.
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4
1.3 ESTRUTURA DA DISSERTAO
Em se tratando de um estudo de metrologia eltrica, este trabalho
iniciado com uma viso do sistema auxiliar de corrente contnua e sua localizao
dentro das subestaes de transmisso de energia eltrica. Esta viso aparece no
captulo 2.
O captulo 3 traz uma explanao sobre o servio auxiliar em corrente
contnua, explicando seus funcionamentos, os tipos de deteco de faltas e os
atuais tipos de anlise dos problemas de falta para a terra. Ainda neste captulo
apresentada a avaliao da incerteza do ensaio de um rel de falta terra,
atravs da medio da resistncia de isolamento mnima para a devida atuao
da proteo em verificao aos dados do fabricante.
No captulo 4 so apresentadas as principais metodologias para analisar o
ponto de falta terra na ocorrncia em cabos, mostrando seus aspectos
metrolgicos.
No captulo 5 h uma avaliao experimental sobre o valor da resistncia
equivalente de falta que faz atuar o sistema de proteo da subestao de
energia eltrica, com o objetivo de analisar a ordem de grandeza da corrente de
falta.
O captulo 6 prope um novo mtodo de deteco de falta terra,
buscando uma melhor tcnica unida segurana e agilidade para sanar o
problema de falta para terra. Alm da descrio do funcionamento desta nova
tcnica de medio, mostra-se uma situao de caso em uma ocorrncia na
Subestao da Eletrosul em Florianpolis (SE-FLO).
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5
Atravs desta estrutura busca-se esclarecer o funcionamento do sistema
auxiliar em corrente contnua, propondo-se um novo mtodo de medio para
detectar a corrente de falta para terra e metodologias para medir a distncia da
falta e diagnosticar as causas destas ocorrncias. Propem-se, ainda, novos
estudos com oportunidades futuras de pesquisa na rea da metrologia eltrica.
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CAPTULO 2
CENRIO DO SISTEMA DE SERVIO AUXILIAR
O servio auxiliar de uma subestao de energia eltrica constitudo de
trs tipos de circuitos: Transformador de Servio Local, Banco de Baterias e Motor
Gerador a Diesel, os quais operam em diferentes nveis de tenso e formas de
onda de modo a garantir a alimentao dos principais equipamentos do sistema,
mantendo as funes bsicas de segurana e iluminao das subestaes.
Dada sua importncia dentro do desempenho operacional do sistema de
transmisso de energia eltrica, os esquemas dos servios auxiliares possuem
elevados graus de confiabilidade e de flexibilidade para manter o fornecimento de
energia a uma subestao. Para isso, so considerados como fontes auxiliares os
sistemas de mdia tenso, baixa tenso e corrente contnua, cujas localizaes e
caractersticas so analisadas no decorrer do presente captulo.
2.1 CARACTERSTICAS
Para analisar o servio auxiliar das subestaes eltricas devem-se levar
em conta as classificaes das cargas e as variaes permissveis das tenses
de alimentao.
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2.1.1 CARGAS
As cargas das subestaes de energia eltrica so classificadas de acordo
com o grau de segurana necessrio para sua alimentao [2]. Sob este critrio,
as cargas so classificadas em: permanentes, essenciais, no-essenciais e
emergenciais. Esta classificao, que leva em considerao o tempo que cada
carga pode ficar ausente do sistema, so descritas a seguir:
a) CARGAS PERMANENTES: so cargas que devem ter suprimento de
energia ininterrupta, mesmo que ocorra uma falha de curta durao em sua
alimentao. Devido a este fato, so cargas alimentadas em corrente contnua; e
esto relacionadas continuidade operacional do sistema e a segurana do
pessoal e das instalaes.
Exemplos de cargas permanentes so: proteo, telemedio, dispositivos
de comando e controle e teleproteo.
b) CARGAS ESSENCIAIS: so cargas alimentadas em corrente alternada
e que admitem interrupes de curta durao (poucos minutos) em sua
alimentao. Este tipo de carga esta relacionada ao grupo gerador desel, e so
divididas em dois grupos de nveis de tenso:
b.1) 480 V: A este nvel de tenso esto relacionados os
carregadores de baterias, os motores de acionamento dos
disjuntores e seccionadoras e o transformador de iluminao
essencial;
b.2) 220 V/127 V: Para este grupo de tenso esto relacionados a
Iluminao essenciais das edificaes, a alimentao dos
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anunciadores e registradores grficos, o controle do paralelismo, o
indicador de taps dos autotransformadores, a medio de
faturamento e os equipamentos de comunicao.
c) CARGAS NO ESSENCIAIS: so cargas que admitem interrupes em
sua alimentao por tempo prolongado. Estas cargas so alimentadas em
corrente alternada e contemplam os seguintes equipamentos: sistema de
iluminao normal, aquecimento de equipamentos, refrigerao de
autotransformadores, sistema de abastecimento de gua e sistema antiincndio.
d) CARGAS DE EMERGNCIA: so as cargas relacionadas iluminao
de emergncia e que visam manter um nvel de iluminao mnimo para permitir a
visualizao da instrumentao nos painis de comando e a circulao segura do
pessoal. Este grupo alimentado em corrente alternada, funciona em corrente
contnua durante a falta de alimentao CA.
2.1.2 NVEIS DAS TENSES
As tenses adotadas nos sistemas auxiliares das subestaes so
divididas em dois grupos: Corrente Alternada CA e Corrente Contnua - CC.
Os valores das tenses em CA so subdivididos em outros dois nveis de
tenso: mdia tenso 13,8 kV, e baixa tenso 480 V, 220 V e 127 V. Para o grupo
em CC a tenso utilizada nas subestaes de 125 V [2] [3] [4].
Para estes valores de tenso do servio auxiliar, tm-se os seguintes
valores permissveis normalizados [4], conforme tabela 1.
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Tabela 1: Variaes permissveis das tenses auxiliares das subestaes.
Tenso de Utilizao
Tenso Nominal [V] Mxima Mnima
Fase-Fase Fase-Neutro [V] % [V] %
13.800 - 14.490 +5 13.110 -5
480 - 504 +5 408 -15
220 - 242 +10 187 -15
(CA)
- 127 139 +10 110 -15
(CC) 125 - 140 +12 90 -28
2.2 CONFIGURAO
Considerando-se que os equipamentos na subestao podem se localizar
internamente s edificaes ou externamente (no ptio), a figura 1 permite
visualizar a configurao do sistema auxiliar da subestao.
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Figura 1: Configurao do Servio Auxiliar
Nesta configurao, verifica-se que a mdia tenso, 13,8 kV, alimenta o painel de
480 V de tenso auxiliar e tambm convertida aos nveis de baixa tenso (220 V
e 127 V).
Alm destas tenses em corrente alternada, tem-se o conjunto banco de
baterias/carregador, que mantm a confiabilidade s cargas permanentes
alimentadas em corrente contnua.
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2.3 SISTEMA DE MDIA TENSO
O sistema de mdia tenso o responsvel pela alimentao das cargas
das subestaes atravs da prpria rede bsica de distribuio ou pelo tercirio
dos transformadores da subestao. Responsvel por assegurar uma
continuidade operacional elevada, o esquema bsico desse sistema possui suas
fontes de alimentao duplicadas e independentes, as quais so classificadas em
principal e alternativa, segundo critrios de confiabilidade. Para este sistema
considerada como fonte mais confivel o tercirio do banco de
autotransformadores.
A configurao em mdia tenso adotada em uma subestao depende
das disponibilidades das fontes e apresentam as seguintes alternativas
apresentadas nas figuras 2 e 3 e descritas a seguir:
a) FONTE PRINCIPAL E FONTE ALTERNATIVA:
Nesta alternativa, as fontes principal e alternativa garantem a continuidade
na alimentao. Esse esquema utiliza o intertravamento entre os disjuntores de
480 V, o qual deve garantir o no paralelismo das fontes.
Figura 2: Alimentao no Sistema de Mdia Tenso
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b) FONTE PRINCIPAL, FONTE ALTERNATIVA E FONTE DE
EMERGNCIA (GRUPO GERADOR DESEL):
Esta alternativa de alimentao das cargas contempla o mtodo anterior
(fonte alternativa e principal) adicionando-se, ainda, um gerador desel como fonte
de emergncia, que garantir a continuidade da alimentao de uma carga
principal, caso as outras fontes venham a ser desenergizadas.
Figura 3: Alimentao no Sistema de Mdia Tenso
Como medio e sinalizao para o sistema de mdia tenso em 13,8 kV,
tm-se o esquema mostrado na figura 4. A figura mostra a utilizao de um
voltmetro instalado na seo do painel de 480 V na Casa de Controle para
medio do valor de tenso e tambm ilustra que para uma superviso contra
faltas para terra no tercirio dos autotransformadores utilizado um rel de
sobretenso - 59 (Cdigo padronizado pela American Standard Association -
ASA). Este rel, instalado no painel de proteo do autotransformador, ligado no
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deIta aberto dos TPs de 13,8 kV e dar alarme no anunciador destinado ao vo
do transformador.
Figura 4: Medio do Sistema de Mdia Tenso (diagrama unifilar)
2.4 SISTEMA DE BAIXA TENSO
o sistema formado pelas tenses de 480 V, 220 V e 127 V em corrente
alternada (CA).
2.4.1 SISTEMA 480V
Da mesma forma que no sistema de mdia tenso, o esquema de
alimentao em 480 V prev a duplicao dos alimentadores visando ao
atendimento do requisito da continuidade operacional das cargas. Este tipo de
transferncia entre as fontes duplicadas pode ser realizado manualmente em
subestaes controladoras e automaticamente em SEs telecontroladas.
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Figura 5: Sistema de Baixa Tenso em 480 V
Para este sistema em baixa tenso, os barramentos dos painis em 480 V
possuem uma nica configurao, mesmo considerando a seleo de cargas
essenciais e no-essenciais relacionada presena do Grupo Gerador Desel,
podendo ser verificada pela Figura 5. Nesta figura so apresentados os
intertravamentos entre os rels 52 A/B/C/D/E que, conforme configurao,
alimentam as cargas pela fonte principal, alternativa ou pelo gerador desel.
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Neste sistema, os transformadores de servios auxiliares so
dimensionados para atendimento totalidade das cargas, que em condies
operativas normais, so supridas pelo transformador ligado fonte principal,
ficando o segundo transformador como reserva.
Para este nvel de tenso, so consideradas as seguintes cargas:
transformador de iluminao e fora do ptio de manobra, casa de bombas do
sistema de gua, painel do gerador desel, sistema antiincndio dos
autotransformadores, equipamentos de ptio e carregadores de bateria.
Quanto a medio e sinalizao, os painis so equipados com
transformadores de corrente e potencial, monofsicos tipo seco, capazes de
suportar as corrente de curto-circuito nominal e momentnea do disjuntor de
maior capacidade do painel, permitindo a instalao de medio indicativa de
corrente e tenso, bem como a do medidor de energia sem indicador de demanda
e do rel de subestao (cdigo ASA - 27) para alarme de falta de CA.
2.4.2 SISTEMA 220 V/127 V
Apesar da existncia de duas alternativas de esquemas, face ao emprego
do Grupo Gerador Desel e conseqente necessidade de barras de cargas
essenciais e no-essenciais, a alimentao de 220 V e 127 V idntica para as
duas alternativas de esquema, conforme pode ser verificado na figura 6.
-
16
Figura 6: Configurao do Sistema de Baixa Tenso em 220 V/127 V
Para estes valores de tenso so consideradas as seguintes cargas:
a) 220 V (fase-fase): ar condicionado
b) 220 V (fase-neutro): iluminao e tomadas das casas: de
bombas, controle e do gerador desel.
-
17
c) 127 V (fase-fase): equipamentos de comunicao, painel de
medio de faturamento, painel de registradores grficos,
tomadas da casa de controle e indicao de taps do
autotransformador.
Na medio e sinalizao para este sistema, o painel dotado de um
transformador de corrente tipo seco, capaz de suportar a corrente de curto-circuito
nominal e momentnea do disjuntor de maior capacidade do painel, para permitir
a instalao de medio indicativa. Esta medio indicativa de tenso e o sensor
de subtenso para alarme de falta de CA so alimentados diretamente do
barramento.
2.5 SISTEMA EM CORRENTE CONTNUA
O sistema em corrente contnua est relacionado s cargas permanentes e
caracteriza-se pelos elevados graus de confiabilidade e de flexibilidade, obtidos
pela duplicidade das fontes de alimentao, dos conjuntos retificador/bateria, e
dos barramentos nos quadros de distribuio. A figura 7 apresenta o diagrama
unifilar bsico de um sistema em corrente contnua encontrado nas subestaes.
Esse diagrama mostra os dois conjuntos banco de bateria/carregador ligados aos
barramentos de operao (A e B) e de carga, atravs dos disjuntores (72-1 a 72-
8). O no paralelismo desse sistema garantido pelo circuito de controle, sendo
que todas as cargas podem ser alimentadas por um nico conjunto de banco de
bateria/carregador atravs de uma das barras de operao, fechando-se o
disjuntor 72-9.
-
18
Como proteo, esse sistema apresenta o monitoramento atravs de
lmpadas (L1) com referncia ao terra e sua proteo garantida para cada
barramento de operao, pelo uso do rel de subtenso (27).
Figura 7: Sistema em corrente contnua encontrado nas subestaes
Para o sistema em corrente contnua, os conjuntos bateria/retificador so
idnticos e independentes, cada um dimensionado para a totalidade das cargas e
podem operar nas seguintes condies:
1) Normal: Os retificadores suprem o sistema ficando as baterias em
flutuao;
2) Falta de CA: As baterias passam a suprir o sistema;
3) Retorno de CA: Os retificadores voltam a alimentar o sistema
fornecendo tambm carga s baterias.
-
19
Este sistema apresenta ainda as seguintes caractersticas:
a) A elevada flexibilidade do sistema caracterizada pela existncia de
duas barras de operao interligadas por um disjuntor (72-9) e de uma
barra de carga.
b) A barra dupla de operao permite:
b.1) A operao independente das duas fontes, sem que haja
paralelismo entre as mesmas;
b.2) A distribuio equilibrada das cargas, sendo as de maior
responsabilidade alimentadas por dois circuitos derivados de barras
distintas, proporcionando elevada confiabilidade ao fornecimento.
c) Um sistema de intertravamento entre os disjuntores, chave seletora
carga-flutuao e chave seletora auxiliar que garantir elevada segurana
aos requisitos de confiabilidade e atendimento s caractersticas
operacionais do sistema.
d) A utilizao de dois barramentos, associados s barras de operao
atravs de contatores, permite a utilizao de um sistema de iluminao de
emergncia em CC nas casas de controle e do gerador desel na
ocorrncia de falta geral de CA.
2.5.1 OPERAO DO SISTEMA
O sistema de servio auxiliar alimentado em corrente contnua, pelo
conjunto retificador/banco, de bateria apresenta dois tipos de operaes
relacionando cada um dos conjuntos de alimentadores:
-
20
1) Operao normal com carga em flutuao: Neste tipo de operao,
cada conjunto opera independentemente um do outro, sem conexo entre as
barras de operao. Com isso, cada carregador supre a carga normal e a bateria
se encarrega do excesso, sendo que a carga eventualmente perdida pela bateria
num perodo ser devolvida pelo carregador no perodo seguinte.
2) Operao em carga de equalizao: Nesta operao, a bateria e seu
respectivo carregador devero ser transferidos para a barra de carga,
permanecendo a outra bateria em flutuao e o carregador associado
alimentando toda a carga normal, com o fechamento manual do disjuntor de
interligao de barras da operao do painel de distribuio e o posicionamento
manual da chave seletora no carregador. A passagem da condio de carga de
equalizao para de flutuao ocorre de forma automtica no carregador, ao ser
atingido o final de carga na bateria, sendo tal evento sinalizado no anunciador do
painel de servios auxiliares, alertando o operador para transferir o conjunto
bateria-carregador para a barra de operao.
2.5.2 MEDIO E SINALIZAO
As medies e sinalizaes para o sistema auxiliar em corrente contnua
so efetuadas no conjunto bateria/retificador e no painel de distribuio.
No conjunto bateria/retificador, alm das medies indicativas de tenso
CA, tenso CC, corrente CC, devem ser sinalizadas as seguintes condies:
transferncia automtica da condio de carga para flutuao, fim de carga,
-
21
subtenso de CA, falta de fase de CA, perda da sada de CC, defeito interno no
carregador, sobretenso interna no carregador.
No painel de distribuio, as indicaes de corrente das entradas das
baterias e as tenses nas barras de operao so feitas atravs de ampermetros
e voltmetros, respectivamente.
Rels de subtenso, ligados a cada barra de operao, permitem detectar
faltas de tenso sinalizando no anunciador de servios auxiliares da subestao e
um sistema de sinalizao atravs de lmpadas indicativas em cada barra fornece
superviso quanto s faltas para terra.
-
22
CAPTULO 3
SINALIZACES E IDENTIFICAO DAS FALTAS EM CORRENTE
CONTNUA
Dos sistemas de servio auxiliar, vistos no captulo anterior, este estudo
das sinalizaes e identificaes das faltas restringe-se s fontes em corrente
contnua, dada a necessidade de permanncia na alimentao da proteo
eltrica das subestaes, consideradas como cargas essenciais. Em vista disso,
este captulo trata das sinalizaes e das tcnicas atuais utilizadas na
manuteno.
3.1 SISTEMAS DE SINALIZAO
Dos sistemas de sinalizao, este captulo trata de trs tipos principais
utilizados nas subestaes. So estes: o sistema por lmpadas, o mtodo de
medio da porcentagem de falta e o rel utilizado na deteco e conseqente
alarme da falta, os quais so descritos a seguir.
-
23
3.1.1 LMPADAS
O servio auxiliar em corrente contnua, alimentado pelo conjunto
retificador/banco de bateria, um sistema isolado da malha de terra (sistema
flutuante). Como proteo, este sistema necessita de um circuito de superviso
de terra o qual, na ocorrncia de qualquer contato indesejvel de um dos plos do
servio auxiliar com a malha de terra, deve imediatamente sinalizar a falta, para
um posterior isolamento do circuito sob falta.
Para isso, no painel CC/CA existem duas lmpadas de mesma potncia
que ficam permanentemente acesas, com a finalidade de supervisionar a
ocorrncia de aterramento nos circuitos de corrente contnua das subestaes.
Essas lmpadas so ligadas em conjunto com o rel de alarme (Cdigo ASA - 74)
[5], responsvel pelo alarme sonoro, de acordo com a figura 8.
Figura 8: Condies normais do circuito de superviso
Em condies normais, as lmpadas apresentam a mesma intensidade
luminosa. Caso haja aterramento no plo negativo, como mostrado na figura 9, a
lmpada L2 ir se apagar (contato franco terra) ou diminuir de intensidade
-
24
luminosa (contato parcial terra), e a lmpada L1 ficar com intensidade maior
que a normal. A corrente far o rel 74 operar soando um alarme, indicando que
houve contato terra atravs do plo negativo. Para o caso de uma falta terra
pelo plo positivo, o procedimento ser o mesmo, invertendo somente a
intensidade luminosa das lmpadas. Portanto, a terra ser detectada pelo plo
cuja lmpada demonstrar luminosidade mais fraca ou nula.
Figura 9: Aterramento franco no plo negativo
3.1.2 PORCENTAGEM DE FALTA
O mtodo das lmpadas com indicao de alarme indica somente a
ocorrncia do plo para a qual se encontra a falta para malha terra. Assim,
buscando-se o melhor diagnstico de uma falta, utiliza-se o mtodo da medio
das tenses entre cada um dos plos e a malha terra [6].
Tome-se o exemplo de um o conjunto retificador e banco de baterias que
possui a tenso de 125 V: em funcionamento ideal, tanto a tenso entre o plo
-
25
positivo e terra quanto a tenso entre o terra e o plo negativo so tenses
prximas a 62,5 V, ou seja, 50% do potencial da bateria (figura 8).
Durante uma falta a terra, onde ocorre a incidncia de uma resistncia
entre o plo sob falta e terra, surge um desbalano das tenses dos plos
terra. Esse desbalano pode ser medido durante a ocorrncia e com isso
possvel se ter uma idia de quanto menor (curto-circuito) ou maior (falta no
franca) a resistncia de falta.
Essa tcnica de grande interesse, quando ocorrem vrias faltas terra e
se deseja saber qual circuito est com a menor resistncia de falta e, com o
desligamento de cada um dos circuitos, tomar a deciso sobre qual deles deve
permanecer trabalhando, priorizando o desligamento dos equipamentos de ptio
em uma subestao.
3.1.3 REL DE PROTEO
Basicamente a deteco de falta terra efetuada pelo rel de proteo
terra - 64 (cdigo de proteo ASA) [5], que aciona um sistema auxiliar para
anunciar alarme de falta terra. A filosofia de funcionamento desse rel depende
de cada fabricante do sistema de superviso do terra para servio auxiliar,
buscando, atravs do desbalano de uma das grandezas eltricas (corrente,
tenso ou resistncia), a forma de sensoriamento para este tipo de ocorrncia.
Mas para este tipo de rel tem-se somente a deteco do plo que se encontra
sob falta sem sua indicao, ou seja, h pouca informao a respeito da
ocorrncia da falta.
-
26
Dentre os diferentes modelos de rels para deteco de fuga para terra, o
modelo MTX-C fabricado pela WARD [7], encontrado em vrias subestaes,
utiliza o princpio da ponte de Wheatstone para medir o desbalano da isolao de
cada um dos cabos para a malha terra.
Figura 10: Diagrama esquemtico do MTX-C e sua curva de atuao
O sistema de deteco adotado pelo rel MTX-C utiliza o mtodo de
desequilbrio de resistncia atravs de uma ponte de Wheatstone [7], na qual dois
braos correspondem s resistncias de acoplamento (R) ligadas aos dois plos
do sistema (L1 - positiva e L2 - negativa) e os outros dois braos so as
resistncias de isolao de cada linha terra (R1 e R2), conforme a figura 10.
Qualquer desequilbrio na resistncia de isolao do cabo de alimentao
provoca uma circulao de corrente via terra em direo ao ponto comum das
duas resistncias de acoplamento, o ponto P. O sinal de corrente convertido
numa tenso e esta comparada com uma tenso de referncia pr-ajustada
internamente, proporcional tenso da rede. Se o valor comparado estiver abaixo
do nvel ajustado (referncia), um LED vermelho indicativo acender ao mesmo
-
27
tempo em que o rel de sada comutar seus contatos, permanecendo nesta
condio at o sistema voltar condio normal (extino de defeito).
O grfico, ainda na figura 10, apresenta as zonas de atuao do rel
indicando os valores da zona de atuao em funo da diferena das resistncias
de isolamento.
Este dispositivo, que possui as caractersticas de funcionamento mostradas
na tabela 2, apresenta um pr-ajuste de fbrica para atuar quando o desbalano
entre as resistncias de isolamento for da ordem de 10 k. Para uma ocorrncia
neste valor de desbalano, o contato normalmente aberto (NA) do rel atuado e
faz com que um dispositivo anunciador de alarme indique a falta para terra.
Tabela 2: Caractersticas do rel detector de fuga MTX-C da WARD
Grandeza Valor
Tenso Nominal - CC Um [V] 125
Consumo VA/V 2/220
Variao da Tenso da Rede %Ua -30 a +15
Consumo VA 2
Sensibilidade k 10
Exatido % 10
Rearme Automtico
Temperatura de Funcionamento C -5 a +55
-
28
3.1.3.1 ENSAIO DO REL DE PROTEO
Conforme especificao do dispositivo de proteo, o rel MTX-C tem seu
ajuste de atuao em 10 k com incerteza de 10%. Dadas estas informaes
sobre seu funcionamento e sua variao de atuao de 1 k em torno do ponto
de atuao, proposto um ensaio laboratorial simulando uma falta terra, entre
cada um dos plos terra, atravs de uma dcada resistiva calibrada. Este
ensaio tem por objetivo medir o valor da resistncia que faz atuar o rel de
proteo e, com isso, fazer um comparativo com os dados do fabricante, os quais
so levados em considerao durante projeto do sistema de servio auxiliar da
subestao.
Conforme recomendao do ISO/GUM [8], a incerteza sobre os resultados
de uma medio (RM) de uma grandeza fsica leva a uma indicao quantitativa
da qualidade para que aqueles que os utilizam possam avaliar sua confiabilidade
e tornar possvel a comparao de resultados.
Assim, com esta recomendao de carter metrolgico associado ao
sistema de proteo eltrico, busca-se, atravs da verificao da atuao do rel
de proteo, um meio de firmar seu funcionamento dentro dos valores
apresentados pelo fabricante, que so os dados considerados para seu
funcionamento dentro de um projeto da subestao.
O equipamento utilizado aquele apresentado no item 3.1.3, ou seja, o
rel MTX-C fabricado pela WARD, o qual ser o objeto sob ensaio.
-
29
3.1.3.2 ENSAIO DO REL
O ensaio do rel MTX-C, responsvel pela superviso da corrente de falta
para terra, baseia-se no principio da zona de atuao, descrito no item 3.1.3, em
torno do valor de 10 k, com uma variao de 10%.
De acordo com a figura 11, tem-se que para a determinao desta zona,
fazem-se necessrias uma fonte em corrente contnua (simulando o sistema de
servio auxiliar em CC), uma fonte de corrente alternada (220 V ou 110 V) e uma
dcada resistiva calibrada. Vale ressaltar que a variao das alimentaes no
influencia nos resultados, dada a simetria que a ponte oferece.
Figura 11: Diagrama esquemtico do ensaio do rel
-
30
Medindo-se a atuao do rel atravs da variao da dcada resistiva, os
valores de resistncia encontrados para cada um dos plos, para um nmero de 5
ensaios por plo, so todos iguais a 9700. Para se chegar a esses valores,
usou-se um potencimetro com resoluo de 100 .
Conforme anlise dos valores medidos para a atuao do rel, tem-se a
repetio dos resultados, o que torna a mdia das medies igual ao valor da
indicao da dcada resistiva com relao ao valor da resistncia de atuao do
rel. A figura 12 apresenta uma foto desse experimento.
=+ 9700R
= 9700R
Figura 12: Visualizao do experimento
-
31
3.1.3.3 AVALIAO DA INCERTEZA DE MEDIO
Caracterizado o ensaio e o processo de medio (PM) do valor da
resistncia, torna-se possvel a avaliao da incerteza da medio, conforme
recomendao do ISO/GUM. Por se tratar de uma medida direta atravs da
dcada resistiva cdigo IT200166 de propriedade da Eletrosul, esta possui uma
rastreabilidade com a Rede Brasileira de Calibrao (RBC), cujo sistema integra
laboratrios credenciados pelo INMETRO. Com isso, a dcada funciona como
objeto-padro para a comparao dos resultados.
A fim de se adotar um mtodo padronizado para determinar o resultado da
medio, so necessrios, portanto, os valores de tendncia (Td) e incerteza
expandida (U95%) de cada uma das escalas da dcada conforme planilha de
calibrao.
De acordo com o Vocabulrio Internacional de Metrologia (VIM) [9], a
tendncia de um instrumento de medio : Erro sistemtico da indicao de um
instrumento de medio, ou seja, o valor da tendncia da calibrao um valor
que deve ser corrigido sobre a indicao de medio (IM).
A incerteza expandida (U95%) [10] est associada com a dvida ainda
presente no resultado da calibrao. Ela quantifica, atravs de uma faixa simtrica
de valores, em relao ao resultado base, a dvida no nvel de confiana
estabelecido - geralmente 95,5%, referente utilizao dos 2 com relao
distribuio dos valores das medidas. Seu valor composto pela combinao dos
efeitos aleatrios de cada fonte de incerteza que afeta o processo de medio.
-
32
A tabela 3 mostra os valores da tendncia e da incerteza expandida para
cada escala da dcada resistiva.
Tabela 3: Resultado da calibrao da dcada resistiva, pela RBC
Potencimetro
Indicao
Fator
Multiplicativo
Td
()
U95%
()
10 k
9
x1k
-0,08
0,11
1 k
7
x100
-0,0266
0,0084
Portanto, o resultado da medio considerando a correo (-Td) e a
incerteza expandida apresenta a seguinte caracterstica, segundo a expresso:
RM+G = IM Td U95% (1)
Conforme avaliao do balano de incerteza dos efeitos aleatrios e
sistemticos envolvidos nesta calibrao, tem-se, atravs da tabela 4, uma
anlise destas fontes de incerteza, caracterizando-se pelo seu tipo de distribuio
para seguinte utilizao do seu divisor [10].
-
33
Tabela 4: Balano de Incertezas da Medio de atuao do rel
Smbolo
Descrio
Correo
[]
Valor
[]
Distribuio
Divisor
[] V
Inc1
Incerteza Potencimetro
1
+0,08
0,11
Normal
2
0,55
Inc2
Incerteza Potencimetro
2
+0,0266
0,0084
Normal
2
0,0042
Resol.
Resoluo
---
100/2
Uniforme
3
28,8676
Cc
Correo
Combinada
+0,1066
uc
Incerteza
Padro Normal
28,9267
U95%
Incerteza
Expandida normal
58
Reescrevendo o resultado da medio, tem-se:
RM+G = IM Td U95%
RM-G = RM+G = 9700 - (+0,1066) 58
RM-G = RM+G = (9700 58) .
RM-G = RM+G = 9700 0,6%
Portanto, o valor mdio de atuao do rel de 9700 com a certeza
probabilstica de 95% de que este valor varia em 58 para mais ou para menos
em torno da mdia.
-
34
Conclui-se, com 95% de certeza, que a resistncia de isolamento mnima
para a atuao do rel, indicando falta terra no servio auxiliar, est entre 9642
e 9758 . Esta variao de 116 (0,6%) se verifica pelo baixo ndice de
resoluo do rel (100 ).
3.2 PROCEDIMENTOS DE IDENTIFICAO
Atualmente so utilizadas trs tcnicas para se identificar e detectar o circuito
sob falta terra. Esses mtodos de identificao do circuito, aps ser detectada
(alarmada) uma falta terra, so:
1. Mtodo de desligamento dos disjuntores;
2. Utilizao de uma fonte externa;
3. Fugmetro.
3.2.1 DESLIGAMENTO DOS DISJUNTORES
Uma das primeiras tcnicas para se descobrir o circuito sob falta terra, e
mais comumente usada, a tcnica do desligamento de cada um dos circuitos
alimentados em corrente contnua, at que o alarme no volte a atuar; ou ento,
que haja uma diminuio do desbalano de tenso dos plos positivo e negativo
em relao terra. Esse procedimento o mais prtico, mas conta com o
inconveniente da necessidade de se desenergizar os circuitos que estejam em
pleno funcionamento, ou seja, sem a corrente de falta.
Alm disso, visvel, pela figura 13, que a grande quantidade de
disjuntores pede uma grande quantidade de desligamentos para utilizar este
-
35
mtodo, o que torna um pedido de servio de manuteno complicado, j que
este sistema CC tem a necessidade de ter a continuidade na alimentao, e
tambm o mtodo pouco eficiente para o caso de mais de uma falta terra,
quando envolver mais de um circuito ou quando a falta estiver no barramento.
Por estar se tratando de cargas permanentes, este mtodo mesmo tendo
uma tima praticidade, no vem ao encontro das necessidades de qualidade e
confiabilidade do sistema de proteo das subestaes.
Figura 13: Exemplo dos circuitos auxiliares de uma subestao (72 circuitos)
-
36
3.2.2 UTILIZAO DE FONTE EXTERNA
Uma segunda tcnica, desenvolvida na Eletrosul [6], consiste numa
modificao do mtodo anterior (desligamento do disjuntor). A idia utilizar uma
fonte externa de potncia, jusante ao disjuntor, para alimentar cada um dos
circuitos que sero desconectados do banco de baterias. O circuito desligado ser
alimentado pela fonte externa e, caso este se encontre com a falta, o alarme ser
desativado (lmpadas acesas) e assim identifica-se o circuito com falta terra,
sem ocorrer desligamento, conforme figura 14.
Figura 14: Circuitos sob falta: alimentado pela barra com disjuntor fechado e
outro circuito alimentado por fonte externa com disjuntor em aberto
Em complemento ao procedimento dessa manuteno, para uma
subestao que possua dois bancos de baterias, interessante utilizar somente
um banco para alimentar todo o sistema auxiliar no perodo da manuteno e
utilizar o outro banco de baterias como a fonte externa. Trata-se de um mtodo
mais barato e eficiente, mas com o agravante da necessidade do desligamento
mecnico do disjuntor (sem interrupo da alimentao do equipamento). Ainda
-
37
assim, requer um perodo longo de manuteno, correndo o risco de o disjuntor
no rearmar, fato que acontece em alguns dos mais antigos sistemas [11].
3.2.3 FUGMETRO
A terceira tcnica, desenvolvida pela prpria Eletrosul [6], o equipamento
chamado Fugmetro. Este equipamento representa um importante passo para a
deteco de falta terra, pois descobre o circuito sob falta, atravs de um simples
circuito que utiliza diodos by-pass. Isto se justifica como um avano na pesquisa,
pois faz com que se descubra o circuito sob falta sem a necessidade da
desenergizao de cada um dos circuitos. Porm, este mtodo no abre mo da
necessidade do desligamento mecnico de cada um dos disjuntores dos circuitos
envolvidos. As figuras 15 e 16 mostram a deteco de uma falta positiva e de
outra negativa, respectivamente.
Figura 15: Falta positivo terra Figura 16: Falta negativo terra
-
38
Tem-se, pelas figuras, que, para qualquer uma das faltas, o voltmetro ir
medir a tenso total da bateria menos as trs quedas de tenso nos diodos ( 2,1
V). Caso o circuito no esteja com falta terra, o voltmetro dever indicar um
valor prximo metade da tenso do banco de baterias (62,5 V). A figura 17
mostra o esquemtico do fugmetro e na figura 18 tm-se as vistas laterais e
frontal deste equipamento.
Figura 17: Esquema eltrico do Fugmetro
Figura 18: Vistas lateral e frontal do Fugmetro
-
39
CAPTULO 4
TCNICAS DE LOCALIZAO DO PONTO DE FALTA NO CABO DE
ALIMENTAO
Este captulo trata das tcnicas existentes para se localizar faltas em cabos
e diagnosticar suas causas. Para isto, so apresentadas tcnicas de
Reflectometria no Domnio do Tempo e da Freqncia e os Mtodos das Pontes.
Essas tcnicas representam alguns procedimentos de ps-localizao do
circuito de falta, quando h o conhecimento de que a falha esta ocorrendo no
cabo e no na carga.
Para efeito de manuteno das subestaes de energia eltrica esses
mtodos representam pouco se comparado necessidade de um mtodo que
localize o circuito sob falha, mas complementa o fato de que aps ter sido
localizado o cabo com defeito, estes procedimentos ajudam na anlise pela busca
dos problemas e evitar assim a ocorrncia de novas falhas de isolamento.
4.1 REFLECTOMETRIA NO DOMNIO DO TEMPO - TDR
Para casos onde o ponto de falta terra se encontra ao longo do caminho
dos cabos que ficam entre a sala de controle e os equipamentos de ptio das
subestaes, necessria a utilizao de outra tcnica complementar de
-
40
localizao. Apesar de as tcnicas detectarem o circuito que se encontra sob falta
terra e indicarem se o problema est no circuito ou no cabo, elas no informam
a causa e nem a distncia do problema no cabeamento.
A teoria do TDR baseia-se no teorema da linha de transmisso para fios e
cabos utilizando o princpio de deteco pelas mudanas de impedncia ao logo
de um condutor [12]. O Reflectmetro no Domnio do Tempo TDR informa a
distncia da falta no cabo (linha de transmisso) atravs do intervalo de tempo
entre o impulso gerado e o refletido, tendo como conhecida a velocidade de
propagao do meio condutor (VOP), caracterstica de cada condutor.
O TDR um equipamento que trabalha no mesmo princpio que o radar.
Para tal, injetado um impulso (impulso gerado) em uma extremidade do cabo
sob teste e quando este impulso, que se propaga ao longo do condutor com
velocidade VOP, alcana a outra extremidade do cabo (ou uma falta ao longo do
cabo), toda energia (ou parte da energia) do impulso refletida de volta ao
gerador (figura 19).
Figura 19: Onda gerada e refletida entre TDR e o condutor eltrico
-
41
Qualquer mudana da impedncia (falta) no cabo faz com que alguma
energia reflita de volta para o TDR e possa ser visualizada atravs de um
osciloscpio (figura 20). a mudana de impedncia que determina a amplitude
da reflexo.
Figura 20: Posicionamento do gerador de sinal (TDR) e do osciloscpio
O TDR mede o tempo do ensaio, que vai desde a injeo do sinal (o sinal
viaja pelo cabo buscando o defeito), at refletir de volta, viajando novamente de
volta ao TDR. O TDR indica, ento, o sinal refletido como uma informao
exposta pela forma de onda. Este equipamento, alm de fornecer a distncia,
tambm fornece um diagnstico do tipo de problema que est acontecendo com o
cabo, atravs do formato desta onda refletida (Figura 21).
-
42
Figura 21: Tipos de ondas refletidas entre TDR e o condutor eltrico avariado
A abreviatura TDR, portanto, descreve tanto um instrumento de medida
(Time Domain Reflectometer) como a prpria tcnica de medida (Time Domain
Reflectometry). O significado da abreviatura depende, assim, do contexto em que
o dispositivo est sendo usado.
O reflectmetro baseia-se, assim, em um sistema de radar impulsivo
funcionando em cadeia fechada. Uma fonte gera um impulso que percorre um
determinado meio de transmisso (meio 1). Este impulso, ao atingir o ponto de
transio ' T ', do meio 1 para um outro meio (meio 2), refletido, retornando
fonte (figura 22). A observao feita no ponto 'E' permite mostrar os dois
impulsos: o impulso incidente, gerado num determinado instante e o impulso
refletido, defasado de um intervalo de tempo t, igual soma do tempo que o
impulso incidente demorou a percorrer a distncia L mais o tempo que o impulso
refletido demorou a percorrer a mesma distncia.
O ensaio do TDR faz uso do fenmeno de reflexo que acontece sempre
na presena de uma descontinuidade de dois meios. Como as medidas e as
-
43
observaes so feitas com base num defasamento temporal, da resulta o nome
da tcnica - Reflectometria no Domnio do Tempo.
Figura 22: O impulso incidente gerado no ponto E monitorizado por um
osciloscpio nesse mesmo ponto
A figura 22 mostra o impulso incidente (Ii) que percorre o meio 1 at atingir
a descontinuidade criada pelo meio 2 e que tem caractersticas diferentes das que
tem o meio 1. Uma parte da energia absorvida (ou transmitida para o meio 2),
mas outra refletida para o meio 1, dando origem a um impulso refletido (Ir), que
ir se propagar, at retornar ao ponto E.
O osciloscpio monitora tambm este impulso refletido que, relativamente
ao impulso incidente, apresenta uma defasagem temporal t. Este atraso,
associado amplitude e polaridade do impulso refletido, velocidade de
propagao dos impulsos e distncia percorrida, permite concluir sobre as
caractersticas do meio 1 e do meio 2.
Em funo do tipo de sinal que est sendo gerado e do tipo de aplicao, o
TDR pode ser Acstico, Eltrico, Eletromagntico ou ptico. Em qualquer dos
casos o princpio de funcionamento e as concluses a que se pode chegar so
sempre as mesmas.
-
44
Alm da aplicao do TDR para deteco da distncia do ponto da falta em
cabos, existem outras ainda. Tais aplicaes so: o radar utilizado nos aeroportos
(TDR Eletromagntico) e o sonar utilizado nos navios (TDR Acstico). O ensaio
do TDR aplicado ainda ao estudo das fibras pticas (TDR ptico).
4.2 REFLECTOMETRIA NO DOMNIO DA FREQUNCIA - FDR
O FDR uma tcnica de medida e observao de fenmenos semelhante
ao TDR na medida em que se baseia no principio da reflexo. No entanto, essas
medidas e observaes so feitas no domnio da freqncia.
Ao se propagar uma onda em um determinado meio e esta encontrar uma
descontinuidade, ser verificado um fenmeno de reflexo e ser gerada uma
onda refletida. O meio 1 da figura 23 transforma-se numa zona de interferncia
das duas ondas, incidente e refletida, encontrando-se pontos de interferncia
construtiva chamados mximos e pontos de interferncia destrutiva chamados
mnimos. Estes pontos esto fixos no espao e do origem a outra onda que se
designa por estacionria, dada essa fixao.
Para observar a onda estacionria bastaria andar ao longo do meio e medir
em cada ponto o valor de amplitude resultante da interferncia. Esta tcnica,
entretanto, incmoda e, na maior parte das vezes, impraticvel.
O FDR uma tcnica que substitui o deslocamento ao longo do meio (no
espao) por um deslocamento ou variao da freqncia do gerador que est
-
45
produzindo a oscilao inicial. Fixa-se, assim, o ponto de observao espacial,
quase sempre coincidente com o ponto espacial do gerador.
Figura 23: FDR - Onda Incidente, Onda Refletida e observao da onda
estacionria na tcnica de medida
Supondo que a descontinuidade dos meios corresponda a um curto circuito
tem-se, nesta ocasio, um ponto de amplitude nula na carga. Considera-se que o
gerador esteja operando em uma certa freqncia, tal que o comprimento do meio
corresponda a L = /8. Nestas circunstncias, no ponto espacial do gerador, a
onda estacionria apresentar um valor A = 2.Amax. Se a freqncia aumentar
de forma que o comprimento da linha a acompanhe, como se mostra na figura 24,
correspondendo a L= /4, L= 3 /4 e L= /2, o mesmo ponto de leitura registrar
valores respectivos de A = Amax, A = 2.Amax, A = 0.
Usando um osciloscpio no qual o varrimento horizontal esteja sendo
comandado pelo mesmo sinal que comanda o varrimento da freqncia, obter-se-
, assim, uma imagem idntica da figura 25, na qual o eixo do tempo ser
substitudo por um eixo de freqncias. Com isso tem-se a distncia da falta pelo
comprimento da onda estacionria.
-
46
Figura 24: FDR - Variao da estacionaridade com a freqncia
Figura 25: FDR - Formao da Onda Estacionria
4.3 MTODO DAS PONTES
Existem diferentes tipos de medies por pontes resistivas. Dentre eles
citam-se: Hillborn Loop, Murray Loop, Murray Loop Two-End, Murray-Fisher Loop,
Open & Closed Loop, Varley Loop e Werren Overlap [13]. Estes mtodos
dependem muito das caractersticas da ocorrncia da falta.
-
47
Para o caso em estudo, da falta ocorrendo no servio auxiliar em corrente
contnua dentro das subestaes, onde o cabo bipolar utilizado tem o mesmo
comprimento que vai do rel ao equipamento ou da carga fonte, o melhor dos
mtodos em ponte a ser aplicado o Murray Loop.
O Murray Loop uma variao da ponte de Wheatstone a qual, conforme
figura 26, possui seu princpio de funcionamento baseado no equilbrio das
resistncias, apresentado uma medio zero pelo galvanmetro durante a
existncia de uma igualdade entre os produtos das resistncias C1 com B2 e B1
com C2.
2121 .. BCCB RRRR = (2)
Figura 26: Configurao Bsica da Ponte de Wheatstone
A ponte de Wheatstone utilizada para medir uma resistncia
desconhecida (C1) a partir de outras trs resistncias (B1, B2 e C2) que devem
ser conhecidas.
Portanto, no caso da ponte de Wheatstone, para se conhecer o valor de
RC1 basta utilizar a seguinte frmula:
-
48
2
211
.
B
CBC R
RRR = (3)
Dado o princpio da ponte de Wheatstone, a figura 27 apresenta uma
variao do Murray Loop, que utilizado para se descobrir a distncia do ponto
de falha no cabo sob falta. Para este sistema, as resistncias adjacentes RC1 (do
cabo com falta), em loop com RC2 (do cabo sem falta), at o ponto de falta do
outro cabo, representam as resistncias C1 e C2 da ponte de Wheatstone.
Figura 27: Aplicao do Ponte de Murray Loop
Similarmente, as resistncias C1 e C2 correspondem a Rc1 e Rc2 da ponte
de Wheatstone e as resistncias B1 e B2 so equivalentes s resistncias RB1 e
RB2 da ponte.
Variando-se RB1 e RB2 at o balano do Galvanmetro (G) a ponte de
Murray Loop apresenta o balano das razes:
-
49
RR
RR
C
C
B
B
2
1
2
1 = (4)
Quando assume-se que a resistncia do condutor uniforme linear e
proporcional ao comprimento e sabe-se que o comprimento total do cabo igual a
L, a distncia do ponto de falta, LX, calculada da seguinte forma:
RRLL
B
BX
2
12= (5)
Utilizando-se o mtodo da ponte de Murray Loop, deve-se conseguir que a
resistncia correspondente ao comprimento do cabo sem falta e as resistncias
correspondentes ao comprimento do cabo em falta devem ser iguais. Caso sejam
diferentes, a exatido da medio ficar comprometida.
-
50
CAPTULO 5 DETERMINAO DA RESISTNCIA
DE FALTA NA SUBESTAO
Este captulo tem por objetivo esclarecer a determinao do valor de
resistncia de falta terra, positiva ou negativa (Rf+ e Rf-), que aciona o SAGE -
Sistema de Gerenciamento da subestao de palhoa (SE-PAL) e as correntes de
falta (IF) mnima e mxima resultantes da resistncia de falta (RF) mxima e
mnima (curto franco terra), respectivamente.
5.1 CIRCUITO DE PROTEO
Para monitorar a isolao do servio auxiliar em corrente contnua
utilizado um rel de proteo de terra (cdigo de proteo ASA 64). O princpio
deste rel atuar quando o valor da tenso sobre sua bobina for igual ou maior
ao seu valor de atuao ou pick-up (Vpick-up).
O rel utilizado na SE-PAL, modelo Mauell RCS21 possui, como
caractersticas, uma resistncia de bobina (Rr) igual a 4,58 k, uma tenso de
acionamento (Vpick-up) de 83,2V e, para seu desacionamento, uma tenso de
drop-out (Vdrop-out) igual a 13,5 V. Complementando este sistema de proteo
existe, em paralelo com a bobina do rel, uma resistncia (Rpr) de 4,98 k cujo
-
51
valor prximo ao da bobina (Rr). Essa resistncia tem a funo de diminuir pela
metade a corrente que passa pela bobina do rel. Esse esquema apresentado
na figura 28.
Figura 28: Sistema de proteo de falta terra (sem ocorrncia de falta)
Atravs da figura 29, tem-se a viso do painel do sistema de proteo do
servio auxiliar CC, com as indicaes dos rels, lmpadas e do boto de rearme
(BR).
Os contatos 3 e 4 do rel 64 so normalmente abertos (NA) e so os
responsveis pelo anunciador de alarme ao SAGE e da subestao, alimentados
pelo prprio servio auxiliar.
Alm desta sinalizao existem, no painel do sistema de deteco de falta
para terra, duas lmpadas que de modo on-line mostram o plo que est com
ocorrncia de falta. O grau de luminosidade da lmpada, acesa durante a falta,
-
52
demonstra o nvel da resistncia de falta (Rf) entre o plo com falta e a terra a
qual, para um valor mnimo, leva a uma iluminao fraca e, para uma pior
situao (curto do plo terra Rf=0 ), apresenta sua maior luminosidade. Para o
caso de curto franco do plo, esta mxima luminosidade limitada pelo resistor
em srie com a lmpada (Rsl) e pela prpria resistncia da lmpada (Rl).
Figura 29: Painel proteo do servio auxiliar comumente usado nas
subestaes eltricas
Modelando este sistema de proteo para um funcionamento totalmente
isolado (Rf ), tem-se o circuito da figura 30 como equivalente. Neste circuito
so encontrados os valores das tenses e correntes nos rels de falta positivo
(64P) e negativo (64N) e suas resistncias em paralelo (Rpr).
-
53
Figura 30: Circuito equivalente da proteo da SE-PAL totalmente isolado
Analisando o circuito da figura 30, possvel obter os valores das tenses
sobre os rels e a corrente total deste sistema. Para Vs.aux.=132 V:
mA
RR
VI
prr
auxsT 7,272386.2
132
111.2
.. ==
+
=(6)
mAIT 7,27=
mAIF 0=
VV
VrpVr auxs 0,662
1322
.. ==== (7)
Portanto, o equilbrio das tenses confirma o estado normal de
funcionamento do servio auxiliar.
-
54
5.2 FALTA POSITIVA TERRA
Uma falta terra pelo plo positivo do sistema de servio auxiliar em
corrente contnua representada por uma resistncia (Rf+). Para esta falta de
isolamento, o sistema de proteo pode ser caracterizado por duas situaes. A
primeira, conforme figura 31, considera o transitrio que vai do instante de
atuao do rel, aps este ser alimentado por sua tenso de pick-up (Vpick-up), at
o instante de fechamento de seus contatos auxiliares. A segunda situao
representada aps a situao de chaveamento dos contatos auxiliares do rel de
positivo (64P), que muda as caractersticas do sistema de proteo, adicionando
a lmpada de indicao.
O circuito da figura 32 representa a primeira situao, de transitrio, antes
do acionamento dos contatos auxiliares. Para esta situao so apresentadas as
equaes que levam ao valor da resistncia de falta RF.
Figura 31: Transitrio da proteo na ocorrncia de positiva terra
-
55
Figura 32: Circuito equivalente da proteo no instante de uma falta positiva
uppickrpr VVV ++ == (8)
uppickauxsr VVV = .. (9)
++
+
+
=
prr
rT
RR
VI
111
(10)
+
==
prr
rTrTRF
RR
VIIII
111
(11)
-
56
Para o clculo do valor da resistncia equivalente de falta tem-se:
+
=
+
+=+=
prr
rT
rF
prr
r
F
rrrFT
RR
VI
VR
RR
VRVIII
11111
1
(12)
Como terceira e ltima etapa do funcionamento do sistema de proteo e
sinalizao do servio auxiliar em corrente contnua, tem-se o fechamento dos
contatos auxiliares do rel de falta terra positiva (64P). Neste instante os
terminais 7/8 e 4/5, normalmente fechados (NF), comutam, respectivamente, para
os terminais 6 e 3. Com isto so alimentados a lmpada e o alarme de falta
terra junto ao sistema de gerenciamento (SAGE), conforme visto na figura 33.
Figura 33: Sistema de proteo no instante estvel da ocorrncia de uma falta
positiva terra
-
57
O circuito equivalente do instante aps o transitrio da atuao do rel de
falta positivo 64P pode ser visto na figura 34. Atravs deste circuito possvel
calcular a corrente de falta IF mnima que circular sobre a resistncia equivalente
de falta RF.
Figura 34: Circuito equivalente da proteo no instante de uma falta positiva
Para o clculo da corrente de falta (IF), tem-se:
( )lslprr
prrFprr
auxsT
RRRRRRRRR
VI
++
+
+++
=
++
++
1.1
1111
1..
(13)
( )lslprr
prrFprr
auxs
prr
prrT
prr
prrr
RRRRRRRRR
VRRRR
IRRRR
V
++
+
+++
+=+=
++
++
++
++
++
+++
1.1
1111
1.
..
. ..
(14)
-
58
+ = rrauxs VVV .. (15)
Ento:
( )lslprr
prrFprr
auxs
prr
prrauxsrauxsr
RRRRRRRRR
VRRRR
VVVV
++
+
+++
+==
++
++
++
+++
1.1
1111
1.
. ...... (16)
Como a tenso na resistncia de falta equivalente (RF) igual tenso do
rel de deteco de falta negativo em paralelo com o resistor RPr, tem-se:
FRrVV = (17)
F
rR R
VIF
= (18)
Atravs desta anlise do sistema de proteo, possvel obter os valores
finais em cada rel de proteo e a prpria corrente de falta que circular do plo
positivo at o plo negativo atravs da malha de terra da subestao e dividir-se-
entre a lmpada e o rel de falta positivo.
5.3 COMPROVAO PRTICA
Dada a dificuldade em se ensaiar uma falta terra em subestaes, busca-
se, atravs de um teste de pick-up do rel de falta terra positivo, medir os
valores de resistncia de uma das protees para a estimao dos valores das
correntes de falta (figura 35). O objetivo principal descobrir que valor de corrente
-
59
est fluindo para a terra atravs da resistncia de falta (RF), cujo valor comprova
que possvel a medio, e conseguinte deteco do circuito sob falta terra,
atravs de um sistema no-invasivo por efeito Hall (Captulo 6).
Os valores medidos no sistema de proteo so: resistncia da bobina do
rel de falta positivo (Rr+), resistncia em paralelo a este rel (Rrp+), tenso de
pick-up (Vpick-up) e tenso de drop-out (Vdrop-out).
Figura 35: Vista dos painis de proteo e da conexo da fonte ao rel
Atravs do alicate ampermetro/multmetro da Minipa [14], mediram-se os
valores das resistncias (Rr+) e (Rrp+) na escala de 20k com erro mximo de
(1,0%+2D). Os resultados encontrados foram utilizados para medir as resistncias
do rel de falta negativo e positivo e obtiveram-se os seguintes valores:
-
60
== + kRR rr 47,4
== + kRR prpr 33,4
Com uma fonte de corrente contnua e um voltmetro (exatido de:
0,5%+1Dgito), obteve-se o ensaio do valor da tenso de pick-up (Vpick-up) e a
tenso de drop-out (Vdrop-out) atravs do ajuste fino da fonte, sendo estas as
tenses de referncia ao acionamento e ao desacionamento do rel,
respectivamente.
Vale ressaltar que a medio indireta (aquelas cujas equaes utilizam os
valores medidos) desses valores complicada devido dificuldade do ensaio em
subestao, por causa do risco da propagao da atuao da proteo a outros
equipamentos.
Aps a desconexo do rel do sistema de proteo, fez-se variar a tenso na
bobina at a atuao (pick-up) e abertura do rel (figura 36).
Figura 36: Conexo bobina do rel
-
61
Para a concluso sobre a resposta da bobina do rel injeo de tenso,
foram efetuadas 3 medidas da tenso de pick-up (Vpick-up) e da tenso de drop-out
(Vdrop-out).
Tabela 5: Valores do ensaio de resposta do rel
Nmero do Ensaio Vpick-up [V] Vdrop-out [V]
1 83,3 12,8
2 83,4 13,2
3 83,1 13,3
Tomando-se as mdias dos valores, obtm-se como respostas do ensaio:
V3,83V up-pick = (19)
V1,13V out-drop = (20)
Atravs destes valores e do conjunto de frmulas, chegou-se ao valor da
resistncia de falta (RF) aps o perodo de transitrio ( 60 ms). Este valor definir
qual a resistncia mnima de isolamento terra do plo positivo para a atuao da
proteo do servio auxiliar. Portanto, tm-se:
Tenso sobre o rel 64P:
VVVV uppickrpr 3,83=== ++
Tenso sobre o rel 64N:
-
62
VVVV uppickauxsr 7,483,83132.. === (21)
Corrente total proveniente do servio auxiliar:
mA
RR
VI
prr
rT 9,37
43301
44701
13,83
111
=
+
=
+
=
++
+ (22)
Corrente de falta terra (IRF), no instante do acionamento do rel:
mA
RR
VIIII
prr
rTrTRF 8,15
43301
44701
17,480379,0
111
=
+
=
+
==
(23)
Para o clculo do valor da resistncia equivalente de falta tem-se:
=== 5,30900158,0
7,48
RF
rF I
VR (24)
Portanto, uma resistncia de isolamento entre plo negativo terra menor
que 3090,5 faz com que o sistema de proteo na subestao do Roado em
Florianpolis SE-FLO atue.
Dando continuidade aos objetivos desta prtica, buscam-se os valores
mnimo e mximo da corrente de falta (IF) aps o perodo de transitrio, os quais
-
63
so os objetos que se procura para comprovao do funcionamento do sistema
de medio do circuito sob falta, atravs da garra de corrente por efeito Hall.
Para o clculo do valor mnimo de atuao, considera-se a resistncia
mnima equivalente de isolao para a atuao do rel como sendo RF=3090,5 .
Nesta situao, so utilizados os valores medidos atravs do alicate
ampermetro/multmetro Minipa modelo ET-3200A, os valores da resistncia srie
com a lmpada, Rsl=2820 e a prpria resistncia da lmpada, Rl=1360 .
Esta parte do clculo, referente terceira etapa de funcionamento da
atuao da proteo, envolve o fechamento dos contatos normalmente abertos
(NA) do rel de proteo de falta positiva (64P), que adiciona uma resistncia
srie e uma resistncia da prpria lmpada em paralelo com o rel 64P. Portanto,
modifica-se o circuito, conforme formulrio tratado e tem-se nova faixa de valores
de corrente de falta (IF) que vai da resistncia mnima de isolao equivalente at
um curto-circuito franco (3090,5 >RF>0 ).
A corrente total nesta ocorrncia demandada do servio auxiliar :
( )lslprr
prrFprr
auxsT
RRRRRRRRR
VI
++
+
+++
=
++
++
1.1
1111
1..
(25)
Substituindo os valores, tem-se:
-
64
mAIT 6,48
136028201
433044704330.4470
11
5,30901
43301
44701
1132 =
++
+
+++
=
Ento, a tenso sobre o rel 64P, que est em paralelo com o conjunto
lmpada e em srie com o resistor RL, :
VI
RRRRRR
V T
lsl
prr
prr
r 8,694,1437.0486,0.1.1
1 ==++
+
=
++
++
+
(26)
E a tenso sobre o rel 64N :
VVVV rauxsr 2,628,690,132.. === + (27)
Atravs destes valores, possvel perceber que o desbalano das tenses
para este tipo de proteo retorna a valores de menor desequilbrio, em torno de
5,76%.
VVdesbalano 8,38,69662,6266 === (28)
%24,9466
100.2,66% == rV (29)
%76,10566
100.8,69% == +rV (30)
-
65
Com este valor de tenso sobre o rel, este ainda se mantm acionado
devido ao fato do seu sinal de desacionamento, Vdrop-out , ser igual a 13,1 V. Para
uma confirmao do funcionamento da proteo possvel, atravs do boto de
rearme (BR), saber se a falta terra ainda existe, caso o isolamento de plo
terra ainda seja menor que RF=3082,5 .
Como a tenso na resistncia de falta equivalente (RF) igual tenso do
rel de deteco de falta negativo em paralelo com o resistor RPr tem-se, para o
caso de mxima resistncia de falta, RF=3082,5 :
VVVFRr
2,66== (31)
mARV
IF
rR
F
F2,20
5,30822,66 === (32)
Para o clculo do valor mximo da corrente de falta, considera-se a
resistncia mnima de falta, RF=0.
lsl
prr
prr
auxsT
RRRRRR
VI
++
+
=
++
++
1.1
1..
(33)
-
66
mAIT 9,914,1437132
136028201
433044704330.4470
11
132 ==
++
+
=
VVr 0=
VVr 0,132=+
Portanto, a mxima corrente de falta terra, quando ocorre um curto franco
do plo positivo malha terra - a corrente total IT demandada do sistema de
servio auxiliar em 132,0 V - passa integralmente pela resistncia de falta terra
RF e tem seu valor igual a 91,9mA.
mAII TRF 9,91==
5.4 CONCLUSO PRTICA
Para valores de resistncia de falta terra equivalente variando de 0
RF3082,5 , tem-se a corrente de falta IF variando 91,9 mAIF20,2 mA.
Portanto, estes valores, medidos na prtica, tornam a garra por efeito Hall,
com resoluo de 10 mA, um instrumento possvel de ser usado para medir esta
corrente de falta, sem a necessidade de interromper ou interferir no sistema de
servio auxiliar da subestao, que deve ter um regime permanente em seu pleno
funcionamento.
-
67
CAPTULO 6
TCNICA DE DETECO NO-INVASIVA
Como parte da pesquisa da deteco do ponto de falta terra no sistema
de servio auxiliar CC, esta etapa vem a ser um dos passos iniciais para se
descobrir aquele ponto. Para isso, busca-se descobrir o circuito com falta para
terra, atravs da tcnica de medio da corrente de falta sem a necessidade de
desconexes e desligamentos.
6.1 DESCRIO DA TCNICA
Em avano s tcnicas j existentes apresentadas nos captulos anteriores,
neste captulo ser descrito um mtodo de medio da corrente de falta para
terra, atravs de uma garra de corrente por efeito Hall [15]. O objetivo dessa garra
medir a corrente de desbalano do circuito alimentado por um nico disjuntor,
ou seja, abraar de uma s vez os dois fios (positivo e negativo) que alimentam o
circuito.
O resultado dessa medio, que depende muito da sensibilidade da garra
bem como do voltmetro utilizado, ser a diferena dessas duas correntes. Esse
-
68
desbalano (diferena) traduz o valor de corrente que est fluindo para a terra
atravs da resistncia de falta, conforme esquema da figura 37.
Figura 37: Medio da corrente de falta terra por garra de corrente
Na figura 37 tem-se a garra 1 medindo 0 mA pois, para a garra 2, o valor
da corrente medida para o circuito N a prpria corrente de falta (IF). Assim,
possvel descobrir qual circuito est sob falta terra, sem a necessidade de
interromper o funcionamento de qualquer um dos circuito de proteo. Esta
tcnica ainda dispe de mais duas vantagens alm do no desligamento
mecnico do disjuntor:
A primeira e maior vantagem a de que, aps se descobrir qual circuito
est com a falta, pode-se saber ainda mais sobre o problema que causou esta
falta. Para isso, basta utilizar esta tcnica de medio com a garra entre dois
pontos conhecidos do circuito. Assim, possvel descobrir a direo do ponto da
-
69
falta terra. Um exemplo desta vantagem pode ser vista na figura 38, segundo a
qual, uma vez descoberto o circuito sob falta (garra 2), obtm-se, pela medio
efetuada pela garra 3, a informao de 0 mA naquele ponto, que se encontra
antes do equipamento alimentado pelo disjuntor.
Com isso, possvel concluir se o problema da falta est na fiao do
circuito ou no prprio equipamento, o que gera com maior rapidez e segurana a
completa informao sobre a parte de um determinado circuito na qual est
ocorrendo a falta.
Figura 38: Falta terra pelo plo positivo do equipamento
Para o caso de a falta se encontrar no equipamento, ter-se-ia os valores
medidos pelas garras 2 e 3, de iguais valores prpria corrente de falta IF (figura
38).
-
70
Uma segunda vantagem importante e que agrega um valor interessante a
possibilidade de se detectar casos de mltiplas ocorrncias de falta terra de
modo mais eficiente, sem a necessidade de desligar todos os circuitos envolvidos
no servio auxiliar.
Nenhum dos mtodos anteriores indica a contribuio individual de cada
circuito para a falta. Isso significa que cada uma das faltas no francas terra de
outros circuitos no detectada e que, com esta nova tcnica, possvel se
apontar a contribuio de cada circuito, individualmente, para a corrente de falta
IF.
6.2 ESTUDO DE CASO EM SUBESTAO DA ELETROSUL
A ocorrncia da falta de negativo terra na subestao do Roado foi
sinalizada pelo Sistema Aberto de Gerenciamento de Energia (SAGE) na manh
do dia 25/05/2004. Este alarme de falta terra - rel 64 - atua no desbalano dos
isolamentos de cada um dos plos em relao terra. A princpio, este alarme
somente indica o plo da falta, mas no indica em qual circuito se encontra a
baixa resistncia terra e, portanto, no h indicao do caminho por onde flui a
corrente de falta.
Seguindo um dos procedimentos de manuteno, mediu-se o percentual
desta falta (captulo 3). Para isso, foram lidos os valores (s 15 horas) da tenso
entre o positivo e o terra (V+G=91,0 V) e a tenso entre o terra e