amorim entra no tse para assumir o lugar de mosquini na câmara federal

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I CÓPIA I Excelentissimo Senhor Ministro Relator - Colendo Tribunal Superior Eleitoral. TRE-RO PROTOCOLO 33.37112014 CÓpia. 1t11212014-17:••5 • 11111111111111111111" Ernandes Santos Amorim, eleito primeiro suplente de deputado federal no pleito que findou (2014) pela Coligação "Rondônia no Rumo Certo 1", formada pelos partidos PMDB/PRTB/PC do B/PDT /PRP /PSB/PTB/PSL/PTN, inscrito regularmente no CPF sob o n. 023.619.225-68, residente e domiciliado à Rua São Paulo, Setor 5, Município de Ariquemes/RO, por meio de seu procurador in fine firmado, li! instrumento de mandato em anexo (doc. 01), vem à conspícua presença de Vossa Excelência, com fulcro no artigo 262 do Código Eleitoral (inelegibilidade superveniente), ofertar o presente RECURSO CONTRA A EXPEDIÇÃO DO DIPLOM em face de Lúcio Antônio Mosquini, deputado federal eleito Coligação "Rondônia no Rumo Certo 1", formada PMDB/PRTB/PC do B/PDT /PRP /PSB/PTB/PSL/PTN, residente e do a Av. Rio de Janeiro, n. 2670, Setor 3, no Município de Jaru/RO, eo

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Page 1: Amorim entra no TSE para assumir o lugar de Mosquini na Câmara Federal

I CÓPIA I

Excelentissimo Senhor Ministro Relator - Colendo Tribunal Superior

Eleitoral.

TRE-ROPROTOCOLO33.37112014 CÓpia.1t11212014-17: ••5• 11111111111111111111"

Ernandes Santos Amorim, eleito primeiro suplente de deputado

federal no pleito que findou (2014) pela Coligação "Rondônia no Rumo Certo 1",

formada pelos partidos PMDB/PRTB/PC do B/PDT /PRP /PSB/PTB/PSL/PTN,

inscrito regularmente no CPF sob o n. 023.619.225-68, residente e domiciliado à

Rua São Paulo, Setor 5, Município de Ariquemes/RO, por meio de seu

procurador in fine firmado, li! instrumento de mandato em anexo (doc. 01), vem à

conspícua presença de Vossa Excelência, com fulcro no artigo 262 do Código

Eleitoral (inelegibilidade superveniente), ofertar o presente

RECURSO CONTRA A EXPEDIÇÃO DO DIPLOM

em face de Lúcio Antônio Mosquini, deputado federal eleito

Coligação "Rondônia no Rumo Certo 1", formada

PMDB/PRTB/PC do B/PDT /PRP /PSB/PTB/PSL/PTN, residente e do

a Av. Rio de Janeiro, n. 2670, Setor 3, no Município de Jaru/RO, e o

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base nos fatos e fundamentos jurídicos contidos nas razões que seguem em

anexo.

Por fim, requer que esse Eg. Tribunal Regional determine a intimação

do Requerido Lúcio para que apre

2

recursal,

ar fin

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te no prazo legal a competente contrarrazão

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/

Page 3: Amorim entra no TSE para assumir o lugar de Mosquini na Câmara Federal

Razão Recursal

1 - BREVE ESCORÇO DA DEMANDA

1. O Recorrido se lançou candidato ao cargo de deputado federal pela

Coligação "Rondônia no Rumo Certo 1", obtendo 40.595 votos (5,08% do

eleitorado), o que fez com que alcançasse "vitória" nas urnas no pleito último

(2014), sendo devidamente diplomado no dia 17.12.2014 (doc. 02).

cargo

e o

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i es

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DER/RO), ou seja,

fato" visando obt r r

Rodagem

"formalment "

desli u"

tudo em detrimento dos demais concorrentes que

eletivo.

2. Ocorre que ao invés da campanha do Recorrido se desenvolver

dentro da normalidade aceitável, lamentavelmente foi ancorada pelo l!.Ul.

indevido (usurpas:ão) - durante a campanha eleitoral - do cargo público que

nteri rm n v rt m nt

3

Page 4: Amorim entra no TSE para assumir o lugar de Mosquini na Câmara Federal

3. Explica-se. ° Promovido Lúcio reside no Município de ]aru/RO,

distante cerca de 300km da Capital Porto Velho/RO, sendo amigo pessoal do

atual Governador do Estado, Sr. Confúcio Moura, que por insondável proposito

do destino concorreu a reeleição no pleito de 2014 pela mesma Coligação que

Lúcio, conseguindo por apertada margem mais um mandato eletivo por igual

período.

4. Por possuir tal "atributo" (amigo do governador), no ano de 2012 o

Promovido foi agraciado por seu "companheiro" com o cargo de Diretor-Geral

do DER/RO (17.07.2012, DOE n. 2015, de 16.07.2012), autarquia esta

responsável pelas obras públicas neste lado do poente.

5. A missão de Lúcio no staJ! do Governo era tentar em pouco tempo e

a qualquer custo - já que faltava menos de dois anos para a deflagração do

processo eleitoral - recuperar a imagem desgastada do chefe do Executivo

perante a população local, principalmente na Capital do Estado, já que era tido

como um administrador inerte, além é claro de tentar alavancar a própria

campanha eleitoral do Recorrido, já que possuía pretensão de se lançar candidato

ao cargo de deputado federal no pleito de 2014.

6. E uma das obras que poderia alavancar a futura campanha do

Governador do Estado, bem como a do próprio Recorrido, se situava aqui

mesmo na Capital, maior colégio eleitoral do Estado, denominada "Espaço

Alternatiyo", cujo objeto era a "reforma" de um centro que abrigava a prática de

esporte e lazer, obra esta orçada na pequena bagatela de mais de vinte e dois

milhões de reais (doc. 03).

7. ° Recorrido Lúcio foi então o responsável em deflagrar o processo

licitatório, contratar a empresa e dar a ordem de serviço já no início do

2014, u'a conc1us- ir "I f n bran "f i

ar correr incrivelmente r xim a dia d leito

(setembro), conforme noticiava o próprio governo do Estado de

veículos de comunicação local (doc. 03).

4

Page 5: Amorim entra no TSE para assumir o lugar de Mosquini na Câmara Federal

8. Messes após, o Recorrido Lúcio pediu sua exoneração do cargo de

Diretor-Geral do DER/RO, a contar do dia 04.04.2014 (doc. 04 - DOE n. 2432,

de 03.04.2014), para fins de "aparentemente cumprir" o prazo de

desincompatibiliza~ão previsto no artigo 1°. inciso VI. da LC n. 64/90, e

com isso afastar "em tese" a inelegibilidade preconizada no mesmo diploma legal.

9. Pois bem. Encerrado o pleito eleitoral e galgando o Requerido Lúcio

uma das cadeiras do parlamento federal, eis que o Ministério Público do Estado

de Rondônia, no dia 03.12.2014, deflagrou em conjunto com a Policia Federal,

uma opera~ão denominada "Ludus", que levou a decretação da prisão

preventiva de 14 (quatorze) pessoas - dentre os presos se encontrava o

Requerido Lúcio - além da aplicação de outras medidas cautelares (doc. 05).

10. Segundo nota enviada a imprensa pelo próprio Ministério Público

Estadual (doc. 05), a referida operação foi deflagrada visando desbaratar uma

organização criminosa instalada no governo do Estado de Rondônia, que desviou

maIs de vinte milhões de reaIs da obra pública denominada "Espa~o

Alternativo" - aquela que iria alavancar a campanha do Requerido Lúcio - sendo

este apontado pelo órgão ministerial como um dos mentores desse grupo

cnmlnoso.

11. Segundo constou no pedido de prisão preventiva formulada pelo

Parque! (doc. 06), a missão do Promovido Lúcio perante a organização criminosa

era direcionar a licitação em voga para um aliado politico seu Uuan Testoni -

Prefeito do Município de Ouro Preto do Oeste/RO), além de pessoalmente dar

ordens ao DER/RQ. como se ainda Diretor-Geral fosse. para que a obra

não sofresse solu~ão de continuidade. tudo visando auxiliar a organiza~ão

criminosa no desvio da verba pública direcionada a essa obra. bem como

obter proveito político próprio perante os eleitores, já que os moradores des

Capital até então enxergavam o desenvolvimento dessa construção com

olhos. //

/

12. Todavia, voltando ao centro da presente demanda, qu,e/mais/

chamou atenção dos Promotores de Justiça na referida operação p~ - além

5

Page 6: Amorim entra no TSE para assumir o lugar de Mosquini na Câmara Federal

da grande monta de recurso público que foi desviado - foi o fato do Recorrido,

apesar de ter se desincompatibilizado formalmente do cargo de Diretor-

Geral do DER/RO para que não incidisse sobre seus ombros a

inelegibilidade contida no art. 1°, inciso VI, da LC 64/90, não se afastou de

Íli!! da chefia de um dos principais órgãos de execução do Governo do

Estado de Rondônia - DER/RO, já que dava ordens diretas ao seu "sucessor"

e a outros diretores da referida autarquia, conforme fosse o interesse de sua

campanha, principalmente em relação ao desenvolvimento dos trabalhos da

obra pública que estava sendo efetivada no "Espaço Alternativo" - repita-se,

aquela obra que iria alavancar a campanha do Recorrido.

13. A exemplo do acima alegado, durante o desenvolvimento da

campanha eleitoral de 2014, pelo fato do Tribunal de Contas tentar suspender a

obra em virtude de irregularidades graves encontradas pelo controle interno

desse órgão fiscalizador (doc. 06), o Promovido Lúcio interveio na autarquia para

dar "ordens" e "pressão" nos diretores do DER/RO, bem como para orientar

quais condutas deveriam ser adotadas para que a "obra" não fosse suspensa, pois

caso contrário consideravam os membros da ORCRIM (dentre os quais Lúcio)

que poderia ser a derrota nas urnas do próprio Recorrido e do Goyernador

Confúcio, conforme esclarecem as gravações telefônicas efetivadas com

autorização judicial que seguem em anexo (doc. 06).

fi ró a

15. Portanto, pelo fato de tal ingerência (verdadeira

lamentavelmente ter sido praticada s n rr

r im u na ã r

14. Pelo que se percebe, apesar do Recorrido ter se afastado

formalmente do cargo de Diretor-Geral do DER/RO, continuou exercendo

"de fato" tal atribui~ão, o que qualquer forma fere de maneira mortal o

comando cogente disposto no art. 1°, inciso VI, da LC 64/90, o qual impõe aos

agentes públicos ocupante de cargo de direção seu desligamento real e efetivo

nos 6 (seis) meses anteriores a realização do pleito eleitoral, sob pena de incidir

causa relevante de inelegibilidade - ausência de desincompatibiliza~ão.

além d

cargo

6

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policial "Ludus" ocorrida no dia 03,12.2014, não se poderia ao tempo do

registro de candidatura ventilar a ausência de desincompatibilização (de fato) do

cargo público até então ocupado pelo Recorrido, motivo pelo qual tal

inelegibilidade é trazida à baila por meio desta ação.

16. Em razão do exposto, não restou alternativa ao Recorrente a não

ser propor esta ação visando cassar o diploma irregularmente outorgado ao

Recorrido por patente ausência de desincompatibilização (de fato) de cargo

público.

2 - DA PRELIMINAR DE CABIMENTO DO RECURSO CONTRA A

EXPEDIÇÃO DO DIPLOMA

17. Via de regra as causas de inelegibilidade derivadas da ausência

de desincompatibilizas;ão previstas no artigo 1°, inciso VI, da LC 64/90', por

serem consideradas infraconstitucionais e pré-existente ao registro de

candidatura, somente podem ser ventiladas em momento processual próprio,

mediante a movimentação da ação de impugnação ao registro de candidatura

preconizada no art. 3° do mesmo diploma legal2• Essa é a regra!

18. Entretanto, em casos como ora em discussão, em que há a

desincompatibilização de direito em tempo oportuno, mas não ocorre o seu

desligamento de fato - candidato durante o processo eleitoral continua fazendo

gestão sobre o cargo que ocupava - esse Colendo Tribunal Superior pacificou o

entendimento no sentido de ser plenamente cabível o debate de tal matéria por

meio do Recurso Contra a Expedição do Diploma disposto no art. 262 do CE',

desde que os atos irregulares da usurpação da função pública tenham ocorro

após a data limite para a propositura da AIRC, igual ao que ocorreu na esp'

I Art. 10 São inelegíveis:( ...)VI - para a Câmara dos Deputados, Assembléia Legislativa e Câmara Legislativa, no que lhes f r aplicá l. poridentidade de situações, os inelegíveis para o Senado Federal, nas mesmas condições estabelee das, o eevadosos mesmos prazos;2 Art. 3° Caberá a qualquer candidato, a partido político, coligação ou ao Ministério Público, fi prazo de 5~cinco) dias, contados da publicação .do pedid~ de registro ,do candidato, impugná-l~ em ~e~i?ãO f damenta.da.Art. 262. O recurso contra expedição de dtploma cabera somente nos casos de tneleglbll1da e superventente

ou de natureza constitucional e de falta de condição de elegibilidade.

7

Page 8: Amorim entra no TSE para assumir o lugar de Mosquini na Câmara Federal

19. A gUlsa de ilustração, abaixo segue ementa derivada do Colendo

TSE, que no RCED n. 13-84, de relatoria da Ministra Fátima Nancy Andrigui,

DJe 16.04.2012, bem retrata o quanto antes se argumentou. Veja-se:

RECURSO CONTRA EXPEDIÇÃO DE DIPLOMA. ELEIÇÕES 2010.SUPLENTE DE DEPUTADO FEDERAL. AUSÊNCIA DEDESINCOMPATIBILIZAÇÃO DE FATO. PROVASINSUFICIENTES. NÃO PROVIMENTO.t. Em regra a desincompatibilização, por se tratar de inelegibilidadeinfraconstitucional e preexistente ao registro de candidatura, deve serarguida na fase de impugnação do registro, sob pena de preclusão, nostermos do arl. 259 do Código Eleitoral. Precedentes.2. Todavia a ausência de desincompatibilização de fato pode sersuscitada em RCED, porquanto o candidato pode, apÓs a fase deimpugnasão do relÍRtrQ, praticar atos inerentes ao cargo do qualtenha se desincompatibilizado apenas formalmente, Trata-se,pois, de situaSão superveniente ao registro de candidatura. Oprovimento do recurso, entretanto, fica condicionado à comprovaçãode que o exercício de fato do cargo tenha se dado após a fase deimpugnação do registro de candidatura.

20. No corpo do citado voto, argumentou a d. Relatora que "no caso de

ausência de desincompatibiJizafão de fato_ penso que ela pode ser suscitada em

RCED, porquanto o candidato pode, após a fase de impugnação do registro,

praticar atos inerentes ao cargo do qual tenha se desincompatibilizado formalmente. Logo,'d 'd' - . 'd d'd "CUI ar-se-Ia J sItuafao supervenIente ao regIstro J can I atura,

21. Para asslm sustentar, disse a Ministra que "conclusão diversa,

respeitadas as opiniões em contrário, permitiria que um candidato que se

desincompatibiJizasse formalmente, no prazo oportuno, do cargo até então ocupado

voltasse a exercer esse mesmo cargo de fato sem que sofresse sanfãoalguma, possibilitando fJ.ue se utili!{aue das prerrogativas do cargo em favor de sua

campanha, em afronta ao princíbio da isonomia. "•

22. No mesmo sentido:

Eleições 2012. Registro de candidatura. Indeferiment.Desincompatibilização. Secretário Municipal. Afastamento de to.Ausência.1. O Tribunal Regional Eleitoral concluiu que o candidato,municipal, embora tenha requerido formalmente o afastcargo,

i iliz fi2. Para afastar a conclusão do acórdão regional nocandidato permaneceu atuando na secretaria em qu efunções seria necessário o reexame do contexto fáti~

8

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vedado em sede de recurso de natureza extraordinária, nos termos dasSúmulas nos 7 do STJ e 279 do STF.3. A jurisprudência do Tribunal Superior Eleiroral é pacífica nosentido de que, para fins de desincompatibilização, é exigido oafastamegto de fato do cagdidato de suas fun"ões.Agravo regimental a que se nega provimento. (AgR- nO 82074, RelatorMinistro Henrique Neves da Silva, DJe 02.05.2013).

23. O caso em comento se enquadra como uma luva na hipótese aCima

comentada. É que os atos de usurpação da função de Diretor-Geral do DER/RO

praticado pelo Recorrido Lúcio se tornaram conhecidos da investigação criminal

após o deferimento de seu registo, quando não mais se podia manejar a primeira

ação eleitoral visando impugnar seu registro de candidatura por ausência de

desincompatibilização "de fato" (AIRC), afora a hipótese de tal irregularidade ter

se tornado público somente após a deflagração da operação policial "Ludus"

(03.12.2014), a qual culminou na prisão de Lúcio e de outros treze investigados.

24. Portanto, plenamente cabível se torna a propositura desta ação para

Impugnar a ausência de desincompatibilização (de fato) de cargo público pelo

Recorrido.

3 - DOS FUNDAMENTOS JURíDICOS

25. O artigo 1°, VI C.c V, "b", C.c IH, "b", "3", todos da LC 64/90 está

assim disposto, in verbis:

Art. 10 São inelegíveis:(...)VI - para a Câmara dos Deputados, Assembléia Legislativa e CâmaraLegislativa, no que lhes for aplicável, por identidade de situações, osinelegíveis para o Senado Federal, nas mesmas condições estabelecidas,observados os mesmos prazos;

v - para o Senado Federal:(...)b) em cada Estado e no Distrito Federal, os inelegíveis para o cargosde Governador e Vice-Governador, nas mesmasestabelecidas, observados os mesmos prazos;

111 - para Governador e Vice-Governador de Estado e doFederal;(...)

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b) até 6 (seis) meses depois de afastados definitivamente de seuscargos ou funções:(...)3. os diretores de órgãos estaduais ou sociedades de assistência aosMunicípios;

26. Pelo visto aCIma, para que o Diretor-Geral de órgão público

concorra a uma das vagas no parlamento federal, deve largar de forma voluntária

as rédeas do cargo que ocupa no prazo de seis meses antes do pleito, tudo

visando garantir o maior equilíbrio possível entre os participantes daquela

disputa eleitoral.

27. Nos dizeres do doutrinar Marcos Ramayana, a

desincompatibilização busca garantir "a isonomia entre os pré-candidatos ao pleito

eleitoral específico, bem como a lisura das eleições contra a influencia do poder político elou

econômico e a captação ilícita de sufrágio, porque incide uma presunção jure et de jure que o

incompatível utilizara em seu benefício a maquina da administração Pública. ",

28. Corroborando com a tese aCIma citada, o professor José Jairo

sustenta que "a finalidade desse instituto é evitar o quanto possível que candidatos

ocupantes de cargos públicos coloquem-nos a serviço de suas candidaturas, comprometendo não

só os desígnios da Administração Pública, no que concerne aos serviços que devem ser

prestados com eficiência à população, como também o equilíbrio e a legitimidade da eleição. ,,5

29. Além do maIS, a ausência de desincompatibilização em tempo

oportuno desagua na inelegibilidade do pretenso candidato. Leciona Joel José

Cândido que a desincompatibilização é a "saída voluntária de uma pessoa, em caráter

provisório ou precário de um cargo, emprego ou função, pública ou privada, pelo prazo

exigido em lei, a fim de elidir inelegibilidade que, se removida, impede essa pessoa de

concorrer a um ou mais mandatos eletivos. ,,6

30. Afora tudo isso que acima foi registrado, e visando

finalidade da norma de regência, é que é imposto ao agente que se

cargo não apenas seu afastamento formal contido numa simples

sim que ocorra o real e efetivo rompimento do cargo .

.•Direito Eleitoral, 11 edição-Rio de Janeiro: Impetus, 2010, p. 2725Direito Eleitoral/9 edição cevo atual. e ampl. - São Paulo: Atlas, 2013, p. 1646Inelegibilidade no Direito Brasileiro. 2 ed. São Paulo: Edipro, p. 219

10

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31. Entretanto, na hipótese discutida nos autos, apesar do Recorrido

ter formalmente se desligado do cargo de Diretor-Geral do DER/RO em tempo

oportuno, continuou a exercer "de fato" tal função pÚblica, conforme fosse o

interesse de sua campanha eleitoral.

32. Ora, conforme alhures argumentado, o Recorrido reside no

Município de Jaru/RO, distante cerca de 300km desta Capital. Mesmo aSSIm, para

quem nunca residiu em Porto Velho, obteve uma votação expressiva na principal

cidade do Estado (cidade a qual nunca residiu, insista-se), eis que alcançou o

patamar de quase 10% de seus votos.

33. Como explicar esse fenômenol Simples, investimento pesado em

obras que pudesse agregar valor a campanha do Recorrido, a exemplo daquela

denominada "Espaço Alternativo", construída nesta Capital e que deu ensejo a

prisão preventiva de Lúcio, ora Promovido.

34. Por sua real importância, na visão do Recorrido a referida obra

pública não deveria sofrer qualquer tipo de atraso ou suspensão, sob pena de

prejudicar sua campanha eleitoral. Veja o que constou no relise enviado pelo

departamento de comunicação do próprio governo do Estado de Rondônia

quanto ao início da construção da obra em debate, que foi intitulada pelo

Recorrido como a principal obra da cidade, um verdadeiro "cartão postal" da

Capital Porto Velho/RO (doc. 03):

Governador assina na próxima segunda ordem de serviço do novoEspaço Alternativo

'rr••

A cidade de Porto Velho receberá do governo estadual o seumelhor e mais completo espaço público para práticas esportivas eatividades de lazer.(...)O local conhecido como Espª,º Alternatiyo (na Avenida JorTeixeira, entre o Hospital de Base e o aeroporto) deixará deapenas um ambiente adaptado para caminhadas de fim de tarder .

município,( ...)Cartão p08tal

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postal de Porto velho, vai atrair os turistas e ajudará amovimentar o comércio local", observa.Mosquini salienta, ainda, que o projeto prevê a intervenção numa áreade quase 178 mil metros quadrados, correspondente a quase 25 camposde futebol. "A empresa terá 180 dias (seis meses) para construireste benefício. A população terá oreulho dessa obra", assegura odiretor.

35. Por essa razão e por outras mais (escusas) é que o Requerido

Lúcio, durante o desenvolvimento de sua campanha eleitoral, continuava a

mandar como se Diretor-Geral do DER/RO fosse, autarquia esta responsável em

gerir a obra.

36. Logo, além de haver plena gerencia do Recorrido Lúcio no

órgão público em referencia. tal usurpas;ão possuía finalidade eleitoral.

37. A inicial da ação cautelar que obteve a prisão preventiva do

Promovido (cuja cópia foi capturada do HC n. 311797/ST] - processo eletrônico

que não estava em segredo de justiça - proposto por um dos presos - ] uan

Testoni) é bastante elucidativa quando debate em vários trechos a indevida

intervens;ão de Lúcio perante o Órgão público durante o transcorrer da

campanha eleitoral. Veja-se (doc. 06 - fls. 104/e-ST]):

o dialogo abaixo é revelador do poder do investigado LÚCIOMOSQUINI, sócio de fato de JUAN ALEX TESTONI na obra doEspaço Alternativo. Mesmo afastado do DER para copcorrer aseleições é ele quem de fato mantém o poder de ordem narepartição pÚblica, fato este de conhecimento inclusiye do Chefedo Executiva Estadual.Ademais, pelo que se nota, MOSOUINI tem grande influencia sobrea obra (espaço alternativo) e sobre ADIEL (laranja de uma dasempresas responsável pela obra do Espaço AlternativoRoodoDorte). eis que temente a paralização da obra o governadorCONFÚCIO MOURA so!jcjta que MOSOUINI converse comADIEL para evitar a paralisação dos trabalhos.

DATA/HORA30/09/2014 07:12:20CONTEUDO

INTERLOCUTORESMOS UINI x Governador

[...]CONFÚCIO MOURA: Cê fala para o menino. o ADIEL,pare o serviço não, que nois tamos entrando com uma limi r, hoj ,aí eu vou mandar pagar. Se o menino não quiser ssinar, oEDUARDO eu ponho o MURI...o DANILO ... ponho oRODRIGO e o RODRIGO assina e paga.LÚCIO MOSQUINI: É...CONFÚCIO MOURA: É... se ele começar a ficargente paga... eu vou entrar com a liminar só paraURACI disse ue não tinha roblema nenhum.

12

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LUCIO MOSQUINI: Hum.CONFÚCIO MOURA: Que vai. " que vai pagar porque o rapaztrabalhou. Tem que fazer só aquela, aquela diferença de planilha só,que é pouquinho, retém aqui e paga o resto pro rapaz. Cabou. A obratá linda (NA)LÚCIO MOSQUINI: Q que num pode é para, aquela obra. Q.u.ç,aquela obra dá Q segundo turno pta DOis, viu Goyernador?CONFÚCIO MOURA: Fala com ADIEL ali que não para não (NA)LÚCIO MOSQUINI: Aquilo dá segugdo turno pra gÓs ...CONFÚCIO MOURA: Toca a obra, com sacrifício, mais já já eupago ele. A gente paga aqui. E Q problema que Q Tribunal,mandoup.a.tlU, mas nos vamos recorret ... Da sentença. Rapidinho. E uma ... éuma ... é um Mandado de Segurança que com certeza agente conseguerápido, que agente já conseguiu a dos outros, tá?LUCIO MOSQUINI: Tá bom.CONFÚCIO MOURA: Tá combinado (NA) boa sorte, viu?LÚCIO MOSQUINI: Tá bom Governador, brigado.

38. Pelo diálogo acima referido, mesmo afastado do cargo em razão de

sua desincompatibilização, era o Recorrido Lúcio Mosquini quem detinha o

poder de mando sobre o DER, pois em nome desse órgão determinava a

paralisação ou não da obra do "Espaço Alternativo", cuja conclusão dos dizeres

do Promovido daria o "segundo turno" para o Governador.

39. Ainda analisando a investigação em testilha, se percebe sem

qualquer dificuldade que o Promovido Lúcio Mosquini se in titulava "pai" da

mega obra que estava sendo desenvolvida no "Espa~o Alternativo", pois

dessa sua "paternidade" colheria os votos dos moradores deste lado do poente,

porquanto o proveito eleitoral era certo e inarredável. Veja-se o que constou na

peça vestibular no Parque! quanto a questão em voga (doc. 06 - fls. 163/e-STJ):

Foi LÍJCIO quem deflagrou, impulsionou e concretizou grandeparte desse projeto de obra pÚblica que seria, como de fato foi,entregue ao lider da organização criminosa Guan), que findoucontratando com autarquia por meio de interpostas pessoas físicas ejurídicas. Detalhe: Com a efetiva participação do Diretor-Geral.Alias, LUCIO punca hesitou em chamar para si publicamente a

CONSÓRCIO (leia-sei orv:anizas:ão crimino,a).

f

yolume 11. autos principais.(...)

ton f i

. fn

13

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40. O exercício "de fato" do cargo de Direito-Geral do DER era tão

evidente, que até mesmo o sócio (laranja) da empresa responsável pela obra do

"Espaço Alternativo" tinha plena ciência do poder de mando do Promovido

Lúcio Mosquini sobre o DER/RO. Veja-se (doc. 06 - fls. 165/e-STJ):

o diálogo abaixo, entre ADIEL (empresa Rondonorte) e seu irmãoADINALDO, é exemplo veemente disso, e dá conta do poder deMOSQUINI sobre o DER e da necessidade de ingerência destepara que as coisas "andem":

INTERLOCUTORESADIEL x ADINALDOANDRADE (irmão deADIEL

DATA/HORA10/09/2014 07:47:39

CONTEUDO

AC2

FOLHA150.152

[...]ADIEL ANDRADE: É o BIRA é fraquinho não resolve nada.ADINALDO ANDRADE(irmão de ADIEL): Fraquinho né.(...)ADINALDO ANDRADE(irmão de ADIEL): é coisa sedssima issodaí, tem que, o homem tem que tomar uma decisão, rapaz eu tômandando, eu tô pedindo, o fulano não faz, nomeio outro pra fazer.(...)ADIEL ANDRADE: Tem que falar com Lucro lá, Falar pra ele seele nio tomar uma decisão lá, o negÓcio lá vai lascar tudo pé.ADINALDO ANDRADE(irmão de ADIEL): Vou falar com ele hoje.ADIEL ANDRADE: Você tem que falar com ele, porque eu nãoconsigo falar com ele.ADINALDO ANDRADE(irmão de ADIEL): Pra ele também ficaruim pé,ADIEL ANDRADE: Uail claro, para todo mundo, nélADINALDO: De tudo quanto é lado né!ADIEL: De tudo quanto é lado, e seu eu para a obra?ADINALDO: Pois é.ADIEL: Parar a obra Q Goyerno vai :pro pau na hora.(...)ADIEL: Mas (ala pra ele mesmo, do negócio sério mesmo, tem, temque agir.ADINALDO: Mas rapaz, eu vou falar, eu vou falar sério com ele, vouconversar ...ADIEL: Se o LÚCIO não Rait, 08 trem vai pra o brejo lá, os carata, na rua devendo funcionário, devendo tudo, tudo parado, como quetrabalha, faz uma obra desse tamanho sem receber.

41. Outro exemplo do poder de mando do Recorrido Lúcio M

detinha sobre o DER/RO, mesmo após sua desincompatibilização do

Diretor-Geral, se encontra no diálogo a seguir transcrito

vestibular que galgou a aplicação da prisão preventiva

organização criminosa acusada de desvio de milhões de reais

166/e-STJ):

fls.

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Nos diálogos abaixo fica clara a participação de MOSOUINI comJUAN ALEX em evento politico eleitoral, bem como o poder demando do primeiro sobre Q DER, sendo que ADIEL ANDRADEdiz claramente que BIRA (UBIRATAN GOMES. diretor do 6'1;>ão)é mORca morta, pamonha:

INTERLOCUTORES DATA/HORA AC FOLHAADIEL x ADINALDO 10/09/2014 08:49:46 2 153-155JUNIOR DE ANDRADE(Tuninho)

CONTEUDOI...]ADINALDO aUNINHO): Tô mais o Governador.ADIEL: Tá mais ele mesmo?ADINALDO aUNINHO): Não, ele tá aqui né, eu to aqui também nacomitiva, tá o ALEX, lá Q LÚCIO, tá tudo aqui DO hotel.ADIEL: Então tê escuta o que eu vou te falar, você vai é, você vaipara, você vai passar esse recado pro ALEX para mim agora tá?ADINAL~O aUNINHO): Passar um recado?ADIEL: E, mas escuta o que eu vou falar, e você vai falar agora proALEX. ALEX, o tio ADIEL falou para mim que o senhor tem quefalar com o governador para resolver o problema lá da obra,porque ninguém lá correndo atrás, as coisas tá parado, táestancado.ADINALDO aUNINHO): Vou falar agora.ADIEL: Agora fala para ele e pro LUCIO. oh! Tem que alguémvir pra re8olyer. porque o pessoal do DER daqui o BIRA é umboca uma mosca morta não resolve nada.ADINALDO aUNINHO): Unhum!ADIEL: Tá bom, cê fala que, que eu mandei esse recado pra você, pravocê falar pra ele agora, que ele8 tem que tratar e88e a88unto comQ governador, que é muito 8ério, se nio eu you parar a obraamanhã, tá bom.ADINALDO aUNINHO): Eu vou falar agora, eles vão, eles vão, eutô aqui, eles vão vir agora aqui no carro.

42. Pelo visto, quem resolvia as questões da obra e determinava

condutas a serem adotadas pelo DER era o próprio Recorrido, a quem a

organização criminosa respeitava e procurava quando tinha que resolver questões

relevantes, sendo os diretores daquela autarquia verdadeiros fantoches, ao menos

na visão dos sócios das empresas.

43. O poder de mando do Recorrido Lúcio Mosquini sobre o DER/

era tão evidente que durante a investigação policial que culminou em sua

se desvendou que num determinado episódio, quando um site elet nico de

noticias veiculou matéria alegando que as obras do "Espaço Alternati o" estav~

superfaturadas, determinou a diretores da autarquia que fosse publi ada uma.rt~ta

de esclarecimento que ele mesmo havia redigido em nome d07rgãO tblico.

Veja-se (doc. 06 - fls. 167/e-STJ):

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,Outro episódio marcante do poder de fato de MOSQUINI é aconfecção de nota de impreosa do DER :por ele mesmoprovidenciada, a fim de que matérias jornalística, sohresuperfatutameoto detectado pelo ICE não provocasse danos acandidatura.

FOLHA499-500

AC5

fundamentadaque ...

DATA/HORA14/10/201408:40:51

INTERLOCUTORESMOSQUINI x JOSE EDUARDO

GUIOIJOSE EDUARDO GUIOI: Alô!LUCIO MOSQUINI: Oi Eduardo, bom dia!JOSE EDUARDO GUIDI: Oi Lucio!Tudo bom cara?LUCIO MOSQUINI: Tudo bem, deixa eu te falar u ... u Tribunal deContas,fo ... é deu uma nota.JOSE EDUARDO GUIOI: hum.LUCIO MOSQUINI: Falando que a !!Q..U.a obra do EspaçoAlternativo está superfaturada, você viu isso aí?É verdade?JOSE EDUARDO GUIOI: É...LUCIO MOSQUINI: Tr mandou algum documento?JOSE EDUARDO GUIDI: Não, foi no "RONDONIAGORA",não,documento é aquele mesmo que você recebeu, só ... é o resto é fofocalá do "RONDONIAGORA"LÁ.LUCIO MOSQUINI: Pois é, mais a gente precisa rebater isso, porque tá me dando muito prejuízo, muito grande, não o fato de terparalisando ou não.JOSE EDUARDO GUIDI: Hum.LUCIO MOSQUINI: É o fato de falar que a obra tem faturamento.JOSE EDUARDO GUIDI: Entendi, qual é o caminho?LUCIO MOSQUINI: Então eu queria, .. Q caminho é você sentar efazer uma oota técnica em nome do DER.JOSE EDUARDO GUIDI: Hum,hum.LUCIO MOSQUINI: E ... e ... desmentir.JOSE EDUARDO GUIOI:_Tá.LUCIO MOSQUINI: Entendeu. Tem que ser uma notinha curta, oNILSIN, se prepara ela, passa pro NILSIN, por que eu liguei pro Dr.Almeida, liguei pro Governador, ele mandou fazer uma respostaimediatamente.JOSE EDUARDO GUIOI: Tá.LUCIO MOSQUINI: Dai no mesmo lugar de uma matéria colocaoutra.JOSE EDUARDO GUIOI: Tá.LUCIO MOSQUINI: Tem que ser uma notaEDUARDO, porJOSE EDUARDO GUIDI: Tá, eu faço já.LUCIO MOSQUINI: Não. Você, tem que ver ler o"TUD O RO N DO N IA"hoje.JOSE EDUARDO GUIDI: Eu vou ver no TUDO então, vi ontem no"RONDONIAGORA", vou ver no "TUDORONDONIA" então ....LUCIO MOSQUINI: Não. Você tem que ver"TUDORONDONIA", e vé que documento pe esse do Trib aI deContas, que ... tá falando que tirou as quadras que tiro não i o quêaquela historia que você já sabe né?JOSE EDUARDO GUIOI: Tá, tá.LUCIO MOSQUINI: Não demora não, que eu to paradoesp ... esperando uma resposta sua tá, tá tchau.JOSE EDUARDO GUIDI: Então ta bom, deixa eu pr videnci r.

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INTERLOCUTORES DATA/HORA AC FOLHAMOSQUINI x JOSE EDUARDO 14/10/2014 5 501-

GUIDI 09:04:38 502[...]LUCIO MOSQUINI: Hein EDUARDO.JOSE EDUARDO GUIDI: Oi?LUCIO MOSQUINI: Deixa eu te falar, o que ... o que você precisa praver ai pro NILSOM, é uma nota técnica bem feita imediatamente, agente não pode demorar mais que meia pIa divulgar ela.JOSE EDUARDO GUIDI:É, eu tô... tô exatamente aqui agorafechando esse ... esse raciocínio aqui, mais assim, me dá qual que é aconotação que você quer? Você quer que eu bata ...LUCro MOSQUINI: (NA) ...Deixa eu te falar, a noticia do"TUDORONDONIA", ela é tendenciosa.JOSE EDUARDO GUIDI: Tendenciosa né?LUCIO MOSQUINI: É tendenciosa, e você tem que mostratecnicamente, que não é isso que o "TUDORONDONIA" tacolocando, por que ela é tendenciosa.JOSE EDUARDO GUIDI: Tã, isso nós vamos escrever, a palavratendenciosa né?LUCro MOSQUINI: É ai yocê faz uma notinha passa pro NILSIN.JOSE EDUARDO GUIDI: Pra ele, pu vocês poderem ver ai né?LUCIO MOSQUINI: É que dai o NILSIN ver qual é a melhormaneira, e ai é ...JOSE EDUARDO GUIDI: Isso é uma coisa u ...u isso é uma coisaassim pouco extensa você quer, tipo assim, cinco linhas, é uma coisaassim?LUCro MOSQUINI: Não, você tem que fazer quatro parágrafos,quatro, cinco parágrafos.JOSE EDUARDO GUIDI: Tá.LUCIO MOSQUINI: Cada paragrafo cinco, seis linhas.

o diálogo não deixa duvida sobre o poder de mando de LUCIQMOSQUINI 80bre O DER. bem como a cump1icjdade de JOSEEDUARDO GUIDI Coordenador de planejamento do órgão, o qual, ébom ressaltar, é imputado como sQlidariamente responsável pelo TCE-E.Q, na supracitada decisão monocrática 0°155/2014 do Processo nO2928/2014.Perceba-se a prevaricação (CP. art. 319) e a improbidadeadmjnistrativa (art.ll da Lei 8.429/199921) do ato: um candidato adeputado federaL sem cargo de administração publica,transmitindQ verdadeira ordem a servidor pÚblico tambémenvolvido nas ilicitude, da obra contratada com empresa doesquema, Trata-se de ato visando satisfazer interesse pessoal eviolador da legalidade, impessoalidade e moralidade que devem regeos atos administrativos, que em tese devem praticados raatendimento do interesse pÚblico.Atente.,e como as ordens de MOSQUINI são minuciosas,de indicarem ate mesmo quantidade de linhasparagrafo da nota de impressa a ser emitida.

. i i rcriminosa.

44. A decisão judicial que decretou a prisão

Lúcio Mosquini e dos outros membros da organização criminosa be

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que acima se argumentou. Veja-se parte da decisão, naquilo que interessa (doc.

07 - fls. 272/ e-STJ):

É de se ressaltar ainda, que emerge das interceptações autorizadasjudicialmente o fato de LÚCIO MOSOUINI, mesmo afastado doDER/RO para concorrer as eleiçÕes deste ano, é quem, de fato,mantém Q poder de ordem naquela autarquia, ingerindodiretamente nOI trabalhos, principalmente no tocante a obratocada pela empresa RondoQotte (Noyo E'paço Alternativo).determipando ordens aQ atual diretor, coordenador deplanejamento e deroa;' subordinados, chegando ao pouto dedeterminar ao referido coordenador que rcdieis" nota técnica deesclarecimento à imprensa sobre a paralisaçio dos trabalhos nQ"Espaço Alternatiyo" por ordem do Tribunal de Coptas estadual,além de exercer influencia sobre a referida obra, também exerce sobreAdieI. Tal ingerência e influencia é de conhecimento, inclusive,do Chefe do Poder Executivo Estadual, pois temente a paralisaçãoda obra, o Governador Confúcio Moura lhe solicita que conversecom Adiei para evitar a paralisação dos trabalhos, situasão quecausaria danos a campanha eleitoral em andamento ao tempo dosÍlU.l!..I.,

Tais situações podem ser constatadas na detalhada exposição dos fatosapurados nas investigações do Ministério Público do Estado deRondônia, onde constam vários áudios decorrentes demonitoramentos autorizados por essa relatoria desde o mês deagosto do corrente Sino. bem como nos levantamentosinyestigatiyos de campo.

45. Por haver essa ingerência insistente do Recorrido sobre a autarquia

em questão, é que além de ter sido decreta sua prisão preventiva, lhe foi imposta

outras medidas cautelares, dentre as quais a proibis;ão de acesso ao DER/RO

(doc. 07 - fls. 280/e-STJ):

3.3 DECRETO a proibisão de acesso dos investigados (... LÚCIOANTONIO MOSOUINIl às dependências dos seguintes órgãospúblicos relacionados aos fatos apurados até o presente momepto;Departamento de Estradas de Rodagem e Transportes (eresidências reaionajs) DER/RO; (... ).

46. Por todo que foi exposto se percebe sem qualquer difi

o Recorrido, apesar de formalmente ter se desincompatibilizad.ó do cargo

diretor de autarquia, continuou "de fato" fazendo gestão sobre a mesma e d ndo

as ordens a quem quer que seja, tudo visando obter proveito em prol

organização criminosa recentemente desbaratada neste Estado, afora a

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eleitoral que obteve com o desenvolvimento a todo e a qualquer custo da obra do

denominado "Espaço Alternativo".

47. Situações como a ora em comento tem sido veementemente

repelidas por essa Colenda Corte, a qual considera repugnante haver ingerência

de candidato desincompatibilizado sobre o cargo que anteriormente ocupava, seja

para obter fins escusos ou meramente eleitoral. A guisa de ilustração segue

abaixo algumas emendas que bem retrata o quanto antes se argumentou:

Eleições 2012. Registro de candidatura. Indeferimento.Desincompatibilização. Secretário Municipal. Afastamento de fato.Ausência.1. O Tribunal Regional Eleitoral concluiu que o candidato, secretáriomunicipal, embora tenha requerido formalmente O afastamento docargo, continuou a Úcquentar a secretaria e a realizar reuniÕesrelaciopadas à pasta com seryidores, Q que evidenciaria a falta dedesinçompatibi1iza~iQ. maptendo, assim, sua influência.2. Para afastar a conclusão do acórdão regional no sentido de que ocandidato permaneceu atuando na secretaria em que exercia suasfunções seria necessário o reexame do contexto fático-probatório,vedado em sede de recurso de natureza extraordinária, nos termos dasSúmulas nos 7 do STl e 279 do STF.3. A jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral é pacifica nosentido de que, para fins de desincompatibilização, é exigido oafastamento de fato do candidato de suas fupçÕes.Agravo regimental a que se nega provimento. (AgR- n° 82074, RelatorMinistro Henrique Neves da Silva, Dle 02.05.2013).

Registro. Servidor público. Desincompatibilização._ Não tendo o candidato se afastado de fato de seu cargo público noprazo legal, deve ser indeferido o seu registro de candidatura, emrazão da causa de inelegibilidade prevista no art. i, lI, I, da LeiComplementar nO 64190.Agravo regimental não provido. (AgR- n° 110-40, Relator MinistroArnaldo Versiani, Dle 25.10.2012)

RECURSO CONTRA EXPEDIÇÃO DE DIPLOMA. ELEIÇOSUPLENTE DE DEPUTADO FEDERAL. AUSÊN IA DE'DESINCOMPATIBILIZAÇÃO DE FATO. PROV4SINSUFICIENTES. NÃO PROVIMENTO. /1. Em regra, a desincompatibilização, por se tratar d inelegibily1adeinfraconstitucional e preexistente ao registro de can datura, dc;;6e serarguida na fase de impugnação do registro, sob pena de preclu o, nostermos do art. 259 do Código Eleitoral. Precedentes~2. Todayia a ausência de desincompatibilização

in n

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tenha se desincompatibilizado apenas formalmente, Trata-se,pois, de situaSão superveniente ao registro de candidatura. Oprovimento do recurso, entretanto, fica condicionado à comprovaçãode que o exercício de fato do cargo tenha se dado após a fase deimpugnação do registro de candidatura. (RCED n. 13-84, relatoria daMinistra Fátima Nancy Andrigui, DJe 16.04.2012)

48. Por tudo que foi exposto, deverá ser acolhida a pretensão contida

nesta ação visando restabelecer o equilíbrio na disputa que foi rompido de forma

indevida pelo Recorrido.

4 - DA CONCLUSÃO

49. Por todo que foi exposto, requer que se digne Vossa Excelência em

julgar procedente a presente ação visando cassar o diploma irregularmente

outorgado ao Recorrido, eis que presente na hipótese inelegibilidade

superveniente ao registro de sua candidatura, derivada da sua ausência de

desincompatibilização "de fato" do cargo de Diretor-Geral do DER.

50. Postula pela citação do Recorrido para que no prazo legal apresente

a defesa que entender pertinente, sob pena de revelia, para pós ser remetido os

autos ao Colendo Tribunal Superior Eleitoral para fins de instrução e julgamento.

51. Postula o Recorrente que

especificadamente ao Desembargador

seja determinado ao Eg. TJ IRO, mais

Oldivanil Marins, relator dos autos

investigativos n. 0013061-51.2014.822.0000 e 0012316-71.2014.822.0000, os quais

deram ensejO a operação policial "Ludus", que envie de todo o

procedimento investigativo, mormente os autos que

telefônico do Recorrido Lúcio, requerimento este que se

ofertada a denúncia

sido levantado. Tal postulação se faz necessário, pois apesar do

diligenciado em tempo oportuno para obter cópia de tal documento

o presente momento não obteve resposta do Eg. TJ IRO.

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I/I

52. Caso ao tempo do despacho inicial a ser proferido por esse d.

Relator os autos indicado no pará fo anterior já tenha sido remetido pelo Eg.

TJ/RO ao E. STF, em razão a prerroga iva de foro gozado pelo Recorrido Lúcio

(diplomado deputado/Íederal), postu a que o requerimento de cópia seja/

direcionado a essa)~'orte Superior/

P~d~ deferimen .~

Porto ~0: 19 e de/ /

NeJSon cinedoqAB/RÚ 2.721

.' // .. /! !

o de documentos que acompanham a presente inicialc. 01 - Procuração

Doc. 02 - Resultado da eleição e diplomação/pleito 2014Doc. 03 - Diário Oficial e notícias jornalísticas sobre a obra do "EspaçoAlternativo"Doc. 04 - Decreto de exoneração do Promovido do cargo de Diretor-Geral doDERDoc. 05 - Nota do Ministério Público sobre a deflagração da operação "Ludus"Doc. 06 - Petição inicial da ação cautelar proposta pelo MP que deu ensejo aoperação "Ludus" (prisão do Recorrido e de outros etc.) extraída no site do STJ(HC n. 311797)Doc. 07 - Decisão judicial do TJ /RO que determinou a prisão do Recorrido e deoutros (operação "Ludus") extraída no site do STJ (HC n. 311797)Doc. 08 - Relise do Ministério Público noticiando a oferta da denúncia em facedo Recorrido Lúcio e de outros (Operação "Ludus")Doc. 09 - Requerimento do Recorrente direcionado ao TJ /RO solicitando cópiado processo investigativo que culminou na deflagração da operação "Ludus"

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