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O Que é Dialética? Leandro Konder

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Page 1: A Dialetica_konder e Kosik

O Que é Dialética?Leandro Konder

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ORIGENS DA DIALÉTICA

Origina-se na Grécia antiga – A arte do diálogo, a capacidade de argumentação.

Idéia de movimento – • Presente nos discursos dos precursores da dialética• Impulsionou a dialética para o que conhecemos hoje.

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ORIGENS DA DIALÉTICA

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ORIGENS DA DIALÉTICA

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O TRABALHO - Hegel

Relaciona o trabalho com o desenvolvimento humano

É a partir do trabalho que o homem se define como sujeito no mundo da natureza, ou seja vai além da natureza.

“ O trabalho é a mola que impulsiona o desenvolvimento humano; é no trabalho que o homem produz a si mesmo”

Teoria de Hegel – grande pensadores da dialética

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O TRABALHO - Hegel

Conceito para a superação dialética a partir da definição do termo suspender em três categorias:

• negar, anular, cancelar• erguer alguma coisa• elevar a qualidade

Negação de uma realidade

Conservação de algo essencial

Elevação dela a um nível superior

(trigo é triturado) (transformando em pasta)(vai ao forno e se transforma em pão)

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Teoria de Marx - materialista

A ALIENAÇÃO - Marx

Concordava com Hegel, porém criticava a visão unilateral do trabalho

• Visão idealista – atenção exclusiva a criatividade do trabalho • Ignorava o lado negativo do trabalho• Não enxergava o significado material do trabalho

Visão intelectual(Hegel)

Visão materialista(Marx)

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Teoria de Marx - materialista

A ALIENAÇÃO

Com o trabalho o homem se torna alienado, uma força impotente!

Estranhamento - “O produto do trabalho, antes mesmo de o trabalho se realizar, pertence a outra pessoa que não o trabalhador”

O homem não realiza seu trabalho, se aliena nele. Não se liberta, não se desenvolve.

Milton Santos e a alienação da cidade: • Divisão territorial do trabalho - globalização• A produção de uma cidade não se relaciona com as necessidades

dos que nela habitam

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Teoria de Marx - materialista

A ALIENAÇÃO

A alienação não afeta somente os operários, os capitalistas também são atingidos

Busca pelo lucro – necessidade de tirar vantagem das relações com os outros capitalistas

A solução para a desalienação é luta de classes para promover a revolução socialista

Esse revolução se daria pela organização – idéia de totalidade

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A TOTALIDADE

Qualquer objeto que o homem possa perceber ou criar é parte de um todo. O conhecimento é totalizante, forma parte desse todo.

O ser humano se enfrenta com problemas interligados e para encontrar uma solução para os problemas se faz necessário uma visão de conjunto. É a partir da visão de conjunto que a gente pode avaliar a dimensão de cada elemento do quadro.

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EXEMPLOS DE TOTALIDADE

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A totalidade dentro dos estudos urbanos: Flavio Villaça e a segregação socio-espacial

Simplificadamente, explicar qualquer processo social - a segregação urbana incluída - é articulá-lo à totalidade social (os aspectos econômico, político e ideológico da sociedade) e a seus movimentos. É por meio dele mostrar como a segregação se articula com a mais importante (mas não a única) das manifestações explicativas das transformações sociais, ou seja, a dominação social, que gera a desigualdade, especialmente acentuada no Brasil.

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A visão de conjunto

A síntese é a visão de conjunto que permite ao homem descobrir a estrutura significativa da realidade com que se defronta numa situação dada. E é essa estrutura significativa que é chamada de totalidade. Para trabalhar dialeticamente com o conceito de totalidade é importante saber qual é o nível de totalização exigido pelo conjunto de problemas que nos estamos defrontando.

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Conceitos Abstratos

Na investigação científica da realidade começamos trabalhando com conceitos que são sínteses muito abstratas. Através de determinações específicas se chegam a conceitos mais simples.

Para Marx, o ponto de partida é uma expressão que designa, ainda confusamente, uma realidade complicada. Uma certa compreensão do todo precede a própria possibilidade de aprofundar o conhecimento das partes.

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¨...As abordagens sob a óptica centro versus periferia, quando ultrapassam a descrição, limitam-se a denunciar a injustiça, não conseguindo explicar a segregação nem articulá-la ao restante da estrutura urbana e da totalidade social. Além disso - e isso já seria motivo suficiente para rejeitá-la -, é falsa como descrição da segregação...¨

Em Villaça sobre aprofundar o conhecimento das partes

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A dialética marxista cria polemica em contra da concepção irracionalista. O irracionalismo desestimula o ser humano a realizar o paciente esforço de ir além da aparência, em busca da essência dos fenônemos.

A concepção irracionalista

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A dialética pensa nas contradições entre as partes que conformam a totalidade. Na construção do todo a dialetica pensa tanto nas contradições das partes que conformam o todo como a união dessas partes. Aprofundar a realidade significa ir além das apariencias e penentrar na essência dos fenônemenos.

Se consegue realizar o exercício de compreensão da realidade a partir do dialogo entre as contradições concretas da realidade e suas mediações que constituem a totalidade.

As contradições

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Segundo a dialetica, a realidade sempre esta asumindo novas formas e assim o conhecimento precisa aprender a ser fluido. Milton Santos afirma que o espaço não é estático ou estanque, é fluido, ambiente de fluxos e velocidades. Para Hegel a realidade não é estatica, mas dinamica, e em seu movimento apresentaMomento que se contradizem entre si, sem, no entanto, perderem a unidade do processo.

Fluidificação dos conceitos

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A diferença entre o Idealismo de Hegel e o Materialismo de Marx

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As leis da dialética

1. A primeira lei é sobre a passagem da quantidade à qualidade, mas que varia no ritmo/período.

2. A segunda é a lei da interpenetração dos contrários, ou seja, a idéia de que tudo tem a ver com tudo, que os lados que se opõem, são na verdade uma unidade, na qual um dos lados prevalece.

3. A terceira lei é a negação da negação, na qual a negação e a afirmação são superadas. Porém, essas leis devem ser usadas com precaução, pois a dialética não se deixa reduzir a três leis apenas.

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O SUJEITO E A HISTÓRIA

Desenvolvimento da dialética pós Marx e Engels

Revisionismo dos princípios marxistas

1ª Crítica: Bernstein (1850-1932) – Propôs um retorno a Kant

Crítica combatida por Karl Kautsky, porém ele confundia dialética com evolucionismo.

2ª Crítica: Paul Lafargue (1842-1911) – Versão antidialética da concepção materialista da históriaPublicou o livro O Determinismo Econômico de Karl Marx.

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O SUJEITO E A HISTÓRIAMATERIALISMO HISTÓRICO

mantém e legitima a base

molda a superestrutura

Com o materialismo histórico o marxismo foi associado a um determinismo dos fatores econômicos nas mudanças históricas.

Superestrutura(esferas da vida social:

política, família, religião, educação, cultura, meios de

comunicação)

Estrutura(base econômica)

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O SUJEITO E A HISTÓRIA

Revalorização da dialética

Rosa Luxemburg (1871-1919)• Dialética da história não assegurava nenhum resultado preestabelecido• Dilema socialismo x imperialismo

Lênin (1870-1924)• Livro : Que fazer?• Demonstração prática da dialética• Sujeito revolucionário

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O SUJEITO E A HISTÓRIA

Revalorização da dialética

Georg Lukács (1885-1971)• Totalidade para a explicação da história• Processos e inter-relações da realidade

Antonio Gramsci (1891-1937)• Função histórica do determinismo

Walter Benjamin (1892-1940)• História como uma sequência de violência, opressão e barbárie• Espírito dialético: “escovar a história a contrapelo”

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O SUJEITO E A HISTÓRIA

Tendência antidialética

Stálin (1879-1953)• Trabalho teórico reduzido a justificação das práticas do partido comunista• Ignora a importância das mediações• Identificação positivista

subjetivo

objetivo científico

arbitrário

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O SUJEITO E A HISTÓRIA

Stálin (1879-1953)• Reformula as 3 leis gerais da dialética de Engels

São “quatro traços fundamentais” da dialética

1) A conexão universal e interdependência dos fenômenos2) O movimento, a transformação e o desenvolvimento3) A passagem de um estado qualitativo a outro4) A luta dos contrários como fonte interna do desenvolvimento

• Deformação do princípio dialético

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O INDIVÍDUO E A SOCIEDADE

Dificuldades para ação do homem nas transformações da sociedade

• Gênero humano fragmentado• Ativismo cego• Pseudocomunidades ou caricaturas de comunidades

Louis Althusser

• História é um processo sem finalidade(s) e sem sujeito(s)• Impotência de pensarmos dialeticamente o mundo a nossa volta

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SEMENTES DE DRAGÕES• Espírito crítico e autocrítico• Substituição da análise concreta por fórmulas especulativas• Não dá “boa consciência”; é a consciência da inevitabilidade da mudança

“O que é, exatamente por ser tal como é, não vai ficar tal como está.” (Bretch)

• Aplicação da dialéticaComo aplicar na questão do espaço/desenvolvimento urbano?

• A dialética como ‘semente de dragões’ - oposto ao pensamento adestrado“Os filósofos têm se limitado a interpretar o mundo, trata-se, no entanto, de

transformá-lo.” XI Tese sobre Feuerbach - Marx

Pensar as contradições do espaço: de conteúdo prático e social;Conflitos espaço abstrato x espaço imediato

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

BOTTOMORE,Tom.Dicionário do Pensamento Marxista. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1988.MARX,Karl. O método da Economia Política. In: GIANOTTI,A. (org.). Manuscritos Econômicos e Filosóficos e Outros Textos Escolhidos. Coleção Os pensadores. São Paulo: Abril, 1985.

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O Mundo da pseudoconcreticidade

Kosik, 1977 - O mundo da pseudoconcreticidade e a sua destruição

1. Compreensão da dialética

2. Práxis humana ou práxis utilitária imediata

3. Fenômeno e essência

4. Pseudoconcreticidade: não separação de fenômeno e essência

5. Conceito como essência e representação como práxis

6. O papel da dialética na busca do mundo real e da coisa em si

7. Compreensão das partes

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A destruição da pseudoconcreticidade

Kosik, 1977 - O mundo da pseudoconcreticidade e a sua destruição

1. Percepção do todo

2. Práxis fetichizada X realidade humana

3. Destruir a pseudoconcreticidade para chegar à concreticidade

4. Materialismo

5. Mundo real X mundo da pseudoconcreticidade: práxis humana

6. Destruição da pseudoconcreticidade