notas para instrutores - bp

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  • 8/16/2019 Notas Para Instrutores - BP

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    Escotismo Para RapazesNOTAS PARA INSTRUTORES

    Produzido pela UEB/RS - Edição Digital: Gestão 2004/2006

    Esta é mais uma publicaçãoTAFARA

    NOTAS PARA INSTRUTORES Autor: Lord Baden Powell of Gilwell

    Edição: Carlos Alberto F. de MouraCapa: Carlos Alberto F. de Moura

    Tradução: Neida Teresinha L. de OliveiraCoordenação: Mario Henrique P. Farinon

    Tradução da 17a. Edição Inglesa deEscotismo Para Rapazes, 1935

    Versão Digital

    Porto Alegre, RS, 2006

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    Produzido pela UEB/RS - Edição Digital: Gestão 2004/2006

    APRESENTAÇÃO

    Quando Baden-Powell escreveu, em 1908* seu livroEscotismo para Ra-pazes , obteve tal êxito editorial, que nesse mesmo ano foram publicadas cincoreimpressões desse livro que era comprado pelos rapazes para jogar o jogo quelhes sugeria o General e Herói da Pátria, Baden-Powell. Esse livro foi tomado por seus destinatários, “os rapazes”, com tal entusiasmo, que nas bancas de jornalde Londres e das demais cidades do Reino Unido se podia adquiri-lo por um preçomínimo. Mas o Fundador não se acomodou, e no ano seguinte, no mês de junho,lançou a segunda edição corrigida, em conformidade com as experiências anteri-

    ores. E em 1935 lança a décima sétima edição corrigida,com a qual se chegara auma tiragem total de 510 000 exemplares, o que poderíamos chamar de um recor-de de vendas.

    Uma característica curiosa das edições de Escotismo para Rapazes fei-tas na vida do Fundador, é que eram, em princípio edições tipicamente inglesas, emais tarde edições dirigidas a rapazes do Império Britânico, ou, ao menos, aosrapazes de algumas colonias do Império, ainda que já havia escoteiros em muitospaíses fora deste.

    _____________________________________________________________________________________ 1 A primeira edição é de maio de 1908.

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    Assim, por exemplo, se encontram nestas edições tipicamente inglesasalgumas questões, entre as quais se podem destacar as seguintes:

    - O típico organograma inglês para a Associação, em que não há provínci-as, e sim a organização por “Condados”2, de que dependem os Distritos queestão constituídos por Grupos, e os Grupos Escoteiros têm as três seções clás-sicas de Alcatéia, Tropa e Clã 3. Temos que observar, que embora no México asProvíncias e os Distritos existiram desde os primeiros dias do Escotismo comobase da divisão territorial, muitos países nunca tiveram as Províncias.

    - No primeiro capítulo, na Terceira Fogueira, se apresenta o Plano deAdiantamento dos Escoteiros, desde os requisitos para fazer a promessa, até asespecialidades4; e se agrega a continuação do texto relativo às medalhas dosDirigentes e dos Escoteiros.

    - No nono capítulo, Fogueira 26, se fala do Império Britânico, sobre suahistória e sua organização; e mais adiante na Fogueira 28, se apresentam asinsígnias da Marinha, do Exército e da Aeronáutica Britânicas; a história da ban-deira do Reino Unido e os hinos nacionais da Inglaterra, Canadá e Austrália. Jáneste momento haviam sido feitas edições de Escotismo para Rapazes na Índia eem outros locais do Império, motivo pelo qual não aparecem os hinos destasnações.

    - Outra característica das edições inglesas feitas durante a vida de Baden-Powell é a seguinte. O livro original foi feito para “rapazes”, ali havia idéias deatividades para que eles realizassem, mas ao mesmo tempo pensou que a orga-nização dos rapazes ia significar não somente as patrulhas, mas também osScoutmasters 5, para quem escreveu o que chamou as Notas para os Instrutores,nas quais explicaria a filosofia do esquema e proporia uma metodologia para po-der aplicá-lo.

    ________________________________________________________________________________ 2 A divisão territorial do Reino Unido é por Condados, por isso Baden-Powell toma essadivisão como base para organizar seu Movimento.3 Por exemplo, nos Estados Unidos as Alcatéias foram criadas mais tarde, e nuncafuncionaram, ao menos oficialmente, os Clãs de Rovers, não existindo tampouco a organização

    por grupos. As Alcatéias e as Tropas dependem diretamente do nível Distrito.4 Nos livros “Manual do Lobinho” e “Roverismo até o Êxito” aparecem também o quepodemos chamar de planos de adiantamento destas seções.5 Mesmo no México, nos primeiros dias do Escotismo, se dava o nome de Mestre Scoutaos Chefes de Tropa ou de Grupo, mais tarde se deixou esta terminologia demasiado inglesa.

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    A idéia original de Baden-Powell era que essa fosse a primeira parte deEscotismo para Rapazes, mas o editor, sob o ponto de vista de vendas do livro 6,sugeriu que parte das Notas para os Instrutores aparecessem incorporadas aotexto, e que o capítulo sobre a filosofia do esquema, fosse o capítulo final.

    Assim, para os Chefes de Tropa, Baden-Powell escreveu o que chamouHints to Instructors. Nestas notas sugere o Fundador atividades para pôr em prá-tica, o que são as ações que indicará em alguns dos capítulos de seu livro 7.

    - Nessas edições se encontra a Promessa e a Lei Escoteira tipicamentebritânica. “...cumprir meus deveres para com Deus e o Rei”, e no Segundo Artigo

    da Lei Escoteira, “O escoteiro é leal a seu Rei, sua pátria...”, o que não é possívelsenão nas nações monárquicas.- Ao final dos capítulos ou de algumas fogueiras, Baden-Powell adiciona

    alguma bibliografia para que os Scouters possam ampliar o tema antes de praticá-los com os rapazes.

    Todo o anterior fez que depois da morte de Baden-Powell 8, e depois dasegunda guerra mundial 9, um Dirigente dos Boy Scouts of América, chamadoWilliam Hillcourt10, realizasse o que chamou World Brotherhood Edition, ediçãofeita para os escoteiros de todo o mundo. Nesta edição se retirou tudo aquilo queera tipicamente inglês, e se acrescentou ao final do livro uma breve biografia doFundador.

    6 Temos que lembrar que a primeira edição foi feita em pequenos panfletos semanaisvendidos em bancas de jornal.7 Vendo estas notas, podemos notar que algumas são modificadas de uma edição paraoutra, já que Baden-Powell as adaptava às necessidades do momento da edição do livro.8 8 de janeiro de 1941.9 1939-1941.10 William (Bill) Hillcourt, nasce na Dinamarca em 7 de agosto de 1900 e entra para osescoteiros em seu país desde sua infância, assiste a todos os Jamborees Mundiais desde o deOlímpia. Mais tarde se muda para os Estados Unidos, adquire a nacionalidade Norte-americana etem o cargo de Comissionado para Arte Scout . Escreve muitos livros sobre Escotismo, entre osquais se destaca a mais famosa biografia do Fundador The Two Lives of a Hero, para o qual contacom o arquivo pessoal de Baden-Powell e a assessoria de Lady Baden-Powell. Morre em Estocol-mo, Suécia, na noite de 10 de novembro de 1992. Bill foi amigo pessoal tanto de Lord Baden-Powell,como de sua esposa Lady Baden-Powell, com quem trabalhou estreitamente em alguns de seusescritos.

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    Mas por desgraça, nessa edição, que bem pode ser chamada mais inter-nacional, foram retiradas as Notas para Instrutores, que são de grande utilidade,não para os rapazes, mas para os Dirigentes. A idéia de Hillcourt foi fazer umaedição para os rapazes. Por outro lado, Hillcourt acrescentou muitos desenhos deBaden-Powell que se encontravam em outros livros escritos pelo Fundador, e oscontos de Tomasito, o Pé Frágil, que tinha B.-P. em outros livros.

    Desta edição, o Engenheiro Jorge Nuñez, que fora Chefe Escoteiro Naci-onal da Associación de Scouts de México, realizou uma tradução publicada, pelaprimeira vez, no México, em Outubro de 1948, e que se continuou editando aolongo dos anos, como a tradução oficial espanhola de Scouting for Boys, em

    diversas partes da América.Vale a pena que os Chefes de Tropa, ao ler Escotismo para Rapazes,

    leiam também estas Notas, para poderem formar uma idéia do que pretende Baden-Powell que realizem os rapazes nas diversas atividades sugeridas em Escotismopara Rapazes. Desta forma temos já quase completa a edição deste livro, talcomo saiu da pena do Fundador, pois neste livro foram omitidas as notas que sãode todo britânicas e uma bibliografia adicional que aparece em cada Fogueira, quenão tem utilidade hoje em dia.

    Antes de terminar estas breves linhas de introdução a este livro, queriaagradecer sinceramente a duas pessoas que fizeram possível este escrito. Emprimeiro lugar a William Hillcourt que me deu a edição inglesa de Scout for Boysde 1935, e a primeira edição internacional do mesmo, ambos materiais necessá-rios para fazer a tradução. E a Sra. Maria Guadalupe Molina de López, que comonas traduções anteriores, foi a pessoa que dedicou tempo, esforço e carinho aoMovimento, para que pudéssemos ter em espanhol muitos livros do Fundador queestavam sem tradução.

    Fernando Soto-Hay G., S.I.

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    Escotismo Para Rapazes

    NOTAS PARAINSTRUTORES

    B.-P.

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    Conteúdo Apresentação______________________________________________________2

    Capítulo I. Arte Escoteira ________________________________________8Fogueira 4. A Patrulha Escoteira______________________________11

    Capítulo II. Em campanhaFogueira 7. Sinais e ordens __________________________________12

    Capítulo III. Vida de AcampamentoFogueira 8. Exploração_____________________________________13Fogueira 10. Cozinha de Acampamento ________________________15

    Capítulo IV. RastreamentoFogueira 11. Observação de Sinais __________________________16Fogueira 13. Leitura de “Signos” ou Dedução __________________19

    Capítulo V. Conhecimento da NaturezaFogueira 14. Espreita__ ____________________________________20Fogueira 15. Animais ______________________________________22

    Capítulo VII. Fidalguia dos CavalheirosFogueira 21. Disciplina de Si Mesmo __________________________23Fogueira 22. Aproveitamento Pessoal _________________________24Fogueira 25. Ajuda ao Próximo _________________________ _____26

    Capítulo X. Notas para os InstrutoresResumo _________________________________________________27

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    Capítulo I

    ARTE ESCOTEIRA

    Localização original emEscotismo para Rapazes

    Ao início do Capítulo I

    A instrução no Escotismo deve ser dada ao máximo possível através depráticas, jogos e competições. Os jogos devem ser organizados sobretudo emequipes, onde a patrulha forma a equipe, cada rapaz joga e ninguém olha somen-te.

    Deve-se insistir na instrução para que seja respeitada a obediência estrita

    às regras, sempre ou por disciplina.As regras dadas neste livro para os jogos podem ser alteradas pelo Diri-

    gente de Tropa, quando for necessário para adequá-las localmente.

    As idéias dadas aqui são oferecidas como sugestão, sobre as quais seespera que os instrutores desenvolvam jogos posteriores, competições e demons-trações.

    Vários dos jogos dados aqui estão baseados nos jogos do Sr. ThompsonSeton no “Libro Del Arte Del Bosque”, denominados “Arponeando os salmões”(caça às baleias), “Vista Rápida” , “Descobre o Coelho”, “Acerta o urso”, “EspiãoHostil” (Pega ladrão ), etc.

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    Vários dos jogos não-escoteiros foram retirados do livro“Sociedade quesalvas”.

    A seguinte é uma sugestão para a distribuição do trabalho durante asprimeiras semanas. É somente uma sugestão que não implica obrigação.

    Lembra que o rapaz, ao ingressar, quer começar com o “Escotismo” ime-diatamente, portanto, não tire seu entusiasmo, como se faz freqüentemente commuitas explicações iniciais. Dá-lhe gosto com jogos e práticas escoteiras e im-buí-lhe detalhes elementares pouco a pouco, enquanto prossegues.

    Nota: O parágrafo anterior estava nas Edições anteriores deste livro, mas eraignorada pelos Dirigentes de Tropa, resultando na falha de seu adestramento.

    Lembrem também de iniciar com poucos. Seis ou oito jovens cuidadosa-mente escolhidos serão suficientes para começar, e depois de receber adestra-mento escoteiro durante um ou dois meses, estarão prontos para guiar e instruir aos noviços, quando forem admitidos.

    PRIMEIRA T ARDE

    Atividades Internas

    Dirija-se aos jovens falando-lhes de “Arte Escoteira”, dando um resumodo esquema, como está neste capítulo com demonstrações, dispositivos, etc.

    Forma Patrulhas e dá nós de ombros.(?)

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    Dias Seguintes

    Trabalho prático, ao ar livre se possível, do seguinte:

    - Alternativas de acordo com a localização, povo, campo, ambiente fecha-do ou aberto.

    - Desfile, estenda a bandeira e renda-lhe homenagem.- Jogos escoteiros, por exemplo: “Escoteiro conhece a Escoteiro”.- Prática de saudação, sinais secretos, gritos de Patrulha, coro escotei-

    ro, etc.

    - Prática de desenho: sinais escoteiros na parede ou no chão com giz oulápis (que devem ser apagados depois).- Nós.- Fazer mochilas, botões de couro, etc.- Medida de cada escoteiro de: braçada, antebraço, polegar, passo, etc.- Envia os escoteiros, individualmente ou em duplas, a fazer “boas ações”,

    voltar e relatar como as fizeram.- Saída das patrulhas para percorrer a vizinhança.- Ensina-os a se guiarem, começando com a bússola, depois por vento e

    pelo sol.- Faça-os anotar os detalhes que vêm e pergunta-lhes, explica os “aci-dentes de terreno”.

    - Prática do passo escoteiro.- Mede distâncias.- Joga um grande jogo escoteiro.- Se chover: jiu-jitsu, danças escoteiras, boxe, coro escoteiro ou rally

    indoor.- Estórias de Fogueira deste livro ou de outros recomendados.- Ensaiem uma obra escoteira, organizem um debate ou um jogo de Kim.

    As patrulhas devem continuar praticando isto durante a semana, sós oucom o Dirigente, com jogos ou exercícios na próxima tarde de sábado. Se dispu-sermos de mais tardes na semana, podemos tratar um tema mais profundamentecada tarde e fazer exibições como “Pocahontas” (ver Jogos Escoteiros ).

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    Fogueira 4

    A P ATRULHA ESCOTEIRA

    Localização original emEscotismopara Rapazes

    Depois da Chamada Escoteira

    Chamada Escoteira - Um escoteiro assobiará para cha-mar a atenção de outro escoteiro.

    Ainda que as danças guerreiras e as canções pareçam infantisà primeira vista, especialmente a quem não tenha muito contato com jovens, têmum certo valor preventivo do temor ao ridículo.

    Se quiseres, por exemplo, obter disciplina de teus rapazes,eles estão constantemente armazenando energia que requer um escape ocasio-nal. Uma dança de guerra provê tal escape, mas com disciplina.

    É também um atrativo para os espíritos inquietos, que nuncase juntam a um grupo de rapazes quietos.

    Mr. Tomlin, o “apaziguador de rapazes inquietos” atrai e dominaseus rapazes com a força de cantos enérgicos e atuação no coral.

    A maioria das escolas e colégios têm seus corais Ra-ra-rá dotipo de Zing-a-zing: bom, bom.

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    Capítulo II

    EM C AMPANHAFogueira 7

    SINAIS E ORDENS

    Localização original emEscotismo para Rapazes

    Depois de “Práticas de Sinais na Patrulha”

    Em todos os jogos e competições se deve induzir, tanto quantopossível, para que todos os escoteiros participem, porque não queremos ter umou dois atores brilhantes e que os demais não sirvam para nada. Todos devempraticar, e todos devem ser bons. Nas competições onde haja suficientes rodadaspara haver desempates, as rodadas devem ser feitas pelos perdedores e não

    pelos ganhadores, como é usual. E o jogo deve procurar encontrar quem é o pior,e não quem é o melhor. Os bons lutarão tão duro para não ser os piores, comofariam para ganhar um jogo, e esta forma de competição dá mais prática aosmaus jogadores.

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    Capítulo III

    VIDA DE ACAMPAMENTOFogueira 8

    EXPLORAÇÃO

    Localização original emEscotismo para Rapazes

    Ao final da Fogueira

    Inicia uma sessão de carpintaria, ou instrução de eletricidade,hidráulica ou engenharia básica, etc., com o objetivo de mostrar aos rapazesmanufaturas que possam ser de utilidade prática para eles, em sua vida futura. Senão sabes o suficiente sobre a matéria, consegue um amigo que venha e demons-tre seus conhecimentos durante algumas sessões.

    Obtém permissão e leva os escoteiros a uma fábrica para estu-dar a maquinaria.

    Ensina os rapazes a cortar lenha. Se aprenderem a cortar cai-xas de madeira e a amarrar os pedaços, podem vendê-los e ganhar muito paraseus fundos de patrulha.

    Ensina-os a fazer brinquedos mecânicos de madeira (usa umou dois brinquedos baratos como modelo). Assim ensinarás mecânica básica ehabilidade com as ferramentas.

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    Prática

    Os nós devem ser praticados contra-relógio, com corridas en-tre escoteiros em rodadas, o perdedor concorre outra vez até que sobre o maislento (isto deve ser usado em todos os ramos de adestramento). Assim, os quefazem pior têm mais oportunidade de praticar, e o estímulo é tão grande, de evitar ser o pior, como de ser o melhor e ganhar um prêmio.

    As corridas de nós devem ser feitas às escuras. O Instrutor apaga a luz por alguns segundos ao dizer o nome do nó, ou também vendando osolhos dos competidores.

    Ensaia um entretecido plantando pedaços de madeira verticaise fazendo que eles entreteçam com corda.

    Faz modelos de pontes, com bordões escoteiros, cordões e tábuas de caixasvelhas de madeira.

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    Fogueira 10

    COZINHA DE ACAMPAMENTO Localização original em

    Escotismo para Rapazes

    Antes de “Práticas deCozinha por Patrulha”.

    Pratica misturar a massa e assá-la; é útil. Se for possível, con-segue um padeiro para dar instrução. Mas deixa que cada escoteiro faça suamassa com a quantidade de água que pense ser conveniente. Deixa-o cometer erros a princípio para obter experiência. Uma visita a um açougue para ver comose corta a carne, é útil para os rapazes.

    Que os rapazes costurem suas bolsas de ração em tecido.

    Divida as rações e faça com que cada escoteiro acenda seu próprio fogo e cozi-nhe sua própria comida.

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    No Campo:

    Sai a caminhar com a patrulha e ensina aos rapazes a fixar-seem acidentes proeminentes como colinas, igrejas, etc., e nos mais próximoscomo edifícios especiais, árvores, rochas, grades, etc.. Caminhos secundários ouveredas, tipos de cercas, diferentes tipos de árvores, pássaros, animais, pega-das, etc., também pessoas e veículos. Fixem-se também em qualquer cheiropeculiar de plantas, animais, adubo, etc.

    Logo manda-os a um destino determinado e ao regressarem,interroga-os um por um separadamente, ou juntos, para que por escrito te dêem

    suas respostas, digamos, a seis perguntas que lhes fará a respeito de certospontos que devem ter notado.

    É bom, para dar maior valor a esta prática, que deixes certonúmero de pequenas marcas no solo com botões, etc.; para que os rapazes osnotem ou os recolham e te tragam (para que aprendam a observar o solo próximoa eles, assim como objetos distantes).

    Conhecer o Caráter:

    Envia os escoteiros para que em meia hora procurem um tipoimpulsivo ou um caso de pobreza leve, etc.

    O escoteiro ao regressar deve descrever a pessoa e dizer asrazões que o fizeram pensar que essa pessoa tinha a característica citada.

    Deve também fixar quantos outros tipos de pessoas encontrouem sua busca, como quantas pessoas bem dispostas, amarguradas, dançarinos,com bigodes engomados, etc., julgando-os apenas por seu rosto, seu modo deandar, suas botas, chapéus, roupa, etc..

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    Escotismo Para RapazesNOTAS PARA INSTRUTORES

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    1.- O adestrador deve fazer com que os escoteiros preparemuma parte de terreno (10 a 15 “jardas” quadradas) bem compacto e fazer um rapazcaminhar, depois correr e depois passar de bicicleta sobre ele. Uma parte doterreno deve estar úmida como de chuva e outra parte seca. Depois podes expli-car a diferença entre as marcas, para que os escoteiros possam identificar imedi-atamente qualquer marca que vejam depois; e se uma pessoa caminhava ou cor-ria.

    Se for possível, um dia depois faça marcas frescas junto àsvelhas para notar a diferença, para que os escoteiros possam julgar a antiguidadedas pegadas.

    Em seguida faça marcas de vários tipos as entremeie, tais comoas de um ciclista que encontra um pedestre, cada um indo sobre a marca dooutro, e deixa que os escoteiros digam seu significado.

    2.- Manda um rapaz deixar pegadas e que a patrulha o siga enote quando outras pegadas se sobreponham, dizendo quê pessoas ou animaispassaram depois.

    Nota: Os ferros para pegadas são um invento do Sr. ThompsonSeton e se prendem às solas das botas (como patins), de modo que deixe umapegada de veado. Em vez disso podes pôr dois galhinhos no salto de tua bota, ouna ponta de teu bastão para deixar pegadas inconfundíveis.

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    Fogueira 13

    LEITURA DE “SINAIS” OU DEDUÇÃO

    Localização original em Escotismo para Rapazes

    Ao final da Fogueira

    Como Ensinar Dedução na Prática

    Lê em voz alta uma estória na qual boa quantidade de detalhessucede com suas deduções conseqüentes, tais como as “ Memórias” ou as “ Aven-turas de Sherlock Holmes”.

    Logo depois pergunta aos rapazes sobre quais detalhes suge-rem algumas soluções, para ver se captaram o método.

    Segue pegadas comuns e averigua seu significado. Para exem-plos de prática diária, busca meu livro “ Aids to Scouting”.

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    Capítulo V

    CONHECIMENTO DA N ATUREZAFogueira 14

    ESPREITA

    Localização original emEscotismo para RapazesAo inicio da Fogueira

    Como Ensinar História Natural

    Se vives em Londres, leva teus escoteiros ao Parque Zoológicoe ao Museu de História Natural em South Kengsinton. Leva-os onde estão algunsanimais de que possas falar. Meia dezena é suficiente para um dia.

    Se vives no campo, consegue permissão de um granjeiro paraensinar os rapazes sobre: como colocar um arreio, como dar de comer e beber aum cavalo, etc., como atrair pelo arreio a um cavalo malcriado, como ordenhar uma vaca.

    Estudem os hábitos das vacas, coelhos, pássaros, dos ratosdo campo, trutas, etc., observando-os em tudo o que façam.

    Leva teus escoteiros a algum criadouro e explica-lhes sobre osanimais.

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    Escotismo Para RapazesNOTAS PARA INSTRUTORES

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    Como Ensinar Espreita

    Demonstra a importância de adaptar a cor da roupa à da paisa-gem, mandando um rapaz a 500 jardas e fazendo-o parar contra diferentes fundosaté chegar a um de cor semelhante à de sua roupa.

    O resto da Patrulha vigia e nota como ele se torna invisívelquando tem fundo apropriado. Por exemplo, um rapaz de cinza parado contraarbustos escuros é muito visível, mas não tanto se estiver em frente a uma pedraou a uma casa cinza.; um rapaz com roupa escura é muito visível em um campo

    verde, mas não se estiver parado no vão de uma porta contra a sombra.

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    Escotismo Para RapazesNOTAS PARA INSTRUTORES

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    Fogueira 15

    ANIMAIS

    Localização original em Escotismo para Rapazes

    Ao final da Fogueira

    Práticas

    Envia teus escoteiros para aprender observando e a reportar coisas como:

    No Campo:

    Como um coelho do campo faz seu esconderijo?. Quando mui-tos coelhos se assustam, correm só porque vêem os outros correrem? Ou dãovoltas para ver se há perigo, antes de correr?

    Um pássaro carpinteiro rompe a casca da árvore para tirar aslacraias ou as tira pelos buracos? Como as apanha?

    Quando uma truta se assusta com as pessoas que passampela margem do arroio, nada a favor ou contra a corrente? Vai definitivamente ou

    retorna a seu lugar? Quanto tempo leva para retornar?Uma patrulha pode conseguir uma abelha rainha e começar

    uma colméia para obter lucros.

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    Capítulo VII

    FIDALGUIA DOS C AVALHEIROSFogueira 21

    AUTODISCIPLINA

    Localização original em

    Escotismo para Rapazes Antes da Fogueira

    A coisa mais importante que um dirigente tem que ensinar aseus rapazes, é atender e possuir o sentido da Honra.

    Nem sempre é fácil fazê-lo, mas é a pedra angular do caráter.

    Não foi mencionado no adestramento de Lobinhos porque éuma regra fora do alcance dos muito jovens, mas pode iniciar à idade escoteira, ecom um efeito forte e duradouro.

    A auto-estima é assim descrita por Browning: “Alguém que nuncase volta, e sim que marcha sempre adiante.

    Nunca as nuvens de dúvida partiriam.

    Nunca sonhou que o mal triunfará, ainda que o correto tenhasido violado.

    Impedidos, caímos para levantarmo-nos, nos desconcertamos,para lutar constantes.

    Dormimos para despertar “.

    Licurgo disse: “que a abundância de um estado não é tanto odinheiro, e sim os homens sãos de corpo e mente, com o corpo pronto para lutar e resistir, e uma mente aberta bem disciplinada que vê as coisas em sua propor-ção correta”.

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    APROVEITAMENTO PESSOAL

    Localização original emEscotismo para Rapazes Antes da Fogueira

    Esta conversa abre aos adestramentos um amplo campo parao trabalho mais importante de todos, no esquema dos escoteiros, e lhes dá aoportunidade de fazer algo realmente importante para o país.

    A atual falta de religião deve ser sanada com uma prática religi-osa ativa, mais que por uma espiritual.

    Auto-Educação

    Ou seja: aquilo que o rapaz aprender por ele mesmo, é o queele se apegará e o guiará na vida futura, mais que aquilo que se impõe através de“adestramento” por um mestre.

    Isto é tão certo da Religião como de matérias seculares. Otrabalho do mestre, ou do Dirigente Escoteiro, é animá-lo em seu esforço e suge-rir-lhe a direção correta.

    O rapaz se inclina naturalmente à religião, mas instruí-lo em

    pontos que podem ser atrativos para um adulto, freqüentemente faz com que seaborreça, ou que se torne vaidoso. Uma maneira de ganhá-lo é conhecer a Deusatravés da natureza e de seus deveres cristãos, através da prática escoteira daboa ação, a especialidade de “missionário”, etc.

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    Escotismo Dominical

    Nos países cristãos os escoteiros devem freqüentar, sem falta,a Igreja, ou capela, ou à procissão da Igreja aos domingos. A caminhada podededicar-se a práticas escoteiras tranqüilas, como a observação da natureza, paraprocurar plantas ou insetos, observar animais ou pássaros, ou na cidade duranteo mau tempo visitar boas galerias de pintura, museus, etc. Também para “Cavalei-ros Errantes” fazendo boas ações, recolhendo flores e levando-as a pacientes dehospitais, lendo-lhes jornais, etc. O domingo é um dia de descanso; vadiar não édescansar. A troca de ocupação da oficina ao campo é descanso; mas o sábadoé freqüentemente um dia de não fazer nada, e moralmente o pior dia para nossos

    rapazes e moças. Combina com a instrução religiosa de tua Igreja, o estudo deDeus na natureza, e pratica a boa ação no dia do Senhor.

    Aperfeiçoamento Próprio

    Uma grande quantidade de pobreza e desemprego resulta por deixar os rapazes correndo enlouquecidos, deixando a escola como folgazões, oude acostumarem-se desde meninos a trabalhar como jornaleiros, ou de encarre-gados, etc., e encontrem-se ao princípio da idade adulta sem nenhum conheci-mento de um ofício útil, e incapazes de desempenhar outro trabalho diferente doque fazem.

    Estão sem esperança e sem emprego. Aqui é onde um Ades-trador como tu pode fazer um trabalho valioso pelo rapaz, conversando com cadaum sobre seu futuro, traçando um caminho a seguir e começando a preparar-separa segui-lo. Anima-o a criar por si mesmo e a adotar “passatempos” ou artesa-natos.

    O estudo do rádio deve animá-lo. É muito usado, ensina eletri-cidade, desenvolve a habilidade manual e pode ser útil aos demais, especialmen-te se os escoteiros encontram concertos e outros programas que reúnam pais eamigos no local, trazendo um aparelho que permita que os inválidos ou pessoasdeficientes possam aproveitar do rádio, se não o fazem de outra maneira.

    As sugestões que ofereço aqui são muito limitadas por falta deespaço, mas tua própria experiência e imaginação te darão mais.

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    AJUDA AO PRÓXIMO

    Localização original emEscotismo para Rapazes Antes da Fogueira

    Prestar Primeiros Socorros

    Ao adestrar em Primeiros Socorros, o erro comum é que seinstrui aos rapazes para passar em um exame, mais que para aplicar conheci-mentos inteligentemente durante uma emergência. Assim o escoteiro que se en-carregou de um bebê com convulsões na estação de trem e correu para a máqui-na, tirou água morna e colocou no bebê agiu corretamente. Havia visto sua mãefazer o mesmo. Usa demonstrações ou incidentes mais que ensinar nomes deossos em latim.

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    Capítulo X

    NOTAS PARA OS INSTRUTORES1

    Localização original emEscotismo para Rapazes

    Resumo

    Uma maneira em que os Dirigentes Escoteiros podem fazer um trabalho nacio-nal.

    - O pobre espírito cidadão, que arruinou o Império Romano,insinuou-se entre nós.

    O futuro do Império2, dependerá muito do caráter da geraçãovindoura.

    Neste sentido se faz agora muito pouco para desenvolvê-lo emnossas escolas, e é mais necessária que nunca.

    A paz escoteira se sugere como um meio que conduz à auto-educação dos rapazes no caráter e nos deveres cidadãos.

    1 Ver também “Guia para o Chefe de Tropa” (Nota do Autor).2 O dito para o Império Britânico é válido para nossos países, com a devida proporção (Notado Editor).

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    Pode ser realizado por jovens de todas as classes, sem gastos, adestran-do, cada um, a muitos rapazes.

    O Experimento já tem obtido êxito.

    Como Organizar Escoteiros?

    Conselhos para os futuros instrutores,para realizar o adestramento e para explicá-loa outros.

    Sócrates disse, para teu consolo, o seguinte, e faloucom verdade:“Nenhum homem pode ter um propósito mais próximo aos deuses que aquele quese preocupa com uma boa criação, não só de seus filhos, senão dos filhos dosdemais.”

    A prosperidade do Império Britânico não só depende de seu poder de luta,mas também de seu comércio e integridade.

    Enquanto esteja em condições de ser indispensável a outras nações, en-quanto estas não sejam indispensáveis para ele, será grande e próspero. Estacondição depende do caráter e a indústria de seus cidadãos. Por isso nossodesejo de converter a geração seguinte em homens enérgicos e de caráter.

    Mas é igualmente óbvio que o Império deve ser suficientemente forte paradefender-se, como se provou durante a Grande Guerra.

    O refrão do filósofo que advertia ao rico Império Cartaginês antes de suaqueda, é igualmente válido hoje: “De que serve teu depósito de ouro, se não tensferro para guardar teu tesouro?”.

    A História nos mostra que, com pouquíssimas exceções, qualquer grande

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    nação, depois de ascender penosamente ao zênite de seu poder, se cansou apa-rentemente do esforço, e caiu em um estado de repouso, deslizando ao ócio eindiferença com respeito ao fato de que outras nações pressionavam para destruí-la, seja por força das armas, ou pelo método mais pacífico mas igualmente letalde estrangular seu comércio. De qualquer modo a falta de patriotismo enérgicoque construiu o país, foi sua ruína; o veredito da história foi:“Morte por falta de boacidadania”.

    Na Inglaterra temos tido sinais de que nem tudo vai bem em nosso patriotis-mo. Tem-se ouvido advertências severas de muitas autoridades e muitas fontesdiversas, no caso todos os ramos de nossa vida nacional. Estas têm sido adicio-

    nadas por uma de nossas personalidades públicas, com as seguintes palavras:“As mesmas causas que provocaram a destruição do Grande Império Romano,estão trabalhando hoje na Grã Bretanha”.

    Futebol

    Uma das causas da queda do Império Romano, foi que quase ¾ de suapopulação era mantido pelo Estado, parando de preocupar-se consigo mesmos,ou com seus filhos, e conseqüentemente se converteu em uma nação de desem-pregados esbanjadores. Freqüentavam os círculos, onde se pagava aos atorespor seu trabalho na arena, de uma maneira semelhante a como hoje vemos asmultidões apinhadas nos estádios, para admirar jogadores de futebol pagos.

    O futebol em si, é um jogo magnífico para desenvolver um rapaz física emoralmente, porque aprende a jogar com boa vontade e sem egoísmo, a jogar suaparte e a “jogar o Jogo”; e isto é o melhor adestramento para qualquer jogo davida. Mas se torna um jogo prejudicial, quando leva quantidades de jovens que,longe de jogar o jogo por si mesmos, são só espectadores de alguns atorespagos. Pessoalmente gosto de ver esses magníficos exemplares de nossa raçatreinados à perfeição e jogando sem falha, mas o reverso da medalha me adoeceo coração, milhares de rapazes e homens jovens, pálidos, com as costas estrei-tas, encurvados, pobres amostras, que fumam cigarros sem fim, muitos apostan-do e todos aprendendo a ser histéricos, uivando em uníssono com seus vizinhos,o pior dos sons é o grito histérico de riso que acompanha qualquer pequeno des-locamento ou queda de um jogador. Qualquer um se pergunta se esta é a mesmanação que havia ganho o renome de ser viril e sólida, serena, impávida ante operigo e digna de confiança nas situações mais duras.

    Tire isto da vista dos meninos, ensina-os a ser adultos, a jogar o jogo, qual-quer que seja, e não somente a ser espectadores ociosos.

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    Sei que o obstáculo é que não há espaço para que a metade de nossosmeninos possa jogar nas grandes cidades, mas o jogo não é necessariamente

    futebol. Um dos objetivos do Escotismo é proporcionar jogos de equipe e ativida-des cujo resultado é tão positivo ao promover a saúde, a força e o caráter. Estes jogos devem ser atrativos e competitivos, e através deles podemos inculcar asbases de obediência ao regulamento, disciplina e autocontrole, sutileza, força,arrojo, liderança e espírito de equipe. Estes todos são importantes como atributospara um cidadão e o adestramento escoteiro, ao fomentá-los, é útil para comple-tar a educação escolar.

    Educação

    Desde que foi escrito “Escotismo para Rapazes”, a administração da educa-ção no Reino Unido mudou muito, e os mestres têm mais respaldo do que antes,para aplicar o adestramento na saúde e nas “humanas”.

    Mas ainda estão limitados, mesmo sem culpa de sua parte, pelo grandenúmero de alunos e o período de aulas limitado à idade escolar, e (como emmuitos lugares) pelo ambiente extra-escolar de seus alunos. É mais, o maisimportante de tudo é a promoção do caráter, ainda que devidamente valorizado nainstrução oficial aos mestres, é a mais difícil de praticar com grande número dealunos, já que para ter êxito, requer o estudo em separado de cada mente individu-al e seu desenvolvimento.

    De modo semelhante, a educação cívica não pode ser considerada comple-ta a menos que dê ao aluno a oportunidade de praticar o espírito que foi inculcadoem teoria, e isto é difícil na escola.

    É por estas razões e nesta direção que o Método Escoteiro se torna umaajuda positiva para os mestres. Sir George Newman, em seu artigo anual de 1928sobre “ A Saúde do Escolar ”, enfatizou isto, dizendo:

    “Há gente valiosa, que ignorando a fisiologia, vive em um mundo irreal eainda não se dá conta de que, a menos que se cultive e desenvolva o corpo e amente da criança, todos os esforços de instrução intelectual serão inúteis. Elessão testemunhas da triunfal contribuição do Movimento Escoteiro e o recomen-dam e o elogiam publicamente, mas não aprendem com ele. Ainda que sua lição

    seja profundamente certa e cheia de significado para todos os educadores destageração. É uma lição de disciplina física, de aventuras instrutivas, de adestra-mento juvenil e grata obediência , e é uma das mais sábias interpretações desteserviço que é liberdade perfeita; educa dotando ao corpo primeiro e desenvolven-

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    do logo suas aptidões e sentidos; conquista e desenvolve o rapaz, levando-o por seu próprio interesse e desejo ao caminho do trabalho manual das artes e artesa-natos; adestra aos homens não para a sala de aulas ou de pedagogia, e sim paraa vida. Assim se transformou em um vasto movimento de Educação para asaúde, fazendo pelo rapaz o que a autoridade de Educação muito freqüentementenão faz.”

    É talvez a maior demonstração de educação prática visto no mundo.

    A educação deve ser dirigida para satisfazer as necessidades de nossanação hoje em dia e mais especialmente, o que será necessário para nossa

    nação amanhã. Muito freqüentemente temos nos contentado com improvisar nos-sos métodos de comparação com o currículo anterior. Hoje, um dos maiores errosda nação é a visão estreita; as autoridades de todas as classes falam da neces-sidade de vontade alegre e cooperação como antídoto para a maioria de nossosproblemas do pós-guerra.

    O método comum de educação faz pouco neste sentido. A menos que setome cuidado, pode ter riscos, é perigos fomentar o interesse próprio no rapaz,apesar de não se ter em conta a rivalidade dos outros. Se lhe fomenta estar entreos melhores de sua classe, a ganhar prêmios e becas para si mesmos,em com-petição com seus companheiros, a ser ambicioso, a ambicionar as melhorescoisas da vida, sem dar instrução sobre os seus deveres para com o Estado; esua ajuda e respeito pelos demais.

    O resultado é o egoísmo de altos vôos, as diferenças de classe, as disputasindustriais, as diferenças sectárias, o fomento às rivalidades esportivas, políticase internacionais, que existem e têm um valor exagerado porque não se ensinouaos homens a ter uma visão ampla, a ver com os olhos de seus vizinhos e apraticar a boa vontade e cooperação. Este esquecimento é a raiz da maioria denossos problemas atuais, sejam industriais, políticos, religiosos, sociais ou inter-nacionais.

    Aqui intervém outra vez o Escotismo ajudando com seu adestramento nosentido do dever e o serviço aos demais. Objetiva dar ao rapaz uma idéia real dasresponsabilidades da vida que se lhes apresentam e se preocupa em inculcar aprática de sua religião na vida e atividades diárias.

    O diagrama da página seguinte mostra algumas de nossas ineficiênciasnacionais e suas causas; e sugere um remédio como o dado pelo Escotismo.

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    DEFICIÊNCIAS NACIONAIS CAUSAS ORIGEM PRE-VENÇÃO O ADESTRAMENTO ESCOTEIRO COMO REMÉDIOATEÍSMO

    INDISCIPLINAFALTA DE PATRIOTISMOEGOÍSMOCORRUPÇÃOESQUECIMENTO DOS DEMAISCRUELDADE

    CRIMES OU VIOLÊNCIAPSICOPATIAS

    DESEMPREGO E POBREZAINDIFERENÇA A MAIOR CONSCIÊNCIA

    BEBIDA

    FALTA DE DISCIPLINA

    FALTA DE DISCIPLINAEDUCAÇÃO DE

    I. CARÁTER

    II. SAÚDE ALÉM DA EDUCAÇÃO TRADICIONAL UM DESENVOLVIMENTO SISTEMATIZADODE:

    I. CARÁTER ATRAVÉS DE:Bom ambienteSentido de honraSentido do dever Auto-disciplinaResponsabilidadeArtesanatoEstudo de Deus através da NaturezaReligião práticaJogo limpoAjuda aos demaisServiço pessoal à PátriaEXIBICIONISMO

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    Onde e Quando Aplicar o Remédio?

    Tem-se dado vários passos para melhorar as coisas com a intervenção dasAutoridades da Educação e de outros, com êxito: centros de jogos, institutosvespertinos, campos-escola, jornadas, comitês extra-escolares, educação contí-nua , etc., são algumas das atividades oficiais, mas dadas as limitações dosmestres e oficiais, ainda falta e há lugar para organizações voluntárias, que dêemnão só educação continua aos rapazes que saem da escola e não estão emcontato com nenhum dos meios oficiais que foram criados para eles, senão tam-bém para obter adestramento quanto ao caráter, saúde e civismo.

    Lord Eustace Perry, quando foi Presidente do Comitê de Educação disse:“O Movimento Escoteiro faz pelos rapazes o que o Sistema Educativo não pode,exceto em uma pequena proporção, porque pega o rapaz enquanto está na escolae o leva, depois da idade escolar, até o início de sua vida adulta”.

    O campo natural para qualquer remédio é a geração nascente e sua educa-ção.

    Theodore Roosevelt, o ex-presidente dos Estados Unidos da América, dissecom muita verdade:

    “Se vais fazer algo permanente pelo homem comum, deves fazê-lo antesque seja homem. O segredo do êxito é trabalhar com o rapaz, não com o homem”.

    John Wanamaker disse: “Salva um homem e salvarás uma pessoa, salvaum rapaz e terás salvo uma tábua de multiplicar”.

    Os rapazes da nação estão cheios de entusiasmo e espírito, e só queremque lhes orientem na direção correta para transformar-se em cidadãos bons eúteis. Muito desse esplêndido material se perde, pior que isso, se permite que sevolte daninho à nação por falta de maior educação, por falta de uma mão que guieaos meninos na crise de sua vida, quando estão na disjuntiva onde seu futuro sebifurca ao bem ou ao mal.

    Eles se converterão nos pais de mais crianças, que se supõe que devemadestrar na linha correta da boa cidadania, quando na realidade eles mesmos nãotêm a mínima idéia da palavra. E não é culpa sua somente. Recebem uma instru-ção demasiado precária em como usar seus recursos, cavalheirismo, economia,civismo e patriotismo.

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    a) Como se pode aplicar um remédio a isto?

    b) Que forma tomará este remédio?c) Como pode ajudar um indivíduo?

    É inútil tentar muito com os adultos esbanjadores de hoje.

    a) O remédio deve ser dado à geração em formação.

    b) Sua meta deve ser imbuir “caráter” aos homens do futuro. Por “caráter”se entende a confiança viril e a generosidade, algo do cristianismo prático que

    (apesar de que são Budistas teoricamente), distingue aos Burmeses em sua vidadiária.

    c) Como pode ajudar o cidadão individualmente? Vê-se pelo que se temconseguido neste aspecto pelas Brigadas Juvenis, Clubes de Rapazes, ACM (As-sociação de Jovens), Brigadas Eclesiásticas para crianças e numerosas associ-ações da mesma classe. Ainda que seu trabalho esteja sendo bom, com todo seuesforço, só trabalham uma parte do campo. Temos 400.000 rapazes acima dasoutras Sociedades, etc., mas que é isso em comparação aos 4 milhões de rapa-zes nas Ilhas Britânicas que necessitam ajuda?

    El que no influencien a un numero mayor se debe a: VER

    - Falta de amalgamación ou esforço de cooperação mútua entre asdiferentes sociedades.

    - A dificuldade de obter jovens suficientes para encarregar-se do adestra-mento dos rapazes.

    - A dificuldade de atrair aos rapazes e de manter seu interesse depois deter conseguido.

    Aqui há um glorioso campo de trabalho para os homens que tomam apeito o interesse de seu país. A guerra despertou o patriotismo de muitos queantes eram indiferentes e que, uma vez que começaram nesta direção, queremcontinuar “fazendo sua parte” já que a luta terminou. Que venham e adestrem ageração seguinte para serem tão bons homens quanto eles mesmos.

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    Nosso Remédio e sua Aplicação

    Estas dificuldades parecerão remediáveis em alguns aspectos e me indu-ziram a seguir um esquema de auto-educação com o nome de:

    “Escotismo para Rapazes” como um passo para resolvê-las, já que, apli-cando-o a todas estas Sociedades, poderiam adotar-se em comum, ligá-las, gra-ças a suas tendências desportiva e prática; e a ausência de obstáculos poderesultar atrativa a um maior número de possíveis instrutores, sobretudo a varieda-de de suas atividades atrairia os rapazes, mesmo os mais renitentes.

    Os guias escoteiros incluem as virtudes de nossos colonizadores, taiscomo criatividade, audácia, confiabilidade, etc., unidos à cortesia dos cavalheiros;estes atributos, tanto morais como físicos, são mostrados aos meninos, de umamaneira simples, para sua imitação e prática diária.

    Vemos o adestramento do ponto de vista do rapaz e o moldamos assim,e a organização é feita para sanar as necessidades do instrutor tanto quanto sejapossível, descentralizando a autoridade e dando respaldo local sem aborrecidasupervisão, obstáculos ou gastos.

    A Grande Falta

    O Escotismo iniciou muito antes da Grande Guerra, quando aparente-mente não era necessário em nossa nação. Mas se provou 10 vezes mais neces-sário desde então. A nação perdeu a flor de seus homens, o melhor de sua juven-tude e os que ficaram foram os velhos, os débeis e os tímidos, a geração seguinteperdeu, por tanto, a ajuda indispensável dos pais e irmão mais velhos, justamentequando mais necessitavam, já que a guerra havia afastado aos mestres e aomesmo tempo criado um ambiente de instabilidade nos alunos.

    Culminando esta educação incompleta veio o desemprego para uma grandeparte dos rapazes, junto à arruinada experiência de viver da caridade e ajudaalheias.

    Logo o re-arranjo dos reinos e o surgir de novas nações criou condiçõescaóticas sob as quais os extremistas têm maior oportunidade de confundir.

    Mais do que nunca se necessita um treinamento definido quanto aoscaráter de nossos futuros homens, em cujos ombros descansará a responsabili-dade de ver ao respeitado país a salvo do redemoinho, ou deixar deixar que o

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    absorva, como sucede com muitos outros.A velha forma de educação nas escolasnão podia satisfazer esta necessidade sem ajuda. Se antes da guerra, nós Esco-teiros tínhamos uma pequena responsabilidade de ajudar o país, como esboceiantes, hoje a oportunidade é um dever nacional.

    A Guerra, sem dúvida foi uma desgraça para nossa civilização e para ocristianismo. Se nos beneficiamos com a lição e realmente queremos evitar quese repita, é nossa responsabilidade seguir um adestramento das mentes jovensem boa vontade pacífica e a cooperação, sem explorar os triunfos ou fazer preva-lecer o poder sobre o direito.

    AdestramentoA porta para a Educação exitosa não é tanto ENSINAR ao aluno, senão

    fazê-lo APRENDER por ele mesmo.

    A matéria a imbuir deve fazer-se atrativa, devemos primeiro tentar ao pei-xe com uma suculenta minhoca, não com um pedaço duro de bolacha.

    Nosso sistema de desenvolver os rapazes é passar várias provas de dife-rentes temas, trabalhos manuais, etc., semelhantes às que serão valiosas paraeles em sua futura carreira. Assim temos especialidades de eletricistas, cavalei-ros, agricultores, jardineiros, músicos, carpinteiro, etc., além das insígnias escoteirasde primeira e segunda classe, que atestam seus conhecimentos da natação,exploração, cozinha, trabalho com madeira, manejo de botes, e outros pontos detrabalhos de homem e trabalhos manuais. Fomentamos a responsabilidade norapaz para seu desenvolvimento físico e saúde; e confiamos em sua honra espe-rando que haja uma boa ação diária.

    Nosso adestramento não é militar; reduzindo os exercícios de marcha,que muitas ligas de rapazes usam, ao mínimo, já que a marcha destrói a individu-alidade e um de nossos maiores interesses é desenvolver o caráter individual.

    E quanto à religião, somos inter-dominacionales; nem assumimos, neminterferimos com a prerrogativa paterna ou pastoral dando instrução religiosa,mas insistimos na observação e prática de qualquer forma de religião que o rapazprofesse, e o principal dever que se lhe inculca é a pratica diária do cavalheirismoe a ajuda aos demais.

    O feito de que os Não-conformistas e membros da Sociedade de Amigospodem reconhecer ao Movimento Escoteiro como não-militaristas, em sua políti-

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    ca é um grande passo e um grande estímulo.

    Somos também apolíticos. Tampouco reconhecemos as diferenças declasses.

    Método

    O adestramento dos Lobinhos si iniciou com a idéia de satisfazer o entu-siasmos que os rapazes menores tinham pelo Escotismo, captando-o em idademais moldável para dar-lhe Os Fundamentos do Escotismo antes de mandá-lopara a Tropa Escoteira.

    Este esquema, onde se tem aplicado com capacidade, tem cumpridocom seu propósito.

    Uma parte da “capacidade”, no entanto, é dar-se conta de que se aplica-mos um excesso de práticas escoteiras, não há novidades nem atrativos posteri-ores para o rapaz quando chega a idade de Escoteiro e passa para a Tropa.

    Para obter todo o adestramento Escoteiro, um rapaz deve passar pro-gressivamente pelas etapas de Lobinho, Escoteiro e Sênior.

    A última etapa ensina ao Sênior a aplicar seus conhecimentos Escoteirosaos problemas diários e lhe dá prática real para fazê-lo.

    Para expressar a continuidade da vida no Grupo, é bom marcar o progres-so de uma etapa a outra com uma cerimônia simples. A cerimônia de “Promoção”para Lobinhos como se especifica no “Manual de Lobinhos” e se reproduz abaixo:

    A Alcatéia se forma em circulo em um extremo do salão e a Tropa emferradura em outro.

    A Alcatéia faz o Grande Uivo. O Lobinho que será promovido se colocafrente ao Chefe da Alcatéia e repete sua Promessa de Lobinho começando: “Te-nho prometido”. Depois caminha ao redor de toda a Alcatéia e aperta a mão decada Lobinho, retornando ao centro. A Alcatéia dá três hurras e se afasta corren-do. O rapaz e o Chefe da Alcatéia vão até o Chefe de Tropa que os aguarda. OChefe da Alcatéia entrega o rapaz ao Chefe de Tropa, que o introduz à ferradura eo apresenta a seu Monitor. O Monitor leva o ex-Lobinho a sua Patrulha.

    Assim, como em cada etapa temos o mesmo princípio, adaptando em

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    cada uma a fase psicológica do rapaz, por exemplo em cada etapa desenvolve-mos:

    Caráter e Inteligência

    Aptidão e Destreza

    Saúde e Força

    Serviço aos demais

    Quanto a princípios.

    Os detalhes de nosso método de adestramento têm sido resumidos nosseguintes passos:

    Preparação: Tendo programas e materiais prontos.

    Demonstração: Mostrando a ação e seus resultados.

    Explicação: Mostrando em detalhe como fazê-lo.

    Imitação: O rapaz fazendo-o por si mesmo .

    Interrogação: Perguntas do Instrutor ao rapaz e vice-versa .

    Organização

    Para jogar um grande jogo com êxito, a organização e asregras claras são essenciais.

    Nossa organização trabalha com êxito, e as regras em umfolheto que se pode adquirir nas Oficinas Scouts (“Política, Organização e Regu-lamento”).

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    Sua Majestade, o finado Rei Eduard, tomou grande interes-se nas metas e métodos do movimento, e mostrou seu apreço por ambos honran-do ao Fundador e encabeçando um desfile dos Escoteiros durante o verão e abrin-do para seu uso alguns Parques Reais. A morte nos tirou seu real patrocínio, oque foi um grande golpe para o movimento.

    Sua Majestade, o Rei George, mostrou graciosamente uminteresse semelhante convertendo-se em nosso patrono. Passou revista em umrally de 30.000 Escoteiros, em Windsor. A Rainha Alejandra, em 1914, passourevista a 14.000, em Londres. Sua Alteza Real, o Duque de Connought, disse:“Nosso Presidente toma o maior interesse pessoal possível, e tem feito muito

    para pôr nosso Movimento sobre bases firmes no Canadá. Sua Alteza Real, oPríncipe de Gales , também tem muito interesse pessoal no Movimento e temfeito muitíssimo por ele em suas visitas às diferentes partes do Império, passandorevista aos rapazes e animando aos Dirigentes. É Chefe Escoteiro de Gales e usanosso uniforme. Recebeu a maior ovação quando passou revista ao Comitê deBoas Vindas de 60.000 Escoteiros no Parque Alexandra em 1922. O apreço ofici-al do adestramento tem sido destacado pelo Capítulo Real, pelo Almirantado queusa Escoteiros como Guarda-costas, o Ministério da Guerra que reconheceu ofi-cialmente o uniforme e os Contestables Principales que usam Escoteiros em todoo país. O apreço do público tem se manifestado com suas contribuições emefetivo ao Movimento”.

    Os Deveres do Dirigente Escoteiro

    De acordo com nossas regras, umDirigente Escoteiro tem que servir trêsmeses de experiência, antes de ser reco-mendado para o cargo. O objetivo disto édar-lhe a oportunidade de verificar se o tra-balho no Escotismo é o que esperava.

    Acontece seguidamente em outrasorganizações que um homem cheio de es-perança e ideais não compartilhe os pon-tos de vista das autoridades, ou que de-

    pois de tudo não são dotados para tratar com rapazes.

    Um mestre de escola é preferido,

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    com freqüência, por seus estudos, enquanto que ao Dirigente preferimos nomeá-lo por seus conhecimentos e simpatia para com os rapazes.

    A atitude do Dirigente é da maior importância, já que osrapazes imitam suas qualidades; é imprescindível ter por ele um amplo ponto devista, mais que pessoal, e estar preparado a esquecer os próprios sentimentospelo bem da maioria. Isto é a verdadeira disciplina. Este é o difícil problema daépoca, o maior perigo para nossa nação é que não somos suficientemente disci-plinados, colocamos nossos pontos de vista num plano acima que o bem doEstado; esta é uma falha que queremos corrigir ao adestrar a nascente geração.Nosso adestramento se dá principalmente com o exemplo.

    Um futuro Dirigente, que se encontra incapaz de manejar seus rapazes ou de disciplinar-se a trabalhar harmonicamente com o comitê localou outra autoridade, fará bem em renunciar a seu posto antes que sua atitudeprejudique aos meninos.

    Como Captar Nossos Rapazes

    Nestas notas não pretendo ensinar o óbvio, e por isso asdirijo somente aos que não tem prática prévia para ensinar rapazes, ou que dese-

    jem explicações com as quais possam responder aos que criticam ou perguntamsobre nosso esquema. São só algumas notas de minha pouca experiência nessalinha e tratam de explicar alguns dos detalhes do Manual.

    Quando tratem de atrair os rapazes a uma influência positi-va, os comparo ao pescador que deseja pegar peixes.

    Se no anzol pões a isca que tu gostas, provavelmente nãopescarás muitos, de fato, não pescarás mais que aos tímidos que não são peixescomestíveis. Usa a isca que os peixes preferem.

    Assim acontece com os rapazes, se tratas de predicar-lhes coisas elevadas, não os atrairás. Qualquer coisa obviamente “santinha” es-pantará aos mais entusiastas, que são os que te interessam. A única coisa quedeves fazer é ensinar-lhes algo que realmente os atraia e interesse. E creio queverás que o Escotismo o faz.

    Podes logo amadurecê-lo com o que queres que eles apren-dam.

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    Para captar nossos rapazes deves ser seu amigo; masnão te apresses em consegui-lo até que tenham vencido sua timidez em relaçãoa ti. Mr. F. D. How em seu livro “Livro da Criança”, resume o rumo correto naseguinte anedota:

    “Um homem cujo diário caminho o levava por certa rua sór-dida, viu um menininho com a cara suja e extremidades pouco desenvolvidasbrincando com uma casca de banana no esgoto. O homem inclinou a cabeça e omenino se encolheu de medo. No dia seguinte o homem agachou também acabeça, o menino decidiu que não havia nada a temer e cuspiu no homem. No dia

    seguinte o pequeno só olhou, no seguinte gri-

    tou: Olá!, quando o homem passava. Com otempo, o pequeno sorria quando recebia o cum-primento que agora esperava. Finalmente o tri-unfo foi completo quando o menino, umpequenino, esperou na esquina e pegou osdedos do homem com sua mãozinha suja. Erauma rua lúgubre, mas se converteu em umadas mais brilhantes para a vida daquele ho-mem.”

    Como Começar uma Tropa

    O primeiro passo é geralmente reunir alguns rapazes para jogar e falar com eles sobre o Escotismo, entusiasmando-os antes de sugerir-lhes formar um Grupo.

    Conseguir um fundo para o Grupo, cuja quantia depende setêm que locar um lugar para as reuniões ou não, mas de qualquer modo o dinheiroserá necessário para o adestramento e equipamento para acampar; e para algunsrapazes que requerem ajuda monetária para ir ao acampamento. Algo como de 1libra a 1 libra e 10 xelins, por cabeça, bastam.

    Em quanto seja possível, os Escoteiros compram seus pró-prios uniformes, ganhando o dinheiro, quando isto não é possível, o Dirigenteconsegue o uniforme e lhes cobra semanalmente alguns pennies. Em outros ca-sos, eles compram o uniforme e o cedem ao rapaz, reservando-se o direito de

    reclamá-lo se o rapaz não for digno do mesmo. A quota semanal deve pagar oaluguel do local.

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    O Sistema de Patrulhas

    A maneira segura de fracassar é começar com excesso derapazes.

    Juntando 8 rapazes para ter um núcleo de Tropa. O passoseguinte é escolher os melhores como chefes das diferentes Patrulhas e dar-lhesum adestramento especial no trabalho Escoteiro e seus deveres.

    Dividir os rapazes em Patrulhas permanentes de 6 a 8 etratá-los como unidades separadas com um chefe responsável, é a porta do êxitocom a Tropa. O ramo de Escoteiros não deve ter mais de 30 ou 40 rapa-zes, de outro modo o Dirigente de Tropa teria que ser responsável para atender acada rapaz como deve.

    Através da emulsão e da competição entre Patrulhas setem um espírito de patrulha que é eminentemente satisfatório, já que eleva oespírito entre os rapazes e desenvolve mais altos níveis de eficiência.O valor do Sistema de Patrulhas e da Corte de Honra para adestrar aos rapazes foivisto rapidamente nas primeiras edições deste livro.

    Mas os Dirigentes de Tropa têm captado seu significado e ousam em suas tropas. É a qualidade essencial pela qual nosso adestramentodifere do de outras organizações e onde o sistema é corretamente aplicado, éabsolutamente certo que terá êxito. Não há dúvida. A Patrulha é a unidade doEscotismo para jogar ou trabalhar para a disciplina ou serviço.

    Um passo inestimável no adestramento do caráter é res-ponsabilizar o individuo. Isto se obtém imediatamente ao nomear o Guia de Patru-lha para mandar responsavelmente sua Patrulha. Depende dele, conhecer edesenvolver as qualidades de cada rapaz em sua Patrulha. Parece um trabalhoárduo, mas funciona na prática.

    Com o estimulo apropriado entre as diferentes Patrulhas,se desenvolve em espírito de equipe, e cada rapaz da Patrulha se dá conta de queele mesmo é uma unidade responsável, e que a honra de seu grupo depende em

    algum grau de sua própria eficiência ao jogar o jogo.Temos agora um excelente manual sobre o tema escrito por

    um Dirigente de Tropa que passou pelas filas levando sua idéia a um final feliz, eu

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    desde cedo se emolduras teus ensinamentos de acordo com isso, creio que teráspoucos desgostos. Não esperes que os rapazes prestem atenção em algumamatéria durante muito tempo, até que os tenha adestrado para fazê-lo. Devespercorrer a metade do caminho e não dar-lhes uma dose muito grande de uma sóbebida. Um gole curto, prazenteiro de cada classe, logo outro e gradualmenteaumentar os goles, até que se transformem em uma sucessão contínua.

    É assim como uma palestra de uma matéria os cansa mui-to rápido, suas mentes começam a divagar e se aborrecem porque não aprende-ram a arte de levar seu pensamento onde querem e a mantê-lo ali. O fato de fazer com que a mente obedeça à vontade é um dos pontos internos importantes de

    nosso adestramento.Por esta razão é bom pensar com antecedência o que que-

    res dizer da matéria, e depois dá-lo pouco a pouco conforme se apresente aoportunidade, na fogueira do acampamento, nos intervalos de jogo e prática, nãode uma só vez.

    Verás que as leituras deste Manual estão fragmentadas emseções com esse propósito.

    As demonstrações e as práticas devem ser intercaladascom as sessões teóricas para manter a atenção dos rapazes e levar tua teoria aseu destino.

    Um Dirigente de Tropa tem a liberdade de adestrar a seusrapazes à sua maneira. As insígnias de especialidades dão uma idéia da varieda-de de adestramento útil, e mesmo que muitos Dirigentes de Tropa se julguemincapazes pessoalmente para dar tão variada instrução, podem obter a ajuda tem-porária de um amigo ou de um expert.

    Muitos Dirigentes de tropa especializam o trabalho de suasPatrulhas ou Tropas; assim um pode ter uma Brigada de Bombeiros, ou Tropa deEscoteiros do Mar ou Patrulhas de: Transmissões, Missionários, Ambulantes,etc.

    Insígnias de Especialidades

    Foram feitos com o objetivo de desenvolver em cada rapaz o

    gosto pelos interesses e artesanatos, alguns dos quais pode transformar-se emsua carreira; e não deixá-lo sem ajuda e sem esperanças ao enfrentar o mundo.

    Ainda mais, põem nas mãos do Dirigente de Tropa a ferra-

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    menta para interessar o rapaz apático ou retraído, se o Dirigente usa nosso pa-drão de eficiência. Este padrão é não tanto, a qualidade de seu conheci-mento ou habilidade, senão a quantidade de esforço que aplicou paraadquiri-lo.

    Um Dirigente de Tropa compreensivo, que conhece a psico-logia de seus rapazes, pode dar ao rapaz um rumo alentador, assim como dar aorapaz de um bairro pobre uma saída melhor comparada à que se dá a seu irmãomelhor educado. E o rapaz tímido ou apático pode ter seu primeiro êxito facilitadopara induzi-lo a aumentar seus esforços.

    A Importância do Local A metade da batalha é conseguir um local emprestado para

    algumas tardes da semana, ou alugado como clube para os Escoteiros, mesmoque se trate de apenas uma Patrulha.

    Deve ser bem iluminado e ventilado para evitar depressõese chateação. Quadros com alegoria (nem paisagens, nem retratos velhos), aju-dam a fazê-lo atrativo. Um fogo aceso no inverno.

    Revistas ou livros ilustrados interessantes.

    Isto geralmente se consegue, móveis, jogos, etc., doadospor simpatizantes.

    Uma cafeteria, iniciando com o mínimo, geralmente tem êxito,e se administrada cuidadosamente, pode proporcionar uma entrada regular para amanutenção do local. Os Escoteiros mesmos devem limpar, decorar e construir os móveis.

    A disciplina e a ordem devem reinar no interior; e se deveinsistir na limpeza, os Guias de Patrulha serão responsáveis, e as Patrulhas serevezarão na limpeza e ordem do local semanalmente.

    Se há um pouco de terreno, um pátio, ou um terreno baldio,muito melhor. Necessitam de um lugar onde os Escoteiros possam montar barra-cas, acender fogueiras, jogar bola ao cesto, cultivar jardins, fazer pistas, etc.

    Faz com que os rapazes mesmos manejem os assuntosdo local o quanto possível. Fica de lado para permitir que cometam erros a princi-pio e depois aprendam com sentido comum e responsabilidade.

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    Nos Estados Unidos da América, os pequenos clubes diri-gidos por rapazes são muito numerosos e populares nos povoados e nas vilas, eas autoridades educativas os apóiam, permitindo-os usar as salas de aula dosprédios escolares à tarde. Isto também pode ser feito facilmente na Inglaterra.

    Ao mesmo tempo, quando possas conseguir um local, nãoimporta quão pequeno seja, dá aos rapazes um sentido de posse e responsabili-dade, especialmente se têm a oportunidade de construir os móveis, pendurar osquadros, etc.

    O local não deve parecer acolhedor como a sala de umadama, já que os rapazes devem jogar nele ocasionalmente, jogar jogos de bola ou“Apontem o Urso”, etc. Necessitam móveis que possam empilhar-se em um can-to, como cadeiras de madeira, mesinhas e um armário para guardar livros, jogos,etc., quando o jogo comece.

    O clube ideal é de dois quartos, um para jogos calmos,leitura e conversas; o outro para jogos, ginástica, etc.

    Mas melhor se puderes conseguir uma casa como a alugadapela primeira Tropa de Hollywood, onde cada patrulha tem seu próprio quarto e éresponsável pelo mobiliário e limpeza, com uma sala para Assembléias e Cortesde Honra, onde cada Patrulha tem seu espaço enquanto o Dirigente e a Corte deHonra têm seus lugares à mesa.

    Os rapazes devem, logicamente, pagar uma quota para oaluguel, luz, móveis, etc., e os gastos maiores sufragar com trabalho em conjuntocomo produtos do horto,brinquedos, tarefas ou um bazar. Um valor simbólico se-manal, pago sempre adiantado, é suficiente como contribuição de associado.

    Deve-se estabelecer uma meta que permita aos rapazesguardar dinheiro que depois sacarão para excursões ou para inicia-los na práticada poupança.

    Uma das razões porque usamos uniformes é porque consi-deramos um incentivo para que os rapazes busquem trabalho e reúnam fundospara comprá-lo. Este é um grande passo para ensinar-lhes como ganhar a vidamais tarde.

    Jogos

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    Os rapazes estão cheios de idéias românticas e lhes en-canta “imaginar” muito mais do que mostram.

    Tudo o que tens que fazer é acompanhá-los no jogo e dar asas à tua imaginação para estar afinado com eles. Mas tens que tratar com todaa seriedade os incidentes cômicos que surjam, no momento em que rires, osrapazes saberão que és uma farsa e perderão sua fé em ti, naquele momento epara sempre.

    Por exemplo, para instruir uma Patrulha ao fazer o grito deseu animal, a situação é quase ridícula, mas se o instrutor permanece absoluta-

    mente sério, os rapazes o fazem com a idéia de que é “negócio” e uma vezconseguido, o grito se torna um fetiche para o “espírito de equipe” da Patrulha.

    Para estar em teus dois pés e tirar o melhor de teus rapa-zes, deves ver as coisas com teus olhos. Para ti o horto deve ser, como para eles,o bosque de Sherwood com Robin Hood e seus alegres companheiros ao fundo; omolhe de pesca deve ser o Caribe Espanhol com seus piratas e assaltantes; eainda o parque do povo pode ser uma pradaria cheia de búfalos e Peles Verme-lhas, ou o beco, um desfiladeiro onde vivem bandidos e ursos (lê: “The Golden Agefor Kenneth Graham”).

    Uma vez que sigas esta linha, verás que é tremendamenteaborrecida e mal usada te parecerá a rotina de marcha que o Dirigente de Tropacom pouca imaginação toma como meio de instrução.

    Pensa nos pontos que queiras que o rapaz aprenda e de-pois inventa jogos para colocá-los em prática.

    Bacon disse que as representações teatrais são o melhor modo de educar crianças, e quase podemos acreditá-lo.

    Desenvolve seu poder natural de imitar e ode engenho eimaginação, todos eles ajudam a desenvolver o caráter; e ao mesmo tempo aslições de historia e moral podem impressionar suas mentes muito melhor, seassumem o papel e atuam eles mesmos, do que se os instrutores pregam omesmo.

    A moda recente das representações históricas é realmenteuma excelente idéia educativa. Nos lugares onde tem havido tais representações,tanto jovens quanto velhos têm aprendido, e para o resto de suas vidas, algo da

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    história de seus ancestrais e de seu povo; e têm aprendido também a esquecer asdiferenças de clãs e a fazer algo comunitário sem esperar nenhum pagamento.

    Os instrutores verão que é realmente prático fazer seus Es-coteiros atuar em peças históricas ou de incidentes com os quais desejemimpressioná-los, tais como “ A última defesa de Wilson”, ou “O naufrágio doBirkenhead”, “ A Sentinela de Pompéia”.

    Quando as atuações têm um certo mérito, podem ser usa-das como meios para obter fundos.

    Responsabilidade aos JovensA grande coisa deste sistema, é delegar responsabilidade

    principalmente aos Guias de Patrulha.

    Obtém, se possível, um ajudante que te substitua para as-segurar a continuidade da instrução, se não podes assistir em alguma ocasião epara te auxiliar em pequenos detalhes da administração.

    Dá completa responsabilidade e mostra plena confi-ança a tua Corte de Honra e a teus Guias de Patrulha. Espera muito deles eo terás. Este é o segredo do êxito no Adestramento Escoteiro.

    Impulsiona o espírito de Patrulha e a rivalidade amistosaentre Patrulhas, e obterás bons resultados imediatos com o mais alto nível. Nãofaça tudo sozinho, ou os rapazes ficarão olhando e o sistema irá pelos ares.

    Disciplina

    Insiste na disciplina e na obediência rápida e estrita empequenos detalhes; deixa-os correr gritando somente quando deres permissão, oque é bom , de vez em quando.

    Uma nação, para ser poderosa e próspera seve ser discipli-nada, e a disciplina de massas só se consegue disciplinando o indivíduo. Por disciplina entendo a obediência paciente à autoridade e a outros ditados do dever.

    Esta não se obtém por meios repressivos, e sim fomentan-do e educando o rapaz primeiro à auto-disciplina e o sacrifício pessoal dos praze-res egoístas, pelo bem dos demais.

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    Este ensinamento se obtém principalmente com o exem-plo, dando-lhe responsabilidades e esperando um alto sentido de responsabilida-de dele. Esta responsabilidade se dá em maior grau no Sistema de Patrulhas,fazendo o Guia responsável com o que acontece entre seus rapazes. Aí estánosso trabalho.

    Sir Henry Knyvett, em 1596 advertiu a Rainha Isabel de que“o Estado que esquece treinar e disciplinar à sua juventude, produz só soldados emarinheiros corruptos, mas o maior mal, cidadãos igualmente corruptos para avida civil”, ou como expressa “Por falta de verdadeira disciplina, a honra e o tesou-ro, tanto o Príncipe como e país são desesperada e frivolamente arruinados.”

    A disciplina não se obtém castigando a um menino pelomau hábito,mas substituindo-o por uma ocupação melhor, que absorva sua aten-ção e o leve gradualmente a esquecer e abandonar o velho hábito.

    Saúde

    A pobre saúde física da nação se demonstrou na rejeiçãode uma grande porcentagem de homens chamados para serviço na Grande Guer-ra. E a maior proporção deles foram classe C-3 por causas previsíveis. Nunca sefortificaram jogos, nem haviam aprendido que a máquina humana necessita tantaatenção e cuidado quanto uma locomotiva. Estas são coisas que podemos ensi-nar a nossos meninos, e devemos fazê-lo para capacitá-los a cuidar-se melhor ea desfrutar mais da vida. A grande coisa é que eles se dêem conta de que a saúdenão é coisa de sorte, mas sua própria responsabilidade.

    Abstinência

    Neste livro tenho tocado em muitos pontos importantes daeducação dos rapazes, mas dificilmente se encontra um ponto mais importanteque a abstinência. O adestramento de um rapaz seria incompleto se não obtémuma boa explicação e uma instrução em palavras claras sobre esta questão.

    O poderoso mistério com o que temos velado esta impor-tante questão entre os jovens de ambos os sexos, está fazendo danosincalculáveis.O mesmo segredo com o qual retemos todo o conhecimento do

    rapaz, o obriga a seguir sua própria iniciativa em segredo e por tanto, equivocada-mente.

    Não tenho conhecido um rapaz que não prefira que lhe apre-

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    sentem a coisa franca e completamente, mas desejo que os Dirigentes de Tropacompreendam que isto só pode ser bem feito por alguém que tenha completoconhecimento do assunto e tenha completa simpatia pelas dificuldades e aspira-ções da juventude. Tenho tratado este ponto com mais detalhes em “Roverismopara o Êxito”.

    Escoteiros Marinhos

    O escotismo marinho foi introduzido no adestramento por-que pode ser útil à pátria e a muitos rapazes.

    Em“The Nautical Magazine”, há algum tempo, se afirmavaque em 15 anos nossa Marinha Mercante, que devia ser o apoio de nosso comér-cio e o respaldo da Marinha Real em caso de guerra, havia aumentado em 26.000homens. Estes, 15.000 eram de cor, 11.000 estrangeiros e 810 Britânicos.

    E temos hordas de desempregados na Inglaterra, enquantoos estrangeiros mandam nossos barcos.

    O chamado do mar não está soando aos ouvidos de nos-sos rapazes como antes .

    Em muitos lugares é possível conseguir botes, barcaçasou cascos , em vez de ir acampar, onde a arte de navegar pode ser ensinada comtodas as suas vantagens como: resistência, abundância de recursos, atividade esaúde.

    O valor de nosso adestramento de Escoteiro do Mar temsido amplamenmte demonstrado durante a guerra, quando o Almirantado recrutou18.000 Escoteiros para serviço de guarda costeira durante o período da guerra, ououtra quantidade de nossos Escoteiros do Mar para sinalização e outras ativida-des na frota.

    Escoteiros de Mar Aberto

    Para os Escoteiros que saem ao mar, seja na Marinha, naMarinha Mercante ou em frotas de Pescadores, ou para aqueles que estão em

    algum Estabelecimento de Adestramento, existem os Escoteiros de Mar Aberto.Em muitos portos domésticos ou estrangeiros, há oficiais

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    A maioria destas objeções já foi tratada, mas eu gostaria deacrescentar algo sobre isto:

    Militarismo

    Muitas das idéias expressas nas edições anteriores destelivro, têm sido criticadas de quando em quando, mas talvez nenhuma mais aguda-mente que o parágrafo seguinte, que, com todas as experiências da guerra a meguiar, proponho deixar exatamente como antes:

    Não há nada de militar no Escotismo. O Escotismo durantea Paz engloba os atributos do colonizador quanto à criatividade e confiança em simesmo; e muitas outras qualidades que os fazem homens entre os homens. Nãoqueremos fazer soldados de crianças ou ensinar-lhes cólera. Ao mesmo tempo,como “patriotismo” lhes ensinamos que um cidadão deve estar pronto para assu-mir sua parte entre seus companheiros, para a defesa de sua pátria contra aagressão, em troca da segurança e liberdade de que goza como habitante. Aqueleque se esconde e deixa seu dever a outros, não é audaz, nem justo.

    Nunca conheci um homem que tenha visto guerra em umpaís civilizado e tenha permanecido antimilitarista. Sabem muito bem os horríveise cruéis resultados da guerra; e até que as nações façam um acordo de desarma-mento, não provocarão a agressão nem deixarão seu país a mercê do inimigo,descuidando de sua defesa. Podem suprimir a polícia para erradicar o crime,enquanto se educa as massas a não roubar! Um erro comum é confundir o signi-ficado de “antimilitarismo” e “Convicções Antimilitares”.

    A maioria de nós está contra o “militarismo” que é o governopor métodos militares para fins militares, mas poucos de nós (especialmente àluz da guerra) somos “antimilitares”, ou seja, opostos a ter homens adestradospara a defesa do país.

    E todo homem que tenha coração é “antibélico”.

    O adestramento dos Escoteiros é, definitivamente, para apaz.

    Marcha

    Freqüentemente, me têm pedido os Dirigentes, não os ra-pazes, que introduza mais marchas no adestramento dos Escoteiros, mas ape-

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    sar de que, após 34 anos de experiência, reconheço seu valor disciplinar, vejotambém muito claramente seus defeitos. Brevemente são:

    1.- A marcha militar dá a um oficial fraco e pouco criativo em que ocupar seusrapazes. Sem considerar se eles gostam ou se lhes traz algum benefício. Econo-miza muito trabalho ao oficial.

    2.- A marcha militar tende a destruir a individualidade, enquanto que, nos Escotei-ros, queremos desenvolver o caráter individual. E quando o rapaz aprende a mar-char, se aborrece pois gostaria de estar fazendo outra coisa; além disso “opaca”suas ambições.

    Dos rapazes do Corpo de Cadetes, menos de 10% entram para o Exér-cito depois. Nosso desejo é convertê-los em homens dos bosques, não em imita-ção de soldados.

    Por estas razões não gostaria ver mais a opaca rotina damarcha em nosso adestramento, mas ao mesmo tempo, sustento que uma certaquantidade é necessária, especialmente em uma tropa nova ou para novos recru-tas, assim os rapazes podem aprender a ter porte e a mover-se elegante e conjun-tamente quando for necessário.

    Alem disso, a marcha não é uma prerrogativa do Exército,da Marinha ou da Força Aérea. É usada em diferentes formas na vida civil e naIndústria, para fazer com que um homem aprenda a fazer as coisas do modo e naordem corretas.

    Religião

    Uma organização desta classe falharia em seu objetivo senão fizesse com que seus membros conhecessem Religião, mas a falha estágeralmente na maneira como se ensina. Se a religião fosse tratada como umacoisa necessária na vida, não perderia sua dignidade e se afirmaria. A definição daobediência religiosa é flexível com toda a intenção neste livro, para dar liberdadeàs organizações e às unidades para usá-la, de modo que possam dar sua própriainstrução. Em nossa Associação, tratando com pessoas de todos os credos, nãopodemos colocar regras estritas.

    Charles Stelgle em seu livro “Os rapazes da rua e comoganhá-los” disse:“ Algumas vezes estamos tão preocupados de que haja suficiente religião em

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    nossos planos para o rapaz, que nos esquecemos de deixar suficientes rapazespara os planos”.

    A religião pode ser ensinada ao rapaz, mas não como águaleitosa ou de um modo misterioso e lúgubre; ele está disposto a recebê-la se lhemostrarmos seu lado heróico e como uma qualidade natural diária de cada ho-mem íntegro; e pode ser bem introduzida aos rapazes através do estudo da natu-reza. O estudo do trabalho de Deus, é um tema adequado para a instrução domi-nical, e um antídoto ao ócio do Domingo que estraga umaenorme quantidade de rapazes e moças. Muitas escolas Dominicais têm adotadoo “Escotismo”, no sentido de que é parte de seu adestramento com melhores

    resultados. Não se necessita instrução religiosa para que nos cansemos. Arthur Benson, escrevendo em “The Cornhill Magazine” diz que as virtudes cristãs são 4,e não 3: Fé, Esperança, Caridade e Humor. Assim é também na oração da manhãde Robert Louis Stevenson:

    “O dia retorna com sua ronda de cuidados e obrigações. Ajuda-nos a representar o homem, ajuda-nos a representá-lo com riso e rosto amável. Faz que abunde aalegria com o trabalho. Permite-nos ir com desenvoltura em nossos afazeresdurante todo este dia. Traz a nossos leitos cansados e contentes, sem desonra,e concede-nos ao fim a benção do sono.”

    O seguinte pronunciamento do Conselho de Governo, notema de obediência religiosa, resume a política que tem guiado o Movimento Es-coteiro desde seu início e tem recebido a aprovação das Cabeças das denomina-ções religiosas do Reino.

    1.- Se espera que todo Escoteiro pertença a uma religião e assista a seus servi-ços.

    2.- Onde um Grupo estiver composto de membros de uma mesma religião, seespera que os Dirigentes facilitem a obediência religiosa e a instrução que, com oconselho do Capelão ou outra autoridade religiosa, se considere melhor.

    3.- Onde um Grupo tenha Escoteiros de religiões diferentes, devemos insistir paraque assistam aos serviços de sua igreja e não devemos ter atos religiosos deGrupo. Em acampamentos, qualquer oração diária ou serviço Divino semanal,deve ser o mais simples possível, e de comparecimento voluntário.

    4.- Quando as regras da religião não permitam que o Escoteiro assista a atosreligiosos diferentes dos de sua própria igreja, os Dirigentes de Grupo devem