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RESUMO DA CARTILHA CULTURAL DO ENSINO BÁSICO DE SÃO FRANCISCO DE ITABAPOANA: MULTI E INTERDISCIPLINAR

Apresentação

Introdução

Patrimônios Culturais e Naturais

Particularidades da região

História e Memória do Município de São Francisco de Itabapoana

Localização espacial

LimitesDistritos

Aspectos físicos

RelevoClimaHidrografiaDelta e IlhasAssoreamento e InundaçõesVegetaçãoFauna

ÁguaEsgotoLixoTransporte

Meios de Comunicação

TelefoniaRadiofoniaImprensa CorreioTelevisão

Manifestações Culturais

Folclore e LendasDanças e Músicas

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Patrimônio Histórico-Cultural

Patrimônio Imaterial

Patrimônio Arqueológico

Igrejas, praças e coretosCentro de Cultura TabernarteCentro cultural Barracão de GargaúPrédios HistóricosFazendasBolandeiras

APRESENTAÇÃO

São Francisco de Itabapoana está localizado no Norte Fluminense do Estado do Rio de Janeiro, à cerca de 50 KM de Campos dos Goytacazes. Emancipado em 1995, antes era distrito de São João da Barra. Sua extensão territorial é de 1.122 km² (IBGE), habitado por 41.354 mil pessoas (IBGE). A população é formada por pequenas comunidades com atividades econômicas diversas, envolvendo a agropecuária, o turismo e a pesca.

A construção dessa cartilha para o município reunirá e apresentará, de forma clara e objetiva, informações sobre o patrimônio municipal, prestando-se a missão de contribuir efetivamente para a formação de uma consciência ecológica cultural, partindo-se da escola até alcançar pessoas de todas as idades, objetivando, conjuntamente, levar todas as pessoas a adotar ações cotidianas que levem em conta a preservação daqueles que são seus próprios bens.

A cartilha é um material que ampliará as possibilidades das práticas educacionais da cultura e do turismo locais, bem como, manterá a população e os gestores de políticas públicas informados sobre o nosso patrimônio cultural e natural. Partindo-se dessa premissa, visando traçar estratégias cada vez mais efetivas em seu resgate, sua preservação e valorização do patrimônio de memória cultural.

Mediante as interruptas modificações de nosso planeta, decorrentes, em grande parte, de ações humanas, a cultura exerce um papel fundamental no mundo contemporâneo, pois tal tornou-se um instrumento oportuno para o desenvolvimento econômico, social e étnico de uma sociedade.

Decorrente de tal valorização em torno da cultura, pode-se observar que, nas últimas décadas, a busca para a prevenção dos patrimônios ditos da humanidade,

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ocasionou grandes inquietações. Portanto, o trabalho de se pesquisar, identificar, catalogar e preservar os bens naturais e culturais passa a ter um significado fundamental para a nossa região.

Pois segundo o grande e saudoso Luiz da Câmara Cascudo (2004)

“A cultura significa a herança social e total da humanidade (...). A cultura compreende

o patrimônio tradicional de normas, doutrinas,hábitos, acúmulo de material

herdado e acrescido pelas aportações inventivas de cada geração.”

Neste intuito, foi elaborada nessa Cartilha Cultural Interdisciplinar, com o objeto de divulgar e fazer-se conhecer o patrimônio cultural e natural existente na região Norte Fluminense e, principalmente, no município de São Francisco de Itabapoana, tendo como principal meta despertar na população local, o desejo de conhecer seus bens patrimoniais e, a partir de então, desenvolver-se conscientização de preservação dos ambientes naturais e culturais do lugar em que vivemos.

Através de atividades educacionais poderemos assegurar que a comunidade possa tomar conhecimento dos bens culturais e naturais existentes no município, evitando a sua destruição ou ocupação inadequada.

Assim, a principal função da cartilha é estimular e criar uma consciência patrimonial na sociedade sanfranciscana, para que possa agir preservando o seu meio ambiental e cultural, promovendo o conhecimento, ampliando as oportunidades educacionais e facilitando o acesso à informação.

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INTRODUÇÃO

A preocupação em relação à proteção para com o patrimônio não é algo recente, vinda com a modernidade. Segundo Petter Burke (1999) esse movimento começa no final do século XVIII e inicio século XIX principalmente na Alemanha. A Cultura popular, até então criticada, se converte num tema de interesse para os intelectuais europeus. O "povo" (o folk), artesãos e camponeses tiveram suas casas e vilas invadidas por homens que insistiam para que cantassem canções tradicionais ou contassem velhas estórias.

Tudo isso tinha uma única finalidade, resguardar rudimentos de uma cultura que aos poucos se perdia no tempo, se hibridizando com as novas perspectivas que o futuro lhes apresentava. A cultura é um processo em constante transformação, acrescido a cada geração com novos e variados elementos, resultado de uma mistura distinta.

Porém com o passar dos anos, outros interesses surgiram com características bem evidentes para delinear a cultura. Erguem-se palácios, monumentos, cidades, patrimônio imóvel, próprios e que deveriam ser preservadas por descreverem uma época, um momento, um “lugar de memória” da história da humanidade. Assim, em 1972 a Organização das Nações Unidas -- UNESCO propõe-se definir e ampliar o conceito de patrimônio cultural.

"Por Patrimônio Cultural entende-semonumentos, grupos de edifícios, sítios e as

manifestações sociais que tenham valor histórico, estético, arqueológico, científico, etnológico

ou antropológico. (...) Patrimônio Natural sãoformações físicas, biológicas ou geológicas

consideradas excepcionais, habitats animais e vegetais ameaçados, e áreas que tenham valor

científico, de conservação ou estético (...)”

Em comum acordo a com a UNESCO, a Constituição Federal Brasileira (1988) ressalta a importância do patrimônio cultural para a formação do nosso país. Em seu Artigo 216, fica instituído que as riquezas culturais, referentes à formação social e ética da sociedade brasileira, devem ser protegidas, junto a sua comunidade.

“Constituem patrimônio cultural brasileiros bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:I - as formas de expressão;II - os modos de criar, fazer e viver;III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas;IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais;V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico. (...)

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O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro”, portanto, São Francisco de Itabapoana sedia um lugar de memória, um patrimônio da Região Norte Fluminense que precisa ser protegido. A partir da identificação da sua população é que se reconhece a importância dos lugares, dos objetos, das manifestações, confirmando o seu valor, seja no uso coletivo ou individual, na representação da identificação local, regional ou global, transformando simples componentes em patrimônio, dotado de sensações, afeição e experiências. Elementos que guardam, em si, não apenas um significado, mas as extensões do movimento de sua história.

A UNESCO define como patrimônio imaterial as práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas, junto com os instrumentos, objetos, artefatos e lugares de memória que lhes são associados. Esses conhecimentos são transmitidos de geração em geração e constantemente recriados pelos grupos para o melhor desempenho de seu ambiente, de sua interação com a natureza e de sua história.

PATRIMÔNIOS CULTURAIS E NATURAIS

O conjunto de bens que convinha às famílias como parte fundamental de sua herança não apenas material, mas principalmente social, agora passa a representar o povo de uma nação. O patrimônio cultural faz referência ao patrimônio da humanidade, que se

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perpetua de geração em geração numa longa trajetória, onde foram acumulados símbolos que hoje dão sentido a sua existência.

O conceito de patrimônio cultural engloba bens de natureza distinta: o patrimônio material, móvel, imóvel e o patrimônio imaterial ou intangível. O patrimônio natural também ganhou lugar na representação humana, pois de acordo com a UNESCO, eles são monumentos constituídos por valores universais excepcionais do ponto de vista da ciência, da conservação.

Segundo Maria da Gloria Alves (2008) o patrimônio natural não deve estar dissociado do patrimônio cultural, pois o patrimônio natural é fonte de riquezas minerais, das águas, dos solos, sendo a base onde os seres vivos desenvolvem seus patrimônios moral, social e cultural, visando a organização de seu povo. Suas histórias, lendas, festas, pois estes são vestígios da narrativa da existência na terra. São valores materiais ou imateriais, resultantes da interação entre homem e o espaço.

Porém um patrimônio, seja ele tangível ou intangível, precisa de um lugar, um território que tenha características com as histórias pessoais de seu povo, tornando referencial para si próprio, um espaço público ou privado que o homem criou e/ou transformou. Mas, na visão cultural, este lugar está associado não apenas ao espaço concreto, físico, porém com as memórias, com o simbolismo que este tem para seus habitantes.

Para Pierre Nora (1993) os lugares são apoderados pelas lembranças e sentimentos, afim de eternizá-los, dando lhes um novo significado. Organizando-o como sendo a mais forte das tradições; um meio de identidade, aquele que é tomado ou denominado como o mais representativo de todos.

“Os lugares de memória nascem e vivem do sentimento

que não há memória espontânea, que é preciso criar arquivos,

organizar celebrações (...) os lugares de memória são,

antes de mais nada, rituais de uma sociedade sem

ritual, sacralidades passageiras em uma sociedade que

dessacraliza, ilusões de eternidade.”(NORA, 1993).

O autor salienta a importância da transmissão dos elementos culturais de um povo. Seus espaços, suas festas, sua tradição que está arraigada à memória da comunidade, enraizada em suas ruas, em seu sotaque, em suas imagens.

São símbolos de um passado vivo, conduzido por grupos vivos e, portanto, em evolução permanente e suscetível a todas as manipulações. Segundo Nora, esse é o verdadeiro patrimônio cultural projetados simbolicamente e tem, como melhor guardião, a sua própria população. Viver suas memórias, as lembranças de uma vida, dão sentidos aos ambientes que ainda marcam presença e reforçam as descrições locais, convertendo um simples ponto num lugar único.

Neste sentido, patrimônio traduz a idéia de algo transferido, herdado, porém singular a qualquer outro. Em sua origem o termo patrimônio faz menção aos bens do progenitor da família, ao conjunto de posses do patriarca, incluindo, não apenas, seus bens móveis, como também, seus status. De acordo com Françoise Choay (2001) patrimônio deriva do latim, “pater - pai” trazendo em seu significado a juízo de herança, algo que se perpetua no tempo, que é

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transmitido segundo as leis e está associado às esferas familiar, econômica e jurídica de uma sociedade.

Choay explana que a transferência destas propriedades, considerada como patrimônio de um grupo ou de uma família, era de vital importância para a continuidade de uma comunidade. E a forma como esses patrimônios eram passados foi o que deu origem ao apego, ao sentimento que atualmente envolve as heranças, os bens e as práticas que precisam ser guardados para sabermos quem somos. Esta é a diferença entre um lugar e um lugar de memória enquanto patrimônio cultural. Quando se registra e preserva os costumes e tradições, quer-se reconstruir a história desses lugares. Uma reconstrução incompleta do que não existe mais, pois a memória é um fenômeno sempre atual, um elo vivido no eterno presente. Uma cidade segundo Solange Aragão (2008) é assim, ou deve ser uma “porção de lugares”.

“Lugares frequentados por pessoas, habitados por pessoas,

apropriadas e modificadas por elas. São essas pessoas que dão sentido

e a t r i b u e m significados a cada lugar que compões a cidade.” (Aragão 2008)

MAS O QUE É PATRIMÔNIO CULTURAL?

São valores pertencentes a todos, e estão ligados à noção de identidade social. Ou seja, são frutos das transformações sociais, culturais e econômicas, que fortalecem os bens patrimoniais de uma sociedade.

O Patrimônio Cultural conta a história de um povo através de seus costumes, religiões, lendas, ritos e festas. Por meio dos bens culturais é plausível conscientizar a população da importância de se preservar seus patrimônios. Neste sentido, São Francisco de Itabapoana apresenta um expressivo patrimônio cultural com destaque para suas fazendas antigas, que abrigam ainda hoje casarões da época dos escravos, rituais e costumes. Não podendo nos esquecer das fabriquetas de farinha ou bolandeiras como são, aqui chamadas, nossa herança de longas datas. Os contos e lendas também são marcos de um patrimônio rico e diversificado.

E O PATRIMÔNIO NATURAL ?

Estes são constituídos como monumentos físicos, com formação geológica e geomorfológica, ecológica e paisagística que tenham valores universais do ponto de vista da ciência ou da conservação. Os bens naturais narram a história da formação da Terra e por isso é importante preservá-la.

A riqueza do patrimônio natural do município está nos recursos geológicos, geomorfológicos, ecológicos e climático que se destacam na região, pois a mesma apresenta um relevo, ora plano, ora montanhoso, com rochas do período Pré-Cambriano e inúmeras praias, rios, mangues, lagoas e uma variedade da fauna e flora regionais. Existem, ainda, locais de importâncias arqueológicas, climáticas dando base para as atividades educacionais, turísticas e culturais.

O Patrimônio Natural também faz parte dos bens da humanidade e precisavam ser preservados. Segundo Maria da Glória Alves (2008), o Patrimônio Natural conta a história do nosso planeta, portanto, torna-se necessário preservar as paisagens e a própria

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história de sua existência. As narrativas da formação da Terra não devem estar dissociadas da história dos povos, pois estas são fontes de riquezas que são bases para o desenvolvimento dos seres vivos.

A beleza natural de São Francisco do Itabapoana faz com que a cidade tenha um significativo potencial turístico, tanto geológico e geomorfológico quanto ecológico e paisagístico. O município apresenta uma ampla riqueza em recursos naturais, compostos pelas rochas do Pré-Cambriano e Formação Barreiras com depósitos do Terciário e depósitos Quaternários.

Os diferentes estilos são a grande atração das praias que compõem seu litoral. Cada uma com suas características próprias tendo apenas, em comum, suas águas calmas, mornas e amenas o ano todo.

PATRIMÔNIO GEOLÓGICO

Patrimônio Geológico são bens naturais que sejam representativos à história geológica da região de estudo, no contexto, São Francisco de Itabapoana. Desde os tempos mais remotos, segundo a evolução da idade da Terra, o município é composto por rochas do período Pré- Cambriano, reconhecidas, dentre os domínios, a Unidade Geológica Bela Joana e a Unidade São Fidélis e pelos Depósitos Terciários e Quaternários, representados pelos sedimentos paludais e sedimentos litorâneos.

As áreas elevadas de São Francisco e a parte norte de seu litoral são mescladas por rochas de pequenas desenvolturas, com uma superfície áspera, com coloração variada de cinza-esverdeada clara à cinza-esverdeada escura. As praias de Tatagiba, Lagoas Doce e Guriri são as únicas que apresentam falésias do Estado. Já os sedimentos da Formação Barreiras ocorrem alongados em uma faixa de exposições, desde a margem Norte do Rio Paraíba do Sul, no município de São João da Barra, até os limites com o Estado do Espírito Santo.

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PATRIMÕNIO GEOMORFOLÓGICO

Este patrimônio é representado por uma paisagem de relevo, pois o diversificado cenário geomorfológico do município de São Francisco de Itabapoana ocorre devido à interação dos aspectos geológico e climático. A notável variação panorâmica do patrimônio geomorfológico do município deve ser compreendida pelo estudo sistemático das formas do relevo, baseando-se nas leis que lhes determinam, pois São Francisco tem uma crosta bem diversificada apresentando:

Região Serrana - com colinas divididas em morrotes , colinas isoladas, colinoso tipo mar de morros e domínio colinoso suave.

Morro do Mico"- óleo sobre tela- 50x70 - Edinho Martins

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Tabuleiro - formado pelos sedimentos continentais da Formação de Barreiras, cuja superfície é suavemente inclinada para o mar.

Planícies – são representadas pelas seguintes áreas : Co-alúvio- Marinha, Planícies Aluviais, Planícies Costeiras, Planícies Fluvio- Lagunares. Constituem, assim, as áreas planas mais baixas, incluindo sedimentos de origem marinha, fluvial, flúvio-lagunar, eólicas e coluvionar.

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Rio Itabapoana na divisa entre Estado: à esquerda o Espirito Santo e, à direita, Rio de Janeiro

Praia de Lagoa Doce enfatizando as primeiras falésias do Estado do Rio de Janeiro

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PATRIMÔNIO ECOLÓGICO / PAISAGÍSTICO

PATRIMÕNIO ECOLÓGICO

Estação Ecológica de Guaxindiba

O patrimônio ecológico sanfranciscano é identificado por áreas geográficas ocupadas por ecossistemas aquáticos e terrestres, com fauna e flora representativas de

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Antiga Mata do Carvão Atual sede da Estação

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sua própria região. O ecossistema, ou sistema ecológico, é uma unidade de organização biológica constituída por todos os organismos de uma certa área e pelo ambiente em que esses organismos vivem.

São Francisco possui uma importante área de transição florestal da costa do Sudeste brasileiro. Segundo a Fundação SOS Mata Atlântica (2002), o município apresenta regiões fito - ecológicas diversificadas do bioma Mata Atlântica, tais como: a Mata do Carvão, hoje, Estação Ecológica de Guaxindiba, compondo-se de restinga, e também, por suas ricas flora e fauna nativas.

As praias, quase sempre contendo uma ampla faixa litorânea, apresentam águas tranquilas e temperadas, e são perfeitas para se usufruir de bons instantes de lazer.

PATRIMÔNIO PAISAGÍSTICO

As características fundamentais do patrimônio paisagístico são os eventos nos fragmentos territoriais, do convívio singular entre a natureza e os homens, bem como suas atividades sociais e culturais. Para que o patrimônio paisagístico se configure, esses fatores devem preservar uma afinidade complementar entre si, apropriada para instituir uma identidade que não seja capaz de ser reconhecida isoladamente. São Francisco de Itabapoana apresenta inúmeras paisagens, destacando-se o Parque Eólico de Gargaú e o Tabernarte . Esse parque, que em pouco tempo, já se tornou cartão postal do município, é considerado A Capital dos Ventos da Região Sudeste. Já o Tabernarte, consta em nossa paisagem como Espaço Cultural de reciclagem, arte, cultura, ensino e lazer.

Infraestrutura

ÁGUA

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Centro Cultural Tabernarte na localidade de Morro Alegre Usina Eólica na localidade De Gargaú

Unidade de captação e tratamento de água na localidade de Muritiba, Gargaú

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Em nosso município a maioria das localidades é atendida com água tratada (CEDAE) como: São Francisco (centro e periferia), Pingo D’Água, Gargaú, Santa Clara, Sonhos, Sossego, Ilha dos Mineiros, Guaxindiba, Barra de Itabapoana e Travessão de Barra. As demais localidades usam água de poço (artesiano ou cacimbas).

ESGOTONossa rede de esgoto é, em sua totalidade, descartada em fossa sumidouras.

LIXOTodo o nosso lixo domiciliar e infectante (hospitalar) é recolhido e encaminhado ao CENTRO DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS, no distrito de São Joaquim, em Campos dos Goytacazes.

ENERGIA

A AMPLA, em sua totalidade municipal, é a fornecedora de nossa energia elétrica, através da energia das águas.

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Caminhão de coleta de lixo

Trabalhador da concessionária AMPLA executando manutenção na rede elétrica

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A Usina Eólica localizada em Gargaú fornece-nos energia através da força dos ventos. Observando-se, ai, que essa energia é vendida como reserva para o Governo Federal, sendo assim, ela não está incluída na Rede Elétrica do Município.

MEIOS DE COMUNICAÇÃO

TELEFONIA

A rede de Telefonia do Município oferece planos fixos e móveis.A Telefonia fixa é oferecida pela Operadora OI, e a móvel, pelas operadoras OI,

TIM, VIVO e CLARO.

RADIOFONIA

Há em São Francisco de Itabapoana uma Rádio Comunitária, a Rádio São Francisco FM dirigida por Paulo Noel

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Parte da Usina Eólica em Gargaú

Antena de captação de telefonia celular

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IMPRENSA

A Imprensa em São Francisco é veiculada através de blogs na Internet, destacando-se : www.paulonoel.blogspot.com, www.saofranciscoagora.blogspot.com, www.saofranciscoagora.blogspot.com,www.showfranciscodacidade.blogspot.com, www.noeljunior10.blogspot.com, www.carlosjorgepedagogo.blogspot.com, www.aloatodos.blogspot.com,

www.smecsfirj.blogspot.com.br

www.obaraodatipity.blogspot.com.br

Além desses, o Departamento de Cultura da SMEC de São Francisco conta com o blog

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Atena de captação e transmissão de radiofonia

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www.culturadecomunidadesfirj.blogspot.com.br

e a Fan page no Facebook www.facebook.com/departamentodeculturasfi

CORREIOS

O serviço de Correios do Município de São Francisco de Itabapoana funciona através de uma Agência Central, localizada na sede do município, gerida diretamente pelos Correios e por agências menores espalhadas pelo interior e litoral. Essas são administradas através de convênios entre a Prefeitura Municipal e Correios. Essas mesmas agências estão instaladas em quinze comunidades, através de imóveis e funcionários ( atendentes e carteiros) também fornecidos pela Prefeitura Municipal.

Os locais onde funcionam as Agências, quantitativos de funcionários e a estimativa de correspondências entregues mensalmente, durante o ano de 2013 estão ilustrados na tabela abaixo :

LOCALIDADE FUNCIONÁRIOS COR. SIMPLES C. REGISTRADASSanta Clara 02 5560 260Sonhos 02 1560 160

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Agência Central dos Correios de São Francisco de Itabapoana

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Santa Rita 03 1000 100Batelão de Barra 03 600 60Barra de Itabapoana 02 7740 300Buena 02 1840 240Amontado/Brejo Grande 03 1560 200Imburí de Campos 04 3000 240Estreito 02 600 140Travessão de Barra 03 7600 420Praça João Pessoa 04 7440 360Ponto de Cacimbas 04 2600 140Pingo D’Água 01 600 120Gargaú 03 9900 500Guaxindiba 03 7560 400

TELEVISÃO

O município recebe o sinal dos seguintes canais de TV : InterTV , TV Record Campos e SBT.

MANIFESTAÇÕES CULTURAIS

FolcloreS e Lendas – São considerados Patrimônios Imateriais.

A UNESCO define como patrimônio imaterial as práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas, junto com os instrumentos, objetos, artefatos e

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Antena de captação e transmissão televisiva

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"lugares de memória" que lhes são associados. Esses conhecimentos são transmitidos de geração em geração e constantemente recriados pelos grupos para o melhor desempenho de seu ambiente, de sua interação com a natureza e de sua história e memória.

LENDA DO MANGUE

A Lenda do Mangue da Moça Bonita passa-se em uma das ilhas de São Francisco de Itabapoana localizada no encontro do Rio Paraíba do Sul com o mar. Segundo relatos, a história acontece assim: A ilha da Convivência foi ocupada por náufragos de um corsário holandês. As famílias que ali sobreviveram se estabeleceram formando uma pequena vila e sobreviviam da pesca e do cultivo do caranguejo. Nessa região, residia uma linda jovem, tão bonita que até a lua e o sol se intimidavam com tanta beleza. Atenciosa e educada, Moça Bonita era a segunda filha do casal e despertava grande paixão, deixando as outras moças cheias de ciúmes, dentre elas, sua própria irmã.

Um dia, a bela moça se apaixonou por um turista da cidade grande e, em pouco tempo, já haviam marcado o casamento e toda a festa. Todos estavam felizes com o casório, menos a irmã mais velha da Moça Bonita. Tomada de inveja, horas antes do casamento, a irmã induziu a Moça Bonita a passar com seu vestido pelo mangue como forma de despedida, já que iria para cidade logo após a cerimônia. Assim fez a inocente Moça Bonita . E, exatamente, desde então, nunca mais viram a Moça Bonita, não se

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"Lenda do Mangue da Moça Bonita"- óleo sobre tela- 50x70 - Edinho Martins

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sabendo o que aconteceu com ela, apenas, dizem ouvi-la cantando e caminhando pelo mangue em noite bonita de lua cheia.

DANÇAS E MÚSICAS

MANA CHICA

A Mana Chica era uma dança típica de toda Região Norte e Noroeste Fluminense e, segundo alguns historiadores, surgiu por volta de 1780 nas fazendas dos municípios dessas regiões. Alguns historiadores discordam dizendo que a dança surgiu no Caboio, região de Campos dos Goytacazes, espalhando-se por toda a região.

A Mana Chica é uma dança que utiliza sapateados e palmas executados por homens e mulheres. Encontramos na dança, elementos das três etnias que constitui o povo brasileiro: o chocalho do índio, a viola do português e o pandeiro do africano. Hoje

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Estandarte do Folclore e Dança Mana Chica de Gargaú

Apresentação do grupo Mana Chica de Gargaú

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a manifestação está quase extinta, mas aqui em São Francisco, ela não morreu, pelo contrário, se mantém viva na memória dos dançarinos e cantores, dando continuidade a esta tradição, vez por outra, em reuniões familiares, festas da comunidade, eventos culturais, mantendo-se esse patrimônio, através de muitas gerações.

Jongo

JONGO

O Jongo é outra manifestação que enriquece a cultura sanfranciscana, praticada nos quilombos da região.

A dança originou-se dos batuques das rodas trazidos do Congo e de Angola, pelos negros aqui cativos. No município temos dois quilombos : o de Barrinha e o de Deserto Feliz, que praticam esta atividade de uma forma bem familiar.

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Mestres Musicais da Mana Chica Uma das apresentações culturais do grupo

Apresentação do grupo Jongo de Barrinha no Centro Cultural Barracão de Gargaú

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QUADRILHAS

As quadrilhas juninas e julinas também deixam sua contribuição na cultural local. Embora de origem francesa, foram trazidas pelos portugueses e, mais tarde, por outros imigrantes que instituíram expressivas colônias em nosso município. Até hoje ainda são dançadas em muitas de nossas comunidades, em épocas que variam de junho a começo de agosto.

PATRIMÔNIO HISTÓRICO-CULTURAL

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Apresentação do Jonguinho de Deserto Feliz no Centro Cultural Barracão de Gargaú

Apresentação de Quadrilha em São Francisco de Itabapoana-RJ

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Vimos que o termo patrimônio originalmente refere-se à herança, ou seja, aquilo que é deixado de pai para filho. Porém, o termo hoje contempla um novo significado para a sociedade, ou seja, o seu uso estendeu-se à ideia de herança cultural que representa toda uma comunidade, procurando tutelar e proteger as antiguidades então reconhecidas como nacionais, atribuindo valores e significados que fortalecem a história da Nação. Estes conjuntos de bens, entendidos como herança do povo de uma Nação, foram designados como patrimônio cultural.

Patrimônio Cultural é tudo que se refere à sociedade; seja ela local, regional,ou nacional levando-se em conta os extratos sociais , econômicos e étnicos , incorporando os bens materiais e imateriais. Resumidamente podemos dizer que o patrimônio material é aquele que pode ser tocado, manipulado, já o patrimônio imaterial é constituído pelo conjunto de bens que não apresenta materialidade, mas existe, sob a forma de festas, danças e lendas.

São Francisco de Itabapoana possui um significativo patrimônio cultural que pode ser subdividido em três grupos: o patrimônio arqueológico, o patrimônio arquitetônico e o patrimônio imaterial. Alguns destes bens têm origem no período colonial e trazem em si, elementos da população e dos costumes no passado.

PATRIMÔNIO ARQUEOLÓGICO

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Mapeamento de Patrimônio Cultural em São Francisco de Itabapoana-RJ

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Consiste em vestígios materiais deixados por populações antigas. Dentre estes destacam- se os sítios arqueológicos classificados como pré-históricos e históricos. Há em São Francisco, dois sítios históricos, Manguinhos e Vila da Rainha, já que seus detritos são de origem da colonização.

VILA DA RAINHA

Numa região habitada por indígenas das tribos goitacás e puris, a Vila da Rainha foi edificada por Pero de Góes em 1538, sendo o primeiro núcleo habitacional e marco da colonização do território hoje Município de São Francisco de Itabapoana. Apesar de haver divergências quanto à localização exata da Vila da Rainha, conclui-se, no entanto que o mais provável é que tenha sido edificada nas proximidades do Rio Itabapoana.

MANGUINHOS

Também conhecido como Porto de Manguinhos, tornou-se conhecido pelo tráfico escravista. Manguinhos foi um importante local não só para os traficantes sanjoanenses, mas também para outros como os de: Quissamã, Campos dos Goytacazes e parte do Espírito Santo.

Os comendadores André Gonçalves da Graça e Joaquim Thomaz de Faria eram os principais traficantes da época. Estes compravam os escravos em navios negreiros e

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Possível localização da Vila da Rainha

Imagem de ossos do antigo Cemitério de Pretos Novos -Manguinhos

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afeiçoava-os em seus latifúndios, para depois serem vendidos aos fazendeiros da região e dos lugares mais distantes.

Geralmente após as ressacas, cujas águas avançam um pouco mais sobre as areias, junto à vegetação rasteira de pequenos arbustos, as ossadas ficam descobertas. Vários fósseis dos escravos que aqui desembarcavam, constituem, assim, o Cemitério de Pretos Novos.

PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO

São monumentos arquitetônicos que caracterizam um lugar, ou uma época. Para fins desta cartilha definimos o patrimônio arquitetônico como: rural, religioso e industrial. No patrimônio rural destacam-se duas grandes fazendas que fazem parte da história da colonização do Norte Fluminense.

FAZENDA SÃO PEDRO

Localiza-se bem próxima à praia de Manguinhos e guarda marcos do período mais cruel de nossa colonização. Pertencente a André Gonçalves da Graça situava-se estrategicamente em duas sedes. A primeira, à cerca de um quilômetro da praia com uma ótima vista para o mar, que recebia os navios negreiros, e a segunda ficava bem distante do litoral e era a fazenda que auferia os escravos para as atividades de adaptação para depois serem distribuídos pela região.

FAZENDA SANTANA

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Antiga Fazenda São Pedro em Manguinnhos

Antiga Fazenda São Pedro na localidade de Fazenda São Pedro, em Coreia

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Situada no atual distrito de Maniva é um lugar onde se respira passado. A construção fundada há mais de 140 anos, mantém todas as características originais de sua edificação por mão-de-obra escrava, pertencendo à Família Machado. A fazenda foi adquirida no período pós-império pelo fazendeiro e ex-prefeito de São João da Barra, Joaquim de Brito Machado.

CASA DO BARÃO

A casa do Barão Ludwig Von Kummer que se localiza às margens do rio Itabapoana, é formada por duas partes: a primeira, onde ficam hoje as ruínas da fábrica e a segunda, fica na área central de Barra do Itabapoana, onde está a casa grande do barão, uma das mais belas riquezas do município.

PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO CONTEMPORÂNEO

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Capela da antiga Fazenda Santana em Maniva, construída por mão de obra escrava.

Antiga casa do Barão Ludwig Von Kummer, em Barra do Itabapoana

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PATRIMÔNIO RELIGIOSO

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Atual cede da Prefeitura Municipal de São Francisco de Itabapoana-RJ Instituto Pinókio

Usina Eólica de GargaúAtual Centro Municipal de Fisioterapia

Portal do Município de São Francisco de ItabapoanaUsina Eólica vista da Lagoa do Comércio

Fórum Municipal de São Francisco de Itabapoana-RJ Nova sede municipal da 147ª Delegacia Policial

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É composto pelos elementos que traduzem a religiosidade sanfranciscana: como os templos, os altares, as imagens e objetos relacionados a diversidade de cultos. As igrejas de São Francisco de Itabapoana apresentam uma característica bem simples, típica da época da colonização e por isso devem ser preservadas.

IGREJA DE SÃO FRANCISCO DE PAULA

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Mapeamento Cultural de São Francisco de Itabapoana RJ

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A mais antiga do município, essa igreja fica situada na praça da mesma nomenclatura, no 1°distrito, de São Francisco de Paula. O atual prédio é uma construção que substituiu a que foi erguida no ano de 1853 e consagrada em 1856, no mesmo ano em que foi instituída a freguesia de São Francisco de Paula, à época , distrito de São João da Barra.

A Igreja de São Sebastião em Barra de Itabapoana, localizada às margens do Rio Itabapoana, tornou-se um ponto turístico do segundo distrito. A igreja, embora possua apenas cinquenta anos de existência, homenageia anualmente, no dia 20 de janeiro o seu padroeiro Outras igrejas enfatizam sua importância no município.

A Igreja de São Pedro em Gargaú, situa -se em seu centro comercial.

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Foto da ultima reforma da Igreja de São Francisco de Paula, no centro

Foto da Igreja de São Sebastião em Barra de Itabapoana

Foto da Igreja de São Pedro em Gargaú

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A Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes em Guaxindiba

Campanário da Igreja de São Miguel Arcanjo, em Sossego

A Igreja de Santana localiza-se na fazenda do mesmo nome.

Os Coretos são marcos da colonização portuguesa cuja estrutura é feita sob uma cobertura, situada ao ar livre, geralmente em praças ou igrejas. Sua função é a de abrigar bandas musicais em concertos, festas, romarias e outros eventos.

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Grupos Espíritas Cristãos

Dentre o seguimento espiritualista, São Francisco de Itabapoana possui apenas um Grupo Espírita, que segue os preceitos de Jesus e a Codificação de Allan Kardec. Localizado na Ilha dos Mineiros, em Guaxindiba, criado em 2002, pela Sra. Marilene Neves Tostes, Essa instituição filantrópica funciona normalmente aos domingos, terças e quintas-feiras e denomina-se Grupo Espírita Sementinha de Jesus.

Grupos Evangélicos

A chegada dos evangélicos à nossa região conturbada. Os católicos de então, em especial os fazendeiros não aceitaram compartir cultos diferentes. Salomão Ginsburg, pessoa muito culta, bondosa e simpática, foi o primeiro Pastor americano a tentar construir uma Igreja Batista em nossa localidade. Esse senhor tentou, em fevereiro de 1910, em Barra do Itabapoana, construir o primeiro templo do município. Queixava-se de que grupos fanáticos o insultavam, interrompendo sua missão. Refugiando-se na casa do Sub-Delegado,também esta casa foi atacada pelos fanáticos religiosos e suas portas, janelas, telhados foram arrasadas, colocando a vida do Pastor em perigo. Foi enviada Força Policial para Barra de Itabapoana, mas os revoltados não pararam com as sua provocações. Anos se passavam e os evangélicos continuavam a sofrer dificuldades para

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Coreto de Travessão de Barra Coreto de Campo Novo

Grupo Espírita Sementinha de Jesus

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se reunirem, cultuarem a sua fé, mas conseguiram, finalmente, realizar esse sonho do Distrito de Barra do Itabapoana.

Não foi diferente a intolerância de fanáticos ao tentarem criar a Primeira Igreja Evangélica em São Francisco de Paula (1° Distrito). Novas revoltas e destruições chegaram para perseguir o culto dos evangélicos. A Primeira Congregação Batista da Freguesia de São Francisco de Itabapoana também falhou e os protestantes então, mudaram - se para uma localidade próxima. Mais uma vez perseguidos, conseguiram desta vez construir a Primeira Igreja Batista em Fazendinha, doada pelo Sr. Francisco Ribeiro Pinto. Também lá houve várias tentativas de destruir também esse prédio. A Familia Ribeiro Pinto já viera morar nessa região fugindo de perseguições que sofreram após ter se convertido à Doutrina Batista, quando ainda morava no 5° Distrito de São João da Barra e aqui montou uma padaria. Era tão forte o ódio dos revoltosos católicos, que solicitaram à população, que não mais comprassem o pão fabricado pelos evangélicos, porque inventaram que um cão negro saíra do forno da padaria, no exato momento em que o pão estava sendo assado. Porém, os protestantes não se deixaram intimidar e, no dia 20 de abril de 1924, inauguraram a Primeira Igreja Batista de São Francisco de Paula, com sede em Fazendinha. Atualmente, essa Igreja localiza-se em um moderno prédio no centro da cidade de São Francisco de Itabapoana. Atualmente (2014) esse templo é administrado pelo Pastor Ademir Ramos da Cruz.

PARTICULARIDADES DA REGIÃO

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Antiga Primeira Igreja Batista de São Francisco de Itabapoana, em Fazendinha

Atual Primeira Igreja Batista de São Francisco de Itabapoana

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A região do Norte Fluminense, em razão de suas particularidades históricas e naturais, possui um expressivo acervo patrimonial. Seus bens culturais destacam-se com seus patrimônios arqueológico, arquitetônico, documental e imaterial. Já os bens ambientais, os destaques são: o patrimônio geológico, geomorfológico, ecológico e climático. Estes elementos enfatizam a importância do município por seus valores científicos, didáticos e por seus aspectos identitários e afetivos, ou ainda por suas belezas naturais envolventes.

Por outro lado, temos as atrações culturais como os casarões construídos na época da colonização, e suas respectivas fazendas, danças, festas e lendas que narram um pouco as próprias histórias de São Francisco de Itabapoana.

Enfim, a cartilha é um trabalho de caráter cultural e interdisciplinar

HISTÓRIA E MEMÓRIA DO MUNICÍPIO DE SÃO FRANCISCO DE ITABAPOANA

O território do Município de São Francisco de Itabapoana, quando da divisão do Brasil em capitanias hereditárias, passou a integrar a Capitania de São Tomé, ou Paraíba do Sul, concedida em 1536 a Pero Góis da Silveira.

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Dom João III, rei de Portugal entregou a Pero de Góis a Capitania de Paraíba do Sul e São Tomé, que compreendia 30 léguas da costa, desde a Barra do rio Macaé aos Baixos Pargos, no atual estado do Espírito Santo, por alvará de 10 de março de 1534 e por Carta de Doação de 28 de janeiro de 1536, implantou, em nossas terras o primeiro núcleo de colonização da região.

Pero de Góis era militar e tinha participado da expedição colonizadora de 1530, como auxiliar de Martin Afonso de Sousa, famoso pela bravura e capacidade de comando. Assentou os limites de sua Capitania Hereditária com a de Vasco Fernandes Coutinho, da Capitania do Espírito Santo, ficando estabelecido em 1539 que a divisão entre as suas capitanias seria o Rio Itapemirim. No entanto, antes mesmo dessa definição, Pero de Góis, apesar dos poucos recursos que tinha, juntamente com seu irmão Luiz de Góis, seu amigo Martim Garcia, outros membros da família e pouco mais de 10 colonos, havia fundado em 1538 um pequeno povoamento nas proximidades do rio Itabapoana, que então, naquela época era conhecido como rio Manajé, depois Cabapuana. e atualmente Itabapoana onde formou o primeiro vilarejo, com casebres de taipa e erguendo a capela de Santa Catarina.

Trazendo de São Vicente cabeças de gado e mudas de cana, fez ali as primeiras plantações de cana-de-açúcar, sendo certo que essas terras foram as primeiras colonizadas no atual estado do Rio de Janeiro, denominando esse povoamento de Vila da Rainha, onde inclusive, instalou um engenho de açúcar em suas proximidades.

Essa área custou muito trabalho para ser conquistada pois após as línguas de areia de praia e restingas havia um matagal bravio e espesso, indo até o litoral, aberto por

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Rio Managé ou Camapuan ou Cabapuana Atualmente, o Rio Itabapoana

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brejos extensos e insalubres, razão do desânimo dos colonos ao penetrá-lo. Mesmo assim, Pero de Góis instigava a ambição dos colonos, permitindo que avançassem pelas terras a dentro, abrindo caminhos e fazendo novas plantações. Os indígenas, ainda que com pouca prática, colaboraram na lavoura, que se estendeu pela região, sempre muito desconfiados e à espreita.

Vila da Rainha

Edificada a Vila, Pero de Góis convenceu-se da necessidade de novos recursos para seu empreendimento. Resolveu passar o posto em 1542 para seu auxiliar Jorge Martins, associando-se em Portugal a um negociante de recursos chamado Martim Ferreira, que segundo Varnhagen, era judeu e mercador de ferragens. Ao regressar, porém soube que os silvícolas haviam tomado a Vila da Rainha e ela estava abandonada pelos colonos. Não desanimando, Pero de Góis resolveu conquistar a simpatia dos indígenas, empreendendo novas plantações. Iludiu-se,porém,Pero de Góis com a aparente passividade dos desconfiados indígenas, que se tornaram cada dia mais irados, assaltando povoamentos e engenhos e incendiando canaviais.

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Ilustração: Nativos em Vila da Rainha

Ilustração: Batalha entre nativos e donatários

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Por mais que lutasse, Pero de Góis não conseguiu o êxito desejado. Acudiu sua gente mas nada pode fazer contra a massa indígena, retirando-se, assim, com os seus para a vizinha capitania do Espírito Santo e dali para Portugal, deixando para trás edifícios construídos de pedra e cal.Bem mais tarde foi que seu filho, Gil de Góis da Silveira, já no início do século seguinte, retornaria a atender à Capitania que herdara. Porém, não mais se interessou pelo repovoamento da Vila destruída nas imediações do rio Itabapoana. Preferiu então, instalar-se às margens do Rio Itapemirim, na localidade de Itapemirim-ES, denominada Santa Catarina, a que os índios também vieram a destruir.

O plantio de cana cresceu, mas também ele teve um desentendimento com as tribos Coroado ao norte e os Goytacazes ao sul, e o cultivo foi abandonado. Em 1630, era fundado o povoado de São João Batista da Paraíba do Sul, atual sede do município de São João da Barra, do qual o sertão sanjoanense tem seu território naturalmente separado, ao sul, pelo Rio Paraíba do Sul.

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Ilustração: Antiga Vila da Rainha

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O cultivo da cana-de-açúcar foi logo introduzido naquela área, mas o aldeamento não conseguiu progredir rapidamente, devido aos ataques constantes dos indígenas. A região só voltou a ser efetivamente ocupada quando bandeirantes ergueram um pouso de tropas na capitania, em torno do qual a população começou a se aglomerar, edificando uma capela dedicada a São João Batista da Barra. O núcleo urbano foi elevado à condição de freguesia em 1644, ocasionando maior fluxo de colonizadores, o que permitiu maior desenvolvimento para a lavoura canavieira.

Em 1670 a freguesia teve determinada sua autonomia, recebendo o nome de vila de São João da Praia do Paraíba do Sul. Porém, o município foi anexado à capitania do Espírito Santo em 1753, retornando à Província Fluminense em 1832. Durante setenta e nove anos nossa região pertenceu à Capitania do Espírito Santo.

LOCALIZAÇÃO ESPACIAL

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Freguesia da Vila de São João Batista da Barra

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Segundo o Tribunal de contas do Estado do Rio de Janeiro, TCE/RJ, (2009) São Francisco possui uma área² 1.122,3 quilômetros quadrados, correspondentes a 11,5% da área total da região e uma população de 41.354 (quarenta e um mil e trezentos e cinquenta e quatro) habitantes (IBGE, 2010). Sendo 21.092 residentes urbanos e 20.262 rurais, caracterizando um município em equilíbrio, apresentando um bom número de pessoas na cidade e no campo.

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Brasão do Município de São Francisco de Itabapoana

Limites

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O Norte Fluminense, onde se encontra o município de São Francisco de Itabapoana, é conhecido por seus significativos patrimônios Culturais e Naturais, com destaque para sua variedade histórica e ecológica.

Localizado no litoral norte do Estado do Rio de Janeiro, São Francisco de Itabapoana é uma cidade simples e confortável que limita-se ao norte com o Estado do

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Espírito Santo, ao sul com o município de São João da Barra, sua antiga sede, a oeste com Campos dos Goytacazes e a leste com Oceano Atlântico.

O município de São Francisco de Itabapoana nasceu do território desmembrado do município de São João da Barra, entre a foz dos rios: a margem esquerda do Rio Paraíba do Sul, em Gargaú, na divisa com São João da Barra e a margem direita do Rio Itabapoana, em Barra do Itabapoana,  na divisa com o Município de Presidente Kennedy, este, já no Estado do Espírito Santo.

Distritos

O Município é composto por três Distritos, sendo as respectivas sedes nas localidades denominadas: São Francisco de Itabapoana, sede do município, Barra do Itabapoana e Maniva.

São Francisco é cortado por três ponto com a BR101 ligando Campos dos Goytacazes a São Francisco.

A foto acima é a porta de entrada para a cidade, conectando o centro ao norte, atendendo assim, quase todo o município. Já a RJ 201 corta de norte a noroeste de São Francisco de Itabapoana e o litoral é contemplado pela RJ 196 sendo um dos caminhos mais belos da cidade, saindo do extremo norte passando por todas as praias, até chegar às ultimas localidades ao sul do município.

43FOTO DA BR 101 COM A ENTRADA PARA SÃO FRANCISCO DE ITABAPOANA

Distritos

Foto da BR101 com entrada pra São Francisco de Itabapona

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ASPECTOS FÍSICOS

ASPECTOS FÍSICOS

Relevo: Patrimônio Geomorfológico

O município apresenta um relevo amplo e diversificado, com rochas do período Pré-Cambriano e inúmeras praias, rios e mangues, além de contar com a única Estação Ecológica Estadual do Norte Fluminense.

Este patrimônio é representado por paisagem de relevo, pois o diversificado cenário geomorfológico do município de São Francisco de Itabapoana ocorre devido à interação dos aspectos geológicos e climáticos.

A notável variação panorâmica do patrimônio geomorfológico do município deve ser compreendida pelo estudo sistemático das formas do relevo baseando-se nas leis que lhes determinam, pois São Francisco tem uma crosta bem diversificada apresentando:

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RJ-204 QUE LIGA O DISTRITO DE PRAÇA JOÃO PESSOAÀ BR-101

PRAIA DE LAGOA DOCE SITUADA NA RJ 196, LITORANEA, QUE LIGA GARGAÚ À BARRA DO ITABAPOANA

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Região Serrana – com colinas divididas em morrotes e morros baixos, colinas isoladas, colinoso tipo mar de morros e domínio colinoso suave.

Tabuleiro – formado pelos sedimentos continentais da formação de barreiras, cuja superfície é suavemente inclinada para o mar. Sobre um tabuleiro estão a Fazenda de São Pedro e a Mata do Carvão

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MORRO DO MICO – PINTURA - ÓLEO SOBRE TELA – EDINHO MARTINS

MATA DO CARVÃO – PINTURA - ÓLEO SOBRE TELA – EDINHO MARTINS

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Planícies - Co-alúvio - Marinha, Planícies Aluviais, Planícies Coesteira, Planícies Flúvio - Lagunares. Constituem as áreas planas mais baixas, incluindo sedimentos de origem marinha, fluvial, flúvio-lagunar, eólicas e coluvionar.

Clima

São Francisco de Itabapoana apresenta característica de clima tropical úmido, apresentando inverno seco e verão chuvoso.

Hidrografia

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Usina Eólica de Gargaú, à frente, braço do Rio Paraíba do Sul em seu encontro com o Oceano Atlântico

Tropical Úmido Seco

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O município de São Francisco de Itabapoana tem a separá-lo do de São João da Barra, o rio Paraíba do Sul, e do Estado do Espírito Santo, o rio Itabapoana, enquanto o seu interior é cortado pelo rio Guaxindiba, por inúmeros córregos, alguns valões e lagoas, em todos os distritos.Obs: Nascente dos 03 rios ( Paraiba, Guaxindiba e Itabapoana)

Delta e Ilhas

Devido às grandes enchentes e assoreamentos contínuos que sofrem os leitos do Rio Paraíba do Sul, essas ilhas estão praticamente desabitáveis. Em um passeio pela Foz do Rio Paraíba do Sul, por entre a praia de Atafona e São Francisco de Itabapoana chegamos a Ilha da Convivência. Lá, o sol nasce no oceano e se põe no rio. Com uma história repleta de lendas e fatos curiosos, a Ilha não é um lugar qualquer.

Os mistérios começam por seu povoamento: dizem que teria sido descoberto por náufragos de um navio Holandês, em meados do século XIX. Outros contam que foram marinheiros europeus que passaram a morar lá pela proximidade do porto de São João da Barra. Outro história que chama atenção, é aquela sobre a maneira de como os casamentos eram realizados: Como é lugar não tem cartório nem Igreja, conta-se que os casamentos se consumam o rapto das noivas. Infelizmente, nos ultimos tempos as ilhas da Foz do Paraíba têm sofrido com a ação furiosa do mar, que destruiu parte dos seus territórios. Hoje, poucas pessoas permanecem nas ilhas, tendo grande parte delas se mudado para localidades de Atafona ou para São Francisco de Itabapoana, município aos quais as Ilhas pertencem, oficialmente. (Apesar de muito próximas de São João da Barra). A Ilha da Convivência e trechos vizinhos do litoral Norte Fluminense, (Foz do Rio do

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Rio Paraíba do Sul, canto Sul da Praia de Itaipu, Ilha da Menina) foram tombados pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (INEPAC) em 1987.

Assoreamento e Inundações

Segundo Pruski (2006), existe uma estreita ligação entre assoreamento e inundações. As partículas de solo transportadas pela erosão são depositadas nos fundos de rios e lagos, assoreamento causado pela deposição das partículas oriundas da erosão hídrica. Esse fenômeno causa a formação de bancos de sedimentos, o que modifica a morfologia dos canais e o seu gradiente hidráulico, e propicia a ocorrência de enchentes. Nas áreas urbanas os assoreamentos associados ao uso inadequado do solo formam os principais responsáveis pela ocorrência de inundações.

Segundo Tuccy (2004), a enchente de uma região é influenciada por vários fatores dentre eles podem-se citar características física e climatológica da bacia. Para que ocorra uma enchente é necessário que a intensidade de precipitação seja maior que a capacidade de drenagem da área em questão.

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Assoreamento, principal causa das inundações

Assoreamento, principal causa das inundações.

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Focos de Inundação

Os problemas causados pela inundação dependem do grau de ocupação da várzea. Está ocupação pode ser com recreação, habitação, comercial ou industrial.

Barra do Itabapoana, por apresentar baixos valores de cota sofre com problemas de inundação, erosão costeira

Os terrenos de baixada do Município de São Francisco do Itabapoana, susceptíveis à inundação, compreendem solos com alto índice de matéria orgânica, geralmente com problemas de drenagem, baixa condutividade hidráulica, baixa escavabilidade, com baixo nível do lençol freático. Algumas dessas áreas são urbanizadas, como Barra do Itabapoana, Gargaú, dentre outros de menor porte.

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Manguezais do Rio Paraíba do Sul: maré baixa. Manguezais do Rio Paraíba do Sul: maré alta.

Inundações do Rio Itabapoana, em sua foz, em Barra do Itabapoana

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A situação do local é agravada pela invasão da urbanização nos mangues. A baixa declividade associada à baixa permeabilidade do solo dificulta a drenagem criando condições ideais para a proliferação de vetores, como ratos, mosquitos dentre outras.

Vegetação - Flora

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Inundação pluvial no centro de São Francisco de Itabapoana

Inundação Localidade de Muritiba - Gargaú

Inundação da Lagoa do Comércio em Gargaú Inundação no entorno do Centro Cultural Barracão de Gargaú

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A Mata do Carvão hoje é uma reserva ecológica e foi criada através do decreto 32 576 de 30 de dezembro de 2002, em conformidade com a Lei Federal 9.985, de julho de 2000, sendo de posse e domínio público, e, tendo com objetivos a preservação da natureza e a realização de pesquisas cientificas, não sendo permitida a visitação pública, exceto quando com propósitos educacionais. Suas terras e matas estão localizadas nos domínios da Fazenda São Pedro de Alcântara. É conhecida no município, por comunidades de entorno, e, nacionalmente, como Mata do Carvão, devido à grande quantidade de fornos de carvão que no seu interior existiam. Na década de 60 possuía mais de seis mil hectares de mata, na década de 80, já havia sido reduzida para aproximadamente três mil hectares. Possui vegetação nativa característica da Mata Atlântica, classificando-se como Floresta Estacional Semidecidual de terras baixas, sendo a cobertura vegetal mais expressiva e importante da região. Sua principal característica é ser o maior e último remanescente de topografia plana e de grande extensão, recebendo a denominação de mata sobre tabuleiro terciário, por situar-se em área de planície ou tabuleiro do bioma costeiro da região Nordeste Fluminense.

Fazenda São Pedro de Alcântara

Mata do Carvão-flora é um parque natural, remanescente da Mata Atlântica e da Mata do Tabuleiro, que, atualmente, é gerida pelo TNEA e pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Suas terras e matas estão localizadas nos da Fazenda São Pedro de

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Mata do Carvão

Fazenda São Pedro de Alcântara

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Alcântara. É conhecida no município por comunidades do entorno e, nacionalmente, como Mata do Carvão, devido à grande quantidade de fornos de carvão que existiam no seu interior. Apresenta pouca vegetação herbácea, ocorrência de espécies epífetas e espécies raras, típicas de Mata de Tabuleiro, como: a paratecoma, peroba e a existência de animais raros na região, como: o diplopedo rhinocricus padbergi (do mesmo gênero do gongolo), que só ocorre no local. Na unidade encontram-se exemplares arbóreos de várias madeiras de valor econômico, como: a peroba, o araça, as braúnas e o óleo vermelho. Hoje, essa mata pertence a reserva florestal de Guaxindiba, sob a qual falaremos abaixo.

Reserva Florestal de Guaxindiba

A Reserva Florestal de Guaxindiba é um parque natural, remanescente da Mata Atlântica e da Mata do Tabuleiro, que, atualmente, é gerida pelo TNEA e pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, situando-se no espaço, na Fazenda São Pedro.

Suas terras e matas estão localizadas nos da Fazenda São Pedro de Alcântara. É conhecida no município por comunidades do entorno e, nacionalmente, como Mata do Carvão, devido à grande quantidade de fornos de carvão que existiam no seu interior. Apresenta pouca vegetação herbácea, ocorrência de espécies epífetas e espécies raras, típicas de Mata de Tabuleiro, como: a paratecoma, peroba e a existência de animais raros na região, como: o diplopedo rhinocricus padbergi (do mesmo gênero do gongolo), que só ocorre no local. Na unidade encontram-se exemplares arbóreos de várias madeiras de valor econômico, como: a peroba, o araça, as braúnas e o óleo vermelho.

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Manguezal da foz do Rio Paraíba do Sul em Gargaú

Page 53: Apostila cultural para professores 2014

Dentre os manguezais do município destaca-se o de Gargaú como o de maior extensão territorial do estado do Rio de Janeiro. Nos manguezais vários tipos de estresses aumentam com a distância da linha d'água e os efeitos relacionados à inundações pelas marés resultando, assim, em condições prejudiciais para o ecossistema local.

Fauna

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Manguezal e foz do Ribeirão de Guaxindiba, dividindo as praias de Sossego, à esquerda e Guaxindiba, à direita

Manguezal e foz do Rio Itabapoana, em Barra do Itabapoana

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A fauna do nosso território, inicialmente era riquíssima. Fernando José Martins, à página 17 de seu livro, nos afirma que animais como: veados, antas, quatis, porco do mato, caitetus, apareciam constantemente, e que além de variado número de aves de arribação que em certas estações desciam das serras, também aqui existiam, pássaros aquáticos como a colhereira, o encontro, as irerês, e outros como: papagaio, mutum, jacu, beija-flor, sabiá e canário. Com a devastação da floresta nativa e a drenagem dos grandes pântanos encontra-se bastante reduzida em todos os distritos.

Manifestações Culturais

Folclore e Lendas

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Fauna Fluvial e Marítima

História e Memória da Lenda da Moça Bonita do Mangue de Gargaú

Contam que uma jovem moça ousou adentrar o mangue sem a companhia dos seus, e, no vai e vem das marés, acabou se perdendo. Sua família, ao sentir sua falta, reuniu os vizinhos e foi a sua procura. Depois de bastante tempo, encontraram-na sem vida, abraçada às raízes de um mangue vermelho. Seu semblante era de total desespero, deixando os moradores desconsolados e consternados. Hoje ninguém ousa entrar naquela região do manguezal sem estar acompanhado. Dizem que o espírito da jovem protege os animais, principalmente os caranguejos. Muitas pessoas da localidade e seus pescadores afirma que ouvem, ainda, o choro da moça e seus

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Fauna Terrestre

Fauna Fluvial e Marítima

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lamentos. Acham também que esse deve ser o motivo pelo qual os caranguejos desse mangue são os maiores de toda região.

DANÇAS E MÚSICAS

Mana Chica

História e Memória – Mana Chica

Considerada como a mais representativa das culturas de nossa Baixada, a Mana Chica vem descendo a imensa planície, nos confortes da Cadeia do Mar, estendendo-se por praias e bacias hídricas e, atravessando o Paraíba do Sul, com sua foz em delta, chegando aos manguezais de Gargaú.

Trata-se de uma dança originária do Fado, uma cultura de raiz, sofrendo influencias de negros e de índios, misturando e contextualizando varias classes, culturas, e etnias.

Texto da Professora Anna Maria Siqueira, especialista

em Literatura, Memória Cultural e Sociedade:

Segundo Lamego:

(...) É notória a semelhança de suas figuras com as da quadrilha.

Entretanto, o original dela está no ritmo diabolicamente irresistível e nos versos dos rústicos cantadores repentistas. A marcação, em si, resume-se em três ou quatro figurações. Frente à frente, os pares alinham-se à guisa de quadrilheiros. As violas do branco tangem. O adufo do negro rufa. Os chocalhos ressoam como os ásperos maracás indígenas. Os cantadores abrem uma cantilena

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Grupo Mana Chica de Gargaú

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sentimental que se espalha pelos rechanos distendidos, inflamando-nos de um sentimento de amplidão, levando-nos em reticências indizíveis pelo presente e pelo passado, no espaço e no tempo.

Essa melodia chorosa, mas arrastada em compasso precipitado, domina toda a dança. É o misto intraduzível de tristeza e de alvoroço, que governa toda a música genuinamente brasileira, deixando transparecer a nossa torturada psique. Esse paradoxo de gargalhada e de lamento, de esperança e de saudade, de passado e de futuro, apresenta-se em toda música da Baixada. Dir-se-ia que não equacionada ainda a raça na definição de um tipo étnico no plasma germinativo da gente que deu a flor amorosa de três raças tristes - verso lapidar de Bilac os inquieto gens. agrilhoados, pelejam, no afã de mútuo predomínio.

A aparente alegria da música brasileira é apenas inquietação. São arrancos dos bandeirantes cobiçosos, os desesperos do escravo transplantado, o recalcado rancor do índio espoliado. Mas diferenciemo-la. Tirem-lhe o estouvamento do compasso e o nostálgico da melodia que nos envolve, em toda a plangente singeleza? É a música primitiva das senzalas negras, das cabildas vermelhas, dos casebres brancos. É a saudade dos kraals, a saudade das tabas, a saudade das aldeias de além-mar. São as estrofes semibárbaras que entorpecem pelo sensual, lancinam pelo trágico e enternecem pelo arrolo.

Com aquele algo mais de lascívia e sedução, de lamento e de pesar, incrustados numa linguagem encoberta pela alegria coletiva, a dança e seus significados são, assim, vasculhados por Lamego:

(...) É a música dos grandes espaços livres, pedindo a imensidade plana onde possa irradiar-se indefinidamente pelos horizontes inclinados. Essas peculiares dolências no cantar manifestam-se, quer nas danças regionais, quer nas ladainhas e procissões, quer nos cantos que se ouvem nas fazendas vocalizados em trios sonorosos, escapando-se dos eitos dos roçados, nas plantações, nas limpas e nos cortes, do âmago laborioso dos canaviais.

É flagrante a similitude. Dir-se-ia que o humaníssimo fundo religioso, ampliando-se no colonizador pelo influxo jesuíta, alastrou-se pelas manifestações musicais, dando-lhe um cunho

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inabalável. A plangência de suas rezas é a mesma de suas trovas, fluindo toadas longas, de uma musicalidade fortemente imbuída de melancolia. É como se a alma criança do povo ingênuo tivesse a contínua necessidade de embalar-se a si mesmo, num imutável acalanto. Porque, nos seus cantares aparentemente alegres, o fundo é sempre triste.

Na Mana Chica essa particularidade é bem notada. Nos seus versos refertos de humorismo, onde adágios e rifões se encaixam em surpreende alacridade, mau grado os retumbos perturbadores da cadência, a toada

Languescente a tudo subordina (...)

“Cantoria" improvisadeira” lembrando os repentes nordestinos, é plena de dores, de pesares e de magoas. Paradoxalmente vivaz, altaneira e sensual em sua coreografia romantizada, abre um leque de significações antagônicas, tendo, sempre, como pano de fundo, a dó, o luto, o lamento.

Assim, também, Lamego visita e revisita, em viagens atávicas, por todo um mar de possibilidades, dada sua plurissiginificação, sobre uma visão metamorfoseada nos confins de prazer e dor. Na urdidura da trama, entrelaçam-se os mais belos e vis sentimentos, camuflados nos mistérios da Mana Chica.

Observe-se em:

(...) a châine des dames aponta-nos o embara-lhamento inicial da vida, afastados os indivíduos pelas familias, pelos amigos, pelas relações, pelo meio, por vezes tão outro do que os espera no futuro. Mas um retorno a seus lugares e novas voltas, entrelaçados, indicam que vela sempre o destino inexorável. Isto feito, a grande châine, acompanhada de trepidante sapateado, revela-nos a marcha pelo mundo, com todos os seus encontros fortuitos, as passageiras ilusões e as enganadoras aparências. O encontro dos respectivos pares marca a finalidade inafastável e a união final, simbolizando em novos giros. Entretanto, as tentações ressurgem. Nova châine des dames. A atração sexual impera. Mas o ciúme estoura na combatividade masculina e arremessa os cavalheiros frente à frente, num desafiante e estrênuo sapateado.

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Voltam os pares a unir-se nos volteiros enleantes da fatalidade. E tudo recomeça.

Pelos canaviais, nas lagoas, ribeirões e manguezais a fora, a Mana Chica mescla-se sob o peso indelével das diversidades e refloresce em Gargaú, distrito de São Francisco de Itabapoana.

Aqui, no seu último grito de chegada e, também, palco do último de seus grupos, Rosa Almeida, a tão conhecida D. Rosa Pomada, falecida em outubro de 2002, aos cem anos de idade, e seu filho Waltinho Ferreira foram fieis seguidores dessa tradição. Seu Waltinho faleceu 2013 e, hoje, a Mana Chica é presidida por Jean Marcos Barbosa a quem precisamos fornecer nosso apoio cultural e cívico para que prossiga guardando a memória viva de último cidadão que cultua a Mana Chica.

Hoje a manifestação está quase extinta, mas aqui em São Francisco ela não morreu, pelo contrário, se mantém viva na memória dos dançarinos e cantores,e seus Mestres: Mestre Antoninho e Mestre Amarinho.Dando continuidade a essa tradição, vez por outra, em reuniões familiares, festas das comunidades, eventos culturais,O Grupo mantém esse patrimônio através de gerações.

Caracterização da Mana Chica

Texto do Diretor de Cultura, SMEC, Edson Martins

A Mana Chica é uma dança típica de toda Região Norte e Noroeste Fluminense e, segundo alguns historiadores, nasceu nos idos de 1780, na Ilha da Convivência. Alguns historiadores discordam, dizendo que a dança surgiu no Caboio, região de Campos dos Goytacazes, inventada por uma de três mulheres de nomes composto por Francisca. Essa Francisca deu uma nova “roupagem” ao Fado Português, existente ainda hoje em varias regiões do país. Ela inventou o que hoje chamamos de Mana Chica de Gargaú, uma dança nova até então, utilizando-se de sapateados e palmeados executados por homens e mulheres. Encontramos na dança elementos das três etnias que constitui o povo brasileiro: o chocalho do índio, a viola do português e o pandeiro do africano. Com o passar dos anos a família Barbosa ficou conhecida coma a família que dança e canta a Mana Chica.

Tradicional dos “Faria”, grande fazenda da Muritiba, Gargaú, hoje uma extensão desse distrito, a família cresceu, espalhou-se e continua cantar e dançar a Mana Chica de Gargaú. Os mais velhos dizem que quando aconteciam os bailes marcados da Mana Chica, surgia gente de várias imediações de Gargaú e vizinhança.

Era uma mistura engraçada de bicicletas, mulas, e carroças que ficavam paradas em frente à casa onde a festa acontecia. A comida da noite era servida com bolos oferecidos pelos donos da casa e também aquelas que os convidados traziam para formar o banquete regado a café e refresco de groselha. A festa acontecia no maior respeito! Moças e rapazes dançavam até altas horas sob a luz de lampiões ou lamparinas nos

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terreiros de terra batida ou nos assoalhos de madeira que estrondavam ao som dos sapateados. As canções da Mana Chica que parecem uma prece aos céus,( pois se assemelham às ladainhas cantadas nas igrejas até hoje), contam a história de seu povo, com sua vida simples, movida à paixões e desilusões, idas e vindas, às lendas, à lida nos canaviais... à vida e à morte. Pra dançar e cantar a Mana Chica não se precisava de convite especial. Bastava anunciar o baile em uma roda de amigos, em festinhas de aniversários, ou só para passar o tempo ou relembrar dos amigos que se foram, saudando sua vida, igual a de todos daquele lugar.

A primeira vez que o grupo se reuniu organizadamente para dançar a Mana Chica foi no ano de 2003 com um projeto do Resgate Cultural da Bacia do Rio Itabapoana, De lá para cá, aconteceram vários encontros e oficinas e muitas pessoas que admiravam a dança, vém juntar-se aos mais velhos e aos Mestres para cantar e dançar. Há integrantes desde crianças de 9 anos, a idosos de 70. Com um figurino próprio, colorido, esse folclore homenageia as vestimentas dos escravos. Há sempre várias apresentações pelo Município, com muita empolgação e orgulho em mostrar a maior manifestação cultural de nosso povo. Observamos no olhar de cada um o resplandecer da vida, da alegria e da satisfação em exaltar o povo de Gargaú e de todo o Município. Tornou-se mais notório quando em uma apresentação em Guaçuí, Espírito Santo, o grupo foi aplaudido de pé por milhares de pessoas que se encantaram com as músicas, o sapateado e a disposição de todos.

Nos anos sequentes o grupo se desfez, ficando a saudade dos encontros, das apresentações, dos aplausos... A Mana Chica não morreu, pelo contrário, ela se mantém viva na memória daqueles novos que a dançam e cantam. Os mais antigos da dança continuam a cantá-la e, vez por outra, em reuniões familiares, fazem aquela festa!

Pesquisa e texto de Edson Martins de Freitas, diretor de Departamento de Cultura-SMEC.

Jongo O Jongo é outra manifestação que enriquece a cultura sanfranciscana, praticada nos quilombos da região. A dança originou-se dos batuques das rodas trazidos do Congo e de Angola pelos negros aqui cativos. Em nosso município temos dois quilombos, o de Barrinha e o de Deserto Feliz, que praticam esta atividade de uma forma bem familiar.

O Jongo de Barrinha reúne 70 famílias e, em sua hierarquia, as mulheres têm poder absoluto de decisão. Na RJ 224, na Estrada Litorânea São Francisco/Barra de Itabapoana é um dos poucos Quilombos à Beira-Mar do Brasil. Situado próximo ao

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Jongo de Barrinha

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cemitério Pretos Novos, em Manguinhos, local onde eram sepultados os corpos dos negros recém - chegados da África, que não resistiam à travessia do Atlântico, o Quilombo ainda não tem delimitação territorial e está em fase de reconhecimento pela Fundação Palmares. No entanto, cada família tem seu pedaço de terra de onde tira sua própria subsistência. Destacam-se,nesse folclore: Valdir Dias Teixeira (Loca),Sadir Dias Teixeira (Buzo),Lidia Dias Teixeira (Lidia de Barrinha) e Mestre Michito. Apresentam-se anualmente em 20 de julho,em evento de carnaval fora de época, em 15 de outubro nos festejos da padroeira local, Santa Thereza de Jesus d'Ávila, no entorno da capela local e é ali, também sob a lua cheia e com o murmúrio do mar, que a roda de Jongo se forma: "é o Jongo puro, Genuíno".

Localizado na zona rural de São Francisco de Itabapoana, o Quilombo reúne 35 famílias na localidade de Deserto Feliz, no distrito de Praça João Pessoa. A comunidade se reestruturou recentemente e tem feito um belíssimo trabalho de resgate da tradição de seu antigo Jongo. O mestre de Jongo, Sr. Cicino Coco e Dona Dalva Eleotério se empenham em dar prosseguimento ao projeto local, que visa ensinar essa magnífica manifestação cultural para os alunos da Escola Municipal Manoel Azeredo, que fica inserida a essa região Quilombola.

Quadrilhas

As quadrilhas Juninas também deixam sua contribuição na cultura local. Embora de origem francesa, foi trazida pelos portugueses e, mais tarde, por outros imigrantes que instituíram uma expressiva colônia no município. Até hoje ainda é dançada em muitas de

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Jongo de Deserto Feliz

Quadrilha típica de São Francisco de Itabapoana

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nossas comunidades, em épocas que variam de junho a começo de agosto. Temos, no município, famosos quadrilheiros, como: João Boleiro, região de Alegria dos Anjos e Valão Seco; Rossini Lemos, região de Praça João Pessoa e João da Ótica região das praias de Sossego e Sonhos.

Festividades

História e Memória

Figura 1

Nosso município encontra-se em festa em datas especiais como: data da emancipação do município, dia de São Francisco de Paula, (nosso padroeiro), nas Festas Juninas, no dia da Consciência Negra, no dia do Evangélico, bem como em eventos culturais e religiosos comemorados durante o ano até as festividades de Natal, Ano Novo, Carnaval, Semana Santa, Festival do Maracujá, Dia do Trabalhador e Desfile da Independência do Brasil,entre outros.

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São Francisco de Paula - dia 2 de abril Festa Junina para a 3ª Idade Dia da Consciência Negra – dia 20 de novembro

Dia do Evangélico – 30 de novembro

Festival do Maracujá Carnaval de rua em Santa Clara Desfile Cívico

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Patrimônio Histórico-Cultural

Centros de Cultura

Tabernarte

Nasceu em 1998 com a meta de transformação e identificação artísticas, municipal, cultural e turística. O espaço é uma ideia contemporânea e, assim, promove o desenvolvimento das muitas linguagens artísticas. Foi fundado em oito de novembro de mil novecentos e noventa e oito pelo artista Perez Dová. Rico em ARTE, o centro cultural contem uma área de teatro, cine-teatro, cinema, salão de exposições, em áreas de amostragem de artesanato e música. Surgindo sobre um grande depósito de lixo municipal, o Tabernarte utiliza-se, ainda, de material reciclável, cujo lema é: O lixo que se faz arte e a arte que se faz do lixo.

O Tabernarte é uma instituição sem fins lucrativos que objetiva o fazer e o divulgar de trabalhos artísticos, devidamente projetados. No Tabernarte há uma tríplice

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Festividade natalina Cavalgada

Procissão de Nossa Senhora dos Navegantes –Guaxindiba

Tapete de Corpos Christi

Procissão de São Pedro em Gargaú

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Quando voltou para São Francisco de Itabapoana, sua cidade natal, o artista plástico Perez Dová começou a tornar realidade um "sonho de ocupação": criar um espaço dedicado às artes e a ser ocupado por artesãos, animadores culturais, professores de teatro, artistas locais e muitos, muitos alunos. Idealizado em 2000, o Tabernarte é uma festa de cores, formas e criatividade, com um pequeno palco, uma sala para exposições e muito espaço ao ar livre, tudo disponível para ser usado. “Arte é sensibilidade. Não adianta tentar impor. Mas, certamente, chegará um dia em que a explosão cultural irá sacudir o público local”, prevê o artista. O centro cultural foi construído em um terreno íngreme, à beira da Rodovia Afonso Celso, onde havia um lixão. Em diferentes níveis, o Tabernarte é decorado com argila e materiais recicláveis, numa combinação de formas e cores que remete a uma espécie de mistura entre o Cirque du Soleil e a arquitetura sinuosa de Gaudí. O lugar chama a atenção dos turistas que vão em direção ao litoral. Quem conhece, para. Quem ainda não esteve aqui, também”, conta Dová, lembrando que muitos trazem restos de materiais recicláveis para contribuir com a decoração do centro cultural. Enquanto o Tabernarte não abriga as sonhadas oficinas de cerâmica, desenho, pintura e teatro, Perez Dová continua tocando sua obra “inacabada''.

ideologia, ou seja, seus objetivos primordiais são o conhecimento e a expansão da arte, da cultura e do turismo locais.

Na página 215 do recém lançado livro-guia bilíngue, “Cultura RJ'', iniciativa da Secretaria de Estado de Cultura - RJ - (Caminhos cheios de bossa por um estado com muita raça e talento), encontramos o Centro Cultural Tabernarte destacado com o seguinte texto:

Barracão de Gargaú

Inaugurado em 1903, o Barracão de Gargaú era a sede do Entreposto Comercial do município. Este imóvel constitui-se, assim, até as primeiras décadas do século XX, por onde escoava, para todo o País, toda a produção do então chamado "Sertão Sanjoanense " Em 22/10/1997, por decreto de nº 21/97, ficou tombado para fins de proteção cultural, esse mesmo entreposto, onde, atualmente abriga o Centro Cultural de Gargaú, sob a responsabilidade, guarda e manutenção a cargo da Secretaria Municipal de Educação e

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Sede do Centro de Cultura Tabernarte

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Cultura. Em 2012 sofreu uma reforma arquitetônica. O prédio tem paredes de madeira maciça e telhado em estilo colonial, confeccionado artesanalmente.

Construído com o intuito de se tornar referencia do desenvolvimento do sertão de São João da Barra, o Barracão de Gargaú, atualmente vive seu centenário.

Estabelecido às margens de delta do rio Paraíba do Sul, o Barracão era responsável pelo comércio atacadista de toda a região. Os produtores rurais daqui vendiam e compravam suas mercadorias e assim, os dias tornavam-se uma festa com direito a dança e fogueira a noite toda.

Prédios HistóricoFazendas

Localiza-se bem próxima à praia de Manguinhos e guarda marcos do período mais cruel de nossa colonização. Pertencente a André Golçalves da Graça situava-se,

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Interior do Centro Cultural Barracão de Gargaú, recém-reformado

Antigo entreposto comercial no Barracão de Gargaú Atual Centro de Cultura Barracão de Gargaú

Fazenda São Pedro

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estrategicamente, em duas sedes. A primeira, à cerca de um quilômetro da praia, com uma ótima vista para o mar, que recebia os navios negreiros. A segunda, que ficava bem distante do litoral, era a fazenda que auferia os escravos para as atividades de adaptação objetivando serem distribuídos pela região.

Situada no atual distrito de Maniva é um lugar em que se respira passado. Sua construção, fundada a mais de 140 anos, mantém todas as características originais de sua edificação original, de mão-de-obra escrava, pertencente à família Machado. Essa fazenda foi adquirida no período pós-império pelo fazendeiro e ex-prefeito de São João da Barra: Joaquim de Brito Machado. Essa Casa de Cultura era, em seus primórdios, uma igreja em louvor à Nossa Senhora de Santana, cuja imagem esculpida em pau-oco veio de Portugal. Com o passar dos anos a igreja foi descaracterizada artisticamente pelo dono da fazenda transformando o prédio em casa de culto evangélico, preservando, porém, todos os pertences da igreja como relíquias em homenagem à família. Essa igreja é toda em estilo rococó, feita em madeira entalhada à canivete pelos escravos. Dentro da fazenda há um açude construído pelos escravos para a irrigação da agricultura. Atrás da igreja se pode ver alicerces das senzalas.

Essa fazenda encontra-se na localidade de Boa Sorte, Maniva, nosso 2° distrito. Há fazendas coloniais espalhadas por toda extensão de nosso município. Na maioria delas existem, também, capelas de tempos coloniais, guardando, para nós, em sua mão de obra escrava, a preservação de nossos "lugares de memórias" e suas relíquias.

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Imagens da fazenda Santana

Imagens da Fazenda Palmeiras

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O prédio histórico conhecido como Casa do Barão Ludwig, é uma construção que se localiza as margens do rio Itabapoana e é formado por duas partes distintas. A primeira, onde ficam hoje, as ruínas da antiga fabrica de farinha e a segunda, na área central de Barra de Itabapoana, onde se localiza a Casa Grande do Barão, uma das mais belas riquezas do município.

Bolandeiras

Bolandeiras são umas fabriquetas de farinha encontradas no município e que, em tempos passados, funcionavam a todo vapor. Elas se encontram em nosso município no segundo e terceiro distritos. Atualmente poucas estão em atividade, a maioria em ruínas e muitas foram destruídas. Entre as que estão funcionando, registramos a Bolandeira do Zé, a Bolandeira da Rosa, a Bolandeira de fubá e a Bolandeira do João: todas usadas em sua função específica de fazer farinha. As bolandeiras podem ser consideradas tanto patrimônio material como imaterial, por guardarem em suas antigas construções os saberes e as técnicas de fabricação de farinha, do polvilho e de seus derivados, assim também a prática passada de pais para filhos bem como a posse das bolandeiras e as roças de mandioca contribuíram para manter a tradição na nossa região. A maioria delas localiza-se no 2º e 3º distritos porém, eram encontradas distribuídas por todos os lugares

Histórias de Gargaú

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Antiga empresa de fécula de mandioca-TIPITY Ruínas da empresa TIPITY

Imagens de fábrica de farinha artesanais em funcionamento

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Gargaú, distrito pacato do município de São Francisco de Itabapoana, sendo banhado ao sul pelo Rio Paraíba do Sul e a leste pelo Oceano Atlântico, cresceu cheio de histórias e lendas que compõem a fantástica magia de uma comunidade humilde e encantadora. Sua gente é simples e tem na hospitalidade e na curiosidade seu diferencial.

Envolvida pelo maior manguezal preservado do Estado do Rio de Janeiro, onde o rio encontra o mar, formando uma vasta planície alagada e cheia de vida, Gargaú resiste a acidentes, enchentes e secas... e vai tocando e cantando a vida. Tocam a vida no ir e vir das marés, que enchem de vida os canais do manguezal, tornando possível a convivência, em uma perfeita harmonia entre homem e natureza. Cantam a vida nas melodias da “Mana Chica”, dança típica da região, que possui elementos das três etnias que compõem o povo brasileiro: africana, representada pelo pandeiro, indígena, representada pelo chocalho e europeia, representada pela viola de 10 cordas.

A “Mana Chica” é uma dança típica que ocorria em todo Norte e Noroeste Fluminense, hoje só existe e resiste em Gargaú . Criada em 1780 por uma das três mulheres de nome composto por Francisca, nas mediações da Ilha da Convivência (alguns historiadores afirmam que a dança apareceu no Caboio, região de Campos), essa Francisca deu uma nova roupagem ao Fado Português, criando novas coreografias com sapateados e palmeados. Suas canções, que parecem uma prece aos céus, contam a história de seu povo, com sua vida simples, movida à paixões, contos e lendas, como a do “Mangue da Moça Bonita”. Contam que uma jovem moça ousou a adentrar o mangue sem a companhia dos seus, e, no vai e vem das marés, acabou se perdendo. Sua família ao sentir sua falta, reuniu os vizinhos e foi à procura da moça.

Depois de muita procura a encontrou sem vida, abraçada às raízes de um mangue vermelho. Seu semblante era de total desespero, deixando os moradores desconsolados e muito consternados.

Hoje ninguém ousa entrar naquela região do manguezal sem a companhia de alguém. Dizem que o espírito da jovem protege os animais, principalmente os caranguejos. Muitos afirmam terem ouvido o choro da moça e seus lamentos. Deve ser por esse motivo que os caranguejos desse mangue são os maiores de toda região.

Por falar de lendas, não posso deixar de citar “Bracutaia”, figura curiosa e interessante de Gargaú. “Bracutaia” é nordestino e veio para Gargaú ainda jovem. Em seu bar à beira do mangue, podemos encontrar uma grande variedade de cachaças curtidas com raízes, marimbondos, cobras e ervas além de um sapato gigante, mandíbulas de tubarão e muita quinquilharia que decoram seu interior.

Os moradores dizem que em noites de lua cheia ele se transformava em uma figura aterrorizante que visitava as casas. Era o temido lobisomem de Gargaú!

Mas essa história tem fundamentos! É que “Bracutaia” participou de uma novela na extinta tv Manchete, “Boca do lixo”, e seu personagem se transformava em

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lobisomem. Foi convidado para fazer a novela “Pantanal”, só que recusou o convite, pois não queriam lhe pagar cachê.

Certa vez foi autuado pelo IBAMA e preso, pois em seu bar havia muitos jacarés que ele criava por pura admiração e que também fazia o diferencial do seu comércio. Quando foi detido, era véspera de festas de final de ano e o delegado ou juiz, não se encontrava para efetuar sua soltura. Passou as festas na prisão, e quando o delegado chegou e soube que era o famoso “Bracutaia” que estava detido, tratou logo de libertá-lo, pois “Bracutaia” já era famoso na região por fazer comerciais de rádio e televisão e o delegado conhecia sua fama.

Depois de “Bracutaia” ir morar na Região dos Lagos, Rio das Ostras, sua saúde permaneceu debilitada, necessitando de cuidados médicos, Seu bar é administrado pelos filhos. Esteve no carnaval passado no Município, quando foi homenageado por um dos blocos que fazem o carnaval de Gargaú. Desfilou em cima de um trio elétrico. O samba fazia menção a sua vida. No início desse ano, nosso ilustre “Bracutaia” faleceu.

Gargaú respira cultura, podemos observar na sua gente a musicalidade impregnada que vai passando de geração em geração. Vários blocos carnavalescos animam as festas de carnaval, entre eles o “Unidos de Gargaú”, “Unidos da Ponte”, “Boi Costela”, “Boi Pernambuco”, esse com mais de 80 anos de tradição e muitos outros blocos e bois que animam os foliões. As pessoas saem às ruas fantasiadas e mascaradas fazendo estripulias. As meninas se vestem de homens e os homens de meninas.

Existem grupos de forró que animam a Praça dos Quiosques nos finais de semanas e crianças, jovens e idosos dançam e bebem felizes e harmoniosamente.

Uma figura de notória importância para nós munícipes, é Dona Marina, mãe, dona de casa, e catadora de caranguejo que, com muitas dificuldades, terminou o 2º grau e

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Boi Pernambuco - Tradição de Gargaú – 74 anos

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ingressou na universidade CEDERJ, à distancia, daqui do nosso município. É conhecida em todos os polos, pois é a melhor aluna do curso de Biologia. Não deixou de ser catadora de caranguejo. Muitas vezes levava os livros para o mangue para estudar quando parava para descansar do trabalho. Dona Marina foi convidada pela UENF para fazer o seu curso de Mestrado, com Especialização em Biologia. Ao ser entrevistada pela TV Globo no Programa "Encontro com Fátima Bernardes'', ela encantou a todos os presentes com sua história de vida, orgulhando profundamente a nós, sanfranciscanos.

O povo de Gargaú vive basicamente da pesca e necessita do manguezal e do mar para sua sobrevivência. No canal de Gargaú, como é conhecido o canal por onde todas as embarcações saem para a pesca, um número significativo de barcos e bateras ficam atracados, esperando a hora de sair para a labuta. Esse canal foi construído pela municipalidade da época em que o antigo Sertão fazia parte do município de São João da barra. Durante os anos ele foi sendo dragado para facilitar a entrada e saída das embarcações. Um outro canal foi construído, segundo o historiador Fernando José Martins em 1806 pela câmara municipal de São João da Barra, quando diz que ali mandaram fazer um rasgo por um pequeno furo natural entre as Ilhas do Lima e Muritiba. A partir dessa abertura a ligação entre o Sertão e a Vila de São João da Barra passou a ser feita por esse canal, que encurtava a distancia. Antigamente a ligação fluvial entre a Vila e o Sertão era feita pelo Riacho conhecido como “Rabo do Macaco”.

Frigoríficos empregam algumas poucas pessoas. O pescado que é trazido do mar e depositado nesses frigoríficos, onde são tratados e depois distribuídos para o comércio local, Região dos Lagos e do Rio de Janeiro.

Pesquisa e texto de Edson Martins de Freitas, diretor de Departamento de Cultura-SMEC de São Francisco de Itabapoana

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Pedro Jorge Cherene Júnior Prefeito

Amaro Barros Fernandes Vice-Prefeito

Katia Regina Martins dos SantosSecretária de Educação e Cultura

Rosaura Maria do Amaral AlmeidaSubsecretária de Educação e Cultura

Edson Martins de FreitasDiretor de Departamento de Cultura

Anna Maria de Castro SiqueiraCoordenação geral da pesquisa

Revisão geral de textos

Uellington Batista SoaresDesigner gráfico

São Francisco de Itabapoana - RJ

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