acaros de aves 2009

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  • caros de aves

    Alda Maria Backx Noronha MadeiraDepartamento de Parasitologia ICB/USPBMP-0222- Introduo Parasitologia Veterinria Alda Backx_2007

  • caros que acometem as aves Ordem Gamasida (mesostigmata) Dermanyssoidea Dermanyssus gallinae (piolinho, piolho de galinha, caro vermelho)Macronyssidae: contm espcies hematfagas que se alimentam do sangue de aves, mamferos e rpteis: Ornithonyssus Ornithonyssus bursa (piolho de galinha, caro tropical da galinha)Ornithonyssus sylviarum (caro da galinha do norte)Rhinonyssidae Sternostoma tracheacolum (caro de traquia e sacos areos)

  • caros que acometem as aves Ordem Astigmata Knemidocoptidae Knemidocoptes mutans Knemidocoptes gallinae Knemidocoptes jamaicensis Knemidocoptes pilaeKnemidocoptes laevis

  • caros que acometem as aves Os caros so os principais ectoparasitas que acometem as aves silvestres, domsticas e comerciais.Piolhos, moscas, pulgas e carrapatos, tambm podem infestar as aves, mas so menos freqentes e importantes. Condies predisponentes: M nutrioDoenas concomitantesEstresseInstalaes que propiciam a procriao de parasitasCriaes promscuas e/ou superlotadasMs condies de higiene e sanidade

  • caros que acometem as aves caros hematfagos - Ornithonyssus spp. e Dermanyssus spp. caros de traquia e sacos areos - Sternostoma tracheacolumcaros causadores da sarna - Knemidocoptes spp.caros das penas - Syringophilus spp., Dermoglyphus spp.

  • caros hematfagos Ornithonyssus spp. e Dermanyssus spp. So caros grandes, geisHematfagos Podem induzir anemia, debilidade, reduo na produo de ovos, perda de peso.Pombos, pardais: reservatrios. A presena de ninhos de aves de vida livre pode ser um foco de introduo da infestao.

  • caros hematfagos Dermanyssus gallinae Conhecido popularmente como piolinho, piolho de galinha, caro vermelhocaro hematfago, parasita de galinha e de vrias espcies de aves silvestres e domsticas. Distribuio cosmopolita A fmea adulta mede de 0,4 a 0,7 mm e quando ingurgitada pode atingir 1mm ou mais de comprimento. Apresentam colorao avermelhada, aps o repasto sanguneo, tornando-se acinzentada medida que o sangue digerido.

  • Dermanyssus gallinae morfologia Quelceras longas em forma de estilete Pernas longas Superfcie dorsal com um escudo nico, estreito na regio posterior Escudo anal em formato no oval (quadrangular) Infestam avesFonte: Wall & Shearer, 2001

  • Dermanyssus gallinaeFonte: Baker, 1999FmeaEscudo dorsal (ds)FmeaVista ventral escudos esternal (ss), genital (gs) e anal (as)MachoVista ventral escudo holoventral (hs) e abertura ou poro genital (go)

  • Dermanyssus

  • So encontrados nos avirios formando colnias nas frestas, fendas das madeiras, em acmulo de sujeiras como fezes, penas, poeira e teias de aranhas. Permanecem neste local a maior parte de seu ciclo, principalmente durante o dia noite procuram aves para realizar o repasto sanguneo. Dermanyssus gallinaeDermanyssus gallinae

  • Fmea: ovoposio inicia-se dois dias aps o repasto sanguneo.Cada fmea capaz de produzir de 2 a 8 ovos, 4 o mais comum. Perodo de incubao dos ovos de 2 a 3 dias. A larvas no se alimentam e atingem o estgio de protoninfa aps 1 dia. Protoninfas se alimentam e mudam para deutoninfa em 1 a 2 dias. Aps 1 a 2 dias, h nova alimentao e atingem o estgio adulto. O ciclo total demora 7 dias. O caros podem sobreviver por 10 semanas em galpo sem aves. Quando no encontram seu hospedeiro natural podem atacar mamferos e at o homem. Picada dolorosa, provocando dermatiteDermanyssus gallinae

  • Ornithonyssus spp.Distribuio cosmopolita. O. bursa (regies tropicais e sub-tropicais), O. sylviarum (clima temperado). Importante praga de galinhas criadas em confinamento, pombos, canrios, pardais e aves silvestres. Ocasionalmente acometem o homem. caros hematfagos, no sobrevivem por muito tempo fora do hospedeiro. Os caros concentram-se ao redor da cloaca e do ventre da galinha.. Em aves jovens geralmente esto ao redor do bico e olhos.

  • Ornithonyssus spp morfologia Quelceras longas em forma de estilete Pernas longas Escudo dorsal amplo mas sem cobrir todo o corpo Escudo gnito-ventral estreitado na regio posterior Escudo anal em formato oval Infestam avesFonte: Wall & Shearer, 2001

  • Fonte: Baker, 1999FmeaVista dorsal - escudo dorsal (ds) e setas (se)FmeaVista ventral escudo esternal (ss)Ornithonyssus spp morfologia

  • Ornithonyssus spp morfologia

  • caros hematfagosOrnithonyssus sylviarum e O. bursaAs larvas hexpodas no se alimentam, mudando para protoninfa em 1 a 2 dias. Aps o repasto sanguneo a protoninfa muda para deutoninfa. Esta tambm no se alimenta, mudando para o estgio adulto aps 1 a 4 dias. As populaes destes caros crescem rapidamente e uma gerao pode ser completada em 5 a 7 dias. Sobrevivncia mdia fora do hospedeiro: 3 semanas.

  • caros hematfagosOrnithonyssus bursa Dermanyssus gallinae

  • caros hematfagosDermanyssus: Tratar as aves com spray de piretrides Trocar o material dos ninhos, evitar utilizao de materiais que possibilitem a procriao do parasita Inseticidas no local onde h infestao. Controle biolgico (eficaz): Strongylopsalis mathuriini

    Ornithonyssus: Tratar as aves com spray de piretrides Tesourinha

  • caros de traquia e sacos areos Sternostoma tracheacolum: caros de colorao amarelada, medindo cerca de 0,5 mm de comprimento.

  • Sternostoma tracheacolumFonte: Baker, 1999FmeaVista geral: gnatossoma (g) e nus (a)

  • caros de traquia e sacos areos Parasitam traquia, sacos areos, brnquios, parnquima pulmonar e tambm superfcie do fgado. Podem ser observados se movimentando no interior da traquia Acomete principalmente canrios, mas pode ocorrer tambm em periquitos, calopsita e tentilhes.Transmisso: pais durante a alimentao dos filhotes.Sintomas: a ave fica de bico aberto, apresenta dispnia, tosse, descarga nasal, estertores respiratrios e sibilos. Aves maciamente infestadas podem morrer asfixiadas. Alm dos parasitas, a presena de muco pode exacerbar o quadro.

  • caros de traquia e sacos areos necrpsia pode-se verificar parasitas em traquia, pulmes e sacos areos. Diagnstico: evidenciao do parasita: endoscopia, transiluminao (traquia), exame de fezes, necrpsia.Tratamento: ivermectin

  • caros causadores da sarna Acomete principalmente psitacdeos (periquitos), passeriformes e galiformes.A ocorrncia da enfermidade relacionada caractersticas individuais das aves (idade, predisposio gentica, imunidade). Enfermidade de evoluo e transmisso lentas.A transmisso entre aves de espcies diferentes pode ocorrer. Geralmente acomete reas desprovidas de penas bico, cera, plpebras e patas.

  • caros causadores da sarna SarnaOs parasitas penetram na camada corneificada da derme cavam tneis e buracos depositam os ovos. Leses infeces secundrias

  • Knemidocoptes ciclo biolgico

  • Knemidocoptes spp. morfologiaFonte: Wall & Shearer, 2001 nus terminal Pernas curtas e grossas Estriaes dorsais simples no quebradas Hospedeiros - aves

  • Knemidocoptes

  • Fonte: Baker, 1999FmeaVista geral dorsal, vo entre as escamas (flecha)FmeaVista geral ventral, abertura genital (go)Knemidocoptes

  • caros causadores da sarna Sarna escamosa das aves Face face escamosa (scaly face)Knemidocoptes pilae: sarna cnemidocptica dos periquitos, formaes crostosas na base do bicoPatas perna escamosa (scaly leg)Knemidocoptes mutans : caro da sarna podal dos galiformes Knemidocoptes jamaicensis: sarna podal dos canrios

  • caros causadores da sarna Sarna que acomete as penas Knemidocoptes gallinae: induz a sarna desplumante dos galinceos, geralmente inicia-se no uropgeo alastrando-se pelo dorso, base da asa, ao redor do ventre e no peito. Penas partem-se ou so retiradas pela ave devido ao prurido. Knemidocoptes laevis: acomete base da pena principalmente nas costas, cabea e pescoo, dorso da asa e ao redor do ventre.

  • Face escamosa (psitacdeos)K. pilae: causa leses no bico, cera, plpebras, ao redor dos olhos e cloaca (acomete principalmente periquitos). Pouco pruriginosa Evoluo: minscula verruga na comissura do bico ou na cera hiperqueratose, tecido rugoso com aspecto de favo de mel. O bico pode ficar retorcido, bizarro, ter crescimento exagerado, poroso, podendo ocorrer fraturas de bico. Conseqncias: dificuldade em se alimentar.

    Knemidocoptes spp. leses

  • Knemidocoptes spp. lesesFonte: http://w3.ufsm.br/parasitologia/imagensecto/knemidocoptes.jpg

  • Knemidocoptes spp. leses

  • Knemidocoptes spp. leses

  • Perna escamosa (passeriformes e galiformes) K. jamaicensis: acomete principalmente patas e p dos pssaros (canrios). Knemidocoptes mutans: caro da sarna podal dos galiformes Evoluo: hiperqueratose das pernas e patas. Pode ocorrer crescimento anormal das unhas, descamao da pele. Conseqncias: dificuldade de locomoo, pode apresentar artriteKnemidocoptes spp. leses

  • Knemidocoptes spp. lesesFonte: http://4hpoultry.osu.edu/scale720.jpg

  • Sarna causada pelo Knemidocoptes mutansKnemidocoptes spp. leses

  • caros causadores da sarna Diagnstico: Encontro dos caros em raspados das leses. Tratamento: Ivermectina caros na camada de queratina do epitlio

  • caros das penasGneros: Syringophilus, DermoglyphusTodo o ciclo ocorre na ave.Estes parasitas alimentam-se somente de estruturas das penas.Uma mesma ave pode ser infestada por vrias espcies destes parasitas. Interessante: h parasitas que s infestam um tipo de pena, h parasitas mais especficos que acometem partes das penas. Estes ectoparasitas podem ser comensais ou causar doena. Em geral apatognico para espcies de aves que esto adaptadas, mas pode causar srios problemas para espcies de hospedeiros no adaptadas. Nestes casos a ave apresenta-se irritada, pode perder penas.As penas podem perder o brilho e deixar de ficar sedosas.

  • caros das penasDiagnstico: visualizao dos caros nas estruturas das penas. Tratamento: Spray com piretridesAralichus elongatus

  • Dermoglyphus passerinusFonte: Baker, 1999FmeaVista geral ventralPodossomaVista ventral juno de apodemas I e II

  • SyringophyloidusFonte: Baker, 1999FmeaVista dorsal vista geral

  • Diagnstico ectoparasitoses Anamnese: ampla e detalhadaOrigem do animalTipo de alojamento Parasitas nas instalaes? Acesso de pombos ou aves silvestres? Nutrio da aveCondies da criao, densidade populacional, higienizao Comportamento do animalExame clnico do animal anlise de pele e penas, inspeo, palpao, auscultao (parasitas de sacos areos), transiluminao (traquia).

  • Preveno ectoparasitosesManter as instalaes bem higienizadas. Oferecer nutrio adequada. Evitar a criaes promscuas, principalmente de aves capturadas juntamente com aves de cativeiro. Aves capturadas podem albergar parasitas benignos em seu habitat natural, mas que so potencialmente perigosos para a criao em cativeiro. Restringir o acesso de aves de vida livre criao em cativeiro.

  • Consideraes finais A identificao de um nico parasita no implica em doena clnica.Muitos parasitas coexistem com os seus hospedeiros sem provocar alteraes patolgicas. Isto especialmente verdadeiro para aves silvestres. A combinao de aves de diferentes habitats em um mesmo recinto pode propiciar a oportunidade de infestao parasitria em hospedeiros no naturais.Alguns parasitas so espcie - especficos enquanto outros acometem grande variedade de espcies avirias. Parasitas relativamente apatgenicos podem causar uma doena clnica severa em aves imunossuprimidas ou estressadas, ou que apresentem infeces concomitantes. Os caros podem tambm transmitir doenas para as aves

  • Perguntas Baseando-se na imagem abaixo qual o parasita que poderia estar envolvido nesta patologia? Explique.Explique o ciclo biolgico deste parasita. Como realizado o diagnstico definitivo? Explique

  • Bibliografia Baker, A. (1999). Mites and Ticks of Domestic Animals - An Identification Guide and Information Source. The Stationery Office, London, UK. Freitas, M.G.; Costa, H.M.A.; Cortz, J.O. & Lide, P. (1978). Entomologia e Acarologia Mdica e Veterinria. 4 ed., Editora Nobel. Guimares, J.H.; Tucci, E.C. & Barros-Battesti, D.M. (2001). Ectoparasitos de Importncia Veterinria. Editora Pliade/FAPESP.

  • Randall, C.J. (1991). Diseases of Domestic Fowl and Turkey. 2nd edition. C.V. Mosby, USA. Roberts, L.S.; Janovy Jr, J. & Schmidt, P. (2004). Foundations of Parasitology. Seventh Edition. McGraw-Hill Science/Engineering/Math, USA. Soulsby, E.J.L. (1982). Helminths, Arthropods and Protozoa of Domesticated Animals. 7th Edition. Lea & Febiger, Philadelphia, USA. Wall, R. & Shearer, D. (2001). Veterinary Ectoparasites: Biology, Pathology and Control. Second edition. Blackwell Publishing Limited, Oxford, UK.Bibliografia